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Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Saúde Aula 4

Disciplina: Teoria do Conhecimento e Educação em Ciências e Saúde


Professores: Bruno, Isabel e Rita.
Carolos, Luciana Lima e Socorro.
BRUNO LATOUR
▪ Nascimento: 22/06/1947
STEVE WOOLGAR
▪ Nascimento: 14/02/1950
▪ Francês;
▪ Britânico;
▪ Antropólogo, sociólogo e filósofo da
▪ Sociólogo da ciência;
ciência;
▪ Atualmente ocupa a Cátedra de
▪ Doutor em filosofia, e professor do Institut
Marketing no Green College da Saïd
d'Etudes Politiques de Paris (Sciences Po).
Business School da Universidad de
Foi professor da École nationale supérieure
Oxford de Inglaterra.
des mines de Paris (Mines ParisTech) e da
▪ Director do Programa “Virtual Society
Universidade da Califórnia em San Diego.
Programme“;
▪ Em 2007 tornou-se diretor científico e vice-
▪ Membro da direção do Centro e-Science
diretor da Sciences Po.
do Oxford e do Instituto de Internet de
▪ Professor visitante da London School of
Oxford.
Economics e da Universidade Harvard.
▪ Um dos fundadores dos chamados Estudos

Sociais da Ciência e Tecnologia (ESCT);


▪ Instituto Salk para pesquisas biológicas (Salk
Institute for Biological Studies): Localizado na
Califórnia, foi fundado por Jonas Salk e
construído por Louis Kahn com o objetivo de
servir como uma instituição de
pesquisa biológicas nas áreas: biologia
molecular, genética, neurociência e biologia de
plantas. Seus tópicos de pesquisa
incluem: câncer, diabetes, defeitos de
nascimento, AIDS, Mal de Parkinson, Mal de
Alzheimer, etc.
▪ Roger Guillemin (França 11/01/1924): Foi
agraciado com a Medalha Nacional de Ciências
em 1976, e o Nobel de Fisiologia ou Medicina de
1977, por estudos relacionados com vários
hormônios produzidos pelo hipotálamo.
▪ Capítulo destinado a discutir os indivíduos do laboratório:
1. A visão e a importância de créditos para os pesquisadores;

2. Distinção de crédito de reconhecimento e crédito de credibilidade;

3. Estratégias, posições e trajetórias de carreira;


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▪ Latour & Woolgar relatam que nos capítulos anteriores se atentaram tomar como ponto de partida da
ciência, o fazer científico no sentido geral de observar o laboratório com suas técnicas, instrumentos e
pesquisas. No capítulo 5 abordam a ciência na ótica da construção de um individuo que produz
ciência.

▪ O PESQUISADOR:
▪ Sua formação produz marcas que o leva a ser conduzido

ao longo da sua carreira;

As normas!
▪ Uma das formas de compreender os

pesquisadores é conceder maior atenção


aos termos que eles empregam para
designar seu próprio comportamento.
▪ Pesquisadores, em especial os mais jovens, tem uma

tendência em descrever o que fazem em termos


econômicos.
▪ De certa forma, os cientistas usam metáforas econômicas

para falar de créditos;

Crédito para o pesquisador pode se dar de quatro maneiras:


✓Mercadoria que pode ser trocada;

✓Crédito que pode ser dividido;

✓Crédito que pode ser roubado.;

✓Crédito pode ser acumulado ou desperdiçado.


Páginas: 211 e 212.
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▪ Crédito de reconhecimento refere-se ao sistema de reconhecimentos e de prêmios
simbólicos, pelos pares, de uma obra científica:
“o reconhecimento, como a credibilidade, tem origem essencialmente nos comentários que os

pesquisadores fazem de seus pares”

Um dos objetivos de dos autores, neste aspecto, era entender sob que forma esses
comentários apareciam no laboratório.
Veja o que ele coleta em uma das entrevistas e também demonstra a “cisão” entre o
pesquisador e substância:
“Na semana passada meu prestígio estava muito baixo. Guillemir, dizia que não se podia confiar
em mim, que meus resultados eram pobres e que ele não estava bem impressionado [..] Ontem
mostrei-lhe os resultados [...] Meus Deus! Agora ele está muito gentil, diz que ficou
impressionado e que agora meu crédito aumentou “
Publicação
Leitura
Reconhecimento
Sobre informações
confiáveis, cuja leitura Hagstrom Bourdieu
poderá levar ao
reconhecimento, os
autores criticam dois
modelos que ele
considera importantes:
Dizia que a leitura de Compara o As normas, processos
artigos alheios ocorria comportamento dos de socialização,
por cortesia e os pesquisadores com o desvios e
agradecimentos por dos modernos homens reconhecimento são
educação. Governada de negócios. mais consequências da
por normas. atividade social do que
suas causas
▪ Crédito de credibilidade baseia-se efetivamente na capacidade que
os pesquisadores tem para praticar a ciência.

A noção de credibilidade poderá ser...

▪ À própria substância da produção


científica;

▪ Relativa aos financiamentos e


instituições

▪ Estratégias de investimentos;

▪ Teorias epistemológicas;

▪ Sistemas de reconhecimento e ensino


científicos.
• O sucesso de cada investimento é avaliado em função
da rapidez com a qual ele favorece a conversão de
credibilidade e a progressão do pesquisador no ciclo.
O sinal de um investimento bem-sucedido para um
pesquisador, pode ser, por exemplo:
Em síntese, • O número de telefonemas recebidos
podemos • A aceitação de seus artigos;
fechar essa • O interesse que os outros demonstram pelo seu

parte da trabalho;

credibilidade... • O fato de que seja mais facilmente acredito ou ouvido


com maior atenção;
• Que lhe proponham melhores ocupações;
• Que seus testes deem resultado, que seus dados se
acumulem de maneira mais confiável e formem um
conjunto mais digno de crédito.
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Os tópicos que compõe a carreira de um
pesquisador são dividida basicamente em:

▪ Curriculum Vitae;

▪ Posições;

▪ Trajetória;

▪ Estrutura do grupo;

▪ Dinâmica do grupo.
RESPONDENDO AS QUESTÕES PROPOSTAS PELO GRUPO D:

▪ 7) Em que sentido podemos dizer que um enunciado científico é socialmente

construído? (pág. 180)


Latour faz uma análise sociológica dos “processos de pensamento” dos pesquisadores, ou seja, considera como matéria-prima, como fonte de informação e
objeto de investigação, as discussões informais que os pesquisadores fazem entre si no ambiente do laboratório. O observador afirma que os temas das
pesquisas podem ser passíveis de mudanças por meio de interferências de qualquer fator que preocupe o pesquisador.
Não é de se espantar, portanto, a abundancia das provas da interferência de fatores sociais nas trocas quotidianas entre pesquisadores. Mas essa analise
pode ser estendida para domínio do próprio pensamento [científico] (Latour e Woolgar, 1997, p. 181).
Latour refuta a idéia de explicar o fazer do cientista pela psicologia, psicanálise ou mesmo pela ciência história das ciências, segundo o pensamento de
Lacan (1966) e Mitroff (1974), pois entende que isto “seria dar provas de incoerência com relação a tudo que desenvolvemos até agora. Ele envereda pelo
limite do pensamento individual do cientista para explicar sua produção científica. “Se fracassarmos em explicar em termos sociológicos a forma pela qual
os cientistas pensam, os conceitos ad hoc que tentamos afastar vão ressurgir e encontrar refúgio no "processo íntimo de pensamento". E, mais uma vez, a
ciência será coroada por uma aura de coisa extraordinária” (Latour e Woolgar, 1997, p. 181-182).
Outro aspecto que a considerar é que, ao fazer e responder a questão dos enunciados como algo socialmente construído, Latour coloca em xeque a idéia
amplamente difundida de que o poder do método científico é determinante para criar enunciados verdadeiros. Entende que o método, por si mesmo, não é
suficiente para determinar que um enunciado científico seja tido como verdadeiro ou falso. Para Latour, a resposta deve ser buscada levando em conta
também o contexto social no qual se inserem os cientistas. A ideia usualmente difundida do poder do método científico como criador de verdade é
abandonada, em favor do objetivo de demonstrar como as práticas sociais interferem e participam da construção e validação do conhecimento científico.
No capítulo 4, Latour chega a chamar de teatro de operações e anedotas os novos enunciados que nascem dentre as conversas dos pesquisadores no
ambiente do laboratório.
RESPONDENDO AS QUESTÕES PROPOSTAS PELO GRUPO D:

▪ 8) O que os autores querem dizer quando falam do “ponto de estabilização”

de um fato ou artefato? (pag. 192, segundo parágrafo e página 193).


Àquilo que a ciência assume como consolidados, aceitos, verdade. Por conveniência prática, Latour
entende ser pouco provável que os leitores e os cientistas em atividade adotem por muito tempo o ponto
de vista de que “os fatos são socialmente construídos [construídos por eles mesmos]”. Para os cientistas, a
concepção válida é a de que “os fatos existem e que seu ofício consiste precisamente em revelar a
existência deles”. Segue afirmando que “o ponto de estabilização é aquele momento em que o enunciado
desembaraça-se de todos os determinantes de tempo e lugar e de qualquer referência aqueles que o
produziram, assim como ao processo de sua produção”. O ponto de estabilização depende das condições
que prevalecem em um contexto particular. A estabilização de um enunciado faz com que ele perca
qualquer referência ao processo de sua construção. É desse modo que se caracteriza a construção de um
fato (Latour e Woolgar, 1997, p. 192).
QUESTÕES PROPOSTAS REFERENTE AO CAPÍTULO 5:

▪ "De acordo com a entrevista dada pelo pesquisador Dietrich, o autor menciona

que apesar do investimento realizado por ele na sua carreira, ele não obteve o
retorno deste, mas que fundamentalmente ele alcançou a credibilidade.
Descreva o que a credibilidade de acordo com o a visão do autor com base na
entrevista de Dietrich". (Páginas da entrevista: 215 a 219). O autor menciona
sobre credibilidade deste caso na página 220.

▪ Ao folhear os escritos dos pesquisadores Latour & Woolgar identificam

diferentes formas utilizadas para se referir aos créditos. Quais são estes tipos de
créditos relatados pelos pesquisadores em seus trabalhos? O que leva um
pesquisador a ler os trabalhos alheios? (Páginas 211 e 212).

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