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Documento: 1837689 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 13/06/2019 Página 2 de 5
Superior Tribunal de Justiça
RECURSO ESPECIAL Nº 1.628.544 - SP (2016/0253409-0)
RELATORA : MINISTRA NANCY ANDRIGHI
RECORRENTE : CONDOMINIO MORADA DOS PASSAROS
ADVOGADO : BRUNO PUERTO CARLIN - SP194949
RECORRIDO : CONSTRUTORA PAULO MAURO LTDA
ADVOGADOS : EDMUNDO VASCONCELOS FILHO E OUTRO(S) - SP114886
VALÉRIA LEMOS NUNES VASCONCELOS - SP160239
AGRAVANTE : CONSTRUTORA PAULO MAURO LTDA
ADVOGADO : EDMUNDO VASCONCELOS FILHO - SP114886
AGRAVADO : CONDOMINIO MORADA DOS PASSAROS
ADVOGADO : BRUNO PUERTO CARLIN - SP194949
RELATÓRIO
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53-55).
O CONDOMINIO MORADA DOS PASSAROS, por sua vez, opôs
embargos monitórios, apontando que o valor devido à construtora seria de apenas
R$ 183.608,97 (cento e oitenta e três mil, seiscentos e oito reais e noventa e sete
centavos), uma vez que foram desconsiderados valores já adimplidos pelo
condomínio. Pugnou, ainda, pela condenação da CONSTRUTORA PAULO MAURO
LTDA à devolução em dobro do valor cobrado e já pago, nos termos do art. 940 do
CC/02, o que acabaria, em verdade, o tornando credor e não devedor de valores.
Referidos embargos monitórios foram julgados procedentes, para
reconhecer apenas a inexistência da obrigação de pagar a quantia perseguida com
a ação monitória e, consequentemente, a inexistência do direito à constituição do
título executivo (e-STJ fls. 82-87).
Após a interposição de apelação por parte do condomínio, o TJ/SP
determinou a retificação da sentença, a fim de determinar, também, que a
construtora restitua a quantia indevidamente cobrada em dobro (e-STJ fls. 91-96).
Iniciou-se o cumprimento de sentença, ao qual apresentou
impugnação a construtora (e-STJ fls. 142-147).
Decisão interlocutória: i) recebeu a impugnação ao cumprimento
de sentença, sem suspensão da execução; ii) indeferiu a penhora, tendo em vista
que o exequente (condomínio) rejeitou o bem ofertado; e iii) reconheceu que
sobre o valor da condenação em dobro incide correção monetária e juros
(e-STJ fl. 172).
Acórdão: negou provimento ao agravo de instrumento interposto por
CONSTRUTORA PAULO MAURO LTDA. Na oportunidade, reconheceu que a
correção monetária e os juros de mora seriam devidos a partir da data do
arbitramento. O acórdão foi assim ementado:
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(e-STJ fls. 358-360).
É o relatório.
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RECURSO ESPECIAL Nº 1.628.544 - SP (2016/0253409-0)
RELATORA : MINISTRA NANCY ANDRIGHI
RECORRENTE : CONDOMINIO MORADA DOS PASSAROS
ADVOGADO : BRUNO PUERTO CARLIN - SP194949
RECORRIDO : CONSTRUTORA PAULO MAURO LTDA
ADVOGADOS : EDMUNDO VASCONCELOS FILHO E OUTRO(S) - SP114886
VALÉRIA LEMOS NUNES VASCONCELOS - SP160239
AGRAVANTE : CONSTRUTORA PAULO MAURO LTDA
ADVOGADO : EDMUNDO VASCONCELOS FILHO - SP114886
AGRAVADO : CONDOMINIO MORADA DOS PASSAROS
ADVOGADO : BRUNO PUERTO CARLIN - SP194949
EMENTA
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RECURSO ESPECIAL Nº 1.628.544 - SP (2016/0253409-0)
RELATORA : MINISTRA NANCY ANDRIGHI
RECORRENTE : CONDOMINIO MORADA DOS PASSAROS
ADVOGADO : BRUNO PUERTO CARLIN - SP194949
RECORRIDO : CONSTRUTORA PAULO MAURO LTDA
ADVOGADOS : EDMUNDO VASCONCELOS FILHO E OUTRO(S) - SP114886
VALÉRIA LEMOS NUNES VASCONCELOS - SP160239
AGRAVANTE : CONSTRUTORA PAULO MAURO LTDA
ADVOGADO : EDMUNDO VASCONCELOS FILHO - SP114886
AGRAVADO : CONDOMINIO MORADA DOS PASSAROS
ADVOGADO : BRUNO PUERTO CARLIN - SP194949
VOTO
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evitar a constrição de seus ativos financeiros, efetuou depósito judicial para
garantia do Juízo, sendo certo que – inclusive – esse valor já foi levantado pelo
Condomínio – Exequente” (e-STJ fl. 418).
Destarte, diante da perda de objeto do agravo em recurso especial da
Construtora, deve o mesmo ser julgado prejudicado.
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O TJ/SP deixou expressamente consignado que os juros e a correção
monetária devem ser computados da data do arbitramento, ou seja, do momento
em que reconhecido pelo Tribunal de origem o dever de pagar a quantia em dobro
(e-STJ fl. 245).
Compulsando os autos, verifica-se que o reconhecimento, pelo
Tribunal de origem, de que a construtora deveria pagar em dobro a quantia
indevidamente cobrada e já paga pelo condomínio deu-se em abril/2015 (e-STJ fl.
90).
Por sua vez, o condomínio sustenta que, ao se reconhecer que os
mencionados encargos incidiriam somente a partir da data do arbitramento,
estar-se-ia chancelando o locupletamento ilícito da construtora, premiando-a “(...)
por todos os anos (a distribuição da ação e citação ocorreram em 2008) em que
insistiu na cobrança da dívida já paga, muito embora tivesse sido alertada em tal
sentido desde os embargos monitórios” (e-STJ fl. 276) (grifos acrescentados).
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valores monetários segundo índices oficiais regularmente estabelecidos e
honorários de advogado.
Os juros moratórios são aqueles que incidem em caso de
retardamento na restituição do capital ou de descumprimento de obrigação. São
devidos em razão do inadimplemento e, portanto, correm a partir da constituição
em mora (GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro, volume 2: teoria
geral das obrigações. 13 ed. São Paulo: Saraiva, 2016, pp. 405-406).
A propósito, já reconheceu esta Corte Superior:
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CERTIDÃO DE JULGAMENTO
TERCEIRA TURMA
Relatora
Exma. Sra. Ministra NANCY ANDRIGHI
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro MOURA RIBEIRO
Subprocuradora-Geral da República
Exma. Sra. Dra. MARIA IRANEIDE OLINDA SANTORO FACCHINI
Secretário
Bel. WALFLAN TAVARES DE ARAUJO
AUTUAÇÃO
RECORRENTE : CONDOMINIO MORADA DOS PASSAROS
ADVOGADO : BRUNO PUERTO CARLIN - SP194949
RECORRIDO : CONSTRUTORA PAULO MAURO LTDA
ADVOGADOS : EDMUNDO VASCONCELOS FILHO E OUTRO(S) - SP114886
VALÉRIA LEMOS NUNES VASCONCELOS - SP160239
AGRAVANTE : CONSTRUTORA PAULO MAURO LTDA
ADVOGADO : EDMUNDO VASCONCELOS FILHO - SP114886
AGRAVADO : CONDOMINIO MORADA DOS PASSAROS
ADVOGADO : BRUNO PUERTO CARLIN - SP194949
SUSTENTAÇÃO ORAL
Dr(a). BRUNO PUERTO CARLIN, pela parte RECORRENTE: CONDOMINIO MORADA DOS
PASSAROS
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia TERCEIRA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na
sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
A Terceira Turma, por unanimidade, conheceu e deu parcial provimento ao recurso
especial do Condominio Morada dos Pássaros e julgou prejudicado o AREsp da Construtora Paulo
Mauro Ltda, nos termos do voto da Sra. Ministra Relatora.
Os Srs. Ministros Paulo de Tarso Sanseverino, Ricardo Villas Bôas Cueva, Marco
Aurélio Bellizze e Moura Ribeiro (Presidente) votaram com a Sra. Ministra Relatora.
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