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A Problem ática Am biental e as

C iências S ociais no B ra sil (1980-1990).


Mapeamento Preliminar e Avaliação Crítica da Produção Acadêmica

P aulo Freire Vieira

I. Introdução nossas elites intelectuais, difuso e controver­


A historiografia científica registra a tido.
emergência, no inicio dos anos 70, de um no­ O termo “ciências sociais do meio am ­
vo ponto de inflexão da curva evolutiva da biente” designa, aqui, o locus de um esforço
humanidade. Com as experiências pioneiras planejado de integração de todas as discipli­
de diagnóstico e prognóstico da dinâmica do nas especializadas das ciências sociais e hu­
“sistema mundial” em situação de crise (ex­ manas envolvidas na investigação das inter-
plosão demográfica, industrialização poluen­ relações entre grupos sociais e comunidades
te, uso predatório de recursos naturais), co­ e seu meio ambiente biofísico e construído.
meça a se cristalizar um a consciência plane­ Trata-se, sem dúvida, de um campo ainda
tária dos riscos sócio-ambientais embutidos marginalizado de trabalho intelectual, m ar­
no projeto hegemônico da civilização indus- cado pelo reduzido núm ero e baixa densida­
trial-tecnológica. D esde então, a pesquisa fo­ de associativa dos pesquisadores, e onde as ^
calizando um conhecimento mais acurado dos querelas de ordem filosófica e metodológica
processos interativos sociedade-meio ambiente prevalecem sobre o avanço cumulativo de
encontra-se em rápida disseminação em todo o conhecimento rigoroso e confiável. A supe­
mundo.
ração desses entraves pressupõe um esforço
As contradições envolvidas no agrava­
coordenado de identificação e sistematização
mento tendencial dos problemas sócio-am­
do amplo acervo de conhecimento acumula­
bientais exigem novos princípios de reorgani­
do em diferentes tradições de investigação
zação das comunidades científicas. As políti­
ecológico-humana, associadas principalmen­
cas de gestão universitária dominantes, fun­
te à Sociologia, Demografia, Antropologia,
dadas num a excessiva com partimentação
dos campos de conhecimento, esbarram na Geografia Humana, Economia e, mais re ­
complexidade criada pelo caráter interde­ centemente, à Ciência Política.
pendente dos múltiplos fatores a serem con­ O presente trabalho configura uma in­
siderados. E m nosso país tais impasses to r­ cursão exploratória nesta temática, oferecen­
nam-se ainda mais graves. Ao estágio inci­ do um mapeamento do esforço de pesquisa
piente das atividades de ensino e pesquisa desenvolvido principalmente junto aos diver­
sobre essa temática soma-se a precariedade sos programas de pós-graduação do país. Is­
das redes de comunicação com centros de to inclui (a) uma identificação de “áreas te ­
vanguarda sediados no exterior. O utro agra­ máticas” representativas em cada uma das
vante é que o projeto de constituição e legiti­ disciplinas mencionadas e (b) uma caracteri­
mação do campo das ciências sociais do zação sumária das principais lacunas de co­
meio ambiente permanece, mesmo entre nhecimento a serem supridas através de um a

H IB , R io dc Janeiro, li. t f , 1." scm rslrc dc 1W Z, pp. I \Z 3


política conseqüente de fom ento à pesquisa ções correspondentes não pressupõe qual­
interdisciplinar nos próximos anos. quer esquema de hierarquização. Por outro
Trata-se de um balanço da etapa inicial de lado, a noção de “área temática” não está re­
uma pesquisa mais ampla, em andamento, ob­ lacionada à maneira como os autores consi­
jetivando a elaboração de um a bibliografia derados classificam ou avaliam seus próprios
seletiva e crítica da produção latino-america­ trabalhos. Trata-se de um recurso heurístico
na sobre os grandes eixos temáticos da eco­ que visa, fundamentalmente, facilitar uma
logia hum ana lato sensu: basicamente, os identificação exploratória das “linhas de for­
trabalhos que buscam com preender a com ­ ça” mais expressivas de um conjunto bastan­
plexa teia de inter-relações H om em -N ature- te heterogêneo de textos, muitos deles as­
za a partir das categorias centrais de ecos­ sociáveis a vários campos de especialização
sistema, adaptação e evolução. acadêmica simultaneamente.
Apesar das limitações impostas por este O princípio norteaàor do processo de
recorte, espera-se que o texto possa contri­ sistematização da produção consistiu em de­
buir para aum entar a visibilidade institucio­ limitar, nas superposições de áreas temáticas
nal desse novo campo de investigação, rever­ nas várias disciplinas, as principais pistas para
tendo, na medida do possível, as duplicações um a proposta de reodernam ento interdisci­
desnecessárias do esforço intelectual decor­ plinar do potencial de pesquisa instalado. Pa­
rentes da ausência de obras de síntese da li­ ra a identificação de lacunas de conhecimento
teratura. O diagnóstico pretende, além disso, levou-se finalmente em consideração a ex­
favorecer a articulação de projetos integra­
periência acumulada em centros internacio­
dos capazes de oxigenar a dinâmica de atu a­
nais de excelência vinculados à análise da
ção dos program as de pós-graduação que
problemática ambiental.
busquem introduzir ou consolidar atividades
Na caracterização dos termos “meio
de ensino e pesquisa na área.
am biente” e “problemática ambiental” par­
II. Critérios para Coleta e tiu-se do pressuposto de que várias acepções
Sistematização dos Textos dos mesmos são possíveis, dependendo do
O m apeam ento foi construído com base foco teórico e das intenções perseguidas pelo
num processam ento seletivo de livros e arti­ investigador. As várias propostas de defini­
gos publicados e/ou no prelo, trabalhos apre­ ção equivaleriam às diferentes alternativas
sentados em eventos científicos, anais e te­ de seleção de um conjunto de relações de in­
ses. O acesso a esse material foi viabilizado terdependência existentes entre o sistema de
mediante o envio de 150 cartas-circulares a referência e seu contorno. Entendendo-se o
pesquisadores individuais e grupos de pes­ sistema como um a categoria de análise, os
quisa e a realização de entrevistas abertas elementos do contorno que não apresentem
com experts na problemática geral “ecologia, relevância para a especificação de relações
política e sociedade”, além de consultas a poderão ser omitidos, um a vez que não aten­
bancos d e d a d o s e o b r a s d e r e f e r ê n c ia dam aos objetivos fundamentais de cada
b ib lio g rá fic a . Foram tam bém incluídos na trabalho específico de pesquisa.
categoria de autores aqueles pesquisadores Para as finalidades da presente contri­
estrangeiros sediados perm anentem ente em buição, a problemática ambiental reflete a
nosso país e lotados no sistema de ensino su­ percepção de que o volume de impactos des­
perior. trutivos gerados pela ação antrópica sobre os
As contribuições foram ordenadas por ecossistemas tem se amplificado a ponto de
disciplinas específicas, segundo os perfis de am eaçar diretamente as precondíções de so­
formação acadêmica e as áreas de atuação brevivência da espécie num horizonte de lon­
institucional dos autores. Convém ressaltar, go prazo (Meadows, 1978).
entretanto, que a seqüência de apresentação Desse ponto de vista, os principais fato­
do conjunto das disciplinas e das contribui­ res condicionantes do fenômeno podem ser

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encontrados nos modos de regulação dos culturais. Seu enfrentam ento efetivo depen­
processos de crescimento econômico, que derá, a nosso ver, das chances de êxito de ini­
desconsideram a contabilidade de seus cus­ ciativas que vão além dos limites impostos
tos sociais e ambientais efetivos. Os estilos por políticas setoriais de orientação “conser-
de modernização dom inantes nas sociedades vacionista” e remediai. O desafio central pa­
contemporâneas (capitalistas ou socialistas) rece consistir na adoção de um a diretriz deci­
não estariam, assim, favorecendo um a inter- didamente preventiva e capaz de balizar a
nalizaçâo efetiva do meio am biente enquan­ concepção e viabilização de estratégias de
to: (1) fornecedor de recursos naturais e re ­ harmonização dos objetivos simultaneamen­
ceptor de dejetos oriundos das atividades hu­ te sócio-econômicos, político-institucionais,
manas; (2) espaço onde se dão as interações culturais e ligados à sustentabilidade ecológi­
entre processos naturais e socíoculturais; e (3) ca das sociedades modernas.
habitat em sentido amplo, correspondendo à Esta exigência de renovação da teoria e
infra-estrutura física e institucional que in­ das práticas de modernização vem sendo de­
fluencia as condições gerais de vida das po­ fendida nos últimos anos por inúmeros gru­
pulações (habitação, trabalho, recreação, au- pos de pesquisadores associados ao enfoque
to-realização) e a própria sustentabilidade de ecodesenvolvimento. D o ponto de vista
ecológica dos sistemas sociais. aqui representado, o enfoque de ecodesen­
Conforme a observação de Godard e volvimento decorre de uma concepção sistê­
Sachs (1975, p. 213), para os adeptos da ra­ mica da estrutura e dinâmica sociais, tendo
cionalidade economiãsta, os recursos não são sido concebido num clima intelectual m arca­
vistos “senão sob o ângulo de sua disponibili­ do pela confluência das primeiras análises
dade no mercado e de seu preço; o mesmo sobre os “limites do crescimento material”
pode ser dito do espaço, do qual o caráter de feitas no Massachusetts Institute of Techno-
meio vivo e dotado de um a estrutura com­ logy — M IT e dos trabalhos de preparação
plexa e diferenciada é ignorado; e quanto à da Conferência de Estocolmo de 1972. Nes­
qualidade do meio, ela é considerada apenas te contexto, as concepções dominantes acer­
na medida em que sua degradação prejudica ca das finalidades básicas, estratégias de pla­
as condições de produção, seja em termos nejam ento e critérios globais de avaliação da
dos recursos utilizados, seja deslocando a eficácia dos processos de desenvolvimento
atenção, direta ou indiretamente, para a pro­ induzidos pela ação governamental foram
dutividade da força de trabalho”. confrontadas com um a nova perspectiva. No
Escapa, assim, ao campo de visão dos plano das finalidades, foram destacadas as li­
analistas o reconhecim ento de que as inter­ mitações de um a concepção que orienta a
dependências criadas entre processos natu­ evolução social no sentido de um esforço
rais e socíoculturais afetam retroativam ente contínuo e virtualmente ilimitado de eleva­
as condições de reprodução da vida social, a ção de taxas de crescimento material. No
busca de satisfação de necessidades básicas plano das estratégias de planejamento, des-
para as populações sistematicam ente segre­ mistificou-se a persistência de um a visão tec-
gadas dos benefícios do crescimento e, num nocrática que não assume de maneira con­
certo sentido, a própria garantia de qualida­ vincente a participação da sociedade civil or­
de de vida para todos os segmentos sociais ganizada no processo. Finalmente, no plano
envolvidos. dos critérios globais de avaliação, tornou-se
Acreditamos que a análise adequada do mais nítida a ênfase concedida a indicadores
fenômeno transcende a preocupação por extraídos unilateralmente da análise econô­
suas repercussões no plano biofísico, exigin­ mica quantitativa. Como já é hoje do co­
do um tratam ento paciente e rigoroso das nhecimento geral, tais indicadores tendem a
características de um longo processo de in­ desconsiderar certos efeitos externos ao
tercâmbio entre fatores geobiofísicos e socio- processo desenvolvimentista, geradores de

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elevados custos sócio-ambientais, como: a ca dc base incluía os princípios de solidarie­
degradação do meio am biente biofísico e dade sincrônica e diacrônica entre gerações,
construído, a gestão predatória de recursos, bem como o dc prioridade à busca de satisfa­
a perda do controle social dos rum os da evo­ ção de necessidades básicas. Combinados à
lução tecnológica e a marginalização de am ­ tomada de consciência dos limites e da vul­
plos segmentos da população. nerabilidade da base de recursos naturais,
No contexto da Conferência de Estocol­ esses princípios permitem o resgate da di­
mo e da criação e implementação do Progra­ mensão ecológica para o fortalecimento da
ma das Nações Unidas para o M eio A mbien­ tese relativa à necessidade de uma luta con­
te, coube a Maurice Strong introduzir, em tra a desigualdade social e a dependência no
1973, o conceito de ecodesenvolvimento pa­ e sobre o Terceiro Mundo.
ra caracterizar um a concepção alternativa A Declaração de Cocoyoc, de 1974, e o
potencialmente fértil para direcionar ações Relatório Que Faire, apresentado no final de
em zonas rurais dos países em desenvolvi­ 1975 pela Fundação Dag Hammarskjold,
m ento e sensível à preocupação ambiental. por ocasião da 7a. Conferência Extraordiná­
Esta concepção antitecnocrática (ou “de bai­ ria das Nações Unidas, reatualizaram os
xo para cima”) preconizava um a gestão mais princípios evocados por Sachs, mas sem que
racional dos ecossistemas locais e a valoriza­ o term o ecodesenvolvimento fosse utilizado
ção do know-how e da criatividade das popu­ de forma explícita. “Um outro desenvolvi­
lações envolvidas. m ento” e “desenvolvimento sustentado”
Esta versão inicial do conceito foi reela- eram denominações preferidas no contexto
borada no ano seguinte num texto, atual­ das organizações internacionais nesta época,
mente considerado clássico, de Ignacy Sachs possivelmente em função das conotações
(1974). Segundo essa nova versão, “ecode­ ideológicas supostamente menos radicais e
senvolvimento” designa, num primeiro mo­ mais coerentes com um a fase de experimen­
mento, um estilo de desenvolvimento aplicá­ tação da idéia de um a nova ordem econômi­
vel a projetos não só rurais, mas também ca internacional.
acionados em área urbana, oposto à diretriz As atividades de pesquisa desenvolvidas
mimético-dependente tradicionalmente ado­ de 1973 a 1986 por Sachs e sua equipe pluri-
tada nos países pobres e orientado para a disciplinar, sediada no Centre International
busca de autonom ia (ou self-reliance) e a sa­ de Recherche sur L ’Environnement et le
tisfação prioritária de necessidades básicas Développement - CIRED , ampliaram e di­
das populações. A integração da dimensão versificaram o horizonte de reflexão. Através
do meio am biente é pensada não apenas co­ do refinamento de uma estrutura conceituai
mo uma espécie de coação suplementar, mas consistente, caracterizaram-se com mais pre­
como um amplo potencial de recursos a ser cisão e rigor as diretrizes para uma dinâmica
corretam ente identificado com o auxílio da standard de harmonização das múltiplas di­
pesquisa científica de ponta e valorizado se­ mensões do processo de desenvolvimento.
gundo critérios de “prudência ecológica”. O Ao mesmo tempo, a equipe definiu e explo­
uso do term o “estilo” faz ressaltar, segundo rou analiticamente as variáveis estratégicas
Sachs, a problemática do controle dem ocrá­ por meio das quais pode ser captado o “con­
tico das opções que se situam no plano das teúdo material” de um estilo de desenvolvi­
finalidades e instrumentalidades do processo. mento.
Num segundo mom ento, o conceito de­ Estas variáveis de um “jogo de harm o­
signa também um enfoque de planejamento nização” incluem, relativamente ao contexto
de estratégias plurais de intervenção, adapta­ da dem anda social, a regulação dos padrões
das a contextos socioculturais e ambientais de consumo e dos estilos de vida, e, relativa­
específicos em cada país. m ente ao contexto da oferta de bens e servi­
Neste texto fundamental, a problem áti­ ços, a regulação de um conjunto de funções

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produtivas: fundam entalm ente, a gestão do Segundo a “lógica das necessidades bá­
uso da tecnologia e da natureza dos produ­ sicas”, a preocupação por indicadores agre­
tos gerados pelos sistemas produtivos, a or­ gados de crescimento econômico constitui
ganização espacial dos sistemas produtivos e um a condição sem dúvida necessária, mas
a gestão do uso de recursos naturais e do su­ claramente insuficiente para uma avaliação
primento energético. A extensa e diversifica­ multidimensional da eficácia do processo
da bibliografia gerada por este esforço de modernizador. Isto porque o fomento deste
pesquisa contribuiu para dem arcar os limites processo carrega em si uma dimensão ética e
de políticas am bientais que se constroem à qualitativa que se exprime em opções por
margem de um questionam ento efetivo dos projetos de sociedade, dimensão esta ausente
estilos de desenvolvimento vigentes no Oci­ da lista de indicadores macroeconômicos dis­
dente desde o pós-guerra. Assinala também, poníveis e, especialmente, daqueles que me­
com extrema acuidade, os impasses e riscos dem o volume e as taxas de crescimento do
decorrentes de um a transferência “miméti- PNB.
ca” desses estilos para os países em desenvol­ D este ponto de vista, um elevado índice
vimento. de crescimento material pode coexistir com
Numa fase posterior, o esforço de pes­ um a dinâmica perversa de "mal-desenvolvi­
quisa do grupo deslocou-se para o tratam en­ m e n t o um tipo de crescimento construído
to da temática dos condicionantes sociais do através da desigualdade social e da destrui­
“mal-desenvolvimento” e das instituições ca­ ção progressiva tanto do substrato biofísico
pazes de favorecer o surgimento de políticas da vida social quanto da capacidade de auto­
alternativas. A problemática de base evoluiu, determinação e iniciativa criadora das popu­
assim, para um a consideração mais atenta lações. Ao mesmo tempo, como nos mostra
das condições de viabilidade dessas alternati­ Sachs, a poluição gerada pela miséria expri­
vas (C IR ED , 1986, pp. 8-17). m e uma manifestação particularmente viru­
Aceitando os riscos de simplificação lenta de degradação do meio ambiente natu­
excessiva, condensamos, a seguir, os elem en­ ral e construído (Sachs, 1979; 1980, pp. 30-5;
tos essenciais do enfoque de ecodesenvolvi- Sigal, 1977).
mento a partir da base normativa sugerida O segundo postulado (autonomia ou
por Sachs, a saber: (a) prioridade ao alcance self-reliance) pode ser entendido como busca
de finalidades sociais; (b) valorização da au ­ de um maior grau de controle dos aspectos
tonomia (self-reliance); (c) busca de um a re­ cruciais do processo de desenvolvimento m e­
lação de simbiose com a natureza; e (d) sus- diante a ação da sociedade civil organizada.
tentabilidade econômica. Atribui-se portanto às comunidades em âm ­
O primeiro postulado salienta, para fins bito local, microrregional ou regional um po­
de planejamento, a necessidade de um redi- tencial a ser canalizado para maximizar a uti­
recionamento do processo de crescimento lização de recursos disponíveis, num horizon­
econômico visando ao alcance de objetivos te de respeito às suas tradições culturais e
sociais prioritários num contexto de crise sem incorrer com isso em auto-suficiência ou
mundial: redução e eliminação dos atuais ní­ isolacionismo. Ao nível internacional, ques­
veis de miséria e das desigualdades no âm bi­ tiona-se o agravamento das assimetrias de
to de cada nação e entre nações, além da sa­ poder atualm ente sentidas nas relações Nor-
tisfação de necessidades básicas de segmen­ te-Sul (Sachs et a l, 1981, pp. 43-135).
tos sociais até então segregados dos benefí­ No setor específico do fomento ao de­
cios da modernidade. O term o “neces­ senvolvimento científico-tecnológico, o com­
sidades” é tom ado em um sentido amplo. ponente essencial de um a estratégia baseada
Contempla necessidades materiais e psicos­ na autonomia seria a instalação de um a ca­
sociais (autodeterm inação, participação polí­ pacidade para gerar e colocar em ação os
tica, auto-realização). produtos científico-tecnológicos que um

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processo decisório participativo seleciona pa­ necessidade de se reavaliar o critério de efi­
ra serem supridos com recursos (financeiros, ciência econômica com base numa internali-
institucionais e técnicos) tanto locais quanto zação lúcida da questão ligada aos custos só-
externos. Esta estratégia dem andaria um es­ cio-ambientais do processo modernizador.
forço de combinação de tecnologias as mais O tão discutido relatório “Nosso Futuro
diversas do ponto de vista da intensidade em Com um”, proposto pela Comissão Brunt-
capital e trabalho, de forma a permitir um land, em 1987, como mais um indicador da
padrão de uso multiforme e sinergético dos fragilidade política das tentativas de inflexão
recursos de cada ecossistema. das tendências “pesadas” do industrialismo,
O terceiro postulado (harm onia socieda- não acrescenta modificações substanciais a
de-natureza) pressupõe, finalmente, o aban­ esta conceituação. Teve, entretanto, o méri­
dono do padrão arrogante de relacionamen­ to de reaquecer a discussão, em escala inter­
to com o meio am biente biofísico instaurado nacional, sobre a caracterização precisa do
pela modernidade à luz do reducionismo critério de sustentabilidade (Sachs, 1980,
econômico. Sugere o aprendizado de um pa­ 1986a, 1986b, 1991; Sachs et a l, 1981; Go-
drão alternativo, pautado pela relação de dard e Sachs, 1975; Godard, 1981; Dag
simbiose com a natureza. A busca de respei­ Hammarskjold Foundation, 1975).
to à dinâmica de equilíbrio ecossistêmico e às III. Mapeamento da Produção
necessidades de sobrevivência e evolução das por Disciplina
gerações atuais e futuras alia-se, aqui, à con­
sideração atenta e cientificamente com pe­ III. 1. Sociologia
tente dos imperativos de viabilidade econô­ A revisão das contribuições associadas
mica. ao campo da Sociologia permitiu identificar
O abandono de um a perspectiva econo- as seguintes áreas temáticas: análise do mo­
micista-predatória implica a valorização de vimento ecologista; avaliação de impactos
um tipo de sensibilidade ecológica q ue incor­ sócio-ambientais de políticas, programas e
pora o interesse pela m anutenção de uma projetos de desenvolvimento; educação, par­
produtividade sustentada dos ecossistemas. ticipação e meio ambiente e repercussões da
Isto encoraja a formulação de propostas problemática ambiental no campo teórico-
criativas de solução de problemas ligados à metodológico da Sociologia,
transformação de elementos do meio am ­ a) Análise do movimento ecologista
biente em recursos econômicos efetivos, pre­ A natureza da crise sócio-ambiental no
servando-se ao mesmo tem po a diversidade Brasil, bem como a composição social, o per­
biológica e cultural. D o ponto de vista de fil geral de atuação, os fundamentos político-
Sachs, a dinamização de sistemas produtivos ideológicos, os processos de institucionaliza­
— a exemplo de unidades de exploração ção e as repercussões culturais e políticas do
agrícola, unidades industriais, aglomerações movimento ecologista enquanto expressão
urbanas, ou um a combinação das mesmas — dos chamados “novos movimentos sociais”
passa a ser concebida à imagem de ecos­ foram analisados, de sua gênese até 1986,
sistemas, ou seja, “fechando-se sem pre que por Viola (1987a), Pádua (1987), Mine
possível os circuitos de feedback e prom o­ (1985) e G abeira (1985 e 1986).
vendo-se sistematicam ente a complementa- Mais recentemente, Viola (1988) e V io­
riedade entre diferentes funções e tipos de la e Leis (1990) estenderam o escopo dessas
atividades” (Sachs, 1984, p. 19). O s ciclos análises ao contexto latino-americano e
ecológicos tornam -se, portanto, os verdadei­ mundial. No caso específico de Viola, sua
ros modelos para um padrão de planejamen­ tentativa de assinalar o desenvolvimento da
to alimentado pela pesquisa científico-tecno- fase “ambientalista-conservacionista” do
lógica de ponta. ecologismo brasileiro na direção de um a op­
O quarto postulado, finalmente, situa a ção “ecopolítica”, a partir de 1986, levantou

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uma série de novas questões ligadas à consti­ A gênese e a dinâmica da reação popu­
tuição de uma estrutura partidária. Este as­ lar ao program a de construção de b ar­
pecto foi retom ado por Pádua (1989), ragens hidroelétricas na bacia do rio U ru ­
interessado em elucidar os condicionantes guai, reação esta consubstanciada na criação
histórico-sociológicos da gênese e as tendên­ da Comissão Regional dos Atingidos por
cias de evolução do Partido V erde do Brasil. Barragens - CRAB, foi tematizada por Sche-
Outros autores focalizam a dinâmica do rer-W arren e Reis (1986 e 1988) e por Sche­
movimento ecologista em contextos regio­ rer-W arren (1988).
nais e urbanos. O papel do ecologismo en­ No domínio da Sociologia do Meio Am­
quanto expressão de interesses de setores biente Rural, começam a se desenvolver, no
médios na transform ação do tecido social âm bito do Programa de M estrado em Socio­
nos municípios de São Paulo, Florianópolis e logia Política da UFSC, novos eixos de pes­
Rio de Janeiro, por exemplo, foi investigado quisa sobre percepções, valores e atitudes de
por Antuniassi (1989), Viola e Boeira (1990) trabalhadores rurais no que diz respeito ao
e Ribeiro (1989). uso de modernas tecnologias agrícolas (Gui-
Finalmente, como parte de um projeto vant, 1989). O papel das inovações sócio-ins-
de m apeam ento e avaliação crítica de movi­ titucionais do movimento cooperativista, vis­
mentos sociais urbanos e rurais no Brasil, to no contexto das pesquisas sobre ecodesen­
Scherer-W arren (1990) começa a tematizar volvimento, pode ser encontrado em Chon-
as articulações que se estabelecem entre or­ chol (1982). Por sua vez, Thiollent (1984)
ganizações ecologistas na Região Sul do país. critica, na ideologia da modernização agríco­
b) Avaliação de Impactos Sócio-Ambientais la subjacente ao modelo difusionista, sua ca­
de Políticas, Program as e Projetos de pacidade limitada de antecipação de efeitos
Desenvolvimento contra-intuitivos de natureza sócio-ambien-
Cardoso (1980) apresentou um a crítica tal. O autor explora ao mesmo tem po um
ao modelo brasileiro de desenvolvimento perfil alternativo de gestão tecnológica, com­
concentrando-se em questões ligadas à natu­ patível, em princípio, com o enfoque de eco­
reza da crise energética, ao fenômeno da u r­ desenvolvimento. Finalmente, Zahler (1988)
banização acelerada e à expansão das fron­ relaciona conservação ambiental e reforma
teiras agrícolas. O trabalho é im portante na agrária, dem onstrando a interdependência
medida em que aponta diretrizes para a vi­ profunda cnlrc as duas problemáticas e
sualização de um modelo alternativo. apontando direlri/.es para um a política alter­
Um a crítica global do desenvolvimento nativa para o país.
brasileiro a partir da experiência com gran­ c) Educação, Participação e M eio A m ­
des projetos de engenharia na Região A m a­ biente
zônica aparece tam bém em Monosowski Os trabalhos recenseados sob esta ru ­
(1983), Costa (1987) e Salati et al. (1983). brica focalizam principalmente propostas de
Ainda desta perspectiva, mas assumindo internalização da problemática ambiental em
mais decididamente a ótica dos estudos de cursos de graduação e pós-graduação (Ho-
ecodesenvolvimento, vários trabalhos de gan, 1990a; Sobral, 1990; Viola e Boeira,
orientação sociológica foram dedicados à 1990), o papel da educação ambiental numa
compreensão da natureza dos impactos da política de reorientação do desenvolvimento
ocupação urbano-industrial sobre comunida­ microrregional e comunitário (Cunha, 1990;
des de pequenos produtores, pescadores ar- Demo, 1985; Vieira e Kleba, 1991;
tesanais e agricultores que habitam ecos­ Antuniassi, 1988), e implicações de diferen­
sistemas litorâneos em várias regiões do país tes tipos de representação do conceito de
(Diegues, 1983, 1987 e 1990; Oliveira e R i­ meio ambiente nas práticas cotidianas de en­
beiro Neto, 1989; Cunha, 1989; Ram alho Fi­ sino de ciências em escolas públicas de São
lho, 1983). Paulo (Reigota, 1990 e 1991). A contribui­

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ção de Reigota torna-se especialmente ocupação agrícola e de urbanização na Ama­
interessante na medida em que reconhece zônia produzidas por Sawyer (1987), Sawyer
que os programas oficiais para a iniciação el a l (1979 e 1990), M artine e Turchi (1990)
científica de crianças situadas na faixa etária e Torres (1988). Todos eles vinculam-se
de 10 a 12 anos focalizam em primeira linha atualm ente ao Instituto Sociedade, Popula­
os aspectos biofísicos do meio ambiente. Se­ ção e Natureza, organismo de pesquisa e do­
gundo este autor, a análise de repre­ cumentação independente, fundado em
sentações sociais da problemática ambiental 1990, em Brasília, como contribuição à pes­
junto ao corpo docente constitui um pres­ quisa de estratégias de desenvolvimento sus­
suposto indispensável à criação e institucio­ tentável no país.
nalização de program as de educação am ­ No contexto da Região Sudeste, a reali­
biental sensíveis à importância de variáveis dade do município de Cubatão (SP) vem
socioculturais e políticas, sendo focalizada em estudos de percepção
d) Repercussões da Problemática Ambien­ da qualidade sócio-ambiental realizados jun­
tal no Campo Teórico-Metodológico da to ao Núcleo de Estudos de População da
Sociologia . Unicamp, sobretudo por Hogan (1988a,
Referências à necessidade de constitui' 1988b e 1990b) e Costa Ferreira (1988). Por
ção de um “paradigma inter e transdiscipli- sua vez, Guilherme (1982, 1987a e 1987b)
nar” para as Ciências Sociais, em face dos avalia os efeitos da implantação do pólo in­
novos desafios criados pela problemática do dustrial de Cubatão nas condições gerais de
meio am biente, foram encontradas em auto­ organização urbana (saúde, transporte e h a­
res que trabalham em sociologia política e bitação).
sociologia do desenvolvimento: Thiollent
(1982), Ramos (1981), Viola (1987b), Vieira III.3. Ciência Política
(1989a), Diegues (1988) e Diegues e Sales N este campo foram isoladas as seguin­
(1988). tes áreas temáticas: avaliação de impactos
sócio-ambientais de políticas, programas e
III.2 Demografia projetos de desenvolvimento e de gestão am ­
N o conjunto das análises sócio-demo- biental; ecologia e relações internacionais;
gráficas, agrupadas numa única área tem áti­ educação, participação e meio ambiente; e,
ca intitulada desenvolvimento, dinâmica de­ finalmente, repercussões da problemática
mográfica e meio am biente, os trabalhos de ambiental no campo teórico-metodológico
Martine (1989) e de M artine e Magno de da Ciência Política.
Carvalho (1989) destacam-se pelo fato de a) Avaliação de Impactos Sócio-Ambicntais
sugerirem as inconsistências e o reduzido po­ de Políticas, Programas e Projetos de
der explicativo de um a linha “neomalthusia- Desenvolvimento e de Gestão Ambiental
na” de argumentação, que trata a dinâmica O tem a da avaliação de políticas públi­
população-meio am biente como um a sim­ cas de desenvolvimento regional e urbano
ples questão de impactos lineares do cresci­ em sen tid o am plo concentra, sem dúvi­
mento demográfico sobre a utilização de re­ da, o m aior n ú m ero de contribuições na
cursos naturais não-renováveis. Os autores bibliografia consultada.
enfatizam que a problemática ligada à redis- Críticas ao desenvolvimento“modemizante”
tribuição da população sobre o espaço tor- da agricultura brasileira, aliadas a um e s fo r­
nou-se atualm ente tão decisiva a ponto de ço de se re p e n sa r a d in âm ica do
constituir um a das prioridades no rol da p ro cesso segundo altern ativ as co m p atí­
agenda sócio-ambiental brasileira para a dé­ veis com o enfoque do ecodesenvolvimento,
cada que se inicia. podem ser encontradas em Graziano N eto
Cabe também um a referência especial (1986) e em M artine e Garcia (1987). A po­
às investigações focalizando o processo de lítica de gestão de recursos naturais é focali­

10
zada por Almeida Jr. (1986), Costa (1985), autores defendem a hipótese de que a solu­
Costa et al. (1987), Leal (1982), Procópio ção de problemas de natureza sócio-ambien-
(1990b), Salati et al. (1983) e Sawyer et al. tal passa necessariamente pela modificação
(1979). Críticas à política energética que in­ das opções políticas, nos planos interno e ex­
corporam o desenho de cenários alternativos terno, no sentido do questionamento do
baseados na “prudência ecológica” orientam atual modelo de desenvolvimento.
as contribuições de Bautista Vidal (1987), D ando continuidade a suas análises an­
Boa Nova (1985 e 1987) e Girotti (1984). teriores sobre a efetividade das políticas de
Dowbor (1990) e N eder (1990b) levan­ saúde pública no município de Rio Claro
tam a questão da internalização da proble­ (SP), datadas de 1988, Ferreifa (1989) con­
mática ambiental no campo do planejamen­ templa a emergência e a dinâmica de atu a­
to do desenvolvimento urbano, acentuando ção das agências estatais de gestão do meio
o aspecto da participação comunitária. ambiente no Estado de São Paulo.
Pressupondo que os estudos sistemáti­ No campo específico da pesquisa de
cos de viabilidade (sócio-econômica, político- metodologias de avaliação de impactos só-
insiitucional e cultural) de estratégias alter­ cio-ambientais, a revisão bibliográfica permi­
nativas de desenvolvimento regional capazes tiu a identificação das seguintes problemáti­
de assegurar a internalização de variáveis só- cas: formação de indicadores de qualidade
cio-ambientais perm anecem incipientes na li­ ambiental em áreas urbanas (Guimarães,
teratura especializada, Vieira (1989a) identi­ 1984), desenvolvimento da técnica de simu­
fica, de forma exploratória, o “mal-desenvol- lação por com putador como instrumento de
vimento” no Estado de Santa Catarina e ex­ pesquisa e de planejamento sistêmico de es­
trapola daí considerações sobre o potencial tratégias de ecodesenvolvimento regional e
disponível, os obstáculos mais expressivos e urbano (Vieira, 1990) e avaliação de condi­
as implicações prováveis de um a reorienta- ções de utilização de relatórios de impacto
ção do processo segundo as diretrizes básicas ambiental (Rimas) em países em desenvolvi­
do enfoque de ecodesenvolvimento. O texto mento (Monosowski, 1986, 1989a e 1989b;
situa este enfoque como tributário de uma Sanchez, 1987).
visão sistêmica de sociedade e tenta m apear b) Ecologia e Relações Internacionais
os aportes em term os de recursos científico- Partindo de um diagnóstico sumário da
tecnológicos necessários à efetivação de um a crise do meio ambiente ao nível planetário,
política de ecodesenvolvimento regional con­ Viola e Leis (1990) concentraram-se na ava­
sistente. liação do papel do ecologísmo na modifica­
R attner (1989) enquadra a avaliação de ção das relações Norte-Sul, extrapolando,
impactos de políticas recentes de desenvolvi­ através de cenários prospectivos, as alternati­
mento tecnológico no contexto dessa mesma vas de evolução para a década de 90. Q ues­
preocupação em explicitar a natureza e as tões ligadas à preservação do estatuto de so­
precondições de viabilidade de um novo pa­ berania da Antártida em face dos interesses
drão de desenvolvimento socialmente justo, estratégicos das grandes potências, bem co­
economicamente viável, ecologicamente p ru ­ mo à compreensão da natureza dos processos
dente e politicamente participativo. predatórios em curso na Amazônia, vêm sendo
Guimarães (1986) e Coelho et al. tratadas por Leis (1989 e 1990a). Os fatores
(1984) avaliam o processo de formulação e exógenos que influenciam o processo de “mal-
implementação de políticas ambientais, rela­ desenvolvimento” na Amazônia foram tam­
cionando-o sistematicam ente aos reflexos bém enfatizados recentemente por Procópio
dos diversos planos de desenvolvimento só- (1990b) na Universidade de Brasília.
cio-econômico e de capacitação científico- Discussões preliminares sobre as pre­
tecnológica implantados no país. Sintetizan­ condições de viabilidade política de um “par­
do a experiência acum ulada até esta data, os lamento mundial” foram iniciadas por M au­

11
rício Andrés Ribeiro (1987) na Fundação lítica (Bio-politics), Vieira (1990) apresentou
João Pinheiro, em Belo Horizonte. D a pers­ um a tentativa de delimitação e fundamenta­
pectiva deste “anteprojeto” de constituição ção do domínio da ecologia política. O autor
de um federalismo planetário, o auto r anali­ entende esta área de hibridização disciplinar
sa propostas de equacionam ento de uma sé­ como a derivação mais recente da ecologia
rie de questões ligadas à gestão ambiental, humana, atribuindo-lhe o potencial de inte­
política econômica e segurança nacional. Sua grar as temáticas mais freqüentem ente
conceituação de “ecossegurança” encontra trabalhadas na literatura técnica sobre a di­
ressonância no trabalho de M edeiros (1987). mensão política dos problemas ambientais
O tema da imposição, pelos países do hemis­ (estudos de percepção, atitudes e valores;
fério Norte, de um a “ordem ecológica inter­ análise do movimento ambientalista; avalia­
nacional” desfavorável à dinâmica de evolu­ ção de políticas ambientais e estudos de ca­
ção dos países em desenvolvimento está pre­ ráter epistemológico). N este trabalho, Vieira
sente em Pericás N eto (1989) e Silva (1987). defende a idéia de que o projeto de base da
De uma perspectiva que integra fatores polí­ ecologia política deve apontar no sentido de
tico-econômicos e jurídicos, os problemas li­ duas operações complementares de pesquisa
gados às condições de apropriação dos fun­ sistêmica: avaliação de impactos sócio-am-
dos marinhos foram investigados por Caubet bientais do processo de desenvolvimento e
(1979). Finalmente, os desafios colocados prospecção de alternativas de ecodesenvolvi-
aos sistemas de planejam ento pelas perspec­ mento.
tivas de agravamento do “efeito estufa” ao Viola (1987a e 1988) e Pádua (1987 e
nível biosférico foram objeto das reflexões 1989), por outro lado, têm associado o de­
de Maimon (1990) no Núcleo de Economia senvolvimento da ecologia política sobretudo
Agrícola e do Meio Am biente da U FR J. à busca de uma compreensão cada vez mais
c) Educação, P articipação e M eio A m ­ profunda da dinâmica do ecologismo en­
biente quanto movimento social. Através do estudo
da formação social brasileira, Guimarães
Os pressupostos e implicações de uma
(1988a) acentua, por sua vez, a hipótese de
política de educação am biental capaz de sub­
que os modos de apropriação dos recursos
sidiar o esforço de planejam ento e imple­
naturais e do habitat podem revelar as carac­
mentação de estratégias de ecodesenvolvi-
terísticas mais estruturais do sistema político,
mento regional foram explicitados por Vieira
da mesma forma que o exame dos principais
e Kleba (1991). Os autores basearam-se, pa­
componentes dos sistemas de dominação
ra tanto, num diagnóstico das limitações do
desvela o conteúdo real e as limitações de
atual modelo de educação ambiental conser-
políticas específicas nessas áreas.
vacionista predom inante no E stado de Santa
Catarina. III.4. Antropologia
Por outro lado, buscando uma com­ Na Antropologia as contribuições estão
preensão mais acurada de fenômenos de subsumidas num a única área temática: ava­
participação política sob a crise do modelo liação de impactos sócio-ambientais de políti­
convencional de desenvolvimento urbano-in- cas, programas e projetos de desenvolvimen­
dustrial no país, N eder (1988 e 1990b) reali­ to. Os trabalhos contemplam avaliações de
zou estudos de caso em municípios do inte­ impacto ambiental de grandes projetos de
rior do Estado de São Paulo. engenharia, análises de estratégias alternati­
d) Repercussões da Problem ática Ambien­ vas de desenvolvimento em ecossistemas li­
tal no Campo Teórico-Metodológico da torâneos e estudos voltados para o tratam en­
Ciência Política to de problemas de sobrevivência em com u­
Com base num m apeam ento das princi­ nidades indígenas.
pais linhas de pesquisa que vêm sendo d e­ Impactos de natureza sócio-econômica,
senvolvidas na interface Biologia/Ciência Po­ social-psicológica e politico-cultural decor­

12
rentes da construção de barragens hidroelé­ ração da sabedoria ecológica de grupos tra­
tricas nas regiões Amazônica, N ordeste e dicionais no campo de planejamento de prá­
Sul-Sudeste foram considerados por Sigaud ticas alternativas de desenvolvimento. Por
(1984 e 1990) no M useu Nacional; por San­ outro lado, enquanto prom otor de um movi­
tos e Nacke (1988), W erner (1985 e 1988) e m ento de sistematização teórica e metodoló­
Langdon e Nacke (1987) no Program a de gica dos progressos alcançados pela discipli­
Mestrado em Antropologia Social da UFSC; na de Ecologia Hum ana, Morán (1981,
e por Pandolfí (1989). Efeitos mais específi­ 1982, 1983 e 1990) tem se concentrado num
cos como stress psicossociológico, desorgani­ padrão de análise da diversidade biológica e
zação de laços sociais, indenizações injustas cultural de ecossistemas amazônicos que res­
de bens materiais apropriados e descapitali­ gata a importância da pesquisa etnobiológi-
zação ecológica junto a comunidades indíge­ ca. Finalmente, em Neves (1989) esta tem á­
nas foram aprofundadas por Santos e An­ tica foi enfocada a partir de contribuições
drade (1988), Santos e Nacke (1988), Vidal apresentadas no seminário Biologia e Ecolo­
(1983, 1986 e 1989) e W erner (1984). As gia H um ana na Amazônia: Avaliação e Pers­
contribuições, a de W erner (1988) e W erner pectivas, promovido pelo Museu Paraense
et al. (1979), bem como as de Coimbra Jr. Emílio Goeldi em 1987.
(1985a e 1985b, 1987, 1988a e 1988b) e Silva No Programa de Pós-Graduação em
(1991), estão associadas a um padrão de pes­ Antropologia Social na UnB, Gustavo Lins
quisas ecológico-humanas voltadas para a Ribeiro (1982) examinou as repercussões só-
cio-ambientais da construção de Brasília e de
identificação de estratégias alternativas de
desenvolvimento regional. Cabe destacar, suas cidades satélites. Seus trabalhos mais
ainda, que as contribuições de Coimbra Jr. recentes contemplam a avaliação dos efeitos
de grandes projetos de engenharia numa
vêm estimulando uma melhor visualização
perspectiva analítica própria da antropologia
institucional da pesquisa epidemiológica ju n ­
econômica (Ribeiro, G.L., 1987).
to a grupos indígenas brasileiros.
Avaliações do impacto social de proje­
No domínio das investigações em etno-
tos de mineração e de exploração agroindus­
bioiogia, congregando subitens como etno-
trial estão incluídas nos trabalhos de M oura
pedologia, etnobotânica, etnozoologia e et-
e M aia (1990) e Tude (1990).
noecologia, a realidade dos complexos ecos­
No campo dos diagnósticos de ecos­
sistemas amazônicos tem sido investigada
sistemas litorâneos, as investigações de Beck
por Darrell A. Posey e Warwick Kerr, na
(1983), Loureiro (1985), Teixeira e Teixeira
Universidade Federal do M aranhão; Elaine
(1986), Cunha et al. (1989) e Lima (1984)
Elisabetsky, na Universidade Federal do P a­
podem ser vistas com o importantes subsídios
rá; Janet M. Chernela, no IN PA em M a­ ao acervo que vem sendo acumulado no
naus; e por G eorge Z arur. Alguns dos traba­ processo de implementação do Projeto de
lhos desses autores foram reunidos, por ini­ Pesquisa e Conservação de Áreas Úmidas
ciativa de Darcy Ribeiro (1987) numa edição no Brasil (IOUSP/Fundação Ford/UICN),
atualizada de textos considerados clássicos na USP, sob a com petente coordenação do
integrantes do acervo d o H andbook o f South Prof. Antonio Carlos Diegues.
American Indians no período de 1945 a
1950. D este domínio de investigação ainda III.5. Geografia Humana
incipiente entre nós espera-se a geração de As contribuições associáveis a esta disci­
conhecimentos sobre percepções e repre­ plina foram agrupadas em três áreas: avalia­
sentações do meio am biente presentes nas ção de impactos sócio-ambientais de políti­
estratégias d e sobrevivência de grupos indí­ cas, programas e projetos de desenvolvimen­
genas atualm ente ameaçados de extinção. to; análise espacial e planejamento; e
Em Posey (1983a, 1983b, 1987 e 1988) dis­ repercussões da problemática ambiental no
pomos de valiosos subsídios para a incorpo­ campo teórico-metodológico da Geografia.

13
a) Avaliação de Im pactos Sócio-Ambientais zam as tentativas de incorporação gradual da
de Políticas, Program as e Projetos de problemática ambiental nos planos nacionais
Desenvolvimento de desenvolvimento (inclusive aqueles liga­
A maioria dos trabalhos tematiza a dos ao fomento do sistema científico-teeno-
questão da degradação sócio-ambiental em lógico).
curso na Amazônia. O processo de ocupação b) Análise Espacial e Planejamento
do território e as migrações internas, os p a­ O direcionamento da análise da organi­
drões dominantes d e gestão de recursos n a­ zação espacial visando à formulação de polí­
turais e a análise dos problem as ligados ao ticas alternativas de desenvolvimento foi te-
reassentamento de populações em face do matizado a partir de vários ângulos no perío­
processo de construção de barragens na re­ do 1980-1990. Valverde (1979) ilustra o pa­
gião foram considerados no âm bito do N ú ­ drão de organização do espaço associado ao
cleo de Altos Estudos Amazônicos — processo de colonização na faixa da rodovia
NAEA, do D epartam ento de Geociências da Transamazônica, sugerindo ao mesmo tem ­
UFPa, sobretudo por M ougeot (1981, 1983 po medidas corretivas pertinentes. Pentea-
e 1986) e Aragon e M ougeot (1986). O utras do-Orellana (1981 e 1982) tenta reavaliar a
contribuições de peso podem ser encontra­ noção de cultura à luz dos fatores ligados à
das em Becker (1982), H ébette (1988), Oli­ organização espacial, sugerindo ao mesmo
veira (1984), Salati et al. (1983), Valverde e tem po um a ampla renovação conceitual-me-
Freitas (1980), Valverde (1981) e Piquet todológica da disciplina da Geografia.
(1990). N o domínio da metodologia de planeja­
No Instituto Nacional de Pesquisas da mento, Negret (1982) oferece uma proposta
Amazônia (INPA), em M anaus, Fearnside de uso do ecossistema como unidade básica
(1982,1984, 1985,1989a e 1989b) vem reali­ para se traçar uma política alternativa de ocu­
zando esforços substanciais visando um me­ pação do espaço regional. Segundo a proposta
lhor entendim ento das causas, dinâmica e de zoneamento defendida pelo autor, a susten-
conseqüências sõcio-econômicas dos proces­ tabilidade ecológica do proceí>so de desenvolvi­
sos predatórios em andam ento na região, mento regional passa a se constituir na diretriz
agregando ao cerne de suas preocupações a central do trabalho de planejamento.
análise prospectiva (e sistemicamente orien­ Numa perspectiva de análise da variável
tada) de alternativas de desenvolvimento re­ espacial compatível com um a política de pes­
gional e urbano. quisa integrada de estratégias regionais de
Sevá Filho (1989) conduziu um a pes- ecodesenvolvimento, foram considerados os
quisa-inventário dos grandes projetos de d e ­ contextos do cerrado (M ourão, 1981) e da
senvolvimento energético na Região Amazô­ região litorânea do Estado de Alagoas
nica, acentuando a questão dos riscos tecno­ (Ramalho Filho, 1983). Por sua vez, Lago
lógicos inerentes ao processo de expansão (1986 e 1988) ilustra, a partir da experiência
capitalista mas sem aprofundar a delimitação do Estado de Santa Catarina, as pos­
de alternativas. sibilidades de internalização da problemática
Impactos de atividades míncro-indus- ambiental no campo da Geografia Humana.
tríais e agropastoris foram avaliados por Leal Finalmente, Ogata (1983) e Rolando Berrios
(1982), H ebette (1986 e 1990) e Moura e (1986) concentraram-se nas interdependências
Maia (1990). Esses trabalhos focalizam prin­ criadas recentemente entre tratamento de resí­
cipalmente o Projeto Albrás-Alunorte. duos, gestão do espaço e organização comuni­
Como foi ressaltado anteriormente, tária no contexto do Estado de São Paulo.
Coelho et al. (1984) produziram um levanta­ c) Repercussões da Problemática Ambien­
m ento dos problem as am bientais surgidos ao tal no Campo Teórico-Metodológico da
longo do processo m odernizador no país des­ Geografia
de a década de 60. N este inventário, focali­ N a qualidade de especialistas em Geo-

14
ciências, Moraes (1986), Gonçalves (1987 e brasileira constituem aspectos interligados
1990), Lago (1988) e Santos (1986) têm ofe­ de um padrão oficialmente sancionado de
recido subsídios para a visualização das limi­ “mal-desenvolvimento” sócio-econômico.
tações de uma excessiva com partimentação D o conjunto dos trabalhos de pesquisa
disciplinar do campo das ciências humanas e desenvolvidos na Coordenação dos Progra­
sociais, num contexto de agudização dos pro­ mas de Pós-Graduação em Engenharia/Área
blemas de natureza estrutural da sociedade Interdisciplinar de Energia — COPPE/AIE
brasileira. desde 1981 cabe destacar, inicialmente, as
II 1.6. Economia avaliações do impacto sócio-ambiental da in­
dústria de petróleo feitas por Barcelos
Os trabalhos neste campo foram agru­
(1987). A análise do binômio energia/estilo
pados numa mesma área temática: avaliação
de desenvolvimento, com destaque para
de impactos sócio-ambientais de políticas,
programas e projetos de desenvolvimento e questões ligadas às condições de viabilidade
gestão ambiental. de sistemas integrados de produção de ali­
Uma das primeiras incursões sistemáti­ mentos, energia e produtos agroindustriais,
cas na área da economia do meio ambiente está presente nos trabalhos de La Rovere
no Brasil, realizada com objetivos de asses- (1981 e 1989), La Rovere et al. (1985), La
soramento do processo de formulação de Rovere e Tolmasquim (1985), Oliveira e La
políticas, foi realizada por A raújo (1979). Rovere (1985), Rosa (1981a e 1984), COP­
Mais recentemente, Ely (1988) produziu um PE/A IE (1986) e Finep/UNDP/Unesco
novo manual histórico sistemático, onde a (1984). Q uanto aos impactos sócio-ambien­
realidade sócio-ambiental brasileira é focali­ tais de projetos hidroelétricos e usinas nu­
zada no contexto da evolução da teoria eco­ cleares no Brasil, destacam-se as contribui­
nômica e onde os desafios colocados ao con­ ções de Rosa (1981b, 1984, 1985 e 1986),
trole político do processo de degradação do Rosa e Mielnik (1988), Schaeffer (1987),
país são contrastados com algumas experiên­ Rosa e Cecchi (1984), Rosa e Hesles (1984)
cias em países do Primeiro Mundo. e Magrini (1986).
A incorporação gradual da Região Além dos trabalhos realizados na COP­
Amazônica no m ercado capitalista interna­ PE/AIE, merecem atenção as contribuições
cional, implicando o surgimento de projetos de Maimon, Sachs e Tolmasquim (1987),
mínero-industriais e agropastoris de grande Arruda de Albuquerque (1985) e Bautista
vulto, vem sendo investigada por H ebette Vidal (1987) para a compreensão da dinâmi­
(1986, 1987 e 1988). N o Nordeste, os custos
ca de implantação e desenvolvimento do
sócio-ambientais dos programas de irrigação
Programa Pró-Álcool e das perspectivas de
nos vales do baixo e médio São Francisco
fomento, no país, de um a política de valori­
têm concentrado as atenções de Barros
zação econômica de recursos de biomassa
(1984, 1985a, 1985b e 1987) na Fundação
(bioindustrialização descentralizada).
Joaquim Nabuco, bem como de Pimentel Fi­
Reflexões sobre o processo de desenvol­
lho (1988). E ste último dedica-se à avaliação
dos impasses criados pelo projeto de reas- vimento tecnológico brasileiro no contexto
sentamento das populações atingidas pela das transformações por que passa a econo­
construção da usina de Itaparica. mia internacional nas últimas décadas, onde
No campo do planejamento agrícola, se tenta explicitar ao mesmo tem po as gran­
Romeiro (1981 e 1982), Rom eiro e Abran- des orientações de um novo padrão de cres­
tes (1981) e Graziano N eto (1986) buscaram cimento e de um novo projeto de sociedade
corroborar a hipótese de que a degradação capazes de responder também aos desafios
do meio am biente natural, a gestão inade­ suscitados pela eclosão da problemática am ­
quada dos recursos energéticos e o fraco biental, podem ser encontradas, finalmente,
desempenho da produtividade da agricultura em Furtado (1980 e 1987), R attner (1980,

15
1987 e 1989), Boa Nova (1985 e 1987) e Be- concedida pelos pesquisadores consultados a
nakouche 1982 e 1984). estudos de diagnóstico de impactos destruti­
vos contrasta com a escassez de estudos de
IV. Lacunas de Conhecimento e viabilidade de estratégias alternativas de de­
Subsídios para o Fomento da senvolvimento. Apesar das referências fre­
Pesquisa Sócio-ambiental
qüentes à necessidade de se incorporar a
E sta sistem atização p relim in ar da problemática ambiental na elaboração de
bibliografia revela a concentração do esfor­ planos de desenvolvimento em cada área se­
ço de pesquisa num a área temática domi­ torial específica, a avaliação das condições
nante: a avaliação de impactos sócio-ambien- sócio-econômicas, político-institucionais e mes­
tais da dinâmica de desenvolvimento sócio- mo culturais, a partir das quais propostas de
econômico em várias regiões do país. A an á­ ação alternativas poderiam se tornar realidade,
lise dos custos sócio-ambientais da acumula­ absorve apenas uma parcela minoritária da
ção capitalista permeia o trabalho desenvol­ atividade de pesquisa no país. A avaliação do
vido em todas as disciplinas no período con­
conteúdo dos trabalhos revela também uma
siderado. Do conjunto das regiões investiga­
defasagem considerável na recepção crítica
das, a Amazônia tem polarizado sensivel­
da bibliografia de ponta produzida interna­
mente o interesse dos pesquisadores.
cionalmente desde meados de 70 no campo
O tratam ento teoricam ente consistente
da teoria do desenvolvimento ecossustentável
de questões ligadas ao fortalecimento da ca­
e de suas estruturas de planejamento.
pacidade de barganha política de setores or­
U m dos principais desafios à organiza­
ganizados da sociedade civil em erge na lite­
ção de um campo de pesquisa sócio-ambien­
ratura praticam ente apenas a partir de 1986.
tal integrado e capaz de evolução cumulativa
Nos últimos anos, entretanto, começam a
consistiria, a meu ver, em se identificar, ini­
proliferar trabalhos sobre as oportunidades e
cialmente, as principais lacunas de co­
impasses do ecologismo, o papel ambíguo
nhecimento teórico e metodológico existen­
desempenhado pelas agências estaduais de
tes para se definir, em seguida, as orienta­
controle da degradação ambiental e a inter-
ções gerais pertinentes a um a política de lon­
nalização das preocupações com o meio am ­
go prazo. Em face das limitações do texto
biente nas práticas educacionais.
A consciência da necessidade de reorde- aqui apresentado, as considerações que se
nam ento interdisciplinar das Ciências Sociais seguem terão um caráter necessariamente
visando um enfoque não-reducionista da esquemático e exploratório.
problemática ambiental encontra-se também 1) Na área da pesquisa teórico-metodo-
bastante disseminada entre os vários grupos lógica, uma das lacunas mais significativas
de pesquisadores. A análise da produção re­ estaria ligada ao uso incipiente da aborda­
vela, entretanto, que o nível da reflexão epis- gem sistêmica, vista sobretudo como uma
temológica perm anece ainda muito ensaísti- metodologia de tratam ento anti-reducionista
co e nitidamente aquém das necessidades dos fenômenos sócio-ambientais. As implica­
prementes de operacionalizaçáo efetiva de ções mais interessantes do sistemismo vincu­
enfoques interdisciplinares, tanto no plano lam-se, aqui, aos impulsos que ele gera para
do conhecimento teórico quanto no da inter­ a maturação de um a abordagem integrada
venção social e política. São escassos os das diversas subdisciplinas isoladas que com­
trabalhos que tematizam o paradigma sistê­ põem atualm ente o campo da Ecologia H u­
mico como um recurso indispensável à inte­ mana. E m termos de impulsos metodológi­
gração teórica do campo da ecologia hum a­ cos, o sistemismo resgata a análise prospecti­
na e à viabilização de um a política ambiental va como recurso virtualmente indispensável
orientada por um a visão antecipativa-pre- à pesquisa de formas alternativas de regula­
ventiva e não simplesmente remediai. ção político-institucional, baseadas na consi­
Cabe ressaltar, finalmente, que a ênfase deração dos custos sócio-ambientais de lon­

16
go prazo da atividade de modernização só- manente para o nível ex ante que cor­
cio-econômica. Nesse sentido, perm ite pres­ responde à criação de um novo estilo de de­
supor que o trabalho de planejamento corre senvolvimento de sistemas sócio-econômicos
o risco de se tornar disfuncional se não esti­ e tecnológicos.
ver apoiado sim ultaneam ente em estimativas 2) Uma segunda área deficitária na pes­
confiáveis da eclosão de impactos destrutivos quisa sócio-ambiental brasileira diz respeito
e de repercussões prováveis da introdução à abordagem da natureza das relações entre
de cursos alternativos de ação sobre o meio processos de percepção da problemática am ­
ambiente e a qualidade de vida. biental e processos de aprendizagem social
Q uanto aos impulsos de natureza teóri­ que implicam modificações efetivas de com­
ca, o enfoque sistêmico pode contribuir para portamento. D ada a urgência de um redire-
melhorar nossa com preensão dos processos cionamento das políticas ambientais num
de transformação de sistemas ecossociais ca­ sentido antecipativo-preventivo, seria de es­
pazes de engendrar prejuízos sócio-ambien- pecial importância conhecer melhor como se
tais mais ou menos irreversíveis. E sta com ­ dão as percepções da problemática ambien­
preensão mais abrangente envolveria um a tal em diferentes segmentos sociais e como
maior lucidez na identificação de pontos de os atuais estilos de consumo, interação social
estrangulamento estruturais e na considera­ e participação política poderiam ser inflexio-
ção do leque de opções que se abrem à ação de nados no sentido da criação de hábitos con­
grupos sociais portadores de um potencial de ino­ sistentes com um novo projeto de civilização.
vação. A importância concedida à ação transfor­ 3) A evolução da pesquisa sócio-am­
madora de grupos sociais dinâmicos corresponde, biental no Brasil está exigindo, finalmente,
nesse caso, a uma visão não-determinista desse ti­ um tipo especial de análise integrada de siste­
po de sistema e ao reconhecimento da importân­ mas regionais que possa subsidiar a criação
cia das variáveis sódo-políticas e culturais sobre de estratégias consistentes de ecodesenvolvi-
sua dinâmica evolutiva. mento. Acredito que o desafio de articular
Além da necessidade de um a incursão os pesquisadores em torno de projetos co­
mais conseqüente no campo da análise sistê­ muns, no contexto de uma rede nacional de
mica, a pesquisa em preendida perm ite iden­ intercâmbio de informações e experiências,
tificar a necessidade de se estimular a pes­ poderia ser confrontado principalmente atra­
quisa de indicadores de qualidade sócio-am­ vés da consolidação desse padrão de análise
biental que possam ser considerados com pa­ interdisciplinar articulado à ação experimental.
tíveis com um a abordagem estrutural das A gestão da complexidade constitui, en­
causas da problemática ambiental. O contro­ tretanto, o principal obstáculo a ser enfrenta­
le das readaptações sociais que se fazem do pelos analistas e planejadores de novas
necessárias à confrontação da problemática estratégias socialmente justas, economica­
ambiental dependerá não só de diagnósticos mente viáveis, ecologicamente prudentes e
precisos sobre a natureza e a magnitude dos politicamente emancipadoras de desenvolvi­
impactos atualm ente sentidos, mas também m ento regional. As formas através das quais
de parâm etros que configurem um novo pa­ projetos de intervenção afetam o meio am ­
tamar de funcionamento dos sistemas ecos- biente biofísico e construído são de captação
sociais, onde sejam minimizados os focos es­ difícil, na medida em que ao elevado número
truturais de problem as sócio-ambientais. D o de fatores envolvidos somam-se o caráter
refinamento desses indicadores dependerá, não-linear de suas inter-relações e os efeitos
acredito, o surgimento de respostas políticas contra-intuitivos decorrentes da busca de in­
nipazes de transcender a ideologia conserva- tegração e auto-regulação do conjunto assim
i-umista e evoluir do nível ex post das medi­ criado. Modificações no funcionamento de
das paliativas de controle de índices de polui- um fator acabam acarretando reações em
«,no e criação de áreas de preservação per­ cadeia que conferem à dinâmica do sistema

17
tendências inesperadas: surgimento de novos gias específicas de intervenção corretiva (Ro-
problemas em outros setores, criação de dese­ pohl, 1978; Vieira, 1990). Por outro lado, ca­
quilíbrios irreversíveis ou ampliação de tendên­ be acentuar que a natureza e o potencial de
cias destrutivas em sistemas situados em outros uma teoria sistêmica da sociedade têm sido
contextos geográficos. Esta condição faz do re­ interpretados de forma polêmica e muitas
curso a formas mais rigorosas de análise menos vezes contraditória mesmo no âm bito da
uma questão de preferências pessoais das pes­ teoria social contemporânea. As contribui­
quisadores e mais um pré-requisito de eficácia ções oriundas da Pesquisa de Sistemas per­
das intervenções pretendidas. fazem, infelizmente, um conjunto extrem a­
Os teóricos do enfoque de ecodesenvol- m ente diversificado e ainda pouco integra­
vimento parecem conscientes deste desafio, do, dificultando a superação do estereótipo
na medida em que reconhecem na aborda­ (típico dos meios acadêmicos brasileiros)
gem sistêmica um a matriz de organização do que as associa às propostas estrutural-fun-
conhecimento interdisciplinar necessário ao cionalistas e a um a ideologia sócio-política
trabalho de planejam ento. N a revisão da conservadora e tecnocrática.
bibliografia pertinente podem ser encon­ A credibilidade do enfoque de ecode-
trados vários indicadores desta ab e rtu ra ao senvolvimento junto à opinião pública pare­
sistemismo: utilização freq ü en te de m ode­ ce depender também, 15 anos após sua gê­
los multifatoriais qualitativos, envolvendo a nese, de um manejo mais lúcido e analitica­
exploração criteriosa de interdependências e mente rigoroso de fatores ligados às precondi-
esquemas de auto-regulação baseados em ções de viabilidade política das estratégias su­
circuitos de feedback (Sachs, 1986a e geridas.
1986b); propostas de um a teoria sistêmica Num certo sentido, as coações próprias
do planejamento fundada no conceito de sis­ às estruturas de poder e à cultura política de
tema ecossocial (G odard e Sachs, 1975 e um a região parecem definir as margens de li­
1978); críticas à teoria neoclássica do meio berdade para iniciativas de inovação social.
ambiente, inspirada na teoria dos sistemas U m a análise mais rigorosa de obstáculos de
autônomos (Godard, 1981); e o refinamento natureza política, com ênfase na elucidação
do conceito-chave de “sistemas integrados de fatores ligados à dinâmica institucional
de produção” (Sachs et a i, 1981; L a Rovere que condicionam a viabilização dos projetos,
e Tolmasquim, 1985). deveria ser incorporada como elemento in­
Apesar desta tendência, carecemos ain­ dispensável do trabalho de concepção e im­
da de um trabalho de fundam entação sistê­ plementação de estratégias regionalizadas.
mica desse enfoque que esteja à altura das U m ponto de estrangulamento impor­
exigências colocadas pela pesquisa epistemo- tante na dinamização do enfoque de ecode-
lógica contemporânea. Isto explica, provavel­ senvolvimento no Brasil parece residir, final­
mente, a persistência de um a certa ambigüi­ m ente, na ênfase excessiva concedida a pro­
dade na recepção da metodologia sistêmica jetos de desenvolvimento de nível local, onde
standard e a inexistência de um a explicitação predominam os esforços de introdução de
clara e convincente da imagem-da-sociedade tecnologias alternativas. U m a insistência exa­
que lhe é subjacente. E m term os mais con­ gerada nesta escala de ação pode contribuir
cretos, a análise prospectiva não tem sido as­ para veicular uma imagem deturpada das
sociada com a nitidez necessária ao procedi­ potencialidades da proposta. Apesar de ex­
mento metodológico padrão adotado pela periências positivas que acabam por gerar
Pesquisa de Sistemas. E ste perfaz quatro fa­ efeitos demonstrativos não negligenciáveis,
ses interdependentes de análise, modelização, esta orientação tende a menosprezar a per­
simulação e síntese, possibilitando, a partir cepção lúcida dos efeitos inibidores exercidos
da base de informações então gerada, a reali­ pelos contextos microrregional e regional so­
zação de estudos de viabilidade de estraté­ bre as condições de sustentação dos proje­

18
tos. Justifica-se, assim, a legitimidade de um a Trata-se, em síntese, da construção de
orientação da política de pesquisa no sentido um a estratégia de networking com objetivos
da adoção de um a escala regional. simultaneamente acadêmicos e políticos. O
A cobertura dessas lacunas pressupõe, efeito de sinergia a ser obtido com a implan­
certamente, um a série de iniciativas ligadas tação de um efetivo “sistema” de pesquisa
ao ordenam ento do potencial de pesquisa na básica e aplicada nas Ciências Sociais do
área. Trata-se, antes de mais nada, de criar, Meio Ambiente poderá condicionar, na m e­
mediante um a política global de fomento, lhor das hipóteses, uma ampliação estratégi­
um efeito de sinergia que conduza à form a­ ca dos fluxos de comunicação entre os diver­
ção de redes de intercâmbio com instituições sos grupos sediados nas comunidades cientí­
que, direta ou indiretamente, alocam recur­ ficas, bem como entre grupos de pesquisa,
sos na formação e capacitação de equipes in- agências de planejamento governamental,
terdisciplinares, bem como no desenvolvi­ representantes do setor produtivo e grupos
mento da infra-estrutura de conhecimentos organizados da sociedade civil. Da participa­
sobre o meio am biente e sobre a dinâmica ção de novos interlocutores na formulação e
de sistemas regionais. im plem entação de estratégias de desenvol­
Levando em consideração a natureza
vim ento regional e urbano em basadas na
interdependente das ações desenvolvidas em
pesquisa sócio-ambiental de ponta espera-
diferentes níveis territoriais, do nível nacional
se, portanto, um avanço expressivo na di­
ao local, passando pelos níveis regional e
nâmica de reorganização institucional do
microrregional, necessitamos amadurecer,
Sistema de Ciência e Tecnologia com vis­
de forma participativa, um conjunto de re­
tas à confrontação da problem ática am ­
gras gerais para a fixação de prioridades, a
biental no Brasil.
captação conjunta de recursos financeiros e
materiais, o apoio a grupos em ergentes com
reconhecida potencialidade e a ampliação
dos processos de transferência efetiva dos re­ Recebido para publicação
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