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Moises Evangelista
moises.evangelista@emersonprocess.com
Emerson Process Management Ltda
Abstract
In the last years, we have being involved in projects, construction and delivering of
many O&G systems, where we were able to take part of the commissioning and start-
up phase. We have noted, the lack of previous involvement of the commissioning team
with other project phases has provoked a lot of mistakes, systems with measurement
errors, lost of time, delays, excess of people working offshore, with big impacts in the
overall project cost. This paper shows some commissioning aspects, mainly the
necessity of early involvement with documentation generation, allowing the
conditioning work, which having been well done, will allow a smooth transition from the
construction phase to operation.
Resumo
Acompanhamos nos últimos anos o projeto, construção e entrega de diversos
sistemas de medição de óleo e gás natural, tendo sido possível acompanhar a
realização dos seus comissionamentos e partidas. Observamos que a falta de
entrosamento das equipes de comissionamento com as fases preliminares dos
projetos provocam erros no desempenho dos sistemas e grande perda de tempo, com
prejuízo de vagas e custo de produção, em instalações offshore. Este artigo aborda
os aspectos do comissionamento e a necessidade de envolvimento dessas equipes
desde a geração dos primeiros documentos do sistema até a partida, minimizando
assim as dificuldades, evitando que o projeto seja uma fonte ininterrupta de não
conformidades.
A tradicional frase “o que não se mede, não se controla”, sempre foi uma realidade
em todas indústrias de processo, e não deixaria de ser também na indústria de
petróleo e derivados. Para tanto muito já foi empregado e se emprega em recursos
humanos e tecnológicos, em busca da medição confiável. Nos últimos anos, em
função da regulamentação específica definida pela Agência Nacional de Petróleo
(ANP) em conjunto com o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial (INMETRO), denominada portaria conjunta n° 001, tivemos um crescente
interesse nos projetos de medição de óleo e gás natural. Em que pese, ser essa
legislação, com efeitos limitados à Exploração & Produção de Óleo e Gás, o que
observamos é a extensão dos seus requisitos aos órgãos de transporte e distribuição
de derivados de petróleo em todo o país.
É muito comum que a execução do comissionamento seja deixada para uma equipe
que não esteve envolvida com o projeto básico do sistema de medição. Tantas
pequenas empresas sobrevivem no mercado fornecendo mão-de-obra para a
realização desses serviços. E o que temos encontrado na maioria dos projetos?
Equipes muitas vezes com pessoal bem qualificado, mas que não consegue partir um
sistema de medição porque não há informações suficientes ou ainda porque os
equipamentos fornecidos não são totalmente compatíveis com as realidades das
condições de operação.
Vale ressaltar que o sistema de medição deve ser encarado como uma caixa
registradora e se aplicado de forma correta e consciente gera uma série de
informações importantíssimas, sendo a principal delas a determinação do grau de
exposição ao risco do negócio. Convivermos, por exemplo, com um erro de medição
de 1,5% em gás, pode ser bastante desconfortável se considerarmos alguns
resultados financeiros. Verificando a produção de gás natural na Bacia de Campos no
estado do Rio de Janeiro, tivemos o valor médio mensal de 19,94350 Mm3/d1.
Considerando o custo de US 3,91 MMBTU de gás2, e uma taxa de conversão do
poder calorífico de 1000 BTU/ft3, teremos uma exposição ao risco da ordem de US$
15.077.055 por ano.
Pior do que se operar com tamanho risco é não termos absoluta certeza de que a
faixa de 1,5% está sendo realmente obtida. Nesse caso, o risco pode sair do controle
e as perdas podem se tornar muito significativas, seja para o próprio explorador da
concessão em seus controles operacionais ou na conta do governo, com o
recebimento de royalties não condizentes com a realidade da produção.
2 ENGENHARIA DE COMISSIONAMENTO
http://www2.petrobras.com.br/ri/port/DestaquesOperacionais/GasEnergia/Precos.asp
Figura n° 1: Modelo para engenharia de comissionamento desenvolvido pela Petrobras
O que faz dos sistemas de medição de óleo e gás natural um forte candidato ao uso
das modernas ferramentas de comissionamento? Por que é necessário o
envolvimento antecipado das equipes de comissionamento dentro do projeto?
A tabela abaixo mostra uma boa relação dos parâmetros principais a serem
especificados num computador de vazão de gás e a origem desses dados para a
equipe de comissionamento:
Quantas vezes nos deparamos no campo com faixas calibradas incompatíveis com os
dados de processo atualizados? Quantas vezes encontramos termoelementos
especificados de forma não adequada e produzindo leituras irreais?
4 CONCLUSÃO
Muitos dos tópicos abordados nesse artigo poderiam ser considerados como
presentes, ou mesmo numa zona de interface, nas etapas dos projetos detalhado e
de medição. Mesmo outras áreas podem ter suas zonas de interferência com o
comissionamento. Mas é exatamente essas zonas de interferências, que justificam a
inclusão das equipes de comissionamento desde o início do projeto básico até a
partida de um sistema de medição.
O comissionamento não pode ser mais encarado simplesmente como “um serviço”,
mas deve ser considerado “uma disciplina” dentro do projeto.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Moises Evangelista
Emerson Process Management Ltda
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