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Cotrim
1. Conceitos
2. Origem e Evolução
A superfície irrigada no mundo é citada pela FAO (2000), como sendo da ordem de 275
milhões de hectares, representando 18% da área total mundial cultivada (1,51 bilhão de hectares),
com a agricultura irrigada responsável por 42 % do total das colheitas agrícolas, conforme
Christofidis (2002).
As áreas irrigadas e cultivadas no mundo e nos diversos continentes indicam que na Ásia
ocorre o maior índice de área irrigada em relação à área cultivada. Nessa região aproximadamente
35% da área cultivada e irrigação, conforme Tabela 1 que mostra a situação das áreas irrigadas no
mundo até 2000.
Tabela 2. Áreas irrigadas através dos diversos métodos de irrigação, por região e por estados no
Brasil.
A relação entre a área irrigada, de 3.440.470 ha, e a área plantada, de 58.460.963 ha,
ainda é baixa no País (aproximadamente 6%), mas a participação da produção das lavouras irrigadas
já é expressiva. O estudo da ANA comenta, a respeito: "ainda que se verifique uma pequena
porcentagem de área irrigada em nossas terras, em comparação com a área plantada, cultivos
irrigados produziram, em 1998, 18% de nossa safra de alimentos e 35% do valor de produção. No
Brasil, cada hectare irrigado equivale a três hectares de sequeiro em produtividade física e a seis em
produtividade econômica" conforme Figura 1 a seguir. No mundo situação semelhante à descrita
anteriormente é apresentada na Figura 2.
Função
A irrigação tem como função principal o fornecimento de água ao solo, para a planta,
visando o seu crescimento e desenvolvimento. A drenagem tem por função principal a retirada do
excesso de água fornecido ao solo, dando-lhe condições ao crescimento e desenvolvimento.
Importância
- Aproveitamento de áreas consideradas marginais à agricultura
- Melhor aproveitamento do solo;
- Fixação do homem no campo;
- Regularização do mercado de produtos agrícolas;
- Melhoria das condições de vida da população que vive da agropecuária.
Necessidades
- Água de boa qualidade e em abundância;
- Capital disponível para bancar o projeto e sua manutenção;
- Tecnologia.
RELAÇÃO SOLO-ÁGUA-PLANTA-ATMOSFERA
A) Água Gravitacional - Corresponde à fração da água do solo que fica “livre” quando o
solo está próximo da saturação. Isto é, retida sob potenciais de pressão próximos ao da água pura e
livre, ou seja, entre 0 e -1/3 de atmosfera.
Água que se move em resposta a um campo gravitacional e que é removida do solo por
drenagem profunda, não permanecendo disponíveis às plantas.
B) Água Capilar - Água retida no solo por tensão superficial. Água retida entre a
capacidade de campo (A potencial de -1/10 e -1/3 de atm) e o potencial do ponto higroscópico (-30
atm).
C) Água Higroscópica - Água retida a potenciais entre -30 e -10.000 atmosferas,
completamente indisponíveis às plantas. Está fixada tão firmemente por adsorção na superfície dos
colóides, que não se move pela ação da gravidade ou capilaridade, mas somente na forma de vapor.
Capacidade de Campo (Cc) - Corresponde ao teor de água do solo no momento em que este deixa
de perder água pela ação da gravidade. Água retida no solo a potencial de -1/3 de atmosfera (solo
mais arenoso) e -1/10 de atmosfera (solo mais argiloso).
Ponto de Murcha (Pm) - Corresponde ao teor de umidade do solo em que, abaixo dele, a planta não
consegue retirar água do solo na mesma intensidade em que transpira. Água retida no solo a potencial
de -15 de atmosfera.
Água Disponível - Água retida no solo entre o potencial equivalente à capacidade de campo e o
potencial equivalente ao ponto de murcha.
A Figura 3 esquematiza a água do solo, conforme a classificação anterior e obedecendo aos conceitos
de capacidade de campo, ponto de murcha e água disponível para as culturas.
Saturação
ARMAZENAMENTO
TEMPORÁRIO
Capacidade de Campo
•
ÁGUA TOTAL 50% de água
DISPONÍVEL •
prontamente
• Ponto de murcha permanente
ÁGUA NÃO
DISPONÍVEL
Constituído essencialmente por matéria mineral e orgânica (fração sólida), água (fração
líquida) e ar (fração gasosa) o solo é, por este motivo, considerado um sistema trifásico. As
proporções de cada constituinte variam, principalmente, de acordo com a natureza deste.
4 Apostila: Noções Básicas de Irrigação – Aspersão e Localizada
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano – Campus de Guanambi C. E. Cotrim
a) Textura do Solo
A textura do solo diz respeito à distribuição das partículas do solo, de acordo com o
tamanho, envolvendo conotações quantitativas e qualitativas. É considerada argila partículas com
diâmetro inferior a 0,005 mm; silte as com diâmetro entre 0,005 mm e 0,05 mm; areia fina as com
diâmetro entre 0,05 mm e 0,42 mm; areia média, entre 0,42 mm e 2,00 mm; areia grossa, entre 2,00
mm e 4,80 mm e, finalmente, pedregulho, entre 4,80 e 76 mm de diâmetro.
Quantitativamente – proporções relativas dos vários tamanhos de partículas num dado
solo (areia, silte e argila) – a quantidade de cada uma destas frações conferem denominações
específicas aos diferentes solos.
Qualitativamente - a textura não é alterada apreciavelmente no espaço abrangido por uma
geração, por exemplo, daí ser uma qualidade inerente ao solo, determinando inclusive seu valor
econômico.
b) Estrutura do Solo
c) Densidade do Solo
d) Porosidade do Solo
amostrada. A Tabela 3 mostra o tipo de amostra que deve ser retirada para a determinação dos
diversos parâmetros de solo necessários na confecção de projetos de irrigação.
Tabela 3. Tipo de amostra que deve ser utilizada na determinação dos parâmetros de solo
pertinentes à elaboração de projetos de irrigação.
Método de Bouyoucos
Método Eletrométrico Método de Colman
Método da Frigideira: Neste método pesa-se uma amostra de solo ao natural (PN) e
coloca-se em uma frigideira, em seguida encharca-se este solo com álcool e coloca-se fogo. Depois
de cessado o fogo pesa-se essa amostra, conseguindo desta maneira o peso do solo seco (PS).
100
Método das Pesagens - É também um método direto e de precisão relativamente boa. Ele
consiste no seguinte:
- Colocar 100 g de terra seca a 105 ºC, proveniente da gleba onde se deseja irrigar, em
um balão de 500 ml;
- Completar o volume com água e pesar, para se ter o peso-padrão M;
- Anotar o valor do peso padrão M, o qual será determinado somente uma vez, para
aquela gleba;
- Em qualquer época que se desejar saber o teor de umidade daquela gleba, retirar a
amostra de solo e colocar 100 g desta amostra no referido balão, completar o volume com água e
pesar, obtendo-se o peso M’;
- O peso da umidade do solo, em gramas, será dado pela equação
'
% " "&
' 1
Tampa
Manômetro
Joelho de
PVC
Tubo de PVC
Cápsula de
porcelana
Saturação
DRA
L
DTA
Cc
Uc
Pm
Ponto de Murcha (Pm) - Corresponde ao teor de umidade do solo em que, abaixo dele, a
planta não consegue retirar água do solo na mesma intensidade em que transpira.
Umidade Crítica (Uc) – Umidade mínima a que uma cultura poderá ser submetida sem
afetar significativamente sua produtividade, que é determinada pelo (f).
9 Apostila: Noções Básicas de Irrigação – Aspersão e Localizada
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! '
'()
10
onde:
DTA = Disponibilidade total de água, mm/cm;
Cc = Capacidade de campo, % em peso;
Pm = Ponto de murcha, % em peso;
Ds = Densidade do solo, g/cm3.
ou
* ! '
em que V = m3 de água disponível, por hectare, em cada cm de profundidade do solo, sendo Cc e Pm,
% em volume.
- Com irrigação total – Quando toda a água necessária à cultura for suprida através da
irrigação.
-+ !+), em mm.
- Com irrigação suplementar – Quando uma parte da água necessária à cultura for
suprida pela irrigação e a outra parte pela precipitação efetiva (Pe).
-+
-(
.
2.6. Evapotranspiração
Inclui:
- evaporação da água do solo
- a evaporação da água depositada pela irrigação
- evaporação de chuva ou orvalho na superfície das folhas
- transpiração vegetal;
Unidade: volume por unidade de área ou em lâmina d’água no período considerado
(m3/ha/dia, mm/dia etc.)
Depende principalmente da quantidade de energia solar recebida.
Transpiração: é o processo pelo qual a água vai da planta para a atmosfera, através dos
estômatos, sob forma de vapor.
Método do Lisímetro
Dos métodos diretos descreveremos apenas o método do lisímetro por ser o de maior
aplicabilidade, apesar dos custos consideráveis necessários na construção dos mesmos.
Os lisímetros são tanques enterrados no solo, dentro dos quais se mede a
evapotranspiração. É o método mais preciso para a determinação da ETo, desde que eles sejam
instalados corretamente.
Lisímetro de Percolação - consiste em enterrar um tanque com dimensões mínimas de
1,5 m de diâmetro por 1 metro de altura, no solo, deixando sua borda superior a 5 cm acima da
superfície, Figura 8.
Do fundo do tanque sai uma tubulação que conduzirá a água drenada até um recipiente.
• o solo do tanque deve ser o mesmo do local onde está instalado o lisímetro, inclusive a
ordem dos horizontes deve ser obedecida;
• no fundo do tanque coloca-se uma camada de mais ou menos 10 cm de brita coberta
com uma camada de areia grossa, visando facilitar a drenagem da água que percolou
através do tanque;
Solo
4,5m
Solo
Tanque
Solo
Brita
Tubo de ½”
coletor
onde:
EToo = Evapotranspiração potencial de referência em mm;
I = Irrigação do tanque em litros;
P = Precipitação pluviométrica no tanque, em litros;
D = Água drenada do tanque, em litros;
S = Área da boca do tanque em m2.
Evaporímetros
Tipos:
Tanque de evaporação - a superfície d’água fica livremente exposta ao ambiente;
Atmômetros - a evaporação se dá através de uma superfície porosa.
Características:
Tanque circular de aço inox ou galvanizado, chapa nº 22, com 121 cm de diâmetro e 25,5
cm de profundidade, Figura 9.
Deve ser instalado sobre um estrado de madeira, de 15 cm de altura e ficar cheio de água
até 5 cm da borda superior, conforme Figura
Figura abaixo. Não se deve permitir variação do nível da água
maior que 2,5 cm. A evaporação é medida em um micrômetro de gancho, assentado em poço
tranquilizador.
5cm
∅=121cm
∅
Poço
tranqüilizador
25,5cm
15cm
O poço tranqüilizador pode ser de metal ou com tripé sobre parafuso, colocado dentro do
tanque ou um cilindro de 10 cm de diâmetro, que se comunica com o tanque por meio de um tubo.
Neste último pode-sese instalar uma régua graduada em milímetros para as leituras, não sendo estas
esta tão
precisas quanto às feitas com micrômetro, mas satisfatórias para fins de irrigação.
.( / .*
onde:
Kt = Coeficiente do tanque, decimal;
EV = Evaporação do tanque em mm.dia-1;
Tabela 4. Valores de coeficiente do tanque “Classe A”, em função dos dados meteorológicos da
região e do meio em que ele está instalado, segundo Doorenbos e Pruitt (FAO).
Exposição A Exposição B
Tanque circundado pôr grama Tanque circundado pôr solo nú
UR Baixa Média Alta Baixa Média Alta
(média) < 40 % 40 a 70 % > 70 % < 40 % 40 a 70 % > 70 %
Vento Posição do
Tanque
Posição do
Tanque
(Km/dia) R(m)* R(m)*
1 0,55 0,65 0,75 1 0,70 0,80 0,85
Leve 10 0,65 0,75 0,85 10 0,60 0,70 0,80
<175 100 0,70 0,80 0,85 100 0,55 0,65 0,75
1000 0,75 0,85 0,85 1000 0,50 0,60 0,70
Equações
Os valores de P, que variam com a latitude, estão na Tabela 05. E os valores do fator de
ajuste “c”, que variam de acordo com as condições regionais de brilho solar, velocidade diurna do
vento e umidade relativa mínima diurna, encontram-se na Tabela 06.
Tabela 05. Valores de percentagem mensal de horas anuais de luz solar (P) para latitudes sul (6o a
26o) segundo Blaney-Criddle
Lat. sul Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
6o. 8,69 7,79 8,51 8,13 8,32 7,98 8,27 8,37 8,20 8,58 8,42 8,74
8o. 8,77 7,83 8,52 8,09 8,27 7,89 8,20 8,33 8,19 8,60 8,49 8,82
10o. 8,82 7,88 8,53 8,06 8,20 7,82 8,14 8,23 8,18 8,63 8,56 8,90
12o. 8,90 7,92 8,54 8,02 8,14 7,75 8,06 8,22 8,17 8,67 8,63 8,98
14o. 9,98 7,98 8,55 7,99 8,06 7,68 7,96 8,18 8,16 8,69 8,70 9,07
16o. 9,08 8,00 8,56 7,97 7,99 7,61 7,89 8,12 8,15 8,71 8,76 9,16
18o. 9,17 8,04 8,57 7,94 7,95 7,52 7,79 8,08 8,13 8,75 8,83 9,23
20o. 9,26 8,08 8,58 7,89 7,88 7,43 7,71 8,02 8,12 8,79 8,91 9,33
22o. 9,35 8,12 8,59 7,86 7,75 7,33 7,62 7,95 8,11 8,83 8,97 9,42
24o. 9,44 8,17 8,60 7,83 7,64 7,24 7,54 7,90 8,10 8,87 9,04 9,53
26o. 9,55 8,22 8,63 7,81 7,56 7,14 7,46 7,84 8,10 8,91 9,15 9,66
relativa mínima diurna (URmin), da velocidade do vento a 2 m de altura (U2) e da razão entre as horas
de luz solar real e o máximo possível (n/N), para a região, conforme Tabela 4.
Tabela 06. Fator de correção “c” para a equação de Blaney-Criddle modificada pela FAO.
Brilho Solar Velocidade do Vento Umidade relativa mínima (%)
(n/N) (m s-1) <20% 20 – 50% >50%
Baixo 0–2 0,92 0,82 0,64
(0,45) 2–5 1,06 0,91 0,72
5–8 1,16 0,98 0,77
Médio 0–2 1,02 0,91 0,75
(0,70) 2–5 1,19 1,06 0,83
5–8 1,35 1,12 0,88
Alto 0–2 1,14 1,02 0,83
(0,90) 2–5 1,23 1,12 0,91
5–8 1,49 1,24 0,97
Método de Hargreaves
onde:
ETo = evapotranspiração potencial de referencia, mm dia-1;
Tmed = temperatura média diária, em oC;
Tmax = temperatura máxima diária, em oC;
Tmin = temperatura mínima diária, em oC; e
Ra = radiação no topo da atmosfera, em MJ m-2 dia-1.
Tabela 07. Valores de radiação no topo da atmosfera (Ra) para latitudes sul entre 0 e 30 graus.
Lat. grau JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
0 36,2 37,5 37,9 36,8 34,8 33,4 33,9 35,7 37,2 37,4 36,3 35,6
2 36,9 37,9 38,0 36,4 34,1 32,6 33,1 35,2 37,1 37,7 37,0 36,4
4 37,6 38,3 38,0 36,0 33,4 31,8 32,2 34,6 37,0 38,0 37,6 37,2
6 38,2 38,7 38,0 35,6 32,7 30,9 31,5 34,0 36,8 38,2 38,2 38,0
8 38,9 39,0 37,9 35,1 31,9 30,0 30,7 33,4 36,6 38,4 38,8 39,4
10 39,5 39,3 37,8 34,6 31,1 29,1 29,8 32,8 36,3 38,5 39,3 40,0
12 40,1 39,6 37,7 34,0 30,2 28,1 28,9 32,1 36,0 38,6 39,8 40,6
14 40,6 39,7 37,5 33,4 29,4 27,2 27,9 31,3 35,6 38,7 40,2 41,2
16 41,1 39,9 37,2 32,8 28,5 26,2 27,0 30,6 35,2 38,7 40,6 41,7
18 41,5 40,0 37,0 32,1 27,5 25,1 26,0 29,8 34,7 38,7 40,9 42,1
20 41,9 40,0 36,6 31,3 26,6 24,1 25,0 28,9 34,2 38,6 41,2 42,6
22 42,2 40,1 36,2 30,6 25,6 23,0 24,0 28,1 33,7 38,4 41,4 43,0
24 42,5 40,0 35,8 29,8 24,6 21,9 22,9 27,2 33,1 38,3 41,7 43,3
26 42,8 39,9 35,3 29,0 23,5 20,8 21,8 26,3 32,5 38,0 41,8 43,6
28 43,0 39,8 34,8 28,1 22,5 19,7 20,7 25,3 31,8 37,8 41,9 43,9
30 43,1 39,6 34,3 27,2 21,4 18,5 19,6 24,3 31,1 37,5 42,0 44,1
Método de Thornthwaite
Método empírico baseado apenas na temperatura média do ar, sendo esta sua principal
vantagem. Foi desenvolvido para condições de clima úmido e, por isso, normalmente apresenta sub-
estimativa da ETP em condições de clima seco. Apesar dessa limitação, é um método bastante
empregado para fins climatológicos, na escala mensal. Esse método parte de uma ET padrão (ETp), a
qual é a ET para um mês de 30 dias e com N = 12h. A formulação do método é a seguinte:
( A
.( 16 10 0 B Tm D 26,5E
-
.( 415,85 4 32,24 Tm 0,43 Tm F Tm ≥ 26,5 E
I 12 0,2 Ta >,H>9
Exemplo
Local: Piracicaba (SP) – latitude 22o42´S
Janeiro – Tmed = 24,4oC, N = 13,4h, NDP = 31 dias, Ta = 21,1oC
I = 12 (0,2 21,1)1,514 = 106,15
a = 0,49239 + 1,7912 10-2 (106,15) – 7,71 10-5 (106,15)2 + 6,75 10-7 (106,15)3 = 2,33
ETp = 16 (10 24,4/106,15)2,33 = 111,3 mm/mês
ETP = 111,3 x COR
COR = 13,4/12 x 31/30
ETP = 111,3 x 13,4/12 x 31/30 = 128,4 mm/mês
ETP = 128,4 mm/mês ou 4,14 mm/dia
Método de Penman-Monteith
onde:
ETo = evapotranspiração de referência, mm dia-1;
Rn = radiação líquida à superfície de cultura, MJ m-2 dia-1;
17 Apostila: Noções Básicas de Irrigação – Aspersão e Localizada
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2.7. Precipitação
a) Precipitação Efetiva - Pe
É a parte da precipitação que é utilizada pela cultura para atender sua demanda solo e a
parte que percola abaixo do sistema radicular da cultura.
b) Precipitação provável
- Textura do solo;
- Estrutura (Porosidade) do solo;
- Teor de umidade do solo;
- Existência de camadas menos permeável no perfil do solo.
VI inicial
VI 4
(cm/h)
3
2 VI básica
0
0,5 1,0 1,5 2,0 2,5
Tempo(h)
Obs.:
Curva de I
4
0
0,5 1,0 1,5 2,0 2,5
Tempo(h)
O valor da VIB indicará os métodos de irrigação possíveis de serem usados naquele solo,
bem como determinará a intensidade de precipitação máxima dos aspersores.
2.8.8. Descrição do Método do Infiltrômetro de Anel
Infiltrômetro: Dois cilindros, sendo um com diâmetro de 50 cm, outro com diâmetro de 25 cm e
ambos com altura de 30 cm. Uma das bordas do cilindro deve ter a forma de bisel, para facilitar a
penetração no solo. Os anéis devem ser instalados concêntricos, conforme Figura 13.
30 cm 15cm
25cm
50 cm
A importância do anel externo é evitar que a água do anel interno infiltre lateralmente.
A lâmina d’água dentro dos anéis deve estar em torno de 5 cm, permitindo uma oscilação
de 2 cm.
As leituras devem ser medidas da borda superior do anel até a superfície da água dentro
dele.
Adiciona-se água nos cilindros e fazem-se leituras da lâmina infiltrada, no cilindro
interno de período em período (5 em 5 minutos).
A lâmina infiltrada dividida pelo tempo decorrido para sua infiltração dá a VI média:
- 60
*-
(
Onde:
VIm = Taxa de infiltração média, em cm/h
I = Infiltração acumulada, em cm;
T = Tempo decorrido desde o início do teste, em min.
∆- 60
*-
∆(
Onde:
VIa = taxa de infiltração aproximada (infiltração instantânea) em cm/h;
21 Apostila: Noções Básicas de Irrigação – Aspersão e Localizada
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!+)
(+
.(
onde:
TR = turno de rega, em dias.
Escolha do Aspersor - Neste ponto do procedimento deve ser escolhido o aspersor a ser
utilizado no sistema de irrigação. Naturalmente que a sua escolha não é um parâmetro numérico e
sim uma seleção baseada em critérios relacionados a clima da região, cultura a ser irrigada e custo de
implantação do sistema de irrigação dentre outros. A Intensidade de Aplicação de Água do
Aspersor (IA) - É a intensidade com que o sistema aplicará água sobre o solo que deve ser menor ou
igual à VIB do mesmo.
W 3600
-)
1 2
onde:
-(
(-
-)
onde:
TI = tempo de irrigação Por posição, em h.
Exercícios Resolvidos:
1) Na determinação do teor de umidade do solo, utilizando-se o método padrão de estufa, uma amostra de solo
úmida foi retirada no local e na profundidade desejada, colocada em um “pesa filtro” e levada à balança,
traduzindo em um peso igual a 250 gramas. Em seguida a amostra com o recipiente foi levada à estufa com
temperatura entre 105 e 110 º C, durante 24 horas, pesando-se o conjunto novamente obteve-se um valor de
200 gramas. Sabendo-se que o recipiente (“pesa filtro”) pesa 20 gramas, pede-se calcular o teor de umidade
da amostra de solo.
Resolução:
U = M1 - M2 x 100 U = 250g – 200 g x 100 U = 27,78 %
M2 - M3 200g – 20g
Resolução:
Portanto para as condições apresentadas o solo tem uma capacidade total de armazenamento de água de 84
mm ou seja 840 m3/ha, sendo a capacidade real de armazenamento de 420 m3/ha uma vez que o fator de
disponibilidade de água da cultura é 0,50. A lâmina de irrigação real necessária é de 42 mm ou 420 m3/ha e a
irrigação total necessária é de 70 mm ou 700 m3/ha uma vez que a eficiência de aplicação de água do sistema é
de apenas 60 %.
Resolução:
4) Calcular a Evapotranspiração Potencial de Referência para as condições abaixo, com base em dados de
Doorembos e Pruit (FAO).
Resolução:
Entrando com os valores fornecidos no Quadro 1 da página 12, chegaremos a um valor de Kt = 0,70
Resolução:
Para Guanambi, a 14o. de latitude sul, no mês de julho,temos, através do Quadro II da página 13, uma valor de
(P) percentagem mensal de horas anuais de luz solar igual a 7,96 %.
Utilizando a Tabela 6, com n/N = 0,96, Vv = 3,35 m/s e UR = 58,4% temos C = 0,91
Resolução:
Passos:
1) CRA = (Cc – Pm) x Da x Z x f 1 – Calcular a CRA que é igual a IRN
10 2 – Calcular o Turno de Rega (TR)
3 – Calcular a ITN
CRA = (26 - 13) x 1,2 x 40 x 0,5 CRA= IRN = 31,2 mm 4 – Calcular o Tempo de Irrigação (TI)
10
Portanto no manejo da cultura do milho, durante o mês de junho e de acordo com os dados
fornecidos, devemos irrigar a área a cada 6 dias e utilizar um tempo de 2,6 horas para cada posição da linha
lateral com aspersores.
7) Considerando que, no sistema de irrigação por aspersão utilizado na Agricultura II, o espaçamento entre
aspersores (S1) é de 12 metros e o espaçamento entre linhas laterais (S2) é também de 12 metros, calcule a
intensidade de aplicação de água (IA) dos aspersores utilizados sabendo que a vazão dos mesmos é de 1 l/s.
Resolução:
Exercícios Propostos:
( ) A história da irrigação confunde-se com a história da civilização, pode-se dizer que ela começou com o
antigo Egito, há 5.000 anos;
( ) A água do solo é tradicionalmente classificada em água gravitacional, água capilar e água disponível;
( ) Os métodos de determinação do teor de umidade do solo, baseados em pesagens, são o padrão de estufa,
o de Bouyoucos, o de Colman e o das pesagens;
( ) Em um solo na capacidade de campo os espaços porosos do mesmo estão todos preenchidos com água;
( ) No ponto de murcha o teor de umidade é tal que, abaixo dele, a planta não consegue retirar água do solo
na mesma intensidade em que transpira;
( ) A água do solo disponível às plantas é aquela que fica retida entre a capacidade de campo e o ponto de
murcha;
( ) O (f) fator de disponibilidade de água da cultura é que determina o percentual da água disponível no solo
que a planta pode absorver, sem que ocorra queda na produtividade, ou seja, determina a água facilmente
disponível.
( ) Toda a água capilar do solo está disponível às plantas.
a) V, V, F, F, F, V, V, F
b) V, F, F, F, V, V, V, F
c) V, F, F, V, V, V, F, F
d) V, F, F, F, V, F, V, F
e) F, F, F, F, V, V, F, V
2) Relacione a segunda coluna de acordo com a primeira e posteriormente assinale a alternativa que
corresponde à seqüência correta.
(1) Disponibilidade total de água do ( ) Quantidade total de água que se necessita aplicar pôr irrigação,
solo em mm;
(2) Irrigação total necessária ( ) Utilizado para estabelecer o percentual da água disponível no
solo, que a cultura consegue absorver sem que haja queda de
produtividade;
(3) Capacidade total d’ água no solo ( ) É uma característica do solo que corresponde à quantidade de
água que o solo pode reter ou armazenar pôr determinado tempo;
(4) Irrigação real necessária ( ) Quantidade real de água que se necessita aplicar pôr irrigação;
(5) Fator de disponibilidade (f) ( ) Quantidade de água que o solo pode reter em uma profundidade
equivalente ao sistema radicular da cultura.
a) 1, 5, 2, 4, 3 d) 2, 5, 3, 4, 1
b) 2, 5, 1, 3, 4 e) 3, 5, 1, 4, 2
c) 2, 5, 1, 4, 3
3) Com base nos dados abaixo, calcule a quantidade total de água que se necessita aplicar por irrigação
na cultura do tomate, em mm;
Dados de solos: Cc = 20 % em peso , Pm = 13 % em peso; da = 1,2 g/cm3
Dados da Cultura: Tomate, f = 0,5; Z=30 cm
Sistema de Irrigação: Ea = 75 %
a) 12, 6 mm
b) 168 mm
c) 25,2 mm
d) 16,8 mm
e) 8,4 mm
4) Marque a alternativa correta sobre a seqüência de palavras que completam as frases abaixo.
I - Da água que chega ao solo parte é ______________________, parte é _______________diretamente do
solo, parte é ___________________ e parte é perdida pôr _______________superficial.
II - A função do manejo de irrigação é ___________________as perdas de água, buscando maior
_____________________ no uso da mesma.
III - O consumo de água no sistema de irrigação varia ao longo do _______________da cultura e com as
condições _____________________.
IV- O método do turno de rega pré-fixado se baseia na determinação do ________________e da
_____________________ a ser aplicada em cada irrigação.
I) infiltrada, evaporada, percolada, escoamento
II) minimizar, eficiência
III) ciclo, climáticas
IV) potencial osmótico, qualidade da água
a) todas as seqüências estão corretas d) as seqüências I, II e IV estão corretas
b) apenas as seqüências I e II estão corretas e) as seqüências I, II e III estão corretas
c) as seqüências I, III e IV estão corretas
5) Com base nos dados das tabelas abaixo, podemos dizer que o valor da evapotranspiração potencial
da cultura do milho, para o mês de agosto, em segundo estágio de desenvolvimento é:
a) 5,70 mm
b) 6,35 mm
c) 6,65 mm
d) 7,35 mm
c) 8,40 mm
6) Qual o tempo de funcionamento pôr posição, do sistema de irrigação convencional que o produtor
dispõe, para irrigação da cultura do tomate, sabendo-se que a intensidade de aplicação de água do
aspersor é de 10 mm/h e que a irrigação total necessária é de 30 mm.
27 Apostila: Noções Básicas de Irrigação – Aspersão e Localizada
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano – Campus de Guanambi C. E. Cotrim
a) 3h
b) 5h
c) 4h
d) 6h
e) 2h
Condensação
nuvem Precipitação
Transpiração
Evapotranspiração
Interceptação Transpiração
Infiltração Depressões
Escoamento
Zona
de Superficial
Aeração
Evap. sup. Prec. Evap. Solo
Capilaridade Esc. Sub. líquida Direta
3. Fontes de Água
Divisores Topográficos
Superfície do Lençol freático na
terreno estação das chuvas
Divisores Freáticos
Lençol freático na
estiagem
Curso d’água
intermitente
Rocha Impermeável
Figura 15. Corte transversal de uma bacia hidrográfica mostrando divisores topográficos e freáticos
(Villela e Mattos, 1975).
Rios de regime torrencial (temporários) - são aqueles que têm crescidas impetuosas
durante e logo em seguida às chuvas e degelos, voltando sua vazão a ser desprezível ou nula algum
tempo depois. São rios de regiões áridas e semi-áridas.
Rios de regime normal (permanente) - são, os que, embora apresentando variação, às
vezes grande, na vazão, oferecem, mesmo nas estiagens máximas, caudais suficientes para sua
utilização (irrigação, abastecimento de água, navegação, etc.).
Rios efêmeros – São aqueles que apresentam vazões apenas após as chuvas.
3.2. Água Subterrânea - São águas que estão abaixo da superfície do terreno que
compreende o lençol freático e o lençol subterrâneo.
3.2.1. Lençóis Artesianos ou Confinados
São os que correm ou que estão compreendidos entre duas camadas impermeáveis,
estando submetidos à pressão, conforme Figura 16, e apresentam as seguintes características:
- a água provém geralmente de infiltrações distantes
- de regiões mais altas (brejos, lagos, rios, chuvas ou neve das serras, cordilheiras etc.)
- água sob pressão
- existência de uma camada porosa entre duas camadas impermeáveis (ou de pouca
permeabilidade).
Área de abastecimento Poço Artesiano Poço Freático
Nível da água Jorrante
Poço
Superfície Semi-artesiano
Piesométrica
Superfície
do terreno
Nível da água
Aqüífero Freático
Estrato Confinante
Aqüífero Artesiano
Estrato Impermeável
Quando a água, estando submetida à pressão, subir em um poço aberto até atingir o nível
da linha piezométrica, passando acima da superfície do terreno, e jorrar, dará origem a um poço
artesiano.
Caso Contrário, isto é, caso a linha passe abaixo do nível do terreno, a água subirá até ela,
mas não jorrará acima do terreno, formará o poço denominado semi-artesiano.
Este é o caso mais comum e de ocorrência mais generalizada na prática.
A linha piezométricas corresponde a uma linha imaginária que liga o nível da origem do
lençol ao nível do seu término, que pode ser o mar, um lago ou outra formação interior.
O lençol artesiano é alcançado por meio de poços tubulares (poços de pequenos diâmetro,
geralmente de 6 a 10 polegadas), encontrando-se às vezes, a pouca profundidades (algumas dezenas
de metros).
Em alguns casos, aparecem na perfuração vários lençóis sobrepostos com distintas
capacidades e qualidades de água, sendo freqüente, todavia, perfurações completamente secas, em
que nenhum lençol é atingido.
Quando um rico lençol é atingido a vazão é, geralmente, suficiente para o abastecimento
de várias casas (bairros residenciais), indústrias e até mesmo para irrigação. A água geralmente é de
boa qualidade, podendo, todavia, em alguns casos ser salobra. Isto acontece, regra geral, com os
poços mais profundos, visto a água salobra ser de maior densidade que a água pura e ficar por baixo
desta.
O nome Artesiano surgiu por estes lençóis terem sido estudados na região de Artois, na
França, onde há muitos poços que se abastecem neles.
Incrustações amigdalares podem produzir variações no nível e na capacidade de poços
comuns, conforme Figura 17. As roturas de camadas, falhas e fendas etc., também podem produzir
fenômenos idênticos, isto é, produzir poços secos, com escassez ou com abundância de água.
Poço Pequeno
seco Pequeno rendimento
Abundante
rendimento
Rocha Imperm
Rocha
Impermeável
Lençol freático Rocha Imperm.
Camada Impermeável
Exercícios Propostos:
a) A hidrologia é a ciência que trata do estudo da água na natureza, sua ocorrência, distribuição e circulação;
b) Dinortim Aguarium é uma linha imaginária que acompanha as encostas das serras, separando uma bacia da
outra;
c) O ciclo hidrológico é impulsionado pela energia solar, associada à gravidade e à rotação terrestre;
d) Em pequenas bacias hidrográficas a linha divisória é comumente chamado de “águas vertentes” ou
“divisor de águas”.
e) O ciclo hidrológico é o elemento fundamental da hidrologia, representando a água em fases distintas e
independentes, desde a ocorrência de precipitação até o seu retorno à atmosfera sob forma de vapor.
1) As águas _____________________ são aquelas que estão abaixo da superfície do terreno, que compreende
o lençol freático e o lençol subterrâneo.
2) Os lençóis artesianos são os que correm ou que estão confinados entre duas camadas
____________________, estando submetido a pressão.
3) Um poço é artesiano quando a linha ___________________ passa acima do nível do terreno, promovendo o
escoamento da água pela boca do mesmo.
4) Muitas vezes, só a título de qualidade de água, refere-se à sua salinidade, com relação à quantidade total de
sais expressa em miligramas pôr litro, partes pôr milhão ou pôr meio de sua ___________________________.
5) O que realmente limita o uso da água para irrigação é a ________________ e a natureza dos
________________ solúveis encontrados na água.
A seqüência de palavras que corresponde à resposta correta é:
a) subterrâneas, vizinhas, piezométrica, molaridade, concentração, sólidos
b) subterrâneas, impermeáveis, piezométrica, condutividade elétrica, concentração, sólidos
c) subterrâneas, permeáveis, piezométrica, condutividade elétrica, quantidade, materiais
d) superficiais, semipermeáveis, de nível, condutividade elétrica, concentração, sólidos
e) freáticas, impermeáveis, piezométrica, condutividade elétrica, qualidade, sólidos
Testes rápidos para avaliar a qualidade da água, no que diz respeito à concentração
total de sais.
2) A razão entre a concentração de sólidos dissolvidos (em partes por milhão) dividida
pela condutividade elétrica (em “micromhos”, por centímetro), deve aproximar-se de
0,64.
X
+)
Y! 4 "XX
XX
2
Figura 18. Efeitos interativos do RAS e da salinidade na capacidade de infiltração de água no solo.
Os elementos encontrados nas águas de irrigação não poluídas pelo homem que mais
comumente causam problemas de toxidez às plantas são os íons cloro, sódio e boro.
A magnitude do problema depende de:
- concentração do íon na água de irrigação;
- da sensibilidade da cultura ao íon;
Para muitos casos, a condutividade elétrica é suficiente para avaliar a concentração total
de sais, dispensando a determinação dos sólidos dissolvidos.
Uma vez determinado que a concentração de boro é baixa, em determinada região, sua
determinação pode ser omitida nas análises subseqüentes.
As amostras de água deverão ser, enquanto for possível, as mais representativas. De
modo geral, recomendam-se os seguintes procedimentos no processo de análise de água para
irrigação;
poços profundos, com condições normais de operação, estando a intensidade de
recarga do poço em equilíbrio com a retirada de água, as características químicas da
água serão praticamente constantes.
para rios ou córregos a amostragem deve ser feita todas as semanas ou mensalmente,
e, sempre que se tirar a amostra, deve se procurar caracterizar o estádio de fluxo do rio
ou sua vazão.
para pequenos reservatórios, a água é praticamente homogênea, e a amostra pode ser
coletada, à saída do reservatório.
para grandes reservatórios, a água não é homogênea ao longo da profundidade, sendo
necessário que as amostras sejam retiradas de diversas profundidades.
Quantidade = 1 a 2 litros Vasilhame: garrafas de vidro ou de plástico bem limpas.
Pode ser utilizada para irrigação na maioria das culturas e na maioria dos solos com
pouca probabilidade de ocasionar salinidade. A lixiviação necessária ocorre nas práticas normais de
irrigação, à exceção de solos de permeabilidade extremamente baixa.
I – Águas com CSR superior a 2,5 miliequivalentes por litro não são recomendadas para
irrigação.
II – Águas que contenham CSR entre 1,25 e 2,5 miliequivalentes por litro são duvidosas
para irrigação.
III – Águas que contenham “CSR” inferior a 1,25 miliequivalente por litro são
normalmente apropriadas para irrigação.
Exercícios Resolvidos
1) A análise da água do Rio Grande, no Novo México (EUA) apresentou os seguintes resultados
(Israelsen e Hansen)
Condutividade Elétrica (CE) -.........870 micromhos/cm
Sólidos Totais ...................................641 ppm
Cálcio ................................................3,76 meq/l
Magnésio...........................................1,34 meq/l
Sódio .................................................4,03 meq/l
Cloro .................................................1,53 meq/l
Pede-se classificar esta água segundo a proposta do U.S. Salinity Laboratory - U.S.D.A. sabendo que as
denominações e os limites são os seguintes:
Denominação Salinidade Val. limites Denominação Alcalinidade Valores limites de RAS
(1) de CE (2)
C1 baixa 0-250 S1 baixa < 18,87 - 4,44x log CE
C2 média 250-750 S2 média 18,87 - 4,44x log CE < RAS
< 31,31 - 6,66 x log CE
C3 alta 750-2250 S3 alta 31,31 - 6,66 x log CE < RAS
< 43,75 - 8,87x log CE
C4 muito alta > 2250 S4 muito alta > 43,75 - 8,87 x log CE
Resolução:
Analisando com relação à condutividade elétrica (salinidade) podemos concluir que a água é da Classe C3,
pois o valor de 850 micromhos/cm está entre 750-2250 micromhos/cm traduzindo em água de salinidade alta.
Com relação à alcalinidade, ou sodificação teremos que calcular o valor da Razão de Adsorção de Sódio para a
posterior classificação.
X
+)
Y! 4 "XX
XX
RAS = 4,03 meq/l RAS = 2,52
√ 3,76 + 1,34
2 2
Classe S1 - RAS < 18,78 – 4,44 x log10 850 RAS < 5,77
Portanto não é necessário fazer mais cálculos pois o valor de RAS é inferior a 5,77 traduzindo a esta água uma
classificação S1 quanto a alcalinidade.
A classificação da água é C3S1 ou seja água de salinidade alta e alcalinidade baixa.
Exercícios Propostos:
10) Nos parênteses à esquerda, coloque C ou E conforme considere certos ou errados os conceitos,
assinalando em seguida, entre as alternativas abaixo, a seqüência correta.
( ) - Quando a água de irrigação apresenta alta concentração de sais existe o perigo de o solo tronar-se salino
pelo seu uso.
( ) - Quando a salinidade da água é baixa, o risco do solo tornar-se salino é alto, à exceção daqueles com
permeabilidade extremamente baixa.
( ) - Quando a água apresenta salinidade média, deve haver uma lixiviação moderada no solo e as culturas
irrigadas devem apresentar também uma moderada tolerância a sais.
( ) - A água com alta concentração de sais pode ser usada em solos com deficiência de drenagem.
( ) - Água com alta concentração de sais pode ser usada somente para irrigação de plantas com boa tolerância
a sais.
( ) Quando a concentração de sais é muito alta a água não é apropriada para a irrigação.
a) C, E, C, E, C, C
b) C, E, E, E, C, C
c) C, E, C, E, C, E
d) C, E, C, C, C, C
e) E, E, C, E, C, C
11) São parâmetros normalmente avaliados para uma completa análise da qualidade da água para
irrigação.
Pede-se classificar esta água segundo a proposta do U.S. Salinity Laboratory - U.S.D.A. conforme dados já
apresentado em exemplos anterior e assinalar a alternativa correta.
a) C3S2
b) C3S3
c) C2S1
d) C3S1
e) C3S4
MEDIÇÃO DE VAZÕES
1 – MÉTODOS UTILIZADOS
a) Método Direto
b) Método do Vertedor
c) Método do Flutuador
d) Método do Molinete
a) Método Direto
Consiste em determinar o tempo que a água levará para encher um recipiente de volume
conhecido. A vazão será o volume do recipiente dividido pelo tempo necessário para preencher o
mesmo.
*
\
(
onde:
Q = vazão em litros por segundo;
V = volume do recipiente em litros;
T = tempo necessário para preencher o recipiente em segundos.
A Figura 19 ilustra a utilização do método para um córrego onde pode-se desviar a vazão
por um tubo até um recipiente conforme ilustração abaixo.
b
a
Onde:
a = superfície da água no córrego ou sulco e
b = superfície do terreno f
c = tubo
d = distância entre o tubo e a superfície da água (mín. 4 cm)
e = recipiente de volume conhecido
f = trincheira feita no solo.
Figura 19. Ilustração mostrando a aplicação do método direto em córrego ou pequenos riachos.
Observações:
Na determinação do tempo para encher o recipiente deve-se fazer três repetições no mínimo;
Este é um método simples, requer poucos equipamentos e apresenta boa precisão;
Pelas características do processo ele só pode ser aplicado a pequenos cursos d’água.
b) Método do Vertedor
L H
≥ 3H Soleira 10 cm
Observações:
- Para vertedores retangulares e trapezoidais a carga H não deve ser maior do que 1/3 da soleira;
- O ar deve circular livremente por baixo da lâmina d’água que sai do vertedor.
- A altura da lâmina d’água (H) deve ser medida a uma distância de pelo menos 5H da soleira do
vertedor.
- A largura da soleira deve ser maior ou igual a três vezes a altura da lâmina vertente (H).
onde:
Q = vazão em metros cúbicos por hora;
L = largura da soleira do vertedor em m;
H = altura da lâmina d’água que passa sobre a soleira em m.
vertedor triangular aqui estudado apresenta um ângulo θ = 90 º e a ilustração do seu uso na medição
de vazões é apresentado na Figura 21.
≥ 5H
≥ 3H ≥ 3H ≥ 3H
θ H
≥ 3H
10 cm
onde:
Q = vazão que passa pelo vertedor em metros cúbicos por segundo;
H = altura da lamina vertente em m.
L H
≥ 3H
Soleira 10 cm
A vazão é dada pela fórmula de Cipolletti, válida para inclinação das faces igual 1:4.
K
` 1,86 ] [?
onde:
Q = vazão que passa sobre a soleira do vertedor, em m3/s;
L = largura da soleira do vertedor, em m;
H = altura da lâmina vertente (carga), em m.
c) Método do Flutuador
Este método é menos preciso que os dois primeiros e deve ser utilizado em curso d’água
maior e em canais principais de perímetros de irrigação. Consiste em medir a velocidade média (Vm)
da correnteza, num trecho escolhido do curso d’água ou canal, usando para isso um flutuador, e
determinar a área da seção média (S) do referido trecho.
\ *
onde:
Q = vazão em metros cúbicos por segundo;
S = área da seção do riacho, em metros quadrados;
Vm = velocidade média da água naquele trecho, em metros por segundo.
A velocidade (V) é medida com auxílio de um flutuador que pode ser um pequeno vidro
parcialmente cheio de água. Mede-se uma distância qualquer no curso d’água e anota-se o tempo
necessário para o flutuador percorrer a mesma conforme ilustração na Figura 23.
] a
*
∆( b_ 8bc
Quando se faz medição em um córrego ou riacho, cujo trecho foi previamente limpo de
vegetação e irregularidades (canal de terra), pode se tomar a velocidade média como sendo igual a 80
% da velocidade medida.
* 0,80 *
A área da seção do curso d’água deve ser a média da medição de três seções, pelo menos,
no trecho considerado, conforme esquema ilustrativo apresentado na Figura 24.
Quando o canal tem forma irregular deve-se fazer várias medidas de profundidades da
seção e desenhar o perfil em papel milimetrado, com escalas conhecidas, calculando em seguida a
área, através da soma dos quadrados.
d [ d 4 e [ e [
1 2 3
2 2 2
Á
çã 1 4 2 4 3
d) Método do Molinete
molhada. Divide-se a secção molhada em partes e determina-se a área e o centro geométrico de cada
uma delas. A vazão do rio será a soma do produto da área de cada elemento pela velocidade medida
no seu centro geométrico, conforme Figura 26.
` ij kj 4 iF kF 4 il kl 4 im km 4 in kn
Exercícios Resolvidos
1) Determinar a vazão (Q) bombeada por um conjunto motobomba sabendo-se que a mesma foi desviada para
um recipiente de volume (V) igual a 200 litros e que os tempos medidos para enchimento do recipiente, em
três repetições, foram T1 = 102 s; T2 = 98 s e T3 = 100 s.
3) Calcular a largura do sangrador (vertedor) de uma pequena barragem sabendo que a vazão máxima do
riacho onde ela será construída é de 80 m3/s. Sabe-se também que a altura máxima da lâmina de água
“sangrada” é de 0,80 m.
4) Calcular a altura máxima da lâmina vertente em um sangrador de uma barragem, de forma triangular (θ =
90°), sabendo que no período chuvoso, a vazão máxima do rio atinge 5000 l/s.
Q = 1,40 x H 5/2
H = { ......Q..... }2/5
1,40
H = { ....5...... }2/5 . . .
1,40
H = 1,66 m
5) Determinar a vazão que escoa em um curso d’água natural, cuja velocidade de deslocamento foi
determinada pelo método do flutuador. Num trecho de 15 metros de extensão fez-se 3 repetições do tempo de
deslocamento do flutuador e estes foram: 30, 33, 27 s . A largura média das seções medida foi de 1,20 m e
para determinar sua área, ela foi dividida em 3 subseções de largura média igual a 40 cm e as profundidades
médias medidas de margem a margem foram: 0, 20, 25 e 0 cm.
V = 15 m/ 30 s = 0,5 m/s
Cálculo da Área
6) Calcular a vazão do canal de irrigação, cuja seção está desenhada abaixo, sabendo que as velocidades
médias medidas com molinete, nas subseções 1, 2 e 3, foram V1 = 1 m/s, V2= 2,0 m/s e V3 = 1 m/s.
2m 4m 2m
V1 V3
V2 1m
Qt = Q1 + Q2 + Q3 . . . Qt = 1 + 8 + 1 = 10 m3/s.
Exercícios Propostos
13) Qual a vazão de um córrego sabendo-se que a altura da lâmina vertente medida em um vertedor retangular
(Francis) foi de 40 cm e que a largura da soleira do vertedor é de 0,80 m.
a) 37,1 l/s
b) 37,10 m3/s
c) 371 m3/s
d) 0,37 m3/s
e) 371 l/h
14) Qual a largura que deve ter o sangrador (vertedor) de uma barragem, sabendo-se que ele deve ter forma
retangular, que no período chuvoso, a vazão máxima do riacho em que ela está localizada atinge 30.000 l/s e
que a altura máxima da lâmina de água vertente deve ser de 50 cm.
a) 10,21 m
b) 19,49 m
c) 46,17 m
d) 35,00 m
e) 39,00 m
15) Qual é a vazão que escoa em um curso d’água natural, cuja velocidade de deslocamento foi determinada
pelo método do flutuador. Num trecho de 20 metros de extensão fez-se 5 repetições do tempo de deslocamento
do flutuador e estes foram: 40, 45, 35, 43, e 37s . A largura da seção foi medida em três locais, resultando em
um valor médio de 1,20 m e para determinar sua área, ela foi dividida em 5 sub-seções de largura igual a 24
cm e as profundidades médias medidas de margem a margem foram: 0,10, 40, 50, 40 e 0 cm.
SEÇÃO
a) 0,134 m3/s
b) 13,40 m3/s
c) 11,28 m3/s
d) 112,8 l/s
e) 282,0 l/s
16) Qual é a vazão do rio de seção transversal mostrada abaixo, sabendo-se que as velocidades da água, no
centro geométrico de cada elemento de área (medidas com molinete) foram respectivamente V1 = 1,5 m/s; V2
= 4,0 m/s; V3 = 1,5 m/s e V4= 2,0 m/s.
1m 2m 1m
V1 V2 V3
S1 S2 S3
1m
a) 10,5 m3/s
b) 9,0 m3/s
c) 115,0 l/s
V4
d) 13,0 m3/s S4 1m
e) 11,50 m3/s
1 . Considerações Gerais
*?
4,4 !
o 2
Esta equação quando aplicada em seções distintas da canalização, fornece a carga total
em cada seção. Se o líquido é ideal, sem atrito, a carga ou energia total permanece constate em todas
as seções, porém se o líquido é real, para ele se deslocar da seção 1 para a seção 2 (Figura 27), ele irá
consumir energia para vencer as resistências ao escoamento entre as seções 1 e 2. Portanto a carga
total em 2 é menor do que em 1, e esta diferença é a energia dissipada em forma de calor. Como a
energia calorífica não tem utilidade no escoamento de fluídos, diz-se que esta parcela é a perda de
carga ou perda de energia, simbolizada por hf.
V12 /2g
hf
P1
γ V22/2g
P2
E1 γ
1
E2
Z1 2 Z2
Figura 27. Esquema mostrando a variação da energia em dois pontos de um conduto forçado.
.1 .2 p ou .1 .2 4 p
q s_
Como . r 4 , 4 ?t
tem-se:
*1? 1 *2? 2
4 4 ,1 4 4 ,2 4 p
2 o 2 o
onde:
V1 = velocidade do fluido no ponto 1, em m s-1;
V2 = velocidade do fluido no ponto 2, em m s-1;
P1 = pressão de escoamento do fluido no ponto 1, em kg m-2;
P2 = pressão de escoamento do fluido no ponto 2, em kg m-2;
Z1 = altura geométrica do local no ponto 1, em m;
Z2 = altura geométrica do local no ponto 2, em m;
g = aceleração da gravidade, em m s-2;
hf = perda de carga ou perda de energia, em m.
3. Regimes de Escoamento
Escoamento Laminar - Quando o líquido escoa de forma ordenada, como se lâminas do líquido se
deslizasse uma sobre a outra.
Escoamento Turbulento - Quando o líquido se escoa de forma desordenada, com as trajetórias das
partículas se cruzando, sem direção definida.
* '
+
onde:
Rn = número de Reynolds, admensional;
V = velocidade da água, em m/s;
D = diâmetro da tubulação, m;
v = viscosidade cinemática da água em m2/s.
a) Equação de Hazen-Williams
É a fórmula mais utilizada nos países de influencia americana. Deve ser usada para
dimensionamento de canalizações com diâmetro igual ou superior a 50 mm, conduzindo água à
temperatura ambiente, em regime turbulento. Possui várias apresentações:
[ v ] (d)
em que:
V = velocidade da água na tubulação em m s-1;
D = diâmetro da tubulação em m;
Q = vazão em m3 s-1;
J = perda de carga unitária em m m-1;
C = coeficiente de Hazen-Willians (Tabela 11);
Hf = perda de carga total em m;
L = comprimento da tubulação em m.
Observaçoes:
O coeficiente de Hazen-Willians depende da natureza e estado de conservação do material da
tubulação.
As equações (b) e (c) são obtidas substituindo o valor de velocidade na equação (a) pela expressão
obtida abaixo:
~ {_ 9 w
\ ) * ) 9
* ~ {_
50 Apostila: Noções Básicas de Irrigação – Aspersão e Localizada
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano – Campus de Guanambi C. E. Cotrim
onde:
A = área da seção da tubulação em m2.
b) Equação de Manning
Esta equação é mais recomendada para o dimensionamento de canais, mas pode também
ser usada para o dimensionamento de condutos sob pressão, desde que se use o coeficiente
apropriado.
0397 ' ?⁄K v>⁄?
*
10,273 ? \?
v
' >u⁄K
[ v ]
em que:
Q = vazão que passa no conduto em m3s-1;
V = velocidade da água na tubulação em m;
D = diâmetro da tubulação em m;
J = perda de carga unitária em m m-1;
n = coeficiente de Manning, que depende da natureza da parede do tubo (Tabela 12)
Hf = perda de carga total em m;
L = comprimento da tubulação em m.
Tipo de Conduto n
Tubos de ferro fundido limpo, sem revestimento 0,014
Tubos de ferro fundido, com revestimento de alcatrão 0,012
Tubos de ferro fundido, com incrustações 0,017
Tubos de aço rebitado 0,015
Tubos de aço soldado 0,012
Tubos de aço galvanizado 0,013
Tubos de latão ou cobre 0,013
Tubos de cimento amianto 0,012
Tubos com revestimento de cimento bem alisado 0,012
Revestimento de argamassa de cimento 0,013
Condutos de concreto liso (formas de aço) 0,013
Tubos de concreto com juntas 0,017
Condutos velhos de concreto ou toscamente alisados 0,015
Condutos cerâmicos de esgoto 0,015
Tubos de drenagem de cerâmica 0,014
Esta fórmula é de uso mais geral, tanto serve para escoamento em regime laminar, quanto
para turbulento, sendo também utilizado para uma gama de diâmetro. É mais utilizada para o
dimensionamento de tubulação de ferro fundido.
*? ] *?
v [
' 2 ' 2
Ou
8 \? 8 ] \?
v [
? 'H ? 'H
em que:
J = perda de carga unitária, em m m-1;
f = coeficiente de atrito que depende do material e do estado de conservação das paredes;
V= velocidade da água na tubulação, em m s-1;
D= diâmetro da tubulação, em m;
g = aceleração da gravidade, em m s-2;
Hf = perda de cargas total, em m;
L = comprimento da tubulação, em m;
Q = vazão que passa pelo tubo, em m3s-1.
Para regime de escoamento laminar (Rn < 2000), o coeficiente f pode ser calculado pela
fórmula:
f = 64 onde Rn = n º de Reynolds
Rn
Nestas condições o coeficiente (f) depende exclusivamente do líquido escoado, do
diâmetro da tubulação e da velocidade de escoamento, independendo do material da tubulação.
Para regime de escoamento turbulento (Rn > 4000), f é função do diâmetro da tubulação
(D), da rugosidade interna da parede da tubulação (e), do líquido escoado e da sua velocidade de
escoamento. À relação entre a rugosidade interna da parede do tubo e o seu diâmetro (e/D)
denominamos de Rugosidade Relativa.
O valor de f é encontrado no Diagrama de MOODY, entrando com valores de (e/D) e do
numero de Reynolds.
Na Tabela 13 são apresentados os valores de f para alguns materiais utilizados em
tubulações e canais de irrigação e na Tabela 14 são apresentados valores de rugosidade interna da
parede de alguns materiais utilizados em condutos forçados.
poucas peças especiais nos condutos. Considerar ou não as perdas localizadas é uma atitude que o
projetista irá tomar em face das condições locais e da experiência do mesmo.
Tabela 14. Valores de rugosidade interna da parede (e) dos principais materiais empregado em
condutos forçados
a) Expressão de Borda-Belanger
/ *?
∆p
2
onde:
∆h = perda de carga localizada, em m;
K = coeficiente que depende do elemento causador da perda;
V = velocidade média da água na tubulação, em m s-1;
g = aceleração da gravidade (9,81 m s-2).
Tabela 15. Valores de coeficiente K, para cálculo das perdas de carga localizadas, em função do tipo
da peça, segundo J. M. Azevedo Neto.
Ao se comparar a perda de carga que ocorre em uma peça especial, pode-se imaginar que
esta perda também seria oriunda de um atrito ao longo de uma tubulação retilínea. Calcula-se a partir
daí o comprimento virtual que provocaria a mesma perda da peça especial
[ ∆p *? ] / *? / '
]
' 2 2
Calcula-se, a partir daí, o valor de L (virtual) para cada peça (Tabela 16).
Tabela 16. Comprimentos virtuais em metros das principais peças especiais, para os diâmetros
comerciais mais usados.
6. Conjunto Motobomba
Como a maioria das bombas usadas em irrigação é do tipo centrífuga de eixo horizontal,
serão discutidas aqui apenas as suas características.
Elas requerem escorvamento, válvula de pé, e é necessário observar o limite máximo de
altura geométrica de sucção.
Podem ser portáteis, fixas e são acionadas por motores elétricos, a óleo ou a gasolina.
Bombas de um só rotor são denominadas de simples estágio. Quando a altura
manométrica requerida na bomba for muito grande, serão usadas bombas com dois ou mais rotores,
denominadas bombas multiestágio. Na Figura 28 e mostrado um esquema que evidencias as peças
componentes de um conjunto moto-bomba tipo centrífuga de eixo horizontal, que são as mais
utilizadas em irrigação.
4
1 2 3
6
1 – Motor
2 – Bomba
3 - Redução concêntrica
7
4 - Válvula de retenção
5 - Registro de gaveta
6 - Redução excêntrica
7 - Curva de 90 º
8 - Válvula de pé com crivo
Figura 28. Esquema ilustrativo da sucção e tomada de pressão de um conjunto moto-bomba tipo
centrífuga de eixo horizontal.
A tubulação de sucção nas bombas que não trabalham afogadas, como as usadas na
maioria dos projetos de irrigação, trabalha com pressão inferior à pressão atmosférica. Se na entrada
da bomba houver pressão inferior à pressão de vapor d’água, haverá formação de bolhas de vapor,
podendo até interromper a circulação de água ou formar muitas bolhas menores que, ao atingirem as
regiões de pressão positiva, ocasionam implosões, causando ruídos e vibrações no sistema. Este
fenômeno é denominado cavitação e provoca a “corrosão” das paredes da carcaça da bomba e das
palhetas do rotor, bem como reduz a sua eficiência. É o fator que limita o valor da altura máxima de
sucção.
A queda de pressão desde a entrada da tubulação de sucção até a entrada da bomba
depende de:
- Altura geométrica de sucção;
- Do comprimento da tubulação de sucção;
- Do material da tubulação e das perdas de cargas localizadas ao longo da tubulação;
*?
[A D 4 4 ∆p
2
onde:
Hsmax = altura máxima de sucção, em m;
Po = Pressão atmosférica do local, em m;
Pv = Pressão de vapor da água à temperatura local, em m;
V = Velocidade da água na entrada da bomba, em m s-1;
∆h = Perda de carga localizada na tubulação de sucção em m.
Cada bomba possui uma relação entre a vazão (Q), a altura manométrica total (Hman), a
potência absorvida (Pa) a velocidade de rotação (rpm) e o rendimento (n). Estas variáveis geralmente
aparecem associadas, formando as curvas características das diversas bombas. Através destas curvas
características, que são obtidas em laboratórios e fornecidas pelos fabricantes, pode-se também
chegar à altura manométrica máxima permitida para a sucção da bomba, quando e fornecido o NPSH
requerido pela bomba.
O ponto de funcionamento da bomba será a intercessão da linha horizontal, passando pela
altura manométrica total, com a curva característica da bomba.
Obs. As bombas devem ser selecionadas de modo que o ponto de funcionamento se
localize na zona de máximo rendimento.
A Figura 29 ilustra as Curvas Características da bomba centrífuga da KSB, modelo ETA
40-20, para 3470 rpm.
100
η%
φ (mm) 50 55 58
80 60
φ 205 60
H φ 200 58
61
m 55
a 70
φ 190
n
(m)
φ 180
60
φ 170
50
n = 3470
40
5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 20 30 40 50 60
Q (m3/h)
20
17
Pot
(CV) 14
12
10
φ (mm)
8 φ 205 Dados para água γ = 1
φ 170
4
Figura 29. Curva característica da bomba centrífuga KSB, modelo ETA 40-20 com 3470 rpm.
56 Apostila: Noções Básicas de Irrigação – Aspersão e Localizada
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano – Campus de Guanambi C. E. Cotrim
Observe na figura que a bomba em questão tem o seu melhor desempenho trabalhando
com uma altura manométrica de 70 mca e com uma vazão de aproximadamente 30 m3 h-1, quando
apresenta um rendimento de 61 %, trabalhando com um rotor de 200 mm de diâmetro.
Se projetarmos a linha vertical que passa pela vazão de maior rendimento da bomba até o
gráfico inferior, na curva equivalente ao rotor de 200 mm de diâmetro, no ponto de intersecção das
duas tiramos uma reta horizontal que nos indicará a potencia absorvida pela bomba, conforme mostra
as figuras abaixo a seguir.
O trabalho realizado pela bomba para elevar água de um ponto a outro, com desnível H
entre eles é dado pela equação.
[ o *
onde:
p = peso do líquido bombeado, kgf;
H = altura manométrica, em m;
γ = peso específico da água, em kgf m-3;
V = Volume do líquido, em m3.
Como a potência é a relação entre o trabalho realizado e o tempo para sua realização (T)
temos:
o * [
( (
Como o volume do líquido dividido pelo tempo equivale à vazão (Q) temos:
o \ [
sendo P em kgf m s-1.
Sabendo que 1 CV = 75 kgf m s-1 temos que:
o \ [
75
Onde:
P = potência útil da bomba, em CV;
Q = vazão, em m3 s-1;
H = altura manométrica, em m;
γ = peso específico da água em kg/m3.
\ [
75
Onde:
P = potência útil da bomba, em Cv;
Q = vazão em l/s;
H = altura manométrica em m;
A potência absorvida pela bomba (Pa) é a potência necessária no eixo da bomba, ou seja:
\ [
e 75 e
Onde:
Pa = potência absorvida pela bomba, em CV;
Q = vazão bombeada, em l s-1;
Hman = Altura manométrica, em m;
nb = rendimento da bomba, em decimal.
\ [
75 e
Onde:
Pm = potência do motor, em CV;
nm = rendimento do motor, em decimal.
A altura manométrica total (Hman) representa o aumento de pressão que a bomba deve
transmitir ao líquido, conforme Figura 30 e, na irrigação por aspersão, pode ser representada por:
[ [ 4 [ 4 [ 4 ∆p 4 -
onde:
Hs = altura geométrica de sucção, em m;
Hr = altura geométrica de recalque, em m;
hf = perdas de carga contínua na tubulação, em m;
∆h = perdas de carga localizadas, em m;
PIN = Pressão necessária no início da linha lateral do sistema de irrigação, em m.
Hr
Hs
Figura 29. Esquema mostrando a altura de sucção e a altura de recalque de um conjunto moto-
bomba em funcionamento.
Exercícios Resolvidos:
18 m 17m
Resolução: Como o diâmetro e a velocidade são constantes, conseqüentemente a energia cinética é constante
e a equação de Bernoulli pode ser simplificada para:
P1 + Z1 = P2 + Z2 + hf
γ γ
hf = 20 m + 18 m - 15 m - 17 m . . . hf = 6 mca.
2) Determinar o número de Reynolds para uma tubulação de 100 mm de diâmetro, sabendo que a
velocidade da água na tubulação é de 1,5 m/s. Caracterize o regime de escoamento.
3) Dimensionar um conduto de ferro fundido novo capaz de conduzir uma vazão de 30 l/s, com perda de
carga máxima de 0,002 m/m.
4) Calcular o diâmetro da tubulação, de ferro fundido incrustado, utilizada para conduzir uma vazão de
30 l/s com uma perda de carga máxima de 0,005 m/m.
Q = 0,03 m3/h
J = 0,005 m/m
f = 0,020
J = 8 x f x Q2 D = [ 8 x f x Q2 ]1/5
D5 x π2 x g J x π2 x g
5) Calcular as perdas de carga localizada que ocorrem em uma tubulação conduzindo uma vazão de 20
l/s, com diâmetro de 100 mm e comprimento de 1000 metros, sabendo-se que no referido trecho há duas
curvas de 90 º e um registro de gaveta.
V = 2,54 m/s
Somatório de K
Tipo de Peça Nº de Peças K nxK
Curva de 90 º 02 0,40 0,80
Registro de Gaveta 01 0,20 0,20
ΣK 1,00
6) Determinar a altura máxima de sucção permitida para uma bomba, a ser instalada em local cuja
altitude é 900 metros, sendo a temperatura média da água de 30ºC, a perda de carga na tubulação de
sucção de 1,24 m e a velocidade da água na tubulação de sucção de 1,24 metros e a velocidade da água
na tubulação de 1,0 m/s. Desconsiderar a perda de carga no rotor (∆
∆hr).
Solução :
1 passo – calcular as perdas de carga na adutora (Hfr)
2 passo calcular as perdas de cargas na sucção (Hfs)
3 passo calcular as perdas de cargas localizadas (∆h)
4 passo calcular a altura manométrica total (Hman)
5 passo especificar a bomba
6 passo calcular a potência do conjunto bomba (Pm)
1) Hf = 10,646 x Q1,85 x L
C1,85 x D4,87 Hf = 10,646 x (0,138)1,85 x 1500
(130)1,85 x (0,150)4,87
3 3
Q = 50 m /h Q = 0,0138 m /s
3600
D = 150mm/1000 = 0,150 m Hf = 7,30 mca
2 e 3) Como não foram fornecidos dados suficientes para o cálculo das perdas de cargas localizadas e na
sucção, consideraremos um acréscimo de 5 % sobre a altura manométrica total para compensar as mesmas;
5) A bomba a ser utilizada deverá atender os requisitos de vazão de 50 m3/h e pressão de 46,5 mca. No
exemplo em questão, entrando na curva de rendimento de uma bomba centrífuga MARK, com os dados
referidos encontrou-se um rendimento de 70 %;
Pm = 13,58 mca
Como não existe no mercado motor elétrico com esta potência, utilizaremos um motor elétrico trifásico com
potência de 15 CV, que e o primeiro de potência superior à calculada, encontrado no comercio
Exercícios Propostos:
17) Qual deve ser a potência do motor elétrico que deve ser acoplado a uma bomba centrífuga para ser
utilizada em um sistema de irrigação que necessita de uma vazão de 20 l/s e de uma atura manométrica
total de 115 mca. Considere o rendimento do motor elétrico igual a 90 % e o rendimento da bomba igual
a 70 %.
a) 50 CV
b) 40 CV
c) 30 CV
d) 70 CV
e) 60 CV
18) Que diâmetro deve ter a tubulação adutora, em PVC rígido, de um sistema de irrigação, que
necessita de uma vazão de 30 l/s, sabendo-se que a velocidade da água na tubulação não deve
ultrapassar de 2 m/s e que a perda de carga permitida na adutora é igual a 20 % da pressão de serviço
do aspersor utilizado (30 mca). A distância do ponto de captação de água ao início da área irrigada é de
300 metros e o coeficiente de Hazen-Willians (C ) é de 145 para o PVC rígido.
a) 6 polegadas
b) 7 polegadas
c) 8 polegadas
d) 9 polegadas
e) 10 polegadas
19) Qual é a altura máxima de sucção permitida para uma bomba a ser instalada na região de Viçosa
(MG), a 900 metros de altitude (Pressão atmosférica = 9,22 mca), sendo a temperatura média da água
igual a 30 ºC (Pressão de vapor da água = 0,43 mca) e a perda de carga na tubulação de sucção igual a
1,24 metros. Sabe-se também que NPSH exigido pela bomba igual a 2,0 metros.
a) 4,50 m
b) 6,55 m
c) 8,00 m
d) 7,55 m
e) 5,55 m
20) Em uma propriedade, um agricultor dispõe de um conjunto Motobomba e uma adutora de 2000
metros, sendo 1000 metros com diâmetro de 200 mm e 1000 metros com diâmetro de 150 mm, em aço
zincado (C=120). Sabendo que o desnível do ponto de captação (Conjunto motobomba) até o início da
área a ser irrigada é de 10 m e que a pressão de funcionamento do sistema, início da linha lateral (PIN),
é de 40 mca. A pressão manométrica na saída da bomba, sabendo que a vazão do sistema é de 30 l/s e
desprezando as perdas localizadas e na sucção, é de aproximadamente?
a) 40 mca,
b) 50 mca
c) 80 mca
d) 90 mca
e) 100 mca
6) Calcular o diâmetro de uma tubulação de PVC rígido com capacidade para conduzir uma vazão de
15 m3/h, sabendo que a perda de carga na adutora é de 0,008 m/m. Sabe-se também que para o PVC, o
valor de C= 145 e que no mercado são encontrados tubos com diâmetros em números inteiros de
polegadas. (2,3,4,5,6,7,8,9,10... polegadas). Assinale a resposta entre as alternativas abaixo.
a) 2 polegadas
b) 3 polegadas
c) 4 polegadas
d) 5 polegadas
e) 6 polegadas
7) Para irrigar uma área, afastada 1500 metros do rio, o produtor necessita de uma vazão de 40 l/s.
Pede-se calcular a perda de carga total que ocorre na tubulação sabendo que a mesma é de aço zincado
com diâmetro de 200 mm, que a perda de carga contínua hf é de 15 mca e que no trecho serão
colocadas as seguintes peças especiais:
Tipo de Peça Quantidade (N) Valor de K NK
Curvas de 45 º 04 0,2 0,8
Registro de Gaveta 02 0,2 0,4
Válvula de Retenção 01 2,5 2,5
Cotovelo de 90 º 03 0,9 2,7
a) 28,18 mca,
b) 16,18 mca
c) 30,18 mca
d) 40,18 mca
e) 50,18 mca
8) Calcular a altura máxima de sucção permitida para uma bomba centrífuga a ser instalada em local
cuja altitude é 3000 metros, sendo a temperatura média da água de 20ºC e a perda de carga localizada
na tubulação de sucção de 1,20 m. Sabe-se ainda que a vazão da bomba é de 30 l/s e que o diâmetro da
tubulação de sucção é de 150 mm.
Dados:
Para altitude de 3000 m temos pressão atmosférica de 7,03 mca
Para temperatura média da água de 20 ºC temos pressão de vapor de 0,24 mca.
a) 7,07 mca
b) 7,27 mca
c) 8,23 mca
d) 5,43 mca
e) 6,03 mca
10) Caracterize o regime de escoamento que acontece em uma tubulação com diâmetro de 25 mm,
sabendo que a velocidade da água na tubulação é de 0,05 m/s e que a viscosidade cinemática da água é
de 1,02 x 10-6 m2/s. Assinale a resposta entre as alternativas abaixo.
a) Regime de escoamento laminar
b) Regime de escoamento turbulento
c) Faixa de transição
d) Nenhuma das alternativas anteriores.
OS MÉTODOS DE IRRIGAÇÃO
1- Considerações Gerais
Linha Lateral
Sentido da irrigação
Fonte de água
Aspersores
Adutora Linha principal
MB
Sentido da irrigação
Área a ser irrigada
Figura 30. Esquema de um sistema de irrigação por aspersão convencional mostrando as tubulações e
aspersores.
Os diversos tipos de sistemas de irrigação por aspersão serão classificados segundo o tipo
de tubulação usada, o modo de instalação no campo, os tipos de conexões ou engates entre tubos, a
movimentação das linhas laterais no campo e o tipo de manejo da irrigação.
Sistemas Fixos - São constituídos de tubulações suficientes para irrigar toda a área do
projeto, sem mudança de tubulações.
São sistemas móveis com tubbulações portáteis, tanto a linha principal quanto as linhas
laterais e o conjunto motobomba.
Materiais leves e de fácil montagem (acoplamento rápido);
Motobombas montadas em carretas - facilitar a movimentação;
Requer menos investimento e maior mão de obra que os demais.
Linha Lateral
Fonte de água
Sentido da irrigação
Adutora Aspersores
Linha principal
MB
- Linhas laterais móveis e linhas principal e secundária (quando existe) são fixas
- Estas podem ser enterradas ou ficar na superfície do solo
- Mão de obra utilizada é menor em comparação com o sistema anterior.
São sistemas portáteis composto de uma linha lateral ou mais, com um aspersor gigante
apenas, por linha lateral. Terminada a irrigação em uma posição o canhão é removido para a posição
seguinte, na mesma linha lateral.
É comum a sua utilização na irrigação de pastagens, capineira e cana de açúcar.
Aspersor em Sentido da
Funcionamento Irrigação
Área
irrigada
Hidrante de
Aspersor
MB
Hidrante de linha Área
com curva de irrigada
derivação
Figura 32. Esquema mostrando o sistema de aspersão por canhão hidráulico portátil
Linha Lateral
Planta
Linha Secundária
Aspersores
mb
Linha Principal
A aspersão é feita por meio de linhas laterais perfurados, do tipo leve com acoplamento
rápido, instalados sobre o solo ou suspensas em armações rústicas. Estas trabalham sob baixa
pressão, normalmente inferior a 10 mca, irrigando faixa de 8 a 10 metros de largura.
Exemplo: Mangueira santeno.
Trator Área já
irrigada
Área a ser
Fonte de água irrigada
Adutora
Linha principal
MB
Linha lateral
sob rodas
Torno
Um em que a linha lateral é o eixo das rodas. Neste a linha lateral constitui o próprio
eixo das rodas, que tem diâmetro de 1,20 a 1,40 metros, e o deslocamento lateral é
feito por meio de um mecanismo de engrenagens e correntes, acionado por um motor
localizado no meio da mesma (Rolão).
Outro em que a linha lateral é instalada em plano superior ao topo das rodas,
suportadas por torres em forma de A, apoiadas em rodas e acionadas por um conjunto
motobomba para cada torre (Line matic).
Linha lateral
sobre rodas
Área já
Irrigada
Conjunto Motobomba
montado sobre carreta
que move com a lateral
Carreador Canal
Figura 35. Esquema do sistema de irrigação sob rodas com deslocamento lateral mostrando partes
Linha adutora
Fonte de enterrada
água Ponto Pivô
MB Tubulação
c/ aspersores
Torre c/
rodas
78 a 115 m
Caminho
Área
irrigada por Unidade
passagem. Autopropelida
Hidrante
400 m
Mangueira Linha
flexível Principal
Cabo de Adutora
aço
MB
Fonte de água
São máquinas que irrigam por aspersão, por meio de braços tubulares, com aspersores
regularmente distribuídos, mantidos por tirantes entre a estrutura metálica central, com rodas para
deslocamento por tração ou por motor próprio, dando-lhe condições de altopropulsão. Os braços, em
alguns tipos, giram em círculo completo, enquanto irrigam. Em outros tipos movimentam-se apenas
alguns graus, na direção horizontal.
Vários pontos devem ser considerados na distribuição, no campo, das tubulações dos
sistemas de irrigação por aspersão.
Tamanho - Área muito grande deverá ser dividida em subáreas, projetando-se um sistema
para cada uma delas;
Forma - A área ou subárea deverá ter forma retangular ou quadrada para facilitar a
rotatividade das linhas laterais de maneira a economizar mão de obra.
Existem alguns parâmetros que precisam ser relembrados, uma vez que já foram
estudados anteriormente, além de novos parâmetros que devem ser adicionados no momento.
! '
'()
10
onde:
DTA = Disponibilidade total de água, em mm;
Cc = Capacidade de campo, em % em peso;
Pm = Ponto de murcha, em % em peso;
Ds = Densidade do solo, em g/cm3.
-+
-(
.
W 3600
-) em mm/h
1 2
onde:
-(
(-
-)
m) Número de Posições Irrigadas por Lateral por Dia (N) - É o número de posições
que cada linha lateral cobrirá por dia, é função do número de horas em que o sistema funcionará por
dia (H) e do tempo necessário por posição (TI).
[
(-
2,78 ) -+
\
. . [ -
onde:
Q = vazão, em l s-1;
A = área do projeto, em ha;
IRN = irrigação real necessária, em mm;
Ea = eficiência de aplicação da irrigação, em decimal;
Ec = eficiência de condução da água, em decimal;
H = número de horas de funcionamento do sistema por dia, em horas;
PI = Período de irrigação, em dias.
>
= 9[ 0,5 ∆, 4 )
= 4 [ ∆,
Onde:
Hf = perda de carga ao longo da linha lateral em mca;
∆Z = Diferença de nível ao longo da linha lateral em m;
Aa = Altura do Aspersor;
Pm = Pressão média da lateral que é igual à pressão de serviço do aspersor.
e) A perda de carga em tubulações com múltiplas saídas, que é o caso das linhas laterais,
é igual à perda de carga determinada como se a tubulação não tivesse saída alguma, multiplicada por
um fator F, que é função do número de saídas, ou seja:
[ [ &
onde:
1 1 √ 1
4 4
4 1 2 6 ?
onde:
m = coeficiente correspondente ao expoente da velocidade na equação de perda de carga
em uso (m=1,852 p/ Eq. de Hazen-Willians, m=1,9 p/ Eq. de Scobey e m=2,0 para Eq. de Darcy).
N = número de saídas ao longo da linha lateral (no. de aspersores).
Sendo assim, na determinação da perda de carga ao longo da linha lateral, determina-se a
perda de carga como se toda a vazão fosse conduzida até o final da tubulação e depois multiplica-se o
valor encontrado pelo fator de correção F.
O tipo de aspersor a ser usado especifica qual deve ser a vazão (q) a pressão de serviço
(PS) e o espaçamento (S1). O diâmetro ideal da linha lateral deve possibilitar que a pressão média ao
longo da mesma, seja igual à pressão de serviço. Conhecendo-se o comprimento da linha lateral (L) e
o espaçamento entre aspersores ao longo da linha lateral (S1), determina-se o número de aspersores
(N) na lateral e o fator de correção F.
Procura-se o diâmetro, que, com uma vazão Q = N x q e um comprimento L, haja uma
perda de carga Hf igual a 20 % de PS.
[ 0,20
ou
0,20
[ &
onde:
Hf é a máxima perda de carga permitida na linha lateral;
Hf’ é a máxima perda de carga permitida, caso a vazão do início da linha fosse conduzida
até o final da mesma.
A pressão no início da linha lateral (PIN) sou seja na conexão da linha lateral com a
principal será:
K
- 4 9[ 4 )
onde:
Aa = altura de elevação do aspersor em m;
Neste caso, a perda de carga permitida por causa do atrito será igual a 20 % da pressão de
serviço menos a pressão requerida para compensar a perda de carga em virtude da inclinação da
linha, ou seja:
[ 0,20 ∆,
ou
0,20 ∆,
[ &
K
- 4 9[ 4 0,5 ∆, 4 )
Neste caso, a perda de carga permitida, ocasionada pelo atrito será igual a 20 % da
pressão de serviço do aspersor mais a pressão ganha pela diferença de elevação da linha lateral.
L2,Q2
PB=PA+Hf(AB)
PC=PB+Hf(BC)
PMB=PC+Hf(C-B) PA=Pin
C B A
MB
1 2 3
Q1+Q2 Q1
Q1+Q2+Q3
L3,Q3 L1,Q1
Figura 38. Esquema do sistema de irrigação mostrando a variação de vazões e pressão ao longo da
tubulação
Dimensionamento
São três os critérios mais usados para o dimensionamento das linhas principais e
secundárias: dimensionamento baseado na velocidade média permitida ao longo da linha,
dimensionamento baseado na perda de carga pré-estabelecida entre a primeira e a última posição da
linha lateral e dimensionamento baseado na análise econômica.
Este critério baseia-se na determinação dos diâmetros dos diferentes trechos da linha
principal e secundária, de modo que a velocidade média em cada trecho fique entre 1,0 e 2,5 m/s.
Nesse método para determinar o diâmetro aproximado utiliza-se a fórmula de Bresse.
' / \
onde:
77 Apostila: Noções Básicas de Irrigação – Aspersão e Localizada
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano – Campus de Guanambi C. E. Cotrim
onde:
V = velocidade da água na tubulação, em m s-1;
Q = vazão da linha principal, em m3 s-1;
D = diâmetro da tubulação, em m.
Este critério baseia-se em permitir uma perda de carga no trecho da linha principal
compreendido entre a primeira e a última posição da linha lateral, de 15 a 20 % da pressão de serviço
dos aspersores. Nesta perda de carga não está incluída a diferença de nível ao longo da linha
principal. Quando as condições topográficas impõem um grande desnível ao longo da linha principal,
faz-se necessário usar válvulas de controle de pressão ou registros no início das linhas laterais.
[ 0,15 ou [ 0,20
Exercícios Propostos
N = 180 m N = 10 aspersores
18 m
1 1 √2 1
4 4
2 4 1 2 10 6 10?
F=0,385
Hf’= 6/0,385 = 15,60 mca.
Vazão no início da linha lateral (Ql) = 10 x 3,45 m3/h = 34,5 m3/h = 0,0096 m3/s
3600s/h
Equação de Hazen- Willians
D = 0,075 m = 75 mm = 3 polegadas.
a) Trecho MB - (1)
L = 120 metros
Q = 18 l/s = 0,018 m3/s ... D = K x Q ..... D = 1. 0,018 D = 0,134 m
79 Apostila: Noções Básicas de Irrigação – Aspersão e Localizada
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano – Campus de Guanambi C. E. Cotrim
Para D = 100 mm ... Temos V=4xQ ..... V = 4 x 0,018 ... V = 2,29 m/s
πxD2 πx (0,1)2
L = 288 m
1,852 0,205
D = [ 10,646 x ( Q ) xL ] MB
Hf C
8 Aspersores
D = [ 10,646 x ( 0,005 )1,852 x 288 ] 0,205
4,50 120
D = 0,083 m = 83 mm
L = L1 + L2 ............. Hf = L1 x J1 + L2 x J2
L1 = L - L2 ................
L2 = Hf - L x J1 onde:
J2 - J1
L = comprimento total da tubulação, em metros;
L1 = trecho da tubulação com maior diâmetro, em m;
L2 = trecho da tubulação com menor diâmetro, em m;
Hf = perda de carga permitida ao longo da linha, em m;
J1 = perda de carga unitária na parte de maior diâmetro, em m/m;
J2 = perda de caga unitária na parte de menor diâmetro em m/m.
D=Kx Q onde:
J = 10,646 x ( Q )1,852
(D )4,87 C
Para a vazão de 8 l/s = 0,008 m3/s no trecho AB, aplicando a equação de Bresse D = 0,008,
encontramos D = 0,090 m = 90 mm, por isso testamos os diâmetros 75, 100 e 125mm.
Para o Trecho BC, Q = 0,004 m3/s, encontramos D = 0,063 m = 63 mm, por isso testamos os
diâmetros de 100 mm, 75 mm e 50mm.
A perda de carga total será Hft = JAB x LAB + JBC x LBC = 192 x 0,0145 + 192 x 0,0163
Hft = 2,78 m + 3,13 m = 5,91 m que é inferior à perda de carga permitida de 6 mca, portanto os
diâmetros escolhidos satisfazem o critério de dimensionamento.
IRRIGAÇÃO LOCALIZADA
2. Tipos
1) Gotejamento
2) Microaspersão
3) Tubos Perfurados ou Porosos (Mangueira Santeno)
4) Xique-xique
5) Cápsulas porosas, “Potejamento”
1- Gotejamento
Compreende todos os sistema de irrigação nos quais a água é aplicada ao solo, diretamente
sobre a região radicular das culturas, em pequena intensidade (1 a 10 litros/hora) porem com alta
freqüência (Truno de rega entre 1 e 4 dias) de modo que mantenha a umidade na zona radicular
próximo à “capacidade de campo”.
Exigências
- Cabeçal de Controle (Controle de Parcelas)
- Filtragem da água para evitar entupimento dos gotejadores
2- Microaspersão
Neste sistema a água é aspergida de maneira localizada, através de microaspersores,
próximo ao sistema radicular das plantas, com baixa intensidade e alta freqüência.
Normalmente
- maior intensidade/ menor freqüência que o gotejamento
- menos entupimento no sistema (> vel. da água, < sedimentação)
Lago Cabeçal
MB De
Controle
Parcela Linhas de
Derivação
Motobomba
\ [
75 . .e
onde:
Pm = potencia do motor, em CV;
Cabeçal de Controle
Recebe a água do conjunto motobomba e libera água filtrada, na pressão certa e na vazão
determinada para o funcionamento do sistema.
É composto de:
Medidores de vazão
Manômetros
Filtros
Tanques de Fertilizantes e Injetores
Sistema de controle de operação
Linha Principal
Linha de Derivação
Linha Lateral
São linhas onde estão instalados os gotejadores ou microaspersores que aplicam água junto
às plantas.
Materiais:
- Tubos de polietileno flexível com diâmetro de 12 a 32 mm
Espaçamento ao longo da linha de derivação – função do espaçamento entre fileiras de
plantas.
São dispositivos que possibilitam a distribuição do fluxo de água com vazão e freqüência
constante, na forma de gotas ou pequenos jatos.
1) Tipos de Emissores:
a) Gotejadores – libera água em gotas
b) Gotejador integrado – já vem intercalados na tubulação a espaços constantes
c) Tubos de emissão – Tubos perfurados ou tubos porosos
d) Difusores – distribui a água de forma circular (sem peças móveis)
e) Microaspersores – libera água de forma uniforme em uma pequena área circular,
dispondo de peças móveis para auxiliar na distribuição de água
Gotejadores
São peças conectadas às linhas laterais capazes de dissipar a pressão disponível na linha e
aplicar vazões pequenas e constantes.
1) Tipos de Gotejadores
- de microtubos
- de longo percurso integrado
- tipo orifício de saída
- tubos perfurados
- microgotejadores (autocompensante)
* vazão de 4 l/h
* pressão variando de 5 a 30 mca.
Gotejador
Gotejador
b) Gotejador na linha
a) gotejador sobre alinha
Gotejador
Prolongamento
c) Gotejador integrado
d) Gotejador no prolongamento
Figura 30. Esquema mostrando a conexão dos gotejadores na linha lateral.
Microaspersores
Tem a mesma finalidade dos difusores, só que dispõe de peças móveis, possibilitando boa
distribuição de água mesmo para baixas vazões.
Vazão de 20 a 140 l/h e pressão de serviço de 5 a 30 mca.
7.1 Evapotranspiração
.( .(
100
onde:
ETl = evapotranspiração média, na irrigação localizada, mm dia-1
ETc = evapotranspiração potencial da cultura, em mm dia-1
P = percentagem da área molhada em relação à área total irrigada
.( .( / .( .* / .( .* / /
q
.( / / .* >UU
-+ .( (+
onde:
IRN = irrigação real necessária, em mm
ETl = evapotranspiração na irrigação localizada, mm dia-1
TR = Intervalo entre irrigações em dias (turno de rega)
*+ .( (+ )
onde:
VRN = volume real necessário, em l cova-1
Ac = área representada por cova, em m2
Em irrigação localizada:
!!
-+ ' ,
10 100
onde:
IRN – Irrigação real necessário, em mm
CC – Capacidade de Campo, % em peso
Pm – Ponto de murcha, % em peso
Da – Densidade do solo, em g cm-3
Z – Profundidade efetiva do sistema radicular da cultura, em cm
f – Fator de disponibilidade de água do solo (f <1)
P – Percentagem da área molhada em relação à área total irrigada
-+
-( ,
.
onde;
Ea = eficiência de aplicação de água do sistema, em decimal
*+
*( ,
=
.
b t
(
, para irrigação em faixa contínua.
ou
b sb
( , para irrigação por árvore.
onde:
T = tempo de irrigação por posição, em horas
ITN = irrigação total necessária, em mm
Sg = espaçamento entre gotej. ao longo da linha lateral, em m
Sl = espaçamento entre linhas laterais, em m
Ac = área representada por cada árvore, em m2
n = número de gotejadores por árvore
q = vazão do gotejador, em l/hora
VTN = volume total a ser aplicado por cova, em litros.
O número de unidades operacionais (N) em que o projeto de irrigação deve ser dividido
pode ser determinado pela seguinte equação:
(+ 24
D
(
89 Apostila: Noções Básicas de Irrigação – Aspersão e Localizada
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano – Campus de Guanambi C. E. Cotrim
2,78 ) -(
\
(
onde:
Q = vazão necessária ao projeto, em l s-1
A = área do projeto, em ha
ITN = irrigação total necessária, em mm
N = número de unidades operacionais em que o sistema for dividido
T = tempo de irrigação por posição, em horas
>U b
ou \ b
, em m3/h
Equação de Hazen-Willians
\ >,H?
v 1,21 10>U ' 89,J
!
onde:
J = perda de carga unitária, em m m-1
Q = vazão que passa na tubulação, em l s-1
C = coeficiente que depende da parede do tubo – 144 (Cipla)
D = diâmetro da tubulação, em mm
onde:
N = número de gotejadores na linha lateral
m = coeficiente da velocidade da equação de perda de carga
(m=1,85 para H.W, m=2 para D.W. e m =1,9 para Scobey)
Valores de Cg variam entre 80 e 140, são menores que os valores de C e dependem do tipo
de gotejador, do diâmetro da linha lateral e do espaçamento entre gotejadores.
- Perda de carga (pressão) ao longo da tubulação (H.W. ou D.W.) lisa, sem linhas laterais
conectadas.
Equação de Hazen-Willians
\ >,H?
v 1,21 10 >U
' 89,J
!
onde:
J = perda de carga unitária, em m m-1
Q = vazão que passa na tubulação, em l s-1
C = coeficiente que depende da parede do tubo – 144 (Cipla)
D = diâmetro da tubulação, em mm
onde:
N = número de gotejadores na linha lateral
m = coeficiente da velocidade da equação de perda de carga
(m=1,85 para H.W, m=2 para D.W. e m =1,9 para Scobey)
Valores de Cg variam entre 80 e 140, são menores que os valores de C e dependem do
diâmetro da linha de derivação e do espaçamento entre linhas laterais.
Este critério baseia-se na determinação dos diâmetros dos diferentes trechos da linha
principal, de modo que a velocidade média em cada trecho fique entre 1,0 e 2,5 m/s.
Nesse método para determinar o diâmetro aproximado utiliza-se a fórmula de Bresse.
' / \
onde:
Q = vazão a ser conduzida no trecho, em m3 s-1;
K = Coeficiente variável entre 0,75 e 1,40;
D = Diâmetro da tubulação, em metros.
Quando escolhemos o valor K igual a 1,0, estamos fixando a velocidade em 1,27 m/s
(Tab. Manual de Irrigação, Bernardo et al. 2006).
onde:
V = velocidade da água na tubulação, em m s-1;
Q = vazão da linha principal, em m3 s-1;
D = diâmetro da tubulação, em m.
Número do Alternativas
Exercício Proposto a b c d e
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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