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Revista Tema http://www1.serpro.gov.br/publicacoes/tema/153/t151_06.

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Rede Governo X Governo Eletrônico. Revista Tema. Brasília/DF : SERPRO, ano 25,

ESPECIAL
nº 153, jan/fev, 2001. p. 15. Obs.: esse nº da revista é dedicado ao assunto, tendo a
chamada de capa “Governo eletrônico: informação pública e gratuita”.

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O terceiro milênio se inicia sob o signo da mudança. Citando o paleontólogo


Stephen Gould - "a história da vida é uma série de situações estáveis, pontuadas
em intervalos raros por eventos importantes que ocorrem com grande rapidez e
ajudam a estabelecer a próxima era estável" – o professor Manuel Castells, um
dos maiores pesquisadores de Tecnologia da Informação da atualidade, defende a
idéia de que estamos vivendo um desses raros intervalos da história.
De fato. Poucas vezes na história o homem presenciou mudanças tão profundas,
rápidas e abrangentes, envolvendo as relações políticas, econômicas, sociais
entre pessoas, países e corporações. Além disso, a Revolução Tecnológica
ocorrida nas últimas décadas do século XX, e no seu cerne a Tecnologia da
Informação, fez nascer um mundo novo onde a informação pública, gratuita,
abundante e acessível é um dos bens mais importantes que o Estado deve
oferecer aos seus cidadãos. Saudando a chegada do século XXI, a Revista Tema
brinda seus leitores com uma reportagem especial sobre este aspecto particular
das relações entre o Estado e a Sociedade brasileira nesta nova era: o uso da
Tecnologia da Informação como ferramenta de Governo para ampliar e aperfeiçoar
os serviços que presta ao cidadão.

No último dia 1º de janeiro, ocorreu uma silenciosa mas importante mudança no processo de
tramitação de documentos entre os órgãos públicos federais e a Presidência da República: por
determinação do Decreto 3.585, de setembro do ano passado, as exposições de motivos
dirigidas ao Presidente da República, as proposições de projetos de lei, as medidas provisórias
e os decretos somente serão aceitos se encaminhados de forma eletrônica. Apesar de restrita a
um grupo de pessoas, a decisão tem um conteúdo simbólico, significativo e é um indicativo da
disposição do Governo Federal quando o assunto é tecnologia.

Aliás, pode-se dizer que o Governo Federal fechou o milênio com chave de ouro na área de
Tecnologia da Informação, ao lançar, em outubro passado, seu mais ousado projeto para o
setor: o Governo Eletrônico. Trata-se de um conjunto de medidas a serem tomadas nos
próximos anos com o objetivo de universalizar o acesso digital aos serviços públicos, usar a TI
para aumentar a transparência das ações governamentais e aumentar a eficácia dos recursos
tecnológicos existentes por meio da integração de todas as redes e sistemas existentes no
âmbito da administração pública federal. As medidas fazem parte da política de Governo
Eletrônico, documento que formaliza as 45 metas que o Governo se impôs para fazer da
Tecnologia da Informação uma importante ferramenta para otimizar os serviços que presta à
sociedade.

Estas metas e suas diretrizes serão desenvolvidas pelo Comitê Executivo do


Governo Eletrônico, criado em outubro, pelo Presidente Fernando Henrique
Cardoso, no âmbito do Conselho de Governo, com o objetivo de articular as
ações para a implantação da política. O Comitê é presidido pelo Ministro
Chefe do Gabinete Civil da Presidência da República, Pedro Parente, e
conta com o apoio técnico administrativo do Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão, por meio da Secretaria de Logística e Tecnologia da

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Informação.

O lançamento do site do Governo Eletrônico, em dezembro de 2000, durante


solenidade no Teatro Nacional, foi a ocasião ideal para que dois Ministérios
demonstrassem a prioridade dada ao programa. Diante de uma platéia
formada por representantes da iniciativa privada, de organizações sociais e
de autoridades, assim como de gestores e técnicos que trabalham no
desenvolvimento de ações governamentais em redes eletrônicas, os
ministros Pedro Parente e Martus Tavares esbanjaram otimismo e
empolgação.

Tavares destacou que a iniciativa reflete o esforço e o envolvimento do


presidente Fernando Henrique Cardoso e dos escalões decisórios do Governo Federal em
ampliar a transparência e o controle social sobre as ações de governo. Pedro Parente, por sua
vez, destacou os esforços que estão sendo desenvolvidos para evitar a exclusão informacional,
garantindo que os serviços e informações governamentais disponibilizados na Internet não
beneficiem somente as classes mais favorecidas.

Metas

Ampliação do acesso à Internet

Disponibilização de todos os serviços prestados pelo Governo na


Internet

Integração das redes existentes no âmbito da Administração


Pública Federal por meio do Br@sil.gov

Interligação de todas as Escolas Públicas à Internet

Implantação da Rede Nacional de Informações em Saúde – RNIS

Implantação do Sistema de Licitação Eletrônica

Implantação do Cartão do Cidadão

Implantação do Sistema de Pagamentos Eletrônicos

Regulamentação do Documento Eletrônico com a eliminação do


papel como documento governamental

Compatilhamento de Redes e Infra-estrutura de outros Poderes e


Governos Estaduais e Municipais.

Diferentemente do site Rede Governo, lançado recentemente pelo Governo Federal, o site do
Governo Eletrônico tem o caráter institucional, com o objetivo de divulgar o andamento do
projeto. "A partir de agora, todos os trabalhos do Comitê passam a ser publicados no site
http://www.governoeletronico.gov.br" – anunciou o Secretário Executivo do Comitê Executivo do
Governo Eletrônico, Solon Lemos Pinto.

Duas frentes – A concepção do Governo Eletrônico está voltada para duas frentes: uma voltada
para o cidadão e outra para a readequação da infra-estrutura de sistemas e redes no âmbito
governamental.

Com relação aos usuários, a política define duas grande ações voltadas para ampliar o acesso
das pessoas à TI. A primeira, destinada a combater a chamada exclusão digital de forma a levar
o acesso à Internet a todos os segmentos da população, determina que, até dezembro de 2002,
todos os serviços públicos que dispensem a presença física do cidadão devem estar
disponibilizados na Internet. A segunda, de natureza complementar, prevê a instalação de
pontos eletrônicos de presença – PEPs – em todo o país. Um ponto de presença pode ser um
computador com acesso à Internet, um número de telefone que conecte o cidadão a um call
center ou um quiosque com terminais e atendentes. Independente da forma, devem estar em

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locais de acesso público, como bibliotecas, prefeituras, escritórios de órgãos governamentais,


inspirar credibilidade e conter informações específicas para cada localidade. A política prevê
também que até o final deste ano pelo menos um PEP esteja disponível em cada localidade
brasileira com mais de 600 habitantes. Um projeto piloto prevê sua instalação, até julho, em 100
localidades com cerca de 600 pessoas, onde serão oferecidos pacotes de serviços e
informações nas áreas de educação, saúde, previdência social, trabalho, segurança e direitos
humanos, sempre orientados pelo perfil de cada comunidade, assim como a implantação, até
dezembro de um PEP em cada representação do Governo Federal em território nacional.

A face mais visível da segunda frente, aquela voltada a integrar os sistemas e as redes do
Governo, atende pela sigla ICP-Gov, a Infra-estrutura de Chaves Públicas do Governo Federal,
parte essencial que viabiliza a implantação do Governo Eletrônico. Estas chaves são
desenvolvidas pelas diversas empresas públicas de TI, dentre as quais o Serpro e permitem
aos órgãos públicos ampliar a prestação de serviços e garantir a segurança da circulação de
informações e documentos em meio eletrônico. Não há custos diretos envolvidos nesta tarefa,
mas a futura implantação das estruturas das Autoridades Certificadoras, igualmente essencial,
dependerá de recursos orçamentários e financeiros específicos.

De qualquer forma, a iniciativa representará uma considerável injeção de recursos públicos no


setor. Segundo o ministro Pedro Parente, parte dos recursos que serão investidos na
implantação da infra-estrutura necessária ao Governo Eletrônico deverá sair do Fundo de
Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust). Formado pela contribuição
compulsória das empresas de telecomunicações, o Fust deverá arrecadar cerca de R$ 1 bilhão
no ano que vem.

Diretrizes gerais

Compartilhamento de Recursos e Integração de Sistemas - Esta


diretriz propõe evitar sobreposições de redes e de soluções,
realizando um inventário das redes e recursos atuais e a
simplificação da sua topologia, mantendo o perfil das soluções
variado e flexível e a infra-estrutura conectada à Internet. O Portal
Rede Governo deverá incorporar todos os serviços e informações
oferecidos ao cidadão, com segurança e qualidade.

Racionalização dos Gastos e Interiorização - Instalação de


pontos eletrônicos de presença – PEP’s, compartilhados entre os
diversos órgãos, em localidades que estejam desprovidas de
qualquer infra-estrutura de informações governamentais. Prevê o
reinvestimento dos recursos advindos da economia de escala
obtida na integração das redes governamentais e a coordenação
da relação do governo com seus fornecedores de tecnologia da
Informação, incentivando a pluralidade e o fortalecimento da
indústria nacional.

Gestão Descentralizada e Integrada - O gerenciamento das redes


segue o modelo matricial de gestão, com descentralização e
participação de todos os órgãos envolvidos, além de estimular a
parceria com outros poderes, níveis de governo e iniciativa
privada.

Identificação de Fontes de Recursos – Estímulo à busca de


novos recursos com a venda de informações agregadas e
parcerias com Estados, Municípios, outros poderes e a iniciativa
privada, além de estímulos à sociedade para a busca de recursos
através de ONG’s. Com isso, pretende-se reinvestir no próprio
setor as economias decorrentes da otimização dos gastos, com
repasses entre os órgãos envolvidos, além da busca de novas
fontes externas para serviços e aplicações, e o patrocínio e
venda de aplicações para a auto-sustentação do sistema.

Além de aquecer o setor, o programa vai beneficiar o cidadão por meio da implantação de

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serviços como a Interligação de todas as Escolas Públicas à Internet, e a Implantação na Rede


Mundial de Computadores da Rede Nacional de Informações em Saúde – RNIS, do Sistema de
Licitação Eletrônica, do Cartão do Cidadão e do Sistema de Pagamentos Eletrônicos.

Grupos de Trabalho – Para agilizar as ações de implantação do Governo Eletrônico, foram


criados, dentro do Comitê Executivo, cinco grupos Interministeriais de trabalho, encarregados de
executar funções específicas: Implantação de Rede Br@sil.gov, Universalização do Acesso à
Internet, Universalização dos Serviços, Normas e Padrões para Prestação dos Serviços e
Informações Estratégicas. Muitos destes grupos já estão com seus trabalhos avançados como é
o caso da Rede Br@sil.gov.

"Já demos o nosso primeiro passo com a divulgação dos critérios para compor o Sistema de
Inventário das Redes" – relata Alexandre Santana, coordenador do grupo. O trabalho foi
apresentado ao Comitê juntamente com o projeto de Integração dos Correios Corporativos. O
Inventário fornece informações atualizadas sobre os recursos de Tecnologia da Informação
disponíveis no Governo Federal e o projeto do Correio Eletrônico prevê maiores facilidades de
comunicação e trocas de correspondência eletrônica entre todos os órgãos do Poder Executivo.

O Subgrupo de Chaves Públicas também avançou ao cumprir o prazo de 120 dias estabelecido
pelo Decreto 3.587, para entregar ao Comitê Gestor de Segurança da Informação – CGSI a
proposta de regulamentação da Infra-Estrutura de Chaves Públicas. Após a aprovação pelo
CGSI, a ICP-Gov deverá passar pelo exame do Conselho de Defesa Nacional. Depois disso,
deve ser baixada uma resolução do Conselho em aprovação ao trabalho e sua efetiva
homologação. Este é um momento importante porque é a ICP-Gov que viabilizará uma das
principais metas do Governo Eletrônico: a integração dos sistemas existentes nos Três Poderes
da República, nas três esferas de competência – Federal, Estadual e Municipal. "A ICP-Gov,
implantada inicialmente no âmbito do Governo Federal, futuramente deverá interagir com outras
infra-estruturas de chaves públicas, dos Poderes Judiciário e Legislativo, além de outros níveis
de Governo", afirmou Pedro Paulo Lemos Machado, membro do Comitê Gestor de Segurança
da Informação. A Câmara dos Deputados e alguns Estados já desenvolvem ações neste
sentido.

Considerando os objetivos e a abrangência do Governo Eletrônico, a sua ampla divulgação é um


dos maiores desafios da Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação. Para enfrentar
mais este desafio, o órgão realizou, no ano passado, inúmeros eventos voltados para temas
como o Governo na Internet, Segurança da Informação, Gestão Eletrônica de Documentos,
Contratação de Software e Serviços pelo Governo Federal e E-Gov.

Dinheiro em tempo real

A partir de dezembro deste ano, um cliente (pessoa física ou jurídica) de


um banco poderá transferir dinheiro para uma outra instituição financeira
em tempo real, não necessitando mais esperar 24 horas para a
confirmação de um doc eletrônico. É que o Banco Central e os bancos
privados estão criando o Sistema de Transmissão de Reservas, que
deverá entrar no ar no final de 2001. Atualmente, o procedimento de
transferência de dinheiro on line de uma conta bancária só ocorre em
agências de um mesmo banco.

O projeto faz parte de uma ampla reestruturação que vem sendo


discutida pela Autoridade Monetária e o sistema bancário, de toda a
rede de transmissão de dados no sistema financeiro nacional.

Os instrumentos de transferência de recursos existentes hoje, como


cheques e DOCs, continuarão existindo e funcionando normalmente. O
diretor de Política Monetária do BC, Luiz Fernando Figueiredo, explicou
que o novo produto reduzirá os riscos de compensação de cheques de
grandes volumes.

Segundo o diretor, essa nova possibilidade de transferência vai


aumentar bastante a concorrência do sistema financeiro.

Por enquanto, o Banco Central ainda está definindo como vão funcionar

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as novas Câmaras de Pagamento, de Câmbio e Títulos Públicos. A


partir daí, o Banco Central e as instituições financeiras vão começar a
discutir como deverá funcionar o novo sistema de informática e a nova
rede de telecomunicações, que permitirá a transmissão de dados on line
entre todas as instituições, sob a supervisão do Banco Central.

Com o novo Sistema de Pagamentos Brasileiro o Banco Central espera


trazer para o mercado financeiro uma maior variedade de produtos e
serviços, aumentando a concorrência entre os bancos. O SPB vai
interligar o BC às instituições financeiras, e está relacionado com os
procedimentos de transferência de fundos e outros ativos financeiros,
bem como o processamento, a compensação e a liquidação de
pagamentos.

O sistema proíbe às instituições financeiras de, sob hipótese alguma,


operar saldo negativo na conta de reservas bancárias. O mercado
financeiro, que opera com alto nível de automação em seus processos,
prepara-se para viver um verdadeiro choque de modernização. Mais do
que agilizar e dar transparência à liquidação das operações, o
redesenho no Sistema tem por objetivo reduzir o risco de crise
sistemática no mercado financeiro.

Antes de definir o funcionamento do Sistema, técnicos do Banco Central


pesquisaram os sistemas já implantados nos EUA, Canadá, Turquia,
Inglaterra, entre outros.

A interligação de todos os sistemas para que as operações entre BC, as


câmaras, os bancos e os clientes sejam efetuadas em tempo real é
apontada como a grande dificuldade. Todas as instituições financeiras
são unânimes ao afirmar que o prazo de dez meses para a
implementação do sistema é apertado. Para minimizar efeitos negativos,
o Banco Central agendou com os bancos vários testes obrigatórios e
opcionais.

Os impactos que o Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) trará aos


produtos, serviços e a infra-estrutura das instituições financeiras
demandará a necessidade de um forte investimento em tecnologia,
porque, segundo especialistas, quem vai sustentar esta nova
sistemática do mercado financeiro é a tecnologia.

As instituições financeiras também já estão estudando todos os


sistemas, processos e produtos que sofrerão modificações com essa
nova concepção de pagamento e, em cima disso, estão definindo qual a
solução tecnológica adequada para poder integrar todos os sistemas.

Sucesso no exterior - A Missão de Tecnologia da Informação do Gabinete do Primeiro Ministro


da França divulgou um boletim informativo sobre os trabalhos em Tecnologia da Informação em
desenvolvimento no Brasil, destacando os sites da Rede Governo, Comprasnet, Receitanet e da
Prefeitura de Porto Alegre. O Boletim também registrou a criação do Comitê Executivo do
Governo Eletrônico, como uma "forma de assegurar uma política coerente e global dos sistemas
de administração, nos seus aspectos funcionais e técnicos". Além de detalhar algumas das
metas do Comitê, como a implantação de 250 mil Pontos Eletrônicos de Presença no país, o
informativo também menciona os esforços para a interligação de sistemas numa Intranet da
Administração Pública Federal. A íntegra da news letter, em francês, pode ser obtida no
endereço http://www.mtic.pm.gouv.fr/dossiers/documents/teleprocedure_bresil.shtml.

Sugestões - O Governo Federal vai encaminhar ao Congresso Nacional Projeto de Lei que
prevê a autenticidade e o valor jurídico e probatório de documentos eletrônicos emitidos por
órgãos públicos federais, estaduais e municipais. A íntegra da proposta e sua justificativa,
elaborada pela Casa Civil da Presidência da República, está disponibilizada na Internet
(http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/consulta_publica/consultadocelet.htm) e qualquer pessoa
pode fazer sugestões ao texto original até o dia 15 de janeiro, por meio de carta ou de e-mail.

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O projeto prevê que os documentos produzidos, emitidos ou recebidos por órgãos públicos
federais, estaduais ou municipais, bem como pelas empresas públicas por meio eletrônico, ou
similar, têm o mesmo valor jurídico e probatório, para todos os fins de direito, que os produzidos
em papel ou em outro meio físico reconhecido legalmente, desde que assegurada a sua
autenticidade e integridade. A autenticidade desses documentos far-se-á pela execução de
procedimentos lógicos (assinatura digital), que serão fornecidos pela Infra-estrutura de Chaves
Públicas do Governo Federal (ICP-Gov). O projeto prevê, ainda, regras para o arquivamento de
documentos e para a confecção de cópias em papel.

SERVIÇOS
As sugestões poderão ser enviadas por e-mail
( doc.eletronico@planalto.gov.br ) ou encaminhadas para
a Casa Civil da Presidência da República, no seguinte
endereço: Palácio do Planalto 4º andar, sala nº 113
CEP 70150-900 - Brasília-DF.

Estados criam escritórios multisserviço

Na Bahia, Sac – Serviço de Atendimento ao Cidadão; em São Paulo,


Poupatempo; em Minas Gerais, Psiu – Posto de Serviços Integrados;
em Pernambuco, Expresso Cidadão. O nome não importa. O que vale é
a iniciativa dos estados para facilitar a vida do cidadão. De acordo com
um conceito mais abrangente de Governo Eletrônico, que inclui toda a
infra-estrutura que dá suporte à prestação de serviços e informações por
meio da Internet, alguns estados criaram escritórios do governo
estadual,que concentram postos de atendimento de diversos órgãos em
um só local.

Os escritórios são lugares bonitos e agradáveis, que em nada lembram


as tradicionais repartições públicas. Geralmente ficam em centros
comerciais e oferecem serviços da previdência social, do Detran e das
Secretarias do Trabalho, Saúde e Educação, entre outras. Em alguns
escritórios é possível licenciar veículos, renovar carteira de habilitação
ou tirar carteira de identidade e de trabalho. No mesmo local, o cidadão
ainda encontra facilidades, como postos bancários e máquinas de xerox
e fotografia, e resolve suas pendências de uma só vez.

Cidadania – A Prefeitura de São Paulo também recorreu à WEB para


aprimorar a qualidade dos serviços que presta à população. O Portal
Sampa.org (http://www.sampa.org) é uma Rede Pública de
Comunicação e Informação coordenada por um Comitê técnico
composto pelos cidadãos, empresas de tecnologia, universidades,
sindicatos e outras instituições da sociedade civil. O projeto-piloto do
Sampa.org foi implantado, no bairro de Capão Redondo, na Grande São
Paulo. Foram instalados 10 pontos eletrônicos de presença no bairro,
com 10 computadores e 2 monitores em cada local. A comunidade,
orientada por agentes comunitários, vem agregando conteúdo ao portal
desde o início do projeto. Os pontos fortes do site são entretenimento,
pesquisa, serviços públicos, email gratuito e iniciação a informática.

O bairro possui um dos maiores índices de violência da periferia da


cidade. Mas isso não impediu a realização do projeto. A comunidade
está reunida em torno do Sampa.org e cuida da preservação dos
equipamentos, sendo zero o índice de depredação.

Rede Governo X Governo Eletrônico

O internauta precisa ter cuidado para não confundir


o Portal da Rede Governo
(http://www.redegoverno.gov.br) com o site do
Governo Eletrônico

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(http://www.governoeletronico.gov.br). O Portal é a
estrutura eletrônica na Internet para a prestação de
serviços e informações públicas, de acordo com as
diretrizes estabelecidas no Comitê Executivo do
Governo Eletrônico. Já o site Governo Eletrônico
tem o objetivo de prover informações sobre o
andamento dos projetos que envolvem Tecnologia da Informação, que
estão sob a coordenação do Comitê.

O Portal é a entrada virtual para todas as páginas


oficiais brasileiras disponibilizadas na Internet por
meio de links diretos a mais de 700 páginas de
serviços e 4000 sites com informações
governamentais. Esta arquitetura elimina a
necessidade de anotar milhares de endereços
públicos na rede mundial de computadores ou a
necessidade do usuário entrar várias vezes nas
páginas iniciais e menus de ministérios, fundações,
agências ou autarquias. Na Rede Governo, o acesso
ao serviço e à informação governamental desejada é
direto, e por seu meio o usuário pode obter certidões negativas, realizar
pesquisas de situação fiscal, solicitar parcelamento e quitação de
dívidas junto à Receita Federal, emitir pedidos de emissão de
passaportes, consultar o FGTS, licitações, além de obter informações
sobre concursos públicos, contratos, listas de fornecedores, atualização
de dados cadastrais, cálculo do tempo para aposentadoria, lista de
medicamentos genéricos, condições das estradas do país, bolsas
culturais, consultas processuais, bibliotecas virtuais, diários oficiais, etc.

Com tanta facilidade, não é surpresa o crescente sucesso da página.


Somente no mês de dezembro passado, o número de pessoas que
acessaram o Portal chegou a 12 milhões. O número representa um salto
de 3,5 milhões de acessos em relação ao mês de novembro.

"O objetivo do Portal Rede Governo é colocar os serviços públicos ao


alcance do cidadão, de forma rápida e segura, com dicas sobre o
funcionamento do Governo Federal e respostas para questões práticas
do dia-a-dia. A Rede Governo foi criada para facilitar o exercício da
cidadania" - afirma Ney Gilberto Leal, Gerente da Rede Governo.

Ney ressalta que, muito mais do que reunir links, o Portal estabelece
requisitos de performance como funcionalidade, conforto e segurança
para a disponibilização dos sites. "Os links são feitos depois de
verificarmos as condições de funcionamento e a política de segurança
de cada site" – completa.

Brasil é campeão em investimentos com tecnologia

Maior consumidor do setor, o Governo brasileiro é


considerado especial pelos fornecedores

Os gastos com Tecnologia da Informação ultrapassaram 2,1 trilhões no


ano passado e devem crescer 50% por volta de 2004. De acordo com
estudo da World Information Technology and Services Alliance, tais
despesas representam, hoje, 6,6% do PIB mundial. O Brasil é o sexto
país da lista encabeçada pelos EUA (com US$ 762 bilhões), e está à
frente da Itália e do Canadá, por exemplo.

O Governo Federal é o principal consumidor de tecnologia. Em 1999


foram gastos 1 bilhão e 200 milhões de reais com informática e

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telecomunicações.

Segundo a Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação, o


Governo Federal gasta por ano cerca de R$ 1,5 bilhão com a aquisição
de software e serviços de TI para todos os órgãos. Hoje em dia, estar
atualizado com o que há de melhor em Tecnologia da Informação no
mundo é uma preocupação do Governo. Prova disso é a implantação do
Governo Eletrônico.

Apesar do potencial, o governo pretende otimizar seus investimentos. O


secretário-geral do Comitê Executivo do Governo Eletrônico, Solon
Lemos Pinto, disse que o projeto proporcionará uma economia de até
50% com a racionalização da contratação de redes de comunicação. Na
avaliação do secretário, a economia permitirá investimentos em outras
metas do programa Sociedade da Informação, como por exemplo, a
popularização da Internet no Brasil.

Especial – Este montante de investimento faz do governo um foco de


atenção do setor privado. "O governo é um cliente especial, afinal o
segmento governamental possui regras claras, baseadas na lei 8.666 e
devemos segui-las à risca", destaca Vanderlei Ferreira, diretor da
Microsoft. Segundo ele, o trabalho com o cliente Governo requer, como
em alguns setores específicos, um grau de especialização, pois existem
necessidades específicas e fatores limitantes. "Alguns detalhes como
orçamento e prioridades para o Governo também devem ser
observadas", afirma.

A Microsoft possui várias parcerias com o Governo, como por exemplo:


projetos já consagrados junto à Receita Federal como a entrega de
declaração de Imposto de Renda pela Internet; o Voto Eletrônico; o
Poupa Tempo em São Paulo; o Boletim de Ocorrência Eletrônico na
área de Segurança Pública; a Bolsa Eletrônica de Compras; entre
outros.

Para o Gartner Group, empresa privada especializada em fornecimento


de análises, pesquisas e cenários de informática para auxiliar a tomada
de decisão em TI por parte das empresas, o Governo representa 30%
do volume de negócios. E é encarado como um cliente muito importante.
"Tanto isso é verdade que temos linhas de produtos específicas,
produzindo análises e recomendações para as atividades e objetivos
específicos do Governo", explica Roberto Gerbi, gerente de contas do
Gartner, em Brasília.

Segundo ele, o Governo Federal é visto como um cliente peculiar, mas a


empresa procura não separar suas atividades entre Governo e setor
privado, e sim por área de atuação como: governo, financeiro,
manufatureiro, fornecedor, investidor, etc.

Empresas do Governo Federal representam, aproximadamente, 50% do


volume negociado pela subsidiária brasileira da Rational, empresa cuja
missão é capacitar empresas no processo de desenvolvimento de
software. "Trabalhar junto ao Governo Federal é, em muitos aspectos,
gratificante. Nós sabemos a missão das empresas do Governo e temos
consciência das dificuldades que estas enfrentam, seja por problemas
políticos, orçamentários ou tecnológicos. Os projetos de maior porte e
complexidade, que hoje estão em andamento no País, são na sua
maioria do Governo Federal. Bons exemplos são o SIAFI 21 e o Cartão
Nacional de Saúde. Portanto, quando participamos de projetos deste
porte, na qualidade de parceiros, sofremos dos mesmos males e
comemoramos as mesmas vitórias", destaca Eduardo Pedrinha, um dos
diretores da Rational.

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