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Jung na Prática

7 Dicas de Ouro para


aplicar os conceitos
Junguianos no dia a dia!
Esse ebook é a transcrição da palestra que apresentei
no 1° Congresso Online Jung, as Terapias e o Novo Milênio,
que aconteceu em Julho de 2015.

Por que eu resolvi abordar esse tema: 7 dicas de ouro


para aplicar a teoria junguiana no dia a dia?

Ao longo dos meus estudos sobre Jung, eu percebi a


importância de colocar em prática os conceitos, porque eu
realmente acredito que se ficar só na teoria, não tem
validade, uma validade real, fica só na cabeça.

Quando comecei a observar os conceitos e olhar a


minha vida, as perguntas que me permeavam eram: Como
colocar tudo isso no dia a dia, na prática? Como eu posso
ajudar as pessoas a utilizarem esses conceitos, que fazem
parte da vida delas?

Eu percebi que alguém que não tem conhecimento


aprofundado sobre Jung, pode ter uma percepção mais
ampliada sobre sua vida, pois vive sobre todos esses
aspectos. Foi pensando nisso e com a certeza de que isso é

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possível usar no dia a dia, conscientemente, que eu criei, eu
resolvi criar o blog Jung na prática.

Primeiramente, é preciso saber que você não precisa


identificar os conceitos no dia a dia para que eles
aconteçam. Todas as coisas que o Jung coloca acontecem
de qualquer maneira. Ele observou o que já existia. E a
questão aqui é nós conseguirmos usá-las conscientemente,
sem necessariamente precisar de amplo conhecimento
conceitual. Então, obviamente, isso depende de uma
maturidade de ego. O ego é também um complexo, é um
dos complexos.

Um ego maduro, é aquele que é flexível. Para poder


conscientizá-lo e estudá-lo você precisa discriminá-lo. O ego
é aquele que discrimina tudo, que identifica e discrimina. No
dia a dia vivemos os conceitos, não precisamos
necessariamente nos conscientizar deles para poder utilizá-
los e vivê-los.

Jung tem um texto maravilhoso que mostra o que eu

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estou querendo pontuar:

“Nada podemos mudar se não o aceitamos.


Condenação não liberta, oprime... se um médico quer tratar
de um ser humano, precisa aceita-lo como ele é. E só pode
fazer isso quando já viu a si mesmo e si aceitou. Isso pode
parecer simples, ms o simples é sempre o mais difícil. Na vida
real é preciso muita arte para ser simples, por isso a aceitação
de si mesmo é a essência do problema moral e a prova real
da concepção da vida de uma pessoa.

Que eu dê comida a um mendigo, que perdoe uma


ofensa, que eu ame meu inimigo em nome de Cristo - tudo
isso são sem dúvidas, grandes virtudes. O que eu fizer ao mais
ínfimo dos meus semelhantes estarei fazendo a Cristo.

Mas se eu descobrir que o mais ínfimo dos meus


semelhantes, o mais pobre dos mendigos, o mais atrevido de
todos os ofensores, o próprio demônio, estão todos dentro de
mim, e que eu mesmo preciso das esmolas da minha
bondade, que eu mesmo sou inimigo que precisa ser amado

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– o que acontecerá comigo? Fosse o próprio Deus que
tivesse chegado a nós nessa forma desprezível, nós o
teríamos negado mil vezes antes que um único galo
cantasse. ”

Esse é um texto que eu encontrei muito antes de


começar a estudar o Jung. Ele sempre permeia minha vida.
Ele tem tudo a ver com essas questões da simplicidade, com
essas sete dicas que eu vou dar para vocês hoje.

Para poder usar os conhecimentos do Jung na prática,


e não só do Jung, se você quiser estender isso a todos os
conhecimentos, é preciso que você saiba 2 coisas.

Ÿ Cada um deve seguir o seu próprio Diamond, o seu vir


a ser. Aliás, o próprio Jung diz que não queria que ninguém
fosse junguiano, ou seja, preso ao que ele diz.

ŸÉ preciso simplicidade.

Então vamos lá para as dicas :

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1: A NATUREZA
DO INCONSCIENTE É
PARADOXAL.
Eu coloquei como primeira porque é uma das mais
difíceis de nós ocidentais compreendermos, um paradoxo.
Ser consciente é ser capaz de discriminar a bipolaridade, ou
seja, discriminar o que é e o que não é, a luz da sombra, o
claro do escuro e etc.

Posso dizer que uma das palavras mágicas da teoria do


Jung é ENANTIODROMIA.

Enantiodromia é movimento pendular, oscilação entre


as polaridades. Sempre em movimento.

Dentro de cada coisa, seja um objeto físico, uma ideia,


existem dois polos, dois potenciais: o potencial do claro,
potencial do escuro, potencial do bem, potencial do mal. Eu
estou usando a palavra potencial, mas Jung não fala
potencial, é para facilitar.

Uma ótima imagem que traduz a bipolaridade é a


imagem do Tao, o círculo com a divisão no meio.

Quando acontece alguma coisa que aparentemente é

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ruim, ao invés de você categorizar aquilo como ruim e
pronto, se você parar por um instante, que seja um segundo,
ou um minuto, e considerar que ali dentro também existe o
potencial bom, talvez você consiga utilizar aquilo para algo
construtivo. E aquilo deixa de ser simplesmente ruim e “passa
a ser também bom”.

Se você considerar que dentro do potencial positivo


existe o negativo e dentro do negativo, um potencial positivo,
você pode usar as duas polaridades para construir algo.

Você tem que ter claro o seguinte: numa situação de


decisão, se pergunte, “e se eu não tomar tal decisão
agora?”. Tem coisa que você precisa tomar a decisão na
hora e pronto, e depois você vai ver o que tinha de bom e o
que tinha de ruim naquilo, o que tinha desses dois potenciais.

Mas muitas vezes no nosso dia a dia, não precisamos


tomar a decisão naquele momento, naquela hora e daquele
jeito. Nós fazemos isso e acabamos perdendo a possibilidade
de ver o potencial dentro daquilo. De ver o que tem de bom

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dentro daquilo. Não conseguimos utilizar a potência
energética do polo oposto, essa é a questão. E quando você
entende que tudo tem o lado bom e o ruim dentro de si, você
percebe que a maneira de enxergar é que faz a diferença.
Nós que fazemos a diferença entre um e o outro.

Mas é necessário discriminar, separar, para poder


integrar. Se ele não discriminar ele não consegue integrar. E a
imagem do Tao, representa exatamente isso. A integração
dos polos. E eu vou mostrar aqui para vocês a imagem do
Tao. Aqui está o círculo que compreende, o branco e o
preto, o bom e o mau e cada um deles tem em si o um e o
outro. Essa é a imagem que exprime esse paradoxo. Mas
repito: se você conseguir usar a potência da escuridão na luz
e a potência da luz na escuridão, você
compreende os dois.

Como fazer isso no dia a dia? Dê


um tempo.

Figura 1: Tao

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2: AS MANIFESTAÇÕES
EXTERIORES SÃO
REFLEXOS DOS PROCESSOS
INTERNOS, INTERIORES.
Você pode estar se perguntando: mas o que o outro faz
é reflexo meu? Esse tema é polêmico mas pode ser muito útil
para nos reconhecermos no dia a dia. Aquilo que
enxergamos nos outros, ou seja, a interpretação de uma
atitude é reflexo de como nosso interior entende aquilo. Se
conseguirmos observar o contexto da ação e a como
olhamos para ela poderemos conhecer muito de nós
mesmos.

Uma pessoa, por exemplo, que tem uma criança em


casa. O Jung diz que a criança é o reflexo do inconsciente
dos pais, ela expressa o inconsciente da família, familiar. É
difícil olhar ela, quando ela está naquele momento de birra
porque não é ela somente. Ela está expressando um
conjunto.

Eu estou dando exemplo da criança, mas isso serve


para qualquer coisa. As pessoas são reflexos uns dos outros, e
por isso, é importante a relação. Uma maneira com que
alguém reage ou age em relação a você, é reflexo daquilo
que você é.

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Eu ouvi no templo hoje, uma moça que “azucrinava” a
vida de uma outra pessoa, e “azucrinava”, pegava no pé,
fazia bullying mesmo. O que aconteceu? Quando a pessoa
que sofria o bullying saiu do estado de vítima e percebeu que
o problema não era ela, as coisas mudaram. Não que o
bullying não seja um problema, mas eu estou falando do
ponto de vista de perceber os reflexos.

Quando a garota que sofria o bullying percebeu que


ela “permite” isso, ou seja, os aspectos dela são refletidos na
outra pessoa, ativando a ação e ela não está conseguindo
ter resistência própria e se posicionar, ela reconheceu e
pôde trabalhar esses aspectos, conseguir se posicionar, etc.
E, a partir desse momento, a outra pessoa geralmente pára
de fazer isso.

O Jung fala uma coisa fenomenal para trabalhar em


terapia: que nós, terapeutas, devemos ser espelhos menos
deformados possível para refletir a deformidade de quem
está olhando. Isso é uma passagem. O reflexo parte de um
pressuposto de que para você querer ajudar alguém, tratar

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algum ser humano, é preciso primeiro você reconhecer-se
como você é. É preciso olhar para o espelho.

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3. NA LUZ ESTÁ A ESCURIDÃO E NA
ESCURIDÃO ESTÁ A LUZ.
NO PROFUNDO ESTÁ A SUPERFÍCIE
E NA SUPERFÍCIE ESTÁ O PROFUNDO
Olhar o polo oposto para poder conhecer o polo
principal.

Você acha que você é alguém? Ótimo. Quem você


acha que você é? O que você acha que você gosta? Você
gosta de alguma coisa? Você pergunta para alguém, quem
você é? E a pessoa não sabe dizer exatamente.

Se não sabe aquilo que você quer, geralmente você


sabe aquilo que você não quer. É simples isso? É, mas não é
fácil de você fazer isso no dia a dia, discriminando esses
aspectos. Você é honesto? Ah, eu não sei se sou honesto.
Você é desonesto? Não desonesto eu não sou. Então você é
honesto. Não tem meio termo, ou é ou não é.

Então, a dica é, na luz está a escuridão, na escuridão


está a luz, ou seja, olhe para o outro lado.

É muito simples isso, mas de uma profundidade, que se


vocês conseguirem usar isso no seu dia a dia, para tudo,
vocês vão ver como dá para usar todos esses conceitos do
Jung e como a vida de vocês vai mudar.

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4. O QUE FOR
NEGADO VAI VOLTAR
Eu vou colocar aqui um conceito de Jung agora para
você poderem acompanhar essa dica. “O conceito
aplicado de energia concerne sempre ao comportamento
das forças, das substâncias em movimento, pois a energia só
é acessível à experiência precisamente mediante a
observação direta do comportamento das substâncias em
movimento. ” Ou seja, nós percebemos a energia quando
ela está em movimento. Isso está no livro, “A Energia
Psíquica”, do Jung.

Quando você diz que não quer, ou algo não é alguma


coisa, ou você não aceita algo em você como não sendo
seu, cuidado, porque se você nega aquilo veementemente,
saiba, aquilo vai voltar. Por exemplo, quando você diz “eu
não sou bravo não, eu não sou bravo”. Isso volta, porque
você coloca ali energia psíquica, direcionada para aquele
ponto, e aquilo vai ganhar força, ganhar força até que ele
volte.

Ele emerge, aí você, conscientemente, pode não


conseguir dar conta de segurar aquilo ali, com aquela

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potência, que estava lá, do jeito que você estava segurando
até então. Aí você fica com raiva. Raiva, por exemplo. Você
não aguenta muita raiva. Ou você explode com alguém ou
de repente volta como uma gastrite, por exemplo, algum
câncer, alguma coisa assim. Qualquer coisa. Não
necessariamente aquilo que você segurou é exatamente
aquilo que volta, mas aquele aspecto vai voltar de alguma
maneira com a mesma intensidade com que foi negado.

Por quê? Porque a energia psíquica existe e ela não se


perde. Ela precisa fluir de alguma maneira. Ela precisa estar
sempre fluindo e se isso não acontece, se você trava o fluxo,
ela vai voltar. Ela não consegue passar. Precisa ter fluxo. É
igual a um rio. Se você fechar um rio, colocar uma barreira no
rio, o que acontece? Vai saindo pelos lados, e aí pode ir
fazendo buracos, obstruir árvores, um monte de coisas.

Para o Jung, “essas tendências se formam no


inconsciente como uma sombra que fica sempre presente e
é potencialmente destruidora. Mesmo as tendências que
poderiam exercer uma influência benéfica em certas

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circunstâncias, são transformadas em demônios quando
reprimidas. É por isso, que muita gente quando “bem
intencionada”, tem um receio bastante justificado do
inconsciente e incidentalmente da psicologia.” Essa frase eu
acabei de ler para vocês na íntegra está em “O homem e
seus símbolos”, página 89.

Então: Tudo aquilo que você nega vai voltar de certa


maneira com a mesma força com que foi negado.

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5: TRANSFORME SEUS
SONHOS EM IMAGENS.
Como devemos observar os sonhos no nosso dia a dia?
Para o Jung, a psique é uma realidade. É uma das hipóteses
dele. E para ele, o sonho tem uma cronologia, tem uma linha
do tempo, tem um início, um desdobramento e um
desfecho. No desdobramento acontece a zona de conflito,
de tensão.

E existe sempre uma linha do tempo, mesmo que


pareça que não, com início, meio e fim. Esse sonho pode se
juntar a outro e construir um conjunto de sonhos, que vão
continuar uma história, que vão contar mais além da história.
Mas você deve observar os sonhos baseados nisso, com
início meio e fim, como em uma história, como em um conto
de fadas, por exemplo.

A linha do tempo da orientação do Self para o ego, essa


é a linha do tempo. O Self orienta o ego através dessa linha
do tempo. Essa orientação pode ser negando, compilando,
confirmando ou modificando a intenção consciente do ego.
E a análise não é interpretar, é analisar os aspectos todos do

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sonhador. Mas, baseado nisso, na prática, no dia a dia, o que
se deve fazer? Faça um caderno de sonhos e descreva seus
sonhos.

O Jung diz que isso deve ser feito logo em seguida do


sonho, quando mais próximo do sonho, menos elaboração
aconteceu em cima dele. E procure também desenhar o
sonho. Faça imagens, o Jung diz que é para ficarmos com a
imagem. Jung diz: “eu não depositaria esforço no objeto,
porém, na imagem” Isso está em “Análise dos sonhos”, livro
dele, página 26.

Quando se faz um desenho, uma pintura, quando


“materializa” aquele sonho ali, primeiro você sensibiliza o
sonho. Isso acontece com a escrita também, mas na hora
que você faz a imagem, você pode olhar de novo para ela. E
depois que passar um tempo você vai poder ter uma noção,
um contexto de como está seu ego em relação aquele
aspecto do sonho, se está mais elaborado ou menos
elaborado.

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Elaborar que eu digo, não é um desenho bonito, um
desenho tecnicamente perfeito, é uma elaboração quanto
análise psíquica, dos elementos psíquicos que nos formam.
Então, essa é uma dica fenomenal. Pinte seus sonhos,
desenhe, e também escreva. Tem muitos artistas que fazem
as narrativas em pinturas. Essa é uma dica que é simples, mas
se você usar isso, você vai ver a diferença que é.

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6. NÓS CONSEGUIMOS
NOS OBSERVAR MELHOR
PELOS OLHOS DO OUTRO.
Faça um exercício simples. Pare agora e perceba-se,
dentro de você. Agora olha para frente. Você vê sua mão
certinha como ela é, agora experimente olhar seu rosto. Não
dá né? Nós nos vemos segundo o que o outro nos vê.

O Jung pontua que a relação com o outro é algo


fundamental, tanto na terapia como na vida. Nós nos vemos
pelo olhar do outro, se o outro não estiver ali, nos perdemos,
não sabemos quem somos. Não nos reconhecemos.

Isso se estende para tudo. Se o indivíduo não se


relacionar com a família, com o trabalho, ele vai viver isolado
e seu desenvolvimento vai ser mínimo. Isso funciona para
grupos de estudo, por exemplo, qualquer grupo de estudo.
Quem não sente falta de estar em um grupo, por exemplo,
numa comunidade, num grupo, trocar experiências, trocar
dicas, se ajudar. As pessoas precisam de relação, precisam
trocar ideias, precisam sair da própria visão e precisam da
visão do outro, porque a visão do outro é um meio para ela
poder enxergar ela mesma, outros lados dela que ela não
enxerga.

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Eu quero mostrar aqui para vocês mais um textinho do
Jung que está no livro “Pratica da psicoterapia”, já na
primeira página. “[...] se trata de um tipo de procedimento
dialético, isto é, do diálogo ou discussão entre duas pessoas
[...] A pessoa é um sistema psíquico, que, atuando sobre
outra pessoa, entra em interação com outro sistema psíquico
[...] a interação psíquica nada mais é que a troca de relação
entre dois sistemas psíquicos. ”

Hoje temos tem uma ciência avançadíssima e


conseguimos saber que as células são assim, os sistemas
celulares também são assim. Então, o sistema de Bios está
para o sistema de Zoé. A biologia está para psique, eles são
integrados também.

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7. UMA PESSOA SAUDÁVEL
É AQUELA CAPAZ
DE AMAR E TRABALHAR.
O Jung diz: “onde o amor impera não há desejo de
poder e onde o poder predomina há falta de amor, um é a
sombra do outro”. Ora, uma pessoa saudável, mantém o
equilíbrio, ela não é monotemática, ela não é unilateral, ela
considera os opostos.

Voltamos lá no início, nas dicas, ela considera os


opostos, ela considera os espelhos, ela considera o olhar do
outro, ela considera tudo isso. E para você se sentir bem,
naturalmente, você precisar produzir algo, seja em qualquer
área que for. E para produzir algo, a partir de você, a partir
dos processos criativos e tal, seguindo o seu Diamond,
seguindo a linha orientada pelo seu Self, você precisa desse
aspecto do amor. O amor entre as coisas, o amor às pessoas,
o amor que vem, difícil falar sobre amor.

Nós crescemos achando que o ódio é o oposto do amor


e ele coloca o amor é o contraponto do poder e o poder é o
contraponto do amor, um sendo a sombra do outro. Ora, o
que significa isso? Quando você quer, quando você sente e
quer exprimir amor pelo outro, ou por alguma pessoa, se

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você exercer um poder sobre a pessoa que ama, autoritário,
autoritarismo, você não dá liberdade para ela. E a falta de
liberdade não está dentro do amor. Aquele que ama,
permite liberdade. Liberdade porque ele reconhece como a
outra pessoa é.

Se você não se conhece e é opressor, fica difícil tratar


alguém. Se você for opressor, você vai estar só instigando a
ausência de liberdade. Se você não tiver amor, você vai ser
autoritário. Você vai usar do seu poder. Você pai pode usar
seu autoritarismo por ser maior, mais forte, ter uma voz mais
grossa. A mulher, a mãe, pode impor a vontade, sem
perceber que, por vezes, não precisaria disso.

Pessoa saudável ela precisa ser capaz de amar,


perceber a pessoa como ela é, as coisas como ela são. Ou
seja, amar e trabalhar, ou seja, produzir, contribuir, com
aquilo que tem de potencial para contribuir e aí em seis
níveis, que o Jung coloca.

No nível individual, você com você mesmo, o que você

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vai produzir para você? O que você vai trabalhar dentro de
você? Amar-se também, amar a si próprio também. O outro
nível é o corporal. Você precisa cuidar da sua casa, do seu
corpo, se não como é que você vai fazer alguma coisa?
Como é que você vai ajudar o outro?

No nível familiar, estar com a família, se relacionar, se


conhecer e ajudar.

No trabalho também. É o que eu estou fazendo para


vocês. Fazendo o que eu amo, buscando ajudar o máximo
de pessoas possível.

Outro nível que o amor precisa ser considerado é no


aspecto psicológico. Se você não considera seus aspectos
psicológicos, não se reconhece, fica difícil manter um
equilíbrio geral. E também, um trabalho no sentido espiritual.

O conjunto disso tudo, vai dar para todos uma saúde


geral, uma leveza na vida. Uma leveza no dia a dia, uma
leveza para se posicionar com as coisas as quais não
considera certo.

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Considerar a mudança, mas não deixar de se
posicionar. Vivendo a vida de maneira leve. Leve não quer
dizer com irresponsabilidade, leve quer dizer com
responsabilidade com o que você ama e trabalha.

Eu quero ler mais um trecho, dessa vez está no livro “O


ego e o Arquétipo”, é uma citação do Jung. Não é um livro
de Jung, é uma citação dele nesse livro. “O homem necessita
de uma vida simbólica... Mas não temos vida simbólica.
Acaso vocês dispõem de um canto em algum lugar de suas
casas onde realizam ritos, como acontece na Índia? Mesmo
as casas mais simples daquele país têm pelo menos um canto
fechado por uma cortina no qual os membros da família
podem viver a vida simbólica, podem fazer seus novos votos
ou meditar. Nós não temos isso. Não temos tempo, nem lugar.
Só a vida simbólica pode exprimir a necessidade do espírito –
a necessidade diária do espírito, não se esqueçam! E como
não dispõem disso, as pessoas jamais podem libertar-se
desse moinho – dessa vida angustiante, esmagadora e banal
em que as pessoas são 'nada serão'.”

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Bom, essas são dicas simples e eu espero que vocês
consigam usar. Se já conheciam, eu espero que tenha
ajudado a demonstrar por outros aspectos, por outros
ângulos isso tudo.

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Sobre o autor

Lino Bertrand (André Rodrigues)

“Abra seu Coração e Sentidos e


Poderá Alcançar a Si Mesmo” Lino
Bertrand

Sou artista plástico, arteterapeuta e


analista junguiano. Minha paixão é ajudar
as pessoas a se encontrarem e descobrir o melhor delas. Na
construção da minha linguagem artística eu me encontrei,
descobri minha voz interior, que pude expressar através da
minha pintura, onde surgiu meu pseudônimo Lino Bertrand.
Eu queria saber mais do ser humano e mergulhei no universo
Junguiano. Eu realmente acredito que os conceitos de
Jung, se aplicados no dia a dia, na prática, são capazes de
nos tornar pessoas melhores rumo ao Self, à Individuação.

A partir daí dediquei minha vida a ajudar as pessoas a


trilharem sua própria jornada de alma e se descobrirem, se

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realizarem e serem a melhor versão delas mesmas, todo
dia, na prática, O que resultou em diferentes projetos:
trabalhos arteterapêuticos, o Congresso Jung, as Terapias e
o Novo Milênio, o Programa Minha Voz no Mundo e o blog
Jung na Prática.

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