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Mulher
SENADO FEDERAL
Mesa
Biênio 2015 – 2016
SUPLENTES DE SECRETÁRIO
Senador Sérgio Petecão
Senador João Alberto Souza
Senador Elmano Férrer
Senador Douglas Cintra
Secretaria de Editoração e Publicações
Coordenação de Edições Técnicas
Mulher
Brasília – 2015
Edição do Senado Federal
Diretora-Geral: Ilana Trombka
Secretário-Geral da Mesa: Luiz Fernando Bandeira de Mello Filho
ISBN: 978-85-7018-657-7
CDDir 341.2726
Normas correlatas
126 Lei Complementar no 150/2015
136 Lei Complementar no 79/1994
138 Lei no 13.109/2015
140 Lei no 13.104/2015
141 Lei no 12.227/2010
143 Lei no 11.942/2009
144 Lei no 11.804/2008
145 Lei no 11.770/2008
146 Lei no 11.664/2008
147 Lei no 11.634/2007
148 Lei no 11.340/2006
156 Lei no 10.778/2003
158 Lei no 10.745/2003
159 Lei no 10.714/2003
160 Lei no 10.689/2003
162 Lei no 10.651/2003
163 Lei no 10.516/2002
164 Lei no 10.048/2000
165 Lei no 9.797/1999
166 Lei no 9.504/1997
168 Lei no 9.434/1997
173 Lei no 9.278/1996
174 Lei no 9.263/1996
177 Lei no 9.096/1995
178 Lei no 9.029/1995
179 Lei no 8.978/1995
180 Lei no 8.971/1994
181 Lei no 8.742/1993
183 Lei no 8.629/1993
184 Lei no 8.560/1992
186 Lei no 8.080/1990
188 Lei no 8.028/1990
189 Lei no 7.353/1985
191 Lei no 7.210/1984
193 Lei no 6.515/1977
199 Lei no 6.202/1975
200 Lei no 6.136/1974
201 Lei no 6.015/1973
202 Lei no 5.809/1972
204 Lei no 5.478/1968
208 Lei no 1.110/1950
210 Lei no 1.060/1950
213 Decreto-Lei no 546/1969
214 Decreto de 30 de março de 2015
215 Decreto no 7.959/2013
217 Decreto no 7.958/2013
219 Decreto no 7.901/2013
222 Decreto no 7.508/2011
223 Decreto no 7.393/2010
224 Decreto no 7.052/2009
226 Decreto no 6.690/2008
228 Decreto no 6.412/2008
231 Decreto no 6.307/2007
233 Decreto no 5.948/2006
239 Decreto no 5.390/2005
241 Decreto no 5.296/2004
242 Decreto no 5.099/2004
243 Decreto no 5.030/2004
244 Decreto no 4.675/2003
247 Decreto no 4.228/2002
249 Decreto no 3.361/2000
251 Decreto no 2.268/1997
252 Decreto no 1.093/1994
253 Decreto no 75.207/1975
255 Decreto no 71.885/1973
As notas de rodapé indicadas ao fim do caput dos artigos apresentam as normas modificadoras
de seus dispositivos. Consta ainda nas notas referência às normas que regulamentam ou
complementam a legislação compilada.
Dispositivos constitucionais
pertinentes
Constituição
da República Federativa do Brasil
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XIII – duração do trabalho normal não su- e rurais, até o limite de dois anos após a extinção
perior a oito horas diárias e quarenta e quatro do contrato de trabalho;
semanais, facultada a compensação de horários ��������������������������������������������������������������������������������
e a redução da jornada, mediante acordo ou XXX – proibição de diferença de salários, de
convenção coletiva de trabalho; exercício de funções e de critério de admissão
XIV – jornada de seis horas para o trabalho por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
realizado em turnos ininterruptos de reveza- XXXI – proibição de qualquer discriminação
mento, salvo negociação coletiva; no tocante a salário e critérios de admissão do
XV – repouso semanal remunerado, prefe- trabalhador portador de deficiência;
rencialmente aos domingos; XXXII – proibição de distinção entre tra-
XVI – remuneração do serviço extraordi- balho manual, técnico e intelectual ou entre os
nário superior, no mínimo, em cinquenta por profissionais respectivos;
cento à do normal; XXXIII – proibição de trabalho noturno,
XVII – gozo de férias anuais remuneradas perigoso ou insalubre a menores de dezoito e
com, pelo menos, um terço a mais do que o de qualquer trabalho a menores de dezesseis
salário normal; anos, salvo na condição de aprendiz, a partir
XVIII – licença à gestante, sem prejuízo do de quatorze anos;
emprego e do salário, com a duração de cento XXXIV – igualdade de direitos entre o traba-
e vinte dias; lhador com vínculo empregatício permanente e
XIX – licença-paternidade, nos termos fi- o trabalhador avulso.
xados em lei; Parágrafo único. São assegurados à categoria
XX – proteção do mercado de trabalho da dos trabalhadores domésticos os direitos pre-
mulher, mediante incentivos específicos, nos vistos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV,
termos da lei; XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI,
XXI – aviso prévio proporcional ao tempo XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições
de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos estabelecidas em lei e observada a simplificação
termos da lei; do cumprimento das obrigações tributárias,
XXII – redução dos riscos inerentes ao tra- principais e acessórias, decorrentes da relação
balho, por meio de normas de saúde, higiene e de trabalho e suas peculiaridades, os previstos
segurança; nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII,
XXIII – adicional de remuneração para as bem como a sua integração à previdência social.
atividades penosas, insalubres ou perigosas, na ��������������������������������������������������������������������������������
forma da lei;
XXIV – aposentadoria; TÍTULO III – Da Organização do Estado
XXV – assistência gratuita aos filhos e depen- ��������������������������������������������������������������������������������
dentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de
idade em creches e pré-escolas; CAPÍTULO VII – Da Administração Pública
XXVI – reconhecimento das convenções e ��������������������������������������������������������������������������������
Dispositivos constitucionais pertinentes
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servidores ativos e inativos e dos pensionistas, I – portadores de deficiência;
observados critérios que preservem o equilíbrio II – que exerçam atividades de risco;
financeiro e atuarial e o disposto neste artigo. III – cujas atividades sejam exercidas sob
§ 1o Os servidores abrangidos pelo regime condições especiais que prejudiquem a saúde
de previdência de que trata este artigo serão ou a integridade física.
aposentados, calculados os seus proventos a § 5o Os requisitos de idade e de tempo de
partir dos valores fixados na forma dos §§ 3o contribuição serão reduzidos em cinco anos,
e 17. em relação ao disposto no § 1o, III, “a”, para o
I – por invalidez permanente, sendo os pro- professor que comprove exclusivamente tempo
ventos proporcionais ao tempo de contribuição, de efetivo exercício das funções de magistério
exceto se decorrente de acidente em serviço, na educação infantil e no ensino fundamental
moléstia profissional ou doença grave, conta- e médio.
giosa ou incurável, na forma da lei; § 6o Ressalvadas as aposentadorias decor-
II – compulsoriamente, com proventos rentes dos cargos acumuláveis na forma desta
proporcionais ao tempo de contribuição, aos Constituição, é vedada a percepção de mais
70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta de uma aposentadoria à conta do regime de
e cinco) anos de idade, na forma de lei com- previdência previsto neste artigo.
plementar; § 7o Lei disporá sobre a concessão do be-
III – voluntariamente, desde que cumprido nefício de pensão por morte, que será igual:
tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício I – ao valor da totalidade dos proventos do
no serviço público e cinco anos no cargo efetivo servidor falecido, até o limite máximo esta-
em que se dará a aposentadoria, observadas as belecido para os benefícios do regime geral
seguintes condições: de previdência social de que trata o art. 201,
a) sessenta anos de idade e trinta e cinco acrescido de setenta por cento da parcela ex-
de contribuição, se homem, e cinquenta e cedente a este limite, caso aposentado à data
cinco anos de idade e trinta de contribuição, do óbito; ou
se mulher; II – ao valor da totalidade da remuneração
b) sessenta e cinco anos de idade, se ho- do servidor no cargo efetivo em que se deu o
mem, e sessenta anos de idade, se mulher, falecimento, até o limite máximo estabelecido
com proventos proporcionais ao tempo de para os benefícios do regime geral de previ-
contribuição. dência social de que trata o art. 201, acrescido
§ 2o Os proventos de aposentadoria e as de setenta por cento da parcela excedente a
pensões, por ocasião de sua concessão, não este limite, caso em atividade na data do óbito.
poderão exceder a remuneração do respectivo § 8 o É assegurado o reajustamento dos
servidor, no cargo efetivo em que se deu a apo- benefícios para preservar-lhes, em caráter
sentadoria ou que serviu de referência para a permanente, o valor real, conforme critérios
concessão da pensão. estabelecidos em lei.
§ 3o Para o cálculo dos proventos de apo- § 9o O tempo de contribuição federal, esta-
sentadoria, por ocasião da sua concessão, serão dual ou municipal será contado para efeito de
consideradas as remunerações utilizadas como aposentadoria e o tempo de serviço correspon-
base para as contribuições do servidor aos re- dente para efeito de disponibilidade.
gimes de previdência de que tratam este artigo § 10. A lei não poderá estabelecer qualquer
e o art. 201, na forma da lei. forma de contagem de tempo de contribuição
§ 4 o É vedada a adoção de requisitos e fictício.
critérios diferenciados para a concessão de § 11. Aplica-se o limite fixado no art. 37,
aposentadoria aos abrangidos pelo regime de XI, à soma total dos proventos de inatividade,
que trata este artigo, ressalvados, nos termos inclusive quando decorrentes da acumulação
Mulher
16
Atos internacionais
não ratificados pelo Brasil
Declaração e Programa de Ação de Viena
11. O direito ao desenvolvimento deve ser rea- 14. A existência de situações generalizadas
lizado de modo a satisfazer equitativamente as de extrema pobreza inibe o pleno e efetivo
necessidades ambientais e de desenvolvimento exercício dos direitos humanos; a comunidade
de gerações presentes e futuras. A Conferência internacional deve continuar atribuindo alta
Mundial sobre Direitos Humanos reconhece prioridade a medidas destinadas a aliviar e Atos internacionais não ratificados pelo Brasil
que a prática de descarregar ilicitamente subs- finalmente eliminar situações dessa natureza.
tâncias e resíduos tóxicos e perigosos constitui
uma grave ameaça em potencial aos direitos de 15. O respeito aos direitos humanos e liberda-
todos à vida e à saúde. des fundamentais, sem distinções de qualquer
espécie, é uma norma fundamental do direito
Consequentemente, a Conferência Mundial internacional na área dos direitos humanos.
sobre Direitos Humanos apela a todos os A eliminação rápida e abrangente de todas as
Estados para que adotem e implementem vi- formas de racismo de discriminação racial,
gorosamente as convenções existentes sobre o de xenofobia e de intolerância associadas a
descarregamento de produtos e resíduos tóxicos esses comportamentos deve ser uma tarefa
e perigosos e para que cooperem na prevenção prioritária para a comunidade internacional.
do descarregamento ilícito. Os Governos devem tomar medidas eficazes
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para preveni-las e combatê-las. Grupos, ins- do desenvolvimento econômico e social, da
tituições, organizações intergovernamentais e educação, da maternidade segura e assistência
não governamentais e indivíduos de modo geral à saúde e apoio social.
devem intensificar seus esforços de cooperação
e coordenação de atividades contra esses males. Os direitos humanos das mulheres devem ser
parte integrante das atividades das Nações Uni-
16. A Conferência Mundial sobre Direitos das na área dos direitos humanos, que devem
Humanos vê com bons olhos o progresso incluir a promoção de todos os instrumentos
alcançado no sentido de pôr fim ao apartheid de direitos humanos relacionados à mulher.
e solicitar que a comunidade internacional e
o sistema das Nações Unidas prestem auxílio A Conferência Mundial sobre Direitos Hu-
nesse processo. manos insta todos os Governos, instituições
governamentais e não governamentais a inten-
Por outro lado, a Conferência Mundial sobre sificarem seus esforços em prol da proteção e
Direitos Humanos deplora os atos persistentes promoção dos direitos humanos da mulher e
de violência que têm por objetivo frustar o da menina.
desmantelamento pacífico do apartheid.
19. Considerando a importância da promoção e
17. Os atos, métodos e práticas terroristas em proteção dos direitos das pessoas pertencentes
todas as suas formas e manifestações, bem a minorias e a contribuição dessa promoção e
como os vínculos existentes entre alguns países proteção à estabilidade política e social dos Es-
e o tráfico de drogas, são atividades que visam à tados onde vivem, a Conferência Mundial sobre
destruição dos direitos humanos, das liberdades os Direitos Humanos reafirma a obrigação dos
fundamentais e da democracia e que ameaçam Estados de garantir a pessoas pertencentes a
a integridade territorial e a segurança dos paí- minorias o pleno e efetivo exercício de todos
ses, desestabilizando Governos legitimamente os direitos humanos e liberdades fundamentais,
constituídos. A comunidade internacional sem qualquer forma de discriminação e em
deve tomar as medidas necessárias para for- plena igualdade perante a lei, em conformidade
talecer a cooperação na prevenção e combate com a Declaração das Nações Unidas sobre os
ao terrorismo. Direitos de Pessoas Pertencentes a Minorias
Nacionais, Étnicas, Religiosas e Linguísticas.
18. Os direitos humanos das mulheres e das
meninas são inalienáveis e constituem parte As pessoas pertencentes a minorias têm o
integral e indivisível dos direitos humanos uni- direito de desfrutar de sua própria cultura, de
versais. A plena participação das mulheres, em professar e praticar sua própria religião e de
condições de igualdade, na vida política, civil, usar seu próprio idioma privadamente ou em
econômica, social e cultural nos níveis nacio- público, com toda a liberdade e sem qualquer
nal, regional e internacional e a erradicação de interferência ou forma de discriminação.
todas as formas de discriminação, com base no
sexo, são objetivos prioritários da comunidade 20. A Conferência Mundial sobre Direitos
internacional. Humanos reconhece a dignidade inerente e a
contribuição singular dos povos indígenas ao
A violência e todas as formas de abuso e explo- desenvolvimento e pluralidade da sociedade e
ração sexual, incluindo o preconceito cultural e reafirma vigorosamente o compromisso com
o tráfico internacional de pessoas, são incompa- a comunidade internacional em relação ao
tíveis com a dignidade e valor da pessoa huma- bem-estar econômico, social e cultural desses
na e devem ser eliminadas. Pode-se conseguir povos e ao seu direito de usufruir dos frutos
Mulher
34. Devem ser empreendidos esforços mais A Conferência Mundial sobre Direitos Hu-
vigorosos para auxiliar países que solicitem manos estimula o estabelecimento e fortale-
ajuda, no sentido de estabelecerem condições cimento de instituições nacionais, tendo em
adequadas para garantir a todos os indivíduos o vista os “Princípios relativos ao estatuto das
exercício dos direitos humanos universais e das instituições nacionais”, reconhecendo o direito
liberdades fundamentais. Os Governos, o sis- de cada Estado de estabelecer a estrutura que
tema das Nações Unidas e outras organizações melhor convenha às necessidades particulares
multilaterais são instados a aumentar conside- em nível nacional.
ravelmente os recursos alocados a programas
voltados ao estabelecimento e fortalecimento da 37. Os acordos regionais desempenham um
Mulher
da Assembleia Geral das Nações Unidas e soli- 10. Nesse contexto, deve-se alocar uma propor-
cita aos órgãos de direitos humanos das Nações ção maior do orçamento regular ao Centro de
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Direitos Humanos, visando a cobrir seus custos das Nações Unidas na área dos direitos huma-
e outros custos por ele assumidos, incluindo nos. A melhor forma de viabilizar o papel focal
os correspondentes aos órgãos de direitos hu- do Centro é permitir que o mesmo coopere ple-
manos das Nações Unidas. O financiamento namente com outros organismos e órgãos das
voluntário das atividades de cooperação técnica Nações Unidas. O papel coordenador do Cen-
do Centro deve reforçar esse incremento orça- tro de Direitos Humanos exige também que o
mentário; a Conferência Mundial sobre Direi- seu escritório em Nova Iorque seja fortalecido.
tos Humanos solicita contribuições voluntárias
ao fundos fiduciários existentes. 15. Deve-se fornecer ao Centro de Direitos
Humanos meios adequados para o sistema de
11. A Conferência Mundial sobre Direitos relatores temáticos e, por países, peritos, grupos
Humanos solicita ao Secretário Geral e à As- de trabalho e órgãos criados por tratados. O
sembleia Geral que forneçam uma quantidade exame da aplicação das recomendações deve
suficiente de recursos humanos, financeiros e ser uma questão prioritária para a Comissão
de outra natureza ao Centro de Direitos Hu- dos Direitos Humanos.
manos, para que o mesmo possa desempenhar
suas tarefas de forma eficaz, eficiente e rápida. 16. O Centro de Direitos Humanos deve assu-
mir um papel mais abrangente na promoção
12. A Conferência Mundial sobre Direitos dos direitos humanos. Pode-se moldar esse
Humanos, observando a necessidade de ga- papel em cooperação com os Estados-membros
rantir a disponibilidade de recursos humanos e ampliar os programas de consultoria e assis-
e financeiros para o desempenho das atividades tência técnica. Os fundos voluntários existentes
de direitos humanos, em conformidade com o devem crescer substancialmente para que esses
mandato atribuído por órgãos intergoverna- objetivos sejam logrados, bem como adminis-
mentais, solicita ao Secretário Geral, de acordo trados de forma mais eficiente e coordenada.
com o artigo 101 da Carta das Nações Unidas, Todas as atividades devem observar normas
e aos Estados-membros, que adotem critérios administrativas rápidas e transparentes no
coerentes para garantir a disponibilidade dos âmbito dos projetos e devem-se fazer avaliações
recursos necessários em virtude da ampliação periódicas regulares dos programas e projetos.
dos mandatos da Secretaria. A Conferência Com esse fim, os resultados dessas avaliações
Mundial dos Direitos Humanos convida o e outras informações pertinentes devem ser
Secretário Geral a considerar a necessidade regularmente divulgados. O Centro deve, par-
ou utilidade de modificar os procedimentos ticularmente, organizar reuniões informativas
do ciclo orçamentário, no sentido de garantir pelo menos uma vez por ano, aberta a todos os
a oportunidade e efetiva implementação de Estados-membros e organizações diretamente
atividades de direitos humanos, em confor- envolvidas nesses projetos e programas.
midade com os mandatos outorgados pelos Atos internacionais não ratificados pelo Brasil
Estados-membros. Adaptação e fortalecimento dos mecanismos
das Nações Unidas na área dos direitos
Centro de Direitos Humanos humanos, incluindo a questão da criação de
um cargo de Alto Comissariado das Nações
13. A Conferência Mundial sobre Direitos Hu- Unidas para os Direitos Humanos
manos enfatiza a importância de se fortalecer
o Centro de Direitos Humanos das Nações 17. A Conferência Mundial sobre os Direi-
Unidas. tos Humanos reconhece a necessidade de se
adaptar continuamente os mecanismos das
14. O Centro de Direitos Humanos deve desem- Nações Unidas na área dos direitos humanos às
penhar um papel importante na coordenação necessidades presentes e futuras de promoção
de todo o trabalho desenvolvido pelo sistema e defesa dos direitos humanos, em conformi-
29
dade com a presente Declaração e no contexto seja necessário, promulgando leis adequadas,
do desenvolvimento equilibrado e sustentável adotando medidas penais cabíveis e estabe-
de todos os povos. Em particular, os órgãos de lecendo instituições nacionais para combater
direitos humanos das Nações Unidas devem fenômenos dessa natureza.
melhorar sua coordenação, eficiência e eficácia.
21. A Conferência Mundial sobre Direitos Hu-
18. A Conferência Mundial sobre Direitos manos acata a decisão da Comissão de Direitos
Humanos recomenda à Assembleia Geral que, Humanos de designar um Relator Especial para
ao examinar o relatório da Conferência em examinar formas contemporâneas de racismo,
seu quadragésimo-oitavo período de sessões, discriminação racial, xenofobia e manifestações
comece a analisar prioritariamente a questão análogas de intolerância. A Conferência Mun-
da criação de um Alto Comissariado para os dial sobre Direitos Humanos solicita também a
Direitos Humanos, visando à promoção e pro- todos os Estados-partes na Convenção Interna-
teção de todos os direitos humanos. cional sobre a Eliminação de Todas as Formas
de Discriminação Racial que considerem a
B. IGUALDADE, DIGNIDADE E possibilidade de fazer a declaração prevista no
TOLERÂNCIA artigo 14 da Convenção.
1. Racismo, discriminação racial, xenofobia 22. A Conferência Mundial sobre Direitos Hu-
e outras formas de intolerância manos solicita a todos os Governos que tomem
todas as medidas adequadas, em conformidade
19. A Conferência Mundial sobre Direitos Hu- com suas obrigações internacionais e levando
manos considera a eliminação do racismo e da em devida conta seus respectivos sistemas jurí-
discriminação racial, particularmente em suas dicos, para fazer frente à intolerância e formas
formas institucionalizadas como o apartheid análogas de violência baseadas em posturas
ou as resultantes de doutrinas de superioridade religiosas ou crenças, inclusive práticas de dis-
ou exclusividade racial ou formas e manifesta- criminação contra as mulheres e a profanação
ções contemporâneas de racismo, um objetivo de locais religiosos, reconhecendo que todos
primordial da comunidade internacional e um os indivíduos têm direito à liberdade de pen-
programa mundial de promoção no campo dos samento, de consciência, de expressão e de re-
direitos humanos. Os órgãos e organismos das ligião. A Conferência convida também todos os
Nações Unidas devem fortalecer seus esforços Estados a aplicarem, na prática, as disposições
para implementar um programa de ação rela- da Declaração sobre a Eliminação de Todas as
tivo à terceira década de combate ao racismo e Formas de Intolerância e Discriminação Racial
à discriminação racial e desenvolver ações sub- Baseadas em Religião ou Crenças.
sequentes, no âmbito de seus mandatos, com
a mesma finalidade. A Conferência Mundial 23. A Conferência Mundial sobre os Direitos
sobre Direitos Humanos solicita vigorosamente Humanos enfatiza que todas as pessoas que
à comunidade internacional que faça contribui- cometem ou autorizam atos criminosos de
ções generosas ao Fundo do Programa para a limpeza étnica são individualmente responsá-
Década de Ação de Combate ao Racismo e à veis por essas violações dos direitos humanos e
Discriminação Racial. devem responder pelas mesmas, e que a comu-
nidade internacional deve empreender todos os
20. A Conferência Mundial sobre Direitos esforços necessários para entregar à justiça as
Humanos insta todos os Governos a tomarem pessoas responsáveis por essas violações.
medidas imediatas e desenvolverem políticas
vigorosas no sentido de evitar e combater 24. A Conferência Mundial sobre Direitos Hu-
Mulher
todas as formas de racismo, xenofobia ou manos solicita a todos os Estados que tomem
manifestações análogas de intolerância, onde medidas imediatas, individual ou coletivamen-
30
te, para combater a prática da limpeza étnica e sentido de que o mesmo conclua o projeto de
eliminá-la rapidamente. declaração sobre os direitos dos povos indíge-
nas no seu décimo-primeiro período de sessões.
As vítimas da prática abominável de limpeza
étnica têm direito de exigir reparações ade- 29. A Conferência Mundial sobre Direitos Hu-
quadas e efetivas. manos recomenda que a Comissão de Direitos
Humanos considere a possibilidade de renovar
2. Pessoas pertencentes a minorias e atualizar o mandato do Grupo de Trabalho so-
nacionais, étnicas, religiosas e linguísticas bre Populações Indígenas, uma vez concluída a
elaboração de uma declaração sobre os direitos
25. A Conferência Mundial sobre Direitos Hu- dos povos indígenas.
manos solicita à Comissão de Direitos Huma-
nos que examine formas e meios para promover 30. A Conferência Mundial sobre Direitos Hu-
e proteger eficazmente os direitos das pessoas manos recomenda também que os programas
pertencentes a minorias previstos na Decla- de consultoria e assistência técnica no âmbito
ração sobre Direitos das Pessoas Pertencentes do sistema das Nações Unidas respondam
a Minorias Étnicas, Religiosas e Linguísticas. positivamente às solicitações pelos Estados
Nesse contexto, a Conferência Mundial sobre de formas de assistência que possam produzir
Direitos Humanos solicita ao centro de Direitos benefícios diretos para os povos indígenas. A
Humanos que forneça, mediante solicitação Conferência Mundial sobre Direitos Humanos
de Governos interessados e no âmbito de seu recomenda ainda que recursos humanos e
programa de consultoria e assistência técnica, financeiros adequados sejam colocados à dispo-
peritos qualificados em questões de minorias sição do Centro de Direitos Humanos, dentro
e direitos humanos, assim como na prevenção do objetivo geral de fortalecer as atividades do
e solução de controvérsias, para ajudar esses Centro, como prevê o presente documento.
Governos a resolver situações existentes ou
potenciais que envolvam minorias. 31. A Conferência Mundial sobre Direitos
Humanos insta todos os Estados a garantirem
26. A Conferência Mundial sobre Direitos a plena e livre participação dos povos indígenas
Humanos insta os Estados e a comunidade em todos os aspectos da sociedade, particular-
internacional a promoverem e protegerem os mente em questões de seu interesse.
direitos das pessoas pertencentes a minorias
nacionais, étnicas, religiosas ou linguísticas, 32. A Conferência Mundial sobre Direitos
em conformidade com a Declaração sobre os Humanos recomenda que a Assembleia Geral
Direitos das Pessoas Pertencentes a Minorias proclame uma década internacional dos povos
Étnicas, Religiosas e Linguísticas. indígenas do mundo a partir de janeiro de 1994,
que compreenda programas de ação a serem Atos internacionais não ratificados pelo Brasil
27. As medidas a serem tomadas devem incluir definidos em parceria com povos indígenas.
a facilitação de sua plena participação em todos Deve-se estabelecer um fundo adequado para
os aspectos da vida política, econômica, social, tal fim. No contexto dessa década, deve-se con-
religiosa e cultural da sociedade e no progresso siderar a criação de um foro de povos indígenas,
econômico e desenvolvimento de seu país. no âmbito do sistema das Nações Unidas.
28. A Conferência Mundial sobre Direitos Hu- 33. A Conferência Mundial sobre Direitos
manos apela ao Grupo de Trabalho sobre Popu- Humanos insta todos os Estados a garantirem
lações Indígenas da Subcomissão de Prevenção a proteção dos direitos humanos de todos os
da Discriminação e Proteção das Minorias, no trabalhadores migrantes e suas famílias.
31
34. A Conferência Mundial sobre Direitos Hu- das Nações Unidas de Desenvolvimento para
manos considera particularmente importante a a Mulher, o Programa das Nações Unidas para
criação de condições que estimulem uma maior o Desenvolvimento e outros órgãos das Nações
harmonia e tolerância entre trabalhadores Unidas. Nesse contexto, deve-se fortalecer a
migrantes e o resto da sociedade do Estado cooperação e coordenação entre o Centro de
onde residem. Direitos Humanos e a Divisão do Promoção
da Condição da Mulher.
35. A Conferência Mundial sobre Direitos
Humanos convida os Estados a considerarem 38. A Conferência Mundial sobre Direitos Hu-
a possibilidade de assinar e ratificar, na maior manos enfatiza particularmente a importância
brevidade possível, a Convenção Internacional de se trabalhar no sentido de eliminar todas as
sobre os Direitos de Todos os Trabalhadores formas de violência contra as mulheres na vida
Migrantes e seus Familiares. pública e privada, de eliminar todas as formas
de assédio sexual, exploração e tráfico de
3. A igualdade de condição e os direitos mulheres, de eliminar preconceitos sexuais na
humanos das mulheres administração da justiça e erradicar quaisquer
conflitos que possam surgir entre os direitos da
36. A Conferência Mundial sobre Direitos mulher e as consequências nocivas de determi-
Humanos insta firmemente que as mulheres nadas práticas tradicionais ou costumeiras, do
tenham acesso pleno e igual a todos os direitos preconceito cultural e do extremismo religioso.
humanos e que isto seja uma prioridade para A Conferência Mundial sobre Direitos Huma-
os Governos e as Nações Unidas. A Conferên- nos apela à Assembleia Geral para que adote o
cia Mundial sobre Direitos Humanos enfatiza projeto de declaração sobre a violência contra
também a importância da integração e plena a mulher e insta os Estados a combaterem a
participação das mulheres como agentes e violência contra a mulher em conformidade
beneficiárias do processo de desenvolvimento com as disposições da declaração. As violações
e reitera os objetivos estabelecidos em relação dos direitos humanos da mulher em situações
à adoção de medidas globais em favor das de conflito armado são violações de princípios
mulheres, visando ao desenvolvimento sus- fundamentais dos instrumentos internacionais
tentável e equitativo previsto na Declaração do de direitos humanos e do direito humanitário.
Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Todas as violações desse tipo, incluindo parti-
e no Capítulo 24 da Agenda 21, adotada pela cularmente assassinatos, estupros sistemáticos,
Conferência das Nações Unidas sobre Meio escravidão sexual e gravidez forçada, exigem
Ambiente e Desenvolvimento (Rio de Janeiro, uma resposta particularmente eficaz.
3 a 14 de junho de 1992).
39. A Conferência Mundial sobre Direitos
37. A igualdade de condição das mulheres e Humanos insta vigorosamente a erradicação
seus direitos humanos devem ser integrados de todas as formas de discriminação contra
nas principais atividades do sistema das Nações a mulher, tanto abertas quanto veladas. As
Unidas como um todo. Essas questões devem Nações Unidas devem promover a meta da
ser regular e sistematicamente abordadas em ratificação universal, por parte de todos os
todos os órgãos e mecanismos competentes Estados, da Convenção sobre a Eliminação
das Nações Unidas. Particularmente, devem-se de Todas as Formas de Discriminação contra
tomar medidas no sentido de aumentar a coo- a Mulher até o ano 2.000. Deve-se estimular
peração e promover uma maior integração de formas e meios para solucionar a questão do
objetivos e metas entre a Comissão de Condição número particularmente elevado de reservas
Jurídica e Social da Mulher, a Comissão de Di- à Convenção. Entre outras medidas, o Comitê
Mulher
combater emergências devastadoras resultantes das aos direitos humanos sejam regularmente
de desastres naturais e conflitos armados e o examinadas e acompanhadas por todos os
34
órgãos e mecanismos competentes do sistema tortura e a erradicarem esse mal para sempre,
das Nações Unidas e pelos órgãos supervisores mediante a plena implementação da Decla-
dos organismos especializados, no âmbito de ração Universal dos Direitos Humanos e das
seus mandatos. convenções pertinentes, fortalecendo também,
quando necessário, os mecanismos existentes.
52. A Conferência Mundial sobre Direitos Hu- A Conferência Mundial sobre Direitos Huma-
manos reconhece o importante papel desem- nos apela a todos os Estados no sentido de que
penhado por organizações não governamentais cooperem plenamente com o Relator Especial
na efetiva implementação de todos os instru- para a questão da tortura no cumprimento de
mentos de direitos humanos, particularmente seu mandato.
da Convenção sobre os Direitos da Criança.
58. É particularmente importante que se garan-
53. A Conferência Mundial sobre Direitos ta o respeito universal e a efetiva implementa-
Humanos recomenda que o Comitê dos Di- ção dos Princípios da Ética Médica aplicáveis
reitos da Criança, com a assistência do Centro ao pessoal da saúde, especialmente médicos,
de Direitos Humanos, seja dotado de meios na proteção de prisioneiros e pessoas detidas
necessários para cumprir seu mandato rápida contra a tortura e outras formas de tratamento
e eficazmente, particularmente em vista do ou punição cruéis, desumanas ou degradantes
alcance sem precedentes de ratificações e apre- adotados pela Assembleia Geral das Nações
sentações subsequentes de relatórios nacionais. Unidas.
5. Direito a não ser submetido a tortura 59. A Conferência Mundial sobre Direitos
Humanos enfatiza a importância de outras me-
54. A Conferência Mundial sobre Direitos Hu- didas concretas no âmbito das Nações Unidas,
manos celebra a ratificação, por parte de muitos no sentido de se prestar assistência a vítimas
Estados-membros, da Convenção das Nações de tortura e garantir recursos mais eficazes
Unidas contra a Tortura e Outras Formas de para sua reabilitação física, psicológica e social.
Tratamento ou Punição Cruéis, Desumanas ou Deve-se dar alta prioridade ao provimento dos
Degradantes, e encoraja sua pronta ratificação recursos necessários para esse fim, particular-
por todos os demais Estados-membros. mente mediante contribuições adicionais para
o Fundo Voluntário das Nações Unidas para as
55. A Conferência Mundial sobre Direitos Vítimas de Tortura.
Humanos assinala que uma das violações
mais atrozes da dignidade humana é o ato da 60. Os Estados devem ab-rogar leis conducen-
tortura, que destrói a dignidade e prejudica tes à impunidade de pessoas responsáveis por
a capacidade das vítimas de retomarem suas graves violações de direitos humanos, como a
vidas e atividades. tortura, e punir criminalmente essas violações, Atos internacionais não ratificados pelo Brasil
proporcionando, assim, uma base sólida para o
56. A Conferência Mundial sobre Direitos Estado de Direito.
Humanos reafirma que, no âmbito das normas
de direitos humanos e do direito internacional 61. A Conferência Mundial sobre Direitos Hu-
humanitário, o direito de não ser torturado manos reafirma que os esforços para erradicar a
deve ser protegido em todas as circunstâncias, tortura devem, acima de tudo, concentrar-se na
mesmo em períodos de distúrbios internos ou prevenção e, portanto, solicita a pronta adoção
internacionais ou de conflitos armados. de um protocolo facultativo à Convenção con-
tra a Tortura e Outras Formas e Tratamento ou
57. A Conferência Mundial sobre Direitos Punição Cruéis, Desumanos ou Degradantes,
Humanos insta, portanto, a todos os Estados para que se estabeleça um sistema preventivo
a eliminarem imediatamente a prática da de visitas regulares a locais de detenção.
35
Desaparecimentos forçados adotado pelo Assembleia Geral no seu trigési-
mo-sétimo período de sessões, a Conferência
62. A Conferência Mundial sobre Direitos Hu- Mundial sobre Direitos Humanos apela à
manos, acolhendo a adoção, pela Assembleia Assembleia Geral e ao Conselho Econômico
Geral, da Declaração sobre a Proteção de Todas e Social, no sentido de que em suas reuniões
as Pessoas contra Desaparecimentos Forçados, de 1993 adotem o projeto de diretrizes sobre
apela a todos os Estados no sentido de que a igualdade de oportunidades para as pessoas
tomem medidas legislativas, administrativas, portadoras de deficiência.
judiciais ou de outra natureza para prevenir,
eliminar e punir eficazmente os desaparecimen- C. COOPERAÇÃO,
tos forçados. A Conferência Mundial sobre Di- DESENVOLVIMENTO E
reitos Humanos reafirma que é dever de todos FORTALECIMENTO DOS DIREITOS
os Estados, em qualquer circunstância, abrir HUMANOS
investigações sempre que surgirem suspeitas de
desaparecimento forçado em um território sob 66. A Conferência Mundial sobre Direitos
sua jurisdição e, sendo confirmada as suspeitas, Humanos recomenda que se dê prioridade à
processar criminalmente os responsáveis. adoção de medidas nacionais e internacionais
para promover a democracia, o desenvolvimen-
6. Os direitos das pessoas portadoras de to e os direitos humanos.
deficiências
67. Deve-se enfatizar, particularmente, medidas
63. A Conferência Mundial sobre Direitos Hu- para estabelecer e fortalecer instituições de di-
manos reafirma que todos os direitos humanos reitos humanos, promover uma sociedade civil
e liberdades fundamentais são universais e, pluralista e proteger grupos vulneráveis. Nesse
portanto, aplicáveis sem qualquer reserva às contexto, a assistência prestada em resposta a
pessoas portadoras de deficiências. Todas as solicitações de Governos para a realização de
pessoas nascem iguais e com os mesmos direitos eleições livres e justas, inclusive a assistência
à vida e ao bem-estar, à educação e ao trabalho, relacionada a aspectos de direitos humanos das
à independência e à participação ativa em todos eleições e informações públicas sobre eleições,
os aspectos da sociedade. Qualquer discrimina- é de particular importância. Igualmente impor-
ção direta ou outro tratamento discriminatório tante é a assistência a ser prestada no sentido
negativo de uma pessoa portadora de deficiência de consolidar o Estado de Direito, promover
constitui, portanto, uma violação de seus di- a liberdade de expressão e a administração da
reitos. A Conferência Mundial sobre Direitos justiça e a verdadeira e efetiva participação do
Humanos apela aos Governos no sentido de que, povo nos processos decisórios.
se necessário, adotem leis ou modifiquem sua
legislação para garantir o acesso a estes e outros 68. A Conferência Mundial sobre Direitos Hu-
direitos das pessoas portadoras de deficiências. manos enfatiza a necessidade de se fortalecerem
os serviços de consultoria e as atividades de assis-
64. As pessoas portadoras de deficiências devem tência técnica do Centro de Direitos Humanos.
ter acesso igual a todo e qualquer lugar. Devem O Centro deve prestar assistência técnica em
ter a garantia de oportunidades iguais, mediante relação a temas específicos na área dos direitos
a eliminação de todas as barreiras socialmente humanos a países que a solicitarem, inclusive na
determinadas, sejam elas físicas, financeiras, so- preparação de relatórios de tratados de direitos
ciais ou psicológicas, que excluam ou restrinjam humanos e na implementação de planos de ação
sua plena participação na sociedade. coerentes e abrangentes, para promover e prote-
ger os direitos humanos. Serão elementos desses
Mulher
83. A Conferência Mundial sobre Direitos 88. A Conferência Mundial sobre os Direitos
Humanos insta os Governos a incorporarem Humanos recomenda que os Estados-partes
as normas consagradas em instrumentos em instrumentos internacionais de direitos
internacionais de direitos humanos na legis- humanos, a Assembleia Geral e o Conselho
lação interna e a fortalecerem as estruturas e Econômico e Social considerem a possibilida-
instituições nacionais e órgãos da sociedade de de analisar os órgãos criados por tratados
atuantes na área da promoção e salvaguarda e os diversos mecanismos de procedimentos
dos direitos humanos. temáticos existentes, com vistas a promover
sua eficiência e eficácia, mediante uma me-
84. A Conferência Mundial sobre Direitos lhor coordenação entre os diversos órgãos,
Humanos recomenda o fortalecimento das mecanismos e procedimentos, levando em
atividades e programas das Nações Unidas de consideração a necessidade de evitar duplica-
assistência aos Estados desejosos de estabelecer ções ou sobreposições desnecessárias de seus
ou fortalecer sua próprias instituições nacionais mandatos e tarefas.
de promoção e proteção dos direitos humanos
e que solicitem assistência para tal fim. 89. A Conferência Mundial sobre Direitos Hu-
manos recomenda a realização de um trabalho
85. A Conferência Mundial sobre Direitos contínuo para melhorar o funcionamento dos
Humanos estimula também o fortalecimento órgãos criados por tratados e suas tarefas de
da cooperação entre instituições nacionais de controle, levando em consideração as inúmeras
promoção e proteção dos direitos humanos, propostas apresentadas nesse sentido, particu-
particularmente por meio de intercâmbio de larmente aquelas apresentadas pelos próprios
informações e experiências, bem como da co- órgãos. Devem-se também encorajar o enfoque
operação entre estas e as organizações regionais nacional abrangente adotado pelo Comitê dos
e as Nações Unidas. Direitos da Criança. Atos internacionais não ratificados pelo Brasil
86. Nesse contexto, a Conferência Mundial 90. A Conferência Mundial sobre Direitos
sobre Direitos Humanos recomenda vigoro- Humanos recomenda que os Estados-partes
samente que representantes de instituições em tratados de direitos humanos considerem a
nacionais de promoção e proteção dos direitos possibilidade de aceitar todos os procedimentos
humanos realizem reuniões periódicas, sob facultativos para a apresentação e o exame de
os auspícios do Centro de Direitos Humanos, comunicações.
para examinar formas e meios para aperfeiçoar
seus mecanismos e compartilhar experiências. 91. A Conferência Mundial sobre Direitos
Humanos vê com preocupação a questão da
87. A Conferência Mundial sobre Direitos impunidade dos autores de violações de direitos
Humanos recomenda aos órgãos criados por humanos e apoia os esforços empreendidos
39
pela Comissão de Direitos Humanos e pela proteção dos direitos humanos e nas medidas
Comissão de Prevenção da Discriminação e destinadas a garantir a plena observância do
Proteção de Minorias, no sentido de examinar direito internacional humanitário em todas as
todos os aspectos da questão. situações de conflito armado, em conformidade
com os propósitos e princípios da Carta das
92. A Conferência Mundial sobre Direitos Nações Unidas.
Humanos recomenda que a Comissão de
Direitos Humanos examine a possibilidade 97. A Conferência Mundial sobre Direitos
de melhorar a aplicação de instrumentos de Humanos, reconhecendo o importante papel
direitos humanos existentes em níveis inter- desempenhado por componentes de direitos
nacional e regional e encoraja a Comissão de humanos em determinados acordos relativos
Direito Internacional a continuar seus trabalhos a operações das Nações Unidas para a manu-
visando ao estabelecimento de um tribunal tenção da paz, recomenda que o Secretário
penal internacional. Geral leve em consideração os relatórios, a
experiência e a capacidade do Centro de Di-
93. A Conferência Mundial sobre Direitos reitos Humanos e dos mecanismos de direitos
Humanos apela aos Estados que ainda não humanos, em conformidade com a Carta das
aderiram às Convenções de Genebra de 12 de Nações Unidas.
agosto de 1949 e seus Protocolos, no sentido de
que o façam e tomem todas as medidas nacio- 98. Para fortalecer os direitos econômicos,
nais necessárias, incluindo medidas legislativas, sociais e culturais, devem-se examinar outros
para fazê-los vigorar plenamente. enfoques, como a aplicação de um sistema de
indicadores para medir o progresso alcançado
94. A Conferência Mundial sobre Direitos na realização dos direitos previstos no Pac-
Humanos recomenda a rápida finalização e to Internacional dos Direitos Econômicos,
adoção do projeto de declaração sobre o di- Sociais e Culturais. Deve-se empreender um
reito e responsabilidade de indivíduos, grupos esforço harmonizado, visando a garantir o
e instituições de promover e proteger direitos reconhecimento dos direitos econômicos,
humanos e liberdades fundamentais universal- sociais e culturais em níveis nacional, regional
mente reconhecidos. e internacional.
Humanos recomenda que as Nações Unidas Mundial sobre Direitos Humanos recomenda
assumam um papel mais ativo na promoção e também que a Comissão de Direitos Humanos
40
avalie anualmente o progresso alcançado nesse ao Secretário Geral seus pontos de vista sobre
propósito. o progresso alcançado na aplicação da presente
Declaração. Deve-se prestar atenção especial
100. A Conferência Mundial sobre Direitos Hu- na avaliação do progresso alcançado rumo à
manos solicita ao Secretário Geral das Nações ratificação universal de tratados e protocolos
Unidas que, por ocasião do quinquagésimo ani- internacionais de direitos humanos adotados
versário da Declaração Universal dos Direitos no âmbito do sistema das Nações Unidas.
Humanos, convide todos os Estados, órgãos e
agências do sistema das Nações Unidas a lhe Adotados pela Conferência Mundial sobre Direitos
apresentarem um relatório sobre o progresso Humanos, Viena, 14-25 de junho de 1993. Fontes:
alcançado na aplicação da presente Declaração Direitos Humanos DHNet. Disponível em: <http://
e a apresentarem um relatório à Assembleia www.dhnet.org.br/direitos/anthist/viena/declaracao_
Geral no quinquagésimo-terceiro período de viena.htm>. Acesso em: 9 set. 2013. Procuradoria
sessões, por meio da Comissão de Direitos Geral da República de Portugal. Gabinete de
Humanos e do Conselho Econômico e Social. Documentação e Direito Comparado. Direitos
Além disso, as instituições de direitos humanos Humanos. Disponível em: <HTTP://direitoshumanos.
regionais e nacionais, assim como as organiza- gddc.pt/3_1?IIIPAG3_1_9.htm>. Acesso em: 9 set.
ções não governamentais, poderão apresentar 2013.
41
Declaração de Pequim, Adotada pela
Quarta Conferência Mundial sobre
as Mulheres: Ação para Igualdade,
Desenvolvimento e Paz
Reconhecemos ainda que esta situação é agra- Impulsionar o consenso e o progresso alcan-
vada pelo crescimento da pobreza que afeta çados nas anteriores Conferências das Nações
a vida da maioria da população mundial, em Unidas: sobre as Mulheres, em Nairóbi em
particular das mulheres e crianças, tendo ori- 1985, sobre as Crianças, em New York em 1990,
gem tanto na esfera nacional, como na esfera sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento,
internacional, no Rio de Janeiro em 1992, sobre Direitos Hu-
manos, em Viena em 1993, sobre População e
Mulher
educação e saúde e promover a saúde sexual de nossos esforços para o alcance de uma
e reprodutiva das mulheres e sua educação; melhor qualidade de vida para todos os povos.
44
Um desenvolvimento social equitativo que Garantir também o êxito da Plataforma de
reconheça a importância do fortalecimento Ação em, países cujas economias estejam em
dos pobres, particularmente das mulheres que transição, o que requer contínua cooperação e
vivem na pobreza, na utilização dos recursos assistência internacional;
ambientais sustentáveis, é uma base necessária
ao desenvolvimento sustentável, é necessário Pela presente nos comprometemos, na quali-
para estimular o desenvolvimento social e dade de Governos, a implementar a seguinte
a justiça social. O sucesso da Plataforma de Plataforma de Ação, de modo a garantir que
Ação ainda exigirá uma adequada mobilização uma perspectiva do gênero esteja presente
de recursos nos âmbitos nacional e inter- em todas as nossas políticas e programas. Nós
nacional, como também novos e adicionais insistimos para que o sistema das Nações Uni-
recursos para os países em desenvolvimen- das, as instituições financeiras regionais e in-
to, provenientes de todos os mecanismos ternacionais, as demais relevantes instituições
de financiamento disponíveis, incluídas as regionais e internacionais, todas as mulheres e
fontes multilaterais, bilaterais e privadas, a homens, como também as organizações não-
fim de que se promova o fortalecimento das -governamentais, com pleno respeito à sua
mulheres; recursos financeiros para aumen- autonomia, e todos os setores da sociedade
tar a capacidade de instituições nacionais, civil, em cooperação com os Governos, se
sub-regionais, regionais e internacionais; comprometam plenamente e contribuam para
o compromisso de garantir a igualdade de a implementação desta Plataforma de Ação.
direitos, a igualdade de responsabilidades,
a igualdade de oportunidades e a igualdade Adotada pela Quarta Conferência Mundial sobre
de participação de mulheres e homens em as Mulheres, em 15 de setembro de 1995.
todos os órgãos e processos de formulação Fonte: Câmara dos Deputados. Disponível em:
de políticas públicas no âmbito nacional, <http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/
regional e internacional; o estabelecimento comissoes/comissoes-permanentes/cdhm/comite-
ou o fortalecimento de mecanismos em todos brasileiro-de-direitos-humanos-e-politica-externa/
os níveis para prestar contas às mulheres de DecPequimquartconfmulh.html>. Acesso em: 9
todo mundo; set. 2013.
45
Atos internacionais
ratificados pelo Brasil
Convenção Relativa ao Trabalho Noturno
Convenção 171 da Organização Internacional do Trabalho.
A Conferência Geral da Organização Interna- Após ter decidido que essas propostas deveriam
cional do Trabalho: tomar a forma de uma Convenção internacio-
nal, adota, nesse vigésimo sexto dia do mês de
Convocada em Genebra pelo Conselho Ad- junho de mil novecentos e noventa, a seguinte
ministrativo da Repartição Internacional do Convenção, que será denominada Convenção
Trabalho e tendo ali se reunido a 6 de junho Relativa ao Trabalho Noturno, 1990:
de 1990, em sua septuagésima sétima sessão;
ARTIGO 1
Tomando nota das disposições das Convenções
e Recomendações internacionais do trabalho Para os fins da presente Convenção:
sobre o trabalho noturno dos menores e, em
particular, das disposições da Convenção e da a) a expressão “trabalho noturno” designa
Recomendação sobre o trabalho noturno dos todo trabalho que seja realizado durante um
menores (trabalhos não industriais), 1964; da período de pelo menos sete horas consecutivas,
Convenção (revista) sobre o trabalho noturno que abranja o intervalo compreendido entre a
dos menores (indústrias), 1984; e da Recomen- meia noite e as cinco horas da manhã, e que
dação sobre o trabalho noturno dos menores será determinado pela autoridade competente
(agricultura), 1921; mediante consulta prévia com as organizações
mais representativas dos empregadores e de
Tomando nota das disposições das Convenções trabalhadores ou através de convênios coletivos;
internacionais do trabalho sobre o trabalho
noturno da mulher e, em particular, aquelas da b) a expressão “trabalhador noturno” designa
Convenção (revista) sobre o trabalho noturno todo trabalhador assalariado cujo trabalho
(mulheres), 1948, e de seu Protocolo de 1990; exija a realização de horas de trabalho noturno
da Recomendação sobre o trabalho noturno em número substancial, superior a um limite
das mulheres (agricultura), 1921, e do pará- determinado. Esse número será fixado pela au-
grafo 5 da Recomendação sobre a proteção da toridade competente mediante consulta prévia
maternidade, 1952; com as organizações mais representativas de
empregadores e de trabalhadores, ou através
Tomando nota das disposições da Convenção de convênios coletivos.
sobre a discriminação (emprego e ocupação),
1958; ARTIGO 2
Tomando nota das disposições da Convenção 1. Esta Convenção aplica-se a todos os trabalha-
sobre a proteção da maternidade (revista), dores assalariados, com exceção daqueles que
1952; trabalham na agricultura, a pecuária, a pesca,
os transportes marítimos e a navegação interior.
Após ter decidido adotar diversas propostas
sobre o trabalho noturno, questão que constitui 2. Todo Membro que ratificar a presente Con-
Mulher
48
da sua área de aplicação, com consulta prévia b) em intervalos regulares durante essa colo-
junto às organizações representativas dos em- cação;
pregadores e dos trabalhadores interessados,
categorias limitadas de trabalhadores, quando c) no caso de padecerem durante essa colocação
essa aplicação apresentar, no caso das categorias problemas de saúde que não sejam devidos a
citadas, problemas particulares e importantes. fatores alheios ao trabalho noturno.
3. Todo Membro que fizer uso da possibilidade 2. Salvo declaração de não serem aptos para
prevista no parágrafo 2 deste Artigo deverá in- o trabalho noturno, o teor dessas avaliações
dicar as categorias particulares de trabalhadores não será comunicado a terceiros sem o seu
assim excluídas, e as razões da sua exclusão, nos consentimento, nem utilizado em seu prejuízo.
relatórios relativos à aplicação da Convenção
que apresentar em virtude do Artigo 22 da ARTIGO 5
Constituição da OIT. Também deverá indicar
todas as medidas que tiver adotado a fim de Deverão ser colocados à disposição dos traba-
estender progressivamente as disposições da lhadores que efetuam trabalho noturno serviços
Convenção a esses trabalhadores. adequados de primeiros socorros, inclusive
disposições práticas que permitam que esses
ARTIGO 3 trabalhadores, em caso necessário, sejam trans-
ladados rapidamente até um local onde possam
1. Deverão ser adotadas, em benefício dos receber tratamento adequado.
trabalhadores noturnos, as medidas específicas
exigidas pela natureza do trabalho noturno, que ARTIGO 6
abrangerão, no mínimo, aquelas mencionadas
nos Artigos 4 a 10, a fim de proteger a sua saúde, 1. Os trabalhadores noturnos que, por razões de
ajudá-los a cumprirem com suas responsabi- saúde, sejam declarados não aptos para o traba-
lidades familiares e sociais, proporcionar aos lho noturno serão colocados, quando for viável,
mesmos possibilidades de melhoria na sua em função similar para a qual estejam aptos.
carreira e compensá-los de forma adequada.
Essas medidas deverão também ser adotadas 2. Se a colocação nessa função não for viável,
no âmbito da segurança e da proteção da ma- serão concedidos a esses trabalhadores os
ternidade, a favor de todos os trabalhadores que mesmos benefícios que a outros trabalhadores
realizam trabalho noturno. não aptos para o trabalho ou que não podem
conseguir emprego.
2. As medidas a que se refere o parágrafo
anterior poderão ser aplicadas de forma pro- 3. Um trabalhador noturno declarado tempo-
gressiva. rariamente não apto para o trabalhado noturno
gozará da mesma proteção contra a demissão
Atos internacionais ratificados pelo Brasil
49
a) antes e depois do parto, durante o período 4. As disposições do presente Artigo não de-
de, pelo menos, dezesseis semanas, das quais verão ter como efeito a redução da proteção e
oito, pelo menos, deverão ser tomadas antes os benefícios relativos à licença maternidade.
da data estimada para o parto;
ARTIGO 8
b) com prévia apresentação de certificado
médico indicando que isso é necessário para a A compensação aos trabalhadores noturnos em
saúde da mãe ou do filho, por outros períodos termos de duração do trabalho, remuneração
compreendidos: ou benefícios similares deverá reconhecer a
natureza do trabalho noturno.
i) durante a gravidez;
ARTIGO 9
ii) durante um lapso determinado além do pe-
ríodo posterior ao parto estabelecido em con- Deverão ser previstos serviços sociais apropria-
formidade com o item a) do presente parágrafo, dos para os trabalhadores noturnos e, quando
cuja duração será determinada pela autoridade for preciso, para aqueles trabalhadores que
competente e prévia consulta junto às organi- realizarem um trabalho noturno.
zações mais representativas dos empregadores
e de trabalhadores. ARTIGO 10
50
Deverão ser aplicadas por meio da legislação anterior, ficará obrigado por novo período de
na medida em que não sejam aplicadas por dez anos e, posteriormente, poderá denunciar
outros meios. a presente Convenção ao expirar cada período
de dez anos, nas condições previstas no pre-
2. Quando as disposições desta Convenção sente Artigo.
forem aplicadas por meio da legislação, deverão
ser previamente consultadas as organizações ARTIGO 15
mais representativas de empregadores e de
trabalhadores. 1. O Diretor-Geral da Repartição Internacional
do Trabalho notificará a todos os Membros
ARTIGO 12 da Organização Internacional do Trabalho o
registro de todas as ratificações, declarações
As ratificações formais da presente Conven- e denúncias que lhe sejam comunicadas pelos
ção serão transmitidas ao Diretor-Geral da Membros da Organização.
Repartição Internacional do Trabalho e por
ele registradas. 2. Ao notificar aos Membros da Organização
o registro da segunda ratificação que lhe tenha
ARTIGO 13 sido comunicada, o Diretor-Geral chamará a
atenção dos Membros para a data de entrada
1. A presente Convenção somente vinculará em vigor da presente Convenção.
os Membros da Organização Internacional do
Trabalho cujas ratificações tenham sido regis- ARTIGO16
tradas pelo Diretor-Geral.
O Diretor-Geral da Repartição Internacional do
2. Esta Convenção entrará em vigor em doze Trabalho comunicará ao Secretário-Geral das
meses após o registro das ratificações de dois Nações Unidas, para fins de registro, conforme
Membros por parte do Diretor-Geral. o Artigo 102 da Carta das Nações Unidas, as
informações completas referentes a quaisquer
3. Posteriormente, esta Convenção entrará em ratificações, declarações e atos de denúncia
vigor, para cada Membro, doze meses após o que tenha registrado de acordo com os Artigos
registro da sua ratificação. anteriores.
ARTIGO 14 ARTIGO 17
1. Todo Membro que tenha ratificado a Sempre que julgar necessário, o Conselho de
presente Convenção poderá denunciá-la Administração da Repartição Internacional
após a expiração de um período de dez anos do Trabalho deverá apresentar à Conferência
contado da entrada em vigor mediante ato um relatório sobre a aplicação da presente
Atos internacionais ratificados pelo Brasil
51
a) a ratificação, por um Membro, da nova Con- para os Membros que a tiverem ratificado e que
venção revista, implicará, de pleno direito, não não ratificaram a Convenção revista.
obstante o disposto pelo Artigo 22, a denúncia
imediata da presente Convenção, desde que a ARTIGO 19
nova Convenção revista tenha entrado em vigor.
As versões inglesa e francesa do texto da pre-
b) a partir da entrada em vigor da Convenção sente convenção são igualmente autênticas.
revista, a presente Convenção deixará de estar
aberta à ratificação dos Membros. Aprovada pelo Decreto Legislativo no 270, de 13
de novembro de 2002, publicado no DOU de
2. A presente Convenção continuará em vigor, 14/11/2002, e promulgada pelo Decreto no 5.005, de
em qualquer caso, em sua forma e teor atuais, 8 de março de 2004, publicado no DOU de 9/3/2004.
Mulher
52
Protocolo Adicional à Convenção
das Nações Unidas contra o Crime
Organizado Transnacional Relativo à
Prevenção, Repressão e Punição do
Tráfico de Pessoas, em Especial Mulheres
e Crianças
pessoas, Transnacional
53
3. As infrações estabelecidas em conformidade c) O recrutamento, o transporte, a transfe-
com o Artigo 5 do presente Protocolo serão rência, o alojamento ou o acolhimento de
consideradas como infrações estabelecidas em uma criança para fins de exploração serão
conformidade com a Convenção. considerados “tráfico de pessoas” mesmo que
não envolvam nenhum dos meios referidos da
ARTIGO 2 – Objetivo alínea a) do presente Artigo;
Para efeitos do presente Protocolo: 1. Cada Estado Parte adotará as medidas le-
gislativas e outras que considere necessárias
a) A expressão “tráfico de pessoas” significa de forma a estabelecer como infrações penais
o recrutamento, o transporte, a transferência, os atos descritos no Artigo 3 do presente
o alojamento ou o acolhimento de pessoas, Protocolo, quando tenham sido praticados
recorrendo à ameaça ou uso da força ou a intencionalmente.
outras formas de coação, ao rapto, à fraude, ao
engano, ao abuso de autoridade ou à situação 2. Cada Estado Parte adotará igualmente as
de vulnerabilidade ou à entrega ou aceitação medidas legislativas e outras que considere
de pagamentos ou benefícios para obter o necessárias para estabelecer como infrações
consentimento de uma pessoa que tenha au- penais:
toridade sobre outra para fins de exploração. A
exploração incluirá, no mínimo, a exploração a) Sem prejuízo dos conceitos fundamentais
da prostituição de outrem ou outras formas do seu sistema jurídico, a tentativa de cometer
de exploração sexual, o trabalho ou serviços uma infração estabelecida em conformidade
forçados, escravatura ou práticas similares com o parágrafo 1 do presente Artigo;
à escravatura, a servidão ou a remoção de
órgãos; b) A participação como cúmplice numa in-
fração estabelecida em conformidade com o
b) O consentimento dado pela vítima de tráfico parágrafo 1 do presente Artigo; e
de pessoas tendo em vista qualquer tipo de
exploração descrito na alínea a) do presente c) Organizar a prática de uma infração esta-
Artigo será considerado irrelevante se tiver belecida em conformidade com o parágrafo 1
sido utilizado qualquer um dos meios referidos do presente Artigo ou dar instruções a outras
Mulher
54
II. PROTEÇÃO DE VÍTIMAS DE 4. Cada Estado Parte terá em conta, ao aplicar
TRÁFICO DE PESSOAS as disposições do presente Artigo, a idade, o
sexo e as necessidades específicas das vítimas
ARTIGO 6 – Assistência e Proteção às de tráfico de pessoas, designadamente as ne-
Vítimas de Tráfico de Pessoas cessidades específicas das crianças, incluindo o
alojamento, a educação e cuidados adequados.
1. Nos casos em que se considere apropriado
e na medida em que seja permitido pelo seu 5. Cada Estado Parte envidará esforços para
direito interno, cada Estado Parte protegerá a garantir a segurança física das vítimas de trá-
privacidade e a identidade das vítimas de tráfi- fico de pessoas enquanto estas se encontrarem
co de pessoas, incluindo, entre outras (ou inter no seu território.
alia), a confidencialidade dos procedimentos
judiciais relativos a esse tráfico. 6. Cada Estado Parte assegurará que o seu sis-
tema jurídico contenha medidas que ofereçam
2. Cada Estado Parte assegurará que o seu às vítimas de tráfico de pessoas a possibilidade
sistema jurídico ou administrativo contenha de obterem indenização pelos danos sofridos.
medidas que forneçam às vítimas de tráfico de
pessoas, quando necessário: ARTIGO 7 – Estatuto das Vítimas de Tráfico
de Pessoas nos Estados de Acolhimento
a) Informação sobre procedimentos judiciais
e administrativos aplicáveis; 1. Além de adotar as medidas em conformida-
de com o Artigo 6 do presente Protocolo, cada
b) Assistência para permitir que as suas Estado Parte considerará a possibilidade de
opiniões e preocupações sejam apresentadas adotar medidas legislativas ou outras medidas
e tomadas em conta em fases adequadas do adequadas que permitam às vítimas de tráfico
processo penal instaurado contra os autores de pessoas permanecerem no seu território a
das infrações, sem prejuízo dos direitos da Título temporário ou permanente, se for caso
defesa. disso.
55
qual essa pessoa seja nacional ou no qual tinha b) Proteger as vítimas de tráfico de pessoas,
direito de residência permanente no momento especialmente as mulheres e as crianças, de
de entrada no território do Estado Parte de nova vitimação.
acolhimento, esse regresso levará devidamente
em conta a segurança da pessoa bem como a 2. Os Estados Partes envidarão esforços para
situação de qualquer processo judicial relacio- tomarem medidas tais como pesquisas, cam-
nado ao fato de tal pessoa ser uma vítima de panhas de informação e de difusão através dos
tráfico, preferencialmente de forma voluntária. órgãos de comunicação, bem como iniciativas
sociais e econômicas de forma a prevenir e
3. A pedido do Estado Parte de acolhimento, combater o tráfico de pessoas.
um Estado Parte requerido verificará, sem de-
mora indevida ou injustificada, se uma vítima 3. As políticas, programas e outras medidas
de tráfico de pessoas é sua nacional ou se tinha estabelecidas em conformidade com o presente
direito de residência permanente no seu terri- Artigo incluirão, se necessário, a cooperação
tório no momento de entrada no território do com organizações não governamentais, outras
Estado Parte de acolhimento. organizações relevantes e outros elementos da
sociedade civil.
4. De forma a facilitar o regresso de uma vítima
de tráfico de pessoas que não possua os docu- 4. Os Estados Partes tomarão ou reforçarão
mentos devidos, o Estado Parte do qual essa as medidas, inclusive mediante a cooperação
pessoa é nacional ou no qual tinha direito de bilateral ou multilateral, para reduzir os fatores
residência permanente no momento de entrada como a pobreza, o subdesenvolvimento e a
no território do Estado Parte de acolhimento desigualdade de oportunidades que tornam as
aceitará emitir, a pedido do Estado Parte de aco- pessoas, especialmente as mulheres e as crian-
lhimento, os documentos de viagem ou outro ças, vulneráveis ao tráfico.
tipo de autorização necessária que permita à
pessoa viajar e ser readmitida no seu território. 5. Os Estados Partes adotarão ou reforçarão
as medidas legislativas ou outras, tais como
5. O presente Artigo não prejudica os direitos medidas educacionais, sociais ou culturais,
reconhecidos às vítimas de tráfico de pessoas inclusive mediante a cooperação bilateral ou
por força de qualquer disposição do direito multilateral, a fim de desencorajar a procura
interno do Estado Parte de acolhimento. que fomenta todo o tipo de exploração de
pessoas, especialmente de mulheres e crianças,
6. O presente Artigo não prejudica qualquer conducentes ao tráfico.
acordo ou compromisso bilateral ou multilate-
ral aplicável que regule, no todo ou em parte, o ARTIGO 10 – Intercâmbio de Informações e
regresso de vítimas de tráfico de pessoas. Formação
56
ou sem documentos de viagem são autores ou prevenir, na medida do possível, a utilização
vítimas de tráfico de pessoas; de meios de transporte explorados por trans-
portadores comerciais na prática de infrações
b) Os tipos de documentos de viagem que as estabelecidas em conformidade com o Artigo
pessoas têm utilizado ou tentado utilizar para 5 do presente Protocolo.
atravessar uma fronteira internacional com o
objetivo de tráfico de pessoas; 3. Quando se considere apropriado, e sem pre-
juízo das convenções internacionais aplicáveis,
c) Os meios e métodos utilizados por grupos tais medidas incluirão o estabelecimento da
criminosos organizados com o objetivo de obrigação para os transportadores comerciais,
tráfico de pessoas, incluindo o recrutamento incluindo qualquer empresa de transporte,
e o transporte de vítimas, os itinerários e as proprietário ou operador de qualquer meio
ligações entre as pessoas e os grupos envolvi- de transporte, de certificar-se de que todos os
dos no referido tráfico, bem como as medidas passageiros sejam portadores dos documentos
adequadas à sua detecção. de viagem exigidos para a entrada no Estado
de acolhimento.
2. Os Estados Partes assegurarão ou reforçarão
a formação dos agentes dos serviços compe- 4. Cada Estado Parte tomará as medidas
tentes para a aplicação da lei, dos serviços de necessárias, em conformidade com o seu di-
imigração ou de outros serviços competentes reito interno, para aplicar sanções em caso de
na prevenção do tráfico de pessoas. A formação descumprimento da obrigação constante do
deve incidir sobre os métodos utilizados na parágrafo 3 do presente Artigo.
prevenção do referido tráfico, na ação penal
contra os traficantes e na proteção das vítimas, 5. Cada Estado Parte considerará a possibi-
inclusive protegendo-as dos traficantes. A lidade de tomar medidas que permitam, em
formação deverá também ter em conta a ne- conformidade com o direito interno, recusar a
cessidade de considerar os direitos humanos entrada ou anular os vistos de pessoas envol-
e os problemas específicos das mulheres e das vidas na prática de infrações estabelecidas em
crianças bem como encorajar a cooperação conformidade com o presente Protocolo.
com organizações não governamentais, outras
organizações relevantes e outros elementos da 6. Sem prejuízo do disposto no Artigo 27 da
sociedade civil. Convenção, os Estados Partes procurarão
intensificar a cooperação entre os serviços de
3. Um Estado Parte que receba informações controle de fronteiras, mediante, entre outros,
respeitará qualquer pedido do Estado Parte o estabelecimento e a manutenção de canais de
que transmitiu essas informações, no sentido comunicação diretos.
de restringir sua utilização.
ARTIGO 12 – Segurança e Controle dos
Atos internacionais ratificados pelo Brasil
1. Sem prejuízo dos compromissos interna- Cada Estado Parte adotará as medidas necessá-
cionais relativos à livre circulação de pessoas, rias, de acordo com os meios disponíveis para:
os Estados Partes reforçarão, na medida do
possível, os controles fronteiriços necessários a) Assegurar a qualidade dos documentos
para prevenir e detectar o tráfico de pessoas. de viagem ou de identidade que emitir, para
que não sejam indevidamente utilizados nem
2. Cada Estado Parte adotará medidas legis- facilmente falsificados ou modificados, repro-
lativas ou outras medidas apropriadas para duzidos ou emitidos de forma ilícita; e
57
b) Assegurar a integridade e a segurança dos 2. As controvérsias entre dois ou mais Estados
documentos de viagem ou de identidade por Partes com respeito à aplicação ou à interpre-
si ou em seu nome emitidos e impedir a sua tação do presente Protocolo que não possam
criação, emissão e utilização ilícitas. ser resolvidas por negociação, dentro de um
prazo razoável, serão submetidas, a pedido de
ARTIGO 13 – Legitimidade e Validade dos um desses Estados Partes, a arbitragem. Se,
Documentos no prazo de seis meses após a data do pedido
de arbitragem, esses Estados Partes não che-
A pedido de outro Estado Parte, um Estado garem a um acordo sobre a organização da
Parte verificará, em conformidade com o seu arbitragem, qualquer desses Estados Partes
direito interno e dentro de um prazo razoável, poderá submeter o diferendo ao Tribunal In-
a legitimidade e validade dos documentos de ternacional de Justiça mediante requerimento,
viagem ou de identidade emitidos ou supos- em conformidade com o Estatuto do Tribunal.
tamente emitidos em seu nome e de que se
suspeita terem sido utilizados para o tráfico 3. Cada Estado Parte pode, no momento da
de pessoas. assinatura, da ratificação, da aceitação ou da
aprovação do presente Protocolo ou da adesão
ao mesmo, declarar que não se considera vin-
IV. DISPOSIÇÕES FINAIS culado ao parágrafo 2 do presente Artigo. Os
demais Estados Partes não ficarão vinculados
ARTIGO 14 – Cláusula de Salvaguarda ao parágrafo 2 do presente Artigo em relação
a qualquer outro Estado Parte que tenha feito
1. Nenhuma disposição do presente Protocolo essa reserva.
prejudicará os direitos, obrigações e respon-
sabilidades dos Estados e das pessoas por 4. Qualquer Estado Parte que tenha feito uma
força do direito internacional, incluindo o reserva em conformidade com o parágrafo 3
direito internacional humanitário e o direito do presente Artigo pode, a qualquer momento,
internacional relativo aos direitos humanos retirar essa reserva através de notificação ao
e, especificamente, na medida em que sejam Secretário-Geral das Nações Unidas.
aplicáveis, a Convenção de 1951 e o Protocolo
de 1967 relativos ao Estatuto dos Refugia- ARTIGO 16 – Assinatura, Ratificação,
dos e ao princípio do non refoulement neles Aceitação, Aprovação e Adesão
enunciado.
1. O presente Protocolo será aberto à assinatura
2. As medidas constantes do presente Pro- de todos os Estados de 12 a 15 de dezembro de
tocolo serão interpretadas e aplicadas de 2000 em Palermo, Itália, e, em seguida, na sede
forma a que as pessoas que foram vítimas da Organização das Nações Unidas em Nova
de tráfico não sejam discriminadas. A inter- Iorque até 12 de dezembro de 2002.
pretação e aplicação das referidas medidas
estarão em conformidade com os princípios 2. O presente Protocolo será igualmente
de não discriminação internacionalmente aberto à assinatura de organizações regionais
reconhecidos. de integração econômica na condição de que
pelo menos um Estado membro dessa organi-
ARTIGO 15 – Solução de Controvérsias zação tenha assinado o presente Protocolo em
conformidade com o parágrafo 1 do presente
1. Os Estados Partes envidarão esforços para Artigo.
resolver as controvérsias relativas à interpre-
Mulher
tação ou aplicação do presente Protocolo por 3. O presente Protocolo está sujeito a ratifica-
negociação direta. ção, aceitação ou aprovação. Os instrumentos
58
de ratificação, de aceitação ou de aprovação Protocolo, em conformidade com o parágrafo 1
serão depositados junto ao Secretário-Geral da do presente Artigo, se esta for posterior.
Organização das Nações Unidas. Uma organi-
zação regional de integração econômica pode ARTIGO 18 – Emendas
depositar o seu instrumento de ratificação, de
aceitação ou de aprovação se pelo menos um 1. Cinco anos após a entrada em vigor do pre-
dos seus Estados membros o tiver feito. Nesse sente Protocolo, um Estado Parte no Protocolo
instrumento de ratificação, de aceitação e de pode propor emenda e depositar o texto junto
aprovação essa organização declarará o âmbito do Secretário-Geral das Nações Unidas, que
da sua competência relativamente às matérias em seguida comunicará a proposta de emenda
reguladas pelo presente Protocolo. Informará aos Estados Partes e à Conferência das Partes
igualmente o depositário de qualquer modifi- na Convenção para analisar a proposta e tomar
cação relevante do âmbito da sua competência. uma decisão. Os Estados Partes no presente
Protocolo reunidos na Conferência das Par-
4. O presente Protocolo está aberto à adesão tes farão todos os esforços para chegar a um
de qualquer Estado ou de qualquer organiza- consenso sobre qualquer emenda. Se todos
ção regional de integração econômica da qual os esforços para chegar a um consenso forem
pelo menos um Estado membro seja Parte do esgotados e não se chegar a um acordo, será
presente Protocolo. Os instrumentos de adesão necessário, em último caso, para que a altera-
serão depositados junto do Secretário-Geral ção seja aprovada, uma maioria de dois terços
das Nações Unidas. No momento da sua ade- dos Estados Partes no presente Protocolo, que
são, uma organização regional de integração estejam presentes e expressem o seu voto na
econômica declarará o âmbito da sua compe- Conferência das Partes.
tência relativamente às matérias reguladas pelo
presente Protocolo. Informará igualmente o 2. As organizações regionais de integração
depositário de qualquer modificação relevante econômica, em matérias da sua competência,
do âmbito da sua competência. exercerão o seu direito de voto nos termos
do presente Artigo com um número de votos
ARTIGO 17 – Entrada em Vigor igual ao número dos seus Estados membros
que sejam Partes no presente Protocolo. Essas
1. O presente Protocolo entrará em vigor no organizações não exercerão seu direito de voto
nonagésimo dia seguinte à data do depósito se seus Estados membros exercerem o seu e
do quadragésimo instrumento de ratificação, vice-versa.
de aceitação, de aprovação ou de adesão mas
não antes da entrada em vigor da Convenção. 3. Uma emenda adotada em conformidade
Para efeitos do presente número, nenhum com o parágrafo 1 do presente Artigo estará
instrumento depositado por uma organização sujeita a ratificação, aceitação ou aprovação
regional de integração econômica será somado dos Estados Partes.
Atos internacionais ratificados pelo Brasil
60
Convenção sobre a Eliminação de Todas
as Formas de Discriminação contra a
Mulher
61
países e a realização do direito dos povos sub- toda a distinção, exclusão ou restrição baseada
metidos a dominação colonial e estrangeira e no sexo e que tenha por objeto ou resultado
a ocupação estrangeira, à autodeterminação e prejudicar ou anular o reconhecimento, gozo
independência, bem como o respeito da so- ou exercício pela mulher, independentemente
berania nacional e da integridade territorial, de seu estado civil, com base na igualdade do
promoverão o progresso e o desenvolvimento homem e da mulher, dos direitos humanos e
sociais, e, em consequência, contribuirão para liberdades fundamentais nos campos político,
a realização da plena igualdade entre o homem econômico, social, cultural e civil ou em qual-
e a mulher, quer outro campo.
Para os fins da presente Convenção, a expressão clusive de caráter legislativo, para modificar
“discriminação contra a mulher” significará ou derrogar leis, regulamentos, usos e prá-
62
ticas que constituam discriminação contra a b) Garantir que a educação familiar inclua uma
mulher; compreensão adequada da maternidade como
função social e o reconhecimento da responsa-
g) Derrogar todas as disposições penais na- bilidade comum de homens e mulheres no que
cionais que constituam discriminação contra diz respeito à educação e ao desenvolvimento
a mulher. de seus filhos, entendendo-se que o interesse
dos filhos constituirá a consideração primordial
ARTIGO 3 em todos os casos.
ARTIGO 4 ARTIGO 7
c) A eliminação de todo conceito estereotipa- c) O direito de escolher livremente profissão e
do dos papéis masculino e feminino em todos emprego, o direito à promoção e à estabilidade
os níveis e em todas as formas de ensino me- no emprego e a todos os benefícios e outras
Mulher
diante o estímulo à educação mista e a outros condições de serviço, e o direito ao acesso à for-
tipos de educação que contribuam para alcan- mação e à atualização profissionais, incluindo
64
aprendizagem, formação profissional superior examinada periodicamente à luz dos conhe-
e treinamento periódico; cimentos científicos e tecnológicos e será
revista, derrogada ou ampliada conforme as
d) O direito a igual remuneração, inclusive necessidades.
benefícios, e igualdade de tratamento relativa
a um trabalho de igual valor, assim como igual- ARTIGO 12
dade de tratamento com respeito à avaliação
da qualidade do trabalho; 1. Os Estados-Partes adotarão todas as medi-
das apropriadas para eliminar a discrimina-
e) O direito à seguridade social, em particular ção contra a mulher na esfera dos cuidados
em casos de aposentadoria, desemprego, doen- médicos a fim de assegurar, em condições de
ça, invalidez, velhice ou outra incapacidade para igualdade entre homens e mulheres, o acesso
trabalhar, bem como o direito de férias pagas; a serviços médicos, inclusive os referentes ao
planejamento familiar.
f) O direito à proteção da saúde e à segurança
nas condições de trabalho, inclusive a salva- 2. Sem prejuízo do disposto no parágrafo 1o, os
guarda da função de reprodução. Estados-Partes garantirão à mulher assistência
apropriadas em relação à gravidez, ao parto e
2. A fim de impedir a discriminação contra a ao período posterior ao parto, proporcionando
mulher por razões de casamento ou materni- assistência gratuita quando assim for necessá-
dade e assegurar a efetividade de seu direito a rio, e lhe assegurarão uma nutrição adequada
trabalhar, os Estados-Partes tomarão as medi- durante a gravidez e a lactância.
das adequadas para:
ARTIGO 13
a) Proibir, sob sanções, a demissão por moti-
vo de gravidez ou licença de maternidade e a Os Estados-Partes adotarão todas as medidas
discriminação nas demissões motivadas pelo apropriadas para eliminar a discriminação
estado civil; contra a mulher em outras esferas da vida
econômica e social a fim de assegurar, em con-
b) Implantar a licença de maternidade, com dições de igualdade entre homens e mulheres,
salário pago ou benefícios sociais comparáveis, os mesmos direitos, em particular:
sem perda do emprego anterior, antiguidade ou
benefícios sociais; a) O direito a benefícios familiares;
c) Estimular o fornecimento de serviços so- b) O direito a obter empréstimos bancários,
ciais de apoio necessários para permitir que hipotecas e outras formas de crédito finan-
os pais combinem as obrigações para com a ceiro;
família com as responsabilidades do trabalho
Atos internacionais ratificados pelo Brasil
a) No prazo de um ano a partir da entrada em As Agências Especializadas terão direito a estar
vigor da Convenção para o Estado interessado; e representadas no exame da aplicação das dis-
posições desta Convenção que correspondam
b) Posteriormente, pelo menos cada quatro à esfera de suas atividades. O Comitê poderá
anos e toda vez que o Comitê a solicitar. convidar as Agências Especializadas a apresen-
tar relatórios sobre a aplicação da Convenção
2. Os relatórios poderão indicar fatores e dificul- nas áreas que correspondam à esfera de suas
dades que influam no grau de cumprimento das atividades.
obrigações estabelecidos por esta Convenção.
ARTIGO 19 PARTE VI
2. O Comitê elegerá sua Mesa por um período Nada do disposto nesta Convenção prejudicará
Mulher
68
obtenção da igualdade entre homens e mulhe- instrumento de ratificação ou adesão junto ao
res e que seja contida: Secretário-Geral das Nações Unidas.
1. Esta Convenção estará aberta à assinatura de 2. Não será permitida uma reserva incompatível
todos os Estados. com o objeto e o propósito desta Convenção.
2. O Secretário-Geral das Nações Unidas fica 3. As reservas poderão ser retiradas a qualquer
designado depositário desta Convenção. momento por uma notificação endereçada com
esse objetivo ao Secretário-Geral das Nações
3. Esta Convenção está sujeita a ratificação. Os Unidas, que informará a todos os Estados a
instrumentos de ratificação serão depositados respeito. A notificação surtirá efeito na data de
junto ao Secretário-Geral das Nações Unidas. seu recebimento.
69
3. Qualquer Estado-Parte que tenha formulado autênticos, será depositada junto ao Secretário-
a reserva prevista no parágrafo anterior poderá -Geral das Nações Unidas.
retirá-la em qualquer momento por meio de
notificação ao Secretário-Geral das Nações Em testemunho do que, os abaixo-assinados devi-
Unidas. damente autorizados, assinaram esta Convenção.
70
Protocolo Facultativo à Convenção sobre
a Eliminação de Todas as Formas de
Discriminação contra a Mulher
caram ou aderiram à Convenção a assinar e ra- tados à Assembleia Geral sobre a situação da
tificar ou aderir ao Protocolo tão logo possível, Convenção.
71
Anexo
Observando, ainda, que a Declaração Universal As comunicações podem ser apresentadas por
dos Direitos Humanos proclama que todos os indivíduos ou grupos de indivíduos, que se
seres humanos nascem livres e iguais em dig- encontrem sob a jurisdição do Estado Parte e
nidade e direitos e que cada pessoa tem todos aleguem ser vítimas de violação de quaisquer
os direitos e liberdades nela proclamados, sem dos direitos estabelecidos na Convenção por
qualquer tipo de distinção, incluindo distinção aquele Estado Parte, ou em nome desses indi-
baseada em sexo, víduos ou grupos de indivíduos. Sempre que
for apresentada em nome de indivíduos ou
Lembrando que as Convenções Internacionais grupos de indivíduos, a comunicação deverá
de Direitos Humanos e outros instrumentos contar com seu consentimento, a menos que
internacionais de direitos humanos proíbem o autor possa justificar estar agindo em nome
a discriminação baseada em sexo, deles sem o seu consentimento.
Cada Estado Parte do presente Protocolo (a) se referir a assunto que já tiver sido exa-
(doravante denominado “Estado Parte”) minado pelo Comitê ou tiver sido ou estiver
72
sendo examinado sob outro procedimento explicações ou declarações por escrito escla-
internacional de investigação ou solução de recendo o assunto e o remédio, se houver, que
controvérsias; possa ter sido aplicado pelo Estado Parte.
2. Sempre que o Comitê exercer seu arbítrio 5. O Comitê poderá convidar o Estado Parte a
segundo o parágrafo 1 deste Artigo, tal fato não apresentar informações adicionais sobre quais-
implica determinação sobre a admissibilidade quer medidas que o Estado Parte tenha tomado
ou mérito da comunicação. em resposta às opiniões e recomendações do
Comitê, se houver, incluindo, quando o Comitê
ARTIGO 6 julgar apropriado, informações que passem a
constar de relatórios subsequentes do Estado
Atos internacionais ratificados pelo Brasil
1. A menos que o Comitê considere que a co- Parte segundo o Artigo 18 da Convenção.
municação seja inadmissível sem referência ou
Estado Parte em questão, e desde que o indiví- ARTIGO 8
duo ou indivíduos consintam na divulgação de
sua identidade ao Estado Parte, o Comitê levará 1. Caso o Comitê receba informação fidedigna
confidencialmente à atenção do Estado Parte indicando graves ou sistemáticas violações por
em questão a comunicação por ele recebida no um Estado Parte dos direitos estabelecidos na
âmbito do presente Protocolo. Convenção, o Comitê convidará o Estado Parte
a cooperar no exame da informação e, para
2. Dentro de seis meses, o Estado Parte que esse fim, a apresentar observações quanto à
receber a comunicação apresentará ao Comitê informação em questão.
73
2. Levando em conta quaisquer observações 2. O Estado Parte que fizer a declaração de acor-
que possam ter sido apresentadas pelo Estado do com o Parágrafo 1 deste Artigo 10 poderá,
Parte em questão, bem como outras informa- a qualquer momento, retirar essa declaração
ções fidedignas das quais disponha, o Comitê através de notificação ao Secretário-Geral.
poderá designar um ou mais de seus membros
para conduzir uma investigação e apresentar ARTIGO 11
relatório urgentemente ao Comitê. Sempre que
justificado, e com o consentimento do Estado Os Estados Partes devem tomar todas as medi-
Parte, a investigação poderá incluir visita ao das apropriadas para assegurar que os indiví-
território deste último. duos sob sua jurisdição não fiquem sujeitos a
maus tratos ou intimidação como consequência
3. Após examinar os resultados da investigação, de sua comunicação com o Comitê nos termos
o Comitê os transmitirá ao Estado Parte em do presente Protocolo.
questão juntamente com quaisquer comentários
e recomendações. ARTIGO 12
4. O Estado Parte em questão deverá, dentro O Comitê incluirá em seu relatório anual,
de seis meses do recebimento dos resultados, segundo o Artigo 21 da Convenção, um resu-
comentários e recomendações do Comitê, apre- mo de suas atividades nos termos do presente
sentar suas observações ao Comitê. Protocolo.
1. Cada Estado Parte poderá, no momento da 2. O presente Protocolo estará sujeito à ratifi-
assinatura ou ratificação do presente Protocolo cação por qualquer Estado que tenha ratificado
ou no momento em que a este aderir, declarar ou aderido à Convenção. Os instrumentos de
que não reconhece a competência do Comitê ratificação deverão ser depositados junto ao
Mulher
74
3. O presente Protocolo estará aberto à adesão terços dos Estados Partes do presente Protoco-
por qualquer Estado que tenha ratificado ou lo, de acordo com seus respectivos processos
aderido à Convenção. constitucionais.
4. A adesão será efetivada pelo depósito de ins- 3. Sempre que as emendas entrarem em vigor,
trumento de adesão junto ao Secretário-Geral obrigarão os Estados Partes que as tenham acei-
das Nações Unidas. tado, ficando os outros Estados Partes obrigados
pelas disposições do presente Protocolo e quais-
ARTIGO 16 quer emendas anteriores que tiverem aceitado.
75
2. O Secretário-Geral das Nações Unidas Aprovado pelo Decreto Legislativo no 107, de 6 de
transmitirá cópias autenticadas do presente junho de 2002, publicado no DOU de 7/6/2002, e
Protocolo a todos os estados mencionados no promulgado pelo Decreto no 4.316, de 30 de julho
Artigo 25 da Convenção. de 2002, publicado no DOU de 31/7/2002.
Mulher
76
Convenção Interamericana para Prevenir,
Punir e Erradicar a Violência contra a
Mulher – “Convenção de Belém do Pará”
77
em instituições educacionais, serviços de saúde assuntos públicos, inclusive na tomada de
ou qualquer outro local; e decisões.
g) direito a recurso simples e rápido perante a) abster-se de qualquer ato ou prática de
tribunal competente que a proteja contra atos violência contra a mulher e velar por que as
que violem seus direitos; autoridades, seus funcionários e pessoal, bem
como agentes e instruções públicos ajam de
h) direito de livre associação; conformidade com essa obrigação;
i) direito à liberdade de professar a própria reli- b) agir com o devido zelo para prevenir, inves-
gião e as próprias crenças, de acordo com a lei; e tigar e punir a violência contra mulher;
Mulher
j) direito a ter igualdade de acesso às funções c) incorporar na sua legislação interna normas
públicas de seu próprio país e a participar nos penais, civis, administrativas e de outra nature-
78
za, que sejam necessárias para prevenir, punir e educacional, a fim de combater preconceitos e
erradicar a violência contra mulher, bem como costumes e todas as outras práticas baseadas na
adotar as medidas administrativas adequadas premissa da inferioridade ou superioridade de
que forem aplicáveis; qualquer dos gêneros ou nos papéis estereoti-
pados para o homem e a mulher, que legitimem
d) adotar medidas jurídicas que exijam do ou exacerbem a violência contra a mulher;
agressor que se abstenha de perseguir, inti-
midar e ameaçar a mulher ou de fazer uso de c) promover a educação e treinamento de
qualquer método que danifique ou ponha em todo pessoal judiciário e policial e demais
perigo sua vida ou integridade ou danifique funcionários responsáveis pela aplicação da lei,
sua propriedade; bem como do pessoal encarregado da imple-
mentação de políticas de prevenção, punição e
e) tomar todas as medidas adequadas, inclu- erradicação da violência contra a mulher;
sive legislativas, para modificar ou abolir leis
e regulamentos vigentes ou modificar práticas d) prestar serviços especializados apropriados
jurídicas ou consuetudinárias que respaldem a à mulher sujeita a violência, por intermédio de
persistência e a tolerância da violência contra entidades dos setores público e privado, inclu-
a mulher; sive abrigos, serviços de orientação familiar,
quando for o caso, e atendimento e custódia
f) estabelecer procedimentos jurídicos justos dos menores afetados;
e eficazes para a mulher sujeita a violência,
inclusive, entre outros, medidas de proteção, e) promover e apoiar programas de educa-
juízo oportuno e efetivo acesso a tais processos; ção governamentais e privados, destinados a
conscientizar o público para os problemas da
g) estabelecer mecanismos judiciais e admi- violência contra a mulher, recursos jurídicos
nistrativos necessários para assegurar que a e reparação relacionadas com essa violência;
mulher sujeita a violência tenha efetivo acesso
a restituição, reparação do dano e outros meios f) proporcionar à mulher sujeita a violência
de compensação justos e eficazes; acesso a programas eficazes de recuperação
e treinamento que lhe permitam participar
h) adotar as medidas legislativas ou de outra plenamente da vida pública, privada e social;
natureza necessárias à vigência desta Conven-
ção. g) incentivar os meios de comunicação a que
formulem diretrizes adequadas, de divulgação
ARTIGO 8 que contribuam para a erradicação da violên-
cia contra a mulher em todas as suas formas e
Os Estados Partes convêm em adotar, pro- enalteçam o respeito pela dignidade da mulher;
gressivamente, medidas específicas, inclusive
Atos internacionais ratificados pelo Brasil
membros da Organização, poderá apresentar à Esta Convenção fica aberta à adesão de qual-
Comissão Internacional de Direitos Humanos quer outro Estado. Os instrumentos de adesão
80
serão depositados na Secretaria-Geral da Or- ARTIGO 21
ganização dos Estados Americanos.
Esta Convenção entrará em vigor no trigésimo
ARTIGO 18 dia a partir da data em que for depositado o
segundo instrumento de ratificação. Para cada
Os Estados poderão formular reservas a esta Estado que ratificar a Convenção ou a ela
Convenção no momento de aprová-la, assiná-la, aderir após haver sido depositado o segundo
ratificá-la ou a ela aderir, desde que tais reservas: instrumento de ratificação, entrará em vigor
no trigésimo dia a partir da data em que esse
a) não sejam incompatíveis com o objetivo e Estado houver depositado seu instrumento de
propósito da Convenção; ratificação ou adesão.
ARTIGO 20 ARTIGO 24
Os Estados Partes que tenham duas ou mais Esta Convenção vigorará por prazo indefinido,
unidades territoriais em que vigorem sistemas mas qualquer Estado Parte poderá denunciá-
jurídicos diferentes relacionados com as ques- -la mediante o depósito na Secretaria-Geral
tões de que trata esta Convenção poderão de- da Organização dos Estados Americanos de
clarar, no momento de assiná-la, de ratificá-la instrumento que tenha essa finalidade. Um ano
ou de a ela aderir, que a Convenção se Aplicará após a data do depósito do instrumento de de-
Atos internacionais ratificados pelo Brasil
a todas as suas unidades territoriais ou somente núncia, cessarão os efeitos da convenção para
a uma ou mais delas. o Estado denunciante, mas subsistirão para os
demais, cassarão os efeitos da Convenção para
Tal declaração poderá ser modificada, em o Estado denunciante, mas subsistirão para os
qualquer momento, mediante declarações ulte- demais Estados Partes.
riores, que indicarão expressamente a unidade
ou as unidades territoriais a que se aplicará esta ARTIGO 25
Convenção. Essas declarações ulteriores serão
transmitidas à Secretaria-Geral da Organiza- O instrumento original desta Convenção, cujos
ção dos Estados Americanos e entrarão em textos em português, espanhol, francês e inglês
vigor trinta dias depois de recebidas. são igualmente autênticos, será depositado na
81
Secretária-Geral da Organização dos Estados Violência contra a Mulher “Convenção de
Americanos, que enviará cópia autenticada de Belém do Pará”.
seu texto à Secretaria das Nações Unidas para
registro e publicação, de acordo com o artigo Expedida na Cidade de Belém do Pará, Brasil,
102 da Carta das Nações Unidas. no dia nove de junho de mil novecentos e
noventa e quatro.
Em fé do que os Plenipotenciários infra-
-assinados, devidamente autorizados por seus Aprovada pelo Decreto Legislativo no 107, de 31 de
respectivos Governos, assinam esta Conven- agosto de 1995, publicado no DOU de 1o/9/1995, e
ção, que se denominará Convenção Intera- promulgada pelo Decreto no 1.973, de 1o de agosto
mericana para Prevenir, Punir e Erradicar a de 1996, publicado no DOU de 2/8/1996.
Mulher
82
Convenção sobre a Nacionalidade
da Mulher Casada
tre nacionais e estrangeiros, nem a mudança de especializado das Nações Unidas, ou parte no
nacionalidade do marido durante o casamento, Estatuto da Corte Internacional de Justiça, ou
poderão afetar ipso facto a nacionalidade da a qualquer outro Estado ao qual a Assembleia
mulher. geral das Nações Unidas houver endereçado
um convite.
ARTIGO II
2. A presente Convenção deverá ser ratificada,
Os Estados contratantes convêm em que nem a e os instrumentos de ratificação ficarão deposi-
aquisição voluntária por um de seus nacionais tados junto ao Secretário Geral da Organização
da nacionalidade de um outro Estado nem a das Nações Unidas.
83
ARTIGO V necessário consentimento do território não me-
tropolitano dentro do período de doze meses
1. Qualquer dos Estados mencionados nos pa- a partir da data da assinatura da Convenção
rágrafo 1 do artigo 4 poderá aderir à presente por este Estado contratante; após a obtenção
Convenção. deste consentimento, o Estado contratante de-
verá notificá-lo ao Secretário Geral das Nações
2. Efetuar-se-á a adesão pelo depósito de um Unidas. A presente Convenção aplicar-se-á ao
instrumento de adesão junto ao Secretário território ou territórios mencionados nesta
Geral das Nações Unidas. notificação a partir da data do seu recebimento
pelo Secretário Geral.
ARTIGO VI
3. Após a expiração do prazo de doze meses
1. A presente Convenção entrará em vigor mencionados no parágrafo 2 do presente
noventa dias após a data do depósito do sexto artigo, os Estados contratantes interessados
instrumento de ratificação ou de adesão. comunicarão ao Secretário Geral os resultados
das consultas com os territórios não metro-
2. Para cada um dos Estados que ratificarem a politanos por cujas relações internacionais
Convenção ou a ela aderirem após o depósito são responsáveis e cujo consentimento para
do sexto instrumento de ratificação ou de ade- a aplicação da presente Convenção não tenha
são, a Convenção entrará em vigor noventa dias sido dado.
após a data em que este Estado houver depo-
sitado o respectivo instrumento de ratificação ARTIGO VIII
ou de adesão.
1. No momento da assinatura, da ratificação
ARTIGO VII ou da adesão, qualquer Estado poderá fazer
reservas aos artigos da presente Convenção,
1. Aplicar-se-á a presente Convenção a todos os com exceção dos artigos 1 e 2.
territórios não autônomos sob tutela, coloniais
e outros territórios não metropolitanos por 2. Qualquer reserva feita de conformidade com
cujas relações internacionais for responsável o parágrafo 1 do presente artigo não prejudi-
qualquer Estado Contratante; o Estado con- cará o caráter obrigatório da Convenção entre
tratante interessado deverá, sob reserva das o Estado que tiver feito a reserva e os demais
disposições do parágrafo 2 do presente artigo, Estados partes, com exceção da disposição ou
no momento da assinatura, da ratificação ou das disposições que tenham sido objeto da
da adesão, declarar o território ou os territó- reserva. O Secretário Geral das Nações Unidas
rios não metropolitanos aos quais a presente comunicará o texto dessa reserva a todos os
Convenção será aplicada ipso facto após essa Estados que sejam ou que venham a ser parte
assinatura, ratificação ou adesão. da presente Convenção. Qualquer Estado parte
da presente Convenção ou que se torne parte
2. Nos casos em que para efeito de naciona- da mesma poderá comunicar ao Secretário
lidade, um território não metropolitano não Geral que não está disposto a se considerar
for considerado parte integrante do território obrigado à Convenção com respeito ao Estado
metropolitano ou nos casos em que o consen- que tenha feito a reserva. Essa comunicação
timento prévio de um território não metro- deverá ser feita no caso de um Estado que já
politano for necessário em virtude das leis e seja parte, dentro de noventa dias a partir da
práticas constitucionais do Estado contratante dada da comunicação pelo Secretário Geral e no
ou do território não metropolitano, para que caso de um Estado que tenha se tornado parte
Mulher
de 1957.
ARTIGO XI
Aprovada pelo Decreto Legislativo no 27, de 25 de
O Secretário Geral das Nações Unidas comu- junho de 1968, publicado no DOU de 28/6/1968, e
nicará a todos os Estados Membros da Orga- promulgada pelo Decreto no 64.216, de 18 de março
nização das Nações Unidas e aos Estados não de 1969, publicado no DOU de 24/3/1969.
85
Convenção Concernente à Discriminação
em Matéria de Emprego e Profissão
Convenção 111 da Organização Internacional do Trabalho.
a) Esforçar-se por obter a colaboração das orga- 2. Qualquer Membro pode, depois de consulta-
nizações de empregadores e trabalhadores e de das às organizações representativas de empre-
outros organismos apropriados, com o fim de gadores e trabalhadores, quando estas existam,
favorecer a aceitação e aplicação desta política; definir como não discriminatórias quaisquer
outras medidas especiais que tenham por fim
b) Promulgar leis e encorajar os programas de salvaguardar as necessidades particulares de
educação próprios a assegurar esta aceitação e pessoas em relação às quais a atribuição de uma
esta aplicação; proteção ou assistência especial seja de uma
maneira geral, reconhecida como necessária,
c) Revogar todas as disposições legislativas por razões tais como o sexo, a invalidez, os
e modificar todas as disposições ou práticas encargos de família ou o nível social ou cultural.
administrativas que sejam incompatíveis com
a referida política; ARTIGO 6o
d) Seguir a referida política no que diz respeito Qualquer membro que ratificar a presente
a empregos dependentes do controle direto de convenção compromete-se a aplicá-la aos ter-
uma autoridade nacional; ritórios não metropolitanos, de acordo com as
disposições da Constituição da Organização
e) Assegurar a aplicação da referida política Internacional do Trabalho.
nas atividades dos serviços de orientação pro-
fissional, formação profissional e colocação ARTIGO 7o
dependentes do controle de uma autoridade
nacional; As ratificações formais da presente convenção
serão comunicadas ao Diretor-Geral da Re-
f) Indicar, nos seus relatórios anuais sobre a partição Internacional do Trabalho e por ele
aplicação da convenção, as medidas tomadas registradas.
em conformidade com esta política e os resul-
tados obtidos. ARTIGO 8o
2. Qualquer Membro que tiver ratificado a 1. No caso de a Conferência adotar uma nova
presente convenção que, no prazo de um ano, convenção que implique em revisão total ou
depois de expirado o período de dez anos parcial da presente convenção e salvo disposi-
mencionados no parágrafo anterior, e que não ção em contrário da nova convenção:
fizer uso da faculdade de denúncia prevista no
presente artigo, ficará vinculado por um novo a) A ratificação da nova convenção de revisão
período de dez anos, e, em seguida, poderá por um Membro implicará ipso jure a denúncia
denunciar a presente convenção no término imediata da presente convenção, não obstante
de cada período de dez anos, observadas as o disposto no artigo 9o, e sob reserva de que a
condições estabelecidas no presente artigo. nova convenção de revisão tenha entrada em
vigor;
ARTIGO 10
b) A partir da data da entrada em vigor da nova
O Diretor-Geral da Repartição Internacional convenção, a presente convenção deixa de estar
do Trabalho notificará a todos os Membros aberta à ratificação dos Membros.
da Organização Internacional do Trabalho o
registro de todas as ratificações e denúncias 2. A presente convenção continuará, todavia,
que lhe forem comunicadas pelos Membros em vigor na sua forma e conteúdo para os
da Organização. Membros que a tiverem ratificado, e que não
ratificarem a convenção de revisão.
2. Ao notificar aos Membros da Organização
o registro da segunda ratificação que lhe tiver ARTIGO 14
sido comunicada o Diretor-Geral chamará a
atenção para a data em que a presente conven- As versões francesa e inglesa do texto da pre-
ção entrará em vigor. sente convenção fazem igualmente fé.
88
Convenção Relativa ao Amparo
à Maternidade
Convenção 103 da Organização Internacional do Trabalho.
2. Para os fins da presente convenção, o termo pessoal está empregado sobretudo em trabalhos
“empresas industriais” aplica-se às empresas de escritórios;
públicas ou privadas bem como a seus ramos
(filiais) e compreende especialmente: d) tipografias e jornais;
7. Toda contribuição devida nos moldes de a) a certas categorias de trabalhos não indus-
um sistema de seguro social obrigatório que triais;
prevê a assistência à maternidade, e toda taxa
calculada na base dos salários pagos, que seria b) a trabalhos executados em empresas agrícolas
cobrada tendo em vista fornecer tais prestações, outras que não plantações;
devem ser pagas de acordo com o número de
homens e mulheres empregados nas empresas c) ao trabalho doméstico assalariado efetuado
em apreço, sem distinção de sexo, sejam pagas em casas particulares;
pelos empregadores ou, conjuntamente, pelos
empregadores e empregados. d) às mulheres assalariadas trabalhando em
domicílio;
8. Em hipótese alguma, deve o empregador
ser tido como pessoalmente responsável pelo e) às empresas de transporte marítimo de pes-
custo das prestações devidas às mulheres que soas ou mercadorias.
ele emprega.
2. As categorias de trabalhos ou de empresas
ARTIGO 5 para as quais tenham aplicação os dispositivos
do parágrafo primeiro do presente artigo deve-
Atos internacionais ratificados pelo Brasil
1. Se a mulher amamentar seu filho, será au- rão ser designadas na declaração que acompa-
torizada a interromper seu trabalho com esta nha a ratificação da convenção.
finalidade durante um ou vários períodos cuja
duração será fixada pela legislação nacional. 3. Todo membro que fez tal declaração pode, a
qualquer tempo anulá-la em todo ou em parte,
2. As interrupções do trabalho para fins de por uma declaração ulterior.
aleitamento, devem ser computadas na dura-
ção do trabalho e remuneradas como tais nos 4. Todo membro, com relação ao qual está
casos em que a questão seja regulamentada pela em vigor uma declaração feita nos termos do
legislação nacional ou de acordo com estes, nos parágrafo primeiro do presente artigo, indicará
casos em que a questão seja regulamentada todos os anos no seu relatório anual sobre a
por convenções coletivas, as condições serão aplicação da presente convenção, a situação de 91
sua legislação e de suas práticas quanto aos tra- b) os territórios para os quais ele se com-
balhos e empresas aos quais se aplica o referido promete a que as disposições da convenção
parágrafo primeiro em virtude daquela declara- ou alguns de seus Capítulos sejam aplicados
ção precisando até que ponto deu execução ou com modificações e em que consistem tais
se propõe a dar execução à no que diz respeito modificações;
aos trabalhos e empresas em apreço.
c) os territórios onde a convenção não poderá
5. Ao término de um período de cinco anos ser aplicada e, nesses casos, as razões por que
após a entrada em vigora da presente conven- não pode ser aplicada;
ção, o Conselho Administrativo do Bureau
Internacional do Trabalho submeterá à Con- d) os territórios para os quais reserva sua de-
ferência um relatório especial com relação à cisão na pendência de um exame mais porme-
aplicação dessas derrogações e contendo as norizado da situação dos referidos territórios.
propostas que julgará apartunas em vista das
medidas a serem tomadas a este respeito. 2. Os compromissos mencionados nas alíneas
“a” e “b” do primeiro parágrafo do presente
ARTIGO 8 artigo serão partes integrantes da ratificação e
produzirão efeitos idênticos.
As retificações formais da presente convenção
serão comunicadas ao Diretor-Geral da Re- 3. Qualquer Membro poderá renunciar, me-
partição Internacional do Trabalho e por êle diante nova declaração, a todas ou a parte das
registradas. restrições contidas em sua declaração anterior,
em virtude das alíneas “b”, “c” e “d” do parágrafo
ARTIGO 9 primeiro do presente artigo.
94
Convenção sobre os Direitos Políticos
da Mulher
1. Todo Estado Contratante poderá denunciar e) das notificações de denúncia recebidas con-
a presente Convenção por uma notificação forme as disposições do parágrafo primeiro
escrita, endereçada ao Secretário-Geral da do artigo 8;
Organização das Nações Unidas. Essa de-
núncia se tornará efetiva, um ano após a data f) da extinção resultante do parágrafo 2 do
em que o Secretário-Geral tenha recebido a artigo 8.
notificação.
ARTIGO 11
2. A presente Convenção cessará de vigorar a
partir da data em que tenha se tornado efetiva a 1. A presente Convenção, cujos textos em in-
denúncia que reduz a menos de seis os Estados glês, chinês, espanhol, francês ou russo, farão
Contratantes. igualmente fé, será depositada nos arquivos da
Organização das Nações Unidas.
ARTIGO 9
2. O Secretário-Geral da Organização das Na-
Toda controvérsia entre dois ou mais Estados ções Unidas providenciará a entrega de uma
Contratantes referente à interpretação ou cópia autenticada a todos os Estados-Membros
aplicação da presente Convenção, que não e aos Estados Não Membros visados no pará-
tenha sido regulada por meio de negociação grafo primeiro do artigo 4.
será levada, a pedido de uma das partes, à
Corte Internacional de Justiça para que ela se Em fé do que, os abaixo-assinados devidamente
pronuncie, a menos que as partes interessadas autorizados por seus respectivos Governos,
convencionem outro modo de solução. assinaram a presente Convenção, aberta à as-
sinatura em Nova York, a trinta e um de março
ARTIGO 10 de mil novecentos e cinquenta e três.
96
Convenção para a Repressão do Tráfico
de Pessoas e do Lenocínio
esse financiamento;
4. Convenção Internacional de 11 de outubro
de 1933 relativa à repressão do tráfico de 2. Conscientemente, der ou tomar de aluguel,
mulheres maiores emendada pelo Protocolo total ou parcialmente, um imóvel ou outro
acima referido, local, para fins de prostituição de outrem.
97
ato preparatório efetuados com o fim de come- ARTIGO 8
ter as infrações de que tratam os Artigos 1 e 2.
Os atos de que tratam os Artigos 1 e 2 da pre-
ARTIGO 4 sente Convenção serão considerados como
casos de extradição em todos os tratados de
Será também punível na medida permitida pela extradição, concluídos ou por concluir, entre
legislação nacional, a participação intencional Partes na presente Convenção.
nos atos de que tratam os Artigos 1 e 2 acima.
As Partes na presente Convenção, que não
Os atos de participação serão considerados, subordinem a extradição à existência de um
na medida permitida pela legislação nacional tratado, reconhecerão de agora em diante os
como infrações distintas, em todos os casos em atos de que convenção como caso de extradição
que for necessário assim proceder para impedir entre elas.
a impunidade.
A extradição será concedida de acordo com o
ARTIGO 5 direito do Estado ao qual foi requerida.
Cada Parte na presente Convenção convém Esta disposição não será obrigatória se, em caso
em adotar todas as medidas necessárias para análogo e que interessar a Partes na presente
abrogar ou abolir toda lei, regulamento e prática Convenção, não puder ser concedida a extra-
administrativa que obriguem a inscrever-se dição de um estrangeiro.
em registros especiais, possuir documentos
especiais ou conforma-se a condições excepcio- ARTIGO 10
nais de vigilância ou de notificação as pessoas
que se entregam ou que supõem entregar-se à As disposições do Artigo 9 não se aplicarão
prostituição. quando o réu tiver sido julgado em um Esta-
do estrangeiro e, em caso de condenação, se
ARTIGO 7 cumpriu a pena ou se gozou do benefício de
comutação ou redução da pena prevista pela
Qualquer condenação anterior pronunciada em Lei do referido Estado estrangeiro.
Estado estrangeiro por um dos atos de que trata
a Convenção, será, na medida permitida pela ARTIGO 11
legislação nacional, tomada em consideração:
Nenhuma das disposições da presente Conven-
1. Para estabelecer a reincidência; ção poderá ser interpretada como prejudicial
à situação de uma Parte na Convenção com
2. Para declarar incapacidades, perda ou inter- referência à questão geral da competência da
Mulher
98
ARTIGO 12 acima mencionadas que admitirá para as cartas
rogatórias da referida Parte.
A presente Convenção não afeta o princípio
de que os atos a que se refere deverão, em cada Até que um Estado faça tal comunicação, o
Estado, ser qualificados, processados e julgados processo em vigor para cartas rogatórias será
de acordo com a legislação nacional. mantido.
Salvo acordo em contrário, a carta rogatória nos demais Estados, na medida permitida pela
deverá ser redigida no idioma da autoridade Legislação nacional, e, quando julgarem útil, as
requerente, ressalvando-se ao Estado requeri- seguintes informações:
do o direito de solicitar uma tradução em seu
próprio idioma, devidamente autenticada pela 1. dados pormenorizados relativos a qualquer
autoridade requerente. infração ou tentativa de infrações de que trata
a presente Convenção;
Cada Parte na Presente Convenção comunica-
rá a cada uma das outras Partes Contratantes 2. dados pormenorizados relativos às inves-
a forma ou formas de transmissão dentre as tigações, processos, detenções, condenações,
99
recusas de admissão ou expulsões de pessoas cos, a fim de impedir o tráfico internacional de
culpadas de qualquer das infrações de que trata pessoas para fim de prostituição;
a presente Convenção, bem como aos desloca-
mentos dessas pessoas e quaisquer informações 4. a adotar as medias apropriadas para que as
úteis a respeito das mesmas. autoridades competentes estejam ao corrente
da chegada de pessoas que pareçam prima facie
As informações que serão fornecidas compre- culpadas, coautoras ou vítimas desse tráfico.
enderão notadamente a descrição dos delin-
quentes, suas impressões digitais e fotografia, ARTIGO 18
indicações sobre os métodos habituais, autos
policiais e registros criminais. As Partes na presente Convenção convêm em
tomar, de acordo com as condições estipu-
ARTIGO 16 ladas pelas respectivas legislações nacionais,
as declarações das pessoas de nacionalidade
As Partes na presente Convenção se compro- estrangeiras que se entregam à prostituição,
metem a adotar medidas para a prevenção da a fim de estabelecer sua identidade e estado
prostituição e para assegurar a reeducação e civil e procurar quem as induziu a deixar seu
readaptação social das vítimas da prostituição e Estado. Tais informações serão comunicadas às
das infrações de que trata a presente Convenção autoridades de Estado de origem das referidas
bem como a estimular a adoção dessas medi- pessoas para eventual repatriação.
das por seus serviços públicos ou privados de
caráter educativo sanitário, social, econômico ARTIGO 19
e outros serviços conexos.
As Partes na presente Convenção se compro-
ARTIGO 17 metem, conforme as condições estipuladas
pelas respectivas legislações nacionais, e sem
No que se refere à imigração e emigração, as prejuízo de processos ou de qualquer outra
Partes na presente Convenção convêm em ação motivada por infrações a suas disposições
adotar ou manter em vigor, nos limites de suas e tanto quanto possível:
obrigações definidas pela presente Convenção,
as medidas destinadas a combater o tráfico 1. A tomar as medidas apropriadas para prover
de pessoas de um ou outro sexo para fins de as necessidades e assegurar a manutenção, pro-
prostituição. visoriamente, das vítimas do tráfico internacio-
nal para fins de prostituição, quando destituídas
Comprometem-se principalmente: de recursos, até que sejam tomadas todas as
providências para repatriação;
1. a promulgar os regulamentos necessários
para a proteção dos imigrantes ou emigrantes, 2. A repatriar as pessoas de que trata o artigo
em particular das mulheres e crianças, quer 18, que o desejarem ou que forem reclamadas
nos lugares de partida e chegada quer durante por pessoas que sobre elas tenham autoridade
a viagem; e aquelas cuja expulsão foi decretada conforme
a lei. A repatriação não será efetuada senão
2. a adotar disposições para organizar uma depois de entendimento com o Estado de
propaganda apropriada destinada a advertir o destino, sobre a identidade e a nacionalidade,
público contra os perigos desse tráfico; assim como sobre o lugar e a data da chegada
às fronteiras. Cada uma das Partes na presente
3. a adotar medidas apropriadas para manter a Convenção facilitará o trânsito das pessoas em
Mulher
vigilância nas estações ferroviarias, aeroportos, apreço no seu território. Quando as pessoas de
portos marítimos, em viagens e lugares públi- que trata a alínea precedente não puderem pes-
100
soalmente arcar com as despesas de repatriação tado convidado para esse fim pelo Conselho
e quando não tiverem cônjuge, nem parentes, Econômico e Social. Ela será ratificada e os
nem tutor que pague, por elas, as despesas de instrumentos de ratificação serão depositados
repatriação estarão a cargo do Estado onde elas junto ao Secretário Geral da Organização das
se encontram até à fronteira, porto de embar- Nações Unidas.
que ou aeroporto mais próximo na direção do
Estado de origem, e, em seguida, a cargo do Os Estados mencionados no parágrafo primei-
Estado de origem. ro, que não assinaram a Convenção, poderão a
ela aderir. A adesão se fará com o depósito de
ARTIGO 20 um instrumento de adesão junto ao Secretário
Geral da Organização das Nações Unidas.
As partes na presente Convenção convêm, se já
não o fizeram, em adotar as medidas necessá- Para os fins da presente Convenção, a palavra
rias para exercer vigilância nos escritórios ou “Estado” designará também todas as colônias
agências da colocação, para evitar que as pes- e territórios sob tutela, dependentes do Estado
soas que procuram emprego, especialmente as que assina ou ratifica a Convenção, ou que a
mulheres e crianças, fiquem sujeitas ao perigo ela adere, assim como todos os territórios que
da prostituição. este Estado represente no plano internacional.
ARTIGO 21 ARTIGO 24
qualquer dúvida, relativa à sua interpretação Geral da Organização das Nações Unidas.
ou aplicação, e se esta dúvida não puder ser
resolvida por outros meios será, a pedido de A denúncia produzirá efeitos, para a Parte
qualquer das Partes em litígio, submetida à interessada, um ano depois de recebida pelo
Corte Internacional de Justiça. Secretário Geral da Organização das Nações
Unidas.
ARTIGO 23
ARTIGO 26
A presente Convenção será aberta a assinatura
de todos os Estados Membros da Organização O Secretário Geral da Organização das Nações
das Nações Unidas e de qualquer outro Es- Unidas notificará a todos os Estados Membros
101
da Organização das Nações Unidas e aos Esta- março de mil novecentos e cinquenta, uma
dos não membros mencionados no Artigo 23: cópia da qual devidamente autenticada será
enviada pelo Secretário Geral a todos os Es-
a) As assinaturas, ratificações e adesões rece- tados Membros da Organização das Nações
bidas nos termos do artigo 23; Unidas e aos Estados não Membros de que
trata o artigo 23.
b) A data da entrada em vigor da presente
Convenção nos termos do artigo 24; PROTOCOLO FINAL
c) As denúncias recebidas nos termos do Nenhuma das disposições da presente Conven-
artigo 25. ção poderá ser interpretada em detrimento de
qualquer legislação que, para a aplicação das
ARTIGO 27 disposições destinadas à supressão do tráfico
internacional de pessoas e do lenocínio, preveja
Cada uma das Partes na presente Convenção condições mais rigorosas do que as estipuladas
se compromete a tomar, conforme sua Cons- na presente Convenção.
tituição, as medidas legislativas ou outras, ne-
cessárias a assegurar a aplicação da Convenção. As disposições dos artigos 23 a 26, inclusive, da
Convenção aplicar-se-ão ao presente Protocolo.
ARTIGO 28
A presente é a tradução oficial, em idioma
As disposições da presente Convenção anulam português, do texto original e autêntico da Con-
e substituem, entre as Partes, as disposições venção para a Supressão do Tráfico de Pessoas
dos instrumentos internacionais mencionados e do Lenocínio, e do respectivo Protocolo Final
nas alíneas 1, 2, 3, e 4 do segundo parágrafo do concluídos em Lake Success, Nova York, a 21
Preâmbulo; cada um deles será considerado ca- de março de 1950.
duco, quando todas as Partes neste instrumento
se tornarem Partes na Presente Convenção. Aprovada pelo Decreto Legislativo no 6, de 11 de
junho de 1958, publicado no DOU de 12/6/1958,
Em fé do que, os abaixo assinados, devidamente e promulgada pelo Decreto no 46.981, de 8 de
autorizados por seus Governos, assinaram a outubro de 1959, publicado no DOU de 13/10/1959.
presente Convenção aberta à assinatura em Signatários não incluídos.
Lake Success, Nova York, aos vinte e um de
Mulher
102
Convenção Relativa ao Trabalho Noturno
das Mulheres Ocupadas na Indústria
Convenção 89 da Organização Internacional do Trabalho (revista em 1948).
A Conferência Geral da Organização Interna- (B) As empresas nas quais os produtos são
cional do Trabalho, manufaturados, alterados, limpos, reparados,
decorados, acabados, preparados para a venda,
Convocada em São Francisco pelo Conselho destruídos ou demolidos, ou nas quais as ma-
de Administração da Repartição Internacio- térias sofrem uma transformação, compreen-
nal do Trabalho, e aí se tendo reunido a 17 didas as empresas de construção de navios, de
de junho de 1948, em sua trigésima primeira produção, de transformação e de transmissão
sessão. de eletricidade e de força motriz em geral;
(A) As minas, pedreiras e indústrias extrativas As mulheres, sem distinção de idade, não
de toda natureza; poderão ser empregadas durante a noite, em
103
nenhuma empresa industrial, pública ou pri- artigos acima, com a condição de ser concedido
vada ou de dependência de uma dessas empre- um repouso compensador durante o dia.
sas, excetuadas as empresas onde somente são
empregados membros de uma mesma família. ARTIGO 8o
O Artigo 3o não será aplicado: (A) às mulheres que ocupam postos de respon-
sabilidade de direção ou de natureza técnica;
(A) em caso de força maior, quando em uma
empresa se produza uma interrupção de ex- (B) às mulheres ocupadas em serviços de higie-
ploração impossível de prever e que não seja ne e de bem-estar que não executem normal-
de caráter periódico; mente trabalho manual.
noturno pode ser mais curto que o fixado nos da Índia (Indian Mines Act).
104
ARTIGO 11 entrará em vigor como ementa da presente
Convenção.
1. As disposições da presente Convenção,
aplicam-se ao Paquistão sob reserva das modi-
ficações previstas no presente artigo. PARTE III – Disposições Finais
105
ARTIGO 16 presente Convenção, e a menos que a nova
Convenção disponha de outra maneira,
1. O Diretor Geral da Repartição Internacional
do Trabalho notificará a todos os Membros (A) a ratificação por um Membro da nova
da Organização Internacional do Trabalho o Convenção contendo a revisão acarretará ipso
registro de todas as ratificações e denúncias jure, não obstante o artigo 15 acima, a denúncia
que lhe forem comunicadas pelos membros da imediata da presente Convenção, sob reserva
Organização. de haver a nova Convenção contendo a revisão
entrado em vigor;
2. Ao notificar aos Membros da Organização o
registro da segunda ratificação que lhe for co- (B) a partir da data da entrada em vigor da
municada, o Diretor Geral pedirá a atenção dos nova Convenção contendo a revisão, a presente
Membros da Organização para a data em que a Convenção cessará de estar aberta à ratificação
presente Convenção entrar em vigor. dos Membros.
106
Convenção Interamericana sobre a
Concessão dos Direitos Civis à Mulher
1
Nota do Editor (NE): signatários não incluídos.
107
Convenção Concernente à Igualdade
de Remuneração para a Mão de Obra
Masculina e a Mão de Obra Feminina por
um Trabalho de Igual Valor
Convenção 100 adotada pela Conferência Geral da Organização Internacional do Trabalho na
sua 34a sessão, em Genebra, a 29 de Junho de 1951.
Depois de haver decidido adotar diversas pro- 1. Cada Membro deverá, por meios adaptados
posições relativas ao princípio de igualdade de aos métodos em vigor para a fixação das taxas
remuneração para a mão de obra masculina e a de remuneração, incentivar e, na medida em
mão de obra feminina por trabalho de igual valor, que isto é compatível com os ditos métodos,
questão que constituir o sétimo ponto da ordem assegurar a aplicação a todos os trabalhadores
do dia da sessão, do princípio de igualdade de remuneração para a
mão de obra masculina e a mão de obra feminina
Depois de haver decidido que essas proposições por um trabalho de igual valor.
tomariam a forma de uma convenção interna-
cional, 2. Este princípio poderá ser aplicado por meio:
Adota neste vigésimo nono dia de junho de mil a) seja da legislação nacional;
novecentos e cinquenta e um, a presente con-
venção, que será denominada Convenção sobre b) seja de qualquer sistema de fixação de re-
a igualdade de remuneração, de 1951. muneração estabelecida ou reconhecido pela
legislação;
ARTIGO 1o
c) seja de convenções coletivas firmadas entre
Para os fins da presente convenção: empregadores e empregados;
a) o termo “remuneração” compreende o salário d) seja de uma combinação desses diversos meios.
ou o tratamento ordinário, de base, ou mínimo,
e todas as outras vantagens, pagas direta ou ARTIGO 3o
indiretamente, em espécie ou “in natura” pelo
Mulher
110
da presente convenção quando a nova conven- geral da Organização Internacional do Trabalho
ção de revisão tiver entrado em vigor; na sua trigésima quarta sessão realizada em
Genebra e que foi declarada encerrada em 29
b) a partir da data da entrada em vigor da nova de junho de 1951.
convenção de revisão, a presente convenção
cessará de estar aberta à ratificação dos Mem- Em fé do que apuseram suas assinaturas, neste
bros. segundo dia de agosto de 1951,1
...............................................................................
2. A presente convenção ficará, em qualquer
caso, em vigor, na forma e no conteúdo, para O texto da Convenção apresentado aqui é cópia
os Membros que a tiverem ratificado e que não exata do texto autenticado pelas assinaturas
tiverem ratificado a convenção de revisão. do Presidente da Conferência Internacional
do Trabalho e do Diretor Geral da Repartição
ARTIGO 14 Internacional do Trabalho.
A versão francesa e a inglesa do texto da pre- Aprovada pelo Decreto Legislativo no 24, de 29 de
sente convenção fazem igualmente fé. maio de 1956, publicado no DCN de 19/7/1957, e
promulgada pelo Decreto no 41.721, de 25 de maio
O texto precedente é o texto autêntico da con- de 1957, publicado no DOU de 28/6/1957.
venção devidamente adotada pela Conferência
1
NE: signatários não incluídos.
111
Projeto de Convenção Relativo ao Emprego
das Mulheres nos Trabalhos Subterrâneos
nas Minas de Qualquer Categoria
Convenção 45 da Organização Internacional do Trabalho.
Pessoa alguma do sexo feminino, de qualquer III – Posteriormente, esta convenção entrará em
idade, pode ser empregada nos trabalhos sub- vigor, para cada Membro, doze meses da data
terrâneos de minas. em que sua ratificação houver sido registada.
A legislação nacional poderá eximir da proi- I – Logo que as ratificações de dois Membros
bição supra: da Organização Internacional do Trabalho
Mulher
I – Todo Membro, que houver ratificado a pre- II – A presente convenção continuará, porém,
sente convenção pode denunciá-la, ao termo do em vigor em sua forma e teor para os Membros
decênio computado da data da sua vigência ini- que a houverem ratificado e que não houverem
cial, por ato comunicado ao Secretário Geral da ratificado a convenção revista.
Liga das Nações e por ele registado. A denúncia
só terá efeito um ano após o competente registo. ARTIGO X
II – Todo Membro, que houver ratificado a Os textos francês e inglês farão igualmente fé. O
presente convenção e que, no prazo de um ano, texto precedente é o texto autêntico do projeto
após o termo do decênio mencionado no pa- de convenção devidamente adotado pela Con-
rágrafo precedente, não fizer uso da faculdade ferência Geral da Organização do Trabalho em
prevista no presente artigo, obrigar-se-á por sua 19a sessão realizada em Genebra e declarada
novo período de 10 anos e, posteriormente, encerrada no dia 25 de junho de 1935.
poderá denunciar a presente convenção ao
termo de cada novo decênio, nas condições Para a firmeza do que, apuseram as suas assi-
previstas no presente artigo. naturas, em 18 de julho de 1935.1
...............................................................................
ARTIGO VIII
E, havendo sido aprovada a mesma Convenção,
Ao termo de cada período de 10 anos, computa- cujo teor fica acima transcrito, pela presente,
do da entrada em vigor da presente convocação, a dou firme e valiosa, para produzir os seus
o Conselho de Administração da Repartição devidos efeitos, prometendo que será cumprida
Internacional do Trabalho deverá apresentar inviolavelmente.
à Conferência Geral um relatório sobre a apli-
cação da presente convenção e decidirá, caso Em firmeza do que, mandei passar esta Carta,
se torne necessário, inscrever na ordem do que assino e é selada com o selo das armas da
dia da Conferência a revisão total ou parcial República e subscrita pelo Ministro de Estado
da mesma. das Relações Exteriores.
I – No caso em que a Conferência adote nova mil novecentos e trinta e oito, 117o da Indepen-
convenção, visando à revisão total ou parcial da dência e 50o da República.
presente, e a menos que essa nova convenção
não disponha em contrário: GETÚLIO VARGAS – Oswaldo Aranha
a) a ratificação por um Membro da nova con- Aprovada pelo Decreto-Lei no 482, de 8 de junho de
venção, não obstante o artigo VII acima refe- 1938, publicado no DOU de 13/6/1938, e promulgada
rido, importará, de pleno direito, em denúncia pelo Decreto no 3.233, de 3 de novembro de 1938,
imediata da presente, sob reserva, porém, de publicado no DOU de 11/11/1938.
1
NE: signatários não incluídos. 113
Convenção Internacional para a
Repressão do Tráfico de Mulheres
Maiores
Sua Majestade o Rei dos Albaneses; o Presi- de 30 de setembro de 1921, relativos à repressão
dente do Reich Alemão; o Presidente Federal do tráfico de mulheres e de crianças;
da República da Áustria; Sua Majestade o
Rei dos Belgas; Sua Majestade o Rei da Grã- Designaram para este fim, como seus
-Bretanha, da Irlanda e dos Domínios Britâni- plenipotenciários:1
cos de Além-mar, Imperador das Índias; Sua ..............................................................................
Majestade o Rei dos Búlgaros; o Presidente da
República do Chile; o Presidente do Governo Os quais, depois de se haverem comunicado
Nacional da República Chinesa; o Presidente os respectivos plenos poderes, achados em
da República da Polônia, pela Cidade Livre boa e devida forma, convieram nas disposições
de Dantzig; o Presidente da República Espa- seguintes:
nhola; o Presidente da República Francesa; o
Presidente da República Helênica; Sua Alteza ARTIGO PRIMEIRO
Sereníssima o Regente do Reino da Hun-
gria; o presidente da República de Letônia; Quem quer que, para satisfazer as paixões de
o Presidente da República de Lituânia; Sua outrem, tenha aliciado, atraído ou desencami-
Alteza Sereníssima o Príncipe de Mônaco; nhado, ainda que com o seu consentimento,
Sua Majestade o Rei da Noruega; o Presidente uma mulher ou solteira maior, com fins de
da República do Panamá; Sua Majestade a libertinagem em outro país, deve ser punido,
Rainha dos Países Baixos; o Presidente da Re- mesmo quando os vários atos, que são os
pública da Polônia; o Presidente da República elementos constitutivos da infração, forem
Portuguesa; Sua Majestade o Rei da Suécia; praticados em países diferentes.
o Conselho Federal Suíço; o Presidente da
República Tchecoeslovaca; Sua Majestade o A tentativa é igualmente punível. Nos limites
Rei da Iugoeslávia. legais, também o são os atos preparatórios.
Se sobrevier entre as Altas Partes contratantes A datar de 1o de abril de 1934, todo Membro
qualquer controvérsia a respeito da interpre- da Sociedade das Nações e todo Estado não
tação ou da aplicação da presente Convenção membro indicado no artigo cinco poderá
ou das Convenções de 1910 a 1921, e se tal aderir à presente Convenção.
controvérsia não puder ser satisfatóriamente
solucionada por via diplomática, será ela re- Os instrumentos de adesão serão transmitidos
gulada de acordo com as disposições vigentes, no Secretário Geral da Sociedade das Nações,
115
que notificará esse depósito a todos os Mem- Sociedade das Nações que a presente Conven-
bros da Sociedade, bem como aos Estados não ção se aplica ao todo ou a parte dos territórios
membros mencionados no dito artigo. que tiverem sido objeto de uma declaração, nos
termos da alínea anterior. A referida declaração
ARTIGO OITAVO produzirá efeito sessenta dias depois do seu
recebimento.
A presente Convenção entrará em vigor ses-
senta dias depois de recebidas, pelo Secretário Qualquer das Altas Partes contratantes poderá,
Geral da Sociedade das Nações, duas ratifica- a todo tempo, retirar, no todo ou em parte, a
ções ou adesões. declaração mencionada na alínea 2. Em tal
hipótese, essa declaração de retirada produzirá
Será registada pelo Secretário Geral no dia de efeito um ano após o seu recebimento pelo Se-
sua entrada em vigor. cretário Geral da Sociedade das Nações.
A presente Convenção poderá ser denunciada Sem embargo da declaração feita, em virtude da
mediante notificação ao Secretário Geral da alínea primeira do presente artigo, a alínea 3 do
Sociedade das Nações. A denúncia produzirá artigo primeiro permanece aplicável.
efeito um ano depois do seu recebimento e
somente para a Alta Parte contratante que a Em fé do que, os plenipotenciários acima
tiver notificado. mencionados assinaram a presente Convenção.
116
Convenção sobre a Nacionalidade
da Mulher
Faço saber, aos que a presente Carta de Ratifi- aos Governos signatários. Essas notificações
cação virem, que, entre os Estados Unidos do serão consideradas como se fossem uma troca
Brasil e vários outros países representados na de ratificações.
Sétima Conferência Internacional Americana,
reunida em Montevidéu a 3 de dezembro de ARTIGO III
1933, foi concluída e assinada na mesma cidade
a Convenção sobre a nacionalidade da mulher, A presente Convenção entrará em vigor entre
do teor seguinte: as Altas Partes Contratantes, à medida que
depositarem as suas respectivas ratificações.
Convenção sobre a Nacionalidade da Mulher
ARTIGO IV
Os Governos representados na Sétima Confe-
rência Internacional Americana, desejosos de A presente Convenção continuará em vigor
ajustar um convênio sobre a Nacionalidade da indefinidamente, mas poderá ser denunciada
Mulher, nomearam, para esse fim, os seguintes mediante aviso antecipado de um ano à União
plenipotenciários:1 Panamericana, que o transmitirá aos demais
.............................................................................. Governos signatários. Decorrido esse prazo,
a Convenção cessará de vigorar em relação à
Os quais, depois de haverem exibido os seus parte que a tiver denunciado, mas continuará
plenos poderes, achados em boa e devida for- em vigor para as demais Altas Partes Contra-
ma, convieram no seguinte: tantes.
ARTIGO I ARTIGO V
Em firmeza do que, mandei passar esta Carta, GETÚLIO VARGAS – M. Pimentel Brandão
que assino e é selada com o selo das armas da
República e subscrita pelo ministro de Estado Promulgada pelo Decreto n o 2.411, de 23 de
das Relações Exteriores. fevereiro de 1938, publicado no DOU de 5/3/1938.
Mulher
118
Convenção Internacional para a
Repressão do Tráfico de Mulheres
e de Crianças
ARTIGO 4o
Designaram para este fim, como seus
plenipotenciários:1 As Altas Partes Contratantes comprometem-
............................................................................... -se, no caso em que não existam entre elas
Convenções de extradição, a tomar todas as
Os quais, depois se haverem comunicado os medidas que estejam em seu alcance para a ex-
seus plenos poderes, achados em boa e devida tradição dos indivíduos acusados das infrações
forma, convieram nas disposições seguintes: enumeradas nos artigos 1o e 2o da Convenção
de 4 de maio de 1910, ou dos condenados por
1
NE: representantes não incluídos. tais infrações.
119
ARTIGO 5o tificará o recebimento aos outros Membros da
Liga e aos Estudos aos quais se permite assinar
No parágrafo B do Protocolo final da Conven- a Convenção. Os instrumentos de ratificação
ção de 1910, as palavras “vinte anos completos” serão depositados nos arquivos do Secretariado.
serão substituídas pelas palavras “vinte e um
anos completos”. De conformidade, com as disposições do artigo
18 do Pacto da Liga das Nações, o Secretário
ARTIGO 6o Geral registrará a presente Convenção desde
que o depósito da primeira ratificação seja
As Altas Partes Contratantes comprometem- efetuado.
-se no caso em que não tenham ainda tomado
medidas legislativas ou administrativas concer- ARTIGO 10
nentes, à autorização e vigilância das agências e
escritórios de empregos, a baixar regulamentos Os Membros da Liga das Nações que não te-
neste sentido a fim de assegurar a proteção das nham assinado a presente Convenção antes de
mulheres e crianças procurando trabalho em 1o de abril de 1922 a ela poderão aderir.
um outro país.
O mesmo será permitido aos Estados não
ARTIGO 7o Membros da Liga aos quais o Conselho da Liga
resolver comunicar oficialmente a presente
As Altas Partes Contratantes comprometem-se Convenção.
no que concerne aos seus serviços de imigração
e emigração, a tomar as medidas administrati- As adesões serão notificadas ao Secretário
vas e legislativas destinadas a combater o tráfico Geral da Liga, que dará conhecimento a todas
das mulheres e crianças. Comprometem-se as Potências interessadas, mencionando a data
principalmente a baixar os regulamentos neces- da notificação.
sários para a proteção das mulheres e crianças
que viajam a bordo de navios de emigrantes, ARTIGO 11
não somente no embarque e desembarque,
mas ainda no decurso da viagem, e a tomar A presente Convenção entrará em vigor, para
medidas concernentes à afixação, nas estações cada uma das Partes, na data do depósito de sua
ferroviárias e nos portos, de avisos chamando a ratificação ou de seu ato de adesão.
atenção das mulheres e crianças para os perigos
do tráfico e indicando os lugares onde podem ARTIGO 12
encontrar abrigo, ajuda e assistência.
A presente Convenção poderá ser denunciada
ARTIGO 8o com aviso prévio de doze meses, por qualquer
Membro da Liga ou Estado sendo parte da refe-
A presente Convenção, cujos textos em francês rida Convenção. A denúncia será efetuada por
e inglês fazem igualmente fé, terá a data deste uma notificação escrita, dirigida ao Secretário
dia e poderá ser assinada até 31 de março de Geral da Liga. Este transmitirá imediatamente
1922. cópias dessa notificação a todas as outras Partes,
com a indicação da data do recebimento.
ARTIGO 9o
A denúncia produzirá efeito um ano depois
A presente Convenção está sujeita à ratificação. da data da notificação ao Secretário Geral e
Os instrumentos de ratificação serão enviados não será válida senão para o Estado que a tiver
Mulher
120
ARTIGO 13 de qualquer de suas colônias, possessões de
além-mar, protetorados ou territórios excluídos
O Secretário Geral da Liga manterá uma lista por esta declaração.
de todas as Partes que assinaram, ratificaram
ou denunciaram a presente Convenção ou que A denúncia poderá igualmente efetuar-se se-
a ela tenham aderido. Esta lista poderá ser, em paradamente para toda colônia, possessão de
qualquer tempo, consultada pelos Membros da além-mar, protetorado ou território submetido
Liga; será publicada tantas vezes quanto possí- à sua soberania ou autoridade; as disposições do
vel, de acordo com as instruções do Conselho. artigo 12 aplicar-se-ão a esta denúncia.
121
Projeto de Convenção (no 41) Relativo ao
Trabalho Noturno das Mulheres
Adota, aos dezenove dias de junho de mil nove- Para os efeitos da presente Convenção, a palavra
centos e trinta e quatro, o projeto de convenção “noite” significa um período mínimo de onze
que segue, o qual será denominado Convenção horas consecutivas, abrangendo ele o intervalo
(revista) do Trabalho Noturno (mulheres) 1934: compreendido entre dez horas da noite e cinco
horas da manhã.
ARTIGO I
Todavia, caso se trate de circunstâncias excep-
Para os efeitos da presente Convenção, serão cionais que afetem os trabalhadores emprega-
considerados “estabelecimentos industriais” dos em determinada indústria ou determinada
particularmente: região, a autoridade competente poderá, depois
de consultar as organizações patronais e obrei-
a) as minas, canteiras e indústrias extrativas de ras interessadas, resolver, para as mulheres
qualquer natureza; empregadas nessa indústria ou nessa região,
que o intervalo entre onze horas da noite e seis
b) as indústrias nas quais os artigos são fatura- horas da manhã substitua o intervalo entre dez
dos, alterados, limpos, reformados, adornados, horas da noite e cinco horas da manhã.
acabados, preparados para a venda, ou nas quais
os materiais sofrem alguma transformação; in- Nos países onde não existam regulamentos
cluindo a construção de navios, as indústrias de públicos sobre o emprego das mulheres durante
demolição de material, assim como a produção, a noite, nos estabelecimentos industriais, a pa-
Mulher
As mulheres, sem distinção de idade, não A presente Convenção não se aplica às mulheres
poderão ser empregadas durante a noite em que ocupam postos de direção que importem
nenhum estabelecimento industrial, público em responsabilidade e que não efetuam nor-
ou privado, nem em nenhuma de suas depen- malmente um trabalho manual.
dências, com exceção dos estabelecimentos
que somente empregam os membros de uma ARTIGO IX
mesma família.
As ratificações oficiais da presente Convenção
ARTIGO IV serão comunicadas ao Secretário Geral da Liga
das Nações e por este registadas.
O artigo 3o não se aplicará:
ARTIGO X
a) em caso de “força maior”, quando em uma
empresa se produz uma interrupção do seu A presente Convenção somente obrigará aos
funcionamento, impossível de prever, que não Membros da Organização Internacional do
seja de caráter periódico; Trabalho quando a ratificação houver sido
registada pelo Secretário Geral.
b) caso o trabalho se refira a matérias-primas
ou em elaboração, suscetíveis de alteração rá- Entrará em vigor doze meses após haverem sido
pida, quando se trate de salvar essas matérias registadas pelo Secretário Geral as ratificações
de perda inevitável. por parte de dois Membros.
Nos países em que o clima torne o trabalho Todo Membro que tenha ratificado a presente
de dia particularmente penoso, o período Convenção pode denunciá-la ao expirar o prazo
123
de dez anos contados da data inicial da vigência A presente Convenção permaneceria, entretan-
da Convenção, por meio de um ato comuni- to, em vigor, na sua forma e teor, para os Mem-
cado ao Secretário Geral da Liga dos Nações bros que a tivessem ratificado e não ratificassem
e por ele registado. A denúncia só se tornará a nova Convenção.
efetiva um ano depois de haver sido registada
no Secretariado. ARTIGO XV
Todo Membro que tenha ratificado a presente Os textos em francês e inglês da presente Con-
Convenção e que no prazo de um ano após o venção farão igualmente fé.
termo do período de dez anos, referido no pará-
grafo precedente, não fizer uso da faculdade de O texto acima fica sendo o texto autêntico do
denúncia prevista neste artigo, ficará ligado por Projeto de Convenção devidamente adotado pela
um novo período de dez anos e, posteriormente, Conferência Geral da Organização Internacional
poderá, denunciar a presente convenção ao ter- do Trabalho, na sua décima oitava sessão realiza-
mo de cada período de dez anos, nas condições da em Genebra, encerrada a 23 de junho de 1934.
previstas neste artigo.
Do que dão fé, apondo as suas assinaturas,
ARTIGO XIII aos nove dias do mês de agosto de 1934. – O
Presidente da Conferência, Justin Godart. – O
Ao termo de cada período de dez anos, contados Diretor da Repartição Internacional do Traba-
da entrada em vigor da presente Convenção, lho, Harold Butler.
o Conselho de Administração da Repartição
Internacional do Trabalho deverá apresentar, E, havendo sido aprovada a mesma Convenção,
à Conferência Geral, um relatório sobre a apli- cujo teor fica acima transcrito, a confirmo e
cação desta Convenção e decidirá se existem ratifico e, pela presente, a dou por firme e va-
motivos para ser inscrita na ordem do dia da liosa, para produzir os seus devidos efeitos e ser
Conferência a questão referente a sua revisão fielmente cumprida.
total ou parcial.
Em firmeza do que, mandei passar esta Carta,
ARTIGO XIV que assino e é selada com o Selo das armas da
República e subscrita pelo Ministro de Estado
Caso a Conferência adotasse uma nova Con- das Relações Exteriores.
venção resultante da revisão total ou parcial
da presente, e a menos que a nova Convenção Dado no Palácio da Presidência, no Rio de
disponha de outra forma: Janeiro, D. F., aos 10 dias do mês de março de
mil novecentos e trinta e seis, 115o da Indepen-
a) a ratificação por um Membro da nova Con- dência e 48o da República.
venção acarretaria de pleno direito, apesar do
que dispõe o art. 12, supra, a denúncia imediata GETÚLIO VARGAS – José Carlos de Macedo
da presente Convenção, contanto que a nova Soares
Convenção tenha entrado em vigor;
Aprovado pelo Decreto Legislativo no 9, de 22 de
b) a partir da data da entrada em vigor da nova dezembro de 1935, publicado no DOU de 23/12/1935,
Convenção, a presente Convenção deixaria de e promulgado pelo Decreto no 1.396, de 19 de janeiro
estar aberta à ratificação dos Membros. de 1937, publicado no DOU de 30/1/1937.
Mulher
124
Normas correlatas
Lei Complementar no 150/2015
Dispõe sobre o contrato de trabalho doméstico; altera as Leis no 8.212, de 24 de julho de 1991, no 8.213,
de 24 de julho de 1991, e no 11.196, de 21 de novembro de 2005; revoga o inciso I do art. 3o da Lei
no 8.009, de 29 de março de 1990, o art. 36 da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991, a Lei no 5.859,
de 11 de dezembro de 1972, e o inciso VII do art. 12 da Lei no 9.250, de 26 de dezembro 1995; e dá
outras providências.
pregado mensalista, será obtido dividindo-se o § 8o O trabalho não compensado prestado
salário mensal por 30 (trinta) e servirá de base em domingos e feriados deve ser pago em do-
126
bro, sem prejuízo da remuneração relativa ao limitada ao término do evento que motivou a
repouso semanal. contratação, obedecido o limite máximo de 2
(dois) anos.
Art. 3o Considera-se trabalho em regime de
tempo parcial aquele cuja duração não exceda Art. 5o O contrato de experiência não poderá
25 (vinte e cinco) horas semanais. exceder 90 (noventa) dias.
§ 1o O salário a ser pago ao empregado sob § 1o O contrato de experiência poderá ser
regime de tempo parcial será proporcional a sua prorrogado 1 (uma) vez, desde que a soma dos
jornada, em relação ao empregado que cumpre, 2 (dois) períodos não ultrapasse 90 (noventa)
nas mesmas funções, tempo integral. dias.
§ 2o A duração normal do trabalho do em- § 2o O contrato de experiência que, havendo
pregado em regime de tempo parcial poderá ser continuidade do serviço, não for prorrogado
acrescida de horas suplementares, em número após o decurso de seu prazo previamente es-
não excedente a 1 (uma) hora diária, mediante tabelecido ou que ultrapassar o período de 90
acordo escrito entre empregador e empregado, (noventa) dias passará a vigorar como contrato
aplicando-se-lhe, ainda, o disposto nos §§ 2o e de trabalho por prazo indeterminado.
3o do art. 2o, com o limite máximo de 6 (seis)
horas diárias. Art. 6o Durante a vigência dos contratos pre-
§ 3o Na modalidade do regime de tempo vistos nos incisos I e II do art. 4o, o empregador
parcial, após cada período de 12 (doze) meses que, sem justa causa, despedir o empregado é
de vigência do contrato de trabalho, o emprega- obrigado a pagar-lhe, a título de indenização,
do terá direito a férias, na seguinte proporção: metade da remuneração a que teria direito até
I – 18 (dezoito) dias, para a duração do o termo do contrato.
trabalho semanal superior a 22 (vinte e duas)
horas, até 25 (vinte e cinco) horas; Art. 7o Durante a vigência dos contratos pre-
II – 16 (dezesseis) dias, para a duração do vistos nos incisos I e II do art. 4o, o empregado
trabalho semanal superior a 20 (vinte) horas, não poderá se desligar do contrato sem justa
até 22 (vinte e duas) horas; causa, sob pena de ser obrigado a indenizar o
III – 14 (quatorze) dias, para a duração do empregador dos prejuízos que desse fato lhe
trabalho semanal superior a 15 (quinze) horas, resultarem.
até 20 (vinte) horas; Parágrafo único. A indenização não poderá
IV – 12 (doze) dias, para a duração do tra- exceder aquela a que teria direito o empregado
balho semanal superior a 10 (dez) horas, até 15 em idênticas condições.
(quinze) horas;
V – 10 (dez) dias, para a duração do traba- Art. 8 o Durante a vigência dos contratos
lho semanal superior a 5 (cinco) horas, até 10 previstos nos incisos I e II do art. 4o, não será
(dez) horas; exigido aviso prévio.
VI – 8 (oito) dias, para a duração do trabalho
semanal igual ou inferior a 5 (cinco) horas. Art. 9o A Carteira de Trabalho e Previdência
Social será obrigatoriamente apresentada, con-
Art. 4o É facultada a contratação, por prazo tra recibo, pelo empregado ao empregador que
determinado, do empregado doméstico: o admitir, o qual terá o prazo de 48 (quarenta e
I – mediante contrato de experiência; oito) horas para nela anotar, especificamente,
II – para atender necessidades familiares de a data de admissão, a remuneração e, quando
Normas correlatas
natureza transitória e para substituição tempo- for o caso, os contratos previstos nos incisos I
rária de empregado doméstico com contrato de e II do art. 4o.
trabalho interrompido ou suspenso.
Parágrafo único. No caso do inciso II deste Art. 10. É facultado às partes, mediante acor-
artigo, a duração do contrato de trabalho é do escrito entre essas, estabelecer horário de
127
trabalho de 12 (doze) horas seguidas por 36 desmembrado em 2 (dois) períodos, desde que
(trinta e seis) horas ininterruptas de descanso, cada um deles tenha, no mínimo, 1 (uma) hora,
observados ou indenizados os intervalos para até o limite de 4 (quatro) horas ao dia.
repouso e alimentação. § 2o Em caso de modificação do intervalo,
§ 1o A remuneração mensal pactuada pelo na forma do § 1o, é obrigatória a sua anotação
horário previsto no caput deste artigo abrange no registro diário de horário, vedada sua pre-
os pagamentos devidos pelo descanso semanal notação.
remunerado e pelo descanso em feriados, e
serão considerados compensados os feriados e Art. 14. Considera-se noturno, para os efeitos
as prorrogações de trabalho noturno, quando desta Lei, o trabalho executado entre as 22 horas
houver, de que tratam o art. 70 e o § 5o do art. 73 de um dia e as 5 horas do dia seguinte.
da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), § 1o A hora de trabalho noturno terá du-
aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de ração de 52 (cinquenta e dois) minutos e 30
maio de 1943, e o art. 9o da Lei no 605, de 5 de (trinta) segundos.
janeiro de 1949. § 2o A remuneração do trabalho noturno
§ 2o (Vetado) deve ter acréscimo de, no mínimo, 20% (vinte
por cento) sobre o valor da hora diurna.
Art. 11. Em relação ao empregado responsá- § 3o Em caso de contratação, pelo empre-
vel por acompanhar o empregador prestando gador, de empregado exclusivamente para de-
serviços em viagem, serão consideradas apenas sempenhar trabalho noturno, o acréscimo será
as horas efetivamente trabalhadas no período, calculado sobre o salário anotado na Carteira
podendo ser compensadas as horas extraordi- de Trabalho e Previdência Social.
nárias em outro dia, observado o art. 2o. § 4o Nos horários mistos, assim entendidos
§ 1o O acompanhamento do empregador os que abrangem períodos diurnos e noturnos,
pelo empregado em viagem será condicionado aplica-se às horas de trabalho noturno o dispos-
à prévia existência de acordo escrito entre as to neste artigo e seus parágrafos.
partes.
§ 2o A remuneração-hora do serviço em Art. 15. Entre 2 (duas) jornadas de trabalho
viagem será, no mínimo, 25% (vinte e cinco deve haver período mínimo de 11 (onze) horas
por cento) superior ao valor do salário-hora consecutivas para descanso.
normal.
§ 3o O disposto no § 2o deste artigo poderá Art. 16. É devido ao empregado doméstico
ser, mediante acordo, convertido em acréscimo descanso semanal remunerado de, no mínimo,
no banco de horas, a ser utilizado a critério do 24 (vinte e quatro) horas consecutivas, prefe-
empregado. rencialmente aos domingos, além de descanso
remunerado em feriados.
Art. 12. É obrigatório o registro do horário de
trabalho do empregado doméstico por qualquer Art. 17. O empregado doméstico terá direito
meio manual, mecânico ou eletrônico, desde a férias anuais remuneradas de 30 (trinta) dias,
que idôneo. salvo o disposto no § 3o do art. 3o, com acrés-
cimo de, pelo menos, um terço do salário nor-
Art. 13. É obrigatória a concessão de intervalo mal, após cada período de 12 (doze) meses de
para repouso ou alimentação pelo período de, trabalho prestado à mesma pessoa ou família.
no mínimo, 1 (uma) hora e, no máximo, 2 § 1o Na cessação do contrato de trabalho, o
(duas) horas, admitindo-se, mediante prévio empregado, desde que não tenha sido demiti-
acordo escrito entre empregador e empregado, do por justa causa, terá direito à remuneração
sua redução a 30 (trinta) minutos. relativa ao período incompleto de férias, na
Mulher
§ 1o Caso o empregado resida no local de proporção de um doze avos por mês de serviço
trabalho, o período de intervalo poderá ser ou fração superior a 14 (quatorze) dias.
128
§ 2o O período de férias poderá, a critério Leis no 605, de 5 de janeiro de 1949, no 4.090, de
do empregador, ser fracionado em até 2 (dois) 13 de julho de 1962, no 4.749, de 12 de agosto de
períodos, sendo 1 (um) deles de, no mínimo, 1965, e no 7.418, de 16 de dezembro de 1985, e,
14 (quatorze) dias corridos. subsidiariamente, a Consolidação das Leis do
§ 3o É facultado ao empregado doméstico Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei
converter um terço do período de férias a que no 5.452, de 1o de maio de 1943.
tiver direito em abono pecuniário, no valor Parágrafo único. A obrigação prevista no
da remuneração que lhe seria devida nos dias art. 4o da Lei no 7.418, de 16 de dezembro de
correspondentes. 1985, poderá ser substituída, a critério do em-
§ 4o O abono de férias deverá ser requerido pregador, pela concessão, mediante recibo, dos
até 30 (trinta) dias antes do término do período valores para a aquisição das passagens neces-
aquisitivo. sárias ao custeio das despesas decorrentes do
§ 5o É lícito ao empregado que reside no local deslocamento residência-trabalho e vice-versa.
de trabalho nele permanecer durante as férias.
§ 6o As férias serão concedidas pelo empre- Art. 20. O empregado doméstico é segurado
gador nos 12 (doze) meses subsequentes à data obrigatório da Previdência Social, sendo-lhe
em que o empregado tiver adquirido o direito. devidas, na forma da Lei no 8.213, de 24 de
julho de 1991, as prestações nela arroladas,
Art. 18. É vedado ao empregador doméstico atendido o disposto nesta Lei e observadas as
efetuar descontos no salário do empregado características especiais do trabalho doméstico.
por fornecimento de alimentação, vestuário,
higiene ou moradia, bem como por despesas Art. 21. É devida a inclusão do empregado
com transporte, hospedagem e alimentação em doméstico no Fundo de Garantia do Tempo
caso de acompanhamento em viagem. de Serviço (FGTS), na forma do regulamento
§ 1o É facultado ao empregador efetuar a ser editado pelo Conselho Curador e pelo
descontos no salário do empregado em caso de agente operador do FGTS, no âmbito de suas
adiantamento salarial e, mediante acordo escri- competências, conforme disposto nos arts. 5o
to entre as partes, para a inclusão do empregado e 7o da Lei no 8.036, de 11 de maio de 1990,
em planos de assistência médico-hospitalar e inclusive no que tange aos aspectos técnicos
odontológica, de seguro e de previdência pri- de depósitos, saques, devolução de valores e
vada, não podendo a dedução ultrapassar 20% emissão de extratos, entre outros determinados
(vinte por cento) do salário. na forma da lei.
§ 2o Poderão ser descontadas as despesas Parágrafo único. O empregador doméstico
com moradia de que trata o caput deste artigo somente passará a ter obrigação de promover
quando essa se referir a local diverso da resi- a inscrição e de efetuar os recolhimentos refe-
dência em que ocorrer a prestação de serviço, rentes a seu empregado após a entrada em vigor
desde que essa possibilidade tenha sido expres- do regulamento referido no caput.
samente acordada entre as partes.
§ 3o As despesas referidas no caput deste Art. 22. O empregador doméstico depositará
artigo não têm natureza salarial nem se incor- a importância de 3,2% (três inteiros e dois déci-
poram à remuneração para quaisquer efeitos. mos por cento) sobre a remuneração devida, no
§ 4o O fornecimento de moradia ao empre- mês anterior, a cada empregado, destinada ao
gado doméstico na própria residência ou em pagamento da indenização compensatória da
morada anexa, de qualquer natureza, não gera perda do emprego, sem justa causa ou por culpa
Normas correlatas
referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, nos incisos V e VII do art. 11 e no art. 13.”
provocando lesão corporal ou perturbação “Art. 34. No cálculo do valor da renda
funcional que cause a morte ou a perda ou mensal do benefício, inclusive o decorrente
redução, permanente ou temporária, da de acidente do trabalho, serão computados:
capacidade para o trabalho. I – para o segurado empregado, inclusive o
......................................................................... ” doméstico, e o trabalhador avulso, os salários 133
de contribuição referentes aos meses de con- Parágrafo único. O empregado doméstico
tribuições devidas, ainda que não recolhidas deve apresentar apenas a certidão de nasci-
pela empresa ou pelo empregador domés- mento referida no caput.”
tico, sem prejuízo da respectiva cobrança “Art. 68. As cotas do salário-família serão
e da aplicação das penalidades cabíveis, pagas pela empresa ou pelo empregador do-
observado o disposto no § 5o do art. 29-A; méstico, mensalmente, junto com o salário,
II – para o segurado empregado, inclusive efetivando-se a compensação quando do
o doméstico, o trabalhador avulso e o se- recolhimento das contribuições, conforme
gurado especial, o valor mensal do auxílio- dispuser o Regulamento.
-acidente, considerado como salário de con- § 1o A empresa ou o empregador domés-
tribuição para fins de concessão de qualquer tico conservarão durante 10 (dez) anos os
aposentadoria, nos termos do art. 31; comprovantes de pagamento e as cópias das
......................................................................... ” certidões correspondentes, para fiscalização
“Art. 35. Ao segurado empregado, inclusive da Previdência Social.
o doméstico, e ao trabalhador avulso que ......................................................................... ”
tenham cumprido todas as condições para
a concessão do benefício pleiteado, mas não Art. 38. O art. 70 da Lei no 11.196, de 21 de
possam comprovar o valor de seus salários novembro de 2005, passa a vigorar com a se-
de contribuição no período básico de cál- guinte redação:
culo, será concedido o benefício de valor “Art.70 ............................................................
mínimo, devendo esta renda ser recalculada I – .....................................................................
quando da apresentação de prova dos salá- d) até o dia 7 do mês subsequente ao mês
rios de contribuição.” de ocorrência dos fatos geradores, no caso
“Art. 37. A renda mensal inicial, recalculada de pagamento de rendimentos provenien-
de acordo com o disposto no art. 35, deve ser tes do trabalho assalariado a empregado
reajustada como a dos benefícios correspon- doméstico; e
dentes com igual data de início e substituirá, e) até o último dia útil do segundo decêndio
a partir da data do requerimento de revisão do mês subsequente ao mês de ocorrência
do valor do benefício, a renda mensal que dos fatos geradores, nos demais casos;
prevalecia até então.” ......................................................................... ”
“Art. 38. Sem prejuízo do disposto no
art. 35, cabe à Previdência Social manter ca-
dastro dos segurados com todos os informes CAPÍTULO IV – Do Programa
necessários para o cálculo da renda mensal de Recuperação Previdenciária dos
dos benefícios.” Empregadores Domésticos (Redom)
“Art. 63. O segurado empregado, inclusive o
doméstico, em gozo de auxílio-doença será Art. 39. É instituído o Programa de Recu-
considerado pela empresa e pelo emprega- peração Previdenciária dos Empregadores
dor doméstico como licenciado. Domésticos (Redom), nos termos desta Lei.
......................................................................... ”
“Art. 65. O salário-família será devido, Art. 40. Será concedido ao empregador do-
mensalmente, ao segurado empregado, méstico o parcelamento dos débitos com o
inclusive o doméstico, e ao segurado traba- Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) re-
lhador avulso, na proporção do respectivo lativos à contribuição de que tratam os arts. 20 e
número de filhos ou equiparados nos termos 24 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, com
do § 2o do art. 16 desta Lei, observado o vencimento até 30 de abril de 2013.
disposto no art. 66. § 1o O parcelamento abrangerá todos os
Mulher
VIII – três por cento do montante arrecadado públicos já remunerados pelos cofres públicos.
dos concursos de prognósticos, sorteios e lote-
136 rias, no âmbito do Governo Federal; Lei Complementar no 119/2005; e Lei no 12.681/2012.
1
XIV – manutenção de casas de abrigo desti- dados no Sistema não poderão receber recursos
nadas a acolher vítimas de violência doméstica. do Funpen.
§ 1o Os recursos do FUNPEN poderão ser
repassados mediante convênio, acordos ou Art. 4o O Poder Executivo baixará os atos
ajustes, que se enquadrem nos objetivos fixados necessários à regulamentação desta Lei Com-
neste artigo. plementar.
§ 2o Serão obrigatoriamente repassados aos
estados de origem, na proporção de cinquenta Art. 5o Esta Lei Complementar entra em vigor
por cento, os recursos previstos no inciso VII na data de sua publicação.
do art. 2o desta Lei Complementar.
§ 3o Os saldos verificados no final de cada Brasília, 7 de janeiro de 1994, 173 o da
exercício serão obrigatoriamente transferidos Independência e 106o da República.
para crédito do FUNPEN no exercício seguinte.
§ 4o Os entes federados integrantes do Sis- ITAMAR FRANCO – Maurício Corrêa
tema Nacional de Informações de Segurança
Pública, Prisionais e sobre Drogas – SINESP Promulgada em 7/1/1994 e publicada no DOU de
que deixarem de fornecer ou atualizar seus 10/1/1994.
Normas correlatas
137
Lei no 13.109/2015
Dispõe sobre a licença à gestante e à adotante, as medidas de proteção à maternidade para militares
grávidas e a licença-paternidade, no âmbito das Forças Armadas.
Normas correlatas
139
Lei no 13.104/2015
Altera o art. 121 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, para prever o
feminicídio como circunstância qualificadora do crime de homicídio, e o art. 1o da Lei no 8.072, de
25 de julho de 1990, para incluir o feminicídio no rol dos crimes hediondos.
140
Lei no 12.227/2010
Cria o Relatório Anual Socioeconômico da Mulher.
141
IV – do Ministério do Trabalho e Emprego; Art. 5o Esta Lei entra em vigor na data de sua
V – do Ministério das Relações Exteriores; publicação.
VI – do Ministério da Justiça;
VII – do Ministério da Saúde; Brasília, 12 de abril de 2010; 189o da Indepen-
VIII – do Ministério da Educação; dência e 122o da República.
IX – do Ministério da Previdência Social;
X – de outras instituições, nacionais e inter- JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA – Nilcéa
nacionais, públicas e privadas, que produzam Freire
dados pertinentes à formulação e à implemen-
tação de políticas públicas de interesse para as Promulgada em 12/4/2010 e publicada no DOU de
mulheres. 13/4/2010.
Mulher
142
Lei no 11.942/2009
Dá nova redação aos arts. 14, 83 e 89 da Lei no 7.210, de 11 de julho de 1984 – Lei de Execução
Penal, para assegurar às mães presas e aos recém-nascidos condições mínimas de assistência.
143
Lei no 11.804/2008
Disciplina o direito a alimentos gravídicos e a forma como ele será exercido e dá outras providências.
144
Lei no 11.770/2008
Cria o Programa Empresa Cidadã, destinado à prorrogação da licença-maternidade mediante
concessão de incentivo fiscal, e altera a Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991.
-maternidade de que trata esta Lei, a empregada Mantega – Carlos Lupi – José Pimentel
não poderá exercer qualquer atividade remu-
nerada e a criança não poderá ser mantida em Promulgada em 9/9/2008 e publicada no DOU de
creche ou organização similar. 10/9/2008.
145
Lei no 11.664/2008
Dispõe sobre a efetivação de ações de saúde que assegurem a prevenção, a detecção, o tratamento e
o seguimento dos cânceres do colo uterino e de mama, no âmbito do Sistema Único de Saúde – SUS.
146
Lei no 11.634/2007
Dispõe sobre o direito da gestante ao conhecimento e a vinculação à maternidade onde receberá
assistência no âmbito do Sistema Único de Saúde.
Normas correlatas
147
Lei no 11.340/2006
Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8o
do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de
Discriminação contra as Mulheres e da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar
a Violência contra a Mulher; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar
contra a Mulher; altera o Código de Processo Penal, o Código Penal e a Lei de Execução Penal; e
dá outras providências.
mediante coação, chantagem, suborno ou ma- cial especializado para as mulheres, em parti-
nipulação; ou que limite ou anule o exercício cular nas Delegacias de Atendimento à Mulher;
de seus direitos sexuais e reprodutivos; V – a promoção e a realização de campanhas
IV – a violência patrimonial, entendida educativas de prevenção da violência doméstica
como qualquer conduta que configure retenção, e familiar contra a mulher, voltadas ao público
149
escolar e à sociedade em geral, e a difusão desta II – manutenção do vínculo trabalhista,
Lei e dos instrumentos de proteção aos direitos quando necessário o afastamento do local de
humanos das mulheres; trabalho, por até seis meses.
VI – a celebração de convênios, protocolos, § 3o A assistência à mulher em situação de
ajustes, termos ou outros instrumentos de pro- violência doméstica e familiar compreenderá
moção de parceria entre órgãos governamentais o acesso aos benefícios decorrentes do desen-
ou entre estes e entidades não governamentais, volvimento científico e tecnológico, incluindo
tendo por objetivo a implementação de pro- os serviços de contracepção de emergência, a
gramas de erradicação da violência doméstica profilaxia das Doenças Sexualmente Transmis-
e familiar contra a mulher; síveis (DST) e da Síndrome da Imunodeficiência
VII – a capacitação permanente das Polícias Adquirida (AIDS) e outros procedimentos
Civil e Militar, da Guarda Municipal, do Corpo médicos necessários e cabíveis nos casos de
de Bombeiros e dos profissionais pertencentes violência sexual.
aos órgãos e às áreas enunciados no inciso I
quanto às questões de gênero e de raça ou etnia;
VIII – a promoção de programas educacio- CAPÍTULO III – Do Atendimento pela
nais que disseminem valores éticos de irrestrito Autoridade Policial
respeito à dignidade da pessoa humana com a
perspectiva de gênero e de raça ou etnia; Art. 10. Na hipótese da iminência ou da prá-
IX – o destaque, nos currículos escolares de tica de violência doméstica e familiar contra a
todos os níveis de ensino, para os conteúdos mulher, a autoridade policial que tomar conhe-
relativos aos direitos humanos, à equidade de cimento da ocorrência adotará, de imediato, as
gênero e de raça ou etnia e ao problema da providências legais cabíveis.
violência doméstica e familiar contra a mulher. Parágrafo único. Aplica-se o disposto no ca-
put deste artigo ao descumprimento de medida
protetiva de urgência deferida.
CAPÍTULO II – Da Assistência à Mulher em
Situação de Violência Doméstica e Familiar Art. 11. No atendimento à mulher em situação
de violência doméstica e familiar, a autoridade
Art. 9o A assistência à mulher em situação de policial deverá, entre outras providências:
violência doméstica e familiar será prestada I – garantir proteção policial, quando neces-
de forma articulada e conforme os princípios sário, comunicando de imediato ao Ministério
e as diretrizes previstos na Lei Orgânica da Público e ao Poder Judiciário;
Assistência Social, no Sistema Único de Saúde, II – encaminhar a ofendida ao hospital ou
no Sistema Único de Segurança Pública, entre posto de saúde e ao Instituto Médico Legal;
outras normas e políticas públicas de proteção, III – fornecer transporte para a ofendida e
e emergencialmente quando for o caso. seus dependentes para abrigo ou local seguro,
§ 1o O juiz determinará, por prazo certo, a quando houver risco de vida;
inclusão da mulher em situação de violência IV – se necessário, acompanhar a ofendida
doméstica e familiar no cadastro de programas para assegurar a retirada de seus pertences do
assistenciais do governo federal, estadual e local da ocorrência ou do domicílio familiar;
municipal. V – informar à ofendida os direitos a ela
§ 2o O juiz assegurará à mulher em situação conferidos nesta Lei e os serviços disponíveis.
de violência doméstica e familiar, para preservar
sua integridade física e psicológica: Art. 12. Em todos os casos de violência domés-
I – acesso prioritário à remoção quando tica e familiar contra a mulher, feito o registro da
servidora pública, integrante da administração ocorrência, deverá a autoridade policial adotar,
Mulher
150
prejuízo daqueles previstos no Código de Pro- Art. 14. Os Juizados de Violência Doméstica
cesso Penal: e Familiar contra a Mulher, órgãos da Justiça
I – ouvir a ofendida, lavrar o boletim de Ordinária com competência cível e criminal,
ocorrência e tomar a representação a termo, se poderão ser criados pela União, no Distrito
apresentada; Federal e nos Territórios, e pelos Estados, para
II – colher todas as provas que servirem para o processo, o julgamento e a execução das causas
o esclarecimento do fato e de suas circunstâncias; decorrentes da prática de violência doméstica e
III – remeter, no prazo de 48 (quarenta e familiar contra a mulher.
oito) horas, expediente apartado ao juiz com o Parágrafo único. Os atos processuais pode-
pedido da ofendida, para a concessão de medi- rão realizar-se em horário noturno, conforme
das protetivas de urgência; dispuserem as normas de organização judici-
IV – determinar que se proceda ao exame de ária.
corpo de delito da ofendida e requisitar outros
exames periciais necessários; Art. 15. É competente, por opção da ofendida,
V – ouvir o agressor e as testemunhas; para os processos cíveis regidos por esta Lei, o
VI – ordenar a identificação do agressor e Juizado:
fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes I – do seu domicílio ou de sua residência;
criminais, indicando a existência de mandado II – do lugar do fato em que se baseou a
de prisão ou registro de outras ocorrências demanda;
policiais contra ele; III – do domicílio do agressor.
VII – remeter, no prazo legal, os autos do in-
quérito policial ao juiz e ao Ministério Público. Art. 16. Nas ações penais públicas condi-
§ 1o O pedido da ofendida será tomado a cionadas à representação da ofendida de que
termo pela autoridade policial e deverá conter: trata esta Lei, só será admitida a renúncia à
I – qualificação da ofendida e do agressor; representação perante o juiz, em audiência
II – nome e idade dos dependentes; especialmente designada com tal finalidade,
III – descrição sucinta do fato e das medidas antes do recebimento da denúncia e ouvido o
protetivas solicitadas pela ofendida. Ministério Público.
§ 2o A autoridade policial deverá anexar
ao documento referido no § 1o o boletim de Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de
ocorrência e cópia de todos os documentos violência doméstica e familiar contra a mulher,
disponíveis em posse da ofendida. de penas de cesta básica ou outras de prestação
§ 3o Serão admitidos como meios de prova pecuniária, bem como a substituição de pena
os laudos ou prontuários médicos fornecidos que implique o pagamento isolado de multa.
por hospitais e postos de saúde.
Códigos de Processo Penal e Processo Civil e decidir sobre as medidas protetivas de urgência;
da legislação específica relativa à criança, ao II – determinar o encaminhamento da ofen-
adolescente e ao idoso que não conflitarem com dida ao órgão de assistência judiciária, quando
o estabelecido nesta Lei. for o caso;
151
III – comunicar ao Ministério Público para desta Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato,
que adote as providências cabíveis. ao agressor, em conjunto ou separadamente,
as seguintes medidas protetivas de urgência,
Art. 19. As medidas protetivas de urgência po- entre outras:
derão ser concedidas pelo juiz, a requerimento I – suspensão da posse ou restrição do porte
do Ministério Público ou a pedido da ofendida. de armas, com comunicação ao órgão compe-
§ 1o As medidas protetivas de urgência tente, nos termos da Lei no 10.826, de 22 de
poderão ser concedidas de imediato, inde- dezembro de 2003;
pendentemente de audiência das partes e de II – afastamento do lar, domicílio ou local
manifestação do Ministério Público, devendo de convivência com a ofendida;
este ser prontamente comunicado. III – proibição de determinadas condutas,
§ 2o As medidas protetivas de urgência entre as quais:
serão aplicadas isolada ou cumulativamente, e a) aproximação da ofendida, de seus fa-
poderão ser substituídas a qualquer tempo por miliares e das testemunhas, fixando o limite
outras de maior eficácia, sempre que os direitos mínimo de distância entre estes e o agressor;
reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou b) contato com a ofendida, seus familiares
violados. e testemunhas por qualquer meio de comu-
§ 3o Poderá o juiz, a requerimento do Minis- nicação;
tério Público ou a pedido da ofendida, conceder c) frequentação de determinados lugares a
novas medidas protetivas de urgência ou rever fim de preservar a integridade física e psicoló-
aquelas já concedidas, se entender necessário gica da ofendida;
à proteção da ofendida, de seus familiares e de IV – restrição ou suspensão de visitas aos
seu patrimônio, ouvido o Ministério Público. dependentes menores, ouvida a equipe de aten-
dimento multidisciplinar ou serviço similar;
Art. 20. Em qualquer fase do inquérito poli- V – prestação de alimentos provisionais ou
cial ou da instrução criminal, caberá a prisão provisórios.
preventiva do agressor, decretada pelo juiz, de § 1o As medidas referidas neste artigo não
ofício, a requerimento do Ministério Público ou impedem a aplicação de outras previstas na
mediante representação da autoridade policial. legislação em vigor, sempre que a segurança
Parágrafo único. O juiz poderá revogar a da ofendida ou as circunstâncias o exigirem,
prisão preventiva se, no curso do processo, devendo a providência ser comunicada ao
verificar a falta de motivo para que subsista, Ministério Público.
bem como de novo decretá-la, se sobrevierem § 2o Na hipótese de aplicação do inciso
razões que a justifiquem. I, encontrando-se o agressor nas condições
mencionadas no caput e incisos do art. 6o da
Art. 21. A ofendida deverá ser notificada dos Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003, o
atos processuais relativos ao agressor, especial- juiz comunicará ao respectivo órgão, corpo-
mente dos pertinentes ao ingresso e à saída da ração ou instituição as medidas protetivas de
prisão, sem prejuízo da intimação do advogado urgência concedidas e determinará a restrição
constituído ou do defensor público. do porte de armas, ficando o superior imediato
Parágrafo único. A ofendida não poderá do agressor responsável pelo cumprimento da
entregar intimação ou notificação ao agressor. determinação judicial, sob pena de incorrer nos
crimes de prevaricação ou de desobediência,
conforme o caso.
SEÇÃO II – Das Medidas Protetivas de § 3o Para garantir a efetividade das medidas
Urgência que Obrigam o Agressor protetivas de urgência, poderá o juiz requisitar,
a qualquer momento, auxílio da força policial.
Mulher
Art. 22. Constatada a prática de violência do- § 4o Aplica-se às hipóteses previstas neste
méstica e familiar contra a mulher, nos termos artigo, no que couber, o disposto no caput e
152
nos §§ 5o e 6o do art. 461 da Lei no 5.869, de 11 Art. 26. Caberá ao Ministério Público, sem
de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil). prejuízo de outras atribuições, nos casos de
violência doméstica e familiar contra a mulher,
quando necessário:
SEÇÃO III – Das Medidas Protetivas de I – requisitar força policial e serviços públi-
Urgência à Ofendida cos de saúde, de educação, de assistência social
e de segurança, entre outros;
Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem II – fiscalizar os estabelecimentos públicos
prejuízo de outras medidas: e particulares de atendimento à mulher em
I – encaminhar a ofendida e seus depen- situação de violência doméstica e familiar, e
dentes a programa oficial ou comunitário de adotar, de imediato, as medidas administrativas
proteção ou de atendimento; ou judiciais cabíveis no tocante a quaisquer
II – determinar a recondução da ofendida e irregularidades constatadas;
a de seus dependentes ao respectivo domicílio, III – cadastrar os casos de violência domés-
após afastamento do agressor; tica e familiar contra a mulher.
III – determinar o afastamento da ofendida
do lar, sem prejuízo dos direitos relativos a bens,
guarda dos filhos e alimentos; CAPÍTULO IV – Da Assistência Judiciária
IV – determinar a separação de corpos.
Art. 27. Em todos os atos processuais, cíveis
Art. 24. Para a proteção patrimonial dos bens e criminais, a mulher em situação de violência
da sociedade conjugal ou daqueles de proprie- doméstica e familiar deverá estar acompanhada
dade particular da mulher, o juiz poderá de- de advogado, ressalvado o previsto no art. 19
terminar, liminarmente, as seguintes medidas, desta Lei.
entre outras:
I – restituição de bens indevidamente sub- Art. 28. É garantido a toda mulher em situa-
traídos pelo agressor à ofendida; ção de violência doméstica e familiar o acesso
II – proibição temporária para a celebração aos serviços de Defensoria Pública ou de Assis-
de atos e contratos de compra, venda e locação tência Judiciária Gratuita, nos termos da lei, em
de propriedade em comum, salvo expressa sede policial e judicial, mediante atendimento
autorização judicial; específico e humanizado.
III – suspensão das procurações conferidas
pela ofendida ao agressor;
IV – prestação de caução provisória, me- TÍTULO V – Da Equipe de Atendimento
diante depósito judicial, por perdas e danos Multidisciplinar
materiais decorrentes da prática de violência
doméstica e familiar contra a ofendida. Art. 29. Os Juizados de Violência Doméstica
Parágrafo único. Deverá o juiz oficiar ao e Familiar contra a Mulher que vierem a ser
cartório competente para os fins previstos nos criados poderão contar com uma equipe de
incisos II e III deste artigo. atendimento multidisciplinar, a ser integrada
por profissionais especializados nas áreas psi-
cossocial, jurídica e de saúde.
CAPÍTULO III – Da Atuação do Ministério
Público Art. 30. Compete à equipe de atendimento
Normas correlatas
Art. 35. A União, o Distrito Federal, os Esta- Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Fe-
dos e os Municípios poderão criar e promover, deral e os Municípios, no limite de suas com-
no limite das respectivas competências: petências e nos termos das respectivas leis de
I – centros de atendimento integral e mul- diretrizes orçamentárias, poderão estabelecer
tidisciplinar para mulheres e respectivos de- dotações orçamentárias específicas, em cada
pendentes em situação de violência doméstica exercício financeiro, para a implementação das
Mulher
154
Art. 40. As obrigações previstas nesta Lei não ���������������������������������������������������������������������������
excluem outras decorrentes dos princípios por § 9o Se a lesão for praticada contra as-
ela adotados. cendente, descendente, irmão, cônjuge ou
companheiro, ou com quem conviva ou
Art. 41. Aos crimes praticados com violência tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se
doméstica e familiar contra a mulher, indepen- o agente das relações domésticas, de coabi-
dentemente da pena prevista, não se aplica a Lei tação ou de hospitalidade:
no 9.099, de 26 de setembro de 1995. Pena – detenção, de 3 (três) meses a 3 (três)
anos.
Art. 42. O art. 313 do Decreto-Lei no 3.689, ���������������������������������������������������������������������������
de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo § 11. Na hipótese do § 9o deste artigo, a
Penal), passa a vigorar acrescido do seguinte pena será aumentada de um terço se o crime
inciso IV: for cometido contra pessoa portadora de
“Art. 313. ������������������������������������������������������� deficiência.”
���������������������������������������������������������������������������
IV – se o crime envolver violência doméstica Art. 45. O art. 152 da Lei no 7.210, de 11 de
e familiar contra a mulher, nos termos da julho de 1984 (Lei de Execução Penal), passa a
lei específica, para garantir a execução das vigorar com a seguinte redação:
medidas protetivas de urgência.” “Art. 152. �������������������������������������������������������
Parágrafo único. Nos casos de violência
Art. 43. A alínea “f ” do inciso II do art. 61 doméstica contra a mulher, o juiz poderá
do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de determinar o comparecimento obrigatório
1940 (Código Penal), passa a vigorar com a do agressor a programas de recuperação e
seguinte redação: reeducação.”
“Art. 61. ����������������������������������������������������������
��������������������������������������������������������������������������� Art. 46. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta
II – f) com abuso de autoridade ou prevale- e cinco) dias após sua publicação.
cendo-se de relações domésticas, de coabi-
tação ou de hospitalidade, ou com violência Brasília, 7 de agosto de 2006; 185o da Indepen-
contra a mulher na forma da lei específica; dência e 118o da República.
�������������������������������������������������������������������������”
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA – Dilma
Art. 44. O art. 129 do Decreto-Lei no 2.848, de Rousseff
7 de dezembro de 1940 (Código Penal), passa a
vigorar com as seguintes alterações: Promulgada em 7/8/2006 e publicada no DOU de
“Art. 129. ������������������������������������������������������� 8/8/2006.
Normas correlatas
155
Lei no 10.778/2003
Estabelece a notificação compulsória, no território nacional, do caso de violência contra a mulher
que for atendida em serviços de saúde públicos ou privados.
Normas correlatas
157
Lei no 10.745/2003
Institui o ano de 2004 como o “Ano da Mulher”.
158
Lei no 10.714/2003
Autoriza o Poder Executivo a disponibilizar, em âmbito nacional, número telefônico destinado a
atender denúncias de violência contra a mulher.
Normas correlatas
1
Lei no 13.025/2014.
159
Lei no 10.689/2003
Cria o Programa Nacional de Acesso à Alimentação – PNAA.
Normas correlatas
1
Lei no 10.836/2004.
161
Lei no 10.651/2003
Dispõe sobre o controle do uso da talidomida.
Art. 2o A talidomida não será fornecida ou LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA – Humberto
vendida em farmácias comerciais e sua distri- Sérgio Costa Lima
buição no País será feita exclusivamente pelos
programas expressamente qualificados pela Promulgada em 16/4/2003 e publicada no DOU de
autoridade federal competente, vedado seu 17/4/2003.
fornecimento em cartelas ou amostras desa-
companhadas de embalagem, rótulo ou bula.
Mulher
162
Lei no 10.516/2002
Institui a CARTEIRA NACIONAL DE SAÚDE DA MULHER.
Normas correlatas
163
Lei no 10.048/2000
Dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e dá outras providências.
Art. 2o Cabe ao Sistema Único de Saúde – SUS, Brasília, 6 de maio de 1999; 178o da Indepen-
por meio de sua rede de unidades públicas ou dência e 111o da República.
conveniadas, prestar serviço de cirurgia plástica
reconstrutiva de mama prevista no art. 1o, utili- FERNANDO HENRIQUE CARDOSO – José
zando-se de todos os meios e técnicas necessárias.1 Serra
§ 1o Quando existirem condições técnicas,
a reconstrução será efetuada no mesmo tempo Promulgada em 6/5/1999 e publicada no DOU de
cirúrgico. 7/5/1999.
§ 2o No caso de impossibilidade de recons-
trução imediata, a paciente será encaminhada
Normas correlatas
1
Lei no 12.802/2013.
165
Lei no 9.504/1997
Estabelece normas para as eleições.
1
Lei no 12.034/2009. 2
Lei no 12.891/2013.
166
MARCO ANTONIO DE OLIVEIRA MACIEL Promulgada em 30/9/1997 e publicada no DOU de
– Iris Rezende 1o/10/1997. Anexos não incluídos.
Normas correlatas
167
Lei no 9.434/1997
Dispõe sobre a remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplante e
tratamento e dá outras providências.
168 1
Lei no 10.211/2001. Lei no 10.211/2001.
2
incapaz poderá ser feita desde que permitida partes de órgãos, tecidos ou partes do corpo
expressamente por ambos os pais, ou por seus cuja retirada não impeça o organismo do
responsáveis legais. doador de continuar vivendo sem risco para
a sua integridade e não represente grave com-
Art. 6o É vedada a remoção post mortem de prometimento de suas aptidões vitais e saúde
tecidos, órgãos ou partes do corpo de pessoas mental e não cause mutilação ou deformação
não identificadas. inaceitável, e corresponda a uma necessidade
terapêutica comprovadamente indispensável à
Art. 7o (Vetado) pessoa receptora.
Parágrafo único. No caso de morte sem § 4o O doador deverá autorizar, preferen-
assistência médica, de óbito em decorrência de cialmente por escrito e diante de testemunhas,
causa mal definida ou de outras situações nas especificamente o tecido, órgão ou parte do
quais houver indicação de verificação da causa corpo objeto da retirada.
médica da morte, a remoção de tecidos, órgãos § 5o A doação poderá ser revogada pelo
ou partes de cadáver para fins de transplante ou doador ou pelos responsáveis legais a qualquer
terapêutica somente poderá ser realizada após momento antes de sua concretização.
a autorização do patologista do serviço de veri- § 6o O indivíduo juridicamente incapaz,
ficação de óbito responsável pela investigação e com compatibilidade imunológica comprovada,
citada em relatório de necrópsia. poderá fazer doação nos casos de transplante de
medula óssea, desde que haja consentimento
Art. 8o Após a retirada de tecidos, órgãos e de ambos os pais ou seus responsáveis legais e
partes, o cadáver será imediatamente necropsia- autorização judicial e o ato não oferecer risco
do, se verificada a hipótese do parágrafo único para a sua saúde.
do art. 7o, e, em qualquer caso, condignamente § 7o É vedado à gestante dispor de tecidos,
recomposto para ser entregue, em seguida, aos órgãos ou partes de seu corpo vivo, exceto
parentes do morto ou seus responsáveis legais quando se tratar de doação de tecido para ser
para sepultamento.3 utilizado em transplante de medula óssea e o
ato não oferecer risco à sua saúde ou ao feto.
§ 8o O autotransplante depende apenas do
CAPÍTULO III – Da Disposição de consentimento do próprio indivíduo, regis-
Tecidos, Órgãos e Partes do Corpo trado em seu prontuário médico ou, se ele for
Humano Vivo para Fins de Transplante ou juridicamente incapaz, de um de seus pais ou
Tratamento responsáveis legais.
Art. 9o É permitida à pessoa juridicamente Art. 9o-A É garantido a toda mulher o acesso
capaz dispor gratuitamente de tecidos, órgãos a informações sobre as possibilidades e os
e partes do próprio corpo vivo, para fins te- benefícios da doação voluntária de sangue do
rapêuticos ou para transplantes em cônjuge cordão umbilical e placentário durante o perí-
ou parentes consanguíneos até o quarto grau, odo de consultas pré-natais e no momento da
inclusive, na forma do § 4o deste artigo, ou em realização do parto.5
qualquer outra pessoa, mediante autorização
judicial, dispensada esta em relação à medula
óssea.4 CAPÍTULO IV – Das Disposições
§ 1o (Vetado) Complementares
Normas correlatas
§ 2o (Vetado)
§ 3o Só é permitida a doação referida neste Art. 10. O transplante ou enxerto só se fará
artigo quando se tratar de órgãos duplos, de com o consentimento expresso do receptor,
assim inscrito em lista única de espera, após
3
Lei no 10.211/2001.
4
Lei no 10.211/2001. Lei no 11.633/2007.
5
169
aconselhamento sobre a excepcionalidade e os ção, captação e distribuição de órgãos da unidade
riscos do procedimento.6 federada onde ocorrer, o diagnóstico de morte
§ 1o Nos casos em que o receptor seja juri- encefálica feito em pacientes por eles atendidos.7
dicamente incapaz ou cujas condições de saúde Parágrafo único. Após a notificação prevista
impeçam ou comprometam a manifestação no caput deste artigo, os estabelecimentos de
válida da sua vontade, o consentimento de que saúde não autorizados a retirar tecidos, ór-
trata este artigo será dado por um de seus pais gãos ou partes do corpo humano destinados
ou responsáveis legais. a transplante ou tratamento deverão permitir
§ 2o A inscrição em lista única de espera não a imediata remoção do paciente ou franquear
confere ao pretenso receptor ou à sua família suas instalações e fornecer o apoio operacional
direito subjetivo a indenização, se o transplante necessário às equipes médico-cirúrgicas de
não se realizar em decorrência de alteração remoção e transplante, hipótese em que serão
do estado de órgãos, tecidos e partes, que lhe ressarcidos na forma da lei.
seriam destinados, provocado por acidente ou
incidente em seu transporte.
Parágrafo único. Nos casos em que o re- CAPÍTULO V – Das Sanções Penais e
ceptor seja juridicamente incapaz ou cujas Administrativas
condições de saúde impeçam ou comprometam SEÇÃO I – Dos Crimes
a manifestação válida de sua vontade, o consen-
timento de que trata este artigo será dado por Art. 14. Remover tecidos, órgãos ou partes do
um de seus pais ou responsáveis legais. corpo de pessoa ou cadáver, em desacordo com
as disposições desta Lei:
Art. 11. É proibida a veiculação, através de Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa,
qualquer meio de comunicação social, de de 100 a 360 dias-multa.
anúncio que configure: § 1o Se o crime é cometido mediante paga
a) publicidade de estabelecimentos autori- ou promessa de recompensa ou por outro
zados a realizar transplantes e enxertos, relativa motivo torpe:
a estas atividades; Pena – reclusão, de três a oito anos, e multa,
b) apelo público no sentido da doação de de 100 a 150 dias-multa.
tecido, órgão ou parte do corpo humano para § 2o Se o crime é praticado em pessoa viva,
pessoa determinada identificada ou não, ressal- e resulta para o ofendido:
vado o disposto no parágrafo único; I – incapacidade para as ocupações habitu-
c) apelo público para a arrecadação de ais, por mais de trinta dias;
fundos para o financiamento de transplante ou II – perigo de vida;
enxerto em beneficio de particulares. III – debilidade permanente de membro,
Parágrafo único. Os órgãos de gestão nacio- sentido ou função;
nal, regional e local do Sistema Único de Saúde IV – aceleração de parto:
realizarão periodicamente, através dos meios Pena – reclusão, de três a dez anos, e multa,
adequados de comunicação social, campa- de 100 a 200 dias-multa
nhas de esclarecimento público dos benefícios § 3o Se o crime é praticado em pessoa viva
esperados a partir da vigência desta Lei e de e resulta para o ofendido:
estímulo à doação de órgãos. I – incapacidade para o trabalho;
II – enfermidade incurável;
Art. 12. (Vetado) III – perda ou inutilização de membro, sen-
tido ou função;
Art. 13. É obrigatório, para todos os estabeleci- IV – deformidade permanente;
mentos de saúde notificar, às centrais de notifica- V – aborto:
Mulher
6
Lei no 10.211/2001. Lei no 11.521/2007.
7
170
Pena – reclusão, de quatro a doze anos, e de e as equipes médico-cirúrgicas envolvidas
multa, de 150 a 300 dias-multa. poderão ser desautorizadas temporária ou per-
§ 4o Se o crime é praticado em pessoa viva manentemente pelas autoridades competentes.
e resulta morte: § 1o Se a instituição é particular, a autorida-
Pena – reclusão, de oito a vinte anos, e multa de competente poderá multá-la em 200 a 360
de 200 a 360 dias-multa. dias-multa e, em caso de reincidência, poderá
ter suas atividades suspensas temporária ou
Art. 15. Comprar ou vender tecidos, órgãos definitivamente, sem direito a qualquer inde-
ou partes do corpo humano: nização ou compensação por investimentos
Pena – reclusão, de três a oito anos, e multa, realizados.
de 200 a 360 dias-multa. § 2o Se a instituição é particular, é proibida
Parágrafo único. Incorre na mesma pena de estabelecer contratos ou convênios com
quem promove, intermedeia, facilita ou aufere entidades públicas, bem como se beneficiar de
qualquer vantagem com a transação. créditos oriundos de instituições governamen-
tais ou daquelas em que o Estado é acionista,
Art. 16. Realizar transplante ou enxerto utili- pelo prazo de cinco anos.
zando tecidos, órgãos ou partes do corpo hu-
mano de que se tem ciência terem sido obtidos Art. 22. As instituições que deixarem de
em desacordo com os dispositivos desta Lei: manter em arquivo relatórios dos transplantes
Pena – reclusão, de um a seis anos, e multa, realizados, conforme o disposto no art. 3o § 1o,
de 150 a 300 dias-multa. ou que não enviarem os relatórios mencionados
no art. 3o, § 2o ao órgão de gestão estadual do
Art. 17. Recolher, transportar, guardar ou Sistema único de Saúde, estão sujeitas a multa,
distribuir partes do corpo humano de que se de 100 a 200 dias-multa.8
tem ciência terem sido obtidos em desacordo § 1o Incorre na mesma pena o estabeleci-
com os dispositivos desta Lei: mento de saúde que deixar de fazer as notifi-
Pena – reclusão, de seis meses a dois anos, e cações previstas no art. 13 desta Lei ou proibir,
multa, de 100 a 250 dias-multa. dificultar ou atrasar as hipóteses definidas em
seu parágrafo único.
Art. 18. Realizar transplante ou enxerto em § 2 o Em caso de reincidência, além de
desacordo com o disposto no art. 10 desta Lei multa, o órgão de gestão estadual do Sistema
e seu parágrafo único: Único de Saúde poderá determinar a de-
Pena – detenção, de seis meses a dois anos. sautorização temporária ou permanente da
instituição.
Art. 19. Deixar de recompor cadáver, devol-
vendo-lhe aspecto condigno, para sepultamen- Art. 23. Sujeita-se às penas do art. 59 da Lei
to ou deixar de entregar ou retardar sua entrega no 4.117, de 27 de agosto de 1962, a empresa de
aos familiares ou interessados: comunicação social que veicular anúncio em
Pena – detenção, de seis meses a dois anos. desacordo com o disposto no art. 11.
171
novembro de 1992, e Decreto no 879, de 22 de FERNANDO HENRIQUE CARDOSO –
julho de 1993. Nelson A. Jobim – Carlos César de Albuquerque
172
Lei no 9.278/1996
Regula o § 3o do art. 226 da Constituição Federal.
Faço saber que o Congresso Nacional decreta Art. 7o Dissolvida a união estável por resci-
e eu sanciono a seguinte Lei: são, a assistência material prevista nesta Lei
será prestada por um dos conviventes ao que
Art. 1o É reconhecida como entidade fa- dela necessitar, a Título de alimentos.
miliar a convivência duradoura, pública Parágrafo único. Dissolvida a união es-
e contínua, de um homem e uma mulher, tável por morte de um dos conviventes, o
estabelecida com objetivo de constituição sobrevivente terá direito real de habitação,
de família. enquanto viver ou não constituir nova união
ou casamento, relativamente ao imóvel des-
Art. 2 o São direitos e deveres iguais dos tinado à residência da família.
conviventes:
I – respeito e consideração mútuos; Art. 8o Os conviventes poderão, de comum
II – assistência moral e material recíproca; acordo e a qualquer tempo, requerer a con-
III – guarda, sustento e educação dos filhos versão da união estável em casamento, por
comuns. requerimento ao Oficial do Registro Civil da
Circunscrição de seu domicílio.
Art. 3o (Vetado)
Art. 9 o Toda a matéria relativa à união
Art. 4o (Vetado) estável é de competência do juízo da Vara
de Família, assegurado o segredo de justiça.
Art. 5o Os bens móveis e imóveis adquiri-
dos por um ou por ambos os conviventes, Art. 10. Esta Lei entra em vigor na data de
na constância da união estável e a Título sua publicação.
oneroso, são considerados fruto do traba-
lho e da colaboração comum, passando a Art. 11. Revogam-se as disposições em
pertencer a ambos, em condomínio e em contrário.
partes iguais, salvo estipulação contrária em
contrato escrito. Brasília, 10 de maio de 1996; 175o da Inde-
§ 1 o Cessa a presunção do caput deste pendência e 108o da República.
artigo se a aquisição patrimonial ocorrer com
o produto de bens adquiridos anteriormente FERNANDO HENRIQUE CARDOSO –
ao início da união. Milton Seligman
§ 2o A administração do patrimônio co-
mum dos conviventes compete a ambos, salvo Promulgada em 10/5/1996 e publicada no DOU
estipulação contrária em contrato escrito. de 13/5/1996.
Normas correlatas
173
Lei no 9.263/1996
Regula o § 7o do art. 226 da Constituição Federal, que trata do planejamento familiar, estabelece
penalidades e dá outras providências.
Art. 2o Para fins desta Lei, entende-se plane- Art. 5o É dever do Estado, através do Sistema
jamento familiar como o conjunto de ações de Único de Saúde, em associação, no que couber, às
regulação da fecundidade que garanta direitos instâncias componentes do sistema educacional,
iguais de constituição, limitação ou aumento da promover condições e recursos informativos,
prole pela mulher, pelo homem ou pelo casal. educacionais, técnicos e científicos que assegu-
Parágrafo único. É proibida a utilização das rem o livre exercício do planejamento familiar.
ações a que se refere o caput para qualquer tipo
de controle demográfico. Art. 6o As ações de planejamento familiar
serão exercidas pelas instituições públicas e pri-
Art. 3o O planejamento familiar é parte in- vadas, filantrópicas ou não, nos termos desta Lei
tegrante do conjunto de ações de atenção à e das normas de funcionamento e mecanismos
mulher, ao homem ou ao casal, dentro de uma de fiscalização estabelecidos pelas instâncias
visão de atendimento global e integral à saúde.1 gestoras do Sistema Único de Saúde.
Parágrafo único. As instâncias gestoras do Parágrafo único. Compete à direção nacional
Sistema Único de Saúde, em todos os seus ní- do Sistema Único de Saúde definir as normas
veis, na prestação das ações previstas no caput, gerais de planejamento familiar.
obrigam-se a garantir, em toda a sua rede de
serviços, no que respeita a atenção à mulher, ao Art. 7o É permitida a participação direta ou
homem ou ao casal, programa de atenção inte- indireta de empresas ou capitais estrangeiros
gral à saúde, em todos os seus ciclos vitais, que nas ações e pesquisas de planejamento familiar,
inclua, como atividades básicas, entre outras: desde que autorizada, fiscalizada e controlada
I – a assistência à concepção e contracepção; pelo órgão de direção nacional do Sistema
II – o atendimento pré-natal; Único de Saúde.
III – a assistência ao parto, ao puerpério e
ao neonato; Art. 8o A realização de experiências com seres
IV – o controle das doenças sexualmente humanos no campo da regulação da fecundi-
transmissíveis; dade somente será permitida se previamente
V – o controle e a prevenção dos cânceres cér- autorizada, fiscalizada e controlada pela direção
Mulher
Art. 24. Esta Lei entra em vigor na data de Promulgada em 12/1/1996 e publicada no DOU de
sua publicação. 15/1/1996.
Mulher
176
Lei no 9.096/1995
Dispõe sobre partidos políticos, regulamenta os arts. 17 e 14, § 3o, inciso V, da Constituição Federal.
Faço saber que o Congresso Nacional decreta Art. 61. O Tribunal Superior Eleitoral expe-
e eu sanciono a seguinte Lei: dirá instruções para a fiel execução desta Lei.
������������������������������������������������������������������������������
Art. 62. Esta Lei entra em vigor na data de
TÍTULO IV – Do Acesso Gratuito ao Rádio sua publicação.
e à Televisão
Art. 63. Ficam revogadas a Lei no 5.682, de
Art. 45. A propaganda partidária gratuita, 21 de julho de 1971, e respectivas alterações;
gravada ou ao vivo, efetuada mediante trans- a Lei no 6.341, de 5 de julho de 1976; a Lei no
missão por rádio e televisão será realizada entre 6.817, de 5 de setembro de 1980; a Lei no 6.957,
as dezenove horas e trinta minutos e as vinte e de 23 de novembro de 1981; o art. 16 da Lei no
duas horas para, com exclusividade:1 6.996, de 7 de junho de 1982; a Lei no 7.307,
������������������������������������������������������������������������������ de 9 de abril de 1985, e a Lei no 7.514, de 9 de
IV – promover e difundir a participação julho de 1986.
política feminina, dedicando às mulheres o ������������������������������������������������������������������������������
tempo que será fixado pelo órgão nacional de
direção partidária, observado o mínimo de Brasília, 19 de setembro de 1995; 174o da In-
10% (dez por cento). dependência e 107o da República.
������������������������������������������������������������������������������
§ 2o O partido que contrariar o disposto MARCO ANTONIO DE OLIVEIRA MACIEL
neste artigo será punido: – Nelson A. Jobim
I – quando a infração ocorrer nas transmis-
sões em bloco, com a cassação do direito de Promulgada em 19/9/1995 e publicada no DOU de
transmissão no semestre seguinte; 20/9/1995.
II – quando a infração ocorrer nas transmis-
sões em inserções, com a cassação de tempo Normas correlatas
1
Lei no 12.034/2009.
177
Lei no 9.029/1995
Proíbe a exigência de atestados de gravidez e esterilização, e outras práticas discriminatórias, para
efeitos admissionais ou de permanência da relação jurídica de trabalho, e dá outras providências.
178
Lei no 8.978/1995
Dispõe sobre a construção de creches e estabelecimentos de pré-escola.
Normas correlatas
179
Lei no 8.971/1994
Regula o direito dos companheiros a alimentos e à sucessão.
180
Lei no 8.742/1993
Dispõe sobre a organização da Assistência Social e dá outras providências.
Lei no 13.014/2014.
5
182
Lei no 8.629/1993
Dispõe sobre a regulamentação dos dispositivos constitucionais relativos à reforma agrária, previstos
no Capítulo III, Título VII, da Constituição Federal.
1
Leis nos 13.001/2014 e 10.729/2001.
183
Lei no 8.560/1992
Regula a investigação de paternidade dos filhos havidos fora do casamento e dá outras providências.
1
Lei no 12.010/2009. Lei no 12.004/2009.
2
184
Art. 6 o Das certidões de nascimento não Art. 8o Os registros de nascimento, anteriores à
constarão indícios de a concepção haver sido data da presente lei, poderão ser retificados por
decorrente de relação extraconjugal. decisão judicial, ouvido o Ministério Público.
§ 1o Não deverá constar, em qualquer caso, o
estado civil dos pais e a natureza da filiação, bem Art. 9o Esta Lei entra em vigor na data de sua
como o lugar e cartório do casamento, proibida publicação.
referência à presente lei.
§ 2o São ressalvadas autorizações ou re- Art. 10. São revogados os arts. 332, 337 e 347 do
quisições judiciais de certidões de inteiro teor, Código Civil e demais disposições em contrário.
mediante decisão fundamentada, assegurados
os direitos, as garantias e interesses relevantes Brasília, 29 de dezembro de 1992; 171o da Inde-
do registrado. pendência e 104o da República.
Normas correlatas
185
Lei no 8.080/1990
Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o
funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências.
Normas correlatas
187
Lei no 8.028/1990
Dispõe sobre a organização da Presidência da República e dos Ministérios, e dá outras providências.
1
Lei no 8.410/1992.
188
Lei no 7.353/1985
Cria o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher – CNDM e dá outras providências.
Art. 4o Compete ao Conselho Nacional dos Art. 5o O Presidente do CNDM será desig-
Direitos da Mulher: nado pelo Presidente da República dentre os
a) formular diretrizes e promover políticas membros do Conselho Deliberativo.
em todos os níveis da administração pública
direta e indireta, visando à eliminação das Art. 6o O Conselho Deliberativo será com-
discriminações que atingem a mulher; posto por 17 (dezessete) integrantes e 3 (três)
b) prestar assessoria ao Poder Executivo, suplentes, escolhidos entre pessoas que te-
emitindo pareceres e acompanhando a elabo- nham contribuído, de forma significativa, em
ração e execução de programas de Governo prol dos direitos da mulher e designados pelo
no âmbito federal, estadual e municipal, nas Presidente da República, para mandato de 4
questões que atingem a mulher, com vistas à (quatro) anos, sendo presidido pelo Presidente
defesa de suas necessidades e de seus direitos; do CNDM.
c) estimular, apoiar e desenvolver o estudo e Parágrafo único. 1/3 (um terço) dos mem-
o debate da condição da mulher brasileira, bem bros do Conselho Deliberativo será escolhido
como propor medidas de Governo, objetivando dentre pessoas indicadas por movimentos de
Normas correlatas
190
Lei no 7.210/1984
Institui a Lei de Execução Penal.
Faço saber que o Congresso Nacional decreta Art. 14. A assistência à saúde do preso e do
e eu sanciono a seguinte Lei: internado de caráter preventivo e curativo,
compreenderá atendimento médico, farma-
cêutico e odontológico.1
TÍTULO I – Do Objeto e da Aplicação da ������������������������������������������������������������������������������
Lei de Execução Penal § 3o Será assegurado acompanhamento
médico à mulher, principalmente no pré-natal
Art. 1o A execução penal tem por objetivo efeti- e no pós-parto, extensivo ao recém-nascido.
var as disposições de sentença ou decisão crimi- ������������������������������������������������������������������������������
nal e proporcionar condições para a harmônica
integração social do condenado e do internado. SEÇÃO V – Da Assistência Educacional
������������������������������������������������������������������������������
Art. 2o A jurisdição penal dos juízes ou tribu-
nais da justiça ordinária, em todo o território Art. 19. O ensino profissional será ministrado
nacional, será exercida, no processo de execu- em nível de iniciação ou de aperfeiçoamento
ção, na conformidade desta lei e do Código de técnico.
Processo Penal. Parágrafo único. A mulher condenada terá
Parágrafo único. Esta Lei aplicar-se-á igual- ensino profissional adequado à sua condição.
mente ao preso provisório e ao condenado pela ������������������������������������������������������������������������������
Justiça Eleitoral ou Militar, quando recolhido a
estabelecimento sujeito à jurisdição ordinária. TÍTULO III – Dos Órgãos da Execução
Penal
Art. 3o Ao condenado e ao internado serão ������������������������������������������������������������������������������
assegurados todos os direitos não atingidos
pela sentença ou pela lei. CAPÍTULO VI – Dos Departamentos
Parágrafo único. Não haverá qualquer Penitenciários
distinção de natureza racial, social, religiosa ������������������������������������������������������������������������������
ou política.
SEÇÃO III – Da Direção e do Pessoal dos
Art. 4o O Estado deverá recorrer à cooperação Estabelecimentos Penais
da comunidade nas atividades de execução da ������������������������������������������������������������������������������
pena e da medida de segurança.
Art. 77. A escolha do pessoal administrativo,
especializado, de instrução técnica e de vigilân-
TÍTULO II – Do Condenado e do Internado cia atenderá a vocação, preparação profissional
Normas correlatas
191
§ 2o No estabelecimento para mulheres assistir a criança desamparada cuja responsável
somente se permitirá o trabalho de pessoal do estiver presa.4
sexo feminino, salvo quando se tratar de pessoal �������������������������������������������������������������������������������
técnico especializado.
������������������������������������������������������������������������������� TÍTULO V – Da Execução das Penas em
Espécie
TÍTULO IV – Dos Estabelecimentos Penais �������������������������������������������������������������������������������
2
Lei no 9.460/1977. 4
Lei no 11.942/2009.
3
Lei no 11.942/2009. 5
Lei no 11.340/2006.
192
Lei no 6.515/1977
Regula os casos de dissolução da sociedade conjugal e do casamento, seus efeitos e respectivos
processos, e dá outras providências.
§ 2o O juiz deverá promover todos os meios terior, a separação judicial poderá ser negada,
para que as partes se reconciliem ou transijam, se constituir respectivamente, causa de agrava-
ouvindo pessoal e separadamente cada uma mento das condições pessoais ou da doença do
delas e, a seguir, reunindo-as em sua presença,
se assim considerar necessário. Lei no 8.408/1992.
1
193
outro cônjuge, ou determinar, em qualquer caso, normalmente, a responsabilidade de sua guarda
consequências morais de excepcional gravidade e educação.
para os filhos menores.
Art. 13. Se houver motivos graves, poderá o
Art. 7o A separação judicial importará na se- juiz, em qualquer caso, a bem dos filhos, regu-
paração de corpos e na partilha de bens. lar por maneira diferente da estabelecida nos
§ 1 o A separação de corpos poderá ser artigos anteriores a situação deles com os pais.
determinada como medida cautelar (art. 796
do CPC). Art. 14. No caso de anulação do casamento,
§ 2o A partilha de bens poderá ser feita havendo filhos comuns, observar-se-á o dispos-
mediante proposta dos cônjuges e homologada to nos arts. 10 e 13.
pelo juiz ou por este decidida. Parágrafo único. Ainda que nenhum dos
cônjuges esteja de boa-fé ao contrair o casa-
Art. 8o A sentença que julgar a separação ju- mento, seus efeitos civis aproveitarão aos filhos
dicial produz seus efeitos à data de seu trânsito comuns.
em julgado, ou à da decisão que tiver concedido
separação cautelar. Art. 15. Os pais, em cuja guarda não estejam
os filhos, poderão visitá-los e tê-los em sua
companhia, segundo fixar o juiz, bem como
SEÇÃO II – Da Proteção da Pessoa dos Filhos fiscalizar sua manutenção e educação.
Art. 12. Na separação judicial fundada no § 2o Art. 19. O cônjuge responsável pela separação
do art. 5o, o juiz deferirá a entrega dos filhos ao judicial prestará ao outro, se dela necessitar, a
Mulher
194
Art. 20. Para manutenção dos filhos, os côn- Parágrafo único. A sentença de conversão
juges, separados judicialmente, contribuirão na determinará que a mulher volte a usar o nome
proporção de seus recursos. que tinha antes de contrair matrimônio, só
conservando o nome de família do ex-marido
Art. 21. Para assegurar o pagamento da se alteração prevista neste artigo acarretar:
pensão alimentícia, o juiz poderá determinar I – evidente prejuízo para a sua identificação;
a constituição de garantia real ou fidejussória. II – manifesta distinção entre o seu nome de
§ 1o Se o cônjuge credor preferir, o juiz família e dos filhos havidos da união dissolvida;
poderá determinar que a pensão consista no III – dano grave reconhecido em decisão
usufruto de determinados bens do cônjuge judicial.
devedor.
§ 2o Aplica-se, também, o disposto no pa- Art. 26. No caso de divórcio resultante da
rágrafo anterior, se o cônjuge credor justificar separação prevista nos §§ 1o e 2o do art. 5o,
a possibilidade do não recebimento regular da o cônjuge que teve a iniciativa da separação
pensão. continuará com o dever de assistência ao outro.3
Art. 22. Salvo decisão judicial, as prestações Art. 27. O divórcio não modificará os direitos
alimentícias, de qualquer natureza, serão cor- e deveres dos pais em relação aos filhos.
rigidas monetariamente na forma dos índices Parágrafo único. O novo casamento de
de atualização das Obrigações Reajustáveis do qualquer dos pais ou de ambos também não
Tesouro Nacional – ORTN. importará restrição a esses direitos e deveres.
Parágrafo único. No caso do não pagamento
das referidas prestações no vencimento, o deve- Art. 28. Os alimentos devidos pelos pais e
dor responderá, ainda, por custas e honorários fixados na sentença de separação poderão ser
de advogado apurados simultaneamente. alterados a qualquer tempo.
8o), será decretada por sentença, da qual não restabelecer a união conjugal só poderão fazê-lo
constará referência à causa que a determinou.2 mediante novo casamento.
2
Lei no 8.408/1992. Ver Código Civil de 1916 – art. 231, no III.
3
195
CAPÍTULO III – Do Processo Art. 38. (Revogado)5
descumprida.
Lei no 7.841/1989.
5
196 4
Lei n 7.841/1989.
o
Lei no 7.841/1989.
6
Art. 43. Se, na sentença do desquite, não de seu cônjuge, requerer ao juiz, no ato
tiver sido homologada ou decidida a partilha de entrega do decreto de naturalização, se
dos bens, ou quando esta não tenha sido feita apostile ao mesmo a adoção do regime de
posteriormente, a decisão de conversão disporá comunhão parcial de bens, respeitados os
sobre ela. direitos de terceiros e dada esta adoção ao
competente registro.
Art. 44. Contar-se-á o prazo de separação § 6o O divórcio realizado no estrangeiro, se
judicial a partir da data em que, por decisão ju- um ou ambos os cônjuges forem brasileiros,
dicial proferida em qualquer processo, mesmo só será reconhecido no Brasil depois de três
nos de jurisdição voluntária, for determinada anos da data da sentença, salvo se houver
ou presumida a separação dos cônjuges. sido antecedida de separarão judicial por
igual prazo, caso em que a homologação
Art. 45. Quando o casamento se seguir a uma produzirá efeito imediato, obedecidas as
comunhão de vida entre os nubentes, existentes condições estabelecidas para a eficácia das
antes de 28 de junho de 1977, que haja perdu- sentenças estrangeiras no País. O Supremo
rado por 10 (dez) anos consecutivos ou da qual Tribunal Federal, na forma de seu regimento
tenha resultado filhos, o regime matrimonial de interno, poderá reexaminar, a requerimento
bens será estabelecido livremente, não se lhe do interessado, decisões já proferidas em pe-
aplicando o disposto no artigo 258, parágrafo didos de homologação de sentenças estran-
único, no II, do Código Civil. geiras de divórcio de brasileiros, a fim de que
passem a produzir todos os efeitos legais.”
Art. 46. Seja qual for a causa da separação
judicial, e o modo como esta se faça, é permi- Art. 50. São introduzidas no Código Civil as
tido aos cônjuges restabelecer a todo o tempo alterações seguintes:
a sociedade conjugal, nos termos sem que fora 1) “Art. 12. �������������������������������������������������������
constituída, contanto que o façam mediante I – os nascimentos, casamentos, separações
requerimento nos autos da ação de separação. judiciais, divórcios e óbitos.”
Parágrafo único. A reconciliação em nada 2) “Art. 180. ����������������������������������������������������
prejudicará os direitos de terceiros, adquiridos V – certidão de óbito do cônjuge falecido,
antes e durante a separação, seja qual for o da anulação do casamento anterior ou do
regime de bens. registro da sentença de divórcio.”
3) “Art. 186. Discordando eles entre si,
Art. 47. Se os autos do desquite ou os da se- prevalecerá a vontade paterna, ou, sendo o
paração judicial tiverem sido extraviados, ou casal separado, divorciado ou tiver sido o seu
se encontrarem em outra circunscrição judici- casamento anulado, a vontade do cônjuge,
ária, o pedido de conversão em divórcio será com quem estiverem os filhos.”
instruído com a certidão da sentença, ou da sua 4) “Art. 195. ����������������������������������������������������
averbação no assento de casamento. VII – o regime do casamento, com a decla-
ração data e do cartório em cujas notas foi
Art. 48. Aplica-se o disposto no artigo ante- passada a escritura antenupcial, quando o
rior, quando a mulher desquitada tiver domicí- regime não for o de comunhão parcial, ou
lio diverso daquele em que se julgou o desquite. o legal estabelecido no Titulo IIl deste livro,
para outros casamentos.”
Art. 49. Os §§ 5o e 6o do art. 7o da Lei de Intro- 5) “Art. 240. A mulher, com o casamento, as-
Normas correlatas
dução ao Código Civil passam a vigorar com a sume a condição de companheira, consorte
seguinte redação: e colaboradora do marido nos encargos de
“Art. 7o ����������������������������������������������������������� família, cumprindo-lhe velar pela direção
��������������������������������������������������������������������������� material e moral desta.
§ 5o O estrangeiro casado, que se naturalizar Parágrafo único. A mulher poderá acrescer
brasileiro, pode, mediante expressa anuência ao seus os apelidos do marido.” 197
6) “Art. 248. ���������������������������������������������������� 4) “Art. 9o O filho havido fora do casamento e
��������������������������������������������������������������������������� reconhecido pode ser privado da herança nos
VIII – propor a separação judicial e o casos dos arts. 1.595 e 1.744 do Código Civil.”
divórcio.”
7) “Art. 258. Não havendo convenção, ou Art. 52. O no I do art. 100, o no II do art. 155 e
sendo nula, vigorará, quanto aos bens entre o § 2o do art. 733 do Código de Processo Civil
os cônjuges, o regime de comunhão parcial.” passam a vigorar com a seguinte redação:
8) “Art. 267. ���������������������������������������������������� “Art. 100. �������������������������������������������������������
��������������������������������������������������������������������������� I – da residência da mulher, para a ação de
III – pela separação judicial; separação dos cônjuges e a conversão desta
IV – pelo divórcio.” em divórcio, e para a anulação de casamento.
9) “Art. 1.611. A falta de descendentes ou as- Art. 155. ���������������������������������������������������������
cedentes será deferida a sucessão ao cônjuge ���������������������������������������������������������������������������
sobrevivente se, ao tempo da morte do outro, II – que dizem respeito a casamento, filiação,
não estava dissolvida a sociedade conjugal.” separação dos cônjuges, conversão desta em
divórcio, alimentos e guarda de menores.”
Art. 51. A Lei no 883, de 21 de outubro de “Art. 733. �������������������������������������������������������
1949, passa a vigorar com as seguintes alte- ���������������������������������������������������������������������������
rações: § 2o O cumprimento da pena não exime
1) “Art. 1o �������������������������������������������������������� o devedor do pagamento das prestações
Parágrafo único. Ainda na vigência do vencidas e vincendas.”
casamento qualquer dos cônjuges poderá
reconhecer o filho havido fora do matrimô- Art. 53. A presente Lei entrará em vigor na
nio, em testamento cerrado, aprovado antes data de sua publicação.
ou depois do nascimento do filho, e, nessa
parte, irrevogável.” Art. 54. Revogam-se os arts. 315 a 328 e o
2) Art. 2o Qualquer que seja a natureza da § 1o do art. 1.605 do Código Civil e as demais
filiação, o direito à herança será reconhecido disposições em contrário.
em igualdade de condições
3) “Art. 4o �������������������������������������������������������� Brasília, em 26 de dezembro de 1977; 156o da
Parágrafo único. Dissolvida a sociedade Independência e 89o da República.
conjugal do que foi condenado a prestar ali-
mentos, quem os obteve não precisa propor ERNESTO GEISEL – Armando Falcão
ação de investigação para ser reconhecido,
cabendo, porém, aos interessados o direito Promulgada em 26/12/1977 e publicada no DOU
de impugnar a filiação.” de 27/12/1977.
Mulher
198
Lei no 6.202/1975
Atribui à estudante em estado de gestação o regime de exercícios domiciliares instituído pelo Decreto-
Lei no 1.044, de 1969, e dá outras providências.
Normas correlatas
199
Lei no 6.136/1974
Inclui o salário-maternidade entre as prestações da Previdência Social.
1
Lei no 6.332/1976.
200
Lei no 6.015/1973
Dispõe sobre os registros públicos, e dá outras providências.
Normas correlatas
2
Lei no 6.941/1981.
1
Leis n 13.112/2015 e 6.216/1975.
os 3
Lei no 6.941/1981.
201
Lei no 5.809/1972
Dispõe sobre a retribuição e direitos do pessoal civil e militar em serviço da União no exterior, e dá
outras providências.
recebida pelo servidor à razão de:1 no País, neles não devendo ser computadas as
somas recebidas, a qualquer Título, quando em
202 1
Ver Decreto no 72.288/1973. serviço no exterior.
§ 1o As contribuições para benefício de EMÍLIO G. MÉDICI – Alfredo Buzaid –
família continuarão a ser calculadas de acordo Adalberto de Barros Nunes – Orlando Geisel –
com a legislação específica, considerando-se, Mário Gibson Barboza – Antônio Delfim Netto
para esse fim, os valores dos descontos efetu- – Mário David Andreazza – L. F. Cirne Lima –
ados no País. Jarbas G. Passarinho – Júlio Barata – J. Araripe
�������������������������������������������������������������������������������� Macêdo – Walter Joaquim dos Santos – Marcus
Vinicius Pratini de Moraes – Antônio Dias Leite
Art. 53. Esta lei entra em vigor em 1o de janeiro Júnior – João Paulo dos Reis Velloso – José Costa
de 1973. Cavalcanti – Hygino C. Corsetti
Normas correlatas
203
Lei no 5.478/1968
Dispõe sobre ação de alimentos e dá outras providências.
Art. 1o A ação de alimentos é de rito especial, Art. 3o O pedido será apresentado por escrito,
independente de prévia distribuição e de ante- em 3 (três) vias, e deverá conter a indicação do
rior concessão do benefício de gratuidade. juiz a quem for dirigido, os elementos referidos
§ 1o A distribuição será determinada poste- no artigo anterior e um histórico sumário dos
riormente por ofício do juízo, inclusive para o fatos.
fim de registro do feito. § 1o Se houver sido designado pelo juiz
§ 2o A parte que não estiver em condições defensor para assistir o solicitante, na forma
de pagar as custas do processo, sem prejuízo do prevista no art. 2o, formulará o designado,
sustento próprio ou de sua família, gozará do dentro de 24 (vinte e quatro) horas da nome-
benefício da gratuidade, por simples afirmativa ação, o pedido, por escrito, podendo, se achar
dessas condições perante o juiz, sob pena de conveniente, indicar seja a solicitação verbal
pagamento até o décuplo das custas judiciais. reduzida a termo.
§ 3o Presume-se pobre, até prova em con- § 2o O termo previsto no parágrafo anterior
trário, quem afirmar essa condição, nos termos será em 3 (três) vias, datadas e assinadas pelo
desta Lei. escrivão, observado, no que couber, o disposto
§ 4o A impugnação do direito à gratuidade no caput do presente artigo.
não suspende o curso do processo de alimentos
e será feita em autos apartados. Art. 4o As despachar o pedido, o juiz fixará
desde logo alimentos provisórios a serem pagos
Art. 2o O credor, pessoalmente, ou por in- pelo devedor, salvo se o credor expressamente
termédio de advogado, dirigir-se-á ao juiz declarar que deles não necessita.
competente, qualificando-se, e exporá suas Parágrafo único. Se se tratar de alimentos
necessidades, provando, apenas o parentesco ou provisórios pedidos pelo cônjuge, casado pelo
a obrigação de alimentar do devedor, indicando regime da comunhão universal de bens, o juiz
seu nome e sobrenome, residência ou local de determinará igualmente que seja entregue ao
trabalho, profissão e naturalidade, quanto ganha credor, mensalmente, parte da renda líquida
aproximadamente ou os recursos de que dispõe. dos bens comuns, administrados pelo devedor.
§ 1o Dispensar-se-á a produção inicial de
documentos probatórios; Art. 5o O escrivão, dentro de 48 (quarenta e
I – quando existente em notas, registros, oito) horas, remeterá ao devedor a segunda via
repartições ou estabelecimentos públicos e da petição ou do termo, juntamente com a cópia
ocorrer impedimento ou demora em extrair do despacho do juiz, e a comunicação do dia e
certidões. hora da realização da audiência de conciliação
II – quando estiverem em poder do obrigado, e julgamento.1
as prestações alimentícias ou de terceiro resi- § 1o Na designação da audiência, o juiz
Mulher
dente em lugar incerto ou não sabido. fixará o prazo razoável que possibilite ao réu a
§ 2o Os documentos públicos ficam isentos
204 de reconhecimento de firma. Lei no 6.014/1973.
1
contestação da ação proposta e a eventualidade Art. 9o Aberta a audiência, lida a petição ou o
de citação por edital. termo, e a resposta, se houver, ou dispensada
§ 2o A comunicação, que será feita mediante a leitura, o juiz ouvirá as partes litigantes e o
registro postal isento de taxas e com aviso de representante do Ministério Público, propondo
recebimento, importa em citação, para todos conciliação.2
os efeitos legais. § 1o Se houver acordo, lavrar-se-á o res-
§ 3o Se o réu criar embaraços ao recebimen- pectivo termo, que será assinado pelo juiz,
to da citação, ou não for encontrado, repetir- escrivão, partes e representantes do Ministério
-se-á a diligência por intermédio do oficial de Público.
justiça, servindo de mandado a terceira via da § 2o Não havendo acordo, o juiz tomará o
petição ou do termo. depoimento pessoal das partes e das testemu-
§ 4o Impossibilitada a citação do réu por nhas, ouvidos os peritos se houver, podendo
qualquer dos modos acima previstos, será ele julgar o feito sem a mencionada produção de
citado por edital afixado na sede do juízo e provas, se as partes concordarem.
publicado 3 (três) vezes consecutivas no órgão
oficial do Estado, correndo a despesa por conta Art. 10. A audiência de julgamento será con-
do vencido, a final, sendo previamente a conta tínua; mas, se não for possível, por motivo de
juntada aos autos. força maior, concluí-la no mesmo dia, o juiz
§ 5o O edital deverá conter um resumo do marcará a sua continuação para o primeiro
pedido inicial, a íntegra do despacho nele exa- dia desimpedido, independentemente de novas
rado, a data e a hora da audiência. intimações.
§ 6o O autor será notificado da data e hora
da audiência no ato de recebimento da petição, Art. 11. Terminada a instrução, poderão as
ou da lavratura do termo. partes e o Ministério Público aduzir alegações
§ 7o O juiz, ao marcar a audiência, oficiará finais, em prazo não excedente de 10 (dez)
ao empregador do réu, ou, se o mesmo for minutos para cada um.
funcionário público, ao responsável por sua Parágrafo único. Em seguida, o juiz reno-
repartição, solicitando o envio, no máximo vará a proposta de conciliação e, não sendo
até a data marcada para a audiência, de in- aceita, ditará sua sentença, que conterá sucinto
formações sobre o salário ou os vencimentos relatório do ocorrido na audiência.
do devedor, sob as penas previstas no art. 22
desta Lei. Art. 12. Da sentença serão as partes intimadas,
§ 8o A citação do réu, mesmo no caso dos pessoalmente ou através de seus representantes,
artigos 200 e 201 do Código de Processo Civil, na própria audiência, ainda quando ausentes,
far-se-á na forma do § 2o do artigo 5o desta Lei. desde que intimadas de sua realização.
Art. 6o Na audiência de conciliação e julga- Art. 13. O disposto nesta Lei aplica-se igual-
mento deverão estar presentes autor e réu, mente, no que couber, às ações ordinárias de
independentemente de intimação e de compa- desquite, nulidade e anulação de casamento, à
recimento de seus representantes. revisão de sentenças proferidas em pedidos de
alimentos e respectivas execuções.
Art. 7o O não comparecimento do autor deter- § 1o Os alimentos provisórios fixados na
mina o arquivamento do pedido, e a ausência inicial poderão ser revistos a qualquer tempo, se
do réu importa em revelia, além de confissão houver modificação na situação financeira das
Normas correlatas
5
Lei no 6.014/1973. no art. 178, § 10, inciso I, do Código Civil só
6
Lei no 6.014/1973. alcança as prestações mensais e não o direito a
206
alimentos, que, embora irrenunciável, pode ser Parágrafo único. Nos termos do inciso III,
provisoriamente dispensado. art. 2o, da Convenção Internacional sobre ações
de alimentos, o Governo brasileiro comunicará,
Art. 24. A parte responsável pelo sustento da sem demora, ao Secretário Geral das Nações
família, e que deixar a residência comum por Unidas, o disposto neste artigo.
motivo, que não necessitará declarar, poderá
tomar a iniciativa de comunicar ao juízo os Art. 27. Aplicam-se supletivamente nos pro-
rendimentos de que dispõe e de pedir a citação cessos regulados por esta Lei as disposições do
do credor, para comparecer à audiência de Código de Processo Civil.
conciliação e julgamento destinada à fixação
dos alimento a que está obrigado. Art. 28. Esta Lei entrará em vigor 30 (trinta)
dias depois de sua publicação.
Art. 25. A prestação não pecuniária estabeleci-
da no art. 403 do Código Civil, só pode ser auto- Art. 29. Revogam-se as disposições em con-
rizada pelo juiz se a ela anuir o alimentado capaz. trário.
Art. 26. É competente para as ações de ali- Brasília, 25 de julho de 1968; 147o da Indepen-
mentos decorrentes da aplicação do Decreto dência e 80o da República.
Legislativo no 10, de 13 de novembro de 1958, e
Decreto no 56.826, de 2 de setembro de 1965, o A. COSTA E SILVA – Luís Antônio da Gama
juízo federal da Capital da Unidade Federativa e Silva
Brasileira em que reside o devedor, sendo con-
siderada instituição intermediária, para os fins Promulgada em 25/7/1968, publicada no DOU
dos referidos decretos, a Procuradoria-Geral de 26/7/1968, retificada no DOU de 14/8/1968 e
da República. republicada no DOU de 8/4/1974.
Normas correlatas
207
Lei no 1.110/1950
Regula o reconhecimento dos efeitos civis ao casamento religioso.
Art. 2o Terminada a habilitação para o casa- Art. 5o Processada a habilitação dos reque-
mento perante o oficial do registro civil (Có- rentes e publicados os editais, na forma do
digo Civil artigos 180 a 182 e seu parágrafo) disposto no Código Civil, o oficial do registro
é facultado aos nubentes, para se casarem certificará que está findo o processo de ha-
perante a autoridade civil ou ministro religioso, bilitação sem nada que impeça o registro do
requerer a certidão de que estão habilitados na casamento religioso já realizado.
forma da lei civil, deixando-a abrigatoriamente
em poder da autoridade celebrante, para ser Art. 6o No mesmo dia, o juiz ordenará a ins-
arquivada. crição do casamento religioso de acordo com a
prova do ato religioso e os dados constantes do
Art. 3o Dentro nos três meses imediatos à processo tendo em vista o disposto no art. 81
entrega da certidão, a que se refere o artigo do Decreto no 4.857, de 9 de novembro de 1938
anterior (Código Civil, art. 181, § 1o), o ce- (Lei dos registros públicos).
lebrante do casamento religioso ou qualquer
interessado poderá requerer a sua inscrição, Disposições Finais
no registro público.
§ 1o A prova do ato do casamento religioso, Art. 7o A inscrição produzirá os efeitos jurí-
subscrita pelo celebrante conterá os requisitos dicos a contar do momento da celebração do
constante dos incisos do art. 81 do Decreto nú- casamento.
mero 4.857, de 9 de novembro de 1939, exceto
o de número 5 (Lei dos registros públicos). Art. 8o A inscrição no Registro Civil revalida
§ 2o O oficial de registro civil anotará a os atos praticados com omissão de qualquer
entrada no prazo do requerimento e, dentro das formalidades exigidas, ressalvado o dis-
em vinte e quatro horas, fará a inscrição. posto nos artigos 207 e 209 do Código Civil.
Normas correlatas
209
Lei no 1.060/1950
Estabelece normas para a concessão de assistência judiciária aos necessitados.
2
L ei C omplementar n o 132/2009; e L eis Leis nos 7.510/1986 e 6.654/1979.
3
210
indique, no prazo de dois dias úteis o advogado diciária, que se não transmitem ao cessionário
que patrocinará a causa do necessitado. de direito e se extinguem pela morte do bene-
§ 2o Se no Estado não houver serviço de ficiário, podendo, entretanto, ser concedidos
assistência judiciária, por ele mantido, caberá aos herdeiros que continuarem a demanda
a indicação à Ordem dos Advogados, por suas e que necessitarem de tais favores, na forma
Seções Estaduais, ou Subseções Municipais. estabelecida nesta Lei.
§ 3o Nos municípios em que não existirem
subseções da Ordem dos Advogados do Brasil. Art. 11. Os honorários de advogados e peritos,
o próprio juiz fará a nomeação do advogado que as custas do processo, as taxas e selos judiciários
patrocinará a causa do necessitado. serão pagos pelo vencido, quando o beneficiário
§ 4o Será preferido para a defesa da causa de assistência for vencedor na causa.
o advogado que o interessado indicar e que § 1o Os honorários do advogado serão arbi-
declare aceitar o encargo. trados pelo juiz até o máximo de 15% (quinze
§ 5o Nos Estados onde a Assistência Judiciá- por cento) sobre o líquido apurado na execução
ria seja organizada e por eles mantida, o Defen- da sentença.
sor Público, ou quem exerça cargo equivalente, § 2o A parte vencida poderá acionar a ven-
será intimado pessoalmente de todos os atos do cedora para reaver as despesas do processo,
processo, em ambas as Instâncias, contando-se- inclusive honorários do advogado, desde que
-lhes em dobro todos os prazos. prove ter a última perdido a condição legal de
necessitada.
Art. 6o O pedido, quando formulado no curso
da ação, não a suspenderá, podendo o juiz, em Art. 12. A parte beneficiada pelo isenção do
face das provas, conceder ou denegar de plano pagamento das custas ficará obrigada a pagá-
o benefício de assistência. A petição, neste caso, -las, desde que possa fazê-lo, sem prejuízo do
será autuada em separado, apensando-se os sustento próprio ou da família, se dentro de
respectivos autos aos da causa principal, depois cinco anos, a contar da sentença final, o assistido
de resolvido o incidente. não puder satisfazer tal pagamento, a obrigação
ficará prescrita.
Art. 7o A parte contrária poderá, em qualquer
fase da lide, requerer a revogação dos benefícios Art. 13. Se o assistido puder atender, em parte,
de assistência, desde que prove a inexistência as despesas do processo, o juiz mandará pagar as
ou o desaparecimento dos requisitos essenciais custas que serão rateadas entre os que tiverem
à sua concessão. direito ao seu recebimento.
Parágrafo único. Tal requerimento não sus-
penderá o curso da ação e se processará pela for- Art. 14. Os profissionais liberais designados
ma estabelecida no final do artigo 6o desta Lei. para o desempenho do encargo de defensor ou
de perito, conforme o caso, salvo justo motivo
Art. 8o Ocorrendo as circunstâncias mencio- previsto em lei ou, na sua omissão, a critério da
nadas no artigo anterior, poderá o juiz, ex officio, autoridade judiciária competente, são obrigados
decretar a revogação dos benefícios, ouvida a ao respectivo cumprimento, sob pena de multa
parte interessada dentro de quarenta e oito horas de Cr$ 1.000,00 (mil cruzeiros) a Cr$ 10.000,00
improrrogáveis. (dez mil cruzeiros), sujeita ao reajustamento es-
tabelecido na Lei no 6.205, de 29 de abril de 1975,
Art. 9o Os benefícios da assistência judiciária sem prejuízo de sanção disciplinar cabível.5
Normas correlatas
compreendem todos os atos do processo até § 1o Na falta de indicação pela assistência ou
decisão final do litígio, em todas as instâncias. pela própria parte, o juiz solicitará a do órgão
de classe respectivo.
Art. 10. São individuais e concedidos em cada
caso ocorrente os benefícios de assistência ju- Lei no 6.465/1977.
5
211
§ 2o A multa prevista neste artigo reverterá da lei, de prestação de assistência judiciária
em benefício do profissional que assumir o gratuita, ressalvados:
encargo na causa. a) os atos previstos no art. 38 do Código de
Processo Civil;
Art. 15. São motivos para a recusa do mandato b) o requerimento de abertura de inquérito
pelo advogado designado ou nomeado: por crime de ação privada, a proposição de ação
§ 1o – estar impedido de exercer a advo- penal privada ou o oferecimento de represen-
cacia; tação por crime de ação pública condicionada.
§ 2o – ser procurador constituído pela parte
contrária ou ter com ela relações profissionais Art. 17. Caberá apelação das decisões profe-
de interesse atual; ridas em consequência da aplicação desta Lei;
§ 3o – ter necessidade de se ausentar da sede a apelação será recebida somente no efeito de-
do juízo para atender a outro mandato anterior- volutivo quando a sentença conceder o pedido.7
mente outorgado ou para defender interesses
próprios inadiáveis; Art. 18. Os acadêmicos de direito, a partir da
§ 4o – já haver manifestado por escrito sua 4a série, poderão ser indicados pela assistência
opinião contrária ao direito que o necessitado judiciária, ou nomeados pelo juiz para auxiliar o
pretende pleitear; patrocínio das causas dos necessitados, ficando
§ 5o – haver dada à parte contrária parecer sujeitos às mesmas obrigações impostas por
escrito sobre a contenda. esta Lei aos advogados.
Parágrafo único. A recusa será solicitada ao
juiz, que, de plano, a concederá, temporária ou Art. 19. Esta Lei entrará em vigor trinta dias
definitivamente, ou a denegará. depois da sua publicação no Diário Oficial da
União, revogadas as disposições em contrário.
Art. 16. Se o advogado, ao comparecer em
juízo, não exibir o instrumento do mandato Rio de Janeiro, 5 de fevereiro de 1950; 129o da
outorgado pelo assistido, o juiz determinará Independência e 62o da República.
que se exarem na ata da audiência os termos
da referida outorga.6 EURICO G. DUTRA – Adroaldo Mesquita da
Parágrafo único. O instrumento de mandato Costa
não será exigido, quando a parte for represen-
tada em juízo por advogado integrante de en- Promulgada em 5/2/1950 e publicada no DOU de
tidade de direito público incumbido na forma 13/2/1950.
Mulher
6
Lei no 6.248/1975. Lei no 6.014/1973.
7
212
Decreto-Lei no 546/1969
Dispõe sobre o trabalho noturno em estabelecimentos bancários, nas atividades que especifica.
Normas correlatas
213
Decreto de 30 de março de 2015
Convoca a 4a Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres.
216
Decreto no 7.958/2013
Estabelece diretrizes para o atendimento às vítimas de violência sexual pelos profissionais de segurança
pública e da rede de atendimento do Sistema Único de Saúde.
217
f) identificação dos profissionais que aten- b) profissionais e gestores de saúde do SUS
deram a vítima; para atendimento humanizado de vítimas de
III – preenchimento do Termo de Relato violência sexual, no tocante à coleta, guarda
Circunstanciado e Termo de Consentimento e transporte dos vestígios coletados no exame
Informado, assinado pela vítima ou respon- clínico e o posterior encaminhamento do ma-
sável legal; terial coletado para a perícia oficial; e
IV – coleta de vestígios para, assegurada a c) profissionais de segurança pública, em
cadeia de custódia, encaminhamento à perícia especial os que atuam nas delegacias especia-
oficial, com a cópia do Termo de Consentimen- lizadas no atendimento a mulher, crianças e
to Informado; adolescentes, para atendimento humanizado e
V – assistência farmacêutica e de outros encaminhamento das vítimas aos serviços de
insumos e acompanhamento multiprofissional, referência e a unidades do sistema de garantia
de acordo com a necessidade; de direitos.
VI – preenchimento da Ficha de Notificação
Compulsória de violência doméstica, sexual e Art. 6o Ao Ministério da Saúde compete:
outras violências; e I – apoiar a estruturação e as ações para o
VII – orientação à vítima ou ao seu responsá- atendimento humanizado às vítimas de violên-
vel a respeito de seus direitos e sobre a existên- cia sexual no âmbito da rede do SUS;
cia de serviços de referência para atendimento II – capacitar os profissionais e gestores de
às vítimas de violência sexual. saúde do SUS para atendimento humanizado; e
§ 1o A coleta, identificação, descrição e III – realizar ações de educação permanente
guarda dos vestígios de que tratam as alíneas “e” em saúde dirigidas a profissionais, gestores de
e “f ” do inciso II e o inciso IV do caput obser- saúde e população em geral sobre prevenção da
varão regras e diretrizes técnicas estabelecidas violência sexual, organização e humanização
pelo Ministério da Justiça e pelo Ministério do atendimento às vítimas de violência sexual.
da Saúde.
§ 2o A rede de atendimento ao SUS deve Art. 7o Este Decreto entra em vigor na data
garantir a idoneidade e o rastreamento dos de sua publicação.
vestígios coletados.
Brasília, 13 de março de 2013; 192o da Indepen-
Art. 5 Ao Ministério da Justiça compete:
o
dência e 125o da República.
I – apoiar a criação de ambiente humanizado
para atendimento de vítimas de violência sexual DILMA ROUSSEFF – José Eduardo Cardozo
nos órgãos de perícia médico-legal; e – Alexandre Rocha Santos Padilha – Eleonora
II – promover capacitação de: Menicucci de Oliveira
a) peritos médicos-legistas para atendi-
mento humanizado na coleta de vestígios em Decretado em 13/3/2013 e publicado no DOU de
vítimas de violência sexual; 14/3/2013.
Mulher
218
Decreto no 7.901/2013
Institui a Coordenação Tripartite da Política Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e o
Comitê Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas – CONATRAP.
reitos Humanos da Presidência da República; e lares referidos nos incisos II, III e IV do § 1o e
IV – um representante do Ministério de seus suplentes deverá atender à proporção de
220 Desenvolvimento Social e Combate à Fome. cinquenta por cento de representantes gover-
namentais e cinquenta por cento de represen- trabalhos e o funcionamento dos colegiados
tantes da sociedade civil, observada a paridade instituídos por este Decreto.
da composição do CONATRAP, na forma do
regimento interno. Art. 9o Este Decreto entra em vigor na data
§ 6o O mandato dos integrantes do CONA- de sua publicação.
TRAP referidos nos incisos I, II, III e IV do
§ 1o será de dois anos, admitida apenas uma Art. 10. Ficam revogados os arts. 2o a 9o do
recondução, por igual período. Decreto no 5.948, de 26 de outubro de 2006.
§ 7o Poderão ser convidados a participar
das reuniões do CONATRAP especialistas e Brasília, 4 de fevereiro de 2013; 192o da Inde-
representantes de outros órgãos ou entidades pendência e 125o da República.
públicas e privadas, com atribuições relacio-
nadas ao enfrentamento ao tráfico de pessoas. DILMA ROUSSEFF – José Eduardo Cardozo –
Carlos Daudt Brizola – Alexandre Rocha Santos
Art. 7o A participação nos colegiados instituí- Padilha – Tereza Campello – Gastão Vieira –
dos por este Decreto será considerada prestação Luiza Helena de Bairros – Eleonora Menicucci
de serviço público relevante, não remunerada. de Oliveira – Maria do Rosário Nunes
Normas correlatas
221
Decreto no 7.508/2011
Regulamenta a Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, para dispor sobre a organização do Sistema
Único de Saúde – SUS, o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação interfederativa,
e dá outras providências.
223
Decreto no 7.052/2009
Regulamenta a Lei no 11.770, de 9 de setembro de 2008, que cria o Programa Empresa Cidadã,
destinado à prorrogação da licença-maternidade, no tocante a empregadas de pessoas jurídicas.
Normas correlatas
225
Decreto no 6.690/2008
Institui o Programa de Prorrogação da Licença à Gestante e à Adotante, estabelece os critérios de
adesão ao Programa e dá outras providências.
b) trinta dias, no caso de criança de mais de pelos dias correspondentes à prorrogação,
um e menos de quatro anos de idade; e conforme o caso.
226
Art. 6o O Ministério do Planejamento, Or- LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA – André
çamento e Gestão poderá expedir normas Peixoto Figueiredo Lima – José Gomes Temporão
complementares para execução deste Decreto. – Paulo Bernardo Silva.
Art. 7o Este Decreto entra em vigor na data Decretado em 11/12/2008 e publicado no DOU de
de sua publicação. 12/12/2008.
Normas correlatas
227
Decreto no 6.412/2008
Dispõe sobre a composição, estruturação, competências e funcionamento do Conselho Nacional dos
Direitos da Mulher – CNDM, e dá outras providências.
1
Decreto no 8.202/2014. e estabelecimento de estratégias comuns de
2
Decreto no 8.202/2014. implementação de ações para a igualdade e
228
equidade de gênero e fortalecimento do pro- IV – uma conselheira emérita.
cesso de controle social. § 1o As integrantes a que se refere o inciso
II serão substituídas por sete suplentes, a serem
definidas no processo seletivo.
CAPÍTULO II – Da Composição e do § 2o O processo seletivo referido no inciso
Funcionamento do CNDM II será aberto a todas as entidades que tenham
objeto relacionado a políticas de igualdade de
Art. 3o O CNDM é constituído por quarenta gênero, devendo as vagas serem preenchidas a
e um integrantes titulares, designados pela partir de critérios objetivos previamente defi-
Ministra de Estado Chefe da Secretaria de Po- nidos em edital expedido pelo CNDM.
líticas para as Mulheres, observada a seguinte § 3o As integrantes a que se referem os in-
composição:3 cisos III e IV do caput, titulares exclusivas de
I – dezesseis representantes do Poder Públi- seus mandatos, serão indicadas pelo plenário
co Federal, sendo um de cada órgão a seguir do CNDM.
descrito, indicados, com os respectivos suplen- § 4o A participação no CNDM será consi-
tes, pelos seus dirigentes máximos: derada prestação de serviço público relevante,
a) Secretaria de Políticas para as Mulheres não remunerada.
da Presidência da República, que o presidirá;
b) Ministério do Planejamento, Orçamento Art. 4o O mandato dos integrantes do CNDM
e Gestão; será de três anos.4
c) Ministério da Saúde;
d) Ministério da Educação;
e) Ministério do Trabalho e Emprego; CAPÍTULO III – Das Atribuições da
f) Ministério da Justiça; Presidente do CNDM
g) Ministério do Desenvolvimento Agrário;
h) Ministério da Cultura; Art. 5 o São atribuições da Presidente do
i) Ministério do Desenvolvimento Social e CNDM:
Combate à Fome; I – convocar e presidir as reuniões do co-
j) Ministério da Ciência e Tecnologia; legiado;
j) Ministério da Ciência e Tecnologia e II – solicitar ao CNDM a elaboração de
Inovação; estudos, informações e posicionamento sobre
l) Ministério das Relações Exteriores; temas de relevante interesse público;
m) Ministério do Meio Ambiente; III – firmar as atas das reuniões do CNDM; e
n) Secretaria-Geral da Presidência da Re- IV – constituir e organizar o funcionamento
pública; de grupos temáticos e de comissões e convocar
o) Casa Civil da Presidência da República; as respectivas reuniões.
p) Secretaria de Políticas de Promoção da
Igualdade Racial da Presidência da República; e
q) Secretaria de Direitos Humanos da Pre- CAPÍTULO IV – Das Disposições Gerais
sidência da República;
II – vinte e uma representantes de entidades Art. 6o Fica facultado ao CNDM promover a
da sociedade civil, indicadas pelas entidades realização de seminários ou encontros regio-
escolhidas em processo seletivo; nais sobre temas constitutivos de sua agenda e
III – três mulheres com notório conheci- acompanhar a execução de convênios firmados
Normas correlatas
mento das questões de gênero e atuação na pela Secretaria de Políticas para as Mulheres da
luta pela promoção e defesa dos direitos das Presidência da República.5
mulheres; e
4
Decreto no 8.202/2014.
3
Decreto n 8.202/2014.
o 5
Decreto no 8.202/2014.
229
Art. 7o O CNDM formalizará suas delibera- e financeiros consignados no orçamento da
ções por meio de resoluções, as quais serão Secretaria de Políticas para as Mulheres da
publicadas no Diário Oficial da União. Presidência da República.7
Art. 9o O apoio administrativo e os meios ne- Brasília, 25 de março de 2008; 187o da Indepen-
cessários à execução dos trabalhos do CNDM, dência e l20o da República.
dos grupos temáticos e das comissões serão
prestados pela Secretaria de Políticas para as LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA – Dilma
Mulheres da Presidência da República.6 Rousseff
6
Decreto no 8.202/2014. Decreto no 8.202/2014.
7
230
Decreto no 6.307/2007
Dispõe sobre os benefícios eventuais de que trata o art. 22 da Lei no 8.742, de 7 de dezembro de 1993.
232
Decreto no 5.948/2006
Aprova a Política Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e institui Grupo de Trabalho
Interministerial com o objetivo de elaborar proposta do Plano Nacional de Enfrentamento ao Tráfico
de Pessoas – PNETP.
Decreto no 7.901/2013.
1
Anexo
233
§ 1o O termo “crianças” descrito no caput III – proteção e assistência integral às víti-
deve ser entendido como “criança e adolescen- mas diretas e indiretas, independentemente de
te”, de acordo com a Lei no 8.069, de 13 de julho nacionalidade e de colaboração em processos
de 1990, Estatuto da Criança e do Adolescente. judiciais;
§ 2o O termo “rapto” descrito no caput deste IV – promoção e garantia da cidadania e dos
artigo deve ser entendido como a conduta defi- direitos humanos;
nida no art. 148 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 V – respeito a tratados e convenções inter-
de dezembro de 1940, Código Penal Brasileiro, nacionais de direitos humanos;
referente ao sequestro e cárcere privado. VI – universalidade, indivisibilidade e inter-
§ 3o A expressão “escravatura ou práticas dependência dos direitos humanos; e
similares à escravatura” deve ser entendida VII – transversalidade das dimensões de
como: gênero, orientação sexual, origem étnica ou
I – a conduta definida no art. 149 do Decre- social, procedência, raça e faixa etária nas
to-Lei no 2.848, de 1940, referente à redução à políticas públicas.
condição análoga a de escravo; e Parágrafo único. A Política Nacional de
II – a prática definida no art. 1o da Conven- Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas observará
ção Suplementar sobre a Abolição da Escrava- os princípios da proteção integral da criança e
tura, do Tráfico de Escravos e das Instituições do adolescente.
e Práticas Análogas à Escravatura, como sendo
o casamento servil.
§ 4o A intermediação, promoção ou fa- SEÇÃO II – Diretrizes Gerais
cilitação do recrutamento, do transporte, da
transferência, do alojamento ou do acolhimento Art. 4o São diretrizes gerais da Política Nacio-
de pessoas para fins de exploração também nal de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas:
configura tráfico de pessoas. I – fortalecimento do pacto federativo, por
§ 5o O tráfico interno de pessoas é aquele re- meio da atuação conjunta e articulada de todas
alizado dentro de um mesmo Estado-membro as esferas de governo na prevenção e repressão
da Federação, ou de um Estado-membro para ao tráfico de pessoas, bem como no atendimen-
outro, dentro do território nacional. to e reinserção social das vítimas;
§ 6o O tráfico internacional de pessoas é II – fomento à cooperação internacional
aquele realizado entre Estados distintos. bilateral ou multilateral;
§ 7o O consentimento dado pela vítima é III – articulação com organizações não
irrelevante para a configuração do tráfico de governamentais, nacionais e internacionais;
pessoas. IV – estruturação de rede de enfrentamento
ao tráfico de pessoas, envolvendo todas as es-
feras de governo e organizações da sociedade
CAPÍTULO II – Princípios e Diretrizes civil;
SEÇÃO I – Princípios V – fortalecimento da atuação nas regiões
de fronteira, em portos, aeroportos, rodovias,
Art. 3o São princípios norteadores da Políti- estações rodoviárias e ferroviárias, e demais
ca Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de áreas de incidência;
Pessoas: VII – verificação da condição de vítima e
I – respeito à dignidade da pessoa humana; respectiva proteção e atendimento, no exterior
II – não discriminação por motivo de e em território nacional, bem como sua rein-
gênero, orientação sexual, origem étnica ou serção social;
social, procedência, nacionalidade, atuação VIII – incentivo e realização de pesquisas,
profissional, raça, religião, faixa etária, situação considerando as diversidades regionais, orga-
Mulher
234
IX – incentivo à formação e à capacitação de I – cooperação entre órgãos policiais nacio-
profissionais para a prevenção e repressão ao nais e internacionais;
tráfico de pessoas, bem como para a verificação II – cooperação jurídica internacional;
da condição de vítima e para o atendimento e III – sigilo dos procedimentos judiciais e
reinserção social das vítimas; administrativos, nos termos da lei; e
X – harmonização das legislações e proce- IV – integração com políticas e ações de
dimentos administrativos nas esferas federal, repressão e responsabilização dos autores de
estadual e municipal relativas ao tema; crimes correlatos.
XI – incentivo à participação da sociedade
civil em instâncias de controle social das po- Art. 7o São diretrizes específicas de atenção às
líticas públicas na área de enfrentamento ao vítimas do tráfico de pessoas:
tráfico de pessoas; I – proteção e assistência jurídica, social e de
XII – incentivo à participação dos órgãos de saúde às vítimas diretas e indiretas de tráfico
classe e conselhos profissionais na discussão de pessoas;
sobre tráfico de pessoas; e II – assistência consular às vítimas diretas e
XIII – garantia de acesso amplo e adequado indiretas de tráfico de pessoas, independente-
a informações em diferentes mídias e estabe- mente de sua situação migratória e ocupação;
lecimento de canais de diálogo, entre o Estado, III – acolhimento e abrigo provisório das
sociedade e meios de comunicação, referentes vítimas de tráfico de pessoas;
ao enfrentamento ao tráfico de pessoas. IV – reinserção social com a garantia de
acesso à educação, cultura, formação profis-
sional e ao trabalho às vítimas de tráfico de
SEÇÃO III – Diretrizes Específicas pessoas;
V – reinserção familiar e comunitária de
Art. 5o São diretrizes específicas de prevenção crianças e adolescentes vítimas de tráfico de
ao tráfico de pessoas: pessoas;
I – implementação de medidas preventivas VI – atenção às necessidades específicas das
nas políticas públicas, de maneira integrada vítimas, com especial atenção a questões de gê-
e intersetorial, nas áreas de saúde, educação, nero, orientação sexual, origem étnica ou social,
trabalho, segurança, justiça, turismo, assis- procedência, nacionalidade, raça, religião, faixa
tência social, desenvolvimento rural, esportes, etária, situação migratória, atuação profissional
comunicação, cultura, direitos humanos, dentre ou outro status;
outras; VII – proteção da intimidade e da identidade
II – apoio e realização de campanhas socio- das vítimas de tráfico de pessoas; e
educativas e de conscientização nos âmbitos VIII – levantamento, mapeamento, atuali-
internacional, nacional, regional e local, con- zação e divulgação de informações sobre insti-
siderando as diferentes realidades e linguagens; tuições governamentais e não governamentais
III – monitoramento e avaliação de cam- situadas no Brasil e no exterior que prestam
panhas com a participação da sociedade civil; assistência a vítimas de tráfico de pessoas.
IV – apoio à mobilização social e fortaleci-
mento da sociedade civil; e
V – fortalecimento dos projetos já existentes CAPÍTULO III – Ações
e fomento à criação de novos projetos de pre-
venção ao tráfico de pessoas. Art. 8o Na implementação da Política Nacio-
Normas correlatas
235
I – na área de Justiça e Segurança Pública: l) articular os diversos ramos do Ministério
a) proporcionar atendimento inicial hu- Público dos Estados e da União, da Magistratu-
manizado às vítimas de tráfico de pessoas que ra Estadual e Federal e dos órgãos do sistema
retornam ao País na condição de deportadas ou de justiça e segurança pública;
não admitidas nos aeroportos, portos e pontos m) organizar e integrar os bancos de dados
de entrada em vias terrestres; existentes na área de enfrentamento ao tráfico
b) elaborar proposta intergovernamental de pessoas e áreas correlatas;
de aperfeiçoamento da legislação brasileira n) celebrar acordos de cooperação técnica
relativa ao enfrentamento do tráfico de pessoas com entidades públicas e privadas para subsi-
e crimes correlatos; diar a atuação judicial e extrajudicial;
c) fomentar a cooperação entre os órgãos o) incluir o tema de tráfico de pessoas nos
federais, estaduais e municipais ligados à cursos de combate à lavagem de dinheiro, ao
segurança pública para atuação articulada na tráfico de drogas e armas e a outros crimes
prevenção e repressão ao tráfico de pessoas e correlatos;
responsabilização de seus autores; p) desenvolver, em âmbito nacional, meca-
d) propor e incentivar a adoção do tema nismos de prevenção, investigação e repressão
de tráfico de pessoas e direitos humanos nos ao tráfico de pessoas cometido com o uso da
currículos de formação dos profissionais de rede mundial de computadores, e consequente
segurança pública e operadores do Direito, responsabilização de seus autores; e
federais, estaduais e municipais, para capaci- q) incluir a possível relação entre o desapa-
tação, quando do ingresso na instituição e de recimento e o tráfico de pessoas em pesquisas
forma continuada, para o enfrentamento a este e investigações policiais;
tipo de crime; II – na área de Relações Exteriores:
e) fortalecer as rubricas orçamentárias exis- a) propor e elaborar instrumentos de coo-
tentes e criar outras voltadas para a formação peração internacional na área do enfrentamen-
dos profissionais de segurança pública e de to ao tráfico de pessoas;
justiça na área de enfrentamento ao tráfico de b) iniciar processos de ratificação dos ins-
pessoas; trumentos internacionais referentes ao tráfico
f) incluir nas estruturas específicas de inte- de pessoas;
ligência policial a investigação e repressão ao c) inserir no Manual de Serviço Consular e
tráfico de pessoas; Jurídico do Ministério das Relações Exteriores
g) criar, nas Superintendências Regionais do um Capítulo específico de assistência consular
Departamento de Polícia Federal e da Polícia às vítimas de tráfico de pessoas;
Rodoviária Federal, estruturas específicas para d) incluir o tema de tráfico de pessoas nos
o enfrentamento do tráfico de pessoas e outros cursos de remoção oferecidos aos servidores do
crimes contra direitos humanos; Ministério de Relações Exteriores;
h) promover a aproximação dos profis- e) promover a coordenação das políticas
sionais de segurança pública e operadores do referentes ao enfrentamento ao tráfico de
Direito com a sociedade civil; pessoas em fóruns internacionais bilaterais e
i) celebrar acordos de cooperação com multilaterais;
organizações da sociedade civil que atuam na f) propor e apoiar projetos de cooperação
prevenção ao tráfico de pessoas e no atendi- técnica internacional na área de enfrentamento
mento às vítimas; ao tráfico de pessoas;
j) promover e incentivar, de forma perma- g) coordenar e facilitar a participação bra-
nente, cursos de atualização sobre tráfico de sileira em eventos internacionais na área de
pessoas, para membros e servidores dos órgãos enfrentamento ao tráfico de pessoas; e
de justiça e segurança pública, preferencialmen- h) fortalecer os serviços consulares na defe-
Mulher
236
III – na área de Educação: d) apoiar a implementação de programas e
a) celebrar acordos com instituições de projetos de atendimento específicos às vítimas
ensino e pesquisa para o desenvolvimento de de tráfico de pessoas;
estudos e pesquisas relacionados ao tráfico de VI – na área de Promoção da Igualdade
pessoas; Racial:
b) incluir a questão do tráfico de pessoas a) garantir a inserção da perspectiva da
nas ações e resoluções do Fundo Nacional de promoção da igualdade racial nas políticas
Desenvolvimento da Educação do Ministério governamentais de enfrentamento ao tráfico
da Educação (FNDE/MEC); de pessoas;
c) apoiar a implementação de programas b) apoiar as experiências de promoção da
e projetos de prevenção ao tráfico de pessoas igualdade racial empreendidas por Municí-
nas escolas; pios, Estados e organizações da sociedade civil
d) incluir e desenvolver o tema do enfren- voltadas à prevenção ao tráfico de pessoas e
tamento ao tráfico de pessoas nas formações atendimento às vítimas; e
continuadas da comunidade escolar, em espe- c) promover a realização de estudos e pes-
cial os trabalhadores da educação; quisas sobre o perfil das vítimas de tráfico de
e) promover programas intersetoriais de pessoas, com ênfase na população negra e ou-
educação e prevenção ao tráfico de pessoas para tros segmentos étnicos da população brasileira;
todos os atores envolvidos; e VII – na área do Trabalho e Emprego:
f) fomentar a educação em direitos huma- a) orientar os empregadores e entidades
nos com destaque ao enfrentamento ao tráfico sindicais sobre aspectos ligados ao recrutamen-
de pessoas em todas modalidades de ensino, to e deslocamento de trabalhadores de uma
inclusive no ensino superior; localidade para outra;
IV – na área de Saúde: b) fiscalizar o recrutamento e o deslocamen-
a) garantir atenção integral para as vítimas to de trabalhadores para localidade diversa do
de tráfico de pessoas e potencializar os servi- Município ou Estado de origem;
ços existentes no âmbito do Sistema Único de c) promover articulação com entidades
Saúde; profissionalizantes visando capacitar e reinserir
b) acompanhar e sistematizar as notifi- a vítima no mercado de trabalho; e
cações compulsórias relativas ao tráfico de d) adotar medidas com vistas a otimizar
pessoas sobre suspeita ou confirmação de a fiscalização dos inscritos nos Cadastros de
maus-tratos, violência e agravos por causas Empregadores que Tenham Mantido Traba-
externas relacionadas ao trabalho; lhadores em Condições Análogas a de Escravo;
c) propor a elaboração de protocolos espe- VIII – na área de Desenvolvimento Agrário:
cíficos para a padronização do atendimento às a) diminuir a vulnerabilidade do trabalha-
vítimas de tráfico de pessoas; e dor e prevenir o recrutamento mediante políti-
d) capacitar os profissionais de saúde na cas específicas na área de desenvolvimento rural;
área de atendimento às vítimas de tráfico de b) promover ações articuladas com par-
pessoas; ceiros que atuam nos Estados de origem dos
V – na área de Assistência Social: trabalhadores recrutados;
a) oferecer assistência integral às vítimas de c) formar parcerias no que tange à assis-
tráfico de pessoas no âmbito do Sistema Único tência técnica para avançar na implementação
de Assistência Social; da Política Nacional de Assistência Técnica e
b) propiciar o acolhimento de vítimas de Extensão Rural;
Normas correlatas
2
Decreto no 7.959/2013. Aplicada.
3
Decretos nos 7.959/2013, 6.572/2008, 6.269/2007 § 1o Titulares e suplentes do Comitê de
e 5.446/2005. Articulação e Monitoramento do PNPM serão
4
Decreto no 7.959/2013. indicados pelos titulares dos órgãos e entidades
239
representados e designados por ato da Ministra Art. 7o O Comitê de Articulação e Monitora-
de Estado Chefe da Secretaria de Políticas para mento poderá instituir câmaras técnicas com
as Mulheres da Presidência da República. a função de colaborar, no que couber, para o
§ 2o Poderão ser convidados a participar cumprimento das suas atribuições, sistematizar
das reuniões do Comitê de Articulação e as informações recebidas e subsidiar a elabo-
Monitoramento do PNPM especialistas e ração dos relatórios anuais.
representantes de outros órgãos ou entidades
públicas e privadas. Art. 8o O regimento interno do Comitê de
Articulação e Monitoramento será aprovado
Art. 5o Compete ao Comitê de Articulação e por maioria absoluta dos seus integrantes e
Monitoramento do PNPM:5 disporá sobre a organização, forma de apre-
I – estabelecer a metodologia de monitora- ciação e deliberação das matérias, bem como
mento do PNPM; sobre a composição e o funcionamento das
II – apoiar, incentivar e subsidiar tecnica- câmaras técnicas.
mente a implementação do PNPM nos Estados,
Municípios e Distrito Federal; Art. 9o A Secretaria de Políticas para as Mu-
III – acompanhar e avaliar as atividades de lheres da Presidência da República prestará su-
implementação do PNPM; porte técnico e administrativo para a execução
IV – promover a difusão do PNPM junto dos trabalhos e o funcionamento do Comitê de
a órgãos e entidades governamentais e não Articulação e Monitoramento do PNPM e suas
governamentais; câmaras técnicas.6
V – efetuar ajustes de objetivos, linhas de
ação, ações e metas do PNPM; Art. 10. As atividades dos membros do Co-
VI – elaborar relatório anual de acompa- mitê de Articulação e Monitoramento e das
nhamento das ações do PNPM; câmaras técnicas são consideradas serviço
VII – encaminhar o relatório anual ao público relevante não remunerado.
Conselho Nacional dos Direitos da Mulher e à
Câmara de Política Social, do Conselho de Go- Art. 11. Este Decreto entra em vigor na data
verno, para análise dos resultados do PNPM. de sua publicação.
VIII – revisar o PNPM, segundo as diretri-
zes emanadas das Conferências Nacionais de Brasília, 8 de março de 2005; 184o da Indepen-
Políticas para as Mulheres. dência e 117o da República.
Art. 6o O Comitê de Articulação e Moni- LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA – José Dirceu
toramento deliberará mediante resoluções, de Oliveira e Silva
por maioria simples dos presentes, tendo seu
coordenador o voto de qualidade no caso de Decretado em 8/3/2005 e publicado no DOU de
empate. 9/3/2005.
Mulher
5
Decretos nos 7.959/2013 e 6.269/2007. Decreto no 7.959/2013.
6
240
Decreto no 5.296/2004
Regulamenta as Leis nos 10.048, de 8 de novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às
pessoas que especifica, e 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios
básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade
reduzida, e dá outras providências.
241
Decreto no 5.099/2004
Regulamenta a Lei no 10.778, de 24 de novembro de 2003, e institui os serviços de referência sentinela.
Art. 1o Ficam instituídos os serviços de re- Brasília, 3 de junho de 2004; 183o da Indepen-
ferência sentinela, aos quais serão notificados dência e 116o da República.
compulsoriamente os casos de violência contra
a mulher, definidos na Lei no 10.778, de 24 de LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA – Humberto
novembro de 2003. Sérgio Costa Lima
242
Decreto no 5.030/2004
Institui o Grupo de Trabalho Interministerial para elaborar proposta de medida legislativa e outros
instrumentos para coibir a violência doméstica contra a mulher, e dá outras providências.
243
Decreto no 4.675/2003
Regulamenta o Programa Nacional de Acesso à Alimentação – “Cartão Alimentação”, criado pela
Medida Provisória no 108, de 27 de fevereiro de 2003.
específicas das populações beneficiárias, tais Art. 5 o Cada pessoa ou família receberá
como: mensalmente apenas um benefício do “Cartão
244 I – questões culturais e hábitos alimentares; Alimentação”.
§ 1o O recebimento do benefício do “Cartão Art. 8o O Gabinete do Ministro de Estado
Alimentação” será efetuado por meio do Car- Extraordinário de Segurança Alimentar e
tão do Cidadão, emitido em favor da pessoa Combate à Fome fixará o número máximo de
responsável pelo grupo familiar incluída no pessoas ou famílias a serem atendidas em cada
Cadastro Único dos Programas Sociais do Município.
Governo Federal. Parágrafo único. O “Cartão Alimentação”
§ 2o O titular do Cartão do Cidadão será será implantado prioritariamente em Mu-
preferencialmente a mulher responsável pela nicípios da região do semiárido brasileiro,
família. bem como em áreas de grupos populacionais
sujeitos à insegurança alimentar, conforme o
Art. 6o A duração do benefício do “Cartão disposto no art. 2o deste Decreto.
Alimentação” para cada pessoa ou família
será de até seis meses, prorrogáveis por, no Art. 9o O controle social do “Cartão Alimen-
máximo, mais dois períodos de seis meses, tação” será exercido por um Comitê Gestor
mediante ato do Gabinete do Ministro de Es- Local – CGL, que deverá ser instalado pelo Mu-
tado Extraordinário de Segurança Alimentar nicípio participante e contar com representan-
e Combate à Fome. tes das esferas governamentais e da sociedade
civil local, ou por outro conselho da área social
Art. 7o O “Cartão Alimentação” estará asso- já constituído no âmbito do Município, desde
ciado à adoção, de forma integrada e em coo- que autorizado pelo Gabinete do Ministro de
peração com Estados, Distrito Federal, Municí- Estado Extraordinário de Segurança Alimentar
pios e a sociedade civil, de ações voltadas para e Combate à Fome.
o desenvolvimento local e para a superação da Parágrafo único. No caso da concessão do
situação de insegurança alimentar, tais como: benefício em alimentos em espécie a grupos
I – ações específicas: populacionais com culturas e hábitos alimen-
a) educação para o consumo alimentar e tares específicos, nos termos do art. 2o deste
nutrição; Decreto, o controle social do “Cartão Alimen-
b) orientação básica de saúde e higiene; tação” será exercido por entidades representa-
c) alfabetização e elevação do nível escolar tivas desses grupos em caráter nacional.
de jovens e de adultos;
II – ações estruturais: Art. 10. O Gabinete do Ministro de Estado
a) reforma agrária e programas de geração Extraordinário de Segurança Alimentar e
de emprego e renda; Combate à Fome celebrará convênios de coo-
b) qualificação profissional; peração com Estados, Distrito Federal e Muni-
c) recuperação e ampliação da infraestru- cípios dispondo sobre as formas de execução,
tura educacional; divulgação, supervisão, acompanhamento e
d) construção de obras de irrigação e de avaliação do “Cartão Alimentação”.
abastecimento de água; Parágrafo único. O convênio de coopera-
e) saneamento básico e melhoria das vias ção com os Estados, o Distrito Federal e os
de acesso; Municípios, participantes da implantação do
f) construção ou reforma de habitação. “Cartão Alimentação” atribuirá as seguintes
Parágrafo único. O recebimento do be- responsabilidades aos conveniados, dentre
nefício do “Cartão Alimentação” poderá ser outras:
associado à participação das famílias beneficia- I – a instalação de CGL, por Município, cuja
Normas correlatas
246
Decreto no 4.228/2002
Institui, no âmbito da Administração Pública Federal, o Programa Nacional de Ações Afirmativas
e dá outras providências.
desenvolvidos em parceria com organismos mentos internacionais de que o Brasil seja parte
internacionais, de dispositivo estabelecendo sobre o combate à discriminação e a promoção
metas percentuais de participação de afrodes- da igualdade.
cendentes, mulheres e pessoas portadoras de Parágrafo único. O Comitê de Avaliação e
deficiência. Acompanhamento do Programa Nacional de
247
Ações Afirmativas apresentará, no prazo de ses- XII – um representante do Conselho Nacio-
senta dias, propostas de ações e metas a serem nal de Combate à Discriminação – CNCD; e
implementadas pelos órgãos da Administração XIII – um representante do Grupo de Traba-
Pública Federal. lho Interministerial e Valorização da População
Negra.
Art. 4o O Comitê de Avaliação e Acompa- § 1o O Presidente do Comitê de Avaliação
nhamento do Programa Nacional de Ações e Acompanhamento do Programa Nacional de
Afirmativas tem a seguinte composição: Ações Afirmativas poderá convidar para parti-
I – Secretário de Estado dos Direitos Huma- cipar das reuniões um membro do Ministério
nos, que o presidirá; Público do Trabalho.
II – Presidente do Instituto de Pesquisa § 2o Os membros de que tratam os incisos
Econômica Aplicada – IPEA, que substituirá III a XIII serão indicados pelos titulares dos ór-
o presidente em suas faltas e impedimentos; gãos representados e designados pelo Ministro
III – um representante da Presidência da de Estado da Justiça.
República;
IV – um representante do Ministério das Art. 5o Os trabalhos de Secretaria-Executiva
Relações Exteriores; do Comitê de Avaliação e Acompanhamento de
V – um representante do Ministério do Ações Afirmativas serão prestados pelo IPEA.
Desenvolvimento Agrário;
VI – um representante do Ministério da Art. 6o Este Decreto entra em vigor na data
Ciência e Tecnologia; de sua publicação.
VII – um representante do Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão; Brasília, 13 de maio de 2002; 181o da Indepen-
VIII – um representante do Ministério do dência e 114o da República.
Trabalho e Emprego;
IX – um representante do Ministério da FERNANDO HENRIQUE CARDOSO –
Cultura; Miguel Reale Junior – Celso Lafer – Paulo Jobim
X – um representante do Conselho Nacional Filho – Guilherme Gomes Dias – Francisco
dos Direitos da Mulher – CNDA; Weffort – Ronaldo Mota Sardenberg – José Abrão
XI – um representante do Conselho Na-
cional dos Direitos da Pessoa Portadora de Decretado em 13/5/2002 e publicado no DOU de
Deficiência – CONADE; 15/5/2002.
Mulher
248
Decreto no 3.361/2000
Regulamenta dispositivos da Lei no 5.859, de 11 de dezembro de 1972, que dispõe sobre a profissão
de empregado doméstico, para facultar o acesso do empregado doméstico ao Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço – FGTS e ao Programa do Seguro-Desemprego.
ao FGTS, que tiver trabalhado como doméstico a um salário mínimo e será concedido por um
por um período mínimo de quinze meses nos período máximo de três meses, de forma con-
últimos vinte e quatro meses, contados da data tínua ou alternada, a cada período aquisitivo
de sua dispensa sem justa causa. de dezesseis meses.
249
Parágrafo único. O benefício do seguro-de- operacionais que se fizerem necessárias à con-
semprego só poderá ser requerido novamente cessão do benefício do seguro-desemprego.
a cada período de dezesseis meses decorridos
da dispensa que originou o benefício anterior, Art. 8o Este Decreto entra em vigor na data
desde que satisfeitas as condições estabelecidas de sua publicação.
no artigo anterior.
Brasília, 10 de fevereiro de 2000; 179o da Inde-
Art. 6 A CEF definirá os procedimentos ope-
o
pendência e 112o da República.
racionais necessários à inclusão do empregado
doméstico e seu empregador no FGTS. FERNANDO HENRIQUE CARDOSO –
Francisco Dornelles
Art. 7o Caberá ao Conselho Deliberativo do
Fundo de Amparo ao Trabalhador – CODEFAT, Promulgado em 10/2/2000 e publicado no DOU de
mediante resolução, estabelecer as medidas 11/2/2000.
Mulher
250
Decreto no 2.268/1997
Regulamenta a Lei no 9.434, de 4 de fevereiro de 1997, que dispõe sobre a remoção de órgãos, tecidos
e partes do corpo humano para fim de transplante e tratamento, e dá outras providências.
Art. 1o A remoção de órgãos, tecidos e partes Art. 34. Este Decreto entrará em vigor na data
do corpo humano e sua aplicação em transplan- de sua publicação.
tes, enxertos ou outra finalidade terapêutica,
nos termos da Lei no 9.434, de 4 de fevereiro Art. 35. Fica revogado o Decreto no 879, de
de 1997, observará o disposto neste Decreto. 22 de julho de 1993.
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Brasília, 30 de junho de 1997; 176o da Indepen-
CAPÍTULO III – Da Doação de Partes dência e 109o da República.
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FERNANDO HENRIQUE CARDOSO – Carlos
SEÇÃO II – Da Disposição do Corpo Vivo César de Albuquerque
Art. 15. Qualquer pessoa capaz, nos termos Decretado em 30/6/1997 e publicado no DOU de
da lei civil, pode dispor de tecidos, órgãos e 1o/7/1997.
Normas correlatas
251
Decreto no 1.093/1994
Regulamenta a Lei Complementar no 79, de 7 de janeiro de 1994, que cria o Fundo Penitenciário
Nacional (FUNPEN), e dá outras providências.
252
Decreto no 75.207/1975
Regulamenta a Lei no 6.136, de 7 de novembro de 1974, que inclui o salário-maternidade entre as
prestações da Previdência Social.
256
Neste volume, o leitor encontrará quase uma centena de normas relativas aos direitos da
mulher. Assim, além dos dispositivos da Constituição da República concernentes ao tema,
a obra contém o texto de vinte atos internacionais, ratificados ou não pelo Brasil, entre os
quais está a Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra
a Mulher, assinada em 1994.