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MATERIAL 1
WEBER, Max. A objetividade do conhecimento nas ciências sociais. In: Cohn, G. (org) e
Fernandes, F. (coord.). WEBER. 2ª.ed. São Paulo: Ática, 1982, p. 79-127 (excertos).
Por outro lado, o conjunto de todos os fenômenos e condições de existência de uma cultura
historicamente dada influi sobre a configuração das necessidades materiais, sobre o modo
de satisfazê-las, sobre a formação dos grupos de interesses materiais e sobre a natureza dos
seus meios de poder, e, por essa via, sobre a natureza do curso do “desenvolvimento
econômico”, tornando-se assim “economicamente relevante” (p.81)
Na medida em que a nossa ciência, pela regressão causal, atribui causas individuais – de
caráter econômico ou não – a fenômenos culturais econômicos, ela busca um
conhecimento “histórico”. Na medida em que persegue um elemento específico dos
fenômenos culturais – neste caso o elemento econômico – através dos mais variados
complexos culturais, no intuito de discernir o seu significado cultural, ela busca uma
interpretação histórica sob um ponto de vista específico. Oferece assim uma imagem
parcial, um trabalho preliminar, para o conhecimento histórico completo da cultura. (p.81)
A ciência social que nós pretendemos praticar é uma ciência da realidade. Procuramos
compreender a realidade da vida que nos rodeia e na qual nos encontramos situados
naquilo que tem de específico; por um lado, as conexões e a significação cultural das suas
diversas manifestações na sua configuração atual e, por outro, as causas pelas quais se
desenvolveu historicamente assim e não de outro modo. (p.88)
Assim, todo o conhecimento reflexivo da realidade infinita realizado pelo espírito humano
finito baseia-se na premissa tácita de que apenas um fragmento limitado dessa realidade
poderá constituir de cada vez o objeto da compreensão científica, e de que só ele será
“essencial” no sentido de “digno de ser conhecido”. (p.88)