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Como o processo de apego ao cigarro funciona?

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Quando você fuma, uma mente sutil particular aparece: geralmente é uma mente cheia de tranqüilidade, prazer
ou segurança. Com a repetição constante do ato de fumar, passa a surgir uma identidade fortíssima entre a
mente tranqüila e o cigarro. Cigarro e mente tranqüila praticamente passam a ser a mesma coisa. Acrescido a
isso, há ainda uma dependência física: o corpo emite mensagens de alívio quando o nível de nicotina no corpo
aumenta.

O que uma observação atenta a esse processo introduz de novo? Uma nova mente sutil, a mente livre que
deseja ver bem tudo como se dá, encontra a fórmula de escapar e quer contar aos outros como é o truque. Por
isso, cada vez que a vontade de fumar surge, essa mente empreende uma nova aventura de auto-observação
em benefício de todos os seres.

Um novo carma está se acumulando. Nós o chamamos de “mérito”, uma vez que conduzirá um pouco mais
adiante à liberdade frente ao fumar. Por quê? Porque o mecanismo de sustentação do carma de fumar foi
substituído pelo hábito de manter a mente atenta aos sutis processos que determinam a vontade e a
imaginação. (…)

Muito mais importante do que um resultado material, no entanto, é a sensação de vitória sobre si mesmo, de
confiança e de capacidade de superação. É uma experiência muito especial e libertadora. Há aí um saldo de
méritos acumulados que lhe virão a ser úteis em enfrentamentos semelhantes no futuro. Lembrando sempre
que méritos não são parte de um crédito divino, mas um mecanismo de libertação que aprendemos a utilizar a
partir do nosso dia-a-dia. (…)

Como se dá a liberação do carma? Pela auto-observação honesta da operação da vontade e imaginação. Pelo
exame interno, de cada um consigo mesmo, de seus processos cármicos. Isso é uma espécie de meditação
com objeto – no caso, o objeto é a própria prisão.

Como a liberdade é obtida? Quando a mente, no decorrer das ações condicionadas, passa a focar o processo
de prisão. Nesse exato momento começa a liberdade. Nesse exato momento começa a asfixia do carma. O
carma precisa respirar e ser constantemente sustentado. Quando a mente passa a observar o processo, a
sustentação é suspensa. Asfixiado, o carma morre aos poucos. Paralelamente, com ou sem ajuda externa e
através da paciência, acumula-se suficiente mérito na mente que adquire nova direção para sua imaginação.

Trechos do livro “A Jóia dos Desejos”, de Lama Padma Samten

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