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ANAIS

CONHECE­TE A TI MESMO ESTRATÉGIA DE PRODUÇÃO E DE 
OPERAÇÕES

   

Espaço reservado para a comissão organizadora
(não escreva nada nesta área)

Resumo
O artigo propõe uma discussão crítica acerca dos fundamentos epistemológicos, ontológicos e 
metodológicos que embasam tanto a teoria quanto a prática das estratégias de produção e de 
operações. Para tanto, a partir dos trabalhos de Hayes (2004) e de Slack (2005), são apontadas 
lacunas   que   permeiam   esse   campo   da   Administração.   Neste   ponto   contextualiza­se,   na 
perspectiva da metodologia reflexiva, o papel do pesquisador e as possíveis contribuições do 
da   crítica   para   o   aperfeiçoamento   das   pesquisas   acadêmicas   e   gerenciais   no   âmbito   das 
estratégias de produção e de operações. 
Palavras­chave: Pesquisa. Estratégia de Operações. Pesquisador. Crítica. 

Para começar
Existe uma característica peculiar à área de gestão de operações que a posiciona como 
uma, digamos assim, entidade híbrida. Um pé na prática acadêmica e outro na prática de 
gestão. Não que outras áreas da administração não possuam perspectiva semelhante, mas,  de 
fato a tenuidade da linha que divide estes dois campos práticos na área de gestão de operações 
é  evidente. Isto tem suas implicações  positivas  diretas, por exemplo:  uma produção  mais 
intimamente atrelada à prática de gestão pode oferecer perspectivas imediatas mais palpáveis 
para os problemas de gestão de operações. Afinal, se não for para contribuir diretamente com 
a evolução, melhoria, aperfeiçoamento e inovação nas práticas de gestão de operações, por 
que pesquisar na área?
Este   artigo   constrói   conversões   e   convergências,   na   linha   de   Fachim   (2003)   entre 
formulações   discursivas   complementares   para   a   área   de   gestão   de   operações.   Mais 
especificamente, delineia a busca de caminhos para o aporte na estratégia de operações das 
narrativas/perspectivas em desenvolvimento na estratégia geral. Trata­se de uma construção 
justificada a partir da visão de Slack (2005),  quando este afirma que se as operações devem 
desempenhar um papel sério no auxílio à estratégia competitiva é vital que os conceitos da 
estratégia de operações explorem a utilidade de frameworks nucleares (neste caso referindo­se 
às RBT – Resource Based Theories) para a corrente principal da gestão estratégica.  
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Nossa proposta é a construção, articulação, entre conteúdos da estratégia de produção 
e de operações e conteúdo da estratégia geral à luz da discussão dos posicionamentos  de 
pesquisa. Para a construção de uma perspectiva de estratégia de produção e de operações 
tomamos  por base as proposições  de Hayes (2004) e de Slack (2005). Na perspectiva da 
estratégia geral trouxemos a tona a discussão dos pressupostos ontológicos e epistemológicos 
da área, com especial atenção para a discutibilidade das hipóteses da Vantagem Competitiva, 
além da proposta da estratégia enquanto prática.
O   percurso   metodológico   deste   artigo   pode   ser   interpretado   na   perspectiva   da 
metodologia reflexiva, ou seja, onde se busca pensar sobre as condições, no contexto teórico, 
cultural,   político,   que   direcionam   nossa   produção   de   conhecimento     (VERGARA,   2005). 
Nesse sentido, os resultados espelham uma esboço, uma construção em andamento, que toma 
por   base  resultados   de  uma  pesquisa de  mestrado   e avança   na  direção  de  um  projeto   de 
doutorado 
Gestão de operações: economias diferentes, visões diferentes
Começamos aqui a construção das marcas para a conversão entre as abordagens da 
estratégia   de   produção   e   de   operações   e   os   andamentos   recentes   da   estratégia   geral, 
delimitando alguns aspectos de desafios para a pesquisa na área de gestão de operações a 
partir da macro­visão construída por Hayes (2004).
Hayes (2004) faz uma  reflexão quanto ao conteúdo de gestão de operações frente às 
mudanças   de   mercado   impostas   pela   “nova   economia”.   Referindo­se   especificamente   às 
empresas na área de TI, o autor afirma que os princípios tradicionais dos cursos de gestão de 
operações não são sólidos o suficiente para que ainda possam ser aplicados às operações da 
nova economia. 
Para Hayes (2004, p.172), há pressuposições básicas que a maioria de nós tende a 
fazer   ao   iniciar   um   pensamento   em   gestão   de   operações.   Pressuposições   que   estão   tão 
arraigadas em nossos processos de pensamento que “raramente nos damos conta de como 
[elas] influenciam fundamentalmente a maneira como olhamos para o mundo (diz­se que a 
última coisa que um peixe descobre é a água) e definimos nosso domínio”.   O autor aponta 
cinco   dessas   pressuposições   arraigadas.   Primeiro,   temos   a   perspectiva   de   que   a  unidade  
organizacional de análise é a unidade operacional. A segunda pressuposição é a de que  a  
gestão de operações está basicamente preocupada com ‘produtos’ e ‘processos’ estáveis. A 
terceira pressuposição é a de que a atividade  dominante do administrador  de operações é 
controlar o fluxo de materiais (e/ou de informações) através de uma seqüência de etapas no 
processo. A quarta pressuposição é a de que uma preocupação maior dos administradores é  
reduzir   o   custo   variável   de   produção.   A   quinta   e   última   pressuposição   é   a   de   que   os 
concorrentes são os inimigos e a chave para vencê­los está na diferenciação. 
Um   consideração   importante   apontada   por   Hayes   (2004,   p.   177)   é   o   lugar   de 
“protagonista” que as configurações de redes inter­produtos, usuários e organizações tem na 
nova economia. “A implicação disso tudo é que o papel da área de Produção e Operações não 
se encontra mais confinado à gestão da produção [...] através de uma série de passos dentro de 

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um único­empreendimento”. Logo, cooperação e competição passam a ser duas faces de uma 
mesma moeda e compatibilidade assume, tanto quanto diferenciação, papel preponderante no 
sucesso de uma empresa. 
Dentre os desafios colocados pela nova economia à gestão da produção e de operações 
deve­se  considerar que,   independente  do rótulo nova ou velha  economia,  cada vez  mais 
empresas   tradicionais   estão   combinando   suas   atividades   tradicionais   com   as   novas 
perspectivas   da   economia   digital.   Por   outro   lado,   as   empresas   da   nova   economia   não 
prescindem   da   necessidade   de   desenvolver   habilidades   e   ferramentas   necessárias   para 
funcionar com eficiência. Estas  empresas da nova economia  devem, portanto, “dominar as 
habilidades   ocultas   e   supostamente   obsoletas   da   gestão   de   operações   da   Velha 
Economia” (HAYES, 2004, p.183).
Para   Hayes   (2004,   p.   183),   nestecontexto,   “a   tarefa   dos   administradores[...]   não   é 
simplesmente criar novas teorias, estruturas e ferramentas pra gerenciar as operações da Nova 
Economia,   mas   também   aprender   como   fazê­las   crescer,   gerenciá­las   e   equilibrá­las   com 
operações tradicionais dentro da mesma organização”.
Como síntese para o que propõe Hayes (2004, p. 183) no desenvolvimento da pesquisa 
em gestão de operações em face dos desafios da nova economia,   pode evidenciar que as 
teorias existentes precisam ser revisitadas na busca do extrato do que é válido para a “nova” 
realidade, “explorando esse novo mundo caso a caso, descobrindo gradualmente onde a teoria 
existente ainda fornece diretrizes e desenvolvendo novas teorias onde ela não se aplica”.
Estratégia de operações: ajuste entre as práticas acadêmicas e gerenciais
Procuramos nesta seção delimitar os aspectos específicos do contexto “pesquisa em 
estratégia de operações” a partir da construção de Slack (2005).
Slack   (2005)   toca   em   pontos   de   inquietação   que   devem   permear   as   práticas   de 
pesquisa da daqueles que percebem as limitações do corpus teórico da estratégia de produção 
e   de   operações   fora   dos   domínios   industriais.   Na   verdade,   ao   evidenciar   a   noção   de 
servitization, Slack (2005) mina inclusive suposições da própria estratégia de manufatura no 
contexto contemporâneo.
Sempre no contexto de comparação entre as percepções dos profissionais da área e as 
práticas   de   pesquisa   acadêmicas,   a   discussão   proposta   por   Slack   (2005)   começa   com   o 
questionamento da importância relativa da estratégia de operações em relação a outros tópicos 
da área. A estratégia de operações aparece em primeiro lugar na perspectiva dos acadêmicos. 
Para os profissionais da área, entretanto, ocupa apenas o 7º lugar do ranking atrás de tópicos 
como: qualidade, cadeia de suprimentos, JIT e produção enxuta, planejamento e controle, e 
projeto do processo. Para o autor, isto indica que, mesmo com as limitações de seu método, 
devemos também considerar a possibilidade de que as idéias vinculadas às noções atuais de 
estratégia de operações ainda sejam mais interessantes intelectualmente do que relevantes na 
prática.
Um segundo questionamento de Slack (2005) é quanto ao verdadeiro nível de reflexo 
das   práticas   de   operações   na   estratégia   de   operações.     Qual   seria   o   escopo   próprio   da 

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estratégia de operações? Trata­se da ampliação da noção de estratégia de manufatura para a 
área de serviços? Ou estamos lidando com uma expansão do escopo da área de produção nas 
empresas de manufatura de modo a incluir processos não centrais de produção? Ou ainda, um 
terceira possibilidade, podemos tratar de estratégia de operações e processos com a intenção 
de abordar toda a organização e não apenas a perspectiva funcional? Enfim, a questão central 
é:   pode   a   matéria   abarcar   um   desenvolvimento   da   função   operações   tanto   no   setor   de 
manufatura quanto no de serviços, e também a gestão dos processos nas funções de operações 
e não­operações? 
O   terceiro   ponto   abordado   por   Slack   (2005)   evidencia   a   abrangência   que   área   de 
serviços   tem   alcançado   mundialmente   no   campo   das   atividades   econômicas,   de   longe 
superando o setor de manufatura.  Ao mesmo tempo,   enfatiza  nossa forte ligação  com  o 
desenvolvimento da estratégia de manufatura. Não que isso seja negativo. Como aponta o 
autor,   há   várias   justificativas   plausíveis   para   dominância   da   pesquisa   em   estratégia   de 
manufatura   em   detrimento   da   pesquisa   em   estratégia   de   operações.   Nesse   caso,   estamos 
rotulando de operações as atividades de produção posicionadas num contexto de serviços. 
O suposto descompasso apontado por Slack (2005) entre a pesquisa em estratégia de 
operações e as reais necessidades dos profissionais da área complica­se mais ainda quando 
assimilamos a noção de que,  mesmo no setor de manufatura, a falta de um desenvolvimento 
sério em estratégia de serviços está atravancando a contribuição da estratégia de operações no 
campo da gestão da produção e operações. Nessa perspectiva o autor desenvolve a noção de 
Servitization.  Que,   segundo autor, ainda   precisa ser melhor desenvolvida numa busca de 
separar a pesquisa séria do senso comum já estabelecido quanto ao assunto.
Segundo Slack (2005)  Servitization  é um termo genérico para toda a estratégia que 
procura mudar a maneira com que a funcionalidade do produto é entregue a seus mercados. É 
um indicador importante do modo pelo qual muitas indústrias tendem a se desenvolver. A 
Servitization tem duas dimensões distintas ­ elasticidade e amplitude. Elasticidade significa a 
extensão com que uma empresa avança na suply chain.  E a amplitude significa o número de 
componentes de serviço oferecidos aos clientes em cada estágio da cadeia. 
É Importante destacar que para Slack (2005) também deve haver reflexão adicional 
sobre  insights  comparativos gerados por construtos já existentes no campo da estratégia de 
operações.   Para   o   autor,   é   relevante   questionar   a   profundidade   das   reflexões   nas 
conceituações e motivações subjacentes de modelos importantes da estratégia de operações, 
como,   por   exemplo,   o   modelo   de   critérios   competitivos   qualificadores   e   ganhadores   de 
pedidos. 
Para Slack (2005) os pilares teóricos do campo da gestão e estratégia de operações são 
um tanto diferentes de outros temas acadêmicos da administração, são mais truncados, uma 
mistura de imputs acadêmicos bem diferentes e alguns campos de aplicação práticos. Mesmo 
assim,  o autor o considerada que o inabalável foco prático da gestão e estratégia de operações 
acadêmica pode ser posto em xeque frente às reais práticas  empresariais de operações da 
atualidade.

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Slack   (2005)   questiona   ainda   se   a   disciplina   de   estratégia   de   operações,   com   sua 


influência do mundo da prática gerencial,  poderia erguer­se ao nível de abstração requerido a 
qualquer área de estudo que se pretende verdadeiramente estratégica. Nesse caso, a função de 
operações   deveria   ser   idealmente   estabelecida   para   explorar   a   experiência   operacional 
cotidiana    a partir também do entendimento que no processo estratégico podem surgir  as 
estratégias   emergentes   propostas   por   Mintzberg   e   Waters   (1985).   Neste   caso   o 
posicionamento da estratégia de operações é o de   compatibilizar as perspectivas “de cima 
para baixo” e “de baixo para cima” na estratégia. 
Podemos ver em Slack (2005) que essas perspectivas de cima para baixo, de baixo 
para cima, de dentro­para­fora e de­fora­para­dentro são confundidas e misturas por alguns de 
nós que pesquisam na estratégia de produção e de operações. O autor abre uma porta para 
reconhecermos   que   provavelmente   existe   uma   falsa     dicotomia     entre   as   perspectivas   de 
dentro­para­fora e de­fora­para­dentro na estratégia de operações, já que a maioria do que é 
produzido   na   área   reconhece     em   algum   âmbito   ambas   as   perspectivas,   mesmo   que   um 
trabalho tenda a ser baseado em uma ou outra.
Por fim, ainda que apontando nossa dívida e vinculação explícita com a estratégia de 
manufatura, Slack (2005) reconhece que atualmente a estratégia de operações representa um 
corpo de conhecimento ao mesmo tempo intelectualmente estimulante e útil à pratica. Porém, 
mais significativo que isto é a proposta que  temos que olhar para frente e ver que a estratégia 
de operações contém ainda muito potencial a ser explorado, podendo contribuir muito mais 
para tanto para o desenvolvimento teórico quanto para o desenvolvimento prático da gestão da 
produção e de operações.
A pesquisa e o papel do pesquisador

A   partir   das   constatações   do   perfil   da   pesquisa   em   Estratégia   de   Produção   e 


Operações, como podemos enxergar nossa missão de pesquisadores na área? Nesta seção, 
reconstruímos,     a   partir   de   Demo   (1999),     uma   visão   sobre   a   pesquisa   e   do   papel   do 
pesquisador.   Esta   reconstrução   serve   como   base   e   ao   mesmo   tempo   justifica   a   reflexão 
proposta neste artigo. 
Na ótica de Demo (1999, p.12) podemos enxergar o processo de pesquisa como um 
espaço de ritos especiais com acesso restrito. Ritos ligados à trajetória acadêmica, “domínio 
de sofisticações técnicas, sobretudo de manejo estatístico e informático”, além de destaque 
privilegiado   no   espaço   acadêmico.   Apontamos   assim,   para   o   fato   de   que   a   pesquisa   é 
conduzida também por atores sociais. O que quer dizer que temos pesquisadores também 
enquanto fenômenos políticos. 
A   pesquisa   enquanto   produto   de   atores   sociais   implica   em   pesquisa   com   caráter 
político. Por mais que o trabalho seja dotado de sofisticação técnica e se pretenda neutro não 
prescinde da atividade política. A pesquisa “não se reduz a fenômeno político, mas nunca o 
desfaz de todo. Por isso vale dizer: sabemos mais o que interessa. O que explica, em parte, por 
que conhecemos muito mais como não mudar” (DEMO, 1999 p.14).

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Com Demo (1999, p. 19) podemos partir para uma compreensão do caráter arbitrário e 
do papel social da ciência. O papel de construção discursiva da ciência. Pois, ciência vive do 
eterno desafio de “descobrir realidade que, sempre de novo, ao mesmo tempo se descobre e se 
esconde”. Isto é essencialmente uma característica da realidade social. “O que se vê, de modo 
geral, não é, nem de longe, a parte principal e, na conseqüência, o que está nos dados muitas 
vezes é a manifestação secundária, ocasional, superficial”. 
O   pesquisador,   na   dimensão   revelada   por   Demo   (1999,   p.20),   é   aquele   que   não 
somente sabe acumular dados mensurados, mas, sobretudo “quem nunca desiste de questionar 
a realidade, sabendo que qualquer conhecimento é apenas recorte”. 
Cabe ao pesquisador reconhecer que há horizontes não­empíricos, que fazem parte da 
realidade.   E   que   há   vertentes   acadêmico­filosóficas   que   consideram   fundamental   que   a 
ciência   tente   captar   esses   horizontes.   Assim,   como   também,   que   buscar   não   reduzir   a 
realidade ao tamanho do que se consegue captar (DEMO, 1999).
A   construção   de   Demo   (1999)   propõe   práticas   de   pesquisa   com   três   horizontes 
principais. O horizonte teórico, o horizonte metodológico e o horizonte prático. 
A pesquisa teórica é indispensável para formulação de  frameworks, para a lapidação 
conceitual,   para   o   domínio   de   perspectivas   explicativas   na   história   da   ciência   e   para   a 
capacidade de criação discursiva e analítica. “[Diferente do] ‘teoricismo´, que faz teoria pela 
teoria e vive da mera especulação, teoria faz parte inevitável de qualquer projeto de captação 
da realidade, a começar pelo desafio de definir o que seja ‘real’ (DEMO, 1999 p. 21).
Segundo Demo (1999) para se captar uma “realidade” é preciso primeiro concepção 
teórica dela. Isto,  é óbvio,  pode ser diferente para cada um, dependendo do que se define por 
ciência,   por   método,   ou   do   ponto   de   partida,   ponto   de   vista,   ideologia   subjacente   e 
circunstâncias   sociais   envolvidas   no   processo.   A   realidade   conhecida   é   sempre   aquela 
interpretada. O dado, muito mais do que achado, é  resultado teórico. Porque para achar temos 
antes que decidir o que achar e como achar. 
A   teoria,     compreendemos   com   Demo   (1999   p.   22),   é   “a   retaguarda   criativa   do 
intérprete inspirado”. Nesse caso, o domínio teórico significa “a construção [...] da capacidade 
de relacionar alternativas explicativas, de conhecer seus vazios e virtudes, sua história, sua 
consistência,  suas potencialidades, de cultivar a polêmica dialogal construtiva, de especular 
chance,  possíveis caminhos outros ainda não devassados”. 
  Mergulhar   neste   primeiro   horizonte   de   pesquisa,   o   horizonte   teórico,   é   por 
conseguinte também buscar luz para enxergar um segundo horizonte.
O segundo horizonte de pesquisa, a pesquisa metodológica, segundo Demo (1999, p. 
24),   pode  soar estranha   para  alguns. Porque  “predomina   a  expectativa  de  que  método   se 
aprende,   não   se   cria”.     Mas   o   autor   nos   lembra   que   se   teoria   coloca   a   discussão   sobre 
concepções de realidade, método coloca a discussão sobre concepções de ciência. “Método é 
instrumento, caminho, procedimento, e por isso nunca vem antes da concepção de realidade. 
Para se colocar como captar é mister ter­se idéia do que captar”. 

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Demo (1999, p. 25) enfatiza que “é preciso lembrar que a distinção entre ciência e 
outros   saberes   está   no   método.   [...]   Ciência   é   assumida   como   conhecimento   metódico, 
cuidadoso,   testado,   e   se   possível   verdadeiro”.   Assim,   a   metodologia   permite   o   lugar   da 
pretensão científica e o domínio da metodologia “define na prática quem é ou não cientista”. 
Porém, a completude destes dois horizontes de pesquisa, o teórico e metodológico, 
requer um terceiro horizonte para nos guiar.
No terceiro horizonte da pesquisa, a prática, segundo Demo (1999, p. 26­27), em sua 
maioria as ciências sociais tornaram­se ou um produto tipicamente teórico, ou cópia teórica. O 
que teve “repercussões drásticas, como o descrédito crescente das ciências sociais, cada vez 
mais vistas como imponentes frente aos problemas que apenas estudam”. Mas, mesmo assim, 
“não   vale   sacralizar   a   prática.   Teoria   e   prática   detêm   a   mesma   relevância   científica   e 
constituem no fundo uma só. Uma não substitui a outra e cada qual tem sua lógica própria”.
Para Demo (1999) a distância para com a prática em algumas áreas é compreensível. 
Principalmente pelo temor do confronto, que condiciona às mudanças na teoria.  Trata­se de 
entender que a discussão crítica é importante no combate à petrificação das teorias, mas o 
confronto com a prática é mais ainda. O contato com prática evidencia a pequenez de toda 
construção teórica. Por isso, segundo Demo (1999, p. 27) “o que mais fomenta instabilidade 
teórica e obriga a buscar alternativas é o confronto prático”.
Os   diferentes   horizontes   de   pesquisa   levam,   como   afirma   Demo   (1999,   p.29),   a 
reconhecer que “o critério mais pertinente, criativo, formal e politicamente, da cientificidade é 
a discutibilidade: somente o que é discutível, na teoria e na prática, pode ser aceito como 
científico”. Portanto, na nossa prática acadêmica podemos almejar uma completude que se 
inicie em discussão teórica e metodológica, mas que invariavelmente procure contribuir para 
em algum momento alcançar o horizonte da prática.
Paradigmas e racionalidade moderna na Administração
Vimos que deveríamos ter pelo menos três horizonte a considerar em nossas práticas 
de   pesquisa,   mas   de   fato,   como   as   práticas   de   construção   do   conhecimento   vem   se 
desenvolvendo em nosso meio?
Há de modo geral no conhecimento científico há a noção de paradigmas. Pode­se dizer 
que   é   uma   questão   desenvolvida   a   partir   de   Khun   (1994).   Mas   de   forma   particular   à 
Administração, a proposta de Burrell e Morgan (apud BURRELL, 1999) oferece uma via para 
a compreensão dos  paradigmas sociológicos nos estudos organizacionais. 
Em Burrell (1999) compreendemos que   os paradigmas podem ser entendidos como 
uma forma de ver o mundo e definir como este deveria ser estudado. Um ponto de vista 
acordado e profundamente   assentado que é compartilhado por um grupo de cientistas com 
uma linguagem conceitual comun,   na busca de um edifício conceitual comum e com uma 
postura política muito defensiva em relação aos de fora. 
Segundo Burrell (1999, p. 447 ), o estabelecimento dos paradigmas organizacionais foi 
um tipo de “delimitação procusteana”,  articulada numa tentativa de estabilização do campo. 
A   expressão   é  inspirada   na  mitologia   grega.     Procusto   era   um   salteador   sanguinário   que 

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deitava suas vítimas sobre um leito de ferro para sacrificá­las, se as vítmas fossem menores 
que o leito eram estiradas com cordas e roldanas,  se fossem maiores a parte que sobrava lhes 
era  extirpada. Usa­se o termo “Leito de Procusto” para qualquer tipo de padrão que seja 
aplicado à força, sem respeito por diferenças individuais ou circunstâncias especiais. 
Burrell (1999, p. 450) destaca que a noção de paradigmas organizacionais forneceu 
condições   para   que   alguns   analistas   abraçassem   outros   quadros   de   referência,   porém,     o 
problema   de   incompatibilidade   entre   os   paradigmas   é   central   dentre   os   problemas   dos 
paradigmas   organizacionais.   Por  um  lado  há   aqueles    que   criticam   a  incompatibilidade   e 
advogam   formas   de   estabelecer   Conversões   entre   os   diferentes   paradigmas,   por   outro   há 
aqueles que defendem que a incompatibilidade está não só na epistemologia, mas também na 
política.
Neste sentido, a  discussão sobre paradigmas do conhecimento gira também em torno 
também da legitimidade/legitimação das práticas de pesquisa. De forma simplificada pode­se 
afirmar que em vários campos acadêmicos discute­se uma possível/necessária superação de 
uma espécie de meta­paradigma contemporâneo, a racionalidade moderna. E o que seria essa 
racionalidade moderna?
A   racionalidade   moderna,   de   um   modo   geral,   pode   ser   entendida   como   o 
estabelecimento  da hegemonia do discurso científico moderno sobre as demais  formas de 
conhecimento.   Disso   tratam   Koike   e   Mattos   (2000),     os   trabalhos   classificados   como   de 
consciência pós­metafísica (MATTOS, 2002) ou  consciência pós­moderna (MATTOS, 2003) 
e Guerreiro Ramos (1989), de forma particular à temática de organizações.
 Esta racionalidade moderna tem sua referência principal na filosofia cartesiana. O que 
a move é a crença na capacidade do sujeito de melhor encontrar objetivamente as respostas 
para   todos   os   problemas   da   humanidade   por   meio   do   método   científico.   Assim,   a 
modernidade   é   profundamente   marcada   e   até   mesmo   se   confunde   com   a   hegemonia   do 
discurso científico.
A Administração enquanto ciência é uma clara demonstração do espírito de um tempo 
e  espaço  marcados   pela  crença   no  meta­paradigma  científico   moderno.  A  Administração  
Científica, sem querer diminuir toda a sua relevância prática e seu potencial teórico, pode­se 
dizer que nasceu de nossa noção limitada, imatura, de ciência. Fato não só na nossa área, mas 
também nas demais Ciências Sociais, como podemos notar em Capra (1992). 
Na Administração, suposta ciência, tão nova e ainda em amadurecimento, há tentativas 
de transições de paradigmas iluminadas por noções diversas de outras Ciências Sociais que já 
vem  questionando  seus  construtos  discursivos  e desenvolvendo  um auto­conhecimento   há 
mais   tempo.   Mas,   em   sua   maioria   naturalmente,   a   pesquisa   está   em   grande   medida 
direcionada pelo que Alvesson e Deetz (1999) classificam como consenso com um discurso 
social   hegemônico.   Dessa   forma,   a   produção   de   abordagens   em   busca   de   rompimentos 
paradigmático, que podem ser rotuladas também de abordagens críticas,  está limitada a uma 
minoria. 

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A minoria “crítica” como apontam Vergara e Peci (2003), ao optar por metodologias 
diferentes   das   tradicionais,   acaba   precisando   dedicar   mais   espaço   à   argumentação   sobre 
aspectos epistemológicos e até ontológicos da pesquisa. De certa maneira tentando legitimar a 
nova   opção   frente   ao   que   já   está   consolidado   e   aceito   no   campo   científico.   Espaço 
caracterizado também, obviamente, pela existência de relações de poder.
Não podemos deixar de concordar com Vergara e Peci (2003, p. 25) que os métodos 
optativos   requerem   um   processo   “prévio   e   doloroso   de   desconstrução   de   esquemas 
epistemológicos   e   ontológicos   que   orientam   as   escolhas   metodológicas   do   pesquisador   e, 
paralelamente, a reconstrução de novos referenciais que orientarão futuras pesquisas”. Porém, 
acreditamos também que é neste percurso que são moldadas importantes peças, de um grande 
quebra­cabeças teórico­metodológico­prático que envolve nossa produção.
Pós­modernismo,  teoria crítica e construção metodológica
O processo de descontrução epistemológica e ontológica das perspectivas  “críticas, 
mesmo   enquanto   minoria,     ocupou   um   espaço   próprio,   de   destaque,     na   pesquisa   em 
Administração   nos   últimos   anos.   Vemos   isso   como   um   leito   de   procusto   da   prática 
acadêmica, mas não podemos deixar de registrar este momento como importante. Trata­se, 
genericamente falando,  da propagação, sob os rótulo de pós­modernismo  e teoria crítica, de 
complexos campos de proposiçoes discursivas. 
Pós­modernismo e teoria crítica, segundo Alvesson e Deetz (1999) incluem foco na 
natureza construída das pessoas e da realidade. Enfatizam a linguagem como um sistema de 
distinções que são centrais no processo de construção social desta realidade. Argumentam 
contra as meta­narrativas e os sistemas teóricos de larga escala. Tratam das relações entre 
poder   e   conhecimento   e   do   papel   das   exigências   técnicas   nos   sistemas   de   dominação. 
Afirmam   o   caráter   fluido   e   hiper­real   do   mundo   contemporâneo.     E   a   pontam   nesses 
processos o papel ocupado pelos  dos meios de comunicação de massa pelas tecnologias de 
informação.São   discursos   que   evidenciam   a   narrativa/ficção/retórica   como   central   para   o 
processo de pesquisa.
Para   Wood   Jr   (1999),   as   abordagens   pós­modernas   e   a   teoria   crítica   são   “frutas 
maduras num supermercado de idéias mofadas”. Mesmo assim, podem oferecer perspectivas 
de novas visões para a pesquisa em Administração. 
Essas   abordagens   construiram   um   espaço   privilegiado   no   que   se   denomina 
internacionalmente   Critical   Management   Studies    e   aquí   entre   nós   Estudos   Críticos   em 
Administração (PAES DE PAULA; ALCADIPANI, 2004). 
Nos Estudos Críticos em Administração, enxergamos a  Escola de Frankfurt e o pós­
modernismo (ou pós­estruturalismo para Paes de Paula e Alcadipani (2004)) com as bases 
teóricas preponderantes.  
Segundo Alvesson e Deetz (1999, p. 228), há pelo menos duas razões para abraçarmos 
essas perspectivas críticas. Primeiro, a ação limitadora dos pressupostos da ciência moderna 
embutidos nas organizações. Depois, o caráter bastante dogmático e excludente da tradição 
dominante de pesquisa. Tal realidade “deve­se em parte ao declínio e à desilusão daquilo que 

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pode ser genericamente referido como pressupostos modernistas, tanto pelos teóricos quanto 
pelos profissionais das organizações”.
Para   Alcadipani   e   Davel   (2003),   a   década   de   1990   marca   a   emergência   de   um 
movimento de Estudos Críticos em Administração no contexto anglo­saxão. Abordagem se 
distingue de outras abordagens críticas pela originalidade de sua proposta. Mas, segundo Paula 
e Alcadipani (2004), observando a produção em Estudos Organizacionais no Brasil,   é possível 
notar que a perspectiva crítica antecede o movimento europeu e estadunidense.  Os trabalhos de 
Alberto   Guerreiro   Ramos   e   Maurício   Tragtenberg   carregam   uma   forte   identidade   crítica, 
questionando   a   Teoria   Organizacional   convencional   e   o  status   quo.   Não   deixando   de 
mencionar, Fernando C. Prestes Motta, que  tem,  impresso em seus trabalhos,   a marca de 
questionamentos   que   contribuíram   e   ainda   contribuem   para   o   estabelecimento   de   uma 
perspectiva “crítica” nacional.
Em Alvesson   e Deetz (1999, p. 230), a proposta é situar a teoria crítica e o pós­
modernismo na  história das idéias. Para estes autores histórias como essas são tipos de ficção 
que freqüentemente servem a propósitos sociais presentes. São reconstruções que dão uma 
forma particular de pensar sobre o presente que podem ser semelhantes em contraste com 
outras   abordagens   organizacionais   e   diferentes   entre   si.   É   o   que   propõem   com   a   grade 
apresentada na figura 1, onde a dimensão consenso­dissenso representa a relação entre as 
práticas de pesquisa e os discursos sociais hegemônicos. 

Relação com o discurso
social dominante

Dissenso

Estudos dia lógic os Estudos críticos


Pós­moderno, Moderno ta rdio,
desconstitucionista reformista

Origem dos conceitos Loc al/ emergente Elite/ a priori


e problemas

Estudos interpretacionista s Estudos normativos
Pré­moderno, tradicional Moderno, progressista

Consenso

Figura 1 ­ Dimensões contrastantes da meta­teoria de práticas representacionais
Fonte: Alvesson e Deetz (1999)
Perspectivas de pesquisa podem ser contrapostas com “base em seu aprofundamento 
num conjunto dominante de estruturações do conhecimento, relações sociais e identidade” 
que os autores chamam de discurso de consenso. Ao ponto que essas perspectivas trabalham 
para desfazer tais estruturações chama­se de discurso de dissenso. Essa dimensão serve para 
apontar   um   modo   significativo   de   pensar   sobre   como   o   pós­modernismo   e   teoria   crítica 

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diferem de outros programas  de pesquisa em andamento  (ALVESSON; DEETZ, 1999, p. 


234). 
O consenso­dissenso não deve ser entendido apenas como conformidade e divergência 
“mas como a apresentação de unidade ou de diferença, a continuidade ou a ruptura de um 
discurso dominante coerente, a confiança ou a dúvida como hipótese básica”. A chave sob a 
ótica do dissenso está na natureza construída das pessoas, ordens, e objetos e na necessidade/ 
possibilidade de contestação da provável dominação presente nos processos políticos no qual 
o mundo percebido está baseado.   Já o discurso de consenso posiciona a ordem das coisas 
como   naturais,   e   mesmo   quando   as   posiciona   como   construções   a   ênfase   é   na   natureza 
espontânea,   orgânica,   natural   das   construções   em   vez   de   seu   “caráter   arbitrário   e 
político” (ALVESSON; DEETZ, 1999, p. 235).
Ainda   com   relação   à   figura   1,   segundo   Alvesson   e   Deetz   (1999),   a   dimensão 
local/emergente­elite/a   priori   enfoca   a   origem   dos   conceitos   e   dos   problemas   a   serem 
formulados   como   parte   do   processo   de   pesquisa.   O   contraste   entre   as   duas   concepções 
apresenta diferenças que servem para mostrar um modo de ver a distinção entre os discursos 
pós­moderno e crítico.  
Na   área   da     Estratégia   geral  podemos   enxergar   processos   de   descontrução   e   re­
construção   que   também   podem   ser   permitidos   pelo   desenvolvimento   de   pesquisa 
metodológica  a partir  da compreensão  do contexto  “práticas  em dissenso com o discurso 
social hegemônico. É disso que trata a próxima seção.
A busca do auto­conhecimento na Estratégia empresarial
A pesquisa em Estratégia Empresarial passa por uma importante fase. Powell (2001) 
questiona   a  estrutura   lógica   das   proposições   sobre  vantagem  competitiva   ­  VC,  enquanto 
Whittington (2004) afirma que os pressupostos da área se esgotaram e ou são inconsistentes. 
Emerge   a   perspectiva   da   estratégia   enquanto   prática   social   (CLEGG;   CARTER; 
KORNBERGER, 2004; JARZABKOWSKY; WILSON, 2004 WHITTINGTON, 2004).
Powell (2001) trata dos    porquês  da pesquisa em estratégia  não poder confiar  nas 
justificações lógicas e filosóficas convencionais dos estudos em gestão estratégica. Para o 
autor, a hipótese central de que a VC produz desempenho superior sustentável encontra pouco 
suporte na inferência formal dedutiva ou indutiva. As teorias líderes incorporam barreiras de 
refutação que impedem testes empíricos imbuídos de um sentido compreensivo. A maioria 
dos   estudos   infere   a   existência   de   VC   a   partir   de   observações   ex­post   do   desempenho. 
Posteriormente, desenham a conclusão inversa de que criar VC ex­ante produz desempenho 
superior sustentável.  
O   argumento   central   de   Powell   (2001,   2002,   2003)   é   que   a   hipótese   da   VC   é 
axiomática,   está   imune   à   refutação   empírica,   assim   como   a   suposição   da   concorrência 
perfeita. Deixa de ser hipótese testável para assumir o caráter de alguma forma de ideologia 
ou mesmo fé. O autor evidencia a tautologia nos pressupostos centrais das teorias que tentam 
explicar   o   desempenho   superior   (variável   dependente)   a   partir   das   VC   (variável 

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independente). O problema é que desenpenho superior e VC são funcionalmente equivalentes 
para os estudos em estratégia.
A abordagem Resource Based View ­ RBV é posta no centro dos questionamentos de 
Powell (2001), que afirma que, assim como todas as hipóteses que insistem nas vantagens 
específicas   da   firma,   a   RBV   necessita   da   suposição   de   heterogeneidade   para   explicar 
observações   empíricas   que   violam   as   condições   e   resultados   do   equilíbrio   competitivo 
perfeito. A suposição da heterogeneidade seria uma proposição analítica, tautológica, que não 
requerer investigação empírica porque não faz qualquer declaração sobre o estado empírico 
das coisas, é por definição verdadeira.
Powell (2002) propõe uma hipótese alternativa que é logicamente possível e, segundo 
o autor, nunca foi testada ou mesmo proposta na pesquisa em estratégia. O esquema proposto 
pode ser observado na figura 2. A explicação é que os pesquisadores ocasionalmente referem­
se a desempenho inferior apesar das vantagens competitivas (área 1, figura 2­b ),   porém a 
área 2 (figura 2­b) nunca surge como uma possibilidade empírica, ou seja, que a organização 
tenha desempenho superior sem vantagens competitivas.

C: O conju nto d e ev ento s “Tem Van tagens


Competitivas Susten táveis”
C=P
P: O conjun to de eventos “Alcança Desem­
penho Superior Sustentável”

(a) 

Area 1: Tem  vantagen s competitivas, 


              mas  não desemp enh o su perior

P  Area 2: Tem  desempen ho superior,



             mas não van tagens co mpetitivas
Area Area 4
3 Area 3: Tem  vantagen s competitivas
Area 1 Area 2
               e desempen ho superior

Area 4: Não tem van tagens com petitivas


(b )               nem desempenho superior

(a) A hipó tese de Equivalência Fun cion al  (b) Uma hipótese Alternativa


Figura 2 ­   Argumento  para a inconsistência científica das hipóteses da VC.
Fonte: Powell, (2002)

As análises quantitativas de regressão múltipla com variáveis dummy de Vasconcelos 
e Brito (2003) e Brito e Vasconcelos (2003) procuram responder aos problemas da Vantagem 
Competitiva apontados por Powell (2002). Contudo, não se pode afirmar que seus estudos 
resolvam a questão das inferências ex­ante a partir de análises ex­post.  
Para   Whittington   (2004),   o   modernismo   manteve   a   estratégia   restrita   em   termos 
epistemológicos, pois considerou a imparcialidade científica superior ao engajamento prático, 
o geral superior ao contextual, e o quantitativo superior ao qualitativo. Segundo Clegg, Carter 

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e   Kornberguer  (2004)  o  foco  atual   é  a    nova  agenda  para   os  estudos  em   estratégia,   que 
apresenta dois objetivos:
Tratar a estratégia como uma importante prática social, que exige uma séria análise 
sociológica;
Transformar   esse   conhecimento   em   uma   maneira   de   melhorar   o   modo   como   as 
estratégias são conduzidas.
Considerar a estratégia como uma prática social, como algo que as pessoas fazem, tem 
um   efeito   descentralizador   sobre   as   proposições   tradicionais   da   finalidade   da   estratégia. 
Tradicionalmente a estratégia se preocuparia com a performance e a VC das firmas [...]. Uma 
sensibilidade  à prática[...]  deslocaria  o nível de análise para uma  instância acima  e  outra 
abaixo da firma.  (WHITTINGTON, 2004, p. 48)
Whittington (2004, p. 48) explica que num deslocamento do nível de análise para cima 
deve­se   olhar   para   estratégia   numa   perspectiva   sociológica,   como   um   “amplo   campo   de 
atividade social cujas práticas são importantes para a sociedade como um todo”. Em sendo 
assim, não é tanto o desempenho da firma que importa, mas sim o desempenho da estratégia 
como um campo. Já no deslocamento para a instância abaixo da firma deve­se enfocar na 
perspectiva gerencialista e tratar dos processos estratégicos gerais das firmas e das atividades 
daqueles que praticam a estratégia. Nesse caso, o que importa é a ação dos estrategistas no 
desempenho dos seus papéis.
Clegg, Carter e Kornberger (2004, p. 26 ­30)  destacam que a proposição de estratégia 
enquanto prática oferece a perspectiva de evolução de uma prática disciplinarmente normativa 
e   prescritiva   a   uma   “prática   essencialmente   empírica   em   seu   foco   nos   etnométodos   do 
estrategista do cotidiano e nas utilizações que estes fazem dessas respostas disciplinares de 
segunda   ordem”.   Há   que   haver,   entretanto,   um   compromisso   com   o   desenvolvimento   de 
estudos apoiados em conceitos fundamentais para a compreensão da  estratégia como prática. 
Nesse caso, os contornos­chave de pesquisa incluem foco em  pelo menos seis áreas: poder, 
identidade profissional, agentes não humanos, ética, linguagens e instituições.
Conversões   e   convergências:   estratégia   empresarial,   estratégia   de   produção   e   de 
operações
Agora que já oferecemos subsídios suficientes,  podemos construir a partir da visão de 
que o pesquisador é aquele que não apenas acumula dados mensurados, mas, principalmente, 
nunca desiste de questionar a realidade, pois entende que qualquer conhecimento é apenas 
recorte (DEMO, 1996). 
Primeiro,   retomamos   o   ponto   em   que   Hayes   (2004)   afirma   que   não   há   solidez 
suficiente nos princípios da gestão de operações da atualidade para lidar com os desafios da 
nova   economia.   No   que   tange   especificamente   à   estratégia   de   produção   e   operações, 
poderíamos relacionar esta questão às fragilidades das hipóteses da Vantagem Competitiva na 
Estratégia   Geral?   (horizonte   teórico   da   pesquisa).   Nesse   sentido,   buscaríamos   meios   de 
avaliar   as   práticas   de   estratégia   de   produção   e   de   operações   (horizonte   metodológico   da 

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pesquisa) para definir e testar ferramentas do processo estratégico de produção e de operações 
(horizonte prático da pesquisa).
A relação entre os pressupostos de Hayes (2004) e os paradigmas organizacionais é 
óbvia. Mas, que  frameworks  (horizonte teórico) alternativo existem? Como a partir destes 
quadros   de   referências   poderíamos   ampliar   nossos   instrumentos   de   avaliação   (horizonte 
metodológico)   para   definir/testar   ferramentas   adequadas   à   realidade   (horizonte   prático) 
específica da “nova economia” ?
Uma   convergência   clara   entre   a   estratégia   geral   e   a   estratégia   de   produção   e   de 
operações é a sobreposição das noções estruturais de redes em Hayes (2004) e  a proposta de 
estratégia enquanto prática. A questão de que uma sensibilidade à prática deslocaria o nível de 
análise para outras instâncias além da  firma não só  incluem  a perspepctiva  de Hayes (2004) 
como   também   ampliam  esta  noção  principlamente  no  direção  de  uma  outra  dimensão   de 
análise,  o indivíduo estrategista. O que de fato sabemos sobre a relação entre os procesos de 
estratégicos de produção e de operações e os indivíduos estrategistas por trás das definições?
À   terceira  pressuposição apontada por Hayes, a de que  a atividade  dominante do 
administrador de operações é controlar o fluxo de materiais (e/ou de informações) através de 
uma seqüência de etapas no processo,  podemos responder que nesse caso já existe abordagem 
pertinente   enquanto  framework,       a   Rede   de   Valor   de   Opreações   ­   RVO   (PAIVA; 
CARVALHO   JR.;   FENSTERSEIFER,   2004).   Assim,   seria   interessante   ponderar   mais 
limitações   ou   possibilidades   (horizonte   teórico)   da  noção   de   Cadeia   de  Valor   (PORTER, 
1995) e verificar ou não (horizonte metodológico) sua incorporação à proposta de RVO com a 
finalidade de testar/ampliar (horizonte prático) a aplicabilidade do construto?
Para a quinta pressupossição apontada por Hayes(2004), a que os concorrentes são os 
inimigos e a chave para vencê­los está na diferenciação, há todo um contexto de abordagens 
em dissenso (pós modernas e críticas) que poderiam ajudar a compreender (horizonte teórico) 
e   propor   meios   de   avaliação   (horizonte   metodológico)   para   definir   procedimentos   de 
relaciomento (horizonte prático) entre as diversas partes envolvidas no processo. De fato, a 
prática atual de interação nos grupos de desenvolvimento de software livre pode oferecer ricos 
estudos de casos de cooperação na cadeia produtiva a partir de uma orientação nitidamente 
política.
Na verdade, para cada visão proposta por Hayes (2004) podem ser buscadas diferentes 
orientações (horizonte teórico) seja nas abordadens de dissenso seja em outras que apontem 
desenvolvimento de caminhos (horizonte metodológico) para, mantendo a perspectiva da de 
gestão   da   produção   e   de   operações,   colaborar   intimamente   (horizonte   prático)   com   os 
praticantes da área.
Criticas   como  a  de  Hayes   (2004) e  Slack(2005)  indicam  que  a  área  de  gestão   da 
produção   e   operações     já   ingressou   na   caminho   da     maturidade,   onde   a   busca   do   auto­
conhecimento   permite   desconstruir   e   reconstruir   conhecimento   superando   as   barreiras 
paradigmáticas existentes.

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Como vimos em Demo (1999) a distância para com a prática em algumas áreas é a 
praxe. Não é o caso da estratégia de produção e de operações. Nossa aproximação da prática é 
uma característica marcante da área. Contudo, como aponta Slack (2005) nem tudo caminha 
como   o   planejado.   Neste   caso,   precisamos   entender,   como   ilustra   Demo   (1996),     que   a 
discussão   crítica   é   importante   no   combate   à   petrificação   das   teorias,   porém,     deve   estar 
atrelada   ao   confronto   com   a   prática   para   evidenciar   as   limitações   de   nossas   construções 
teóricas. 
Por   exemplo,   em   que   medida   realmente   podemos   nos   distanciar   dos   pressupostos 
tayloristas da melhor forma de executar o trabalho? No campo prático, em muitos setores e 
atividades, as necessidades de projeto do trabalho apresentam requisitos que comungam em 
larga medida com a adoção dos princípios de administração científica (TAYLOR, 1978). Não 
podemos negar, entretanto, que o desafio ampliou­se para uma questão  paramount: buscar 
compreensões   (horizonte   teórico),     meios   de   desenvolvê­las   (horizonte   metodológico)   e 
aplacações para os “trabalhadores do conhecimento”(horizonte prático).
Os dois objetivos da nova agenda da estratégia geral: tratar a estratégia como uma 
importante prática social e transformar esse conhecimento em uma maneira de melhorar o 
modo como as estratégias são conduzidas, são diretamente convergentes com a orientação 
prática que Slack (2005) evidencia precisarmos alcançar.
No   contexto   do   desenvolvimento   de   colaboração   da   estratégia   de   produção   e   de 
operações para a estratégia competitiva temos pela frente o desafio de alcançar um consenso, 
ou não, no escopo das estratégias de operações, questão evidenciada por Slack(2005). É fato 
que   para   a   estratégia   de   manufatura   o   ferramental   existente   já   se   mostrou   poderoso   e 
pertinente. Mesmo assim, Slack (2005) revela as alterações que a  servitization  pode impor 
mesmo   às   empresas   que   se   pensam   tipicamente   manufatureiras.   Quanto   às   estratégias   de 
serviços,   podem   até   ser   pensadas   de   forma   separada,   mas,   o   desenvolvimento   das 
mensurações (horizonte metodológico) inevitavelmente terá que pensar em termos de pacotes.
Um problema central à convergência entre a estratégia empresarial e a estratégia de 
produção e operações, principalmente para aqueles que pretendem delinear noções a partir das 
visões Resource Based, é a hipótese de equivalência funcional entre vantagem competitiva e 
desempenho superior apontada por Powell (2002).  Estudos de desenvolvimento neste campo 
podem até desconsiderar esta noção. Porém, mais relevante do ponto de vista de aproximação 
com a perspectiva dos profissionais da área talvez fosse assimilar esta limitação na busca por 
soluções para as estratégias de produção e operações.
Outras convergências certamente ainda podem ser apontadas entre os conteúdos aqui 
avaliados. De modo geral, queremos chamar a atenção para a questão de que as áreas e  foco 
de   estudo   propostas   pela   nova   agenda   de   pesquisas   em   estratégia   (CLEGG;   CARTER, 
KORNBERGER, 2004), podem em sua maioria ser observadas  tempos sendo desenvolvidas 
já há algum tempo por esse “universo de práticas de pesquisa em dissenso com o discurso 
social   hegemônico”.  O  que o leitor  vai  concluir  a partir  desta  afirmação  deixamos  a   seu 
critério. 

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À guisa de conclusão
Ao fim obrigatório deste percurso textual vamos encerrar com a rememoração  das 
marcas que objetivamos evidenciar.
Nosso artigo propôs, sob a orientação da metodologia reflexiva (VERGARA, 2005), 
elencar algumas Conversões e convergências (FACHIM, 2003) entre os contornos atuais das 
práticas   de   pesquisa   nas   área   de   Estratégia   Empresarial   de   Estratégia   de   Produção   e   de 
Operações.
Para  permitir   nosso intento,  o  percurso marcou   de início  as   propostas  recentes   de 
autores   da  área  de  Gestão  da  Produção  e de  Operações  (HAYES,  2004; SLACK, 2005), 
destacando pontos frágeis da Estratégia de Produção e de Operações frente aos desafios da 
“nova economia” digital e ao relacionamento efetivo da área para com os profissionais do 
campo.
A nossa proposta de visão de pesquisa foi calçada em Demo (1996),  o que ao mesmo 
tempo justificou as abordagens teóricas que buscamos expor como pertinentes para iluminar 
as Conversões/ convergências entre os dois níveis de estratégia enfocados. 
Mostramos   que   de   certa   forma   um  meta­paradigma  do   conhecimento   moderno   se 
apresenta   como   elemento   definidor   dos   nossos   percursos   de   pesquisa.   As   abordagens 
“críticas” são apenas mais uma possibilidade para lidar com esta questão.
De  forma  ilustrativa,  procuramos   marcar   as   três   horizontes   de  pesquisa  nos   nosso 
achados de conversação e convergência entre as questões das duas dimensões de estratégia. 
Esperamos com essa contribuição  ter evidenciado de forma suficiente    a complentaridade 
necessária entre as três dimensões da pesquisa e o posicionamento que o pesquisador pode 
tomar neste processo.
Por  último, buscamos  mostrar que os temas  essenciais  para o desenvolvimento   da 
nova   agenda   de   estratégia   são   ao   mesmo   tempo   temas   que   os   estudos   “críticos”   já   vem 
desenvolvendo há algum tempo.
Diante   do exposto,  compreendemos   que na  estratégia  de  produção  e  de  operações 
muito   terrreno   pode   ser   desenvolvido   se   desenvolvermos   mais   criteriosamente   essa 
abordagem reflexiva (horizonte metodológico), porém visando sempre no mesmo ou em outro 
momento   conexo   alcançar   o   desenvolvimento/   melhoria/   teste   de   soluções   para   os 
profissionais   da   área   de   estratégia   de   produção   e   de   operações.   Explorando   nosso   auto­
conhecimento para estreitarmos cada vez mais as relações com o mundo da prática.

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