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1/7/2017 ‘Toda prisão no Brasil é ilegal’, afirma Valois

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POLITICA » ‘Toda prisão no Brasil é ilegal’, afirma Valois        ENTRAR

BLOG

Fausto Macedo
Repórter      

EM ALTA Operação Lava Jato • Entrevistas • Artigos

POLITICA ENTREVISTA

‘Toda prisão no Brasil é ilegal’,


afirma Valois
Juiz de Manaus que entrou no Complexo Anísio Jobim para negociar com os
amotinados avalia que 'só existem duas saídas para o sistema prisional, construir
mais cadeias ou prender menos'

10      

Fausto Macedo e Fábio Serapião


06 Janeiro 2017 | 17h37

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1/7/2017 ‘Toda prisão no Brasil é ilegal’, afirma Valois

POLITICA » ‘Toda prisão no Brasil é ilegal’, afirma Valois


Luis Carlos Valois. Foto: Reprodução/Facebook        ENTRAR

O juiz Luís Carlos Honório de Valois Coelho, de Manaus, afirma que ‘toda prisão no Brasil é ilegal’. Para
Valois, ‘só existem duas saídas para o sistema prisional, construir mais prisões, penitenciárias e cadeias, ou
prender menos’.
Nessa entrevista, por email, Valois relatou como participou das negociações no Complexo Anísio Jobim,
onde no dia 1.º foram massacrados 56 presos. Falou, ainda, sobre a investigação do Superior Tribunal de
Justiça – em maio de 2016, Valois foi alvo de mandado de buscas em sua residência e em seu gabinete
ESTADÃO: Como transcorreram as negociações no complexo penitenciário?
JUIZ LUÍS CARLOS HONÓRIO DE VALOIS COELHO: As negociações foram iniciadas pela parte da
tarde, por policiais militares e por representantes da OAB. Estávamos em período de recesso forense e eu
não estava no plantão, portanto, talvez por isso, não fui avisado no início. Mas, por volta das 22 hs o
Secretário de Segurança telefonou pedindo a minha presença, informando que havia reféns funcionários,
tendo o secretário, pessoalmente passado na minha residência para me levar ao estabelecimento penal.
Forneceu-me um colete à prova de balas e fomos ao local. No complexo a polícia tinha um rádio e os presos
outro, sendo esta a forma pela qual se comunicavam. Na minha chegada, chamaram o preso que estava
negociando e me orientaram a ir falar com ele. Eu expliquei que estava de licença, que não queria estar ali e
que, se ele quisesse realmente negociar para terminar a rebelião com a minha presença, que liberasse ao
menos três reféns inicialmente, além de mandar todos os presos que estavam no regime semiaberto
voltarem para o regime fechado. O preso entregou um bilhete com alguns pedidos: 1- Que não entrasse a
polícia de choque; 2- Que não houvesse transferência para penitenciária federal 3- Que se mantivessem
inalterados os direitos dos presos; 4 – Que se respeitasse a integridade física dos presos. Depois o preso
voltou para dentro da penitenciária dizendo que ia falar com a “massa carcerária” sobre a minha exigência
de soltar pelo menos 3 reféns. Logo depois eles soltaram os 3 reféns e o Coronel que comandava as
negociações me comunicou que ouviu no rádio o preso mandando os demais que estavam no semiaberto
voltarem para o fechado. Por volta das 4 hs da manhã, outra reunião com o preso que negociava. Disse a ele
que a polícia de choque tinha que entrar na penitenciária e que assim era até melhor para os presos, porque,
dessa forma, a polícia entraria enquanto ainda havia um representante da OAB e demais autoridades no
local, e que, mais cedo ou mais tarde a polícia iria entrar de qualquer forma. O preso demonstrou entender.
Expliquei também que não podia garantir a não transferência para penitenciária federal porque
transferências desse tipo são resultados de um procedimento judicial e, se eu garantisse isso, não poderia ser
o juiz competente para a análise e outro juiz poderia deferir a transferência de qualquer jeito. O preso
demonstrou entender. Nessa ocasião, o preso disse que estava tudo certo para a liberação dos demais reféns,
mas falou que essa liberação só iria ocorrer às 7 hs da manhã, como de fato ocorreu. Os presos entregaram
armas e os reféns mais ou menos nesse horário.
ESTADÃO: Quando o sr. chegou ao Complexo qual o quadro que encontrou?
JUIZ VALOIS: Muita escuridão, policiais circulando em volta, sendo que os presos haviam tomado toda a
penitenciária, haviam feito um buraco no muro que divide o regime fechado do regime semiaberto e estavam
também na parte do regime semiaberto. Segundo a polícia, todos as pessoas que morreram já
tinham sido assassinadas antes da minha chegada, mas havia 10 reféns funcionários na ocasião.
ESTADÃO: Por que, em sua avaliação, a situação chegou a um grau tão extremo de violência nas prisões?
JUIZ VALOIS: O grau de violência nas prisões brasileiras é antigo e realmente tem se agravado com o
tempo. Pelo que se percebe, ditas facções surgiram nos Estados do Norte e Nordeste com a criação do
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tempo. Pelo que se percebe, ditas facções surgiram nos Estados do Norte e Nordeste com a criação do
sistema penitenciário federal, pois os presos desses estados eram transferidos para penitenciárias federais e
voltavam alardeando serem de PCC, CV, etc. A viagem, a notícia da transferência, tudo isso aumentava o
status do preso no sistema penitenciário de origem. Alguns diziam que tinham estado com Fernandinho
Beira-Mar, Marcola, etc, e»criavam
‘Toda prisãosuas famas
é ilegal’,nos
afirmasistemas penitenciários locais. Tudo isso
  somado
   ao
POLITICA no Brasil Valois ENTRAR
abandono dos sistemas penitenciários, sua total ilegalidade, criou esse nível de violência. Digo ilegalidade
porque a prisão tem uma lei que a rege, a Lei de Execução Penal, que infelizmente não é cumprida. Assim,
toda prisão no Brasil é ilegal, já que a prisão que existe na realidade é diferente da prisão prevista na lei.
Nesse caos de superlotação, superencarceramento, ilegalidade e organização dos presos, ignorantes, sem
educação e sem trabalho no sistema, a violência tem se agravado.
ESTADÃO: Qual a saída para o sistema prisional?
JUIZ VALOIS: Só existem duas saídas para o sistema prisional: construir mais prisões, penitenciárias e
cadeias; ou prender menos. Não há outra saída, eis que a quantidade de presos provisórios é maior do
que a quantidade dos que são postos em liberdade. Quando se fala de superlotação, diz-se da
necessidade de se construírem mais prisões. Quando se fala de superencarceramento, diz-se da postura do
judiciário, que tem mantido prisões que às vezes poderiam ser objeto de outro tipo de punição, como
medidas cautelares e penas alternativas.
ESTADÃO: Por que o Brasil tem a quarta maior população carcerária do mundo?
JUIZ VALOIS: O Brasil segue o modelo norte-americano de política criminal, país que tem a maior
população carcerária do mundo. A política de drogas é uma das causas desse superencarceramento, pois no
sistema penitenciário temos quase metade dos presos por envolvimento com drogas. Presos com quatro,
cinco trouxinhas de determinada substância, maconha principalmente, misturados com homicidas,
latrocidas, estupradores. Repensar a política criminal deve passar por repensar a política de drogas. A
regulamentação do comércio dessas substâncias tidas como ilegais, com a arrecadação de mais impostos e o
desmantelamento das organizações criminosas deve ser pensado com mais seriedade e menos preconceito,
pois a proibição nunca foi objeto de um estudo sério.
ESTADÃO: Por que o índice de reincidência é tão elevado?
JUIZ VALOIS: O índice de reincidência está estritamente ligado à própria natureza da prisão, uma
instituição segregadora que, no caso do Brasil, abandonada, só tem levado à violência de que se tem falado.
Inúmeros criminólogos têm denunciado a irracionalidade de se querer ensinar alguém a viver
em liberdade tirando-lhe a liberdade, em situação de cárcere. O que se deve fazer sempre é minimizar os
efeitos criminógenos da prisão.
ESTADÃO: O nome do sr. é citado em uma investigação da Polícia Federal sobre supostas ligações com a
facção Família do Norte. O que pode dizer sobre isso?
JUIZ VALOIS: Meu nome é citado em conversas de advogados com presos. Difícil evitar que pessoas
falem seu nome em uma conversa da qual você não faz parte. Não conheço os advogados ou os presos
que me citaram, mas sei que sou respeitado pelos presos por causa do meu trabalho junto ao sistema
penitenciário. No sistema penitenciário, como juiz, não legitimo essas tais facções criminosas. Dizer que
um preso é líder de alguma coisa, que é membro de alguma instituição, é dar poder ao preso. Eu não dou
poder a preso nenhum, preso para mim deve ser tratado da forma prescrita na lei, mas continuará
sendo preso. As pessoas confundem os direitos previstos na legislação com ‘regalias’. Se alguns deles falaram
de forma positiva de mim em gravações, sem qualquer conduta da minha parte envolvida, tenho que a
Polícia Federal cometeu um grande equívoco. Talvez um equívoco justificável. A polícia está em combate,
está no front, atua de forma tensa e sem muitos recursos contra a criminalidade, aí ela ouve um preso
falando bem de um juiz, logo supõe que este juiz possa ter ligação com aquela criminalidade. Infelizmente
esse é um padrão no Brasil, juiz tem que ser odiado pelos presos. Mas eu sou juiz da execução penal que,
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esse éum padrão no Brasil, juiz tem que ser‘Toda
1/7/2017 odiado pelos
prisão no Brasilpresos. MasValois
é ilegal’, afirma eu sou juiz da execução penal que,
pela lei, tem que zelar pelo direito dos presos, e sou respeitado por isso. Difícil a polícia entender isso, por
isso atribuo essas ‘supostas ligações’ a um erro grave de interpretação, pois, repito, a nenhum ato meu foi
efetivamente atribuído nada de ilegal, tanto que continuo com minha jurisdição, nunca fui afastado, nem
denunciado e nem punido,» e continuo julgando diariamente todos os presos independentemente de
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qualquer ‘facção’. E, afinal, tal investigação não pode ser vinculada à rebelião, pois inclusive o Secretário de
Segurança que me chamou para ir à penitenciária é delegado da Polícia Federal, ex-superintendente, um dos
mais respeitados no Estado do Amazonas.
ESTADÃO: Em pedido de busca e apreensão, tendo como alvo sua residência e seu gabinete, o que foi
autorizado em maio de 2016 pelo ministro Raul Araújo (STJ), o Ministério Público Federal aponta
‘fortes indícios de participação do magistrado no ajuste criminoso destinado à liberação de presos
integrantes do grupo FDN’. O que o sr. pode dizer sobre isso?
JUIZ VALOIS: Essa é uma questão que ainda se encontra sub judice, pois a meu ver não havia motivos
para busca e apreensão na medida em que nunca cometi qualquer crime ou ilegalidade e tampouco teria
motivos para beneficiar qualquer preso. Contudo, em nosso Estado Democrático de Direito, qualquer pessoa
pode ser investigada. Não reclamo disto. Minha insatisfação é pela absoluta inexistência de demonstração,
prova ou mesmo indício de qualquer crime ou ilegalidade que eu tenha supostamente cometido. Jamais faria
isso, tanto que a busca e apreensão foi realizada e nada de ilícito foi encontrado. Tive valores apreendidos
mas tudo já fora devolvido por ordem do próprio STJ. Lendo a decisão do ministro é facilmente observável
que a busca foi realizada para verificar a existência de indícios, sendo que, como dito, fui mantido com a
jurisdição da Vara de Execuções Penais, fato importante de se ressaltar, pois, na mesma decisão, há
determinação de afastamento de outros magistrados, ou seja, no meu caso não havia sequer indícios
suficientes para o meu afastamento. A afirmação do Ministério Público foi feita antes da medida e é natural,
uma vez que o MPF, no caso, está pedindo do ministro uma medida séria, rigorosa, e o magistrado precisava
ser convencido da necessidade daquela medida. Deve-se ressaltar ainda que nem no pedido do MPF há
referência a qualquer decisão minha concreta ‘destinada à liberação de presos’. Assim, portanto, se não há
decisão minha efetiva e ilegal a favor de nenhum preso, acredito que a afirmação do MPF era no sentido de
tentar convencer o magistrado apenas. Os presos que teriam me citado nessa investigação, inclusive,
continuam todos presos, e com mandados e guias de recolhimento expedidos por mim. A referência à FDN
se dá pelo fato de 90 % dos presos de ‘facção’ em Manaus serem dessa tal “facção”. Assim se angariou o
respeito da população carcerária, sendo natural que um ou outro possa estar incluído nesse grupo, embora,
repito, não ache correto para um juiz, nem salutar para a sociedade, legitimar esse tipo de nomenclatura.
Preso deve ser tratado como preso, cabendo ao Judiciário a preservação de seus direitos e garantias
legalmente previstos.
ESTADÃO: O sr. está sendo ameaçado de morte? Quem o ameaça? Por que? Como essas ameaças
chegaram ao sr? Por ligações ou pessoalmente? Vai mandar abrir inquérito policial para identificar quem o
ameaça?
JUIZ VALOIS: Há uma investigação da Secretaria de Inteligência do Amazonas sobre uma ameaça de
morte contra mim e uma determinação do CNJ para que seja resguardada minha segurança pelo Tribunal de
Justiça. Recentemente as ligações de ameaças de morte se intensificaram, sem identificação. As únicas
ameaças identificadas são, na verdade, também incitações: pessoas dizendo que eu deveria morrer, que o
PCC deveria me matar, nas redes sociais, incitações para minha morte atribuídas à matéria do Estadão que
faz alusão ao procedimento da PF anteriormente citado, de 2016, como se minha participação ao negociar o
fim da rebelião tivesse algo a ver com as investigações, ameaças que devem sim ser objeto de investigação e
procedimento judicial.

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Entrevista Amazonas Compaj

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PAULO DE TARSO FARIA • 1 hora atrás

Falar é mais fácil que cumprir as obrigações de funcionário público. Poupe-nos.

Curtir Responder

RUY BARBOSA • 4 horas atrás


Um dos grandes responsáveis pela superlotação dos presídios é o judiciário, do qual o juiz faz parte. A lentidão dos "meritíssimos" mantém na
cadeia um monte de "ladrão de galinha" agravando a superlotação. Portanto, senhor juiz, trabalhe mais, pois os juízes brasileiros estão entre os
melhores remunerados do mundo mas a sua produtividade é lastimável. 

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CHAPECÓ FERNANDO • 5 horas atrás


Esse Juiz nao pode ser sério. Lamentável. Acho que o lugar dele é na prisao, nao no Judiciário. Será que ele faz parte das organizações
criminosas ... Lamenteável, 

1 Curtir Responder

PIXULECO 13 • 11 horas atrás


"Educai as crianças e não será preciso punir os homens." O pensamento de Pitágoras continua atual. Infelizmente, somos governados por
ignorantes e/ou corruptos.

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1/7/2017 ‘Toda prisão no Brasil é ilegal’, afirma Valois
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ALFREDO LUCIO SABACK SOARES DE QUADROS • 13 horas atrás


interessante esses que são contra  a pena de morte.

 mata sem»julgamento
a deliquênciaPOLITICA ‘Toda prisão no Brasil
e sem que éa ilegal’
vítima, afirma
tenhaValois     para
cometido qualquer tipo de crime, a vida de pessoas honestas,  
  eles, nãoENTRAR
significa nada.

hoje mesmo presenciei, quatro possíveis menores, transitando num lugar até então tranquilo de cidade do interior; portando cada um uma
faca.
esses que são contra, certamente quando forem vítimas ou tiverem pessoas próximas sendo vítimas da barbárie, passarão a ser a favor.

a pena não resolve, mas aquele que tirou uma vida sem ser em defesa própria, NUNCA MAIS O FARÁ.

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1/7/2017 ‘Toda prisão no Brasil é ilegal’, afirma Valois

Luciano Gomes de Queiroz Coutinho*


07 Janeiro 2017 | 11h21

POLITICA » ‘Toda prisão no Brasil é ilegal’, afirma Valois        ENTRAR

Luciano Coutinho. Foto: Divulgação

A imprensa noticiou e todos tomamos conhecimento acerca do bestial assassinato de 56 presos em


Manaus, cometido por membros de facção criminosa em guerra contra delinquentes rivais, numa disputa
pelo controle do narcotráfico na região norte do Brasil. Mas outro crime bárbaro aconteceu logo depois.
A sensatez, a razão e o bom senso também foram mortos, decapitados e esquartejados pelos
“especialistas” de ocasião e pela imprensa, que estão a minimizar a responsabilidade de monstros com
aparência humana, jogando a culpa pelo fato sobre a sociedade e sobre o Estado supostamente
“punitivista”.
Então surgem os garantistas parciais caolhos de sempre (que só buscam garantias aos criminosos,
esquecendo-se da sociedade) para se aproveitar dos holofotes e, sem apresentar qualquer proposta de
solução viável, repetir o velho mantra de que prender não resolve o problema da criminalidade. E nesse
contexto, necessária se mostra uma reflexão séria, despida de ideologias, sobre o caminho a seguir no
campo da política penitenciária e da segurança pública.
É comum lermos e ouvirmos que o Brasil prende demais, que tem a 4ª maior população carcerária do
mundo, que prender não ajuda a combater o crime, dentre outras afirmações semelhantes, que têm como
objetivo convencer a população de que melhor seria reduzir o número de pessoas encarceradas.
Todavia, a falácia desse argumento salta aos olhos. Se o Brasil tem a 5ª maior população do mundo,
natural que tenha posição próxima a essa no ranking de presos, levando-se em conta os números
absolutos. Ademais, se honesto fosse esse raciocínio, seria possível, também, afirmar que o Brasil é um
país extremamente libertário (no sentido jurídico-penal), por ser o 5ª do planeta em número de pessoas
CONTINUAR LENDO

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