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ISSN 2318-8014
1 INTRODUÇÃO
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Ação livre, sentida como fictícia e situada fora da vida comum, capaz, não obstante,
de absorver totalmente o jogador; ação despojada de qualquer interesse material e de
qualquer utilidade, que se realiza num tempo e num espaço estritamente definidos;
desenvolve-se com ordem, segundo regras estabelecidas, e suscita, na vida, relações
de grupo que, saborosamente se rodeiam de mistério, ou que acentuam, mediante o
disfarce, o quão estranhos são ao mundo habitual.
O brinquedo, quando ativo e espontâneo é sinal de saúde mental, por outro lado, sua
ausência representa um sintoma de doença física ou mental. A forma com que a criança
brinca, representa como ela é e como ela está. A criança que não brinca, acaba por não de
aventurar em algo novo, desconhecido. Por outro lado, a que se envolve em um brincar,
sonhar e fantasiar, aceita um crescimento que engloba a possibilidade de tentar, errar e
arriscar progredindo e evoluindo (LEBOVICE; DIATKINE, 1985).
Segundo Campos e Fiochi (2011), a criança não possui a capacidade verbal
completamente construída e, além disso, ainda não consegue nomear o que se passa
internamente. Diante disso, é atribuído ao brincar e ao jogo um caráter de elaboração, que
possibilita a simbolização das situações que lhe causam angústia. Arzeno (1995)
complementa que “quando falta a palavra, o brincar expressa tudo, e mesmo quando a palavra
já tiver sido incorporada, a linguagem lúdica é mais expressiva que a verbal”.
O brincar da criança costuma ser uma atividade desvalorizada, característica da
infância. Contudo, esse brincar terá valor na aquisição de um sentido social somente se não
for desvalorizado pelos adultos (LEBOVICE; DIATKINE, 1985).
A criança possui capacidade de simbolizar o que se passa em seu mundo interno. Por
meio do brincar, consegue elaborar situações traumáticas, permitindo a realização dos desejos
condizentes com a sua faixa etária. Relacionam-se com o real e recriam a realidade
(CAMPOS; FIOCHI, 2011).
A postura do psicólogo, segundo Werlang (2000) deve “estimular a interação,
conduzindo a situação de maneira tal que possa deixar transparecer a compreensão do
momento, respeitando e acolhendo a criança, de forma que esta se sinta segura e aceita.”
processo de avaliação, com a devolutiva oral ao paciente ou aos responsáveis. Por fim, a
quarta etapa consiste na elaboração do parecer, laudo de avaliação psicológica para o
solicitante.
Considerando que a criança expressa suas fantasias, pensamentos, sentimentos,
desejos e ansiedades principalmente no brincar, a hora do jogo diagnóstica é um recurso
técnico que o psicólogo utiliza dentro do processo de psicodiagnóstico. Esse tem a finalidade
de conhecer a realidade da criança que foi trazida à consulta. Além de ser denominado como
hora do jogo, esse momento de brincar no processo de psicodiagnóstico também pode ser
considerado como entrevista lúdica (CUNHA, 2000; OCAMPO, 2001).
Cada hora diagnóstica significa uma nova experiência. Nela ocorre o estabelecimento
de um vínculo transferncial breve, o qual tem objetivo de conhecer e compreender a criança.
O papel do psicólogo na hora do jogo diagnóstica é de um observado não participante, porém
existem situações onde a criança solicita que o terapeuta faça algo com ela. Responder ao
pedido de brincar é funcionar como Ego auxiliar da criança. Diante disso, o papel do
psicólogo pode ser considerado passivo, na medida em que é observador, como também ativo,
tendo atitude atenta e atenção flutuante que lhe permita a compreensão e formulação de
hipóteses, bem como na ação de questionar, com o intuito de esclarecer dúvidas sobre a
brincadeira (ARZENO, 1995; CUNHA, 2000; OCAMPO, 2001).
A sala onde são realizadas as observações diagnósticas, segundo Araujo (2007), “deve
ser um lugar razoavelmente amplo, seguro e fácil de limpar, de maneira que dê liberdade à
criança para se expressar”. Brinquedos são colocados à sua disposição, para usá-los da
maneira que quiser. Klein (1955) já salientava a importância de “dispor de pequenos
brinquedos, pois seu número e variedade permitem à criança expressar uma vasta gama de
fantasias e experiências”. Considerava que a simplicidade destes capacita à criança utilizá-los
em diversas situações distintas. Sendo bastante variados, incluem bonecos, animais, carrinhos,
tinta, pincel, papel, lápis de escrever, borracha, canetinha, lápis de cor, lápis de cera, tesoura
sem ponta, cola, barbante, argila, livros de história, fantoches, jogos, entre outros (OCAMPO,
2001).
Tratando-se de psicodiagnóstico, deve ser realizada a análise da escolha dos
brinquedos e brincadeiras, levando em consideração, que essa escolha está relacionada ao
momento evolutivo intelectual e emocional no qual a criança de encontra. Além desse
aspecto, também deve ser analisada a modalidade de brincadeiras, as questões de
personificação, motricidade, criatividade, capacidade simbólica, tolerância a frustração e
3 METODOLOGIA
Para pesquisar a importância do brincar na hora do jogo, será utilizada como método
de pesquisa a revisão bibliográfica. Essa se utiliza fundamentalmente das contribuições dos
diversos autores sobre determinado assunto. A pesquisa será desenvolvida a partir de material
já analisado e elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos (GIL,
2008).
O levantamento de referências descreve a pesquisa como abordagem qualitativa, que
pretende compreender o objeto de estudo utilizando-se de recursos como a descrição e
explicação de conceitos e conteúdos encontrados na pesquisa. A pesquisa qualitativa trabalha
com o universo de significados e valores que inferem em um entendimento singular do objeto
de estudo que não é permeada por generalizações. Dessa forma, preocupa-se com aspectos
que não podem ser quantificados (GIL, 2008).
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
6 REFERÊNCIAS
FRANCO, Sérgio de Gouvêa. O brincar e a experiência analítica. Ágora (Rio J.) vol. 6 no.
1 Rio de Janeiro, 2003. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&
pid=S1516-14982003000100003&lang=pt> Acesso em: março de 2015.
GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
HORN, Cláudia Inês. et al. Pedagogia do brincar. Porto Alegre: Mediação, 2012.
KLEIN, Melanie. A técnica psicanalítica através do brincar: sua história e significado (1955).
In: Novas tendências na Psicanálise Vol. II (pp. 25-48). Rio de Janeiro: Zahar, 1980.
LOPES, Maria Immacolata Vassalo. Pesquisa em comunicação. São Paulo: Loyola, 1997.