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TÓPICO
MOVIMENTO DIURNO
Enos Picazzio

2.1 Introdução
2.2 Movimento aparente do Sol
2.2.1 Estações sazonais, insolação e zonas climáticas
2.3 Movimento da Lua
2.3.1 Fases lunares
2.3.2 Libração
2.3.3 Eclipses
2.3.3.1 Eclipse solar
2.3.3.2 Eclipse lunar
2.3.3.3 Duração dos eclipses e periodicidade

Licenciatura em Ciências · USP/ Univesp Movimento diurno 2


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2.1 Introdução
O termo dia é um tanto confuso, ele tanto pode significar período diurno como intervalo
de 24 horas. Na realidade o dia astronômico é composto de um período claro (diurno), um
período escuro (noturno) e curtos períodos de transição (crepúsculos). A duração do período
diurno não é necessariamente igual à do noturno e ambos variam ao longo do ano de acordo
com as estações sazonais.
No período diurno, o Sol está acima do horizonte praticamente durante todo o tempo. Além
dele, às vezes, vê-se a Lua e/ou Vênus (este, pouco antes do amanhecer ou logo no começo da
noite). A luz solar é espalhada na atmosfera e a claridade faz-se presente por toda parte.
No período noturno, o Sol aparente está abaixo do horizonte e o céu torna-se escuro. Durante
o período da totalidade (escuridão) de um eclipse total do Sol, os astros tornam-se visíveis.
A presença da atmosfera impede a mudança brusca entre os períodos noturno e diurno, e vice-versa.
Esse fenômeno é conhecido por crepúsculo. Na Lua não há atmosfera, por isso, não há crepúsculo.

2.2 Movimento aparente do Sol


Todos os dias o Sol surge acima do horizonte no lado leste, cruza o céu em trajetória na
forma de arco, atinge uma altitude máxima ao meio-dia, e põe-se abaixo do horizonte no
lado oeste. Isso ocorre em intervalo de aproximadamente 24 horas. Dizemos aproximadamente
porque a duração entre dois meios-dias (ou duas meias-noites) consecutivos não é constante,
como explicaremos adiante. O meio-dia local ocorre quando o Sol atinge seu ponto mais alto
no céu, ou seja, quando ele cruza o meridiano local (Figura 2.1). Meridiano local é o arco que
liga o norte e o sul geográficos e que passa pela vertical do local. Infinitos arcos ligam norte e
sul geográficos, mas apenas um deles passa pela vertical local. Essa vertical local encontra a esfera
celeste em um ponto chamado zênite. O oposto do zênite chama-se nadir. O dia definido pelo
movimento do Sol é denominado dia solar, que discutiremos em detalhes adiante.

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Figura 2.1: Hemisfério visível por um observador / Fonte: Cepa

No verão, a altura máxima do Sol em relação ao horizonte ocorre na data em


que se inicia o verão. No início do inverno, ocorre a altura mínima. Essa altura
se mede quando o Sol cruza o meridiano local.

Um dos instrumentos astronômicos mais simples e mais antigo, conhecido por povos de
diferentes culturas, para verificar o movimento do Sol durante o dia e ao longo do ano, é o
gnômon. Trata-se de uma haste vertical que projeta uma sombra da luz solar (Figura 2.2).
Para um dado gnômon, o comprimento da sombra depende da altura do Sol em relação ao
horizonte. Quanto mais próximo o Sol estiver do horizonte, mais longa é a sombra projetada.
Ao meio-dia, o comprimento da sombra é mínimo.

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O ciclo das sombras de um gnômon define, ainda, a


segunda unidade básica do tempo: o ano das estações.
O comprimento da sombra do meio-dia varia ao longo
de um ano, porque a altura do Sol ao meio-dia varia em
função das estações do ano. No solstício de verão (por
volta de 21 de dezembro) a sombra é mínima, porque o
Sol atinge sua altura máxima. No solstício de inverno (por
volta de 21 de junho) a sombra é máxima, já que o Sol
passa pelo meridiano na altura mínima em relação ao ho-
rizonte. Entre essas datas há outras duas em que a sombra
é a média entre a máxima e a mínima: o equinócio de
primavera (por volta de 21 de setembro) e o equinócio de
outono (por volta de 21 de março).
É um equívoco dizer que o Sol sempre nasce no ponto
cardeal leste e se põe no ponto cardeal oeste. O Sol nasce
no ponto cardeal leste e se põe no ponto cardeal oeste
apenas nos equinócios de primavera e de outono, em que a
duração do período diurno e do período noturno é igual.
Equinócio, do latim aequinoctìum, significa igualdade dos
Figura 2.2: Na foto maior vê-se uma réplica de
um gnômon indígena, usado como relógio solar, dias e das noites. Isso só acontece quando o Sol, em seu
montado em Garopaba, em Santa Catarina, SC,
por Germano Afonso (Universidade Federal do movimento anual aparente, cruza o equador celeste. Fora
Paraná). A foto menor mostra um relógio solar
em uma plataforma de pedra / dessas datas, o Sol nasce cada vez mais a nordeste, após o
Fonte: Lucio Silva (Divulgação)
equinócio de outono, e cada vez mais a sudeste, após o
equinócio de primavera. Durante o outono, a cada dia o Sol se desloca em direção ao solstício
de inverno. Depois, ele retorna em direção ao equador, cruza-o na data do equinócio de
primavera, desloca-se lentamente em direção ao solstício de verão, quando, então, retorna em
direção ao equador novamente. A posição e a hora do nascer e do pôr do Sol variam ao longo
do ano. A Figura 2.3 ilustra esse deslocamento aparente.
Observadores que estejam próximos aos polos geográficos vivem períodos longos de escuri-
dão no inverno, em que o Sol jamais nasce, e de claridade no verão, em que o Sol jamais de põe.
A Figura 2.4 ilustra o deslocamento anual aparente do Sol no zodíaco. O círculo interno
representa a posição da Terra em sua trajetória. O círculo externo mostra a posição em que

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vemos o Sol, contra as constelações de fundo. Por exemplo, no dia 21 de setembro a Terra
está passando pela constelação de Peixes, por isso, sabemos que o Sol está na constelação de
Virgem. Eclíptica é o nome que se dá à trajetória aparente do Sol. Na realidade ela é a trajetória
verdadeira da Terra em torno do Sol.

Figura 2.3: Fotos do pôr-do-sol em Porto Alegre, entre 21/6/2003 e 21/3/2004 / Fonte: Maria de Fátima Oliveira Saraiva

Figura 2.4: O movimento aparente do Sol e as constelações zodiacais / Fonte: Cepa

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2.2.1 Estações sazonais, insolação e zonas climáticas

A causa da existência de estações sazonais é a obliquidade (inclinação do eixo de rotação


terrestre), e não a variação da distância da Terra ao Sol. A variação da distância implica uma
alteração de apenas 6% na quantidade de energia solar incidente na Terra. O eixo de rotação
terrestre está inclinado em aproximadamente 23,5° em relação à vertical do plano da eclíptica.
Atualmente, a extremidade norte do eixo está apontando para a estrela alfa da constelação da
Ursa Menor (hemisfério norte), por isso, ela é chamada também de Polaris. Esse apontamento
não muda com o movimento de translação da Terra (Figura 2.5).
Nos solstícios, o Sol tem deslocamento máximo do equador. São esses deslocamentos má-
ximos que definem os trópicos. No solstício de 21 de dezembro o Sol está sobre o trópico de
capricórnio, por isso, o hemisfério sul recebe mais luz (calor) que o hemisfério norte. Ele é o
nosso solstício de verão no hemisfério sul e de inverno no hemisfério norte. No solstício de 21
de junho, o Sol está sobre o trópico de câncer, logo o hemisfério norte recebe mais luz que o he-
misfério sul. Nesse caso, solstício é de inverno no hemisfério sul e de verão no hemisfério norte.
Nos equinócios de 21 de março e de 23 de setembro, ambos os hemisférios são iluminados
igualmente, pois o Sol está sobre o equador. O equinócio de 21 de março é de outono para o
hemisfério sul e de primavera para o hemisfério norte. O equinócio de 23 de setembro é de
primavera para o hemisfério sul e de outono para o hemisfério norte.

Figura 2.5: As estações


sazonais são causadas
pela obliquidade do eixo /
Fonte: Cepa

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É fácil verificar que, localmente, a causa da variação anual de temperatura é a insolação solar,
ou seja, a quantidade de energia solar que incide sobre uma unidade de área (Figura 2.6). A
região delimitada pelos trópicos é definida como zona tropical, a qual recebe maior quantidade
de luz. As regiões que ficam entre os trópicos e os círculos polares (ártico e antártico) são definidas
como zonas temperadas. As zonas glaciais, que ficam internas aos círculos polares, são as mais frias.

Figura 2.6: (Alto) Círculos Polares e Trópicos definem as


zonas climáticas / Fonte: Cepa

A causa física dessa divisão é a obliquidade. Regiões que estão na zona tropical têm o Sol
no zênite duas vezes por ano: uma quando o Sol desloca-se para o norte e outra quando ele
desloca-se para o sul. As regiões que estão sobre os trópicos têm o Sol no zênite apenas uma vez
por ano, no solstício de verão local. Nas demais regiões o Sol jamais passa pelo zênite. Quanto
mais próxima a região estiver dos polos, menor será a altura máxima do Sol. Os extremos acon-
tecem nas zonas glaciais. Nelas, durante parte do verão, o Sol estará sempre acima do horizonte.
Já em parte do inverno, o Sol estará sempre abaixo do horizonte.

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Para calcular a insolação, basta sabermos a altura do Sol. Considere a situação ilustrada
na Figura 2.7: a é a área iluminada pelo Sol quando ele está no zênite (vertical) e é a
área iluminada quando o Sol está inclinado a um ângulo q, o que equivale a dizer que é a
projeção de A segundo o ângulo q. Assim, podemos expressar a relação entre A e A' por:

A' = A
sin q
Tomemos como exemplo a cidade de São Paulo: ela está sobre o trópico de capricórnio
(latitude = 23,5° S). No solstício de verão, o Sol está a pino (q = 90°), mas, no solstício
de inverno, ele está inclinado a 47° (23,5° até o equador mais 23,5° deste ao trópico
de câncer) em relação ao zênite, ou seja, sua inclinação em relação ao horizonte local é
q = 43° (90° – 47°). Como sin 43 = 0,682, a insolação no solstício de inverno equi-
valerá aproximadamente a 68% da insolação no solstício de verão (ou 32% menor na
data de início do inverno).

Figura 2.7: A insolação depende do ângulo de inclinação do


Sol em relação ao horizonte local / Fonte: Cepa

2.3 Movimento da Lua


2.3.1 Fases lunares

Desde sempre os humanos têm conhecimento da mudança cíclica do aspecto da Lua.


Isso certamente introduziu hábitos noturnos. Segundo alguns historiadores, foi Aristóteles de
Estagira (384 – 322 a.C.), quem explicou o motivo dessas diferenças, as quais os gregos chama-
ram fases. Isso ocorre porque a Lua gira em torno da Terra enquanto esta gira em torno do Sol,
cada qual com seu período. Assim, a posição relativa entre Terra, Lua e Sol varia constantemente,
por isso vemos a iluminação da Lua sob ângulos diferentes.

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A Figura 2.8 ilustra as configurações lunares: a face lunar voltada para a Terra está assinalada
com uma marca em vermelho. Quando o disco lunar é praticamente invisível, definimos essa fase
como lua nova; a Lua está posicionada na mesma direção aparente do Sol. A lua nova ocorre no
período diurno. Essa configuração entre Terra, Lua e Sol é chamada conjunção. O caso oposto à
conjunção é chamado oposição, pois a Lua está na direção oposta à do Sol. Nessa configuração,
o disco lunar é completamente iluminado e a fase é lua cheia. Por essa razão, a Lua nasce no lado
leste no momento em que o Sol se põe no lado oeste. Entre essas fases ocorrem a crescente (de
lua nova para lua cheia) e a minguante (de lua cheia para lua nova). Na fase crescente a Lua se
afasta do Sol, indo para leste. Quando a Lua se afasta 90° do Sol (portanto percorreu um quarto
de 360°), ela atinge a fase quarto crescente. Diz-se que ela está na 1ª quadratura. Nessa fase, a
Lua aparece no alto do céu quando o Sol se põe. A fase de quarto minguante ocorre quando
a Lua afastou-se 270° do Sol, portanto percorreu três quartos de 360°, ficando a um quarto da
fase nova, na qual a Lua está no alto do céu quando o Sol nasce. Para os habitantes do hemisfério
sul, a fase crescente lembra vagamente a forma da letra C, e a minguante, a letra D (decrescente).
O ciclo de fases lunares é denominado lunação, período sinódico ou mês sinódico (definidas adiante).

Figura 2.8: Movimento orbital e fases da Lua. Lua nova (conjunção, 0°), lua cheia (oposição, 180°), quarto crescente (1ª
quadratura, 45°), quarto minguante (2ª quadratura, 270°) / Fonte: Cepa
(Clique na imagem para visualizar a animação)

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2.3.2 Libração

A Lua mostra-nos sempre a mesma face, porém, durante um ciclo lunar, essa face bamboleia
e o diâmetro varia porque sua órbita não é circular, variando também a distância entre a Terra
e a Lua. Essa distância é menor no perigeu (364.397 km) e maior no apogeu (406.731 km).

O bamboleio é denominado libração e ocorre em latitude e longitude. A


libração em latitude ocorre porque o eixo de rotação da Lua não está alinhado
com a vertical do plano da sua órbita em torno da Terra. Esse desvio é pequeno
(cerca de 1,5°), mas é suficiente para que vejamos ora um pouco mais do
hemisfério norte lunar, ora um pouco mais do hemisfério sul lunar.

A libração em longitude decorre do fato de a órbita lunar não ser um círculo. Como
veremos adiante, Kepler descobriu que, se a órbita não for circular, a velocidade orbital varia: a
velocidade aumenta quando a distância entre os corpos diminui, e diminui quando a distância
aumenta. Com isso, a razão entre a velocidade de rotação (que é constante) e a de translação da
Lua também varia, ou seja, a razão diminui no perigeu e aumenta no apogeu. Por isso, vemos
ora um pouco mais do lado leste da Lua, ora um pouco do lado oeste.
Portanto, por conta da libração, acabamos por ver um pouco mais que metade do hemisfério lunar.

2.3.3 Eclipses

Eclipse é outro fenômeno decorrente de posições relativas entre Sol, Lua e Terra. É um fenôme-
no mais raro porque necessita que os três astros estejam praticamente alinhados, portanto próximos
de um plano comum, o plano da eclíptica (órbita da Terra). O eclipse pode ser solar ou lunar.

2.3.3.1 Eclipse solar

O eclipse solar ocorre quando a Lua encontra-se entre o Sol e a Terra, portanto, na fase
nova (Figura 2.9). A sombra da Lua é projetada sobre a superfície terrestre e move-se de oeste
para leste com velocidade entre 1.700 e 3.400 km/h.

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Figura 2.9: (esquerda) Configuração para ocorrência de um eclipse solar. Sol, Lua e Terra devem
estar alinhados. (direita) Sombra provocada pela Lua durante o eclipse solar de 11/8/1999 /
Fonte: NASA (Clique na imagem à esquerda para visualizar a animação)

A sombra é composta de duas partes


(Figura 2.10). A parte central, mais escura,
é chamada umbra e pode atingir até 270 km
de largura.A parte periférica, bem mais clara,
é denominada penumbra. Observadores que
se encontrarem na umbra verão um eclipse
total (caso A). Durante a totalidade (período
de escuridão), a parte do Sol que resta visível
é a sua atmosfera. Já os observadores que se
encontrarem na penumbra verão um eclipse
parcial (caso C), pois parte do disco solar
ainda permanecerá visível. Caso o tamanho
aparente da Lua seja menor que o do Sol, o
eclipse será anular (caso B), pois a parte que
restará visível terá o aspecto de um anel bri-
lhante (Figura 2.11). Isso ocorre porque as
distâncias Terra–Lua e Terra–Sol variam em
decorrência das órbitas da Terra e da Lua
não serem circulares. O disco lunar parece
maior quando a Lua estiver mais perto da
Figura 2.10: Quando a Lua está mais próxima da Terra, ela nos parece
maior (caso superior). Teremos, então, eclipses total e parcial. Quando a Terra, e menor quando estiver mais longe.
Lua está mais distante, ela nos parece menor (caso inferior), originando
eclipses parcial e anular / Fonte: Cepa O mesmo ocorre com o disco solar.

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Figura 2.11: Tipos de eclipses solares: total (esquerda), parcial (centro) e anular / Fonte: Cepa

2.3.3.2 Eclipse lunar

O eclipse lunar ocorre quando a Lua passa pela sombra da Terra. Para isso, a Lua deve estar
do lado oposto ao do Sol, portanto próxima à fase de lua cheia. O cone de sombra da Terra
também é composto de umbra e penumbra. Quando a Lua passa integralmente pela umbra,
ocorrerá o eclipse lunar total. Se apenas parte da Lua passar pela umbra, o eclipse lunar será
parcial. Se a Lua passar apenas pela penumbra, o eclipse será penumbral. Neste caso, o disco
lunar aparecerá ligeiramente escurecido (Figura 2.12).

Figura 2.12:
Configurações dos
eclipses lunares /
Fonte: Cepa

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Como se vê, os eclipses ocorrem sempre nas fases lunares cheia (eclipse lunar) e nova (eclip-
se solar), mas não em todas. A razão é que o plano da órbita da Lua está inclinado cerca de 5°
com relação ao plano da órbita da Terra (Figura 2.13). Portanto, o afastamento da Lua oscila
entre 5° acima do plano da eclíptica e 5° abaixo dele. Assim, durante seu trajeto, a Lua passa duas
vezes pelo plano da órbita da Terra, exatamente nos nodos. Os eclipses só ocorrerão quando os
três astros estiverem alinhados, ou seja, quando estiverem praticamente sobre a linha dos nodos.

Figura 2.13: O plano da órbita da Lua está inclinado cerca de 5° em relação ao plano da órbita da Terra. A interseção entre os dois planos
define uma linha, sobre a qual estão os nodos (cada um dos pontos de interseção da órbita da Lua com o plano da órbita da Terra) /
Fonte: Cepa

2.3.3.3 Duração dos eclipses e periodicidade

Um eclipse solar total jamais ultrapassa o tempo de 7 minutos e 30 segundos. Já um eclipse


lunar total pode durar até 1 hora e 40 minutos.
A cada 18 anos, 10 ou 11 dias (dependendo dos anos bissextos no intervalo) e 8 horas
(período que equivale a 6.585,65 dias), os eclipses ocorrem novamente na mesma ordem, pois

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Sol, Terra e Lua retornam aproximadamente às mesmas posições relativas. Esse intervalo é de-
nominado ciclo de Saros (palavra de origem grega que significa repetição), o qual foi registrado
pelos caldeus e era conhecido por Hiparco, Plínio e Ptolomeu. Em cada ciclo ocorrem 70
eclipses, sendo 41 solares e 29 lunares. Em um ano ocorrem de dois a cinco eclipses solares (no
máximo, dois totais) e até três lunares. A razão disso é que a órbita da Lua não é fixa, pois ela gira
gradualmente sobre seu centro em um período (uma volta completa) de 18,6 anos, também
chamado período de regressão dos nodos.

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