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1. SEGURIDADE SOCIAL
Antes de se avançar no estudo da previdência social, deve-se fazer uma análise da
seguridade social, visto que a previdência está inserida dentro do sistema de seguridade.
Como se pode observar do Título VIII da Constituição Federal, que trata Da Ordem
Social, a previdência é apenas uma das seções da seguridade social (tratada em todo o
Capítulo II desse mesmo Título).
Segundo essas disposições da Lei Maior, a seguridade social compreende um
conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade,
destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência social e à assistência
social (artigo 194, “caput”, Constituição Federal).
Assim sendo, a seguridade social compreende: saúde; previdência social; assistência
social. Assim, percebe-se que a previdência social é uma das formas de atuação estatal
na área de seguridade social.
1.1. Saúde
A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantida mediante políticas sociais
e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso
universal igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação
(artigo 196 da Constituição Federal).
A Constituição Federal de 1988 previu a criação de um Sistema Único de Saúde
(SUS). Busca-se, assim, uma ação conjunta entre União, Estados, Distrito Federal e
Municípios (artigo 194, “caput”, da Constituição Federal). O SUS está disciplinado
basicamente por meio das Leis n. 8.080, de 19.09.90, e n. 8.142, de 28.12.90.
Como regra, a União fixa as políticas gerais. Compete a ela, por exemplo, fazer as
grandes campanhas publicitárias de prevenção a doenças. Aos Estados e Distrito Federal
incumbe a prestação do serviço de saúde (Hospitais Regionais), enquanto aos
Municípios incumbe o atendimento emergencial, bem como a triagem e o
acompanhamento dos casos que demandam intervenção especializada.
Percebe-se, assim, que na área da saúde há uma união, uma coordenação, entre União,
Estados, Municípios e Distrito Federal.
A saber: antes da Constituição Federal de 1988, quem cuidava do sistema de saúde do
Brasil era o INAMPS (Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social),
que era uma autarquia federal.
2. PREVIDÊNCIA
Assentadas as noções básicas sobre o sistema no qual está inserida a previdência social,
oportuna se faz a análise dos diversos regimes em que essa se decompõe.
MÓDULO II
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Lei n. 8.213, de 24.7.1991
1. BENEFICIÁRIOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
Beneficiários da previdência social são todas as pessoas naturais titulares de direitos
subjetivos perante o Sistema Previdenciário. O quadro abaixo fornece sua classificação.
– empregado
– empregado doméstico
– contribuinte individual
– trabalhador avulso
– segurado especial
– Facultativos
– 1.ª Classe
– 2.ª Classe
– 3.ª Classe
A Lei n. 8.213/91 estabelece quem são as pessoas que têm direito aos benefícios
previdenciários e quais os requisitos necessários para fazer jus aos benefícios.
“Segurados são as pessoas físicas que, em razão de exercício de atividade ou mediante o
recolhimento de contribuições, vinculam-se diretamente ao Regime Geral”.
“Dependentes são as pessoas cujo liame jurídico existente entre elas e o segurado
permite que a proteção previdenciária lhes seja estendida de forma reflexa.”
– Segurados
– Obrigatórios
Beneficiários
(Artigos 10 a 17 da Lei n. 8.213/91
- Dependentes
Os segurados são titulares de direitos próprios. Os dependentes também exercem
direitos próprios, mas sua vinculação com a previdência está condicionada à
manutenção da relação jurídica do segurado com o Sistema Previdenciário.
Os vínculos que os segurados e os dependentes mantêm com a previdência social são
diferentes.
Não se confunde odependente da previdência social com os dependentes dos
demais ramos do Direito.
2. SEGURADO
O segurado mantém um vínculo com a previdência social baseado em contribuição – ele
contribui com a previdência.
O segurado mantém com a previdência uma relação que implica direitos e deveres
para ambas as partes, sendo que a previdência tem o direito de receber contribuições e o
dever de conceder as prestações, e o segurado tem o dever de contribuir e o direito de
receber as prestações.
Trata-se de uma relação que não tem caráter contratual, pois o segurado é
obrigado a filiar-se à previdência, com exceção do segurado facultativo, pois a relação
aqui tem caráter contratual (contrato de adesão). Há, nesse caso, autonomia da vontade.
A lei não impõe ao segurado facultativo o dever de ser filiado à previdência e, uma vez
filiado, ele pode desfiliar-se a qualquer momento.
2.1. Segurado Obrigatório
São segurados do Regime Geral de Previdência Social:
• empregado;
• empregado doméstico;
• contribuinte individual (empresário, autônomo, equiparado ao autônomo);
• trabalhador avulso;
• segurado especial.
O segurado empregado começa a ser considerado filiado à previdência no momento em
que é contratado como empregado.
O contribuinte individual só é considerado filiado à previdência após pagar a 1.ª
contribuição.
Percebe-se, nestes exemplos, que o vínculo com a previdência, nos dois casos, começou
em momentos distintos.
O segurado empregado não precisa comprovar que contribui, basta ser empregado para
ser considerado filiado.
Outra regra distinta é a de que o contribuinte empregado pode contribuir, desde o início
da sua filiação, pelo valor máximo, ou seja, o teto da contribuição; já ocontribuinte
individual passa por fases, escalas de salário-base. A escala de salário-base está sendo
extinta. Já não se aplica mais aos segurados que se filiarem a partir de 29.11.1999 (ver
Lei n. 9.876/99).
Percebe-se, assim, que cada tipo de segurado tem tratamento específico.
2.1.1. Categoria de segurados obrigatórios
a) Empregado
É o segurado que presta pessoalmente serviço de natureza urbana ou rural a empresa,
em caráter não eventual, sob suasubordinação e mediante remuneração.
Se o Estado mantiver alguém na condição de empregado, deverá ser segurado
obrigatório do Instituto Nacional de Seguridade Social, na categoriaempregado.
Todos os funcionários públicos federais comissionados são segurados obrigatórios
Como empregados (ver Lei n. 8.213/91, artigo 11, inciso I, alíneas “a” a “i”).
“Por força da Lei n. 9.876/99, o empregado de organismo oficial internacional ou
estrangeiro em funcionamento no Brasil, salvo quando coberto por sistema próprio de
previdência social, anteriormente classificado como equiparado a autônomo, passou a
integrar o grupo dos empregados.” (“in” Comentários à Lei de Benefícios da
Previdência Social.
b) Empregado doméstico
É aquele que presta serviço de natureza contínua, mediante remuneração, a pessoa ou
família, no âmbito residencial destas, em atividades sem fins lucrativos.
Diarista: se trabalhar duas ou mais vezes por semana, já é considerado o vínculo
empregatício.
Caso haja alguma atividade comercial na residência, já não pode mais ser
considerado empregado doméstico (ver Lei n. 8.213/91, artigo 11, inciso II).
c) Contribuinte individual
Considera-se contribuinte individual o antigoautônomo, o equiparado a autônomo e o
empresário.
Também se enquadra na condição de contribuinte individual a pessoa física,
proprietária ou não, que explora atividade agropecuária ou pesqueira, em caráter
permanente ou temporário, diretamente ou por intermédio de prepostos e com auxílio de
empregados (é o antigo empregador rural).
São ainda considerados contribuintes individuais equiparados a autônomo o padre, o
pastor, o pai de santo, o bispo etc.
Por fim, também é autônomo a pessoa que mantém firma individual, urbana ou rural
(ver artigo 11, inciso V, da Lei n. 8.213/91).
d) Trabalhador avulso
É aquele que trabalha com a intermediação obrigatória do sindicato ou do órgão gestor
de mão-de-obra. Exemplo: trabalhadores da área portuária.
e) Segurado especial
É o pequeno produtor rural, o parceiro, o meeiro, o pescador artesanal, o garimpeiro e
os que exerçam a sua atividade em regime de economia familiar.
O segurado especial não contribui mensalmente; sua contribuição é anual.
Estes segurados podem requerer vários benefícios, no valor de um salário
mínimo, comprovando apenas o tempo de serviço, sem precisar comprovar a
contribuição (artigo 39 da Lei 8213/91).
Observação: Não confundir o contribuinte individual (artigo 11, inciso V, alínea “a”, da
Lei n. 8.212/91) com o segurado especial (inciso VII), pois o primeiro possui auxílio de
empregados no exercício da atividade rural, já o segurado especial conta apenas com a
ajuda dos membros da família para a exploração da atividade rural.
2.2. Segurado Facultativo (artigo 13 da Lei n. 8213/91)
É toda pessoa que, sem exercer atividade que determine filiação obrigatória, contribui
voluntariamente para a previdência social.
É todo aquele que não é considerado obrigatório. Exemplos:
• dona de casa; estudante, com mais de 16 anos; síndico de edifício que não seja
empregado. Lembrete: a idade mínima para ingressar no sistema previdenciário é 16
anos.
As pessoas que começaram a trabalhar com 14 anos, portanto, antes da mudança
constitucional ocorrida com a Emenda Constitucional n. 20, de 15.12.1998, que proíbe o
trabalho aos menores de 16 anos, salvo na condição de aprendiz aos 14 anos (artigo 7.º,
inciso XXXIII), continuaram a ser filiadas da previdência social, em face do direito
adquirido.
2.3. Período de Graça (Artigo 15 da Lei n. 8.213/91)
Como regra, a pessoa mantém a sua condição de segurado enquanto contribui, ou seja,
enquanto estiver filiado à previdência.
Entretanto, a legislação prevê que, em determinadas circunstâncias, mesmo
havendo a interrupção das contribuições e não estando o trabalhador exercendo
atividade que o vincule obrigatoriamente à previdência, o segurado mantém o seu
vínculo com a previdência social.
Este período é denominado pela doutrina de Período de Graça.
Período de Graça, portanto, é aquele período em que, mesmo sem contribuir e/ou
sem exercer atividade que o vincule obrigatoriamente à previdência, o segurado mantém
seu vínculo com o Sistema, com todos os direitos inerentes a essa condição.
Exemplos:
Quem está recebendo auxílio-doença não está contribuindo, mas este período, apesar de
não haver contribuição, é contado como se tivesse ocorrido.
Casos diferentes são os que seguem:
• quem trabalha, mas vai prestar o serviço militar. Durante três meses, após o término
do serviço militar, o segurado encontra-se no Período de Graça;
• o preso tem um Período de Graça de 12 meses após o livramento.
Tanto no caso de quem vai prestar serviço militar como no caso do preso, o tempo de
graça não conta como contribuição para fim de aposentadoria.
2.4. Regra Geral do Período de Graça Aplicada aos Segurados (artigo 15, § 1.º)
O segurado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela
previdência social mantém sua condição de segurado até doze meses após a cessação
das contribuições. Esse prazo será prorrogado para até vinte e quatro meses se o
segurado já houver pagado mais de vinte e quatro contribuições.
2.5. Regra do Período de Graça Aplicada ao Segurado Empregado (artigo 15, § 2.º)
O segurado empregado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida
pela previdência social também mantém sua qualidade por doze meses após a cessação
das contribuições, prazo esse que pode ser prorrogado da seguinte forma: para até vinte
e quatro meses, se tiver pagado mais de cento e vinte contribuições; em mais doze
meses, inclusive de forma cumulativa com a prorrogação acima mencionada, para o
segurado desempregado que registrou essa condição no órgão próprio do Ministério do
Trabalho.
Assim sendo, o prazo que era inicialmente de doze meses pode atingir trinta e seis
meses se o segurado empregado estiver desempregado e contar com mais de cento e
vinte contribuições.
Importante: o Período de Graça não conta como contribuição. Apenas mantém o
vínculo com a Previdência Social.
Se, durante o Período de Graça, houver pelo menos uma contribuição, ele será
interrompido e começará a contar novamente.
Pergunta: Como saber que a pessoa perdeu a condição de segurado?
Resposta: A lei estabelece que a perda da condição de segurado se dá no 16.º dia do
segundo mês seguinte àquele em que terminou o Período de Graça.
“O Regulamento da Previdência Social unificou o prazo, levando em conta a data
para o recolhimento da contribuição dos contribuintes individuais, favorecendo, assim,
os demais segurados”. (“in” Comentários à Lei de Benefícios da Previdência Social,
Daniel Machado da Rocha e José Paulo Baltazar Júnior, Porto Alegre, ed. Livraria do
Advogado e ESMAFE – Escola Superior da Magistratura Federal do Rio Grande do
Sul, pág. 75, artigo 15)
3. DEPENDENTES DA PREVIDÊNCIA SOCIAL (Artigo 16 da Lei 8.213/91)
Os dependentes são titulares de direitos próprios. Mantêm uma relação jurídica pessoal
com a Previdência.
A Lei da Previdência diz quem são seus dependentes e os classifica em dependentes de
1.ª classe, 2.ª classe e 3.ª classe.
Os dependentes de 1.ª classe preferem aos de 2.ª classe que preferem aos de 3.ª classe.
Assim, o dependente de 2.ª
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Benefício em espécie
Benefícios devidos aos segurados
1. BENEFÍCIOS DEVIDOS AOS SEGURADOS
1.1. Aposentadoria por Invalidez
Tem por objetivo substituir a remuneração do segurado que se encontre incapaz total e
definitivamente para o exercício de atividade que lhe garanta sobrevivência.
1.1.1. Requisitos
• Condição de segurado
Carência: 12 contribuições mensais. Se for em razão de acidente de qualquer natureza
ou moléstia grave, a carência é dispensada.
• Incapacidade total e definitiva para o exercício de atividade que garanta a
sobrevivência do segurado e dos seus dependentes. O perito do INSS deve comprovar
essa incapacidade.
1.1.2. Moléstia preexistente
No tocante à moléstia preexistente, o segurado pode receber o benefício. Só não o
receberá se a moléstia já era incapacitante quando se filiou à Previdência, pois, nesse
caso, caracteriza-se fraude.
Se a moléstia era preexistente e o segurado era incapaz, não importa se estava de boa ou
má-fé, o segurado não receberá o benefício.
Caso se trate de moléstia de progressão e o segurado já a possuía antes de se
filiar, para receber o benefício, basta que seja comprovada a progressão da moléstia.
Ex.: Mal de Chagas.
1.1.3. Necessidade da realização de exames
O segurando que recebe o benefício tem que se submeter a todos os tratamentos
recomendados e custeados pela Previdência Social, sob pena de cessação do benefício.
Existem, porém, dois procedimentos médicos que não são obrigatórios. São eles:
cirurgia; transfusão de sangue.
Esses procedimentos são considerados de risco, portanto, a pessoa pode escolher se quer
faze-los ou não.
É fundamental, porém, que o segurado compareça à Previdência para reavaliação
e realização dos demais exames e tratamentos, sob pena de cessação do benefício. Se o
segurado não tiver como ir ao local da perícia, o perito deverá ir até ele.
1.1.4. Comprovação de que o segurado possui incapacidade
O segurado é considerado incapaz quando não tem condição de desenvolver
atividade remunerada compatível com o grau de complexidade da atividade que exercia
anteriormente ou quando a atividade que ele puder desenvolver não lhe garantir posição
social equivalente àquela que ocupava anteriormente à enfermidade (deve-se analisar o
caso concreto).
O alcoolismo é considerado doença incapacitante.
1.1.5. Reabilitação profissional/ habitação profissional
O INSS pode submeter o segurado à reabilitação/habilitação; conseqüentemente, o
segurado deixa de receber o benefício.
Em alguns Estados, o INSS mantém programas para reabilitação, mas são poucos. Hoje,
normalmente, quando os peritos percebem a possibilidade de reabilitação, é concedido o
benefício de auxílio-doença e não o de aposentadoria por invalidez.
1.1.6. Termo inicial do benefício
• Para o segurado empregado, é a contar do 16.º dia do afastamento da atividade. Os 15
primeiros dias de afastamento quem paga é o empregador (é salário).
Esse termo inicial será mantido se o segurado requerer o benefício em até 30 dias
contados da data do afastamento.
Caso requeira após o 30.º dia, o termo inicial para o segurado empregado será a
contar da data do requerimento, exceto se ele conseguir comprovar que não fez o
requerimento dentro dos 30 dias por encontrar-se hospitalizado ou submetido a
tratamento ambulatorial.
• Para os demais segurados, o termo inicial é a contar da data do início da incapacidade
ou a contar da data do requerimento, se entre a data do afastamento e a data do
requerimento transcorrerem mais de 30 dias, exceto se conseguir comprovar que não fez
o requerimento dentro dos 30 dias por se encontrar hospitalizado ou submetido a
tratamento ambulatorial.
1.1.7. Valor do benefício
Será fixado em 100% do salário de benefício, que será calculado com base no
salário de contribuição.
O salário de contribuição é o valor da remuneração do segurado sobre o qual
incide a contribuição social. Nem sempre a contribuição social incide sobre a
remuneração total do segurado, é necessário observar o teto previdenciário.
Teto: R$ 1.430,00.
Piso: corresponde a 1 salário mínimo.
Ex.: O contribuinte ganha R$ 10.000,00, mas a contribuição incidirá sobre R$
1.430,00. É com base nesse valor que se chega ao salário-benefício.
O salário de contribuição para a aposentadoria por invalidez será a média
aritmética simples de 80% dos maiores salários de contribuição apurados no período
básico de cálculo. O período básico de cálculo é aquele compreendido entre o mês
anterior ao requerimento do benefício e julho de 1994.
Exemplificando:
Período contributivo = 180 meses
Utiliza-se 80% do período contributivo, que será igual a 144 contribuições. O
passo seguinte é selecionar as 144 maiores contribuições de todo o período contributivo.
Somam- se os valores, atualizam-se e divide-se o resultado por 144. O valor encontrado
será o valor do salário de benefício.
Quando o segurado tiver menos que 144 contribuições, utilizam-se todas as
contribuições (100%), somam-se, atualizam-se e divide-se o resultado pelo número de
contribuições, assim, será encontrado o valor do salário benefício.
Exemplificando:
Período de contribuição = 50 meses
Somam-se todas as contribuições, atualizam-se e divide-se o resultado por 50, o valor
encontrado é o do salário de benefício.
Para esses cálculos de aposentadoria por invalidez, não há utilização do fator
previdenciário.
Temos ainda, na aposentadoria por invalidez, a possibilidade de o segurado, além
dos 100% do salário de benefício, receber mais 25% desse valor, ainda que ultrapasse o
teto, na hipótese de o segurado depender do auxílio de terceiros para os atos da vida
comum (higiene, alimentação etc.). Esses 25% serão reajustados sempre que o benefício
for reajustado. Mas ele não se transmite no caso de pensão por morte.
1.1.8.Termo final do benefício
2.4. Fator Previdenciário (artigo 32, §11, do decreto n. 3.048, de 6-5- 1999) f= Tc x
a x [1 + ( Id + Tc x a)] Es 100
F = fator previdenciário
Es = expectativa de sobrevida no momento da aposentadoria;
Tc = tempo de contribuição até o momento da aposentadoria;
a = alíquota de contribuição (igual a 0,31);
Id = idade no momento da aposentadoria.
(Os valores para esses cálculos já estão prontos na tabela que segue junto deste
módulo).
Na aposentadoria por idade, o fator previdenciário só será utilizado se for mais benéfico
ao segurado.
2.5. Cálculo da Aposentadoria por Idade
Será calculada com base no salário de benefício.
Será 70% do salário de benefício, acrescido de tantos 1% quantos forem os grupos de
12 contribuições mensais, até o limite de 30%. Exemplificando:
a) Segurado homem de 65 anos e tempo de contribuição de 20 anos
Cada ano = 12 meses = 1%
1% x 20 = 20%
Então será = 70% + 20% =90%,
Este segurado terá direito a 90% do salário de benefício.
b) Segurada mulher de 60 anos e tempo de contribuição de 25 anos
Cada ano = 12 meses = 1%
1% x 25 = 25%
Então será = 70% + 25% =95%,
Esta segurada terá direito a 95% do salário de benefício.
2.6. Cálculo do Salário de Benefício
Essa fórmula se aplica na aposentadoria por idade e por tempo de contribuição.
O salário de benefício será a média aritmética simples de 80% dos maiores
salários de contribuição apurados em todo o período contributivo, compreendido entre o
mês anterior ao requerimento do benefício e julho de 1994, multiplicada pelo fator
previdenciário.
A Lei n. 9.876, de 26.11.1999, que disciplinou o fator previdenciário, previu,
porém, que ele será aplicado de forma progressiva, incidindo sobre 1/60 (um sessenta
avos) da média aritmética do salário de benefício por mês que se seguir à publicação da
citada lei, cumulativa e sucessivamente, até completar 60/60 (sessenta sessenta avos).
Assim, teremos uma incidência do fator previdenciário em:
• maio de 2001 de 19/60;
• junho de 2001 de 20/60;
• julho de 2001 de 21/60, e assim sucessivamente até que se complete 60/60.
2.7. Termo Final
Morte do assegurado.
2.8. Aposentadoria Compulsória por Idade
O art. 51 da Lei n. 8.213/91 prevê a aposentadoria compulsória por idade. Essa
aposentaria é um direito do empregador.
É concedida essa aposentadoria ao segurado empregado com idade de:
• homem: 70 anos;
• mulher: 65 anos.
Ela é concedida independentemente da vontade do segurado. O segurado, porém, deve
ter preenchido todos os requisitos: idade, carência, tempo de contribuição. Caso o
empregado não preencha todos os requisitos, o empregador não poderá requerer a
aposentadoria ao seu empregado.
Ressalte-se, por fim, que essa aposentadoria é uma faculdade do empregador, ele não é
obrigado a requerer a aposentadoria compulsória de seu empregado