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Coletores solares térmicos

Coletores térmicos são dispositivos capazes de transformar a luz Solar em calor. Esse calor pode ser usado no
aquecimento da água (para posterior produção de energia) ou para o consumo doméstico.

Todos os corpos sólidos ou líquidos irradiam, ou seja, emitem ondas eletromagnética cujos espectros dependem
de sua temperatura e essa é a radiação térmica. Os corpos, no entanto, não só emitem essas ondas, como
também as absorvem. É necessário entender algumas grandezas, como:

 A emitância é a grandeza que caracteriza o corpo como emissor


 A absortância ou coeficiente de absorção é a energia incidente que é absorvida
 Coeficiente de reflexão: parte da energia incidente refletida

Obs.: todas elas são adimensionais

Quando um corpo A de temperatura A é colocado em presença de um corpo B a temperatura B, sendo TB > TA, a
troca de calor é feita pela irradiação e absorção de radiação térmica. O corpo B vai emitir mais do que absorver e
o corpo A vai absorver mais do que emitir. Essa troca acontece até que os dois corpos tenham atingido a mesma
temperatura, caracterizando o estado de equilíbrio térmico. Assim, um corpo que é um bom absorvedor é também
um bom emissor. (Um exemplo é o corpo negro, que tem emitância e absortância = 1 o que o torna um emissor e
absorvedor perfeito).

Voltando ao coletor térmico, seu material ideal é um bom absorvedor da radiação visível (principal componente da
luz solar) e fraco emissor de calor. Outra propriedade importante é a transparência a luz visível e a radiação
infravermelha. Geralmente são utilizados materiais transparentes a luz visível e opacos a radiação infravermelha,
como o vidro, para ser possível reproduzir o efeito estufa necessário.

Tipos de coletores

Coletores térmicos planos

São bastante utilizados em sistemas de aquecimento de água. São caixas rasas contendo uma superfície seletiva
(normalmente pintada de preto para aumentar a absortância e diminuir a emitância) que absorve luz solar e,
consequentemente, se aquece. Se a energia transferida para o fluido que circula pelo radiador num coletor for
suficientemente grande pode haver produção de vapor para acionar turbinas geradoras ou bombas.

A cobertura do coletor solar é de vidro, e logo, é transparente à radiação visível. Esta radiação irá, então, entrar no
coletor, aquecendo o seu interior, principalmente a placa coletora. Esta é feita de um material bom absorsor
(absorve muita radiação), e logo, bom emissor (emite também muita radiação). Desta forma, a radiação solar que
entrou no coletor será absorvida pela placa, emitindo de seguida radiação menos energética, a infravermelha. Em
princípio, acharíamos este processo de absorção/emissão pouco rentável, mas na verdade não é. O fato é que o
vidro, de que é feita a cobertura, é opaco à radiação infravermelha. Logo, a energia emitida pela placa coletora não
sairá facilmente do aparelho, contribuindo este processo para o aquecimento mais rápido do sistema, e logo, da
água que nele circula. Verifica-se assim efeito de estufa. A temperatura da placa absorsora irá aumentar, e este,
por sua vez, irá transferir energia sob a forma de calor para a serpentina de tubos (o sistema é feito de material
que é bom condutor térmico, para que haja uma eficiente troca de calor com o fluido que circula por ele) com
o fluido que se encontra por baixo, até que se atinja o equilíbrio térmico entre o metal e o fluido no interior dos
tubos de cobre. Como o fluido a temperatura superior é menos denso, irá subir até ao depósito com água da rede.
Ao passar no seu interior, o fluido irá transferir energia sob a forma de calor para a água no depósito. Esta, por sua
vez, será utilizada na casa para as variadas tarefas. Após esta transferência, o fluido terá arrefecido, ficando mais
denso e descendo de volta ao coletor, onde reiniciará o seu ciclo. As paredes e o fundo são feitos de isolantes
diminuir a perda por condução.

A eficiência é em torno de 50%, o que significa que metade da energia incidente sobre o painel é transferida para o
líquido. O desempenho pode variar de acordo com vários fatores como temperatura do ambiente e intensidade
solar. A potência absorvida pode ser dada por

Pabs = Pinc . ʈ . α – U(Tc – Ta), sendo:

Pinc = potência incidente por unidade de área


ʈ = trasmitância

α = absortância do coletor

U = coeficiente de perda da superfície seletiva para o meio ambiente

Tc = temperatura do coletor

Ta = temperatura do ambiente

Obs.: a pontência solar depende da latitude, da estação do ano e da hora do dia.

Coletores térmicos focalizantes

Esse tipo de coletor baseia-se na reflexão das superfícies direcionar a energia solar em certas regiões, podendo,
então obter temperaturas bastante elevada. São, normalmente, mais caros e precisam ser móveis para seguir a
direção dos raios solares e captar a maior parte dessa radiação já que esse dispositivo não trabalha com a
radiação espelhada. Eles podem ser constituídos por espelhos (parabólicos ou planos) ou por um conjunto de
lentes, que são colocados em sistemas absorvedores (água, forno ou um depósito de calor). A razão de
concentração pode ser definida como

C = Ac / Aa, sendo

Ac = área do concentrador

Aa = área do absorvedor

A maior fonte de perda de energia é a irradiação. A potência irradiada pelo absorvedor é dada por

Pirr = Aa . Єa . σ . Ta^4, sendo

Aa = área do absorvedor

Єa = emitância

Ta = temperatura absoluta

σ = constante de Stefan – Boltzmann

Logo, para que sua perda por irradiação não seja considerável sua área deve ser pequena e o material deve
possuir emitância pequena.

A potência absorvida pelo absorvedor por unidade de área do concentrador é:

Pa = Pinc . ʈa αa – U(Ta – Tb)

Como o coeficiente de perda é muito pequeno:

Pa = Pinc . ʈa αa

A potência total recebida pelo absorvedor fica

PTa = AcPa = AcPinc . ʈa αa

Modificando a equação, tem-se:

PTa / Pirr = [C . ʈa αa / Єa ] [Pinc / σ Ta^4]

Obs.: é necessário que as razões αa / Єa e C sejam grandes

Células fotovoltaicas

A Célula Fotovoltaica é feita de um material chamado semicondutor. Um material semicondutor tem


comportamento elétrico entre o de condutores metálicos e o de bons isolantes térmicos. Células fotovoltaicas são
dispositivos capazes de transformar a energia luminosa (vinda do Sol ou de outra fonte de luz) em energia elétrica.
Ela pode funcionar como geradora de energia elétrica ou como um sensor capaz de medir a intensidade luminosa.

Breve histórico

 1839: Edmond Becquerel descobre o efeito fotovoltaico


 1883: Charles Fritts constroe as primeiras células fotoelétricas

Os elementos químicos usados nas células fotovoltaicas são, geralmente, metais, semi-metais e não metais
localizados na tabela entre 1B e 7A. Lantanídios e actinídios nunca foram usados por conterem alto índice de
radiação. Os principais tipos de células fotoelétricas são:

 Silício cristalino: é a tecnologia mais empregada e apresenta um rendimento de 15 a 21%


 Silício amorfo: é pouco utilizado na fabricação das células e tem rendimento de 7%
 CIGS: nome para células de filme fino fabricadas com Cu, In, Ga e Se e tem rendimento de 13%.
Atualmente sofre problemas com o abastecimento de índio, já que este elemento tem sua produção
direcionada para a fabricação de monitores de tela plana
 Arsenieto de Gálio (GaAs): é a tecnologia mais eficiente com rendimento de 28%, porém apresenta custo
altissimo. É usado, portanto, apenas em painéis solares de satélites artificiais
 Telureto de Cádmio (CdTe): é uma tecnologia que emprega filmes finos de telureto de cádmio e apresenta
pouco apelo comercial devido a alta toxicidade do cádmio

Já existem no mercado células fotovoltaicas orgânicas (plásticas) que podem ser manuseadas sem risco e com
elementos que imitam cores de telhados ou muros de tijolos.

Pontos desfavoráveis

 Por causa do grau de pureza dos elementos químicos utilizados, essa forma encontra grandes desafios
para ser produzida em larga escala, porque esse fato eleva o custo
 A utilização comercial não oferece vantagem sobre outros métodos

A potencia produzida pelas células fotovoltaicas é dada pela expressão:

P = Pi . n . A

Sendo:

Pi = potência solar incidente

N = eficiência do dispositivo

A = área do coletor

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