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LEGISLAÇÃO ADUANEIRA – RFB/2013

PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

AULA DEMONSTRATIVA

APRESENTAÇÃO PESSOAL ........................................................................ 1


PROPOSTA DO CURSO ............................................................................. 4
1. JURISDIÇÃO ADUANEIRA ....................................................................10
1.1. TERRITÓRIO ADUANEIRO .................................................................12
1.2. PORTOS, AEROPORTOS E PONTOS DE FRONTEIRA ALFANDEGADOS ......13
1.2.1. ALFANDEGAMENTO .......................................................................18
1.3. RECINTOS ALFANDEGADOS ..............................................................20
1.3.1. PORTOS SECOS ............................................................................21
1.3.2. CENTRO LOGÍSTICO E INDUSTRIAL ADUANEIRO (CLIA) ....................23
1.4. ADMINISTRAÇÃO ADUANEIRA ...........................................................27
2. CONTROLE ADUANEIRO DE VEÍCULOS ..................................................37
RESUMINHO ..........................................................................................58
QUESTÕES ANALISADAS NESTA AULA ......................................................60

Olá, pessoal.
Vamos começar a estudar Legislação Aduaneira para o próximo concurso
de seleção de novos Auditores Fiscais e Analistas Tributários da Receita Federal
do Brasil (AFRFB e ATRFB)? Será que vale a pena, já que não há data definida
para o próximo concurso e nem a certeza das matérias que serão cobradas nas
provas? Antes de tentarmos responder às questões, vamos nos apresentar.

Apresentação Pessoal

Somos Luiz Roberto Missagia e Rodrigo Luz, Auditores-Fiscais da Receita


Federal.
Eu, Luiz Missagia, fui aprovado no concurso de 1996. Comecei a
trabalhar na DRF Rio Grande (RS), em dezembro de 1997. Lá atuei no
despacho aduaneiro (veremos aqui o que é), fiz visita aduaneira a navios e
atuei no setor de processos aduaneiros gerais, onde chegava tudo aquilo que
foge da rotina. Nestes casos, você tem que se virar para dar uma solução, seja
autuando seja liberando. Foi um grande aprendizado na área aduaneira.
Em 1999 fui para Vitória, mais especificamente na Alfândega da RFB do
Porto de Vitória (ES), onde estou até hoje. Já atuei no porto seco, onde se faz
despacho de importação, de exportação e trânsito aduaneiro. Lá trabalhei com
regimes especiais, bagagem desacompanhada e, principalmente, aplicação de

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penalidades. Fui supervisor por lá, e depois chefiei o Serviço de Despacho


Aduaneiro (SEDAD). Já participei de algumas dessas “operações especiais”, em
conjunto com a Polícia Federal, que às vezes saem na mídia, onde buscamos
documentos que comprovem fraudes tributárias nos estabelecimentos das
empresas importadoras ou até mesmo nas residências dos sócios.
Como professor de cursos preparatórios para concursos, atuo desde
1999, nas disciplinas de contabilidade e aduana. Além do Manual de
Contabilidade, escrevi, em conjunto com o também auditor e professor
Francisco Velter livros de Contabilidade Avançada, Auditoria e Matemática
Financeira, todos pela Editora Elsevier, atualizados conforme o edital da
Receita de 2012. No Ponto dos Concursos estou desde a sua formação. Em
conjunto com o Rodrigo Luz, escrevo cursos on-line no Ponto na área
aduaneira desde 2005. Na área aduaneira, além de ministrar alguns cursos
internos na Receita Federal, participei, desde 2004, como instrutor da Esaf dos
cursos de formação (2ª Etapa) e treinamento no local de trabalho (3ª etapa).
Por fim, também tenho participado de outros trabalhos interessantes na
Receita Federal, como Revisão Final do texto do Regulamento Aduaneiro de
2009 (Decreto 6.759/2009, base para a Legislação Aduaneira), Projeto
Manuais de Despacho Aduaneiro, e “Operação Especial Rio +20”, esta última
bem interessante, para receber as Delegações Oficiais com os Chefes de
Estado na Base Aérea do Galeão, e desembaraçar os equipamentos, bagagem
da comitiva e armas dos seguranças oficiais.

Eu, Rodrigo Luz, fui aprovado no concurso de setembro de 1994. Assim


que entrei na RFB, fui trabalhar no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. Por
pouco mais de dois anos, vivi a experiência do trabalho de fiscalização na zona
primária (você vai aqui aprender que a zona primária engloba os portos,
aeroportos e pontos de fronteiras alfandegados, ao passo que a zona
secundária engloba o resto do território brasileiro).
Desde 1997, trabalho na Inspetoria da Receita Federal no Rio de Janeiro
(IRF/RJ) cobrindo todo o município do Rio, fiscalizando não diretamente as
importações e exportações realizadas a cada dia, mas os importadores e
exportadores em seus respectivos estabelecimentos. Fui Chefe do Serviço de
Controle Aduaneiro e do Serviço de Tecnologia, Chefe-Substituto do Serviço de
Fiscalização e do Serviço de Programação e Seleção para Fiscalização.
Atualmente, atuo “na rua”, fiscalizando as empresas em seus
estabelecimentos. Na zona secundária, além de termos que conhecer a fundo a
Legislação Aduaneira, temos que estar sempre afiados com as novas normas
de Contabilidade.
Na fiscalização de zona secundária, o AFRFB revisa (ou pode revisar) o
conjunto de todas as importações e exportações realizadas nos últimos cinco
anos, assim como fiscaliza se os produtos importados com isenção tributária
continuam na mão do importador (isto evita a fraude de uma isenção ser
obtida por uma pessoa para uso de outra que não teria tal benefício). Entre
muitas outras coisas, também fiscalizamos se os regimes aduaneiros especiais

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concedidos ao importador/exportador, como o drawback ou a admissão


temporária, estão sendo cumpridos à risca (vamos estudar tais regimes aqui).
Depois de ter entrado na RFB, resolvi realizar um outro sonho, levantar
as mangas e pegar o giz (naquele tempo, os quadros das salas de aula ainda
eram negros. rsrs). Comecei em 1998 a dar aulas de Comércio Internacional,
Legislação Aduaneira e Relações Econômicas Internacionais para o concurso da
RFB daquele ano. Já são quinze anos de aulas, incluindo as ministradas nos
cursos de formação da Esaf para os candidatos classificados nos concursos
para AFRFB e para ATRFB em 2003, 2005 e 2009.
Por fim, depois de alguns anos em sala de aula, vi que era importante
(talvez essencial) cursar a graduação em Direito, que foi concluída em 2004.
Em 2005, comecei a lecionar também Direito Internacional Público e lancei
meus dois primeiros livros: “Comércio Internacional e Legislação Aduaneira” e
“Relações Econômicas Internacionais”. Em 2009, escrevi “Comércio
Internacional – Questões Comentadas”, sempre pela Editora Elsevier.

Por que novos concursos da RFB não podem demorar a acontecer?

Nos últimos cinco anos, aposentaram-se uns 30% da mão de obra da


Receita Federal. E já há estudos de que outros 40% têm as condições
necessárias para seguirem pelo mesmo caminho. Nas unidades aduaneiras em
que trabalhamos (Porto de Vitória e IRF/RJ), aquilo que antes era realizado
por, digamos, 100 pessoas agora o está sendo por 70 e, como disse, já já o
trabalho vai acumular nas mãos de apenas 30 ou 40. O déficit de AFRFB é
enorme e o de ATRFB, absurdamente enorme (rsrs). Quando chega um novo
Auditor ou Analista na nossa unidade, ele é quase disputado a tapa.
Com tamanho déficit, há movimentação na RFB para que volte a haver
regularidade na realização dos concursos. De 1989 a 2005, foram realizados
11 concursos para AFRFB e ATRFB (1989, 1991, 1994/1, 1994/2, 1996, 1998,
2000, 2002/1, 2002/2, 2003, 2005). Depois, com a intensa negociação para a
criação da “Super Receita”, agregando a fiscalização e cobrança das
contribuições previdenciárias, aliada ao prazo necessário para a acomodação
da nova estrutura, às negociações acerca da criação da previdência
complementar para o servidor público e à crise econômica mundial, os
concursos ficaram espaçados, o que provocou a atual escassez de mão de
obra. Nos últimos sete anos, houve apenas três concursos (2005, 2009 e
2012). E esse último foi muito aquém das necessidades da administração.
Para um órgão estratégico como a RFB, não se pode deixar que uma
geração se aposente sem transmitir seus conhecimentos para aqueles que
ingressam. Um lapso de tempo grande pode gerar perdas significativas para o
funcionamento da administração tributária e aduaneira federal. Isso responde
à primeira pergunta feita no início do texto. A realização de novos concursos
não é apenas desejada, mas “quase” obrigatória.
Não posso deixar de mencionar também a iminente criação de vários
Centros Logísticos e Industriais Aduaneiros (CLIA) e o projeto “Porto 24

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horas”, que estudaremos na aula de hoje. Estas duas novidades surgidas na


legislação em 2013 vão também pressionar a realização de concursos.
Em relação à segunda pergunta: vale a pena estudar Legislação
Aduaneira sem termos certeza se será cobrada no próximo concurso? Bem, o
fato é que a Legislação Aduaneira é a principal disciplina para aqueles que
entram na RFB. Isso porque a maioria absoluta das vagas costuma ser em
fronteiras, em decorrência da remoção dos servidores que entraram na RFB
nos concursos anteriores. Como as fronteiras não costumam ser locais de
trabalho muito desejados, o normal é que os que lá estão façam o movimento
de se mudarem para suas cidades de origem, seja nas capitais, seja nas
cidades do interior. Por isso, a chance de você trabalhar com a legislação
aduaneira, pelo menos no seu início de carreira, é enooooooorme.
Há ainda um segundo motivo para termos a “quase” certeza de que a
Legislação Aduaneira estará no próximo edital: no concurso mais recente
(2012) não houve o curso de formação, algo que existiu desde sempre. Logo,
se a chance de você trabalhar com a legislação aduaneira é enorme e se você
não vai ter a chance de estudá-la em um curso de formação, então vão ter que
te exigir o conhecimento da matéria já na primeira fase do concurso. Enfim,
espero ter te convencido da importância da matéria... rsrs

Proposta do Curso

Em 2012, aconteceu aquilo que ninguém esperava: a volta da Legislação


Aduaneira. Mas, na verdade, não foi bem uma volta já que entrou muito mais
coisa do que se pedia no passado. Vamos ver inicialmente o conteúdo sobre o
qual nós vamos nos debruçar neste curso.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DE LEGISLAÇÃO ADUANEIRA - AFRFB

1. Jurisdição Aduaneira. 1.1. Território Aduaneiro. 1.2. Portos, Aeroportos e


Pontos de Fronteira Alfandegados. 1.2.1. Alfandegamento. 1.3. Recintos
Alfandegados. 1.4. Administração Aduaneira.
2. Controle Aduaneiro de Veículos.
3. Tributos Incidentes sobre o Comércio Exterior. 3.1. Regramento
Constitucional e Legislação Específica. 3.2. Produtos, Bens e Mercadorias. 3.3.
Produtos Estrangeiros, Produtos Nacionais, Nacionalizados e
Desnacionalizados.
4. Imposto de Importação. 4.1. Sujeitos Ativo e Passivo. 4.2. Incidência. 4.3.
Fato Gerador. 4.4. Base de Cálculo. 4.5. Alíquotas. 4.6. Tributação de
Mercadorias não Identificadas. 4.7. Regime de Tributação Simplificada. 4.8.
Regime de Tributação Especial. 4.9. Regime de Tributação Unificada. 4.10.
Pagamento do Imposto. 4.11. Isenções e Reduções do Imposto de Importação.
4.12. Imunidades do Imposto de Importação e Controle exercido pela

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Secretaria da Receita Federal do Brasil. 4.13. Reimportação. 4.14.


Similaridade.
5. Imposto de Exportação. 5.1. Sujeitos Ativo e Passivo. 5.2. Incidência. 5.3.
Fato Gerador. 5.4. Base de Cálculo. 5.5. Alíquotas. 5.6. Pagamento.
6. Imposto Sobre Produtos Industrializados vinculado à Importação. 6.1.
Sujeitos Ativo e Passivo. 6.2. Incidência e Fato Gerador. 6.3. Base de Cálculo.
6.4. Isenções. 6.5. Imunidades. 6.6. Suspensão do Pagamento do Imposto.
7. Contribuição para o PIS/PASEP Importação e COFINS Importação. 7.1.
Sujeitos Ativo e Passivo. 7.2. Incidência e Fato Gerador. 7.3. Base de Cálculo.
7.4. Isenções. 7.5. Suspensão do Pagamento. 7.6. Redução de Alíquotas
(Programas Específicos e seu Regramento).
8. Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre
Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de
Comunicação vinculado à Importação. 8.1. Sujeitos Ativo e Passivo. 8.2. Fato
Gerador. 8.3 Alíquotas. 8.4. Isenções e Imunidades. 8.5. Pagamento do
Imposto e Controle pela Secretaria da Receita Federal do Brasil.
9. Procedimentos Gerais de Importação e de Exportação. 9.1. Atividades
Relacionadas aos Serviços Aduaneiros. 9.2. Despacho Aduaneiro de
Importação e Despacho Aduaneiro de Exportação. 9.2.1. Disposições Gerais.
9.2.2. Modalidades. 9.2.3. Documentos que os Instruem. 9.2.4. Casos
Especiais de Importação e de Exportação Previstos na Legislação. 9.3. Espécies
de Declaração de Importação e de Declaração de Exportação. 9.4. Declaração
de Importação. 9.5. Conferência e Desembaraço na Importação e na
Exportação. 9.6. Cancelamento da Declaração de Importação e da Declaração
de Exportação. 9.7. Lançamento dos Impostos Incidentes sobre a Importação.
10. Regimes Aduaneiros Especiais e Regimes Aduaneiros aplicados em Áreas
Especiais. 10.1. Disposições Gerais e Específicas de cada Regime e de cada
Área.
11. Bagagem e Regime Aduaneiro de Bagagem no MERCOSUL.
12. Mercadoria Abandonada.
13. Mercadoria Avariada e Extraviada. 13.1. Definição. 13.2. Vistoria
Aduaneira.
14. Termo de Responsabilidade.
15. Infrações e Penalidades previstas na Legislação Aduaneira.
16. Pena de Perdimento. 16.1. Natureza Jurídica. 16.2. Hipóteses de Aplicação.
16.3. Limites. 16.4. Processo/Procedimento de Perdimento. 16.5. Processo de
Aplicação de Penalidades pelo Transporte Rodoviário de Mercadoria Sujeita a
Pena de Perdimento.
17. Aplicação de Multas na Importação e na Exportação.
18. Intervenientes nas Operações de Comércio Exterior.
19. Sanções Administrativas a que estão sujeitos os Intervenientes nas
Operações de Comércio Exterior e o Processo de sua Aplicação.
20. Representação Fiscal para Fins Penais.
21. Procedimentos Especiais de Controle Aduaneiro.
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22. Destinação de Mercadorias.


23. Subfaturamento e Retenção de Mercadorias.
24. Valoração Aduaneira. Legislação Aduaneira aplicável ao MERCOSUL.
25. Internalização da Legislação Aduaneira Aplicável ao MERCOSUL.
26. Disposições Constitucionais Relativas à Administração e Controle sobre
Comércio Exterior.
27. Contrabando, Descaminho e Princípio da Insignificância.
28. SISCOSERV (Lei nº 12.546, de 14 de dezembro de 2011, e Legislação
Infralegal).

Observação 1: para ATRFB, o conteúdo programático é


praticamente igual, tirando-se alguns pontos muito específicos.
Não constam para ATRFB os tópicos 20, 25 e 27 do edital de
AFRFB. Além disso, também não constam os seguintes subtópicos:
4.6, 4.11, 4.13, 4.14, 6.4, 6.6, 7.4, 7.5, 7.6 (substituído por
“Alíquotas”) e 9.7 (substituído por “Siscomex”). Como são coisas
bem pequenas, resolvemos deixar tudo no curso, apenas
chamando a atenção quando o item servir apenas para AFRFB.
Observação 2: incluímos no curso também os tópicos 10 e 11 do
edital de Comércio Internacional para AFRFB (“Exportações” e
“Importações”).

Podemos ver que o conteúdo é bem grande. No entanto, como temos


feito há muito tempo, daremos a matéria “maceteada” para você.
Talvez você saiba que a Legislação Aduaneira foi pedida desde o início
dos concursos para a RFB. Quando nós começamos a estudar para o concurso
da RFB, lá em 1993, pegávamos as provas mais antigas (1985, 1989 e 1991) e
víamos tão somente questões de Legislação Aduaneira, não de Comércio
Internacional. Além da Legislação, estudávamos IPI, Imposto de Renda, os
vários ramos do Direito e muitas outras matérias.
A partir de 2005, a Legislação Aduaneira deixou de cair (na verdade,
restou apenas a cobrança de valoração e classificação aduaneiras). E agora
entrou muito mais do que era cobrado antes. Por quê?
Muito provavelmente porque, como disse, o edital não previu um curso
de formação. Como a legislação que os futuros AFRFB e ATRFB irão aplicar no
seu dia a dia não seria mais ensinada no curso de formação, resolveram trazer
as matérias para a 1ª etapa do concurso. Veja que até os casos de
“cancelamento de declaração de importação e de exportação”, coisas
totalmente operacionais, foram incluídos no conteúdo programático.
Este nosso curso estará totalmente atualizado com o Decreto 8.010, de
16 de maio de 2013, que deu uma supermexida no Regulamento Aduaneiro
(Decreto 6.759/2009). Foram mais de 120 (cento e vinte) artigos alterados,
revogados ou incluídos.

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Também vão entrar neste curso as alterações promovidas pelas Medidas


Provisórias (MP) 595, de 6 de dezembro de 2012 (já aprovada pelo Congresso
Nacional, mas ainda não sancionada até este dia em que escrevo) e 612, de 2
de abril de 2013 (ainda sob análise do Congresso). Como o prazo para a
aprovação da MP 612/2013 termina antes do fim do nosso curso, traremos
para cá todas as alterações que porventura venham a ser feitas pelo
Congresso Nacional.

A programação

O curso está programado para 14 (doze) aulas, contando com esta.


Algumas serão escritas por mim, Rodrigo Luz, outras, pelo Missagia. O
candidato terá ainda o fórum para solução de dúvidas. Cada professor vai
responder às questões de suas próprias aulas.
Como sempre fazemos em nossos cursos, em cada aula apresentaremos
exercícios de provas anteriores. Também apresentaremos questões inéditas,
todas no estilo Esaf, com cinco assertivas, e com semelhança na forma de
cobrança. Serão no total cerca de 400 questões comentadas, um pouco
mais ou um pouco menos.

Aula Tópicos do Edital Prof.


00 1. Jurisdição Aduaneira. Rodrigo Luz
2. Controle Aduaneiro de Veículos.
01 3. Tributos Incidentes sobre o Comércio Exterior. Rodrigo Luz
4. Imposto de Importação.
02 5. Imposto de Exportação. Rodrigo Luz
6. Imposto Sobre Produtos Industrializados vinculado à
Importação.
7. Contribuição para o PIS/PASEP Importação e
COFINS Importação.
8. Imposto sobre Operações relativas à Circulação de
Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de
Transporte Interestadual e Intermunicipal e de
Comunicação vinculado à Importação.

Do edital de Comércio Internacional (somente AFRFB)


10. Exportações.
11. Importações.
03 24. Valoração Aduaneira. Legislação Aduaneira Missagia
aplicável ao Mercosul.
25. Internalização da Legislação Aduaneira aplicável ao
Mercosul.
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04 9. Procedimentos Gerais de Importação e de Missagia


Exportação
(PARTE I – Importação)

13. Mercadoria Avariada e Extraviada.


05 9. Procedimentos Gerais de Importação e de Missagia
Exportação.
(PARTE II – Exportação)
06 10. Regimes Aduaneiros Especiais e Regimes Missagia
Aduaneiros aplicados em Áreas Especiais.
(PARTE I)
07 10. Regimes Aduaneiros Especiais e Regimes Missagia
Aduaneiros aplicados em Áreas Especiais.
(PARTE II)
08 10. Regimes Aduaneiros Especiais e Regimes Rodrigo Luz
Aduaneiros aplicados em Áreas Especiais.
(PARTE III)

14. Termo de Responsabilidade.

09 11. Bagagem e Regime Aduaneiro de Bagagem no Rodrigo Luz


MERCOSUL.

10 26. Disposições Constitucionais Relativas à Missagia


Administração e Controle sobre Comércio Exterior.
12. Mercadoria Abandonada.
15. Infrações e Penalidades previstas na Legislação
Aduaneira.
17. Aplicação de Multas na Importação e na
Exportação.
16. Pena de Perdimento.
16.1. Natureza Jurídica. 16.2. Hipóteses de Aplicação.
16.3. Limites. 16.4. Processo/Procedimento de
Perdimento. 16.5. Processo de Aplicação de
Penalidades pelo Transporte Rodoviário de Mercadoria
Sujeita a Pena de Perdimento.
18. Intervenientes nas Operações de Comércio
Exterior. 9.1. Atividades Relacionadas aos Serviços
Aduaneiros.
19. Sanções Administrativas a que estão sujeitos os
Intervenientes nas Operações de Comércio Exterior e o
Processo de sua Aplicação.
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21. Procedimentos Especiais de Controle Aduaneiro.


23. Subfaturamento e Retenção de Mercadorias.
22. Destinação de Mercadorias.
27. Contrabando, Descaminho e Princípio da
Insignificância. (somente AFRFB)
20. Representação Fiscal para Fins Penais. (somente
AFRFB)

11 28. SISCOSERV Rodrigo Luz

12 Resumão Ambos
13 Simulado Ambos

Sobre livros

Mesmo com o nosso compromisso de cuidar de toda a matéria nos cursos


online que ministramos, alguns alunos sempre nos pedem para indicar livros.
Então eu vou logo me antecipar às perguntas e sugerir meu livro “Comércio
Internacional e Legislação Aduaneira”. Cerca de 80%-85% do conteúdo de
Legislação Aduaneira são nele tratados (para a 6ª edição, que está sendo
trabalhada, pretendo que a cobertura do livro seja de 100% da matéria). Se
alguém quiser pegar um Regulamento anotado, o melhor livro que há no
mercado é “Anotações ao Regulamento Aduaneiro”, organizado por Rosaldo
Trevisan.
Vamos combinar uma coisa? No curso online de Direito Constitucional
você fica com a Constituição a tiracolo, né? Então, em Legislação Aduaneira, se
você estiver lendo esta aula no computador, seria legal acompanhar com o
Regulamento Aduaneiro aberto na outra janela. Pode ser?
Meu caro, perceba uma coisa: o edital trouxe os títulos dos capítulos e
seções do Regulamento Aduaneiro. Logo, em tese, qualquer um dos artigos do
Regulamento poderá cair na sua prova. Não há condições humanas para nós
fazermos comentários sobre todos os artigos do Regulamento, assim como não
haveria condições para você ler tudo que nós teríamos escrito. Por isso, neste
curso tentaremos apenas pontuar aquilo que consideramos mais importante
da legislação aduaneira, cuja base é o Regulamento Aduaneiro. Eu sugiro que
você dê uma lida em todos os artigos relativos aos tópicos do edital. Por isso,
para cada tópico, indicaremos precisamente os artigos abrangidos pelo tópico
do edital, mas só vamos explicar os mais prováveis de cair.
Chega de papo! Vamos estudar.

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1. JURISDIÇÃO ADUANEIRA

A jurisdição aduaneira é o “Título 1” do Regulamento Aduaneiro (RA).


Todo este primeiro tópico é tratado nos artigos 2º a 25 do RA.
Lá no Direito, a gente vê que a definição de jurisdição é: “poder de
alguém conhecer os conflitos e os resolver”. No entanto, quando se trata de
jurisdição aduaneira, não se faz uso deste conceito, que é mais voltado à
matéria judicial, pois implica “resolver conflitos”. A aduana não resolve, mas
autua.
A jurisdição aduaneira significa então o poder conferido à aduana para
que realize a fiscalização relativa às operações de comércio exterior. Tal
fiscalização acontece em todo o território nacional. Afinal, as mercadorias
importadas não devem ser objeto de atenção apenas no porto ou no
aeroporto, por exemplo, mas em todo o território nacional. Imagine você se o
controle da aduana fosse apenas nos portos, aeroportos e pontos de fronteira.
O que aconteceria com as mercadorias contrabandeadas? Como não passariam
por aquelas unidades, elas não se sujeitariam a nenhuma fiscalização? Quer
dizer: entrou, está liberada? rsrs Claro que não, né?
Por isso, o artigo 3o do Regulamento Aduaneiro dispõe:

“A jurisdição dos serviços aduaneiros estende-se por todo o


território aduaneiro e abrange: (...)”

“Mas, Rodrigo, eu estudei 'território nacional', não 'território aduaneiro'.


Que negócio é esse aí?”
Meu caro, concorda comigo que o controle da aduana (controle
aduaneiro) nos portos e aeroportos deve ser muito mais intenso do que no
interior do país? Por isso, resolveram dividir o território em duas “partes”: a
zona primária e a zona secundária. Só que aí pensaram: “antes de quebrarmos
o território em dois, será bom fazer um copiar-colar nele e depois quebrar a
cópia.”
“O quê???? Copiar-colar?????”
Ora, você não acha que dá para mexer num conceito constitucional, né?
Então para particionar o território em dois, não dava para o decreto
presidencial dispor: “o território nacional é dividido em zona primária e
secundária.” Quem é esse tal de decreto, querendo mexer numa definição
constitucional?
Por isso, criaram um novo conceito: território aduaneiro. E só depois,
no artigo 3º, é que fizeram a divisão do território, não do território nacional
(definido na CF/1988), mas do novíssimo “território aduaneiro”.
Art. 2o O território aduaneiro compreende todo o território
nacional.

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Antes, porém, de olharmos o artigo 3º e vermos como ficou particionado


o território aduaneiro, note que a jurisdição dos serviços aduaneiros pode
passar do nosso território!
Art. 3º (...)
§ 5o A jurisdição dos serviços aduaneiros estende-se ainda às
Áreas de Controle Integrado criadas em regiões limítrofes dos
países integrantes do Mercosul com o Brasil.

O que é isso?
No Mercosul, foi celebrado o Acordo de Recife, sendo sua redação dada
pela Decisão do Conselho do Mercado Comum (CMC) 4/2000. Por meio desta
norma, ficou acordado que os países do bloco criariam as chamadas Áreas de
Controle Integrado (ACI). São áreas em que trabalham juntas as autoridades
fiscais, sanitárias, de imigração e de transporte dos dois países vizinhos, o que
facilita a vida de quem está passando para lá ou para cá. Para cada ACI,
define-se se a fiscalização será simultânea por parte das autoridades dos dois
países. Em caso negativo, primeiro atuam as autoridades do país de saída e,
depois, as autoridades do país de entrada.
Se você consultar o link abaixo, vai ver que o Brasil participa de um
monte de ACI, inclusive com a Bolívia, que foi incluída posteriormente nessa
sistemática.
http://www4.receita.fazenda.gov.br/acipub/

Dependendo da ACI, ela estará instalada do lado de cá ou do lado de lá


da fronteira. Será um único local físico. Se a ACI estiver do lado de lá da
fronteira, o AFRFB e as demais autoridades brasileiras estarão atuando em
território estrangeiro. Por este motivo, o § 5º dispôs que a jurisdição fica
estendida para tal local no exterior.

Guarde isso! Em função das Áreas de Controle


Integrado, pode-se dizer que a aduana
brasileira possui jurisdição mesmo
fora do nosso território!
Não confunda! A instalação de uma ACI em solo
paraguaio não implica a extensão do
nosso território aduaneiro. O território
aduaneiro brasileiro continua sendo
somente o território nacional. Nós
não anexamos nenhuma porção do
território paraguaio. Foi aumentada
apenas a jurisdição aduaneira, isto
é, o nosso poder de fiscalização
passou a alcançar um local dentro do
território estrangeiro.

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1.1. Território Aduaneiro

Depois de copiar-colar, puderam escrever no artigo 3o:


“A jurisdição dos serviços aduaneiros estende-se por todo o
território aduaneiro e abrange:
I - a zona primária, constituída pelas seguintes áreas demarcadas
pela autoridade aduaneira local:
a) a área terrestre ou aquática, contínua ou descontínua, nos
portos alfandegados;
b) a área terrestre, nos aeroportos alfandegados; e
c) a área terrestre, que compreende os pontos de fronteira
alfandegados; e
II - a zona secundária, que compreende a parte restante do
território aduaneiro, nela incluídas as águas territoriais e o espaço
aéreo.”

1) O território aduaneiro compreende


Guarde isso! todo o território nacional e se divide em
zona primária e zona secundária.
É básico!
2) A zona primária engloba os portos,
aeroportos e pontos de fronteira
alfandegados.

Ora, por que particionar o território em duas partes? Para criar regras
específicas para cada uma delas. Óbvio que as regras na zona primária são
muito mais rigorosas do que as regras da zona secundária.
A zona primária engloba os portos, aeroportos e pontos de fronteira
alfandegados. Ela tem esse nome porque é o primeiro ponto do território
aduaneiro “tocado” pelas mercadorias, pessoas e veículos, como vemos no
artigo 8o do RA:
Art. 8o Somente nos portos, aeroportos e pontos de fronteira
alfandegados poderá efetuar-se a entrada ou a saída de
mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas. (nova
redação dada pelo Decreto 8.010/2013)
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:
I - à importação e à exportação de mercadorias conduzidas por
linhas de transmissão ou por dutos, ligados ao exterior, observadas
as regras de controle estabelecidas pela Secretaria da Receita
Federal do Brasil; e
II - a outros casos estabelecidos em ato normativo da Secretaria
da Receita Federal do Brasil.

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Observação: a zona primária também tem a característica de ser o


ponto de saída do país.

A única exceção expressamente prevista no Regulamento em relação à


entrada e à saída de bens pela zona primária se refere, por exemplo, ao gás
boliviano trazido pelo gasoduto Brasil-Bolívia e à energia elétrica produzida do
lado paraguaio da usina de Itaipu. Tais bens entram no Brasil,
respectivamente, por meio de dutos e linhas de transmissão, não sendo
descarregados na zona primária para fins de conferência. Isso não quer dizer
que tais bens não sejam conferidos, mas o são por meio de controles
específicos definidos pela Receita Federal e que não nos interessam aqui neste
curso. Tal exceção de entrada é coberta pelo inciso I anterior. Além dela, há
duas outras aberturas genéricas previstas no Regulamento.
Em primeiro lugar, por meio do Decreto 8.010/2013, que incluiu o inciso
II no artigo 8º transcrito, o Secretário da Receita Federal passou a ter o
direito de publicar atos normativos para indicar outras situações em que a
entrada poderá ser por zona secundária.
Em segundo lugar, pelo artigo 26, § 2º (que veremos adiante), permite-
se que o titular da unidade aduaneira jurisdicionante autorize, em casos
justificados, que a entrada de veículos se dê pela zona secundária. Por
exemplo, se houver necessidade de um avião procedente do exterior fazer um
pouso de emergência no estado do Rio de Janeiro, o titular da Inspetoria da
Receita Federal no Rio de Janeiro poderá autorizar tal pouso no aeroporto mais
acessível, independentemente de ser alfandegado ou não. É uma permissão
óbvia. E claro que, se o veículo está entrando pela zona secundária, as
mercadorias trazidas por ele também o estarão.

Podemos afirmar que todos os aeroportos, portos e fronteiras fazem


parte da zona primária? De jeito nenhum. Por exemplo, o Aeroporto Santos
Dumont, no Rio de Janeiro, não é alfandegado, pois opera apenas com voos
domésticos.
Uma assertiva da Esaf poderia ser, por exemplo: “Os aeroportos fazem
parte da zona primária.” Isto está INCORRETO. Nem todo aeroporto faz parte
da zona primária, mas só os alfandegados.
Da mesma forma, existem portos e pontos de fronteira não
alfandegados.

1.2. Portos, Aeroportos e Pontos de Fronteira Alfandegados

Esse Word é bem bobão mesmo. Eu escrevo “alfandegado” e ele fica


dizendo que desconhece a palavra... rs
Quem decide que aeroportos, portos e pontos de fronteiras serão
alfandegados?
Acertou. O seu futuro órgão: a Receita Federal. Como é ela que realiza
as atividades de administração aduaneira, ela define as unidades que serão
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contempladas com todo o aparato alfandegário. Às vezes, o alfandegamento é


apenas temporário. Veja o caso, por exemplo, da Rio+20, em 2012, em que
trabalhamos até quase tirarem o nosso couro (rs). Aqui no Rio, a Base Aérea
de Santa Cruz foi alfandegada temporariamente para a chegada das cerca de
150 delegações estrangeiras. Nós, da IRF-RJ, fomos convocados a ir para
Santa Cruz receber autoridades do mundo inteiro, enquanto o pessoal do
Galeão recebia outro tantão de gente.
Veja aqui o alfandegamento a título precário:
www.lex.com.br/legis_23451102_ATO_DECLARATORIO_EXECUTIVO_N_1
43_DE_13_DE_JUNHO_DE_2012.aspx

Era necessário alfandegar por quê? Para que fosse permitida a entrada
de bens, veículos e pessoas procedentes do exterior ou a ele destinadas. Veja
o artigo 5º. É literal: somente a zona primária está autorizada a receber
“coisas” que vêm do exterior ou que estão indo para lá (é certo que há
exceções, vistas na página anterior).
Art. 5º Os portos, aeroportos e pontos de fronteira serão
alfandegados por ato declaratório da autoridade aduaneira
competente, para que neles possam, sob controle aduaneiro:
I – estacionar ou transitar veículos procedentes do exterior ou a
ele destinados;
II – ser efetuadas operações de carga, descarga, armazenagem ou
passagem de mercadorias procedentes do exterior ou a ele
destinadas;
III – embarcar, desembarcar ou transitar viajantes procedentes
do exterior ou a ele destinados.

Veja só o seguinte: a entrada tem que ser pela zona primária (com
exceções), mas a fiscalização pode ocorrer em outro local, até mesmo no
estabelecimento do importador. Já perdi a conta de quantas vezes eu conferi
carga no estabelecimento do importador. Para que fosse confirmada a
classificação do bem, permitíamos a saída, sob controle aduaneiro, e a
montagem do bem pelo importador (imagine a quantidade de peças e partes
de uma turbina e de um gerador importados para a instalação de uma usina
termelétrica). Nestes casos, permitimos que a mercadoria saia e, depois,
acompanhamos a montagem, não pessoalmente, mas por meio de perito
credenciada por nós. Ao final da montagem, o laudo emitido pelo perito
contém as fotos de tudo que você possa imaginar, evidenciando todo o
processo de montagem. A partir dele, podemos concluir se a classificação
utilizada pelo importador foi a correta. Enfim, pode-se verificar o bem no
estabelecimento do importador, mas ele deverá ter entrado no país pela zona
primária.

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Na parte inicial do Regulamento Aduaneiro, constam ainda informações


acerca de duas outras “zonas” (ô nome feio rs): a “zona de processamento de
exportações” e a “zona de vigilância aduaneira”:
Art. 3º (...)
§ 1o Para efeito de controle aduaneiro, as zonas de
processamento de exportação, referidas no art. 534,
constituem zona primária.

Art. 4o O Ministro de Estado da Fazenda poderá demarcar, na orla


marítima ou na faixa de fronteira, zonas de vigilância
aduaneira, nas quais a permanência de mercadorias ou a sua
circulação e a de veículos, pessoas ou animais ficarão sujeitas às
exigências fiscais, proibições e restrições que forem
estabelecidas.
§ 3o Compreende-se na zona de vigilância aduaneira a totalidade
do Município atravessado pela linha de demarcação, ainda que
parte dele fique fora da área demarcada.

Pelo amor de Deus, a zona de processamento de exportações (ZPE) e a


zona de vigilância NÃO são zona primária.
Pense na ZPE como uma grande área geográfica delimitada e controlada
pela aduana em que se instalam empresas que se disponham a exportar
muuuito. Conforme a Lei 11.508/2007, as ZPE são criadas em regiões menos
desenvolvidas, “com a finalidade de reduzir desequilíbrios regionais, bem como
fortalecer o balanço de pagamentos e promover a difusão tecnológica e o
desenvolvimento econômico e social do país.”
Observação: O estudo da ZPE será aprofundado na aula 8, pois é
um dos regimes aduaneiros aplicados em áreas especiais. Vemos
aqui apenas a noção geral sobre o regime para que entendamos o
artigo 3, § 1º.

Para o governo, é interessante criar tais polos de exportação, pois sua


política de comércio exterior pode ser mais efetiva ao concentrar muitos
exportadores numa mesma região geográfica. É muito melhor para as decisões
de governo em relação, por exemplo, aos investimentos em estradas, portos e
aeroportos. Além disso, a concentração gera benefícios às próprias empresas
em virtude de poderem concentrar na região mão de obra especializada. Isto
gera externalidades positivas, como, por exemplo, a troca de conhecimento
técnico entre as empresas e até entre os funcionários das diferentes empresas.
Para uma empresa ser autorizada a se instalar numa ZPE e ganhar um
monte de benefícios previstos na lei, é necessário que ela assuma o
compromisso de que suas receitas de exportações sejam de, no mínimo, 80%
da receita total. Já que ela ganha um monte de benefícios tributários, o
governo exige tal contrapartida.
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Veja só: isso aí pode ser chamado de zona primária? Claro que não. Aí
não pousará avião vindo do exterior. Nem aeroporto existe aí dentro. A ZPE é
um distrito industrial, controlado sim pela aduana, pois as indústrias têm que
cumprir seus compromissos.
Se uma assertiva da prova for: “a zona de processamento de
exportações faz parte da zona primária”, já sabemos o que considerar, né?
Afirmativa INCORRETA. Ela só é considerada zona primária “para efeito
de controle aduaneiro” e não para todos os efeitos. O controle aduaneiro será
muito mais rigoroso, mas não se trata de uma unidade de zona primária, nem
podendo entrar ali veículos do exterior.

E a zona de vigilância aduaneira (ZVA)?


Bem, essa aí é criada em orla marítima ou na faixa de fronteira, pois são
locais muito propícios à entrada clandestina de mercadorias. Para aumentar a
vigilância sobre as mercadorias aí encontradas, o Ministro da Fazenda cria a
ZVA e impõe mil e uma restrições para tais bens. Assim é mais fácil evitar a
entrada clandestina. Note que a ZVA pode ser criada com restrições não só
para mercadorias, mas também para pessoas, animais e veículos.
Ela é zona primária? NÃO. Muito pelo contrário, né? A ZVA é para evitar
a entrada de bens. Se fosse zona primária, seria para permitir a entrada.
Como consta no § 3º, a ZVA inclui a totalidade do município onde se
encontra a linha de demarcação, ainda que a ZVA ocupe, por exemplo, apenas
1% do território municipal.

1) A zona primária é composta apenas por


portos, aeroportos e pontos de fronteira
alfandegados.
Guarde isso!
2) As Zonas de Vigilância Aduaneira não fazem
parte da zona primária.
3) Apesar de as Zonas de Processamento de
Exportações não serem zona primária, elas
são assim consideradas exclusivamente “para
efeito de controle aduaneiro”.
4) Como as Áreas de Controle Integrado (ACI)
instaladas em país vizinho não fazem parte do
nosso território aduaneiro, também não cabe
falar que elas são zona primária.

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QUESTÕES

01 – (AFTN/1991) Define-se como zona primária a área (adaptada)


a) ocupada pelas zonas de vigilância aduaneira e pelos portos, aeroportos e
pontos de fronteira alfandegados
b) terrestre ou aquática, ocupada pelos portos e aeroportos alfandegados, ou a
eles adjacentes, bem como a área ocupada por pontos de fronteira
alfandegados, por depósitos alfandegados, por entrepostos aduaneiros ou
industriais e pelas zonas francas
c) terrestre ou aquática, contínua ou descontínua, ocupada pelos portos
alfandegados, a área terrestre ocupada pelos aeroportos alfandegados e a
área terrestre que compreende os pontos de fronteira alfandegados
d) terrestre ou aquática, contínua ou descontínua, ocupada pelos portos
alfandegados, a área terrestre ocupada pelos aeroportos alfandegados e
espaço aéreo adjacente, bem como a área adjacente aos pontos de
fronteira alfandegados
e) ocupada pelos portos, aeroportos, pontos de fronteira alfandegados,
depósitos alfandegados, entrepostos aduaneiros, entrepostos industriais,
zonas francas e áreas de trânsito aduaneiro

Comentários
Zonas de vigilância aduaneira, depósitos alfandegados, entrepostos
aduaneiros, industriais, zonas francas, espaço aéreo, áreas de trânsito
aduaneiro, nada disso faz parte da zona primária.
Gabarito: C.

02 - (TTN/1997) A zona primária aduaneira compreende: (adaptada)


a) a área terrestre ocupada pelos aeroportos alfandegados, incluindo o espaço
aéreo correspondente, a área terrestre ocupada pelos portos alfandegados e a
área contígua aos pontos de fronteira alfandegados
b) a área terrestre e aquática ocupada pelos portos alfandegados, as ilhas
fluviais ou lacustres de domínio da União, a área interna dos aeroportos
alfandegados e a faixa de fronteira demarcada pela União
c) a área terrestre ou aquática ocupada pelos portos alfandegados, a área
descontínua ocupada pelas ilhas marítimas, fluviais ou lacustres, a área
terrestre ocupada pelos aeroportos alfandegados e a área adjacente aos
pontos de fronteira alfandegados
d) a área terrestre ou aquática, contínua ou descontínua, ocupada pelos portos
alfandegados, a área terrestre ocupada pelos aeroportos alfandegados e a área
terrestre que compreende os pontos de fronteira alfandegados
e) as faixas internas e externas ocupadas pelos portos e aeroportos
alfandegados, terrestres ou aquáticas, os armazéns alfandegados situados na
hinterlândia de portos e aeroportos e a área contígua aos pontos de fronteira
alfandegados desde que situada na faixa de fronteira
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Comentários
Questão direta.
Gabarito: d.

1.2.1. Alfandegamento

Comentei antes que o alfandegamento é realizado pela Secretaria da


Receita Federal do Brasil, como dispõe o art. 13, § 6º. Quando se diz “pela
Receita”, está-se dizendo “pelo Secretário da Receita ou por quem dele receber
expressa delegação”.
Atualmente, o alfandegamento está delegado aos Superintendentes
Regionais da Receita Federal. Veja a Portaria SRF nº 602/2002:
www.receita.fazenda.gov.br/Legislacao/Portarias/2002/portsrf602.htm

1) Autoridade aduaneira nacional:


Secretário da RFB
2) Autoridade aduaneira regional:
Guarde isso! Superintendentes Regionais da Receita
Federal
3) Autoridade aduaneira local:
Inspetores-Chefes das Alfândegas e das
Inspetorias

Para o alfandegamento, é exigido um monte de coisas pelo Regulamento


Aduaneiro:
Art. 13. O alfandegamento de portos, aeroportos e pontos de
fronteira somente poderá ser efetivado:
I - depois de atendidas as condições de instalação do órgão de
fiscalização aduaneira e de infraestrutura indispensável à
segurança fiscal;
II - se atestada a regularidade fiscal do interessado;
III - se houver disponibilidade de recursos humanos e materiais; e
IV - se o interessado assumir a condição de fiel depositário da
mercadoria sob sua guarda.

Uma vez eu participei de uma vistoria em um local que se pretendia


fosse alfandegado como um “porto seco”. Se não fosse a enorme floresta atrás
do terreno do prédio, talvez o recinto tivesse sido alfandegado. Eu, hein, sai
um bicho (humano) lá do meio...
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“Rodrigo, que negócio é esse aí de porto seco?”


A gente vai ver isso já já.

Se te afirmarem “somente porto, aeroporto e ponto de fronteira são


alfandegados”, o que você diz?
“Mentira.” Existem várias “coisas alfandegáveis” (êta palavra) na zona
secundária. Uma delas são os portos secos, analisados adiante; outra, os silos
e tanques citados a seguir:
Art. 13. (...)
§ 4o Poderão, ainda, ser alfandegados silos ou tanques, para
armazenamento de produtos a granel, localizados em áreas
contíguas a porto organizado ou instalações portuárias, ligados a
estes por tubulações, esteiras rolantes ou similares, instaladas em
caráter permanente.
Observação: “área contígua” não é “área dentro”, mas fora
dos portos alfandegados, “tocando” o muro externo do
porto.

Uma última disposição acerca de alfandegamento é trazida no artigo 14:


Art. 14. Nas cidades fronteiriças, poderão ser alfandegados
pontos de fronteira para o tráfego local e exclusivo de veículos
matriculados nessas cidades.
§ 1o Os pontos de fronteira de que trata o caput serão
alfandegados pela autoridade aduaneira regional, que poderá fixar
as restrições que julgar convenientes.
§ 2o As autoridades aduaneiras locais com jurisdição sobre as
cidades fronteiriças poderão instituir, no interesse do controle
aduaneiro, cadastros de pessoas que habitualmente cruzam a
fronteira.
Note bem: o alfandegamento é realizado pelo Secretário da Receita
Federal, podendo ser delegado (vimos inclusive que isso foi feito). Porém, no
caso das citadas cidades fronteiriças do art. 14, o Regulamento Aduaneiro já
dá “de cara” o direito de as autoridades regionais alfandegarem aquelas, com a
condição de que somente os veículos da região cruzem a fronteira. Isso é para
evitar ou, pelo menos, diminuir a utilização da fronteira por “sacoleiros”.
Afastam-se aqueles ônibus que vêm lá do “interiorzão”, apinhado de gente
com mala vazia, prontinha para gastar tudo no Paraguai, comprando muita
bugiganga da China e vizinhos. Que alegria me dá quando eu vejo no jornal
um ônibus de muambeiros sendo apreendido. rs

Alfandegar prá quê?


Lembre-se Para permitir a entrada de pessoas, veículos e
disso! mercadorias vindas do exterior ou a ele
destinadas.
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1.3. Recintos Alfandegados

O alfandegamento de recintos também é de competência do Secretário


da Receita Federal e foi delegado aos Superintendentes Regionais da RFB
(SRRFB). Tal delegação e as regras do alfandegamento estão previstas na
Portaria RFB 3.518/2011:
www.receita.fazenda.gov.br/legislacao/Portarias/2011/portrfb35182011.htm

Que recintos alfandegados existem?


Bem, o artigo 9º do Regulamento menciona recintos em zona primária e
em zona secundária. No caso da zona primária, não basta, por exemplo, o
alfandegamento do porto. Tem que mencionar quais recintos dentro do porto
serão autorizados a receber carga para fins de movimentação, armazenagem e
despacho aduaneiro:
Art. 9o Os recintos alfandegados serão assim declarados pela
autoridade aduaneira competente, na zona primária ou na zona
secundária, a fim de que neles possam ocorrer, sob controle
aduaneiro, movimentação, armazenagem e despacho aduaneiro
de:
I - mercadorias procedentes do exterior, ou a ele destinadas,
inclusive sob regime aduaneiro especial;
II - bagagem de viajantes procedentes do exterior, ou a ele
destinados; e
III - remessas postais internacionais.
Parágrafo único. Poderão ainda ser alfandegados, em zona
primária, recintos destinados à instalação de lojas francas.

Pode-se dizer que o porto é alfandegado no sentido lato, mas somente


alguns recintos são alfandegados no sentido estrito. Afinal, um aeroporto
possui vários recintos: de bagagem de voos internacionais, de bagagem de
voos domésticos, de carga, de remessas postais, de controle de pessoal, de
processos, os estacionamentos, os banheiros... Nem todos são alfandegados.
Não há necessidade, por exemplo, de se alfandegar o setor de voos
domésticos. Afinal, por ali não haverá entrada de mercadoria procedente
diretamente do exterior ou a ele destinada. Uma mercadoria estrangeira até
poderá entrar naquele local, mas ela já terá sido previamente fiscalizada em
um recinto alfandegado pelo qual tenha passado. Da mesma forma, não há
necessidade de se alfandegar o estacionamento do aeroporto nem os
banheiros externos, pois, para que uma mercadoria procedente do exterior
chegue a esses locais, ela já terá passado pelos recintos alfandegados de
bagagem, de carga ou de remessas postais. O setor da Receita Federal no
aeroporto que trata apenas do controle de pessoal, incluindo folha de ponto,
não é alfandegado. O setor que trata da análise de processos de solicitação de
benefícios fiscais também não é alfandegado. O que entra e sai dali são tão
somente processos e não as mercadorias vindas diretamente do exterior.
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Portanto, pode-se dizer que o alfandegamento de um aeroporto ocorre


no sentido amplo, mas apenas alguns recintos neste aeroporto sofrem
alfandegamento no sentido estrito. Este pode ser ilustrado como a fiscalização
ostensiva da aduana na “porta do recinto”.

Lembre-se disso! O alfandegamento do recinto impõe


uma fiscalização ostensiva da
aduana na “porta” dele.

Pela redação do artigo 9º, você pode notar que existem recintos
alfandegados também na zona secundária.

“Ué, professor, o alfandegamento não é só na zona primária?”


Não. A entrada de mercadorias é apenas pela zona primária (vimos que
há exceções), mas as mercadorias podem ficar sob controle aduaneiro no
interior do país, nos chamados “portos secos” ou nos recém-criados Centros
Logísticos e Industriais Aduaneiros (CLIA). Há ainda outros lugares
alfandegados no interior do país, como, por exemplo, os Depósitos
Alfandegados Certificados e os locais de realização das feiras de produtos
estrangeiros (Feira da Providência e Salão do Automóvel, entre outros). Todos
estes casos especiais serão analisados neste curso.

1.3.1. Portos Secos

Neste tópico, pedido expressamente no edital, vamos olhar os detalhes


referentes a portos secos. No entanto, é importante saber que a Medida
Provisória (MP) 612, de 4 de abril de 2013 (ainda pendente de aprovação pelo
Congresso Nacional) revogou, pelo artigo 29, o inciso VI do artigo 1º da Lei
9.074/1995.
“Traduz, Rodrigo, ...”
Bem, a exploração de portos secos por parte da iniciativa privada era
permitida com base no inciso ora revogado. Desde a entrada em vigor da MP,
não podem ser instalados novos portos secos, mas os atuais têm seus direitos
resguardados até o fim do prazo de permissão ou de concessão. Para o futuro,
não serão mais criados portos secos, mas sim Centros Logísticos e Industriais
Aduaneiros (CLIA), conceituados como “recintos de estabelecimento
empresarial licenciados pelas pessoas jurídicas habilitadas nos termos desta
MP [612/2013]” (art. 2º da MP).
Neste tópico, tratamos dos portos secos, pois eles não vão sumir de
repente. Vão continuar existindo até que vençam os prazos de concessão ou
de permissão. No tópico seguinte, trataremos dos CLIA e dos motivos que
levaram à “substituição” dos portos secos pelos CLIA.

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Para tratar dos portos secos, a primeira pergunta é “quais são as


motivações para sua instalação?”
Quando criado, o porto no Rio de Janeiro certamente foi dimensionado
para operar até um determinado volume de comércio. Com o passar do tempo,
ficou pequeno diante do incremento do fluxo comercial. As limitações são
físicas. Não há espaço infinito para operação. A criação dos portos secos veio,
entre outras coisas, atender este problema de infraestrutura.
O que são os portos secos? São recintos alfandegados instalados no
interior do país, fora de portos e aeroportos, cujos objetivos são desafogar
estas unidades de zona primária e interiorizar o despacho aduaneiro,
levando-o para locais mais próximos aos estabelecimentos dos importadores e
exportadores brasileiros.
Considere que uma das afirmativas da Esaf na prova seja: “Podem existir
portos secos na zona primária.” A afirmativa está certa ou errada? CERTA. O
porto seco pode estar instalado em zona primária, desde que seja em ponto de
fronteira.
A instalação de um porto seco se dava por meio de licitação. As pessoas
jurídicas que concorriam nesta ofereciam serviço análogo ao que é oferecido
pela Infraero nos aeroportos alfandegados, ou seja, armazenar e oferecer a
estrutura necessária para a conferência das mercadorias pelos órgãos públicos,
dos quais o principal é a Receita Federal, responsável pelo despacho
aduaneiro. Com a escolha do vencedor, este passava a prestar os serviços sob
o regime de permissão ou o de concessão precedida da execução de obra
pública.

Podemos ver outra motivação para a criação de portos secos.


Imagine uma mercadoria importada por uma empresa do estado de
Goiás, mas que entra no Brasil pelo porto do Rio de Janeiro. Se não houvesse
um porto seco no seu estado, o importador teria de se deslocar ao Rio de
Janeiro, ou contratar um despachante aduaneiro, para apresentar os
documentos à Receita Federal e assistir à verificação da mercadoria por parte
desta. Estas possibilidades poderiam ser inadequadas ao importador, que
perderia tempo e/ou dinheiro que talvez não possuísse. Como a mercadoria já
irá mesmo viajar para Goiás, por que não proceder ao despacho aduaneiro
naquele estado? A criação dos portos secos também veio para atender a esse
interesse dos importadores e exportadores do interior do país.
A definição de portos secos consta no art. 11 do Regulamento Aduaneiro:
Art. 11. Portos Secos são recintos alfandegados de uso público nos
quais são executadas operações de movimentação, armazenagem
e despacho aduaneiro de mercadorias e de bagagem, sob controle
aduaneiro.
§ 1º – Os portos secos não poderão ser instalados na zona primária
de portos e aeroportos alfandegados.
(...)

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Antigamente, o porto seco era chamado “estação aduaneira interior”.


Nas provas da ESAF anteriores a 2002, você irá encontrar esta expressão.
Saiba que ela não existe mais.

Quer mais um motivo para a criação de portos secos?


Ao perceber a concentração de importação ou exportação de mercadorias
em uma determinada área geográfica, sem que houvesse uma unidade
aduaneira em que pudessem essas mercadorias ser armazenadas e conferidas,
um porto seco poderia ter sido criado para incentivar o comércio exterior,
especializando aquela região em tal atividade.

Que tal mais um motivo?


Outro fator que pode levar à criação de porto seco é a necessidade de
se tratarem cargas especiais. Por exemplo, pode ser percebida a
necessidade de se criar uma estrutura especial para cargas frigorificadas ou
carga viva. Como nos portos e aeroportos não há flexibilidade para os vários
tipos de cargas especiais, o porto seco pode ser uma boa solução.

Com tantos motivos, o governo criou muitos portos secos no nosso


Brasilzão. Ficou curioso em conhecer? Leia então a lista aqui:
www.receita.fazenda.gov.br/aduana/LocaisRecintosAduaneiros/PortosSecos/PS
ecos.htm

Meu estado do Rio de Janeiro tem três portos secos. Já o estado de São
Paulo (SP) possui 25. Entre outros motivos, é por isso que sempre há pelo
menos algumas vaguinhas para ATRFB e AFRFB para SP nos concursos de
ingresso na Receita.
Voltando aos portos secos: eles podem ser autorizados a operar com
carga de exportação, de importação ou ambas.

Guarde isso! Existem portos secos na zona


primária (só em ponto de fronteira)
e na zona secundária.

1.3.2. Centro Logístico e Industrial Aduaneiro (CLIA)

Como vimos, a Medida Provisória (MP) 612/2013 não permite mais a


criação de portos secos. Em seu lugar, serão criados os CLIA, regulamentados
na MP, artigos 5º ao 17.
Os CLIA são definidos como “recintos de estabelecimento empresarial
licenciados pelas pessoas jurídicas habilitadas nos termos desta Medida
Provisória”.

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Ao contrário do que ocorria com a instalação de portos secos, não haverá


necessidade de licitação para a instalação de um CLIA. Em síntese, bastará que
a empresa “que explore serviços de armazéns gerais” apresente um projeto e
possua imóvel disponível para o Centro e patrimônio líquido igual ou superior a
R$ 2 milhões:
Art. 5º A licença para exploração de Centro Logístico e Industrial
Aduaneiro será concedida a estabelecimento de pessoa jurídica
constituída no País, que explore serviços de armazéns gerais,
demonstre regularidade fiscal e atenda aos requisitos técnicos e
operacionais para alfandegamento estabelecidos pela Secretaria da
Receita Federal do Brasil do Ministério da Fazenda, na forma da Lei
nº 12.350, de 20 de dezembro de 2010, e satisfaça também às
seguintes condições:
I - seja proprietária, titular do domínio útil ou, comprovadamente,
detenha a posse direta do imóvel onde funcionará o Centro Logístico
e Industrial Aduaneiro;
II - possua patrimônio líquido igual ou superior a R$ 2.000.000,00
(dois milhões de reais); e
III - apresente anteprojeto ou projeto do Centro Logístico e
Industrial Aduaneiro previamente aprovado pela autoridade
municipal, quando situado em área urbana, e pelo órgão
responsável pelo meio ambiente, na forma das legislações
específicas.
§ 1º A licença referida no caput será concedida somente a
estabelecimento localizado em Município ou Região Metropolitana
onde haja unidade da Secretaria da Receita Federal do Brasil do
Ministério da Fazenda.
(...)

Essa desburocratização que dispensa a realização de licitação tem a ver


com a mudança na natureza jurídica do serviço de armazenagem de
mercadorias. Revogado o inciso VI do artigo 1º da Lei 9.074/1995 pela MP
612/2013, o serviço de armazenagem saiu do rol dos serviços públicos,
concedidos sob o regime de permissão ou de concessão. Dois foram os motivos
para tal mudança. Em primeiro lugar, havia o desejo de se resolverem alguns
problemas jurídicos que vínhamos enfrentando na RFB com as permissionárias
e concessionárias de portos secos. Em segundo lugar, decidiu-se
desburocratizar e estimular a proliferação de pontos de armazenagem, visando
à concorrência maior e à consequente redução de custos na logística brasileira,
a chamada redução do “custo Brasil”. É claro que isso gerará como
consequência a necessidade de mais mão de obra para atender o esperado
crescimento do número de recintos alfandegados (art. 8º da MP). É mais um
fator a pressionar a realização de concursos de Auditor Fiscal e de Analista
Tributário para a RFB.
Por fim, podemos ver que os artigos 15 e 16 da MP permitem que uma
administradora de porto seco seja, mediante solicitação, transferida para o
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regime de CLIA, sem interrupção de suas atividades e sem qualquer punição


pelo pretenso descumprimento do contrato de exploração do porto seco.

QUESTÕES

03 - (Inédita) Considerando o tema jurisdição aduaneira, avalie as


afirmações abaixo. Atribua V para a verdadeira e F para a falsa. Em
seguida, marque a opção que contenha a sequência correta.
( ) A denominada zona secundária equivale a todo o território aduaneiro,
excluídos a zona primária e o mar territorial.
( ) Para todos os efeitos, as zonas de processamento de exportação constituem
zona primária.
( ) O território aduaneiro inclui as Áreas de Controle Integrado.
a) V, V, V b) F, F, F c) V, F, V d) V, V, F e) F, F, V

Comentários
A primeira afirmativa está errada, tendo em vista que o território
aduaneiro compreende todo o território nacional. Este, por sua vez, inclui o
espaço aéreo e as águas territoriais (artigo 3º, inciso II do RA).
A segunda afirmativa está errada, pois as zonas de processamento de
exportações somente são tratadas como zona primária “para fins de controle
aduaneiro”. (parágrafo 1º do artigo 3º do RA).
A terceira está errada, uma vez que o território aduaneiro somente inclui
o território nacional. Não confundir jurisdição aduaneira com território
aduaneiro. A jurisdição aduaneira se estende para fora do território aduaneiro.
A jurisdição aduaneira inclui as Áreas de Controle Integrado que estiverem em
solo estrangeiro, mas estas não fazem parte do território aduaneiro. Não fosse
este o entendimento, o artigo 3º, § 5º, do RA seria desnecessário, tendo em
vista o caput do art. 3o.
Art. 3o A jurisdição dos serviços aduaneiros estende-se por todo
o território aduaneiro e abrange: (...)
§ 5o A jurisdição dos serviços aduaneiros estende-se ainda às
Áreas de Controle Integrado criadas em regiões limítrofes dos
países integrantes do Mercosul com o Brasil.
Gabarito: Letra b.

04 – (Inédita) Considerando o tema território aduaneiro, avalie as


afirmações abaixo. Atribua V para a verdadeira e F para a falsa. Em
seguida, marque a opção que contenha a sequência correta.
( ) A jurisdição dos serviços aduaneiros estende-se às Áreas de Controle
Integrado criadas em regiões limítrofes dos países integrantes do Mercosul
com o Brasil.

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( ) O Ministro de Estado da Fazenda poderá demarcar, na orla marítima ou na


fronteira alfandegada, zonas de vigilância aduaneira.
( ) Nas zonas de vigilância aduaneira, a permanência de mercadorias ou a sua
circulação e a de veículos, pessoas ou animais ficarão sujeitas às exigências
fiscais, proibições e restrições que forem estabelecidas.
a) V, V, V b) F, V, F c) V, F, V d) V, V, F e) V, F, F

Comentários
A primeira afirmativa está correta, como vimos na questão anterior.
A segunda afirmativa está errada, pois as zonas de vigilância aduaneira
não são criadas em fronteira alfandegada, mas em local não alfandegado para
se aumentar a vigilância daquela região “deserta” (art. 4º, RA).
A terceira afirmativa está correta (art. 4º, RA).
Solução: Letra c.

05 – (Inédita) Avalie as afirmações abaixo. Atribua V para a


verdadeira e F para a falsa. Em seguida, marque a opção que contenha
a sequência correta.
( ) Ao se declarar que “o aeroporto X está alfandegado a partir desta data”,
diz-se que todo o aeroporto está alfandegado ainda que apenas alguns de seus
recintos sejam alfandegados.
( ) Existem recintos alfandegados na zona secundária.
( ) Somente nos portos, aeroportos e pontos de fronteira alfandegados poderá
efetuar-se a entrada ou a saída de mercadorias procedentes do exterior ou a
ele destinadas, excepcionando-se, por exemplo, a importação e a exportação
de mercadorias conduzidas por linhas de transmissão ou por dutos, ligados ao
exterior, observadas as regras de controle estabelecidas pelo Ministério dos
Transportes.
a) V, V, V b) F, F, F c) V, F, V d) V, V, F e) V, F, F

Comentários
A primeira afirmativa está correta, tendo em vista que um aeroporto
alfandegado pode ter recintos alfandegados e não alfandegados. O aeroporto é
alfandegado no sentido amplo, enquanto os recintos são alfandegados no
sentido estrito. (art. 13, caput e § 1º, do RA).
A segunda afirmativa está correta, como vimos no artigo 9º do
Regulamento Aduaneiro.
A terceira está errada, pois é a RFB quem cria as regras de controle
(parágrafo único do artigo 8º do RA). Pegadinha...
Gabarito: letra d.

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1.4. Administração Aduaneira

A administração aduaneira é tratada nos artigos 15 a 25 do Regulamento


Aduaneiro.
Você tem ouvido nos jornais a história de que gostariam que a aduana
saísse das mãos da Receita Federal e passasse para o Ministério do
Desenvolvimento ou para um hipotético “Ministério do Comércio Exterior”?
Bem, sem entrar no mérito, pois isso não é discussão que interesse para
o concurso, podemos dizer que, no mínimo, terá que ser feita uma emenda
constitucional. Afinal, o artigo 237 da Constituição Federal (CF/1988) é
categórico:
Art. 237. A fiscalização e o controle sobre o comércio exterior,
essenciais à defesa dos interesses fazendários nacionais, serão
exercidos pelo Ministério da Fazenda.

Para completar, o artigo 15 do RA dispõe:


Art. 15. O exercício da administração aduaneira compreende a
fiscalização e o controle sobre o comércio exterior, essenciais à
defesa dos interesses fazendários nacionais, em todo o território
aduaneiro.

É interessante ver que o conteúdo programático de Legislação Aduaneira


inclui o tópico 26: “Disposições Constitucionais Relativas à Administração e
Controle sobre Comércio Exterior.”
Quais são tais disposições constitucionais? No seu Word, dê um
“Localizar” na CF/1988, procurando “comércio exterior”. Quantas vezes você
vai encontrar a expressão? Duas. Uma aparece no artigo 22 sobre as
competências da União; outra, no artigo 237. Pronto! Acabamos de estudar
o tópico 26 do edital. Uau! Maravilha. Ah, se todos os tópicos fossem
simples assim... rsrs

A legislação também é categórica em outro ponto. A fiscalização dos


tributos incidentes sobre as operações de comércio exterior são
“supervisionadas e executadas por Auditor Fiscal da Receita Federal”, conforme
o art. 15, par. único, do RA.
É fato que algumas normas da RFB, tal como a Instrução Normativa (IN)
680/2006 (art. 21, § 2º), tentaram driblar tal imposição, deixando aberta a
possibilidade de outros servidores da RFB realizarem, por exemplo, a
conferência aduaneira. Isso, porém, caiu com a edição da IN RFB 957/2009.

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Fiscalização Aduaneira

Art. 16. A fiscalização aduaneira poderá ser ininterrupta, em


horários determinados, ou eventual, nos portos, aeroportos, pontos
de fronteira e recintos alfandegados.

Sempre que eu dou aula sobre este artigo, perguntam:


“Professor, determinado aeroporto é alfandegado. Esse artigo está
dizendo que a aduana pode fiscalizar só em horários determinados ou, pior
ainda, só eventualmente? Quando não houver fiscalização, o sujeito pode fugir
com a carga toda?”
rsrsrsrsrs. Não, meu caro. Não confunda controle aduaneiro com
fiscalização. O controle aduaneiro acontece o tempo inteiro, 25 horas por dia.
A aduana fica de olho aberto o tempo inteiro, monitorando as movimentações
de carga na unidade aduaneira. O que está escrito no artigo 16 é sobre a
fiscalização. Simplificadamente, pense no controle aduaneiro como o trabalho
das câmeras de segurança presentes no recinto alfandegado. E pense na
fiscalização aduaneira como a abertura das cargas, bagagens e remessas
postais.
Está escrito que a FISCALIZAÇÃO pode ser eventual, ou seja, pode
ocorrer sob demanda, sem a manutenção de um aparato aduaneiro. É comum,
por exemplo, naquelas unidades aduaneiras com pouca movimentação de
carga. Quando há necessidade, a aduana é chamada para realizar a
fiscalização. Faço o alerta novamente: o controle aduaneiro vai estar presente
24 horas por dia, mas a conferência aduaneira só acontecerá quando o dono
da carga o solicitar. Enquanto não o fizer, a mercadoria vai ficando no
armazém, sujeita ao custo da armazenagem...
A FISCALIZAÇÃO também pode ser contínua, seja 24 horas por dia (é o
que acontece, por exemplo, no setor de bagagens, pois os voos internacionais
chegam durante a madrugada também), seja em horários determinados (por
exemplo, em determinado aeroporto, pode ficar definido que a fiscalização das
cargas será ininterrupta dentro do horário de 09:00 às 17:00). No caso de
conferência de cargas, não há necessidade de se ficar trabalhando a
madrugada toda. Imagine você o AFRFB conferindo e liberando uma carga de
madrugada aqui na minha cidade do Rio de Janeiro. Os ladrões iriam pegar
senha e fazer fila do lado de fora...
Por curiosidade: os AFRFB que trabalham no setor de conferência de
bagagens de voos internacionais fazem regime de plantão (normalmente 24
horas de trabalho com 72 horas de descanso).

Novidade: talvez você tenha acompanhado pelo jornal a discussão no


Congresso sobre a Medida Provisória 595/2012, conhecida como “MP dos
Portos”. Pelo artigo 70 da redação final aprovada, institui-se aquilo que é
chamado “Porto 24 horas”:

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Art. 70. O art. 29 da Lei nº 5.025, de 10 de junho de 1966, passa a


vigorar com a seguinte redação:
“Art. 29. Os serviços públicos necessários à importação e
exportação deverão ser centralizados pela administração
pública em todos os portos organizados.
§ 1º Os serviços de que trata o caput serão prestados em
horário corrido e coincidente com a operação de cada
porto, em turnos, inclusive aos domingos e feriados.
§ 2º O horário previsto no § 1º poderá ser reduzido por ato
do Poder Executivo, desde que não haja prejuízo à segurança
nacional e à operação portuária.
............................”

Portanto, especificamente em relação aos portos, já não falamos mais


que a fiscalização “poderá ser ininterrupta”, mas sim “em horário coincidente
com a operação de cada porto, inclusive aos domingos e feriados”. Na prática,
a fiscalização passa a ser 24 horas nos portos mais movimentados do país.
Veja, por exemplo, que tal funcionamento já está implantado no Rio de
Janeiro, em Santos, Vitória, Fortaleza, Paranaguá (PR), Suape (PE), Itajaí (SC)
e Rio Grande (RS). Se quiser conferir:
http://www.midianews.com.br/conteudo.php?sid=21&cid=158655

Uma observação interessante para você, concursando: com a


implantação do projeto “Porto 24 horas”, aumenta a necessidade de ATRFB e
de AFRFB, para atendimento dos três turnos de trabalho. Se tomarmos em
conta também a criação dos CLIA, como vimos antes, os concursos públicos
passam a ser ainda mais necessários.

Guarde isso! 1) A fiscalização aduaneira (não o


controle) pode ser ininterrupta, em
horários determinados, ou eventual.
2) Nos portos, a fiscalização
aduaneira passou a ser “em horário
coincidente com a operação de cada
porto”.

A precedência da aduana

Você deve saber que a entrada e a saída de mercadorias e de pessoas no


ou do Brasil é fiscalizada não só pela Receita Federal. Por exemplo, também
atuam a Polícia Federal e muitos órgãos anuentes (são dezesseis). Alguns
desses anuentes também fazem fiscalização in loco, como, por exemplo, os
fiscais da Anvisa, fiscais agropecuários e até os militares do Exército.

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No entanto, apesar de haver muitas pessoas envolvidas no controle


governamental, a precedência é da Receita Federal, conforme dispõe o artigo
17 do RA:
“Nas áreas de portos, aeroportos, pontos de fronteira e recintos
alfandegados, bem como em outras áreas nas quais se autorize
carga e descarga de mercadorias, ou embarque e desembarque de
viajante, procedentes do exterior ou a ele destinados, a autoridade
aduaneira tem precedência sobre as demais que ali exerçam suas
atribuições.”

Mas o que significa “precedência”?


O RA explica: as demais autoridades são obrigadas a “prestar auxílio
imediato, sempre que requisitado pela autoridade aduaneira, disponibilizando
pessoas, equipamentos ou instalações necessários à ação fiscal”. Além disso, é
a RFB quem vai disciplinar a movimentação das pessoas, veículos, unidades de
carga (exemplo típico é o container) e mercadorias, naqueles locais listados ali
em cima. Ah! E tudo isso vale também para a zona de vigilância aduaneira,
como prevê o § 2º do artigo.
Veja também que a precedência da aduana inclui “outras áreas” não
alfandegadas em que se autorize, por exemplo, descarga de mercadorias. Aqui
sempre vem a pergunta: “Mas, professor, a descarga não ocorre apenas em
zona primária?”
Resposta: “Em regra, sim, mas vimos, por exemplo, que o gás boliviano
vem por meio de dutos, não sendo descarregado na zona primária. Vimos
também que o avião pode, em emergência, pousar em aeroporto não
alfandegado, gerando aí a descarga dos bens trazidos. Em tais locais de
descarga, não alfandegados, a precedência da aduana também existe.”

Eu já havia dito que o controle da RFB não se limita à fiscalização na


zona primária, né?
Eu, por exemplo, sou AFRFB da zona secundária e toda vez que eu abro
uma fiscalização em cima de uma empresa, já intimo o sujeito a entregar
todos os documentos da operação realizada. A obrigação de ele manter todos
os documentos relativos à importação (ou exportação) e mos apresentar está
prevista no artigo 18 do RA. Além desses documentos, eu posso intimá-lo a
entregar os livros fiscais e quaisquer outros documentos que eu julgar
necessários para a minha fiscalização. Leia isso no art. 19 e veja o poder que
você terá quando for meu colega aqui na RFB (uma das coisas que mais me
alegram é que hoje trabalho diretamente com muitos ex-alunos).
“Mas, professor, quando a empresa se recusa a fornecer os documentos,
o que eu faço?”
Aí, são várias consequências. Por exemplo, se houver cobrança de multa,
elas serão majoradas (art. 725, parágrafo único). Se for o caso de valoração
aduaneira e o sujeito não entregar os documentos instrutivos do despacho
(estudaremos noutra aula o que são), arbitramos a base de cálculo (art. 86,

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II). Se a falta de entrega for em relação a outros documentos, afastamos o


primeiro método de valoração (art. 84) (veremos isso noutra aula). Essas são
apenas algumas das consequências.

Ah! Faltou dizer: os documentos também podem ser enviados para a RFB
por meio magnético.
Vários artigos do Regulamento Aduaneiro, relativamente à administração
aduaneira, são cópias do CTN. Você já é fera em Tributário. Então eu não
preciso explicar aquilo que os mestres já explicaram. Só gostaria de chamar
sua atenção para alguns artigos.
Art. 23. A autoridade aduaneira que proceder ou presidir a
qualquer procedimento fiscal lavrará os termos necessários para
que se documente o início do procedimento, na forma da legislação
aplicável, que fixará prazo máximo para a sua conclusão.
§ 1o Os termos a que se refere o caput serão lavrados, sempre
que possível, em um dos livros fiscais exibidos pela pessoa sujeita
à fiscalização.

Esse artigo 23 é importantíssimo para o nosso dia a dia como AFRFB.


Afinal, a partir do momento em que damos ciência do “Termo de Início de Ação
Fiscal”, o contribuinte perde a espontaneidade (Decreto 70.235, art. 7º) e os
eventuais tributos serão cobrados com multa de ofício (Lei 9.430/1996, art.
44), como aprendemos no Direito Tributário.
Pelo artigo 24, vemos que a RFB pode chamar a polícia (ou a força
pública, no sentido mais amplo) para dar apoio às suas fiscalizações. Veja,
porém, que aqui não se fala de “precedência”, específica para os locais
indicados no artigo 17, visto anteriormente.
Art. 24. No exercício de suas atribuições, a autoridade aduaneira
terá livre acesso:
I - a quaisquer dependências do porto e às embarcações, atracadas
ou não; e
II - aos locais onde se encontrem mercadorias procedentes do
exterior ou a ele destinadas.
Parágrafo único. Para o desempenho das atribuições referidas no
caput, a autoridade aduaneira poderá requisitar papéis, livros e
outros documentos, bem como o apoio de força pública federal,
estadual ou municipal, quando julgar necessário.

Guarde isso! A precedência da aduana existe nos


locais indicados no artigo 17. Significa
que a aduana é quem “manda” dentro
daqueles locais, disciplinando a
movimentação de pessoas e bens. Além
disso, as demais autoridades estão

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“obrigadas” a atender
“imediatamente” à solicitação da
aduana.
No caso do artigo 24, a aduana não é “a”
autoridade “disciplinadora”, encontrando-
se em pé de igualdade com todas as
demais, cada uma dentro de sua área de
competência.

Por fim, como a RFB é um órgão do Ministério da Fazenda, cabe a este a


definição das competências, jurisdições e estrutura da nossa querida aduana.

QUESTÕES

06 – (ATRFB/2012) Sobre território aduaneiro, portos, aeroportos e


pontos de fronteira alfandegados, recintos alfandegados, e
administração aduaneira, é incorreto afirmar que:
a) o território aduaneiro compreende todo o território nacional.
b) compreende-se na Zona de Vigilância Aduaneira a totalidade do Estado
atravessado pela linha de demarcação, ainda que parte dele fique fora da área
demarcada.
c) com exceção da importação e exportação de mercadorias conduzidas por
linhas de transmissão ou por dutos, ligados ao exterior, observadas as regras
de controle estabelecidas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, somente
nos portos, aeroportos e pontos de fronteira alfandegados poderá efetuar-se a
entrada ou a saída de mercadorias procedentes do exterior ou a ele
destinadas.
d) portos secos são recintos alfandegados de uso público nos quais são
executadas operações de movimentação, armazenagem e despacho aduaneiro
de mercadorias e de bagagem, sob controle aduaneiro.
e) a fiscalização aduaneira poderá ser ininterrupta, em horários determinados,
ou eventual, nos portos, aeroportos, pontos de fronteira e recintos
alfandegados.

Comentários
Questão fácil.
A letra A está correta. Vimos o artigo 2º do RA.
A letra C está correta. É literal do artigo 8º do RA.
A letra D está correta. Vimos o artigo 11 do RA.
A letra E está correta. Vimos o artigo 16 do RA.
A letra B é o gabarito. Vimos que a zona de vigilância aduaneira é criada
em faixas de fronteira ou em orla marítima. Obviamente, não vai englobar
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todo o Estado de Mato Grosso, do Acre ou do Rio de Janeiro, pois senão o


controle não seria concentrado, mas inócuo. Vimos que, no artigo 4º, § 3º, a
menção é feita à “totalidade do município”, não à “totalidade do Estado”.

07 – (AFRFB/2012) No que concerne à Jurisdição Aduaneira, é


incorreto afirmar que:
a) o recolhimento da multa de que trata o caput do art. 38 da Lei n. 12.350,
de 20 de dezembro de 2010, não garante o direito à operação regular do local
ou recinto alfandegado nem prejudica a aplicação das sanções estabelecidas no
art. 37 da referida Lei e de outras penalidades cabíveis ou a representação
fiscal para fins penais, quando for o caso.
b) a Jurisdição dos serviços aduaneiros estende-se às Áreas de Controle
Integrado criadas em regiões limítrofes dos países integrantes do MERCOSUL
com o Brasil.
c) poderão ser demarcadas, na orla marítima e na faixa de fronteira, Zonas de
Vigilância Aduaneira.
d) os portos secos não poderão ser instalados na zona primária de portos e
aeroportos alfandegados.
e) para efeito de controle aduaneiro, segundo a Lei n. 11.508, de 20 de julho
de 2007, as Zonas de Processamento de Exportação constituem zona
secundária.

Comentários
Quando você pega uma opção muito louca como a letra A, o que você
tem que fazer? Pulá-la sem perda de tempo. Se o concursando tiver feito isso,
ele terá “matado” a questão de forma muito tranquila, como poderemos ver
agora.
Letra B: correta. Como vimos, é literal do artigo 3º, § 5º do RA.
Letra C: correta. Como vimos, é literal do artigo 4º do RA.
Letra D: correta. Literal do artigo 11, § 1º do RA.
Letra E: evidentemente incorreta. Para efeito de controle aduaneiro, as
ZPE são consideradas zona primária (art. 3º, § 1º, RA).
Gabarito: letra E.

Vamos agora voltar à letra A só por curiosidade, pois as alternativas


loucas e hiperespecíficas cobradas em um concurso não merecem ser
estudadas por aqueles que visam ao próximo concurso. Afinal, tais alternativas
são inseridas pelas bancas examinadoras não com o intuito de medir um
conhecimento impossível, mas para verificar se o concursando tem o
discernimento de “pular” as questões impossíveis. Você não acha impossível
ter que decorar qual é a multa prevista no artigo X da Lei Y? E ter que saber
quais são as sanções previstas no artigo W da mesma lei e a relação entre a
multa e as sanções? Eu sou AFRFB aduaneiro há 18 anos e, quando eu vi a

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letra A pela primeira vez, achei que estavam cobrando “grego” na prova e logo
a pulei... rs
Quem se desesperou ao ler a letra A perdeu os pontos de uma questão
ridiculamente fácil. Não há dica mais batida do que essa: “Pule as questões (ou
as assertivas) difíceis. Faça as questões fáceis primeiro.” Quem seguiu tal
sugestão, ignorou a letra A e ganhou pontos muito fáceis.
Só para deixar registrado: a letra A é literal do parágrafo único do artigo
38 da Lei 12.350/2010. É um caso hiperespecífico de multa sobre as empresas
que exploram recintos alfandegados. É detalhe do detalhe do detalhe. Não
perca tempo tentando decorar isso.

08 – (TRF/2002-1) Identifique a razão que leva o legislador aduaneiro


a “alfandegar” determinados portos, aeroportos ou pontos da fronteira
terrestre, fixando os locais servidos por repartições aduaneiras onde
possam:
a) estacionar ou transitar veículos procedentes ou destinados ao exterior; ser
efetuadas operações de carga, descarga, armazenagem ou passagem de
mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas; embarcar,
desembarcar ou transitar viajantes procedentes do exterior ou a ele
destinados;
b) estacionar ou transitar veículos procedentes ou destinados ao exterior; ser
efetuadas operações de descarga e pesagem de mercadorias procedentes do
exterior ou a ele destinadas; embarcar, desembarcar ou transitar viajantes
procedentes do exterior ou a ele destinados;
c) estacionar ou transitar veículos procedentes do exterior; ser efetuadas
operações de carga, descarga, armazenagem ou passagem de mercadorias
procedentes do exterior ou a ele destinadas; embarcar, desembarcar ou
transitar viajantes procedentes do exterior ou a ele destinados;
d) estacionar ou transitar veículos destinados ao exterior; ser efetuadas
operações de carga ou passagem de mercadorias destinados ao exterior;
embarcar, desembarcar ou transitar viajantes procedentes do exterior ou a ele
destinados;
e) estacionar ou transitar veículos procedentes ou destinados ao exterior; ser
efetuadas operações de carga, descarga, armazenagem ou passagem de
mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas; desembarcar ou
transitar viajantes procedentes do exterior.

Comentários
Questão literal do artigo 5º do RA. Gabarito: a.

09 – (TRF/2002-2) A jurisdição dos serviços aduaneiros, exercida


atualmente, compreende:
a) os portos, os aeroportos e os pontos de fronteira;
b) a zona primária e a zona secundária;

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c) a Zona Franca de Manaus, as Zonas de Processamento das Exportações e o


restante do território nacional;
d) os enclaves e os exclaves aduaneiros;
e) os recintos alfandegados situados nas zonas de vigilância aduaneira.

Comentários
Questão literal do artigo 3º do RA. Letra b.

10 – (Inédita) Assinale a alternativa incorreta:


a) A zona de processamento de exportações faz parte da zona secundária.
b) Atualmente, o alfandegamento é realizado pelas Superintendências
Regionais da Receita Federal.
c) Os recintos alfandegados se situam na zona primária.
d) O alfandegamento de um recinto pode ser realizado a título permanente ou
temporário.
e) A jurisdição aduaneira brasileira estende-se para fora do território brasileiro.

Comentários
Letra A: correta, como vimos. Só é considerada zona primária “para
efeito de controle aduaneiro”, não para todos os efeitos.
Letra B: correta, pois houve a delegação de competência.
Letra C: falsa. Podem se situar na zona secundária.
Letra D: correta, como vimos no caso da Base Aérea de Santa Cruz.
Letra E: correta. A jurisdição inclui as Áreas de Controle Integrado
situadas nos países do Mercosul e na Bolívia.

11 – (Inédita) Assinale a alternativa correta:


a) A precedência da aduana permite que, em fiscalização no estabelecimento
do importador, ela requeira a ajuda policial.
b) O alfandegamento da zona de vigilância aduaneira é realizado pelo
Superintendente Regional da Receita Federal.
c) Somente nos portos, aeroportos e pontos de fronteira alfandegados poderá
efetuar-se a entrada ou a saída de mercadorias procedentes do exterior ou a
ele destinadas.
d) Os portos secos não podem ser encontrados na zona primária.
e) Na zona primária, o controle aduaneiro pode ser ininterrupto ou eventual.

Comentários
Letra A: falsa. A precedência da aduana é só na zona primária e em
alguns outros locais indicados no art. 17 do RA. Pegadinha...
Letra B: falsa. A ZVA não é alfandegada.

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Letra C: correta. Apesar de haver exceções, tal afirmativa é literal do art.


8º do RA. Contra a literalidade não se briga...
Letra D: falsa. Podem ser encontrados em pontos de fronteira.
Letra E: falsa. A fiscalização, não o controle, pode ser ininterrupto ou
eventual. Pegadinha...

12 – (Inédita) Avalie as afirmações abaixo. Atribua V para a


verdadeira e F para a falsa. Em seguida, marque a opção que contenha
a sequência correta.
( ) A fiscalização aduaneira poderá ser ininterrupta ou eventual nos recintos
alfandegados.
( ) A fiscalização aduaneira será ininterrupta nos portos, aeroportos e pontos
de fronteira alfandegados.
( ) Na zona secundária, onde se autorize carga e descarga de mercadorias, ou
embarque e desembarque de viajante, procedentes do exterior ou a ele
destinados, a autoridade aduaneira tem precedência sobre as demais que ali
exerçam suas atribuições.
a) V, V, V b) F, F, F c) V, F, V d) V, V, F e) V, F, F

Comentários
A primeira afirmativa está correta (caput do artigo 16 do RA).
A segunda está errada, pois a fiscalização poderá ser eventual. (caput do
artigo 16 do RA)
A terceira afirmativa está correta e evidencia a precedência da
autoridade aduaneira também na zona secundária, nas “outras áreas” citadas
no artigo 17 do RA:
“Nas áreas de portos, aeroportos, pontos de fronteira e recintos
alfandegados, bem como em outras áreas nas quais se autorize carga e
descarga de mercadorias, ou embarque e desembarque de viajante,
procedentes do exterior ou a ele destinados, a autoridade aduaneira tem
precedência sobre as demais que ali exerçam suas atribuições.”
Vimos o exemplo do avião em pouso de emergência que vai ser
descarregado em recinto não alfandegado. A precedência da aduana também
existe aí.
Solução: Letra c.

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2. CONTROLE ADUANEIRO DE VEÍCULOS

Esta parte do edital está nos artigos 26 a 68 do Regulamento Aduaneiro.


Antes mesmo de controlar as mercadorias que entram no país, a aduana
controla os veículos. E já sabemos que os veículos entram pela zona primária.
No entanto, em casos especiais, a Receita Federal pode, por exemplo,
permitir a entrada por local não alfandegado. Como escrevi antes, é fácil
perceber que, havendo necessidade de um avião fazer um pouso de
emergência, será com certeza autorizado a pousar no aeroporto mais
acessível, independentemente de ser alfandegado ou não. É uma permissão
óbvia.
Art. 26. A entrada ou a saída de veículos procedentes do exterior
ou a ele destinados só poderá ocorrer em porto, aeroporto ou
ponto de fronteira alfandegado.
§ 1o O controle aduaneiro do veículo será exercido desde o seu
ingresso no território aduaneiro até a sua efetiva saída, e será
estendido a mercadorias e a outros bens existentes a bordo,
inclusive a bagagens de viajantes.
§ 2o O titular da unidade aduaneira jurisdicionante poderá
autorizar a entrada ou a saída de veículos por porto, aeroporto ou
ponto de fronteira não alfandegado, em casos justificados, e sem
prejuízo do disposto no § 1o.

As unidades aduaneiras se dividem nas unidades de zona primária


(alfândegas nos portos e aeroportos e inspetorias nas fronteiras) e nas
unidades de zona secundária (inspetorias). Quando o volume de comércio
exterior em uma região não justifica a criação de uma unidade aduaneira, a
fiscalização aduaneira é acumulada pela Delegacia da Receita Federal, que, em
regra, deveria tratar apenas de tributos internos.
Quando o Regulamento Aduaneiro diz “unidade jurisdicionante” está se
referindo à unidade de zona secundária, responsável pela região onde a
empresa se encontra estabelecida (excepcionalmente, a unidade de zona
primária pode também acumular as funções de fiscalização externa, como
ocorre com a unidade do Porto de Vitória, onde o Missagia é lotado). A unidade
jurisdicionante do município do Rio de Janeiro é a “Inspetoria da Receita
Federal no Rio de Janeiro”, onde eu, Rodrigo, sou lotado. O trabalho da
unidade jurisdicionante é fiscalizar as empresas em seus estabelecimentos. As
inspetorias têm a mobilidade para ir às empresas. Já o trabalho das unidades
de zona primária é, em regra, somente fiscalizar as mercadorias que se
apresentam na própria unidade aduaneira.

Conforme o artigo 26, o controle aduaneiro do veículo será exercido


desde o ingresso no território aduaneiro até a sua efetiva saída, e será
estendido a mercadorias e a outros bens existentes a bordo, inclusive a
bagagens de viajantes.
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Será estendido também a peças sobressalentes e consumo de bordo


(bebidas, comidas, travesseiros e tudo o mais que for para consumo durante a
viagem). Evita-se assim o comércio clandestino desses bens. (art. 37)
O controle também se estende às unidades de carga, como os
containers. (art. 39)
Quando o veículo (avião ou navio, por exemplo) chega, ele fica sendo
monitorado no pátio do aeroporto ou na região do porto, até o momento em
que ele efetivamente vai ser fiscalizado. Não pode um avião, um navio ou
qualquer outro veículo, já fiscalizado, “encostar” no veículo que acabou de
chegar. Imagine se isso fosse possível. Toda a “muamba” ia ser transferida
para aquele veículo que já passou pela fiscalização. É para evitar o
transbordo, ou seja, a transferência direta entre veículos que o artigo 28
proíbe que o veículo chegado se coloque perto de outro já fiscalizado. Claro
que esta regra admite exceções:
Art. 28. É proibido ao condutor do veículo colocá-lo nas
proximidades de outro, sendo um deles procedente do exterior ou
a ele destinado, de modo a tornar possível o transbordo de pessoa
ou mercadoria, sem observância das normas de controle
aduaneiro.
Parágrafo único. Excetuam-se da proibição prevista no caput os
veículos:
I - de guerra, salvo se utilizados no transporte comercial;
II - das repartições públicas, em serviço;
III - autorizados para utilização em operações portuárias ou
aeroportuárias, inclusive de transporte de passageiros e
tripulantes; e
IV - que estejam prestando ou recebendo socorro.

Veja que não é todo veículo de guerra que pode encostar nos demais
veículos. Nem é todo veículo de repartição pública, mas apenas os que
estiverem em serviço. E o exemplo das ambulâncias? Bem, estas só podem
chegar perto de outros veículos se estiverem efetivamente prestando socorro.

O controle aduaneiro não se restringe à zona primária. O veículo pode


ser acompanhado pela RFB inclusive durante sua movimentação pelo território
aduaneiro. É o que diz o artigo 30:
Art. 30. Quando conveniente aos interesses da Fazenda Nacional,
poderá ser determinado, pela autoridade aduaneira, o
acompanhamento fiscal de veículo pelo território aduaneiro.

Guarde isso! É literal: o controle aduaneiro do


veículo é exercido desde seu
ingresso no território até sua efetiva
saída.

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Já o acompanhamento fiscal ocorre


só em casos especiais.

Prestação de Informações pelo Transportador

De acordo com o artigo 31 do RA, o transportador deve informar à RFB a


sua chegada e as cargas que está trazendo. No caso de transporte por via
marítima, o transportador tem que informar as cargas que está trazendo, com
antecedência de 48 horas, em regra. É o que dispõe a IN RFB 800/2007, que
criou o SISCOMEX Carga.
Para o controle da carga aéreo e terrestre, a IN SRF 102/94 criou o
MANTRA -Sistema Integrado de Gerência do Manifesto, do Trânsito e do
Armazenamento. O MANTRA é parte do Siscomex – Sistema Integrado de
Comércio Exterior, que veremos em aula futura. Consta na norma que o
transportador tem que informar os dados da carga “previamente à chegada”,
mas pode haver complementação em até duas horas após a chegada.
Como são declaradas as cargas nos sistemas?
Bem, para explicar isso temos que conhecer o conhecimento de carga,
que é um dos documentos instrutivos do despacho aduaneiro, os quais serão
estudados na aula 4.

Guarde isso! O conhecimento de carga também é


chamado conhecimento de
embarque, de frete ou de transporte.

Toda vez que o exportador entrega carga para o transportador, recebe


deste um documento que formaliza o contrato de transporte. É o chamado
conhecimento de carga. De uma forma simplificada, podemos pensar no
conhecimento como o contrato de transporte. Para facilitar o comércio
mundial, foi criada uma regra de formação para os números dos
conhecimentos de tal forma que nunca haverá dois conhecimentos com o
mesmo número. São 11 dígitos, sendo que os 3 primeiros correspondem à
companhia aérea (por exemplo, 001 -> American Airlines, 957 -> TAM). Os
números dos conhecimentos são, portanto, o “CPF das cargas”.
A principal característica do conhecimento de carga, estudada
futuramente, é o fato de constituir “prova de posse ou propriedade da
mercadoria”. Aquele que tem um conhecimento de carga em seu nome pode
exigir a mercadoria do emissor do conhecimento. Se quiser entrar na Justiça,
comprovará ser o proprietário dos bens, com a simples apresentação do
conhecimento de carga com seu nome. O conhecimento é um título de crédito.
Art. 554. O conhecimento de carga original, ou documento de
efeito equivalente, constitui prova de posse ou de propriedade da
mercadoria.

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O RA define que também os agentes de carga e os operadores portuários


devem prestar as informações no sistema:
Art. 31. O transportador deve prestar à Secretaria da Receita
Federal do Brasil, na forma e no prazo por ela estabelecidos, as
informações sobre as cargas transportadas, bem como sobre a
chegada de veículo procedente do exterior ou a ele destinado.
§ 1o Ao prestar as informações, o transportador, se for o caso,
comunicará a existência, no veículo, de mercadorias ou de
pequenos volumes de fácil extravio.
§ 2o O agente de carga, assim considerada qualquer pessoa que,
em nome do importador ou do exportador, contrate o transporte de
mercadoria, consolide ou desconsolide cargas e preste serviços
conexos, e o operador portuário também devem prestar as
informações sobre as operações que executem e as respectivas
cargas.

Simplificadamente, podemos visualizar o operador portuário como aquele


que administra o porto. Por exemplo, o operador portuário presta os serviços
de descarga dos contêineres do navio para o cais e armazena, mediante
remuneração, os contêineres dentro de seus armazéns no porto.
E quem são os agentes de carga? São pessoas jurídicas que prestam
serviços no transporte marítimo e no aéreo. Vejamos.
No transporte marítimo, a empresa que presta o serviço de transporte é
chamada armador. Os navios com os quais ele opera são, normalmente, porta-
contêineres, ou seja, navios projetados para transporte exclusivo de
contêineres. Desta forma, ele prefere receber a carga já conteinerizada.
Quando o exportador brasileiro tem uma carga tão volumosa que enche
um contêiner, o armador (feliz da vida) o disponibiliza para o exportador e,
posteriormente, o recolhe para o transporte.
Quando o exportador brasileiro tem uma carga pequena para transporte,
o armador (triste da vida) normalmente se recusa a receber, pois passaria a
ter o ônus de armazenar esta carga até que outras se juntassem a ela e
enchessem um contêiner. Embarcar um contêiner com pouca carga é prejuízo
para o armador e é natural entender que ele não tem interesse em ficar
mantendo armazéns espalhados no mundo inteiro, pois este não é seu objeto
social. Para o próprio exportador, esta opção é ruim, pois poderia se passar
muito tempo até que se enchesse o contêiner.
Nesta situação de cargas pequenas, surge a oportunidade de negócio
para os chamados agentes de carga (consolidadores de carga). Estes recebem
as cargas que os armadores rejeitam. Enchem o contêiner e entregam-no ao
armador. A existência dos consolidadores de carga gera, para os exportadores,
a certeza do embarque em um prazo relativamente curto, pois os
consolidadores mantêm contratos com os armadores pelos quais fica reservado
o espaço para o contêiner daqueles em prazos regulares, independentemente
de haver muita ou pouca carga conteinerizada. Para os armadores, o benefício
é a geração de renda pelos serviços que prestarão. E, para os próprios
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consolidadores, a renda provém de sua forma de funcionamento: compram o


espaço do armador no atacado e vendem no varejo aos exportadores.
Os consolidadores de carga também são chamados de unitizadores, pois
recebem cargas soltas e colocam-nas em unidades de carga, como o contêiner.
Desunitizar é sinônimo de desconsolidar e desovar, e significa esvaziar a
unidade de carga.
No transporte marítimo, os consolidadores de carga recebem o nome de
NVOCC (Non-Vessel Owning Common Carrier – Transportador Comum Não
Proprietário de Navio). No transporte aéreo, recebem o nome de agente de
carga IATA (International Air Transport Association – Associação de Transporte
Aéreo Internacional).

Manifesto de Carga

Caso um transportador receba mercadorias de 300 diferentes


exportadores, terão sido emitidos 300 conhecimentos de carga. Cada
conhecimento de carga representa um contrato de transporte.
Quando o transportador encerra o recebimento de cargas para uma
determinada partida, preenche o manifesto de carga, que nada mais é que a
relação de todos os conhecimentos de carga emitidos para aquela viagem. O
manifesto deve ser então entregue à Receita Federal, como disposto no
Regulamento Aduaneiro (RA):
Art. 42. O responsável pelo veículo apresentará à autoridade
aduaneira, na forma e no momento estabelecidos em ato
normativo da Secretaria da Receita Federal do Brasil, o manifesto
de carga, com cópia dos conhecimentos correspondentes, e a lista
de sobressalentes e provisões de bordo.

O manifesto possui um cabeçalho, com algumas informações gerais,


como a identificação do veículo e sua nacionalidade, e também as principais
informações de cada conhecimento de carga. O art. 44 do RA assim dispõe:
Art. 44. O manifesto de carga conterá:
I – a identificação do veículo e sua nacionalidade;
II – o local de embarque e o de destino das cargas;
III – o número de cada conhecimento;
IV – a quantidade, a espécie, as marcas, o número e o peso dos
volumes;
V – a natureza das mercadorias;
VI – o consignatário de cada partida;
VII – a data do seu encerramento; e
VIII – o nome e a assinatura do responsável pelo veículo.

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No manifesto de carga, consta a


Guarde isso! descrição da carga (exemplo, “5 caixas
de madeira, dizendo conter sapatos.
Peso: 50 kg.”). Não há uma descrição
detalhada da mercadoria, mas apenas
a indicação de sua natureza. Afinal, o
transportador não é obrigado a saber o
que há dentro das caixas que vai
transportar.

Note que o transportador pode, na mesma viagem, trazer vários


manifestos, pois estes são individualizados considerando-se o local de
embarque e o de destino das mercadorias. Por exemplo, no mesmo porto no
exterior, se tiver recebido carga para entregar no porto de Santos e outra para
entregar no porto do Rio de Janeiro, haverá dois manifestos. Um para cada
ponto de descarga.
E, se em um porto italiano, recebeu carga para trazer para o Rio de
Janeiro, e, em porto espanhol, recebeu outra carga também para o Rio de
Janeiro, haverá dois manifestos a serem entregues no porto brasileiro,
conforme se depreende do inciso II acima.
No caso de divergência entre o manifesto e o conhecimento, prevalecerá
este, podendo a correção daquele ser feita de ofício (art. 47). Isto porque o
manifesto é uma lista com dados copiados dos conhecimentos, né? Claro que
prevalece a fonte primária das informações.
Além da correção de ofício, é claro que a legislação permite a correção a
pedido. Dispõe o RA:
Art. 48. Se objeto de conhecimento regularmente emitido, a
omissão de volume em manifesto de carga poderá ser suprida
mediante a apresentação da mercadoria sob declaração escrita
do responsável pelo veículo, anteriormente ao conhecimento da
irregularidade pela autoridade aduaneira.

Se não tiver havido o pedido de correção, mas for detectada a infração


pela RFB, há algumas penalidades, que serão identificadas no procedimento de
Conferência Final de Manifesto, que a gente vê mais adiante.
E se o sujeito não entregar manifesto nenhum?
Art. 43. (...)
Parágrafo único. A não-apresentação de manifesto ou declaração
de efeito equivalente, em relação a qualquer ponto de escala no
exterior, será considerada declaração negativa de carga.

Se a RFB descobre carga no veículo, o transportador estará sujeito a


penalidades (vamos deixar isso para a aula de Infrações e Penalidades?)

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1) A falta de apresentação de
Guarde isso! manifesto é considerada “declaração
negativa de carga”.
2) O manifesto é uma relação dos
conhecimentos de carga.

QUESTÕES

13 – (ATRFB/2012) Sobre controle aduaneiro de veículos, é incorreto


afirmar que:
a) a entrada ou a saída de veículos procedentes do exterior ou a ele destinados
não poderá ocorrer em porto, aeroporto ou ponto de fronteira não
alfandegado.
b) o agente de carga, assim considerada qualquer pessoa que, em nome do
importador ou do exportador, contrate o transporte de mercadoria, consolide
ou desconsolide cargas e preste serviços conexos, e o operador portuário,
também devem prestar as informações sobre as operações que executem e
respectivas cargas.
c) o conhecimento de carga original, ou documento de efeito equivalente,
constitui prova de posse ou de propriedade da mercadoria.
d) a mercadoria procedente do exterior, transportada por qualquer via, será
registrada em manifesto de carga ou em outras declarações de efeito
equivalente. O manifesto de carga conterá a identificação do veículo e sua
nacionalidade; o local de embarque e o de destino das cargas; o número de
cada conhecimento; a quantidade, a espécie, as marcas, o número e o peso
dos volumes; a natureza das mercadorias; o consignatário de cada partida; a
data do seu encerramento; e o nome e a assinatura do responsável pelo
veículo.
e) no caso de divergência entre o manifesto de carga e o conhecimento de
carga, prevalecerá o conhecimento de carga, podendo a correção do manifesto
ser feita de ofício.

Comentários
Questão fácil.
A questão se torna muito fácil em virtude do erro evidente na letra A.
Vimos que, se um avião, por exemplo, precisar fazer um pouso de emergência,
ele será autorizado a isso, ainda que o aeroporto não seja alfandegado. Logo,
é incorreto afirmar que a entrada e a saída não podem ocorrer por local não
alfandegado.
Letra B: correta, conforme vimos no art. 31, § 2º do RA.

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Letra C: correta. Questão literal do artigo 554 do RA. É questão muito


recorrente nas provas anteriores, como veremos na aula de despacho
aduaneiro.
Letra D: correta. Abordamos a obrigatoriedade do manifesto de carga e a
lista de elementos que o compõem (artigo 44 do RA).
Letra E: correta. Tratamos também do caso de divergência e de
prevalência do conhecimento de carga. Vimos ainda a questão da correção de
ofício, prevista no artigo 47 do RA.

14 – (TTN/1998) A não apresentação de manifesto de carga ou de


documento equivalente em relação a qualquer ponto de escala no
exterior:
a) impedirá a Alfândega de liberar o veículo para as operações de carga,
descarga ou transbordo até a sua efetiva regularização;
b) obstará a saída do veículo transportador, salvo se o agente do veículo no
local da descarga se responsabilizar por quaisquer débitos que vierem a ser
apurados;
c) será objeto de apuração de responsabilidade por eventuais diferenças
quanto a falta ou acréscimo de mercadoria por ocasião da conferência final dos
manifestos relativos a toda a carga descarregada do veículo transportador;
d) Será objeto de penalidade por embaraço à fiscalização;
e) Será considerada declaração negativa de carga, sujeitando-se o responsável
pelo veículo aos efeitos daí decorrentes.

Comentários
Questão direta: letra e.

15 – (TTN/1997-Área Administração Tributária) Relativamente ao


veículo transportador, a mercadoria procedente do exterior por
qualquer via deverá estar registrada: (adaptada)
a) nas cópias dos conhecimentos de carga;
b) no manifesto de carga ou documento equivalente;
c) nas licenças de importação correspondentes;
d) nos originais das faturas comerciais;
e) nos certificados de origem das mercadorias.

Comentários
Claro que a mercadoria tem que estar descrita na fatura comercial, nos
certificados de origem (atestam a origem da mercadoria para fruição de algum
benefício fiscal ou para confirmar que não está vindo de um país cujas
importações seriam objeto de cobrança de valores) e nas licenças de
importação (entre muitos exemplos, se for remédio importado, tem que ter a

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licença de importação obtida da Anvisa; se for animal vivo, precisa de licença


do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento).
A questão, no entanto, pergunta “em relação ao veículo transportador”.
Logo, tem que se ver qual é o documento do veículo transportador, o
documento que cabe à transportadora entregar à RFB. O conhecimento de
carga é emitido pelo transportador, mas pertence ao importador, que o irá
entregar à RFB. Já o manifesto é o documento do transportador. Gabarito: B.

16 – (ACE/2002) O documento, com força contratual, emitido por uma


companhia de transporte, que atesta o recebimento de uma
mercadoria a ser exportada, suas características, as condições de
transporte e os compromissos quanto à entrega da mesma ao
destinatário legal, denomina-se:
a) contrato de agente internacional;
b) contrato de compra e venda internacional;
c) conhecimento de embarque;
d) contrato de afretamento;
e) certificado de contagem.

Comentários
Questão direta. Gabarito: c.

17 – (TTN/1997) A omissão de volume em manifesto de carga, desde


que tal volume conste no conhecimento emitido regularmente,
a) poderá ser suprida por carta de correção dirigida pelo emitente do
conhecimento à autoridade aduaneira do local da descarga para fim de
correção do manifesto.
b) poderá ser relevada se for devidamente averbada ou ressalvada pelo
responsável pelo veículo, no próprio manifesto de carga, por exigência da
autoridade aduaneira.
c) poderá ser suprida se o volume for incluído em manifesto de carga
complementar emitido antes da chegada do veículo no local da descarga.
d) é irrelevante, pois a existência do conhecimento para efeito do controle
aduaneiro do veículo e da carga a bordo supre a omissão em qualquer
circunstância.
e) poderá ser suprida se apresentada a mercadoria sob declaração escrita do
responsável pelo veículo e anteriormente ao conhecimento da irregularidade
pela autoridade aduaneira.

Comentários
Questão literal do Regulamento Aduaneiro, art. 48, como vimos.
Gabarito: letra e.

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Descarga e Custódia

Depois de informados os dados, o veículo vai chegar, né?


Depois disso, a descarga somente poderá começar depois de o
transportador ter prestado as informações sobre a carga e sobre a chegada do
veículo.
Art. 31 (...)
Parágrafo único. As operações de carga, descarga ou transbordo
em embarcações procedentes do exterior somente poderão ser
executadas depois de prestadas as informações referidas no art.
31.

A descarga do veículo somente pode


GUARDE ISSO! ocorrer depois de prestadas todas as
informações das cargas pelo
transportador.

No caso de transporte aéreo, o funcionário da Infraero vai estar lá


embaixo do avião para receber as cargas e as levar para o armazém. Na
entrada neste, é realizado no sistema o registro do armazenamento, sendo
acionado o “taxímetro” da Infraero para posterior pagamento das diárias por
parte do importador.
Em situações excepcionais, quando o sistema informatizado de controle
do armazenamento, o chamado “Mantra - Sistema Integrado de Gerência do
Manifesto, do Trânsito e do Armazenamento”, estiver inativo, será exigido o
preenchimento do registro de descarga (preenchimento de uma Folha de
Controle de Carga), como vemos na redação da IN SRF 102/1994:
"Art. 1º O controle de cargas aéreas procedentes do exterior e de
cargas em trânsito pelo território aduaneiro será processado
através do Sistema Integrado de Gerência do Manifesto, do
Trânsito e do Armazenamento - MANTRA e terá por base os
procedimentos estabelecidos por este Ato.
§ 1° O MANTRA constitui parte do Sistema Integrado de Comércio
Exterior - SISCOMEX instituído pelo Decreto nº 660, de 25 de
setembro de 1992.
§ 2° A manifestação de carga referida no art. 6º, bem como o
registro de armazenamento efetivado pelo depositário e o
correspondente visto dessa armazenagem realizado pela
fiscalização aduaneira, cumulativamente, desobrigam a utilização
da Folha de Controle de Carga - FCC de que trata o item 1 da
Instrução Normativa SRF nº 63, de 22 de junho de 1984.
§ 3° Nos casos de inatividade do Sistema, o controle de cargas
terá por base a citada FCC e será lavrado termo de entrada no

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momento da chegada de veículo, quer esteja ou não transportando


carga.
(...)"

No Regulamento Aduaneiro mais antigo (Decreto 91.030/1985), dizia-se


que a descarga somente ocorreria após a formalização da entrada do veículo
no país. E esta só ocorreria após a visita aduaneira. A chamada “visita
aduaneira” foi extinta e a emissão do termo de entrada passou a ser realizada
na forma prevista na legislação. Hoje, por exemplo, a IN RFB 800/2007 dispõe
que o operador portuário informa no Siscomex Carga a atracação do navio no
porto. E o registro da atracação equivale à emissão do termo de
entrada. Note, neste caso, que o termo de entrada continua existindo, mas
sua emissão independe da intervenção da aduana.

Conferência Final de Manifesto

Descarregados os bens, pode ter havido uma das três situações:


- volumes efetivamente chegados coincidem com os previstos para
chegar;
- volumes efetivamente chegados EXCEDEM o que era previsto; e
- volumes efetivamente chegados VIERAM EM QUANTIDADE MENOR do
que a prevista.

Essa comparação entre o que chegou e o que consta no manifesto é o


que se chama Conferência Final de Manifesto.
Art. 53. O manifesto será submetido à conferência final para
apuração da responsabilidade por eventuais diferenças quanto a
extravio ou a acréscimo de mercadoria.

O conceito exato da Conferência está lá no artigo 658 do RA, alterado


pelo Decreto 8.010, de 16 de maio de 2013:
Art. 658. A conferência final do manifesto de carga destina-se a
constatar extravio ou acréscimo de volume ou de mercadoria
entrada no território aduaneiro, mediante confronto do manifesto
com os registros, informatizados ou não, de descarga ou
armazenamento. (NR dada pelo Decreto 8.010/2013).

Obviamente que, se houver divergência, o transportador será


responsabilizado, conforme dispõe o artigo 661, parágrafo único. Dele serão
cobrados os tributos se extraviar a carga (também paga os tributos se houver
avaria).
“Rodrigo, ele vai pagar imposto sobre mercadorias extraviadas e
avariadas?”

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Não, ele vai pagar mais do que imposto. Ele vai pagar TODOS os
tributos incidentes na importação. Conforme a gente vai estudar nas próximas
duas aulas, a mercadoria extraviada sofre a cobrança de tributos (RA, art. 73,
II, c; RA, art. 238, par. único; Lei 10.865/2004, art. 3º), cabendo ao
importador a restituição dos tributos, caso já os tenha pago (RA, art. 110, II).

Uma última observação é em relação ao termo “mercadoria” no conceito


de Conferência Final. Note que o art. 658 faz menção a extravio ou acréscimo
de volume ou de mercadoria. Volumes são caixas, sacos, tonéis, enfim aquilo
que é usado para acondicionar bens para transporte. E as mercadorias são o
conteúdo dos volumes.
Em tese, a conferência final de manifesto deveria detectar apenas
extravio ou acréscimo de volumes, não de mercadorias. Afinal, para preencher
o conhecimento de carga e, posteriormente, o manifesto de carga, o
transportador, em regra, não abre as caixas para ver quais ou quantas
mercadorias irá transportar. Ele tão somente conta e pesa os volumes e cobra
o frete considerando seu número ou o peso. Como vimos, não é exigida no
manifesto de carga a informação da quantidade de mercadorias, mas apenas
a sua espécie (natureza).
Também na descarga do avião ou na armazenagem das caixas no
depósito da Infraero não se conhece ainda o número de mercadorias
efetivamente chegadas, pois as caixas não são abertas na pista do aeroporto
para a contagem dos bens. Quando for realizada, esta contagem o será pela
Receita Federal sobre a mercadoria já armazenada no terminal da Infraero.
Portanto, a comparação que se consegue fazer entre o manifesto e os registros
de descarga ou de armazenamento é sobre os volumes que chegaram e os que
deveriam ter chegado. Então, por que motivo o art. 658 se refere à
conferência final de manifesto em relação a mercadorias?
Caríssimo(a), existem situações em que as mercadorias foram
importadas sem que fossem colocadas dentro de volumes. Por exemplo,
quando um carro é importado, ele não vem dentro de um volume. Da mesma
forma, as mercadorias importadas a granel não vêm avolumadas. São
importados nos porões dos navios. Nestes casos, a conferência final de
manifesto opera sobre as próprias mercadorias.

1) A Conferência Final de Manifesto destina-se a


Guarde isso! constatar EXTRAVIO ou ACRÉSCIMO de
VOLUME ou de MERCADORIA.
2) Na Conferência Final de Manifesto, compara-
se o MANIFESTO DE CARGA com os
REGISTROS DE DESCARGA OU DE
ARMAZENAMENTO.

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Atenção para o conceito antigo da conferência final de manifesto

A redação anterior do artigo 658 não indicava a possibilidade de se fazer


a comparação do manifesto com os registros de armazenamento, mas apenas
com os registros de descarga (veja abaixo). Acho importantíssimo evidenciar
esta alteração ocorrida em 2013, pois a ESAF ama pedir na prova as
modificações mais recentes da legislação e também porque há muitas questões
passadas usando o conceito antigo (aqui no curso, adaptei as questões para a
nova redação):
(REDAÇÃO ANTIGA!!!! NÃO GUARDE!!!) Art. 658. A
conferência final do manifesto de carga destina-se a constatar
extravio ou acréscimo de volume ou de mercadoria entrada no
território aduaneiro, mediante confronto do manifesto com os
registros de descarga.

QUESTÕES

18 – (TTN/1997-Área aduana) As operações de carga, descarga ou


transbordo de veículo procedente do exterior só poderão ser
executadas:
a) em dia de expediente normal da repartição aduaneira para efeito de
fiscalização e efetivo controle das mercadorias;
b) depois de formalizada, pela autoridade aduaneira, a sua entrada no porto,
aeroporto ou repartição jurisdicionante do ponto de fronteira alfandegado;
c) após o efetivo estacionamento do veículo no porto, aeroporto ou ponto de
fronteira alfandegado, permanecendo, a partir desse momento, sob rigoroso
controle aduaneiro;
d) após a liberação do veículo procedente do exterior pela autoridade sanitária
para fim de controle de doenças e pragas;
e) após a entrega de todos os documentos relativos a carga transportada na
repartição aduaneira que jurisdiciona o porto, aeroporto ou ponto de fronteira
alfandegado.

Comentários
À época da prova, o gabarito era B. No entanto, vimos nesta aula que a
formalização da entrada do veículo não se dá mais “pela autoridade
aduaneira”. No caso das cargas que entram por navio, o registro da atracação
equivale à emissão do termo de entrada.
O certo hoje seria: “depois de formalizada a sua entrada no porto,
aeroporto ou repartição jurisdicionante do ponto de fronteira alfandegado.”

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19 – (AFTN/1994) O procedimento administrativo que se destina a


constatar a ocorrência de falta ou acréscimo de volume ou de
mercadoria entrada no território aduaneiro, em que se comparam os
registros de descarga ou de armazenamento com os dados constantes
no manifesto, refere-se à atividade atinente: (adaptada)
a) à vistoria aduaneira;
b) à conferência aduaneira;
c) à revisão aduaneira;
d) ao controle do despacho aduaneiro;
e) à conferência final de manifesto.

Comentários
Adaptei o enunciado para incluir a expressão “ou de armazenamento”,
conforme o novo conceito.
Questão direta. Resposta: letra e.

20 – (TTN/1997-Área aduana) A conferência final do manifesto em


confronto com os registros de descarga ou de armazenamento da
mercadoria dos veículos transportadores feita pela fiscalização
aduaneira tem por finalidade: (adaptada)
a) verificar as divergências porventura existentes e intimar o importador a
pagar as multas correspondentes;
b) constatar a falta ou acréscimo de volume ou mercadoria entrada no
território aduaneiro e a adoção do procedimento fiscal adequado contra o
transportador;
c) verificar se do manifesto constam todos os conhecimentos de carga,
confrontando-se as quantidades de volumes registradas e os respectivos pesos
brutos com os totais constantes do manifesto;
d) após a descarga do veículo transportador verificar se todos os
conhecimentos de carga estão arrolados no manifesto para confronto com os
despachos aduaneiros correspondentes;
e) proceder às averbações no manifesto das diferenças encontradas após a
descarga, entre os dados constantes dos conhecimentos de carga e os dados
constantes das folhas de controle de carga para efeito de apurar a
responsabilidade pela diferença de tributos.

Comentários
Adaptei o enunciado para incluir a expressão “ou de armazenamento”,
conforme o novo conceito.
Questão direta. Gabarito: B.
Letra A: errada. Se for apurada divergência, o transportador é que será
responsabilizado.
Letras C e D: erradas. Isso não é conferência final de manifesto.
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Letra E: errada. Não se faz comparação de conhecimento de carga.

21 – (TTN/1998) Quando houver divergência, para menos, de peso ou


de dimensão do volume em relação ao declarado no manifesto, no
conhecimento de carga ou no documento equivalente, ou ainda, se for
o caso, aos documentos que instruíram o despacho para trânsito, é
responsável para efeitos fiscais:
a) o depositário;
b) o importador;
c) o transportador;
d) o exportador;
e) o consignatário.

Comentários
Gabarito: c.

Busca em Veículos

Muitas vezes, assim que chega um veículo do exterior, a RFB sente o


“cheiro da fraude”. É só olhar e perceber: “há alguma coisa errada por aqui”.
Nestes casos e também naqueles em que há denúncia, a RFB pode começar a
fiscalizar a carga antes mesmo de ela entrar no depósito da Infraero.
Costumo dizer que a “busca em veículos” é uma atividade da RFB, mas
com um viés bem policial para se descobrirem fraudes envolvendo
mercadorias. Essa busca pode ser realizada em qualquer momento, até mesmo
antes da prestação de informações no sistema, pois é uma atividade de
investigação de um indício de fraude. Em casos assim, não se tem que esperar
nada.
Sobre a busca, eu destaco os artigos 34 e 36, até porque são mais
passíveis de caírem em prova. Aliás, já caíram:
Art. 34. A autoridade aduaneira poderá proceder a buscas em
qualquer veículo para prevenir e reprimir a ocorrência de infração à
legislação aduaneira, inclusive em momento anterior à prestação
das informações referidas no art. 31.
§ 1o A busca a que se refere o caput será precedida de
comunicação, verbal ou por escrito, ao responsável pelo veículo.
Art. 36. Havendo indícios de falsa declaração de conteúdo, a
autoridade aduaneira poderá determinar a descarga de volume ou
de unidade de carga, para a devida verificação, lavrando-se termo.

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Vamos procurar fundos falsos nos compartimentos dos aviões, navios e


demais veículos que chegam ao Brasil. Como consta no artigo, a RFB pode
pedir que um ou mais volumes sejam descarregados em separado para uma
checagem.
Observação: unidades de carga são os contêineres e os reboques
rodoviários, por exemplo.

Guarde isso! A busca não é realizada sobre todos os


veículos.

QUESTÕES

22 – (TTN/1998) Em ato de busca em veículo procedente do exterior e


havendo indícios de falsa declaração de conteúdo em volume ou
unidade de carga manifestados, a autoridade aduaneira:
a) poderá determinar a descarga do volume ou unidade de carga para a devida
verificação, lavrando-se termo de ocorrência;
b) determinará a retenção do veículo até a confirmação das suspeitas;
c) suspenderá a execução das operações de descarga do veículo até a
realização da vistoria aduaneira;
d) procederá de imediato à apreensão dos mesmos;
e) lavrará termo circunstanciado que será anexado ao manifesto de carga para
a competente ação fiscal por ocasião da conferência final do manifesto.

Comentários
Como vimos, é literal do artigo 36 do RA. Gabarito: a.

23 – (TRF/2002-2) Avalie a correção das afirmações abaixo. Atribua a


letra V para as verdadeiras e F para as falsas. Em seguida, marque a
opção que contenha a sequência correta.
( ) Nas zonas de vigilância aduaneira demarcadas na faixa de fronteira
terrestre é proibida a presença ou circulação de mercadorias, animais e
veículos em viagem internacional.
( ) As operações de despacho aduaneiro nos portos, aeroportos e pontos de
fronteira alfandegados a título permanente serão efetuados nos horários, locais
e condições determinados pela autoridade aduaneira.
( ) A busca aduaneira, para prevenir ou reprimir a ocorrência de extravios ou
de acréscimos de volumes ou de mercadorias, deve ser precedida da lavratura
do termo de entrada do veículo e da comunicação ao responsável, que poderá
ser verbal.
a) V, V, V.

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b) V, F, V.
c) F, V, V.
d) F, F, F.
e) F, V, F.

Comentários
Primeiro item: falso. Permanecer ali não é proibido. O que ocorre é um
maior rigor na circulação de bens, veículos, animais e pessoas por aquele local.
Segundo item: correto. No dia da prova, este item estava perfeito, pois
literal do artigo 16, § 1º do Regulamento Aduaneiro. Contudo, devemos
guardar que, com a publicação da MP 612/2013, foi definido que o horário de
funcionamento da fiscalização aduaneira passou a ser coincidente com o de
operação do porto. Logo, não será “determinado pela autoridade aduaneira”.
Note que é uma filigrana que eu peguei, mas que a Esaf não costuma pegar.
Eles gostam mais de cobrar a literalidade das normas. Por isso, numa questão
assim eles se agarrariam à literalidade e manteriam o gabarito.
Terceiro item: falso. Quando se fala em “acréscimos e extravios”, pense
logo em Conferência Final de Manifesto. Diversamente, a busca é para
prevenir e reprimir a prática de infrações à legislação aduaneira. Além
disso, não tem que ser precedida de termo de entrada. Este só é lavrado após
a prestação de informações pelo transportador. Em relação à comunicação,
está correta a afirmativa.
Gabarito: letra E.

Controle sobre as bagagens

O controle aduaneiro sobre os veículos engloba também o controle sobre


as bagagens. Exige-se que o transportador identifique cada bagagem com o
nome do seu respectivo proprietário. Se não o fizer, presume-se que ele é o
proprietário, sujeitando-se a todas as penas. Por exemplo, caso a mercadoria
encontrada na bagagem sem identificação seja de drogas ilícitas, o
comandante é quem vai ser responsabilizado.

Disposições Finais

No capítulo que trata do controle aduaneiro de veículos, podem ser


destacadas algumas das disposições finais:
Art. 64. O veículo será tomado como garantia dos débitos fiscais,
inclusive os decorrentes de multas que sejam aplicadas ao
transportador ou ao seu condutor.

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Art. 65. A autoridade aduaneira poderá impedir a saída, da zona


primária, de qualquer veículo que não haja satisfeito às exigências
legais ou regulamentares.
Art. 67. O disposto neste Título aplica-se também aos veículos
militares, quando utilizados no transporte de mercadoria.

A aduana pode segurar o veículo, seja por descumprir as normas, seja


por estar com débito fiscal. Isso já foi objeto de prova.
Também já foi objeto de prova a menção aos veículos militares. Se
forem nacionais, eles serão objeto de controle aduaneiro, para se evitar, por
exemplo, a transferência clandestina de bens e/ou pessoas para outro veículo.
Por outro lado, se forem veículos militares estrangeiros, eles se sujeitam ao
controle aduaneiro para se evitar o transbordo clandestino, mas não se
sujeitam à fiscalização aduaneira, por força de convenções internacionais em
prol da imunidade estatal (lembre que controle e fiscalização são coisas
distintas). A questão da imunidade não é mencionada no Regulamento
Aduaneiro.

QUESTÕES

24 - (TRF/2003) Avalie a correção das afirmações abaixo. Assinale


com a letra V as verdadeiras e com a letra F as falsas. Em seguida,
marque a opção que contenha a sequência correta.
( ) Pode ser autorizada, justificadamente, por ato conjunto da SRF e do
Ministério dos Transportes, a entrada de veículos procedentes do exterior por
local não alfandegado.
( ) As operações de carga de veículo procedente do exterior somente podem
ser executadas depois de formalizada sua entrada no País.
( ) Podem ser colocados na proximidade de veículo destinado ao exterior os
veículos de repartição pública, de guerra ou destinados à prestação de socorro.
( ) Os veículos que transportem chefes de Estado e os veículos militares não
estão sujeitos ao controle aduaneiro.
( ) O veículo garantirá os débitos fiscais decorrentes de multas aplicadas pelas
autoridades aduaneiras ao seu condutor ou ao transportador.
a) F, V, F, F, V
b) F, F, V, F, F
c) V, F, V, F, F
d) V, V, F, V, F
e) F, F, V, V, V

Comentários
Primeiro item: falso. O Ministério dos Transportes está fora disso.
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Segundo item: correto.


Terceiro item: falso. “De repartição pública” só se estiver em serviço. “De
guerra”, salvo se estiverem sendo usados no transporte comercial. “Destinados
à prestação de socorro”, só se estiverem efetivamente prestando socorro.
Quarto item: falso. Todos os veículos estão sujeitos a controle aduaneiro,
evitando-se, por exemplo, o transbordo de bens e/ou pessoas. No caso de
veículos oficiais, eles não se submetem à fiscalização, por força de convenções
internacionais.
Quinto item: correto, como vimos no artigo 64.
Gabarito: letra A.

25 – (Inédita) Em relação ao controle aduaneiro de veículos, marque a


alternativa incorreta:
a) A entrada ou a saída de veículos procedentes do exterior ou a ele
destinados ocorre em porto, aeroporto ou ponto de fronteira alfandegado, com
exceções.
b) A autoridade aduaneira chefe da unidade de zona primária mais próxima
pode autorizar a entrada ou a saída de veículos por porto, aeroporto ou ponto
de fronteira não alfandegado.
c) O controle aduaneiro do veículo será exercido desde o seu ingresso no
território aduaneiro até a sua efetiva saída. Tal controle se estende a todos os
bens existentes a bordo.
d) É proibido ao condutor do veículo colocá-lo nas proximidades de outro,
sendo um deles procedente do exterior ou a ele destinado.
e) Os veículos das repartições públicas em serviço podem se aproximar dos
veículos recém-chegados do exterior.

Comentários
Em regra, a entrada ou a saída de veículos procedentes do exterior ou a
ele destinados deverá ocorrer em porto, aeroporto ou ponto de fronteira
alfandegado. No entanto, como vimos no artigo 26 do Regulamento Aduaneiro,
o titular da unidade aduaneira jurisdicionante poderá autorizar a entrada
ou a saída de veículos por porto, aeroporto ou ponto de fronteira não
alfandegado, em casos justificados. Pouso de emergência é um dos casos
excepcionais. A letra A está correta e a letra B, incorreta.
Letra C: correta. Literal do art. 26, § 1º.
Letra D: correta. Apesar de haver exceções, a letra D é literal do art. 28,
caput. Contra literalidade não se briga.
Letra E: correta. Vimos isso no art. 28, par. único.
Gabarito: letra B.

26 – (Inédita) Em relação à prestação de informações pelo


transportador, avalie as afirmações abaixo. Atribua V para a

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verdadeira e F para a falsa. Em seguida, marque a opção que contenha


a sequência correta.
( ) O transportador deve prestar à Secretaria da Receita Federal do Brasil, na
forma e no prazo por ela estabelecidos, as informações sobre as mercadorias
transportadas, bem como sobre a chegada de veículo procedente do exterior
ou a ele destinado.
( ) Após a prestação das informações pelo transportador, e a efetiva chegada
do veículo ao País, a autoridade aduaneira emite o respectivo termo de
entrada.
( ) As operações de carga, descarga ou transbordo em embarcações
procedentes do exterior poderão ser executadas antes de prestadas as
informações sobre as cargas transportadas pelo transportador à RFB, nos
casos devidamente justificados pelo transportador.
a) V, V, V b) F, F, F c) V, F, V d) V, V, F e) V, F, F

Comentários
Primeiro item: errado. Superpegadinha. O transportador presta
informação sobre as cargas, não sobre as mercadorias. Em regra, ele nem
conhece as mercadorias que está transportando. A carga é, por exemplo, o
conjunto de cinco caixas de madeira. Já as mercadorias são o conteúdo das
caixas. (art. 31, RA)
Segundo item: errado. A emissão do termo será na forma estabelecida
pela RFB. Nos portos, por exemplo, o termo é emitido automaticamente, sem
intervenção fiscal. (art. 32, RA)
Terceiro item: errado. As operações somente podem ocorrer após a
prestação das informações, sem exceção prevista. (art.32, par. único)
Gabarito: B. Esta questão foi uma pegadinha tripla.

27 – (Inédita) Quanto à busca em veículo, não é correto afirmar:


a) A autoridade aduaneira poderá proceder a buscas em qualquer veículo para
prevenir e reprimir a ocorrência de infração à legislação aduaneira, inclusive
em momento anterior à emissão do termo de entrada.
b) Em virtude do fator surpresa, a autoridade aduaneira poderá proceder a
buscas em qualquer veículo para prevenir e reprimir a ocorrência de infração à
legislação aduaneira, inclusive em momento anterior à prestação das
informações pelo transportador.
c) Em virtude do fator surpresa, a busca em veículo poderá ser realizada sem
prévia comunicação ao responsável pelo veículo.
d) A busca não é atividade executada em todos os veículos.
e) Havendo indícios de falsa declaração de conteúdo, a autoridade aduaneira
poderá determinar a descarga de volume ou de unidade de carga, para a
devida verificação, lavrando-se termo.

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Comentários
A busca em veículo será sempre precedida de comunicação ao
responsável pelo veículo (parágrafo 1º do artigo 34 do RA). Gabarito: letra c.
As demais opções estão previstas nos artigos 34 a 36 do Regulamento
Aduaneiro.

28 – (Inédita) Quanto ao manifesto de carga é incorreto afirmar:


a) O manifesto será submetido à conferência final para apuração da
responsabilidade quanto a extravio ou a acréscimo de mercadoria.
b) O responsável pelo veículo deverá apresentar à autoridade aduaneira o
manifesto de carga, cópias dos conhecimentos de carga e a lista de
sobressalentes e provisões de bordo.
c) O manifesto de carga precisa conter o local de embarque e o local de
destino da carga.
d) Para cada ponto de descarga no território aduaneiro, o responsável pelo
veículo talvez tenha que entregar mais de um manifesto à autoridade
aduaneira local.
e) No caso de divergência entre o conhecimento e o manifesto, o manifesto
prevalecerá, podendo a correção do conhecimento ser feita de ofício.
Comentários
Letra A: correta, conforme art. 53 do RA.
Letra B: correta, conforme art. 42 do RA.
Letra C: correta, conforme art. 44 do RA.
Letra D: correta. RA, art. 43. Cada manifesto indica um trajeto. Se
vieram cargas da Alemanha e da França para o Rio de Janeiro, haverá dois
manifestos: Alemanha-Rio e França-Rio.
Dispõe o artigo 47 do RA que, no caso de divergência entre o manifesto
e o conhecimento, prevalecerá o conhecimento, podendo a correção do
manifesto ser feita de ofício. Gabarito: Letra E.

29 – (Inédita) O manifesto de carga não precisa conter:


a) A natureza das mercadorias.
b) Os nomes dos consignatários.
c) Os números dos conhecimentos de carga.
d) A data prevista para a chegada.
e) A quantidade, a espécie, as marcas, o número e o peso dos volumes.
Comentários
Gabarito: letra d, conforme art. 44 do RA.

Por hoje é só.


Um grande abraço,
Rodrigo Luz
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RESUMINHO

a) O território aduaneiro se divide em zona primária e zona secundária.


b) A zona primária engloba os portos, aeroportos e pontos de fronteira
alfandegados. Só os alfandegados. Faz-se o alfandegamento para por ali se
permitir a entrada (ou a saída) no país de mercadorias, veículos e pessoas.
c) A zona secundária engloba o restante do território aduaneiro, incluindo as
águas territoriais e o espaço aéreo.
d) A jurisdição dos serviços aduaneiros estende-se por todo o território
aduaneiro, e ainda, às Áreas de Controle Integrado (ACI), criadas em
regiões limítrofes dos países integrantes do Mercosul com o Brasil.
e) Para efeito de controle aduaneiro, as zonas de processamento de
exportação (ZPE), constituem zona primária.
f) Recintos Alfandegados podem ser de zona primária ou secundária. Neles
podem ocorrer, sob controle aduaneiro, movimentação, armazenagem e
despacho aduaneiro de mercadorias, bagagem e remessas postais
internacionais.
g) Portos Secos são recintos alfandegados de uso público e não podem ser
instalados na zona primária de portos e aeroportos alfandegados. Na zona
primária, só pode existir porto seco nos pontos de fronteira alfandegados.
Não podem mais ser instalados.
h) Centro Logístico e Industrial Aduaneiro (CLIA) é novidade surgida com
a MP 612/2013. São recintos de empresa, alfandegados para armazenagem
de bens importados ou para exportação.
i) Nos portos, aeroportos, pontos de fronteira e recintos alfandegados, o
controle aduaneiro sempre ocorre 24 horas por dia. Já a fiscalização
aduaneira poderá ser ininterrupta, em horários determinados, ou eventual.
j) Especificamente no caso de portos, a fiscalização aduaneira passou a ser,
por força da MP 595/2012, “em horário coincidente com a operação de cada
porto, inclusive aos domingos e feriados”. São os “Portos 24 horas”.
k) Nas áreas de portos, aeroportos, pontos de fronteira e recintos
alfandegados, bem como em outras áreas nas quais se autorize carga e
descarga de mercadorias, ou embarque e desembarque de viajante,
procedentes do exterior ou a ele destinados, a autoridade aduaneira tem
precedência sobre as demais que ali exerçam suas atribuições. Note: essa
precedência não é em qualquer lugar.
l) O controle aduaneiro do veículo é exercido desde seu ingresso no
território até sua efetiva saída do País e se estende a todos os bens
existentes a bordo.
m) Os manifestos de carga são emitidos de forma individualizada
considerando-se o local de embarque e o de destino das mercadorias. Para
cada “trajeto” igual (local de embarque e de destino), há um manifesto com
as cargas correspondentes.

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n) A conferência final de manifesto de carga destina-se a constatar


extravio ou acréscimo de volume ou de mercadoria entrada no território
aduaneiro, mediante confronto do manifesto com os registros de descarga
OU DE ARMAZENAMENTO. É conferência meramente documental, efetuada
pelos AFRFB da pista do aeroporto, não se confundindo com a conferência
aduaneira, realizada pelos AFRFB do armazém sobre a mercadoria
submetida a despacho aduaneiro.
o) A fiscalização e o controle sobre o comércio exterior, essenciais à
defesa dos interesses fazendários nacionais, serão exercidos pelo
Ministério da Fazenda.

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QUESTÕES ANALISADAS NESTA AULA

01 – (AFTN/1991) Define-se como zona primária a área (adaptada)


a) ocupada pelas zonas de vigilância aduaneira e pelos portos, aeroportos e
pontos de fronteira alfandegados
b) terrestre ou aquática, ocupada pelos portos e aeroportos alfandegados, ou a
eles adjacentes, bem como a área ocupada por pontos de fronteira
alfandegados, por depósitos alfandegados, por entrepostos aduaneiros ou
industriais e pelas zonas francas
c) terrestre ou aquática, contínua ou descontínua, ocupada pelos portos
alfandegados, a área terrestre ocupada pelos aeroportos alfandegados e a
área terrestre que compreende os pontos de fronteira alfandegados
d) terrestre ou aquática, contínua ou descontínua, ocupada pelos portos
alfandegados, a área terrestre ocupada pelos aeroportos alfandegados e
espaço aéreo adjacente, bem como a área adjacente aos pontos de fronteira
alfandegados
e) ocupada pelos portos, aeroportos, pontos de fronteira alfandegados,
depósitos alfandegados, entrepostos aduaneiros, entrepostos industriais, zonas
francas e áreas de trânsito aduaneiro

02 - (TTN/1997) A zona primária aduaneira compreende: (adaptada)


a) a área terrestre ocupada pelos aeroportos alfandegados, incluindo o espaço
aéreo correspondente, a área terrestre ocupada pelos portos alfandegados e a
área contígua aos pontos de fronteira alfandegados
b) a área terrestre e aquática ocupada pelos portos alfandegados, as ilhas
fluviais ou lacustres de domínio da União, a área interna dos aeroportos
alfandegados e a faixa de fronteira demarcada pela União
c) a área terrestre ou aquática ocupada pelos portos alfandegados, a área
descontínua ocupada pelas ilhas marítimas, fluviais ou lacustres, a área
terrestre ocupada pelos aeroportos alfandegados e a área adjacente aos
pontos de fronteira alfandegados
d) a área terrestre ou aquática, contínua ou descontínua, ocupada pelos portos
alfandegados, a área terrestre ocupada pelos aeroportos alfandegados e a área
terrestre que compreende os pontos de fronteira alfandegados
e) as faixas internas e externas ocupadas pelos portos e aeroportos
alfandegados, terrestres ou aquáticas, os armazéns alfandegados situados na
hinterlândia de portos e aeroportos e a área contígua aos pontos de fronteira
alfandegados desde que situada na faixa de fronteira

03 - (Inédita) Considerando o tema jurisdição aduaneira, avalie as


afirmações abaixo. Atribua V para a verdadeira e F para a falsa. Em
seguida, marque a opção que contenha a sequência correta.
( ) A denominada zona secundária equivale a todo o território aduaneiro,
excluídos a zona primária e o mar territorial.
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( ) Para todos os efeitos, as zonas de processamento de exportação constituem


zona primária.
( ) O território aduaneiro inclui as Áreas de Controle Integrado.
a) V, V, V b) F, F, F c) V, F, V d) V, V, F e) F, F, V

04 – (Inédita) Considerando o tema território aduaneiro, avalie as


afirmações abaixo. Atribua V para a verdadeira e F para a falsa. Em
seguida, marque a opção que contenha a sequência correta.
( ) A jurisdição dos serviços aduaneiros estende-se às Áreas de Controle
Integrado criadas em regiões limítrofes dos países integrantes do Mercosul
com o Brasil.
( ) O Ministro de Estado da Fazenda poderá demarcar, na orla marítima ou na
fronteira alfandegada, zonas de vigilância aduaneira.
( ) Nas zonas de vigilância aduaneira, a permanência de mercadorias ou a sua
circulação e a de veículos, pessoas ou animais ficarão sujeitas às exigências
fiscais, proibições e restrições que forem estabelecidas.
a) V, V, V b) F, V, F c) V, F, V d) V, V, F e) V, F, F

05 – (Inédita) Avalie as afirmações abaixo. Atribua V para a


verdadeira e F para a falsa. Em seguida, marque a opção que contenha
a sequência correta.
( ) Ao se declarar que “o aeroporto X está alfandegado a partir desta data”,
diz-se que todo o aeroporto está alfandegado ainda que apenas alguns de seus
recintos sejam alfandegados.
( ) Existem recintos alfandegados na zona secundária.
( ) Somente nos portos, aeroportos e pontos de fronteira alfandegados poderá
efetuar-se a entrada ou a saída de mercadorias procedentes do exterior ou a
ele destinadas, excepcionando-se, no entanto, a importação e a exportação de
mercadorias conduzidas por linhas de transmissão ou por dutos, ligados ao
exterior, observadas as regras de controle estabelecidas pelo Ministério dos
Transportes.
a) V, V, V b) F, F, F c) V, F, V d) V, V, F e) V, F, F

06 – (ATRFB/2012) Sobre território aduaneiro, portos, aeroportos e


pontos de fronteira alfandegados, recintos alfandegados, e
administração aduaneira, é incorreto afirmar que:
a) o território aduaneiro compreende todo o território nacional.
b) compreende-se na Zona de Vigilância Aduaneira a totalidade do Estado
atravessado pela linha de demarcação, ainda que parte dele fique fora da área
demarcada.
c) com exceção da importação e exportação de mercadorias conduzidas por
linhas de transmissão ou por dutos, ligados ao exterior, observadas as regras
de controle estabelecidas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, somente
nos portos, aeroportos e pontos de fronteira alfandegados poderá efetuar-se a
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entrada ou a saída de mercadorias procedentes do exterior ou a ele


destinadas.
d) portos secos são recintos alfandegados de uso público nos quais são
executadas operações de movimentação, armazenagem e despacho aduaneiro
de mercadorias e de bagagem, sob controle aduaneiro.
e) a fiscalização aduaneira poderá ser ininterrupta, em horários determinados,
ou eventual, nos portos, aeroportos, pontos de fronteira e recintos
alfandegados.

07 – (AFRFB/2012) No que concerne à Jurisdição Aduaneira, é


incorreto afirmar que:
a) o recolhimento da multa de que trata o caput do art. 38 da Lei n. 12.350,
de 20 de dezembro de 2010, não garante o direito à operação regular do local
ou recinto alfandegado nem prejudica a aplicação das sanções estabelecidas no
art. 37 da referida Lei e de outras penalidades cabíveis ou a representação
fiscal para fins penais, quando for o caso.
b) a Jurisdição dos serviços aduaneiros estende-se às Áreas de Controle
Integrado criadas em regiões limítrofes dos países integrantes do MERCOSUL
com o Brasil.
c) poderão ser demarcadas, na orla marítima e na faixa de fronteira, Zonas de
Vigilância Aduaneira.
d) os portos secos não poderão ser instalados na zona primária de portos e
aeroportos alfandegados.
e) para efeito de controle aduaneiro, segundo a Lei n. 11.508, de 20 de julho
de 2007, as Zonas de Processamento de Exportação constituem zona
secundária.

08 – (TRF/2002-1) Identifique a razão que leva o legislador aduaneiro


a “alfandegar” determinados portos, aeroportos ou pontos da fronteira
terrestre, fixando os locais servidos por repartições aduaneiras onde
possam:
a) estacionar ou transitar veículos procedentes ou destinados ao exterior; ser
efetuadas operações de carga, descarga, armazenagem ou passagem de
mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas; embarcar,
desembarcar ou transitar viajantes procedentes do exterior ou a ele
destinados;
b) estacionar ou transitar veículos procedentes ou destinados ao exterior; ser
efetuadas operações de descarga e pesagem de mercadorias procedentes do
exterior ou a ele destinadas; embarcar, desembarcar ou transitar viajantes
procedentes do exterior ou a ele destinados;
c) estacionar ou transitar veículos procedentes do exterior; ser efetuadas
operações de carga, descarga, armazenagem ou passagem de mercadorias
procedentes do exterior ou a ele destinadas; embarcar, desembarcar ou
transitar viajantes procedentes do exterior ou a ele destinados;

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d) estacionar ou transitar veículos destinados ao exterior; ser efetuadas


operações de carga ou passagem de mercadorias destinados ao exterior;
embarcar, desembarcar ou transitar viajantes procedentes do exterior ou a ele
destinados;
e) estacionar ou transitar veículos procedentes ou destinados ao exterior; ser
efetuadas operações de carga, descarga, armazenagem ou passagem de
mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas; desembarcar ou
transitar viajantes procedentes do exterior.

09 – (TRF/2002-2) A jurisdição dos serviços aduaneiros, exercida


atualmente, compreende:
a) os portos, os aeroportos e os pontos de fronteira;
b) a zona primária e a zona secundária;
c) a Zona Franca de Manaus, as Zonas de Processamento das Exportações e o
restante do território nacional;
d) os enclaves e os exclaves aduaneiros;
e) os recintos alfandegados situados nas zonas de vigilância aduaneira.

10 – (Inédita) Assinale a alternativa incorreta:


a) A zona de processamento de exportações faz parte da zona secundária.
b) Atualmente, o alfandegamento é realizado pelas Superintendências
Regionais da Receita Federal.
c) Os recintos alfandegados se situam na zona primária.
d) O alfandegamento de um recinto pode ser realizado a título permanente ou
temporário.
e) A jurisdição aduaneira brasileira estende-se para fora do território brasileiro.

11 – (Inédita) Assinale a alternativa correta:


a) A precedência da aduana permite que, em fiscalização no estabelecimento
do importador, ela requeira a ajuda policial.
b) O alfandegamento da zona de vigilância aduaneira é realizado pelo
Superintendente Regional da Receita Federal.
c) Somente nos portos, aeroportos e pontos de fronteira alfandegados poderá
efetuar-se a entrada ou a saída de mercadorias procedentes do exterior ou a
ele destinadas.
d) Os portos secos não podem ser instalados na zona primária.
e) Na zona primária, o controle aduaneiro pode ser ininterrupto ou eventual.

12 – (Inédita) Avalie as afirmações abaixo. Atribua V para a


verdadeira e F para a falsa. Em seguida, marque a opção que contenha
a sequência correta.

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( ) A fiscalização aduaneira poderá ser ininterrupta ou eventual nos recintos


alfandegados.
( ) A fiscalização aduaneira será ininterrupta nos portos, aeroportos e pontos
de fronteira alfandegados.
( ) Na zona secundária, onde se autorize carga e descarga de mercadorias, ou
embarque e desembarque de viajante, procedentes do exterior ou a ele
destinados, a autoridade aduaneira tem precedência sobre as demais que ali
exerçam suas atribuições.
a) V, V, V b) F, F, F c) V, F, V d) V, V, F e) V, F, F

13 – (ATRFB/2012) Sobre controle aduaneiro de veículos, é incorreto


afirmar que:
a) a entrada ou a saída de veículos procedentes do exterior ou a ele destinados
não poderá ocorrer em porto, aeroporto ou ponto de fronteira não
alfandegado.
b) o agente de carga, assim considerada qualquer pessoa que, em nome do
importador ou do exportador, contrate o transporte de mercadoria, consolide
ou desconsolide cargas e preste serviços conexos, e o operador portuário,
também devem prestar as informações sobre as operações que executem e
respectivas cargas.
c) o conhecimento de carga original, ou documento de efeito equivalente,
constitui prova de posse ou de propriedade da mercadoria.
d) a mercadoria procedente do exterior, transportada por qualquer via, será
registrada em manifesto de carga ou em outras declarações de efeito
equivalente. O manifesto de carga conterá a identificação do veículo e sua
nacionalidade; o local de embarque e o de destino das cargas; o número de
cada conhecimento; a quantidade, a espécie, as marcas, o número e o peso
dos volumes; a natureza das mercadorias; o consignatário de cada partida; a
data do seu encerramento; e o nome e a assinatura do responsável pelo
veículo.
e) no caso de divergência entre o manifesto de carga e o conhecimento de
carga, prevalecerá o conhecimento de carga, podendo a correção do manifesto
ser feita de ofício.

14 – (TTN/1998) A não apresentação de manifesto de carga ou de


documento equivalente em relação a qualquer ponto de escala no
exterior:
a) impedirá a Alfândega de liberar o veículo para as operações de carga,
descarga ou transbordo até a sua efetiva regularização;
b) obstará a saída do veículo transportador, salvo se o agente do veículo no
local da descarga se responsabilizar por quaisquer débitos que vierem a ser
apurados;

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c) será objeto de apuração de responsabilidade por eventuais diferenças


quanto a falta ou acréscimo de mercadoria por ocasião da conferência final dos
manifestos relativos a toda a carga descarregada do veículo transportador;
d) Será objeto de penalidade por embaraço à fiscalização;
e) Será considerada declaração negativa de carga, sujeitando-se o responsável
pelo veículo aos efeitos daí decorrentes.

15 – (TTN/1997-Área Administração Tributária) Relativamente ao


veículo transportador, a mercadoria procedente do exterior por
qualquer via deverá estar registrada: (adaptada)
a) nas cópias dos conhecimentos de carga;
b) no manifesto de carga ou documento equivalente;
c) nas licenças de importação correspondentes;
d) nos originais das faturas comerciais;
e) nos certificados de origem das mercadorias.

16 – (ACE/2002) O documento, com força contratual, emitido por uma


companhia de transporte, que atesta o recebimento de uma
mercadoria a ser exportada, suas características, as condições de
transporte e os compromissos quanto à entrega da mesma ao
destinatário legal, denomina-se:
a) contrato de agente internacional;
b) contrato de compra e venda internacional;
c) conhecimento de embarque;
d) contrato de afretamento;
e) certificado de contagem.

17 – (TTN/1997) A omissão de volume em manifesto de carga, desde


que tal volume conste no conhecimento emitido regularmente,
a) poderá ser suprida por carta de correção dirigida pelo emitente do
conhecimento à autoridade aduaneira do local da descarga para fim de
correção do manifesto.
b) poderá ser relevada se for devidamente averbada ou ressalvada pelo
responsável pelo veículo, no próprio manifesto de carga, por exigência da
autoridade aduaneira.
c) poderá ser suprida se o volume for incluído em manifesto de carga
complementar emitido antes da chegada do veículo no local da descarga.
d) é irrelevante, pois a existência do conhecimento para efeito do controle
aduaneiro do veículo e da carga a bordo supre a omissão em qualquer
circunstância.
e) poderá ser suprida se apresentada a mercadoria sob declaração escrita do
responsável pelo veículo e anteriormente ao conhecimento da irregularidade
pela autoridade aduaneira.
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18 – (TTN/1997-Área aduana) As operações de carga, descarga ou


transbordo de veículo procedente do exterior só poderão ser
executadas:
a) em dia de expediente normal da repartição aduaneira para efeito de
fiscalização e efetivo controle das mercadorias;
b) depois de formalizada, pela autoridade aduaneira, a sua entrada no porto,
aeroporto ou repartição jurisdicionante do ponto de fronteira alfandegado;
c) após o efetivo estacionamento do veículo no porto, aeroporto ou ponto de
fronteira alfandegado, permanecendo, a partir desse momento, sob rigoroso
controle aduaneiro;
d) após a liberação do veículo procedente do exterior pela autoridade sanitária
para fim de controle de doenças e pragas;
e) após a entrega de todos os documentos relativos a carga transportada na
repartição aduaneira que jurisdiciona o porto, aeroporto ou ponto de fronteira
alfandegado.

19 – (AFTN/1994) O procedimento administrativo que se destina a


constatar a ocorrência de falta ou acréscimo de volume ou de
mercadoria entrada no território aduaneiro, em que se comparam os
registros de descarga ou de armazenamento com os dados constantes
no manifesto, refere-se à atividade atinente: (adaptada)
a) à vistoria aduaneira;
b) à conferência aduaneira;
c) à revisão aduaneira;
d) ao controle do despacho aduaneiro;
e) à conferência final de manifesto.

20 – (TTN/1997-Área aduana) A conferência final do manifesto em


confronto com os registros de descarga ou de armazenamento da
mercadoria dos veículos transportadores feita pela fiscalização
aduaneira tem por finalidade: (adaptada)
a) verificar as divergências porventura existentes e intimar o importador a
pagar as multas correspondentes;
b) constatar a falta ou acréscimo de volume ou mercadoria entrada no
território aduaneiro e a adoção do procedimento fiscal adequado contra o
transportador;
c) verificar se do manifesto constam todos os conhecimentos de carga,
confrontando-se as quantidades de volumes registradas e os respectivos pesos
brutos com os totais constantes do manifesto;
d) após a descarga do veículo transportador verificar se todos os
conhecimentos de carga estão arrolados no manifesto para confronto com os
despachos aduaneiros correspondentes;

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e) proceder às averbações no manifesto das diferenças encontradas após a


descarga, entre os dados constantes dos conhecimentos de carga e os dados
constantes das folhas de controle de carga para efeito de apurar a
responsabilidade pela diferença de tributos.

21 – (TTN/1998) Quando houver divergência, para menos, de peso ou


de dimensão do volume em relação ao declarado no manifesto, no
conhecimento de carga ou no documento equivalente, ou ainda, se for
o caso, aos documentos que instruíram o despacho para trânsito, é
responsável para efeitos fiscais:
a) o depositário;
b) o importador;
c) o transportador;
d) o exportador;
e) o consignatário.

22 – (TTN/1998) Em ato de busca em veículo procedente do exterior e


havendo indícios de falsa declaração de conteúdo em volume ou
unidade de carga manifestados, a autoridade aduaneira:
a) poderá determinar a descarga do volume ou unidade de carga para a devida
verificação, lavrando-se termo de ocorrência;
b) determinará a retenção do veículo até a confirmação das suspeitas;
c) suspenderá a execução das operações de descarga do veículo até a
realização da vistoria aduaneira;
d) procederá de imediato à apreensão dos mesmos;
e) lavrará termo circunstanciado que será anexado ao manifesto de carga para
a competente ação fiscal por ocasião da conferência final do manifesto.

23 – (TRF/2002-2) Avalie a correção das afirmações abaixo. Atribua a


letra V para as verdadeiras e F para as falsas. Em seguida, marque a
opção que contenha a sequência correta.
( ) Nas zonas de vigilância aduaneira demarcadas na faixa de fronteira
terrestre é proibida a presença ou circulação de mercadorias, animais e
veículos em viagem internacional.
( ) As operações de despacho aduaneiro nos portos, aeroportos e pontos de
fronteira alfandegados a título permanente serão efetuados nos horários, locais
e condições determinados pela autoridade aduaneira.
( ) A busca aduaneira, para prevenir ou reprimir a ocorrência de extravios ou
de acréscimos de volumes ou de mercadorias, deve ser precedida da lavratura
do termo de entrada do veículo e da comunicação ao responsável, que poderá
ser verbal.
a) V, V, V.
b) V, F, V.

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c) F, V, V.
d) F, F, F.
e) F, V, F.

24 - (TRF/2003) Avalie a correção das afirmações abaixo. Assinale


com a letra V as verdadeiras e com a letra F as falsas. Em seguida,
marque a opção que contenha a seqüência correta.
( ) Pode ser autorizada, justificadamente, por ato conjunto da SRF e do
Ministério dos Transportes, a entrada de veículos procedentes do exterior por
local não alfandegado.
( ) As operações de carga de veículo procedente do exterior somente podem
ser executadas depois de formalizada sua entrada no País.
( ) Podem ser colocados na proximidade de veículo destinado ao exterior os
veículos de repartição pública, de guerra ou destinados à prestação de socorro.
( ) Os veículos que transportem chefes de Estado e os veículos militares não
estão sujeitos ao controle aduaneiro.
( ) O veículo garantirá os débitos fiscais decorrentes de multas aplicadas pelas
autoridades aduaneiras ao seu condutor ou ao transportador.
a) F, V, F, F, V
b) F, F, V, F, F
c) V, F, V, F, F
d) V, V, F, V, F
e) F, F, V, V, V

25 – (Inédita) Em relação ao controle aduaneiro de veículos, marque a


alternativa incorreta:
a) A entrada ou a saída de veículos procedentes do exterior ou a ele
destinados ocorre em porto, aeroporto ou ponto de fronteira alfandegado, com
exceções.
b) A autoridade aduaneira chefe da unidade de zona primária mais próxima
pode autorizar a entrada ou a saída de veículos por porto, aeroporto ou ponto
de fronteira não alfandegado.
c) O controle aduaneiro do veículo será exercido desde o seu ingresso no
território aduaneiro até a sua efetiva saída. Tal controle se estende a todos os
bens existentes a bordo.
d) É proibido ao condutor do veículo colocá-lo nas proximidades de outro,
sendo um deles procedente do exterior ou a ele destinado.
e) Os veículos das repartições públicas em serviço podem se aproximar dos
veículos recém-chegados do exterior.

26 – (Inédita) Em relação à prestação de informações pelo


transportador, avalie as afirmações abaixo. Atribua V para a

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verdadeira e F para a falsa. Em seguida, marque a opção que contenha


a sequência correta.
( ) O transportador deve prestar à Secretaria da Receita Federal do Brasil, na
forma e no prazo por ela estabelecidos, as informações sobre as mercadorias
transportadas, bem como sobre a chegada de veículo procedente do exterior
ou a ele destinado.
( ) Após a prestação das informações pelo transportador, e a efetiva chegada
do veículo ao País, a autoridade aduaneira emite o respectivo termo de
entrada.
( ) As operações de carga, descarga ou transbordo em embarcações
procedentes do exterior poderão ser executadas antes de prestadas as
informações sobre as cargas transportadas pelo transportador à RFB, nos
casos devidamente justificados pelo transportador.
a) V, V, V b) F, F, F c) V, F, V d) V, V, F e) V, F, F

27 – (Inédita) Quanto à busca em veículo, não é correto afirmar:


a) A autoridade aduaneira poderá proceder a buscas em qualquer veículo para
prevenir e reprimir a ocorrência de infração à legislação aduaneira, inclusive
em momento anterior à emissão do termo de entrada.
b) Em virtude do fator surpresa, a autoridade aduaneira poderá proceder a
buscas em qualquer veículo para prevenir e reprimir a ocorrência de infração à
legislação aduaneira, inclusive em momento anterior à prestação das
informações pelo transportador.
c) Em virtude do fator surpresa, a busca em veículo poderá ser realizada sem
prévia comunicação ao responsável pelo veículo.
d) A busca não é atividade executada em todos os veículos.
e) Havendo indícios de falsa declaração de conteúdo, a autoridade aduaneira
poderá determinar a descarga de volume ou de unidade de carga, para a
devida verificação, lavrando-se termo.

28 – (Inédita) Quanto ao manifesto de carga é incorreto afirmar:


a) O manifesto será submetido à conferência final para apuração da
responsabilidade quanto a extravio ou a acréscimo de mercadoria.
b) O responsável pelo veículo deverá apresentar à autoridade aduaneira o
manifesto de carga, cópias dos conhecimentos de carga e a lista de
sobressalentes e provisões de bordo.
c) O manifesto de carga precisa conter o local de embarque e o local de
destino da carga.
d) Para cada ponto de descarga no território aduaneiro, o responsável pelo
veículo talvez tenha que entregar mais de um manifesto à autoridade
aduaneira local.
e) No caso de divergência entre o conhecimento e o manifesto, o manifesto
prevalecerá, podendo a correção do conhecimento ser feita de ofício.

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29 – (Inédita) O manifesto de carga não precisa conter:


a) A natureza das mercadorias.
b) Os nomes dos consignatários.
c) Os números dos conhecimentos de carga.
d) A data prevista para a chegada.
e) A quantidade, a espécie, as marcas, o número e o peso dos volumes.

GABARITOS

01 – C
02 – D
03 – B
04 – C
05 – D
06 – B
07 – E
08 – A
09 – B
10 – C
11 – C
12 – C
13 – A
14 – E
15 – B
16 – C
17 – E
18 – B ajustado
19 – E
20 – B
21 – C
22 – A
23 – E
24 – A
25 – B
26 – B
27 – C
28 – E
29 – D

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