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Superior Tribunal de Justiça

RECURSO ESPECIAL Nº 1.957.691 - RJ (2021/0282014-6)

RELATOR : MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES


RECORRENTE : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
RECORRIDO : SUPERVIA - CONCESSIONÁRIA DE TRANSPORTE
FERROVIÁRIO S/A
ADVOGADOS : NALU YUNES MARONES DE GUSMÃO - RJ093492
FABIANA MOTTA DE ARAUJO WAICHENBERG - RJ113648
HELENA BULCÃO VIANNA HADELICH - RJ234650
INTERES. : EUGÊNIO JOÃO MONTEIRO
ADVOGADO : MÁRCIO ANTÔNIO TORRES - RJ092172
EMENTA

PROCESSUAL CIVIL. SERVIÇO DE TRANSPORTE FERROVIÁRIO. AÇÃO


INDIVIDUAL OBJETIVANDO IMPOSIÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER
(OBRAS DE ACESSIBILIDADE EM ESTAÇÃO DE TREM) E REPARAÇÃO
POR DANOS MORAIS. SUSPENSÃO EM RAZÃO DE AÇÃO CIVIL
PÚBLICA. CABIMENTO.
1. Defende o MP/RJ que a ação coletiva não necessariamente impõe a suspensão da
ação individual que também objetiva seja determinado à Supervia - Concessionária
de Transporte Ferroviário S.A. a realização de obras de acessibilidade em estação
de trem, além da reparação por danos morais. Subsidiariamente, pede o
prosseguimento da demanda ao menos em relação ao segundo pedido.
2. Não merece reparos o acórdão recorrido, na medida em que alinhado com o que
já decidido pela Primeira e Segunda Seções desta Corte no exame dos temas
repetitivos 589/STJ (REsp 1.353.801/R, de minha relatoria, DJe de 23/8/2013) e
60/STJ (REsp 1.110.549/RS, Rel. Ministro Sidnei Beneti, DJe de 14/12/2009),
respectivamente. Naquele, a Segunda Seção estabeleceu que, "Ajuizada ação
coletiva atinente a macro-lide geradora de processos multitudinários,
suspendem-se as ações individuais, no aguardo do julgamento da ação
coletiva".
3. O pedido de reparação por danos morais está logicamente associado ao pedido de
imposição de obrigação de fazer consistente na adequação da estação de trem,
tornando-se a acessível a usuário com dificuldade de locomoção. Do contrário,
haveria severo comprometimento da racionalidade do sistema, com desnecessário
tumulto processual e risco de prolação de decisões conflitantes quanto ao pedido
principal.
4. Recurso especial a que se nega provimento.
ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos esses autos em que são partes as acima indicadas,
acordam os Ministros da SEGUNDA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade
dos votos e das notas taquigráficas, o seguinte resultado de julgamento:
"Prosseguindo-se no julgamento, após o voto-vista do Sr. Ministro Herman Benjamin,
acompanhando o Sr. Ministro Mauro Campbell Marques, a Turma, por unanimidade, negou
provimento ao recurso especial, nos termos do voto do Sr. Ministro-Relator."
A Sra. Ministra Assusete Magalhães, os Srs. Ministros Francisco Falcão e Herman
Benjamin (voto-vista) votaram com o Sr. Ministro Relator.
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Não participou do julgamento o Sr. Ministro Humberto Martins, nos termos do art. 162,
§ 4º, do RISTJ.

Brasília (DF), 08 de novembro de 2022.

MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES


Relator

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RECURSO ESPECIAL Nº 1.957.691 - RJ (2021/0282014-6)
RELATOR : MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES
RECORRENTE : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
RECORRIDO : SUPERVIA - CONCESSIONÁRIA DE TRANSPORTE
FERROVIÁRIO S/A
ADVOGADOS : NALU YUNES MARONES DE GUSMÃO - RJ093492
FABIANA MOTTA DE ARAUJO WAICHENBERG - RJ113648
HELENA BULCÃO VIANNA HADELICH - RJ234650
INTERES. : EUGÊNIO JOÃO MONTEIRO
ADVOGADO : MÁRCIO ANTÔNIO TORRES - RJ092172

RELATÓRIO

O EXMO. SR. MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES (Relator):

Trata-se de recurso especial interposto pelo Ministério Público do Estado do Rio de


Janeiro contra acórdão do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro assim ementado:
AGRAVO INTERNO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE
FAZER C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. SUPERVIA. PARTE AUTORA
QUE PLEITEIA A CONDENAÇÃO DA RÉ NA OBRIGAÇÃO DE PROCEDER ÀS
ADEQUAÇÕES NECESSÁRIAS E IMPOSTAS POR LEI PARA ACESSIBILIDADE,
ALÉM DA CONDENAÇÃO AO PAGAMENTO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS
MORAIS. DECISÃO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. EXTINÇÃO DO PROCESSO,
DE OFÍCIO, NOS TERMOS DO ART. 485, INCISO VI, DO CÓDIGO DE PROCESSO
CIVIL, EM RAZÃO DA ILEGITIMIDADE DA PARTE AUTORA. PEDIDO DE ÍNDOLE
COLETIVA. TENDO O DIREITO INVOCADO NATUREZA INDIVISÍVEL. SE TODAS
PESSOAS POSSUEM O DIREITO A UM TRANSPORTE DIGNO – O QUE NÃO SE
QUESTIONA – O CAMINHO A SER PERCORRIDO NÃO É O AJUIZAMENTO DE
INÚMERAS AÇÕES INDIVIDUAIS, COMO SE TEM VISTO, MAS SIM A
PROVOCAÇÃO DE COBRANÇA DAS AGÊNCIAS REGULADORAS, DO
MINISTÉRIO PÚBLICO, DEFENSORIA PÚBLICA E DEMAIS ENTIDADES
ASSOCIATIVAS QUE POSSUEM ATRIBUIÇÃO PARA REGULAR E/OU POSTULAR
EM JUÍZO TAL DIREITO EM NOME DE TODOS A COLETIVIDADE.
INSTRUMENTO ADEQUADO PARA A DEFESA QUE É A AÇÃO CIVIL PÚBLICA
(ART. 81, II, CDC), CUJA TITULARIDADE NÃO É ATRIBUÍDA AO PARTICULAR,
MAS A ENTIDADES DE REPRESENTAÇÃO COLETIVA. EXTINÇÃO DO PROCESSO
QUE SE IMPÕE POR SE TRATAR DE MATÉRIA DE ORDEM PÚBLICA. AGRAVO
INTERNO. PROVIMENTO PARA REFORMAR A DECISÃO DE EXTINÇÃO DA
AÇÃO, MAS, DETERMINAR A SUSPENSÃO DO PROCESSO NA PRIMEIRA
INSTÂNCIA ATÉ DECISÃO FINAL DA AÇÃO CIVIL PÚBLICA N. 0167632-
82.2019.8.19.0001, QUE TRAMITA NA 16ª VARA DE FAZENDA PÚBLICA DA
COMARCA DA CAPITAL.

Os embargos de declaração foram rejeitados.

No recurso especial, o recorrente aponta violação aos arts. 17 e 18 do CPC/2015 e 81,


82 e 104 da Lei 8.078/1990, pois: (i) o ajuizamento de ação coletiva não induz litispendência para
as ações individuais e, portanto, não obsta o seu prosseguimento; (ii) o requerimento de

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suspensão da ação individual é uma faculdade concedida ao legitimado ordinário que pretenda se
beneficiar nos efeitos da coisa julgada a ser formada na ação individual; (iii) a legitimidade
extraordinária dos legitimados previstos no artigo 82 do CDC, para a defesa coletiva dos direitos
difusos, coletivos e individuais homogêneos em juízo, não exclui a legitimidade individual do
legitimado ordinário, na forma dos artigos 17 e 18 do CPC/2015; (iv) o mero ajuizamento de ação
civil pública não afasta o interesse jurídico da pessoa com deficiência em ingressar em juízo,
individualmente, e não autoriza a suspensão das ações individuais; (v) o direito de ação é de
titularidade da parte autora, não sendo devido que o Poder Judiciário eleja, dentre as modalidades
de demandas, aquela que melhor corresponda às suas conveniências de ordem pragmática; (vi) o
acórdão recorrido suspendeu todo o processo com fundamento no ajuizamento da ação civil
pública nº 0167632-82.2019.8.19.0001, sem atentar que os pedidos formulados na ação coletiva
não abrangem todos os pedidos formulados pelo autor na ação de origem (não houve na ação
coletiva pedido de indenização pelos danos materiais ou morais individuais); e, (vii) ainda que se
entenda pela necessidade de suspensão da ação individual no tocante às obrigações de
acessibilidade, deve ser reconhecida a necessidade de prosseguimento da demanda quanto aos
danos morais individuais, não abrangidos pela ação coletiva.

No mais, defende distinção da ação civil pública do caso concreto das tratadas no
exame dos temas repetitivos 60 e 589 pelo Superior Tribunal de Justiça, pois, no caso concreto, a
matéria de fundo não tem natureza patrimonial.

Houve contrarrazões.

Indicação do recurso como representativo de controvérsia rejeitada às fls. 755/757-e.

O Ministério Público Federal, em seu parecer a respeito do mérito, opina pelo


provimento do recurso especial.

É o relatório.

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INDIVIDUAL OBJETIVANDO IMPOSIÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER
(OBRAS DE ACESSIBILIDADE EM ESTAÇÃO DE TREM) E REPARAÇÃO
POR DANOS MORAIS. SUSPENSÃO EM RAZÃO DE AÇÃO CIVIL
PÚBLICA. CABIMENTO.
1. Defende o MP/RJ que a ação coletiva não necessariamente impõe a suspensão da
ação individual que também objetiva seja determinado à Supervia - Concessionária
de Transporte Ferroviário S.A. a realização de obras de acessibilidade em estação
de trem, além da reparação por danos morais. Subsidiariamente, pede o
prosseguimento da demanda ao menos em relação ao segundo pedido.
2. Não merece reparos o acórdão recorrido, na medida em que alinhado com o que
já decidido pela Primeira e Segunda Seções desta Corte no exame dos temas
repetitivos 589/STJ (REsp 1.353.801/R, de minha relatoria, DJe de 23/8/2013) e
60/STJ (REsp 1.110.549/RS, Rel. Ministro Sidnei Beneti, DJe de 14/12/2009),
respectivamente. Naquele, a Segunda Seção estabeleceu que, "Ajuizada ação
coletiva atinente a macro-lide geradora de processos multitudinários,
suspendem-se as ações individuais, no aguardo do julgamento da ação
coletiva".
3. O pedido de reparação por danos morais está logicamente associado ao pedido de
imposição de obrigação de fazer consistente na adequação da estação de trem,
tornando-se a acessível a usuário com dificuldade de locomoção. Do contrário,
haveria severo comprometimento da racionalidade do sistema, com desnecessário
tumulto processual e risco de prolação de decisões conflitantes quanto ao pedido
principal.
4. Recurso especial a que se nega provimento.

VOTO

O EXMO. SR. MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES (Relator):

A insurgência não prospera.

Conforme relatado, defende o MP/RJ que a ação coletiva não necessariamente impõe a
suspensão da ação individual que também objetiva seja determinado à Supervia - Concessionária
de Transporte Ferroviário S.A. a realização de obras de acessibilidade em estação de trem.

Subsidiariamente, pede o prosseguimento da demanda ao menos em relação ao pedido


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de reparação por danos morais nas ações individuais, o que não é postulado na ação coletiva.

No TJ/RJ, o relator do acórdão recorrido, em um primeiro momento, decidiu


monocraticamente pela extinção da ação individual pelo entendimento de que o autor não teria
legitimidade ativa.

Em sede de agravo interno, adotou o entendimento da Câmara do Tribunal da qual faz


parte para reformar sua decisão e determinar apenas a suspensão da ação individual.

Transcrevo o fundamento utilizado no acórdão recorrido (fls. 61/63-e):


(...)
Embora mantenha o entendimento acerca da flagrante ilegitimidade ativa da
parte Autora para figurar na ação, quedo-me ao entendimento da Câmara acerca
da necessidade de suspensão do feito.
Nesse sentido:

0043466-78.2019.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO - 1ª


Ementa Des(a). MURILO ANDRÉ KIELING CARDONA PEREIRA -
Julgamento: 06/11/2019 - VIGÉSIMA TERCEIRA CÂMARA CÍVEL
EMENTA ¿ AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS C/C
OBRIGAÇÃO DE FAZER COM O PEDIDO DE TUTELA
ANTECIPADA. SUPERVIA - CONCESSIONÁRIA DE TRANSPORTE
FERROVIÁRIO S/A. PESSOA COM DEFICIÊNCIA FÍSICA.
ALEGAÇÃO DE FALTA DE ACESSIBILIDADE NA ESTAÇÃO
FERROVIÁRIA DE SANTA CRUZ. DECISÃO PRIMITIVA QUE, AO
CONSIDERAR QUE HÁ DECISÃO, EM OUTRO PROCESSO,
DETERMINANDO A REALIZAÇÃO DE PROVIDÊNCIAS PARA
EFETIVAR AS OBRAS DE ADAPTAÇÃO NA ESTAÇÃO DE SANTA
CRUZ, COM VISTAS A GARANTIR O DIREITO À
ACESSIBILIDADE DAS PESSOAS PORTADORAS DE
DEFICIÊNCIAS, DEIXOU PARA APRECIAR O PEDIDO DE
URGÊNCIA APÓS A MANIFESTAÇÕES DA DEFESA.
SUPERVENIENTE DECISÃO DO JUÍZO DETERMINANDO A
SUSPENSÃO DA AÇÃO INDIVIDUAL, NO AGUARDO DA AÇÃO
CIVIL PÚBLICA PROPOSTA PELO MINISTÉRIO PÚBLICO COM
ATRIBUIÇÃO EM TUTELA COLETIVA DE PESSOA COM
DEFICIÊNCIA DA CAPITAL ¿ AÇÃO PROPOSTA PERANTE O
JUÍZO DA 16ª VARA DE FAZENDA PÚBLICA ¿ PROCESSO N.º
0167632-82.2019.8.19.0001. AUSÊNCIA DOS REQUISITOS DO
ART. 300 DO CPC. NECESSIDADE DE DILAÇÃO PROBATÓRIA.
DECISÃO DE SUSPENSÃO FUNDADA EM RECURSO REPETITIVO
DO STJ ¿ REsp. n.º 1.110.54/RS. CORRETA A DECISÃO DE
SUSPENSÃO, SOB PENA DE AFRONTAR JURISPRUDÊNCIA
QUALIFICADA DO STJ. Art. 300 do CPC. Requisitos não
configurados. Hipótese em debate demanda ampla dilação probatória.
Ação Civil Pública que tem por objeto a promoção de adequadas
condições de acessibilidade para pessoas com deficiências nos trens

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estações ferroviárias localizadas no Município do Rio de Janeiro,
operadas pelas Concessionária SUPERVIA. Ação Civil Pública que
consta também o ESTADO DO RIO DE JANEIRO no polo ativo da
ação. A suspensão de ações individuais, quando proposta ação coletiva
ou quando afetado na forma do art. 1.036 do CPC o recurso especial
que verse sobre a matéria, em se tratando de direitos que originem
processos multitudinários, como o presente, vem ao encontro da
efetividade do processo e promove a segurança jurídica. Ministério
Público que com atuação na Ação Civil Pública, que requereu ao Juízo
onde tramita a Ação Civil Pública a retirada daquele feito de pauta, em
razão que estão sendo realizadas tratativas entre o Parquet e a
SUPERVIA com o condão de firma um termo de ajustamento de
conduta em que se espera que sejam acordados diagnósticos e
cronogramas para o fiel cumprimento das adequações de acessibilidade
objeto da Ação Civil Pública. RECURSO CONHECIDO E NEGADO
PROVIMENTO.

O Superior Tribunal de Justiça, em julgamento pelo procedimento de


recursos repetitivos, decidiu que uma vez proposta ação coletiva, se mostra
correta a suspensão dos processos individuais, quando há grande número de
ações. REsp. n. 1.110.549/RS:

RECURSO REPETITIVO. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO


ESPECIAL. AÇÃO COLETIVA. MACRO-LIDE. CORREÇÃO DE
SALDOS DE CADERNETAS DE POUPANÇA. SUSTAÇÃO DE
ANDAMENTO DE AÇÕES INDIVIDUAIS. POSSIBILIDADE. 1.-
Ajuizada ação coletiva atinente a macro-lide geradora de processos
multitudinários, suspendem-se as ações individuais, no aguardo do
julgamento da ação coletiva. 2.- Entendimento que não nega vigência aos
aos arts. 51, IV e § 1º, 103 e 104 do Código de Defesa do Consumidor;
122 e 166 do Código Civil; e 2º e 6º do Código de Processo Civil, com
os quais se harmoniza, atualizando-lhes a interpretação extraída da
potencialidade desses dispositivos legais ante a diretriz legal resultante do
disposto no art. 543-C do Código de Processo Civil, com a redação
dada pela Lei dos Recursos Repetitivos (Lei n. 11.672, de 8.5.2008). 3.-
Recurso Especial improvido. (REsp 1110549/RS, Rel. Ministro SIDNEI
BENETI, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 28/10/2009, DJe 14/12/2009)

No presente caso, temos a Ação Civil Pública n. 0167632-


82.2019.8.19.0001, que tramita na 16ª Vara de Fazenda Pública da Comarca da
Capital, mostrando-se necessários que a presente ação seja suspensa até
julgamento final da ação coletiva.

Pois bem.

O acórdão recorrido não merece reparos, pois alinhado com o que decidido por esta
Corte no exame dos temas repetitivos 60/STJ e 589/STJ.

A Segunda Seção, ao julgar o tema repetitivo 60/STJ (REsp 1.110.549/RS, Rel. Ministro

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Sidnei Beneti, DJe de 14/12/2009) firmou o entendimento de que, "Ajuizada ação coletiva
atinente a macro-lide geradora de processos multitudinários, suspendem-se as ações
individuais, no aguardo do julgamento da ação coletiva".

Para chegar a essa conclusão, o relator desenvolveu o raciocínio a seguir reproduzido:


(...)
10.- Na identificação da macro-lide multitudinária, deve-se considerar
apenas o capítulo principal substancial do processo coletivo.
No ato de suspensão não se devem levar em conta peculiaridades da
contrariedade (p. ex., alegações diversas, como as de ilegitimidade de parte, de
prescrição, de irretroatividade de lei, de nomeação de gestor, de julgamento por
Câmaras Especiais e outras que porventura surjam, ressalvada, naturalmente, a
extinção devido à proclamação absolutamente evidente e sólida de pressupostos
processuais ou condições da ação), pois, dada a multiplicidade de questões
que podem ser enxertadas pelas partes, na sustentação de suas pretensões,
o não sobrestamento devido a acidentalidades de cada processo individual
levaria à ineficácia do sistema.
Questões incidentais restarão no aguardo de eventual movimentação
do processo individual no futuro, ou, se não houverem sido julgados antes,
posteriormente serão julgadas no próprio bojo da defesa na execução de
sentença coletiva.
Em decorrência da reserva de questões incidentais, não haverá nenhum
prejuízo para as partes, pois, além da acentuada probabilidade de todas as
questões possíveis virem a ser deduzidas nas ações coletivas, tem-se que,
repita-se, se julgadas estas procedentes, as matérias poderão ser trazidas à
contrariedade processual pelas partes na execução individual que porventura se
instaure – não sendo absurdo, aliás, imaginar, em alguns casos, o cumprimento
espontâneo, como se dá no dia-a-dia de vários setores da atividade
econômico-produtiva, noticiados pela imprensa (destaquei).

Por seu turno, ao julgar semelhante controvérsia em sede de recurso especial repetitivo
(Tema 589/STJ, REsp 1.353.801/R, de minha relatoria, DJe de 23/8/2013), a Primeira Seção
adotou o mesmo entendimento da Segunda Seção no repetitivo do Tema 60/STJ.

Do voto que proferi nessa assentada, destaco o seguinte trecho:


(...)
Com efeito, entendo irretocável a atuação do Ministério Público do Estado
do Rio Grande do Sul no tocante à propositura da referida Ação Civil Pública,
tendo em vista que as ações coletivas implicam a redução de atos processuais
que acabam procrastinando o procedimento, configurando-se, assim, em
meio de "concretização" dos princípios da celeridade e economia
processual.
Nessa toada, trago à colação a ensinança de Antônio de Souza Prudente,
citando o professor José Eduardo Carreira Alvim:

(...) a grande vantagem da ação civil pública é evitar as inúmeras


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demandas judiciais (economia processual), vulgarmente
denominadas "ações múltiplas", e evitar decisões incongruentes
sobre idênticas questões jurídicas, com o que cumpre a sua função
de proporcionar o máximo de resultado (jurisdicional) com o
mínimo de esforço (processual). Dessa forma, impede a obstrução
das vias judiciais, proporcionando com um só processo e uma única
sentença (genérica) a satisfação de incontáveis pretensões substanciais,
para o que seriam necessários incontáveis processos. Infelizmente essa
vantagem não tem sido notada pelos juízes e tribunais, que, sem
qualquer constrangimento, limitam o alcance da ação coletiva.
(Prudente, Antônio de Souza. Legitimação Constitucional do Ministério
Público para Ação Civil Pública em Matéria Tributária na Defesa dos
Direitos Individuais Homogêneos. Disponível em:
<http://www.cjf.jus.br/revista/ numero9/artigo12.htm>, acesso em: 20
de maio 2013).

Na mesma linha, cito, também, o ilustre professor Daniel Amorim


Assumpção Neves:

"O princípio da economia processual deve ser analisado sob duas


diferentes óticas. Do ponto de vista sistêmico, observando-se o
sistema como um todo, significa que, quanto menos demandas
existirem para se chegar aos mesmos resultados, melhor será em
termos de qualidade da prestação jurisdicional como um todo. Não
resta nenhuma dúvida de que as ações coletivas, ao evitarem a
fragmentação do direito em inúmeras demandas individuais, contribuem
significativamente para a economia processual no sentido ora analisado."
(Neves, Daniel Amorim. Disponível em:
http://www.jusbrasil.com.br/diarios/42116811/djpe-07-11-2012>
Acesso em 06 de junho de 2013).

Em conclusão, reafirmo que a coletivização da demanda, seja no polo


ativo, seja no polo passivo, é um dos meios mais eficazes para a realização
do acesso à justiça, porquanto, além de reduzir os custos, consubstancia-se
em instrumento para a concentração de litigantes em um polo, evitando-se,
assim, os problemas decorrentes dos inúmeros procedimentos semelhantes
(destaques inexistentes no original).

Como se vê, a Primeira e a Segunda Seções desta Corte entendem que a


suspensão de ações individuais que versem a mesma matéria de ação coletiva objetiva
dar uma maior racionalidade ao sistema, em observância aos princípios da economia
processual e da segurança jurídica.

O mesmo entendimento deve ser empregado na hipótese dos autos, pois o


pedido de reparação por danos morais está logicamente associado ao pedido de
imposição de obrigação de fazer consistente na adequação da estação de trem,

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tornando-se a acessível a usuário com dificuldade de locomoção.

Do contrário, haveria severo comprometimento da racionalidade do sistema,


com desnecessário tumulto processual e risco de prolação de decisões conflitantes, ao
menos quanto ao pedido principal.

Na mesma linha de consideração é a manifestação da concessionária de transporte


ferroviário em suas contrarrazões ao recurso especial (fls. 476/478-e):
(...)
4.17. Se o suposto direito de reforma da estação ferroviária decorre do
dever de conferir acessibilidade quando do cumprimento do contrato de
transporte, necessário destacar que o referido direito versa sobre natureza
coletiva, transindividual e indivisível.
4.18. Nesses termos, a suspensão do processo individual deve ser mantida,
inclusive devido ao fato de que o pedido de danos morais, de natureza individual,
sucessivo, com dependência lógica da questão da reforma da estação ferroviária,
de natureza transidividual e indivisível.
4.19. Desse modo, apenas após a solução de tal questão prejudicial na
demanda coletiva, poderá ser acolhido ou não o pedido de danos morais. Caso
contrário, estar-se-á incorrendo em error in procedendo ao julgar questão
subordinada antes da questão subordinante.
4.20. Outrossim, cabe relembrar que está em curso na demanda coletiva a
produção do diagnóstico técnico de cada uma das estações ou seja, deve-se
aguardar a análise da questão prejudicial ao pedido de danos morais, uma vez
configurada a hipótese de prejudicialidade externa, prevista no art. 313, do CPC,
verbis:

Art. 313. Suspende-se o processo:


V - quando a sentença de mérito:
a) depender do julgamento de outra causa ou da declaração de existência
ou de inexistência de relação jurídica que constitua o objeto principal de
outro processo pendente;

4.21. E, assim sendo, a suspensão também se justifica a fim de conferir


racionalidade da prestação jurisdicional, evitando-se decisões conflitantes. Nesse
sentido, o Eg. STJ firmou em mais de uma oportunidade teses no sentido de que
as demandas individuais, cujo objeto dependa de prévia análise de questões de
direito transindividual, como in casu, aguardem o julgamento da ação coletiva,
verbis:
(...)
4.22. A racionalidade também advém do fato de nos autos da Ação Civil
pública serem praticados nos atos, sobretudo o laudo pericial, a partir dos quais
os juízos singulares terão efetivas e reais condições de apreciarem as demandas
individuais, sem dispêndio necessário de energia e tempo, evitando ainda decisões
e conclusões contraditórias, sem incorrer em insegurança jurídica

Nesses termos, é de ser mantido o acórdão recorrido, que determinou a suspensão da

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ação individual até a decisão final na ação civil pública em trâmite na 16ª Vara da Fazenda
Pública da Comarca da Capital.

Ante o exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso especial.

É o voto.

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RECORRIDO : SUPERVIA - CONCESSIONÁRIA DE TRANSPORTE
FERROVIÁRIO S/A
ADVOGADOS : NALU YUNES MARONES DE GUSMÃO - RJ093492
FABIANA MOTTA DE ARAUJO WAICHENBERG - RJ113648
HELENA BULCÃO VIANNA HADELICH - RJ234650
INTERES. : EUGÊNIO JOÃO MONTEIRO
ADVOGADO : MÁRCIO ANTÔNIO TORRES - RJ092172
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PROCESSUAL CIVIL. SERVIÇO DE TRANSPORTE FERROVIÁRIO.


DEFICIENTE. AÇÃO INDIVIDUAL OBJETIVANDO ADEQUAÇÕES
NAS ESTAÇÕES DE TREM (ACESSIBILIDADE) E INDENIZAÇÃO POR
DANOS MORAIS. AÇÃO CIVIL PÚBLICA DE OBJETO
CORRESPONDENTE. CELEBRAÇÃO DE TAC COM A
CONCESSIONÁRIA RELATIVAMENTE ÀS OBRIGAÇÕES DE FAZER.
PERDA DE OBJETO DA AÇÃO INDIVIDUAL. POSSIBILIDADE DE
PROSSEGUIMENTO DA AÇÃO INDIVIDUAL QUANTO AOS DANOS
MORAIS INDIVIDUAIS. NECESSIDADE DE SUBMISSÃO DO FATO
SUPERVENIENTE AO JUÍZO DE PRIMEIRO GRAU.
HISTÓRICO DA DEMANDA
1. Trata-se de Recurso Especial interposto pelo Ministério Público do Estado do
Rio de Janeiro, na condição de fiscal da ordem jurídica, contra acórdão do TJRJ
que manteve, até julgamento da Ação Civil Pública n. 0167632-82.2019.8.19.0001
(16ª Vara da Fazenda Pública do RJ) – de objeto (parcialmente) correspondente
–, suspensa a ação individual ajuizada por deficiente contra concessionária de
transporte ferroviário, com o objetivo de obter adaptação das instalações de trem
à sua condição física (acessibilidade), bem como de obter indenização por danos
morais individualmente sofridos.
2. No Recurso Especial, o MPRJ aponta violação dos arts. 17 e 18 do CPC e dos
arts. 81, 82 e 104 do CDC. Alega, em suma: “(i) o ajuizamento de ação
coletiva não induz litispendência para as ações individuais e, portanto, não obsta
o seu prosseguimento; (ii) o requerimento de suspensão da ação individual é
uma faculdade concedida ao legitimado ordinário que pretenda se beneficiar
nos efeitos da coisa julgada a ser formada na ação individual; (iii) a
legitimidade extraordinária dos legitimados previstos no artigo 82 do CDC, para a
defesa coletiva dos direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos em juízo,
não exclui a legitimidade individual do legitimado ordinário, na forma dos artigos
17 e 18 do CPC/2015; (iv) o mero ajuizamento de ação civil pública não afasta o
interesse jurídico da pessoa com deficiência em ingressar em juízo,
individualmente, e não autoriza a suspensão das ações individuais; (v) o direito de
ação é de titularidade da parte autora, não sendo devido que o Poder Judiciário
eleja, dentre as modalidades de demandas, aquela que melhor corresponda às
suas conveniências de ordem pragmática; (vi) o acórdão recorrido suspendeu
todo o processo com fundamento no ajuizamento da ação civil pública nº
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Superior Tribunal de Justiça
0167632-82.2019.8.19.0001, sem atentar que os pedidos formulados na ação
coletiva não abrangem todos os pedidos formulados pelo autor na ação de origem
(não houve na ação coletiva pedido de indenização pelos danos materiais ou
morais individuais); e, (vii) ainda que se entenda pela necessidade de
suspensão da ação individual no tocante às obrigações de acessibilidade,
deve ser reconhecida a necessidade de prosseguimento da demanda quanto aos
danos morais individuais, não abrangidos pela ação coletiva” (fls. 755-757,
e-STJ). Pretende-se “a reforma do acórdão recorrido, determinando-se a
retomada do curso da ação nº 0009635-03.2019.8.19.0206, ou, subsidiariamente, o
seu prosseguimento quanto aos danos morais individuais” (fl. 420, e-STJ).
VOTO DO EMINENTE RELATOR
3. O eminente Relator apresentou alentado Voto negando provimento ao Recurso
Especial, aplicando o entendimento da Primeira Seção no Tema 589 e da
Segunda Seção no Tema 60, no sentido de que, "ajuizada ação coletiva atinente a
macro-lide geradora de processos multitudinários, suspendem-se as ações
individuais, no aguardo do julgamento da ação coletiva" (REsp 1.110.549/RS,
Representativo da Controvérsia, Rel. Ministro Sidnei Beneti, DJe 14.12.2009). No
sentir de Sua Excelência, "o pedido de reparação por danos morais está
logicamente associado ao pedido de imposição de obrigação de fazer consistente
na adequação da estação de trem, tornando-se acessível a usuário com
dificuldade de locomoção".
RETOMADA INTEGRAL DO CURSO DA AÇÃO
INDIVIDUAL. IMPOSSIBILIDADE. APARENTE
PERDA DE OBJETO DA DEMANDA NO TOCANTE
ÀS OBRAS DE ACESSIBILIDADE PRETENDIDAS
4. Concernente ao pretendido prosseguimento da ação no que toca ao pedido de
adequação das estações pela concessionária recorrida, o Recurso não prospera.
Embora não tenham sido oficialmente introduzidas nos autos cópias das peças e
decisões da Ação Civil Pública n. 0167632.82.2019.8.19.0001, o próprio
recorrente, em Memoriais, informa que foi celebrado TAC com a ora recorrida,
por meio do qual esta assumiu a responsabilidade de promover as respectivas
adequações na acessibilidade das suas instalações. Nas palavras do MPRJ, ora
recorrente, nos citados Memoriais, “considerando que já houve decisão final em
relação à empresa recorrida, que no mencionado negócio processual reconheceu
a ausência de acessibilidade nas 104 estações ferroviárias sob sua
responsabilidade e se comprometeu a cumprir um cronograma de obras para
implementação do projeto, verifica-se a perda de interesse no
prosseguimento da ação quanto ao pedido de acessibilidade formulado na
Ação Civil Pública” (grifei).
5. Ainda que, de fato, haja viva controvérsia sobre a possibilidade de os
particulares, especialmente hipervulneráveis, reclamarem, a pretexto de defesa de
seus direitos fundamentais individuais, tutela que terá reflexos coletivos (ações
pseudoindividuais), no caso presente esse debate não tem mais como prosseguir,
pois o objetivo já foi alcançado em Ação Civil Pública (TAC), o que
aparentemente prejudica o interesse processual no pedido originalmente
formulado.
RETOMADA DO CURSO DA AÇÃO INDIVIDUAL QUANTO
AO PEDIDO DE DANOS MORAIS INDIVIDUAIS.
IMPOSSIBILIDADE DE ANÁLISE NESTE GRAU
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Superior Tribunal de Justiça
6. Já atinente ao pedido subsidiário – isto é, de retomada do curso da ação
individual proposta no que tange ao pleito de indenização por danos morais do
deficiente demandante –, observo que o recorrente informa a inexistência de
pedido de danos individuais na Ação Civil Pública referida (que só reclama danos
coletivos não reversíveis aos indivíduos), o que implicaria a afirmação de que não
poderia ser aplicado o quanto decidido pelo STJ nos Temas 60 e 589, que
autorizaria a suspensão da ação individual, como ordenado na origem, para
aguardar o julgamento da ação coletiva (macrolide) de objeto correspondente.
Além disso, informa o recorrente – mais uma vez no âmbito dos Memoriais
apresentados e sustentação oral havida em sessão – a celebração do já citado
TAC com a concessionária recorrida, no qual ela teria assumido a
responsabilidade pelas adaptações, estando pendente, apenas, recurso de
Apelação interposto pelo próprio MPRJ da sentença homologatória do acordo,
que – em vez de determinar o prosseguimento da ACP contra o Estado do Rio de
Janeiro (co-requerido) para que lhe fossem impostas outras obrigações requeridas
na ação – optou por extinguir o processo integralmente em vista do acordo
celebrado com a concessionária.
7. Estes eventos – ocorridos após a prolação do acórdão recorrido e a própria
elaboração do Recurso Especial pelo MPRJ – não foram levados a
conhecimento do juízo que ordenou a suspensão da ação tida por
indevida, o que impede o conhecimento do fato novo trazido, sob pena de
supressão de instância. Tais fatos (objeto da ACP, acordo celebrado, pedidos
formulados contra a concessionária e o Estado na ACP, etc.) nem mesmo estão
documentados oficialmente nos presentes autos, o que impede que sobre eles
avancemos neste grau, limitados que estamos aos dados estritamente narrados no
acórdão recorrido, consoante a Súmula 7/STJ.
8. Em outros termos, esses fatos novos trazidos pelo MPRJ (e ocorridos após o
julgamento do Agravo de Instrumento pelo TJRJ) devem ser submetidos,
mediante adequada prova, ao juízo de primeiro grau (art. 493 do CPC),
pois reveladores de que não há mais causa para a suspensão considerando a
assunção, pelo recorrida, da responsabilidade pela readequação das estações no
TAC, o que permitirá, ao menos em tese, o prosseguimento da ação
individual que, ao que consta do Recurso Especial, só está a aguardar a
homologação do acordo celebrado entre a pessoa portadora de deficiência e a
concessionária quanto aos danos (morais) por si experimentados.
CONCLUSÃO
9. Portanto, embora com fundamentos parcialmente diversos dos apresentados
pelo em. Relator, também entendo que o recurso não está em condições de
ser provido, notadamente em face de os fatos supervenientes não terem sido
submetidos à análise da instância ordinária.
10. Ante o exposto, por fundamentos parcialmente diversos, ACOMPANHO o
eminente Relator e nego provimento ao Recurso Especial.

VOTO-VISTA

O EXMO. SR. MINISTRO HERMAN BENJAMIN: Trata-se de


Recurso Especial interposto pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro contra
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acórdão do Tribunal de Justiça daquele Estado (TJRJ) assim ementado (fls. 55-63, e-STJ):

AGRAVO INTERNO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO.


AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS
MORAIS. SUPERVIA. PARTE AUTORA QUE PLEITEIA A
CONDENAÇÃO DA RÉ NA OBRIGAÇÃO DE PROCEDER ÀS
ADEQUAÇÕES NECESSÁRIAS E IMPOSTAS POR LEI PARA
ACESSIBILIDADE, ALÉM DA CONDENAÇÃO AO PAGAMENTO DE
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. DECISÃO DE ANTECIPAÇÃO
DE TUTELA. EXTINÇÃO DO PROCESSO, DE OFÍCIO, NOS TERMOS DO
ART. 485, INCISO VI, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL, EM RAZÃO
DA ILEGITIMIDADE DA PARTE AUTORA. PEDIDO DE ÍNDOLE
COLETIVA. TENDO O DIREITO INVOCADO NATUREZA INDIVISÍVEL.
SE TODAS PESSOAS POSSUEM O DIREITO A UM TRANSPORTE
DIGNO – O QUE NÃO SE QUESTIONA – O CAMINHO A SER
PERCORRIDO NÃO É O AJUIZAMENTO DE INÚMERAS AÇÕES
INDIVIDUAIS, COMO SE TEM VISTO, MAS SIM A PROVOCAÇÃO DE
COBRANÇA DAS AGÊNCIAS REGULADORAS, DO MINISTÉRIO
PÚBLICO, DEFENSORIA PÚBLICA E DEMAIS ENTIDADES
ASSOCIATIVAS QUE POSSUEM ATRIBUIÇÃO PARA REGULAR E/OU
POSTULAR EM JUÍZO TAL DIREITO EM NOME DE TODOS A
COLETIVIDADE. INSTRUMENTO ADEQUADO PARA A DEFESA QUE
É A AÇÃO CIVIL PÚBLICA (ART. 81, II, CDC), CUJA TITULARIDADE
NÃO É ATRIBUÍDA AO PARTICULAR, MAS A ENTIDADES DE
REPRESENTAÇÃO COLETIVA. EXTINÇÃO DO PROCESSO QUE SE
IMPÕE POR SE TRATAR DE MATÉRIA DE ORDEM PÚBLICA.
AGRAVO INTERNO. PROVIMENTO PARA REFORMAR A DECISÃO
DE EXTINÇÃO DA AÇÃO, MAS, DETERMINAR A SUSPENSÃO
DO PROCESSO NA PRIMEIRA INSTÂNCIA ATÉ DECISÃO FINAL DA
AÇÃO CIVIL PÚBLICA N. 0167632-82.2019.8.19.0001, QUE TRAMITA
NA 16ª VARA DE FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DA CAPITAL.

No Recurso Especial, o MPRJ aponta violação dos arts. 17 e 18 do CPC e


dos arts. 81, 82 e 104 do CDC. Extrai-se da decisão que negou a afetação do caso como
Recurso Repetitivo (fls. 755-757, e-STJ) os seguintes fundamentos invocados pelo recorrente:
(i) o ajuizamento de ação coletiva não induz litispendência para
as ações individuais e, portanto, não obsta o seu prosseguimento;

(ii) o requerimento de suspensão da ação individual é uma


faculdade concedida ao legitimado ordinário que pretenda se beneficiar nos
efeitos da coisa julgada a ser formada na ação individual;

(iii) a legitimidade extraordinária dos legitimados previstos no


artigo 82 do CDC, para a defesa coletiva dos direitos difusos, coletivos e
individuais homogêneos em juízo, não exclui a legitimidade individual do legitimado
Documento: 2217126 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 19/12/2022 Página 15 de 8
Superior Tribunal de Justiça
ordinário, na forma dos artigos 17 e 18 do CPC/2015;

(iv) o mero ajuizamento de ação civil pública não afasta o


interesse jurídico da pessoa com deficiência em ingressar em juízo,
individualmente, e não autoriza a suspensão das ações individuais;

(v) o direito de ação é de titularidade da parte autora, não sendo


devido que o Poder Judiciário eleja, dentre as modalidades de demandas, aquela
que melhor corresponda às suas conveniências de ordem pragmática;

(vi) o acórdão recorrido suspendeu todo o processo com


fundamento no ajuizamento da ação civil pública nº 0167632-82.2019.8.19.0001,
sem atentar que os pedidos formulados na ação coletiva não abrangem todos os
pedidos formulados pelo autor na ação de origem (não houve na ação coletiva
pedido de indenização pelos danos materiais ou morais individuais); e,

(vii) ainda que se entenda pela necessidade de suspensão da


ação individual no tocante às obrigações de acessibilidade, deve ser
reconhecida a necessidade de prosseguimento da demanda quanto aos danos
morais individuais, não abrangidos pela ação coletiva.

O eminente Relator apresentou Voto negando provimento ao Recurso Especial,


aplicando o entendimento da Primeira Seção no Tema 589 e da Segunda Seção no Tema 60,
no sentido de que, "ajuizada ação coletiva atinente a macro-lide geradora de processos
multitudinários, suspendem-se as ações individuais, no aguardo do julgamento da ação
coletiva" (REsp 1.110.549/RS, Representativo da Controvérsia, Rel. Ministro Sidnei Beneti,
DJe 14.12.2009). No sentir de Sua Excelência, "o pedido de reparação por danos morais está
logicamente associado ao pedido de imposição de obrigação de fazer consistente na
adequação da estação de trem, tornando-se acessível a usuário com dificuldade de
locomoção".
Diante dos argumentos trazidos em sustentação oral pela em.
representante do MPRJ, pedi Vista para melhor análise dos autos.
É o relatório.

VOTO-VISTA

Trata-se de Recurso Especial aviado contra acórdão do TJRJ que, em que o

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Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro pretende “a reforma do acórdão recorrido,
determinando-se a retomada do curso da ação nº 0009635-03.2019.8.19.0206, ou,
subsidiariamente, o seu prosseguimento quanto aos danos morais individuais” (fl. 420, e-STJ).
Na origem, tem-se ação individual proposta por pessoa com deficiência, com o
escopo de obter da concessionária recorrida providências no sentido de prover adequada
acessibilidade nas suas estações de trem, bem como indenização por danos morais. O acórdão
recorrido decidira pela suspensão da ação individual para se aguardar o julgamento da Ação
Civil Pública n. 0167632.82.2019.8.19.0001, ajuizada contra a concessionária e o Estado do
RJ, que teria pedidos semelhantes.
Concernente ao pretendido prosseguimento da ação no que toca ao pedido de
adequação das estações pela concessionária recorrida, o Recurso não prospera.
Embora não tenham sido oficialmente introduzidas nos autos cópias das peças e
decisões da Ação Civil Pública n. 0167632.82.2019.8.19.0001, o próprio recorrente, em
Memoriais, informa que foi celebrado TAC com a ora recorrida, por meio do qual esta
assumiu a responsabilidade de promover as respectivas adequações na acessibilidade das suas
instalações. Nas palavras do próprio MPRJ, ora recorrente, nos citados memoriais,
“considerando que já houve decisão final em relação à empresa recorrida, que no mencionado
negócio processual reconheceu a ausência de acessibilidade nas 104 estações ferroviárias sob
sua responsabilidade e se comprometeu a cumprir um cronograma de obras para
implementação do projeto, verifica-se a perda de interesse no prosseguimento da ação
quanto ao pedido de acessibilidade formulado na Ação Civil Pública” (grifei).
Ainda que, de fato, haja viva controvérsia sobre a possibilidade de o particular,
especialmente o hipervulnerável, reclamar, a pretexto de defesa de seus direitos fundamentais
individuais, tutela que terá reflexos coletivos (ações pseudoindividuais), no caso presente esse
debate não tem mais como prosseguir, pois o objetivo já foi alcançado em Ação Civil Pública
(TAC), o que aparentemente prejudica o interesse processual no pedido originalmente
formulado.
Já atinente ao pedido subsidiário – isto é, de retomada do curso da ação
individual proposta no que tange ao pleito de indenização por danos morais do deficiente

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demandante –, observo que o recorrente informa a inexistência de pedido de danos individuais
na Ação Civil Pública referida (que só reclama danos coletivos não reversíveis aos indivíduos),
o que implicaria a afirmação de que não poderia ser aplicado o quanto decidido pelo STJ nos
Temas 60 e 589, que autorizaria a suspensão da ação individual, como ordenado na origem,
para aguardar o julgamento da ação coletiva (macrolide) de objeto correspondente.
Além disso, informa o recorrente – mais uma vez no âmbito dos Memoriais
apresentados e sustentação oral havida em sessão – a celebração do já citado TAC com a
concessionária recorrida, no qual ela teria assumido a responsabilidade pelas adaptações,
estando pendente, apenas, recurso de Apelação interposto pelo próprio MPRJ da sentença
homologatória do acordo, que – em vez de determinar o prosseguimento da ACP contra o
Estado do RJ (co-requerido) para que lhe fossem impostas outras obrigações requeridas na
ação – optou por extinguir o processo integralmente em vista do acordo celebrado com a
concessionária.
Esses eventos, contudo – ocorridos após a prolação do acórdão recorrido e a
própria elaboração do Recurso Especial pelo Ministério Público fluminense –, não foram
levados a conhecimento do juízo que ordenou a suspensão da ação tida por indevida, o que
impede o conhecimento do fato novo trazido sob pena de supressão de instância.
Tais fatos (objeto da ACP, acordo celebrado, pedidos formulados contra a
concessionária e o Estado na ACP, etc.) nem mesmo estão documentados oficialmente nos
presentes autos, o que impede que sobre eles avancemos neste grau, limitados que estamos
aos dados estritamente narrados no acórdão recorrido, nos termos da Súmula 7/STJ.
Em outros termos, esses fatos novos trazidos pelo MPRJ (e ocorridos após o
julgamento do Agravo de Instrumento pelo TJRJ) devem ser submetidos, mediante adequada
prova, ao juízo de primeiro grau (art. 493 do CPC), pois reveladores de que não há mais
causa para a suspensão considerando a assunção, pela recorrida, da responsabilidade pela
readequação das estações no TAC, o que permitirá, ao menos em tese, o prosseguimento da
ação individual que, ao que consta do Recurso Especial, só está a aguardar a homologação do
acordo celebrado entre o deficiente e a concessionária quanto aos danos (morais) por si
experimentados.

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Superior Tribunal de Justiça
Portanto, embora com fundamentos parcialmente diversos dos apresentados
pelo em. Relator, também entendo que o Recurso não está em condições de ser provido,
especialmente em vista de os fatos supervenientes ocorridos não terem sido submetidos à
análise da instância ordinária.
Ante o exposto, por fundamentos parcialmente diversos, acompanho o
eminente Relator e nego provimento ao Recurso Especial.
É como voto.

Documento: 2217126 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 19/12/2022 Página 19 de 8
Superior Tribunal de Justiça

CERTIDÃO DE JULGAMENTO
SEGUNDA TURMA

Número Registro: 2021/0282014-6 PROCESSO ELETRÔNICO REsp 1.957.691 / RJ

Números Origem: 00096350320198190206 0055289-49.2019.8.19.0000 00552894920198190000


202125100658 552894920198190000

PAUTA: 20/09/2022 JULGADO: 20/09/2022

Relator
Exmo. Sr. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES
Subprocuradora-Geral da República
Exma. Sra. Dra. SAMANTHA CHANTAL DOBROWOLSKI
Secretária
Bela. VALÉRIA ALVIM DUSI

AUTUAÇÃO
RECORRENTE : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
RECORRIDO : SUPERVIA - CONCESSIONÁRIA DE TRANSPORTE FERROVIÁRIO S/A
ADVOGADOS : NALU YUNES MARONES DE GUSMÃO - RJ093492
FABIANA MOTTA DE ARAUJO WAICHENBERG - RJ113648
HELENA BULCÃO VIANNA HADELICH - RJ234650
INTERES. : EUGÊNIO JOÃO MONTEIRO
ADVOGADO : MÁRCIO ANTÔNIO TORRES - RJ092172

ASSUNTO: DIREITO ADMINISTRATIVO E OUTRAS MATÉRIAS DE DIREITO PÚBLICO - Serviços -


Concessão / Permissão / Autorização - Transporte Terrestre

SUSTENTAÇÃO ORAL
Dr(a). INÊS DA MATTA ANDREIUOLO, pela parte RECORRENTE: MINISTÉRIO PÚBLICO
DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

CERTIDÃO
Certifico que a egrégia SEGUNDA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na
sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
"Após o voto do Sr. Ministro-Relator, negando provimento ao recurso especial, pediu
vista dos autos, antecipadamente, o Sr. Ministro Herman Benjamin."
Aguardam a Sra. Ministra Assusete Magalhães e o Sr. Ministro Francisco Falcão.
Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Humberto Martins.

Documento: 2217126 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 19/12/2022 Página 20 de 8
Superior Tribunal de Justiça

CERTIDÃO DE JULGAMENTO
SEGUNDA TURMA

Número Registro: 2021/0282014-6 PROCESSO ELETRÔNICO REsp 1.957.691 / RJ

Números Origem: 00096350320198190206 0055289-49.2019.8.19.0000 00552894920198190000


202125100658 552894920198190000

PAUTA: 20/09/2022 JULGADO: 27/09/2022

Relator
Exmo. Sr. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES
Subprocuradora-Geral da República
Exma. Sra. Dra. SAMANTHA CHANTAL DOBROWOLSKI
Secretária
Bela. VALÉRIA ALVIM DUSI

AUTUAÇÃO
RECORRENTE : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
RECORRIDO : SUPERVIA - CONCESSIONÁRIA DE TRANSPORTE FERROVIÁRIO S/A
ADVOGADOS : NALU YUNES MARONES DE GUSMÃO - RJ093492
FABIANA MOTTA DE ARAUJO WAICHENBERG - RJ113648
HELENA BULCÃO VIANNA HADELICH - RJ234650
INTERES. : EUGÊNIO JOÃO MONTEIRO
ADVOGADO : MÁRCIO ANTÔNIO TORRES - RJ092172

ASSUNTO: DIREITO ADMINISTRATIVO E OUTRAS MATÉRIAS DE DIREITO PÚBLICO - Serviços -


Concessão / Permissão / Autorização - Transporte Terrestre

CERTIDÃO
Certifico que a egrégia SEGUNDA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na
sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
"Adiado por indicação do Sr. Ministro Herman Benjamin."

Documento: 2217126 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 19/12/2022 Página 21 de 8
Superior Tribunal de Justiça

CERTIDÃO DE JULGAMENTO
SEGUNDA TURMA

Número Registro: 2021/0282014-6 PROCESSO ELETRÔNICO REsp 1.957.691 / RJ

Números Origem: 00096350320198190206 0055289-49.2019.8.19.0000 00552894920198190000


202125100658 552894920198190000

PAUTA: 18/10/2022 JULGADO: 18/10/2022

Relator
Exmo. Sr. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES
Subprocuradora-Geral da República
Exma. Sra. Dra. SAMANTHA CHANTAL DOBROWOLSKI
Secretária
Bela. VALÉRIA ALVIM DUSI

AUTUAÇÃO
RECORRENTE : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
RECORRIDO : SUPERVIA - CONCESSIONÁRIA DE TRANSPORTE FERROVIÁRIO S/A
ADVOGADOS : NALU YUNES MARONES DE GUSMÃO - RJ093492
FABIANA MOTTA DE ARAUJO WAICHENBERG - RJ113648
HELENA BULCÃO VIANNA HADELICH - RJ234650
INTERES. : EUGÊNIO JOÃO MONTEIRO
ADVOGADO : MÁRCIO ANTÔNIO TORRES - RJ092172

ASSUNTO: DIREITO ADMINISTRATIVO E OUTRAS MATÉRIAS DE DIREITO PÚBLICO - Serviços -


Concessão / Permissão / Autorização - Transporte Terrestre

CERTIDÃO
Certifico que a egrégia SEGUNDA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na
sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
"Adiado por indicação do Sr. Ministro Herman Benjamin."

Documento: 2217126 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 19/12/2022 Página 22 de 8
Superior Tribunal de Justiça

CERTIDÃO DE JULGAMENTO
SEGUNDA TURMA

Número Registro: 2021/0282014-6 PROCESSO ELETRÔNICO REsp 1.957.691 / RJ

Números Origem: 00096350320198190206 0055289-49.2019.8.19.0000 00552894920198190000


202125100658 552894920198190000

PAUTA: 08/11/2022 JULGADO: 08/11/2022

Relator
Exmo. Sr. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES
Subprocurador-Geral da República
Exmo. Sr. Dr. NICOLAO DINO DE CASTRO E COSTA NETO
Secretária
Bela. VALÉRIA ALVIM DUSI

AUTUAÇÃO
RECORRENTE : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
RECORRIDO : SUPERVIA - CONCESSIONÁRIA DE TRANSPORTE FERROVIÁRIO S/A
ADVOGADOS : NALU YUNES MARONES DE GUSMÃO - RJ093492
FABIANA MOTTA DE ARAUJO WAICHENBERG - RJ113648
HELENA BULCÃO VIANNA HADELICH - RJ234650
INTERES. : EUGÊNIO JOÃO MONTEIRO
ADVOGADO : MÁRCIO ANTÔNIO TORRES - RJ092172

ASSUNTO: DIREITO ADMINISTRATIVO E OUTRAS MATÉRIAS DE DIREITO PÚBLICO - Serviços -


Concessão / Permissão / Autorização - Transporte Terrestre

CERTIDÃO
Certifico que a egrégia SEGUNDA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na
sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
"Prosseguindo-se no julgamento, após o voto-vista do Sr. Ministro Herman Benjamin,
acompanhando o Sr. Ministro Mauro Campbell Marques, a Turma, por unanimidade, negou
provimento ao recurso especial, nos termos do voto do Sr. Ministro-Relator."
A Sra. Ministra Assusete Magalhães, os Srs. Ministros Francisco Falcão e Herman
Benjamin (voto-vista) votaram com o Sr. Ministro Relator.
Não participou do julgamento o Sr. Ministro Humberto Martins, nos termos do art. 162,
§ 4º, do RISTJ.

Documento: 2217126 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 19/12/2022 Página 23 de 8

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