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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO TECNOLÓGICO

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA

RELATÓRIO DE ENSAIO CÉLULA DE CARGA

EMC5110 - LABORATÓRIO EM PROPRIEDADES MECÂNICAS

Douglas Matheus Ribeiro Gomes

Lucas Schroeder

Florianópolis, junho de 2017


INTRODUÇÃO

No seguinte experimento, visou-se a obtenção da relação entre força aplicada em uma célula

de carga e a voltagem medida. O princípio de funcionamento se baseia na deformação linear elástica

(Lei de Hooke) de metais quando submetidos à tensões mecânicas. Essa deformação é lida através de

quatro extensômetros posicionados na parte mais deformável da célula de carga e ligados entre si

como uma ponte de Wheatstone completa.

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Foram aplicados seis cargas diferentes (massas padrão) na célula, para cada massa mediu-se

três vezes a voltagem imediatamente antes e imediatamente depois da aplicação da carga na célula, a

fim de diminuir o erro estatístico devido à própria medição e às incertezas dos equipamentos. Na

Tabela 1 abaixo pode-se conferir os resultados obtidos.

1ª medição 2ª medição 3ª medição


Padrão
Referência [g] Vout(amp) Vout(amp) Vout(amp)
V0 V0 V0
[V] [V] [V]
96,0 0,0200 0,294 0,0470 0,316 0,0390 0,313
290,5 0,0410 0,890 0,0392 0,900 0,0351 0,895
485,0 0,0378 1,471 0,0400 1,473 0,0401 1,478
678,9 0,0419 2,038 0,0357 2,041 0,0346 2,042
735,2 0,0345 2,330 0,0287 2,338 0,0338 2,322
936,2 0,0366 2,904 0,0321 2,909 0,0256 2,899
Tabela 1 - Dados obtidos experimentalmente

A primeira coluna refere-se à massa total adicionada à célula de carga, a segunda coluna lista

a voltagem medida imediatamente antes de adicionar a massa pela primeira vez e a terceira coluna

lista a voltagem medida imediatamente depois de adicionar a massa pela primeira vez. As demais

colunas registram os valores medidos nas segundas e terceiras medições de cada massa.

A seguir, na Tabela 2, relacionam-se as diferenças (Δ) de antes e depois de adicionar as

massas. Apesar dos esforços para zerar a medida V​0​, é a diferença entre V​0 e V​out(ampl) que realmente
importa para o cálculo da deformação do elemento de carga. Desta forma, nas colunas 2, 3 e 4 da

Tabela 2 estão listados os incrementos de voltagem devido à carga aplicada. Na coluna 8 pode-se ver

a relação V​out​/V​in​, onde V​out é o valor médio do incremento de voltagem (Δ) devido à cada força

aplicada e V​in é voltagem aplicada à ponte de Wheatstone formada pelos extensômetros. A coluna 1

mostra a força aplicada devido às massa, considerando a gravidade g = 9,78 m/s².

Padrão Delta V Desvio


Força Vout/Vin
Referência ΔV 1 [mV] ΔV 2 [mV] ΔV 3 [mV] médio padrão
[N] [mV/V]
[g] [mV] [mV]
0,9389 96,00 274,00 269,00 274,00 272,333 2,887 55,578
2,8411 290,5 849,00 860,80 859,90 856,567 6,568 174,81
4,7433 485,0 1433,2 1433,0 1437,9 1434,70 2,773 292,80
6,6396 678,9 1996,1 2005,3 2007,4 2002,93 6,010 408,76
7,1903 735,2 2295,5 2309,3 2288,2 2297,67 10,716 468,91
9,1560 936,2 2867,4 2876,9 2873,4 2872,57 4,805 586,24
Tabela 2 - Tratamento estatístico dos dados

Desta forma, pode-se relacionar os valores de V​out​/V​in com cada força aplicada, como

mostrado no gráfico da Figura 1. É importante ressaltar a linearidade do gráfico, quase uma reta

perfeita. Computando a melhor reta com os pontos obtidos experimentalmente, chegou-se a um valor

de coeficiente angular α de:

α= dF
d(V out/V in) = 0, 0154 · 103 N

Na coluna 8 da Tabela 2 tem-se os valores de desvio padrão das medidas, gerando uma média

de desvio padrão de 5,407 mV ou, levando em consideração V​in​, um desvio padrão médio de 1,104

mV/V, gerando uma incerteza em medições de carga na ordem de ±0,2 N no intervalo medido (0 < F

< 10 N).

No gráfico abaixo, as barras de erro representam erro de ±0,2 N.


Figura 1 - Gráfico da força na célula de carga vs. V​out​/V​in​ dos extensômetros

CONCLUSÃO

Os extensômetros ligados em ponte de Wheatstone completa produziram incertezas muito

menores que em experimentos anteriores, onde a ponte não era completa. Além disso, a célula de

carga apresentou leituras bastante lineares e estáveis, mostrando-se muito capaz de realizar leituras

com erros de ±0,2 N na faixa de valores medida (0 < F < 10 N).

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