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MOSSORÓ
2017
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MOSSORÓ
2017
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SUMÁRIO
1- IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO.....................................................................................4
2- TEMA....................................................................................................................................6
3- DELIMITAÇÃO DO TEMA...............................................................................................7
4- PROBLEMA.........................................................................................................................8
5- HIPÓTESES........................................................................................................................10
6- OBJETIVOS........................................................................................................................11
7- JUSTIFICATIVA................................................................................................................12
8- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA..........................................................................................14
9- METODOLOGIA...............................................................................................................19
10- PROPOSTAS DE SUMÁRIO..........................................................................................21
11- CRONOGRAMA..............................................................................................................22
12- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................24
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1- IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO
2- TEMA
3- DELIMITAÇÃO DO TEMA
4- PROBLEMA
Art. 7. 5. Toda pessoa detida ou retida deve ser conduzida, sem demora, à presença
de um juiz ou outra autoridade autorizada pela lei a exercer funções judiciais e tem
direito a ser julgada dentro de um prazo razoável ou a ser posta em liberdade, sem
prejuízo de que prossiga o processo. Sua liberdade pode ser condicionada a garantias
que assegurem o seu comparecimento em juízo.
Dessa forma, busca-se a proteção dos direitos humanos em sede processual penal, com
vistas à garantia da incolumidade física da pessoa detida ou retida, visto que a autoridade
judiciária poderá aferir acerca de eventuais abusos praticados no âmbito policial, além do
controle de legalidade sobre as prisões, havendo clara humanização do procedimento, o que
resulta, em última análise, na promoção da dignidade da pessoa humana.
rito especial estabelecido no §1º, art. 5º, CF/88 terão caráter infraconstitucional, mas
supralegal, do que resulta acalorada discussão acerca da constitucionalidade da implantação
das audiências de custódia na dinâmica promovida pelo Projeto Audiência de Custódia.
Outrossim, cumpre observar que as audiências de custódia não buscam aferir o mérito
do fato delituoso, cabendo à autoridade judiciária decidir sobre a legalidade da prisão,
conceder liberdade provisória, bem como autorizar a aplicação, quando cabível, de medidas
cautelares diversas da prisão- sendo o juiz competente para a audiência de custódia diverso do
juízo natural ao qual compete o julgamento do processo, implementando-se, por conseguinte,
verdadeiro juízo de garantias na sistemática da persecução penal brasileira.
Ademais, o novo instituto traz alguns requisitos que quebram com o modelo
tradicional inquisitório da fase pré-processual, posto que a presença de defensor, conforme
prevê a Resolução 213/2015 CNJ harmoniza-se com o princípio do contraditório numa etapa
da persecução penal de viés inquisitivo, no qual impera a ausência do contraditório. Nessa
seara de grande pertinência, porquanto trata de garantia de direitos fundamentais no contexto
da pretensão punitiva do Estado, buscando-se, com o processo penal, a efetivação da justiça
por meio dos ditames e princípios de cunho fundamentalmente garantista, conforme se
depreende da Constituição Federal, convém questionar: quais os desafios e perspectivas para
implementação das audiências de custódia na persecução criminal brasileira?
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5- HIPÓTESES
6- OBJETIVOS
GERAIS
ESPECÍFICOS
7- JUSTIFICATIVA
Prima facie, cumpre salientar que a prisão é medida de exceção, visto que cerceia
diretamente um dos direitos fundamentais mais caros inerentes à pessoa humana, qual seja, a
liberdade. Por essa razão, a prisão pena incide de modo mais gravoso quanto mais caro o bem
jurídico lesado a que se pretende tutelar. Nesse sentido, a despeito das prisões cautelares, tem-
se não o caráter punitivo da prisão, mas processual, visando atender a situações bem
específicas previstas em lei. Em que pese o caráter excepcionalíssimo da prisão cautelar, o
que se tem observado é a banalização dessa medida, o que contribui para o crítico estado de
superlotação das unidades prisionais do Brasil.
No que diz respeito à importância desse estudo, ressalte-se o papel da academia enquanto
espaço que propõe debates críticos sobre a nossa realidade, colaborando para que se possa
sempre aprimorar a conjuntura das instituições que dão expressão ao Estado Democrático de
Direito- nisso reside o mérito desta pesquisa.
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8- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Em que pese a previsão das audiências de custódia no Pacto de San José da Costa
Rica, e a ratificação do Estado brasileiro a esse documento desde 1992, apenas recentemente
o judiciário brasileiro vem buscando meios para implementação desse direito. A respeito dos
direitos previstos no Pacto de San José da Costa Rica e o papel dos Estados signatários frente
a eles, disserta PIOVESAN (2010):
“Em face desse catálogo de direitos constantes da Convenção Americana, cabe ao
Estado-parte a obrigação de respeitar e assegurar o livre e pleno exercício desses
direitos e liberdades, sem qualquer discriminação. Cabe ainda ao Estado-parte adotar
todas as medidas legislativas e de outra natureza que sejam necessárias para conferir
efetividade aos direitos e liberdades enunciados. Como atenta Thomas Buergenthal:
‘os Estados-partes na Convenção Americana têm a obrigação não apenas de respeitar
esses direitos garantidos na Convenção, mas também de assegurar o seu livre e
pleno exercício; Um governo tem, consequentemente, obrigações positivas e
negativas relativamente à Convenção Americana. De um lado, há a obrigação de não
violar direitos individuais; por exemplo, há o dever de não torturar um indivíduo ou
de não privá-lo de um julgamento justo. Mas a obrigação do Estado vai além desse
dever negativo e pode requerer a adoção de medidas afirmativas necessárias e
razoáveis, em determinadas circunstâncias, para assegurar o pleno exercício dos
direitos garantidos ela Convenção Americana. […] Os Estados têm,
consequentemente, deveres positivos e negativos, ou seja, eles têm a obrigação de
não violar os direitos garantidos pela Convenção e têm o dever de adotar as medidas
necessárias e razoáveis para assegurar o pleno exercício desses direitos.’”.
(PIOVESAN, 2010, pág. 257-258)
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PIOVESAN (2010) em citação de Thomas Buergenthal que “a Convenção Americana de Direitos Humanos foi
adotada em 1969 em uma Conferência Intergovernamental celebrada pela Organização dos Estados Americanos
(OEA). O encontro ocorreu em San José da Costa Rica, o que explica o porquê da Convenção Americana ser
também conhecida como ‘Pacto de San José da Costa Rica’. A convenção entrou em vigor em julho de 1978,
quando o 11º instrumento de ratificação foi depositado”. Nesse contexto, o Estado brasileiro foi um dos que mais
tardaram a aderir à Convenção.
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Como visto, o Brasil ratificou a Convenção Americana no ano 1992, tendo sua
promulgação ocorrido em novembro do mesmo ano, por intermédio do Decreto nº 678. Não
obstante os vinte e cinco anos transcorridos desde a incorporação desse diploma ao
ordenamento jurídico interno, o que se tem observado na prática é a constante relutância para
sua aplicação, devendo-se ainda atentar no que pertine à recepção da Convenção Americana
de Direitos Humanos que o Supremo Tribunal Federal (STF) conferiu a ela status supralegal
quando da interpretação do art. 5º, §3º da Constituição Federal de 1988, o qual estabelece que
os tratados e convenções internacionais sobre os direitos humanos que forem aprovados pelo
mesmo rito das emendas constitucionais serão a elas equivalentes. A intervenção da suprema
corte brasileira para interpretação do dispositivo mencionado foi necessária em razão de a
Convenção Americana ter ingressado no ordenamento jurídico antes de 2004, quando a EC
45/04 trouxe a redação do atual art. 5º, §3º, CF/88. A esse respeito, Gilmar Mendes (2016, p.
1207):
Acerca da audiência de custódia, Caio Paiva ensina que esse instituto “consiste,
basicamente, no direito de todo cidadão preso ser conduzido, sem demora, à presença de um
juiz para que, nesta ocasião, (i) se faça cessar eventuais atos de maus tratos ou de tortura e,
também, (ii) para que se promova um espaço democrático de discussão acerca da legalidade e
da necessidade da prisão”2.
Caio Paiva e Aury Lopes Júnior em artigo sobre a temática observam que:
A mudança cultural é necessária para atender às exigências dos arts. 7.5 e 8.1 da
Convenção Americana de Direitos Humanos, mas também para atender, por via
reflexa, a garantia do direito de ser julgado em um prazo razoável (art. 5.º, LXXVIII
da CF), a garantia da defesa pessoal e técnica (art. 5.º, LV da CF) e também do
próprio contraditório recentemente inserido no âmbito das medidas cautelares
pessoais pelo art. 282, § 3.º, do CPP. Em relação a essa última garantia –
contraditório – é de extrema utilidade no momento em que o juiz, tendo contato
direto com o detido, poderá decidir qual a medida cautelar diversa mais adequada
(art. 319) para atender a necessidade processual.
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Sobre a finalidade da audiência de custódia, Carlos Weis observa que o instituto “aumenta o poder e a
responsabilidade dos juízes, promotores e defensores de exigir que os demais elos do sistema de justiça
criminal passem a trabalhar em padrões de legalidade e eficiência
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da aplicação da prisão cautelar, visto que por meio das audiências de custódia se promoverá a
apresentação pessoal do preso ao juiz, a fim de que se certifique sobre a legalidade da prisão,
bem como a incolumidade física do preso em face de eventuais maus tratos, além de se
verificar acerca de outras irregularidades.
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“(…) recentíssima decisão do Tribunal de Goiás é no sentido de transformar a competência do 2º Juiz da 7ª
Vara Criminal de Goiânia para que ele atue exclusivamente com as audiências de custódia e em questões
pré-processuais. A medida, bem se vê, aproxima o juízo da figura do “juiz de garantias”, novidade muito
bem-vinda ao nosso ordenamento juridico- e já prevista no Projeto do Novo Código de Processo Penal (…).”
Eugênio Pacelli, Curso de Processo Penal, 2017, Pág. 258.
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9- METODOLOGIA
Para Traviños, citado por Mezzaroba, a pesquisa dialética deverá observar as seguintes
etapas:
“a) de início o pesquisador deve observar e delimitar o objeto, a fim de identificá-lo
nas suas qualidades, estabelecendo a diferenciação dos demais objetos;
b) em seguida o pesquisador deve analisar o objeto em sua dimensão, através da
observação de todas as partes que o compõe. O objeto é analisado em todos os
aspectos: sociais, históricos, econômicos, políticos. A partir daí são elaborados
conceitos, juízos, raciocínios, sobre o objeto. São elaborados e aplicados diferentes
procedimentos para buscar informações sobre o objeto (observações, entrevistas,
questionários). A partir desses dados parte-se para a determinação de suas
características quantitativas;
c ) por fim, deve-se partir para a análise concreta dos aspectos essenciais do objeto:
forma, conteúdo, fundamento, realidade, constituição, história, evolução.”
ordenamento jurídico pátrio sob a perspectiva do direito internacional dos direitos humanos,
visto que o instituto objeto dessa pesquisa tem origem em tratados internacionais, além de
aferir acerca da realidade apresentada pelo direito comparado.
Ademais, esta é uma pesquisa explicativa, sendo traço característico desse tipo de
investigação o fato de que “aprofunda o conhecimento da realidade porque explica a razão, o
porquê das coisas.” (GIL, 2010, p. 28). Assim, será feita análise qualitativa do objeto em
questão, posto que o estudo das informações colhidas será feito de modo a privilegiar os
contextos (MEZZAROBA, 2009).
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO...........................................................................................................
2. ORIGEM DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE ........................................…
REFERÊNCIAS
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11- CRONOGRAMA
SEMESTRE 2017.2
Atividades Novembro Dezembro Fevereiro Março Abril Maio
Pesquisa
X
Bibliográfica
Fichamento e Coleta
X X X
de dados
Versão Inicial X X X
Revisão X X
Versão Final X
Entrega do TCC X
Defesa X
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GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: volume único/ 5ª ed. rev. ampl.e
atual.- Salvador: Ed. JusPodivm, 2017.
LOPES, Aury Jr.; PAIVA, Caio. Audiência de Custódia e a imediata apresentação do preso
ao juiz: Rumo à evolução civilizatória do processo penal. Disponível em:
http://www.revistaliberdades.org.br/_upload/pdf/22/artigo01.pdf Acessado em: 17.10.2017.
PACELLI, Eugênio. Curso de Processo Penal: vol único, 21ª ed. rev., atual e ampl.- São
Paulo: Atlhas, 2017.