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Ocorre que, pelas regras do hospital, JOÃO CARVALHO deveria permanecer acompanhando
JOSÉ PINHEIRO pelas doze horas seguintes à operação. Como é um fanático noveleiro, JOÃO
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desrespeita essa regra e pede à MARGARIDA, médica da sua equipe, que acompanhe o pós-
operatório. MARGARIDA é uma médica muito preparada e tão respeitada e competente
quanto JOÃO.
MARGARIDA, ao ver JOSÉ PINHEIRO, o reconhece como sendo o assassino de seu pai.
Tomada por uma imensa revolta e um sentimento incontrolável de vingança, MARGARIDA
decide matar aquele assassino cruel que nunca fora punido pela Justiça, porque é afilhado
de um influente político. MARGARIDA determina à enfermeira HORTÊNSIA que troque o
frasco de soro que alimenta JOSÉ, tomando o cuidado de misturar, sem o conhecimento de
HORTÊNSIA, uma dose excessiva de anticoagulante no soro. JOSÉ morre de hemorragia
devido ao efeito do anticoagulante.
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Gabarito comentado:
O médico não pode responder por crime culposo porque não obrou com violação do dever
objetivo de cuidado. A médica Margarida atuou com dolo, pois desejava a morte da vítima
e utilizou-se da enfermeira para o seu plano criminoso. A última, por sua vez, não praticou
crime algum, pois não tinha como saber que se tratava de letal a substância ministrada à
vítima.
2) JORGE é uma pessoa má e sem caráter, que sempre que pode prejudica outra pessoa.
Percebendo que IVETE está muito triste e deprimida porque foi abandonada por MATEUS,
JORGE inventa uma série de supostas traições praticadas por MATEUS que fazem IVETE
sentir-se ainda mais desprezível, bem como deturpa várias histórias de modo que IVETE
pense que nenhum de seus amigos realmente gosta dela.
Por causa das conversas que mantém com JORGE, IVETE desenvolve o desejo de
autodestruição. Percebendo isso, JORGE continua estimulando seu comportamento
autodestrutivo. Quando IVETE já está absolutamente desolada, JORGE se oferece para ajudá-
la a suicidar-se, e ensina IVETE a fazer um nó de forca com uma corda para se matar.
No dia seguinte, IVETE prepara todo o cenário do suicídio, deixando inclusive uma carta para
MATEUS, acusando-o de causar sua morte. Vai até a casa de MATEUS, amarra a corda na
viga da varanda, sobe em um banco, coloca a corda no pescoço e pula para a morte. Por
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causa do seu peso, a viga de madeira onde estava a corda se quebra e IVETE apenas cai no
chão. Como consequência da tentativa frustrada de suicídio, IVETE sofre apenas arranhões
leves.
Assinale a alternativa que indique a pena a que, por esse comportamento, JORGE está
sujeito.
a) Tentativa de homicídio.
d) Auxílio ao suicídio.
Gabarito comentado:
A conduta não é punível pois para a punição do crime do art. 122 é necessário que a vítima
sofre, pelo menos, lesões corporais de natureza leve. Na opinião da autora, a conduta não é
sequer típica, por se filiar á corrente daqueles que sustentam ser a morte e a lesão grave
elementares do crime em apreciação.
Letra E é a correta.
3) De acordo com o art. 14, inciso II, do CP, diz-se tentado o crime quando, iniciada a
execução, este não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do Agente. Em relação
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Gabarito comentado:
Letra B.
a) A conduta culposa poderá ser punida ainda que sem previsão expressa na lei.
c) Caracteriza-se a culpa própria quando o Agente, por erro de tipo inescusável, supõe
estar diante de uma causa de justificação que lhe permite praticar, licitamente, o fato típico.
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d) Considere que determinada Agente, com intenção homicida, dispare tiros de pistola
contra um desafeto e, acreditando ter atingido seu objetivo, jogue o suposto cadáver em
um lago. Nessa situação hipotética, caso se constate posteriormente que a vítima estava viva
ao ser atirada no lago, tendo a morte ocorrido por afogamento, fica caracterizado o dolo
geral do Agente, devendo este responder por homicídio consumado.
Gabarito comentado:
Correta a letra “D”. Trata-se de situação de erro sucessivo, no denominado dolo geral, em
que o Agente desejando um determinado resultado, realiza uma ação objetivando alcançar
um resultado e, pensando ter conseguido o resultado pretendido, realiza uma nova conduta
para esconder o que fez anteriormente, sendo certo que é esse segundo comportamento
que acaba por provocar o resultado pretendido. Trata-se de hipótese de erro quanto ao
nexo de causalidade em que o Agente responderá pelo crime inicialmente pretendido.
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Gabarito comentado:
“A” está correta e autoexplicativa. A letra “b” está errada porque é perfeitamente possível o
homicídio qualificado privilegiado, quando as causas de privilégio convivem com
qualificadoras de cunho objetivo. A letra “c” está errada porque o fato da vítima ser filho é
elementar do crime de infanticídio e, assim, não pode ser usada como agravante genérica.
A letra “d” está errada porque aquele que ajudar a gestante no aborto, realizando atos de
execução, deverá responder pelo crime do art. 126 do Código Penal e a gestante, pelo art.
124. Trata-se, assim, de exceção pluralística ao monismo consagrado no art. 29 do Código
Penal. A letra “e” também é errada porque a lesão culposa admite o perdão judicial, no art.
129, § 8o
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a) Emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel.
c) Motivo fútil
e) Mediante dissimulação.
Gabarito comentado:
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Gabarito comentado:
“A” está errada pois a orientação atual do STJ é no sentido de comunicação da qualificadora
ao mandante. Letra “B” está correta, pois a vingança somente é qualificadora quando se
tratar de vingança abjeta. Com relação à letra “C”, o veneno somente qualifica o crime como
meio insidioso quando é ministrado à vítima sem o seu conhecimento. Aqui, deve-se
salientar que o veneno, quando ministrado com conhecimento da vítima, pode qualificar o
crime como meio cruel, na hipótese de causar –lhe desnecessário sofrimento. A letra “D” a
seu turno encontra-se igualmente equivocada, porque a lei de tortura não trata de homicídio
qualificado pela tortura e, sim, de tortura qualificada pela morte. No homicídio qualificado
pela tortura, a morte é desejada pelo Agente, que emprega meios cruéis para matara a
vítima. Na tortura qualificada pela morte, o Agente não desejou a morte que, assim, foi
provocada a título de culpa. Trata-se de crime preterdoloso.
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JOAQUIM disparou contra o próprio peito. Por circunstâncias alheias à vontade de ambos,
o armamento apresentou falhas e a munição não foi deflagrada, não tendo resultado
qualquer dano à integridade física de JOAQUIM. Nessa situação, a conduta de JOAQUIM,
por si só, não constitui ilícito penal, mas MANOEL responderá por tentativa de participação
em suicídio. ( )
c) Considere a seguinte situação hipotética. JOÃO e MARIA, por enfrentarem grave crise
conjugal, resolveram matar-se, instigando-se mutuamente. Conforme o combinado, JOÃO
desfechou um tiro de revólver contra MARIA e, em seguida, outro contra si próprio. MARIA
veio a falecer; JOÃO, apesar do tiro, sobreviveu. Nessa situação, JOÃO responderá pelo crime
de induzimento, instigação ou auxílio a suicídio. ( )
Gabarito comentado:
“A” está errada, porque não existe previsão de aborto eugenésico como abortamento legal.
“B” está errada, porque Manoel somente responderia pelo crime se houvesse a vítima
sofrido, pelo menos, lesões graves, o que não se deu.
“C” está errada, porque, tendo praticado atos de execução, João deverá responder por
homicídio.
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“D”correta e autoexplicativa.
9) João instigou Leo a quebrar o braço de Rui, para que este não participasse de
competição de luta. Leo começou a bater em Rui e resolveu espancá-lo até a morte.
a) João e Leo responderão pelo crime de homicídio doloso, porque este foi o resultado
final da conduta instigada por João.
b) João não responderá pela prática de crime, pois a instigação não é punível no
ordenamento jurídico brasileiro, exceto quando expressamente prevista no tipo legal.
d) João responderá pelo crime de lesão corporal, porque quis participar de crime menos
grave do que o cometido por Leo.
e) João e Leo responderão pelo crime de lesão corporal seguida de morte, porque
assumiram o risco de produzir o resultado morte.
Gabarito comentado:
A resposta correta é a letra “D” e as razões adiante servirão para que se conclua pelo erro
das demais letras. João não pode responder pelo homicídio porque jamais combinou o
mesmo com Leo. Assim, Leo ao provocar resultado mais grave, deverá responder pelo
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mesmo e João, por ter combinado crime menos grave, deverá pelo mesmo responder, nos
termos do art. 29, § 2o, do Código Penal.
10) Com relação aos crimes contra a pessoa, assinale a opção correta.
c) A mulher que mata o filho logo após o parto, por estar sob influência do estado
puerperal, não comete crime.
d) A pessoa que imputa a alguém fato definido como crime, tendo ciência de que é
falso, comete o crime de difamação.
Gabarito comentado:
A correta é a letra “a”. A letra “b” está errada porque o médico somente não é punido pelo
aborto na hipótese de gravidez resultante de estupro quando ele recebe o consentimeto da
gestante ou de seu represetante legal. A letra “c” é igualmente errada porque a mulher que
mata o filho logo após o parto e sob influência do estado puerperal comete o crime de
infanticídio. Letra “d” é errada porque imputar falsamente a alguém a pratica de um fato
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definido como crime é crime de calúnia e não de difamação. Na letra “e” a conduta é típica
e caracteriza crime de sequestro qualificado.
Gabarito comentado:
Correta e autoexplicativa.
12) KIKO, bombeiro profissional, foi designado para trabalhar em uma praia com a
atribuição de zelar pela segurança dos banhistas. Ocorre que, durante esse serviço, uma
criança começou a se afogar, porém KIKO, apesar de estar próximo, não viu o que estava
acontecendo, pois se encontrava distraído conversando com uma moça. Um outro banhista,
contudo, vendo a situação de perigo correu rapidamente e socorreu a criança, sendo que
esta não sofreu nenhuma lesão.
Nesse caso:
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d) KIKO deve responder pelo crime de perigo para a vida ou saúde de outrem;
Gabarito comentado:
Letra “e” está correta. Não pode responder por omissão de socorrio pois se trata o citado
delito de crime doloso e, demais disso, como garantidor que é, jamais responderia pelo
crime do art. 135. Também não pode responder pelo crime de homicídio tentado, pois não
obrou com dolo e somente crimes dolosos admitem tentativa. Não responde por lesão
corporal porque não houve lesões. Também não pode responder por crime de periclitação
da vida e saúde e outrem, pois não obrou com dolo ao criar a situação de perigo.
13) Após um jogo de futebol entre os times “PERDE TODAS” e “PERDE SEMPRE”, na saída
do estádio começou uma briga entre torcedores embriagados. Durante a confusão houve
uma pancadaria generalizada, onde todos se agrediam mutuamente, não havendo grupos
definidos. Logo a polícia chegou e prendeu vinte pessoas que estavam participando da
briga. Durante essa confusão morreu SIMEÃO com uma facada. Após analisadas as filmagens
de emissoras de TV, observou-se que o golpe fatal foi desferido por LÚCIO, durante o
entrevero.
Nesse caso:
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Gabarito comentado:
Não podem todos responder pelo crime de homicídio porque não prvocaram o resultado.
Os que participaram da confusão generalizada devem responder por rixa qualificada e não
por rixa simples, consoante doutrina pacífica. Lúcio não responde apenas por homicídio,
mas também por rixa, havendo, entretanto, dúvidas na doutrina se ele deveria responder
por rixa simples ou qualificada. A resposta certa, portanto, é letra “d”.
14) ROMERO e GAUDÊNCIO faziam parte da mesma gangue, sendo que os dois estavam
tentando assumir a chefia do grupo. Certo dia, para ofender a autoestima de GAUDÊNCIO,
ROMERO chegou e repentinamente desferiu um tapa no seu rival e saiu correndo.
GAUDÊNCIO, com a ajuda de PUTIFAR, também membro da gangue, conseguiu correr atrás,
agarrar ROMERO e imobilizá-lo. Daí, também com a intenção de ultrajar a honra subjetiva
de ROMERO, arrancou com um canivete parte da pele do braço deste onde estava tatuado
o símbolo da gangue, causando-lhe uma deformidade permanente. Nesse caso:
b) por ter apenas retorquido a uma injúria, GAUDÊNCIO poderá ser beneficiado pelo
perdão judicial, de modo que não poderá ser condenado por nenhum crime referente ao
fato narrado. PUTIFAR, todavia, não terá esse benefício;
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Gabarito
b) Errado, porque Gaudêncio, ao retorquir a injúria real com outra injúria real, não
responderá pela injúria real, nos termos do art. 140, § 1o, II, do Código Penal, mas continuará
respondendo pela lesão grave, considerando-se que, quando a injúria real é praticada com
violência, além da pena da injúria, o agente também deverá responder pela pena
correspondente à violência, nos termos do preceito sancionatório do art. 140, § 2o, do
Código Penal.
c) Errada, pois Romero não pode se valer do perdão judicial e, assim, não ficará isento
de pena. Na hipótese de retorsão, apenas o autor da segunda injúria ficará isento de pena.
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circulação nacional, escreveu e publicou um editorial afirmando que tais cotas eram um
absurdo, pois todos sabiam que os negros eram uma raça inferior, e que se não passavam
no vestibular era por conta da deficiência intelectual genética e não por falta de
oportunidades. Convocou, ainda, os cidadãos brasileiros de raça branca a combater a causa
dos negros. Diante do fato, DIOGO, presidente de uma associação de negros, representou
ao Ministério Público, alegando que ele e seus companheiros tinham se sentido injuriados,
pelo quê solicitava providências imediatas.
Nesse caso:
b) HANS está amparado pela liberdade de expressão, não devendo responder por
nenhum crime;
c) não é possível se reconhecer, no caso, o crime de injúria racial, visto não haver
vítima(s) determinada(s), pois foi ofendido um número indeterminado de pessoas;
d) HANS não deverá responder por nenhum crime, pois está amparado pela excludente
de ilicitude do exercício regular de direito;
Gabarito comentado:
a) Errado, pois não houve injúria racial, mas crime de racismo definido no art. 20 da Lei
no 7.716/1989.
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c) Correta e autoexplicativa.
a) A pessoa jurídica pode ser vítima desse crime, visto que possui reputação.
b) Sob o ponto de vista objetivo, podemos dizer que a injúria racial é um crime mais
grave que o crime de homicídio culposo.
d) PLÍNIO chamou ZULU de “preto fedorento”, por conta de sua cor. ZULU revidou e
chamou PLÍNIO de “judeu muquirana”, considerando sua origem. Nesse caso, ZULU poderá
ser beneficiado com perdão judicial, visto que apenas retorquiu a uma injúria.
Gabarito comentado:
a) Errada, pois a pessoa jurídica não tem honra subjetiva, que é o bem jurídico tutelado na
injúria.
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d) Correta, diante do que consta no art. 140, § 1o, I, que também se refere à injúria real.
17) JOÃO e JOSÉ combinam agredir Tião a tiros, para produzir-lhe lesões corporais de
natureza gravíssima, pela incapacitação permanente para o trabalho. Ambos se postam de
cada lado de uma rua e, quando o desafeto se aproxima, efetuam disparos de arma de fogo
contra o mesmo. Apenas um disparo acerta a vítima, que vem a morrer. Ouvidos em juízo,
João confessa ter, na hora pretendido matar Tião. José confessa ter previsto a ocorrência da
morte de Tião, mas acreditou em sua habilidade e na de João para apenas lesionar a vítima.
A perícia não identificou a arma da qual partiu o projétil que acertou a vítima.
Gabarito comentado:
Essa questão deve ser respondida depois de atentarmos para alguns detalhes
importantíssimos. Primeiro, devemos analisar que, embora tenha sido combinada a
práticade crime de lesão gravíssima, no momento da prática da conduta delituosa, João não
agiu conforme combinado e decidiu matar a vítima, rompendo o vínculo antes existente.
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Afinal, José se uniu a ele em ações e desígnios para lesionar, não para matar. Assim, José
jamais poderá responder pelo crime mais grave, pois, durante todo o tempo, somente quis
a lesão gravíssima. Houve desvio subjetivo no comportamento de João e, assim, importará
saber qual dos disparos atingiu a vítima. Considerando-se que não se pode precisar,
estaremos diante de autoria colateral incerta em que cada um deles deve responder por
aquilo que minimamente fez. Assim, João no mínimo praticou tentativa de homicídio e José,
tentativa de lesão gravíssima, estando, pois, correta a letra “d”. Caso houvesse vínculo entre
os dois para matar, ainda que somente assim tivessem decidio na hora, não importaria saber
qual disparo veio a causar a morte e ambos responderiam por homicídio consumado. No
que tange à letra “b”, João jamais poderia responder por lesão corporal seguida de morte,
pois que seu dolo não era de lesionar, mas de matar. Também não poderiam os envolvidos
responder por crime consumado, pois não se sabe de quem partiu o disparo que provocou
a morte da vítima. Quanto á letra “e”, João, com dolo de matar, jamais poderia responder
por lesão corporal.
b) Nos denominados crimes de lesões corporais “gravíssimas” (Código Penal, art. 129,
§ 2o), a produção do resultado mais grave será punida a título de dolo direto, dolo eventual
ou preterdolo, conforme o propósito do Agente, salvo no caso de produção do aborto,
punido somente a título de preterdolo.
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e) O tipo penal de omissão de socorro (Código Penal, art. 135), uma vez que pode ser
praticado por qualquer Agente que, se deparando com a situação de perigo da vítima, não
lhe preste assistência ou solicite o socorro da autoridade pública, é classificado como crime
multitudinário.
Gabarito comentado:
Essa questão deve ser respondida depois de atentarmos para alguns detalhes
importantíssimos. Primeiro, devemos analisar que, embora tenha sido combinada a
práticade crime de lesão gravíssima, no momento da prática da conduta delituosa, João não
agiu conforme combinado e decidiu matar a vítima, rompendo o vínculo antes existente.
Afinal, José se uniu a ele em ações e desígnios para lesionar, não para matar. Assim, José
jamais poderá responder pelo crime mais grave, pois, durante todo o tempo, somente quis
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que tange à letra “b”, João jamais poderia responder por lesão corporal seguida de morte,
pois que seu dolo não era de lesionar, mas de matar. Também não poderiam os envolvidos
responder por crime consumado, pois não se sabe de quem partiu o disparo que provocou
a morte da vítima. Quanto á letra “e”, João, com dolo de matar, jamais poderia responder
por lesão corporal.
Gabarito comentado:
a) Errada, pois o resultado não foi por ele causado e sim pelo venefício.
b) Correta e autoexplicativa.
d) Errado, pois crime preterdoloso é aquele em que o Agente obra com dolo com relação
ao resultado menos grave e culpa, com relação ao mais grave.
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20) Amaro, durante uma calorosa discussão no trânsito, desferiu, com intenção homicida,
dois tiros de revólver em Bernardo. Mesmo dispondo de mais munição e podendo
prosseguir, Amaro arrependeu-se, desistiu de continuar a ação criminosa e prestou imediato
socorro a Bernardo, levando-o ao hospital mais próximo. A atitude de Amaro foi
fundamental para a preservação da vida de Bernardo, que, contudo, teve sua integridade
física comprometida, ficando incapacitado para suas ocupações habituais, por sessenta dias,
em decorrência das lesões provocadas pelos disparos. Considerando essa situação
hipotética, assinale a opção correta.
b) Amaro deve responder apenas pelo delito de lesão corporal de natureza grave.
Gabarito comentado:
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21) O crime previsto no art. 129, § 3o, do Código Penal – lesão corporal seguida de morte
– preterdoloso, por excelência:
a) exige para sua caracterização que fique demonstrado que o Agente não quis o
resultado obtido com sua ação ou que esse lhe fosse imprevisível;
b) insere-se na categoria dos delitos qualificados pelo resultado e, portanto, não admite
a forma tentada;
Gabarito comentado:
a) Errada, em virtude da parte final. Se o resultado mais grave fosse imprevisível, o Agente
não poderia responder pelo mesmo, nos termos do art. 19 do Código Penal.
b) Correta. Sendo o resultado mais grave alcançado a título de culpa, não se pode falar
em tentativa do referido crime.
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e) Errada, pois não se trata de crime doloso contra a vida, conforme explicitado acima.
d) A criança abandonada pelos pais não pode ser sujeito passivo de ato de omissão de
socorro praticado por terceiros.
Gabarito comentado:
a) Errada, pois se trata de crime omissivo próprio, que não admite tentativa.
c) Correta e autoexplicativa.
d) Errada, pois, embora os pais, na qualidade d e garantidores, não possam ser sujeitos
ativos de omissão de socorro, terceiros poderão perfeitamente sê-lo.
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a) Há cárcere privado.
d) Por estar o ilícito previsto em Tratado, ainda que pendente da aprovação parlamentar,
cabe seja reconhecido como crime.
Gabarito comentado:
24) Pedro e João, irmãos, nadavam em um lago, momento em que o primeiro começa a
se afogar. João, no entanto, permanece inerte, eximindo-se de qualquer intervenção. Pedro,
afinal, vem a falecer. A responsabilidade de João será:
c) pelo crime de perigo, tipificado no art. 132, do Código Penal (perigo para a vida ou
saúde de outrem);
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Gabarito comentado:
João não pode responder por homicídio, doloso ou culposo, pois não é garantidor. Também
não pode responder pelo crime de perigo do art. 132 porque não atuou com dolo de
provocar perigo. Trata-se de omissão de socorro.
25) Pai cruel, ao receber o boletim de seu filho (de 10 anos) e constatar o seu baixo
aproveitamento escolar, com o propósito de corrigi-lo, agride a criança com um cabo de
vassoura, abusando do exercício do direito de correção, resultando-lhe lesão corporal de
natureza leve. A hipótese caracteriza o crime de:
a) abuso de autoridade;
b) tortura;
c) maus-tratos;
d) constrangimento ilegal;
Gabarito comentado:
Cuida-se de maus-tratos, letra “c”, a resposta correta, nos termos do art. 136. na hipótese, a
lesão leve restará absorvida.
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c) A retratação, em relação aos crimes contra a honra, definidos no Código Penal, pode
dar-se antes de oferecida a queixa criminal, impedindo a instauração da ação penal.
d) O pedido de explicações em juízo, formulado com base no art. 144 do Código Penal,
suspende o curso do prazo decadencial.
Gabarito comentado:
d) Errada.
e) Errada, porque pode perfeitamente existir dolo eventual na calúnia, quando o Agente,
assumindo o risco de ser falsa a imputação, ainda assim a leva a efeito.
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Gabarito comentado:
c) Errada, pois é possível que tenhamos crime contra a honra plurissubistente, como na
hipótese do crime ser praticado através de carta.
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28) Quanto à hediondez, no que se refere ao delito de homicídio, será correto afirmar
que:
a) será considerado hediondo, quando for simples, desde que praticado em atividade
típica de grupo de extermínio e qualificado; o privilegiado-qualificado não se trata de crime
hediondo;
b) será considerado hediondo, quando for qualificado, tão somente; jamais será
hediondo quando for simples ou privilegiado-qualificado;
Gabarito comentado:
Correta é a letra A, de acordo com o art. 1o, I, da Lei no 8.072/1990. O homicídio simples será
hediondo quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio e o qualificado-
privilegiado, conforme entendimento majoritário, não é hediondo.
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29) Pedro e João, irmãos, nadavam em um lago, momento em que o primeiro começa a
se afogar. João, no entanto, permanece inerte, eximindo-se de qualquer intervenção. Pedro,
afinal, vem a falecer. A responsabilidade de João será:
c) Pelo crime de perigo, tipificado no art. 132, do Código Penal (perigo para a vida ou
saúde de outrem).
Gabarito comentado:
Exclua, de plano a letra “e”, porque a vítima não é incapaz, nada havendo nesse sentido no
texto. O crime de perigo do art. 132 também deve ser de plano excluído, porque não houve
crime de perigo, mas de dano: a pessoa morreu. Os personagens do nosso problema são
irmãos. Irmão não é, pelo mero fato de ser irmão, garantidor de irmão. O irmão só é
garantidor se ele se obriga a impedir o resultado com relação ao outro irmão ou se provoca
a situação de perigo enfrentada pelo outro irmão, o que não se menciona na questão. Assim,
a resposta correta é a letra “d”, respondendo por omissão de socorro, eis que, mesmo não
sendo garantidor, tem, desde que possa, o dever de agir.
30) Um guarda ferroviário encontra, por volta das 23 horas, um bêbado desacordado
sobre os trilhos. Como o próximo trem só passaria por ali às 6 horas da manhã do dia
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seguinte, optou por lá deixá-lo, até por volta das 4 ou 5 horas, momento em que o retiraria,
antes, portanto, do trem passar. A omissão do guarda:
Gabarito comentado:
A letra A está errada. Embora garantidor, por ser guarda ferroviário, ele não pode responder
pelo crime omissivo impróprio de homicídio porque não obrou com dolo de matar. A letra
“b” pode, de pronto, ser entendida como errada, pois crimes omissivos próprios não
admitem tentativa. Com relação à alternativa C, embora esteja atuando com dolo de perigo,
não há o crime de perigo mencionado, descrito no art. 132 do Código Penal, porque este
exige a demonstração da situação efetiva, real de perigo enfrentado pela vítima, o que não
ocorreu no caso concreto, pois a vítima foi retirada 2 horas antes do trem passar. Destarte,
a resposta correta é letra “E”.
31) Antônio Carlos, matador de aluguel, pretendendo, sem motivo, por fim à vida de
Maria de Lourdes, apontou-lhe, pelas costas, arma de fogo de grosso calibre, acionando o
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gatilho repetidas vezes. Não conseguiu seu intento, vez que a arma estava descarregada. É
CORRETO afirmar que Antônio Carlos:
Gabarito comentado:
Letra “B” é a correta, pois, estando a arma descarregada, cuida-se de crime impossível pela
impropriedade absoluta do meio, nos termos do art. 17 do Código Penal. Estamos, destarte,
diante de conduta atípica.
32) José João foi processado e condenado como incurso no art. 129, § 1o, I, do Código
Penal (lesão corporal grave) a pena privativa de liberdade de 1 (um) ano de reclusão em
regime aberto. Consta que o mesmo não é reincidente em crime doloso e lhe são favoráveis
os motivos e circunstâncias do crime, bem como culpabilidade, antecedentes, conduta social
e personalidade. Terá José João direito a:
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Gabarito comentado:
33) Gertrudes, moça pacata, com 20 anos de idade, residente no sítio, filha de pai rude e
violento, às escondidas, manteve um relacionamento amoroso com Vivaldo Borba,
engravidando. Envergonhada, com medo de seu pai e em respeito à sua família e
conhecidos, conseguiu manter a gravidez em segredo até que, depois de muito esforço,
provocou o parto dando à luz uma criança do sexo masculino. Ainda no estado puerperal,
para ocultar sua desonra, levou a criança para local diverso deixando-a debaixo de uma
árvore, sem prestar-lhe a assistência devida, razão pela qual veio esta a falecer. Gertrudes
a) infanticídio;
d) abandono de recém-nascido.
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Gabarito comentado:
Não se pode falar em infantício, aborto ou homicídio. A uma porque não houve o dolo
necessário à caracterização daqueles crimes. A duas, porque a criança não morreu. A
resposta certa é letra “d”, cuidando-se de crime de abandono de recém-nascido, previsto no
art. 134 do Código Penal.
Gabarito comentado:
b) Certa, pois se trata de crime de conduta livre, não sendo especificada pela lei a forma de
sua execução.
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35) Leonardo, indignado por não ter recebido uma dívida referente a venda de cinco
cigarros, desferiu facadas no devedor, que, em razão dos ferimentos, faleceu. Logo após o
fato, Leonardo escondeu o cadáver em uma gruta.
d) o fato de Leonardo ter cometido o crime por não ter recebido uma dívida é
circunstância que agrava a pena.
Gabarito comentado:
36) Ticiana sai para o trabalho e deixa seu filho Caio, de 3 anos, aos cuidados da avó
materna, Meviana. Num determinado momento, em que a avó sai de casa e deixa o neto
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sozinho, este sobe na janela do apartamento e cai do 10o andar, o que causa sua morte. É
correto afirmar, nesse caso, que:
Gabarito comentado:
Cuida-se de crime de homicídio culposo praticado pela avó, garantidora, que se omite no
dever objetivo de cuidado, permitindo, com o seu comportamento descuidado, a morte da
criança. A mãe não responde porque não descuidou, não obrou com violação do dever
objetivo de cuidado, considerando-se que a questão não traz qualquer detalhe que nos
permita dizer que a avó não pudesse ou não tivesse condições de ficar com a criança. A letra
correta, portanto, é letra “b”.
37) (Agente Polícia Civil – RR – 2003 – Cespe/UnB) Armando e Sérgio deviam a quantia
de R$ 500,00 a Paulo, porém se recusavam a pagar. No dia marcado para o acerto de contas,
Armando e Sérgio, com o ânimo de matar, compareceram ao local do encontro com Paulo
portando armas de fogo, emprestadas por Mário, que sabia para qual finalidade elas seriam
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usadas. Armando e Sérgio atiraram contra Paulo, ferindo-o mortalmente. Com relação à
situação hipotética apresentada acima, julgue os itens 37 a 40.
a) Armando, Sérgio e Mário são sujeitos ativos do crime perpetrado, sendo os dois
primeiros coautores, e Mário, partícipe.
Gabarito comentado:
a) Correta e autoexplicativa.
38) Rui era engenheiro e participava da construção de uma rodovia, para a qual seria
necessária a destruição de uma grande rocha, com o uso de explosivos. Rui, contudo, por
insuficiência de conhecimentos técnicos, não calculou bem a área de segurança para a
explosão. Por isso, um fragmento da rocha acabou atingindo uma pessoa, a grande
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distância, matando-a. Nessa situação, devido ao fato de a morte haver decorrido do uso de
explosivos, o caso é de homicídio qualificado.
Gabarito comentado:
Errado, cuida-se de crime de explosão qualificado pela morte, nos termos do art. 251c/c 258
do Código Penal.
39) Vítor desferiu duas facadas na mão de Joaquim, que, em consequência, passou a ter
debilidade permanente do membro. Nessa situação, Vítor praticou crime de lesão corporal
de natureza grave, classificado como crime instantâneo.
Gabarito comentado:
Correta e autoexplicativa.
40) Se for doloso o homicídio, a pena será aumentada de um terço, no caso de crime
praticado contra pessoa menor de catorze anos.
Gabarito comentado:
41) O perdão judicial pode ser aplicado ao crime de lesões corporais dolosas simples.
Gabarito comentado:
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Errada, pois apenas cabe perdão judicial para o crime de lesão corporal culposa.
42) Não é crime o aborto realizado pela própria gestante, se for provado que o feto estava
contaminado com vírus causador de doença incurável.
Gabarito comentado:
Errado, pois não se trata de aborto praticado por médico e justificado, nos termos do art.
128.
43) O condenado por homicídio doloso qualificado por motivo torpe não pode ser
beneficiado por livramento condicional.
Gabarito comentado:
Errado, pois poderá ser beneficiado com o livramento condicional caso não for reincidente
na prática de crime hediondo ou equiparado e depois de cumprir 2/3 de sua pena.
44) O evento morte, ocorrido durante uma rixa, qualifica a conduta de todos os
contendores.
Gabarito comentado:
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Gabarito comentado:
Correto, desde que ela não tenha dado conhecimento do fato às autoridades, fazendo
instaurar inquérito policial ou qualquer procedimento para apuração do crime que sabia não
ter sido cometido pelo funcionário, hipótese em que se caracterizará crime de denunciação
caluniosa.
46) A difamação e a injúria são crimes contra a honra, sendo que a injúria atinge a honra
objetiva da vítima, e a difamação, a honra subjetiva.
Gabarito comentado:
47) Considere a seguinte situação hipotética. Antônia, ao presenciar a prisão de seu filho,
proferiu xingamentos aos policiais que a efetuavam, ofendendo-os. Nessa situação, é
correto afirmar que Antônia praticou o crime denominado injúria.
Gabarito comentado:
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48) Nos crimes contra a honra, a retratação do ofensor somente é possível nos crimes de
calúnia e difamação.
Gabarito comentado:
Gabarito comentado:
Correto, pois se trata de crime de homicídio qualificado pelo meio cruel, nos termos do art.
121, § 2o, III, do Código Penal.
50) Considere a seguinte situação hipotética. João e Maria, por enfrentarem grave crise
conjugal, resolveram matar-se, instigando-se mutuamente. Conforme o combinado, João
desfechou um tiro de revólver contra Maria e, em seguida, outro contra si próprio. Maria
veio a falecer; João, apesar do tiro, sobreviveu. Nessa situação, João responderá pelo crime
de induzimento, instigação ou auxílio a suicídio.
Gabarito comentado:
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Errado. Na hipótese, deverá responder por crime de homicídio, pois não pode responder
por crime do art. 122 aquele que vier a praticar atos de execução que provoquem a morte
da vítima.
Gabarito comentado:
52) Considere a seguinte situação hipotética. Jorge constrangeu um cego deficiente físico
de se deslocar até uma agência bancária para receber um benefício, privando-o de seu guia
e destruindo as suas muletas. Nessa situação, Jorge praticou o crime de constrangimento
ilegal.
Gabarito comentado:
53) Considere que um boxeador profissional, durante uma luta normal, desenvolvida
dentro dos limites das regras esportivas, cause ferimentos que resultem na morte do
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adversário. Nessa situação, o boxeador deverá responder por homicídio doloso, com
atenuação de eventual pena, em face das circunstâncias do evento morte.
Gabarito comentado:
Errada. Se a luta foi desenvolvida dentro das regras do esporte, podemos dizer que, embora
típico o seu comportamento, o mesmo não se pode dizer ilícito e, portanto, amparado no
exercício regular do direito, não há que se falar em crime.
Gabarito comentado:
Correto, porque inseridos entre os arts. 121 e 154 do Código Penal, que definem os crimes
contra a pessoa.
55) Considere a seguinte situação hipotética. Antônia foi vítima de injúria praticada por
Margarida no dia 10/10/2007, tendo, por intermédio de advogado, requerido a instauração
do competente inquérito policial no dia 15/10/2007 e oferecido queixa-crime no dia
31/10/2007. Nessa situação, agiu corretamente o advogado de Antônia, pois o crime de
injúria é de ação privada, e só será admitida a queixa se oferecida no prazo de seis meses a
contar do dia em que o ofendido veio a saber quem é o autor do delito.
Gabarito comentado:
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Correta e autoexplicativa.
Gabarito comentado:
56) A lesão corporal grave, da qual resulta incapacidade por mais de trinta dias, somente
pode ser reconhecida com base nas declarações da vítima ou na confissão do réu, sem que
haja necessidade de exame pericial complementar.
Gabarito comentado:
Errado, pois se faz imprescindível a realização do exame complementar, após trinta dias, sob
pena de não ser possível o reconhecimento da qualificadora.
Gabarito comentado:
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Errada, diante da colocação da palavra “sobretudo” na resposta. Para que não se puna o
aborto praticado por médico quando a gravidez resulta de estupro, se faz imprescindível o
consentimento da gestante.
Gabarito comentado:
59) O delito de homicídio é crime de ação livre, pois o tipo não descreve nenhuma forma
específica de atuação que deva ser observada pelo Agente.
Gabarito comentado:
Correta e autoexplicativa.
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Gabarito comentado:
Correta era a resposta, da qual a autora discorda por um único motivo: não se trata de
coautoria, pois, para que exista coautoria, modalidade de concurso de pessoas, de
codelinquencia, é preciso haver liame entre os Agentes para a prática da conduta delituosa,
o que não ocorre na rixa, que se trata de crime em que os rixosos lutam uns contra os outros,
não havendo grupos definidos, até porque, se houvesse, estaríamos diante de lesões
recícprocas. Trata-se de um detalhe, que não compromete a correção dos demais termos da
assertiva.
Gabarito comentado:
Errado, se for imputação de fato definido como contravenção, teremos difamação, não
calúnia.
63) No interior de um bar, iniciou-se uma briga entre integrantes de duas torcidas. Júlio,
que a tudo assistia, passou a desferir socos e pontapés nos contendores, sendo que um
deles veio a sofrer ferimentos de natureza grave, causados por outro contendor. Nessa
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Gabarito comentado:
Errada, Julio nunca atuou com dolo de homicídio. Na hipótese, caso a contenda não fosse
de grupos definidos, um contra o outro, mas uma confusão generalizada, teríamos crime de
rixa e Julio, por ter participado da rixa da qual alguém sofreu lesão grave, deve responder
por crime de rixa qualificada, nos termos do parágrafo único do art. 137 do Código Penal.
64) Se, após consumado o estupro, o autor, temeroso em ser reconhecido, mata a vítima,
esse homicídio é qualificado, para assegurar a impunidade.
Gabarito comentado:
Correta, nos termos do disposto no art. 121, § 2o, não se podendo aplicar o disposto no art.
213,3o, pois que, ali, a morte ocorre a título de culpa. No exemplo dado pela questão, a
morte decorreu de dolo.
65) ) Em regra, consuma-se o delito de homicídio no momento em que a vítima tem sua
integridade física atingida.
Gabarito comentado:
Errada, a consumação do homicídio ocorre coma morte da vítima, eis que se trata de um
crime material, que descreve o resultado morte e exige sua ocorrência para a consumação.
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66) Matar alguém sob o domínio de violenta emoção, logo após a injusta provocação da
vítima, caracteriza o homicídio privilegiado.
Gabarito comentado:
67) Se for doloso o homicídio, a pena será aumentada de um terço, no caso de crime
praticado contra pessoa menor de quatorze anos.
Gabarito comentado:
68) A mãe que profira xingamentos contra policiais militares no momento em que
executam a prisão de seu filho incorre no delito de injúria.
Gabarito comentado:
Gabarito comentado:
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Correta e autoexplicativa.
70) homicídio privilegiado o fato de o Agente cometer o crime impelido por motivo de
relevante valor social ou moral, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato
injusto da vítima.
Gabarito comentado:
Errada em virtude da parte final, quando menciona que teremos homicídio privilegiado
quando o Agente praticar o crime sob domínio de violenta emoção provocado por ato
injusto da víitma. A causa de privilegio somente resta caracterizada quando se tratar de
crime de homicídio praticado sob domínio de violenta emoção logo após injusta provocação
da vítima.
Gabarito comentado:
Correta e autoexplicativa.
72) ) Há homicídio qualificado se o Agente tiver praticado crime impelido por motivo de
relevante valor social ou moral.
Gabarito comentado:
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Errado, pois que se trata de hipótese de homicídio privilegiado aquele descrito na questão,
nos termos do art. 121, § 1o.
Gabarito comentado:
Correto, devendo o Agente responder pelos dois crimes em concurso formal de delitos, nos
termos da parte final do art. 73 do Código Penal.
74) Mário, agindo com animus jocandi, ofendeu a honra de Carlos, imputando a ele fato
ofensivo à sua dignidade e reputação. Nessa situação, Mário não será responsabilizado
criminalmente.
Gabarito comentado:
Correto, pois que os crimes contra a honra são crimes de tendência e exigem para sua
caracterização que o Agente tenha obrado com o dolo de ofender, não sendo caracterizado
quando se tratar de animus jocandi.
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75) César induziu Luciano a cometer suicídio, além de auxiliá-lo nesse ato, entregando-
lhe as chaves de um apartamento localizado no 19o andar de um prédio. Luciano,
influenciado pela conduta de César, jogou-se da janela do apartamento, mas foi salvo pelo
Corpo de Bombeiros, vindo a sofrer lesões leves em decorrência do evento. Nessa situação,
César praticou crime de induzimento, instigação ou auxílio a suicídio.
Gabarito comentado:
Errado, pois, para a caracterização do delito descrito no art. 122 é necessário que a vítima
sofra, pelo menos, lesões corporais de natureza grave.
76) Com intenção de matar Suzana, Geraldo desferiu contra ela três tiros de arma de
fogo, sem, contudo, conseguir atingi-la, por erro de pontaria. Nessa situação, Geraldo
responderá por tentativa de homicídio, na modalidade tentativa cruenta.
Gabarito comentado:
Errado, pois a tentativa, na hipótese, foi a tentativa denominada “branca” em que a vítima
não foi atingida. Cuida-se de tentativa incruenta.
77) Leonardo, indignado por não ter recebido uma dívida referente a venda de cinco
cigarros, desferiu facadas no devedor, que, em razão dos ferimentos, faleceu. Logo após o
fato, Leonardo escondeu o cadáver em uma gruta. Com base na situação hipotética acima,
é correto afirmar que Leonardo praticou crime de homicídio qualificado por motivo torpe.
Gabarito comentado:
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É errado afirmar que ele tenha praticado homicídio po rmotivação torpe, pois se trata, em
verdade, de motivação fútil matar por conta de cinco cigarros. Ocorre que a questão
também não menciona o crime de ocultação de cadáver praticado por Leonardo.
Gabarito comentado:
Correto, pois somente pode ser vítima de instigação, induzimento e auxílio ao suicídio
aquele que tiver discernimento para querer por fim à sua própria vida, o que não ocorre
quando estivermos diante de uma pessoa com problemas mentais.
79) Pedro e Paulo, um sem saber da conduta do outro, atiraram em Leonardo, com
intenção de matá-lo, o que veio efetivamente a ocorrer. A perícia não conseguiu descobrir
qual deles produziu o resultado. Nessa situação, Pedro e Paulo responderão por tentativa
de homicídio.
Gabarito comentado:
Correto, pois se trata de hipótese de autoria colateral incerta, em que não existe vínculo
subjetivo entre os Agentes e estes, por não se saber qual teria sido o causador do evento
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morte, deverão responder por aquilo que, no mínimo, fizeram, ou seja, tentativa de
homicídio.
80) O médico Caio, por negligência que consistiu em não perguntar ou pesquisar sobre
eventual gravidez de paciente nessa condição, receita-lhe um medicamento que provocou
o aborto. Nessa situação, Caio agiu em erro de tipo vencível, em que se exclui o dolo, ficando
isento de pena, por não existir aborto culposo.
Gabarito comentado:
Correta e autoexplicativa.
81) Vítor desferiu duas facadas na mão de Joaquim, que, em consequência, passou a ter
debilidade permanente do membro. Nessa situação, Vítor praticou crime de lesão corporal
de natureza grave, classificado como crime instantâneo.
Gabarito comentado:
82) Célio praticou crime punido com pena de reclusão de 2 a 8 anos, sendo condenado
a 6 anos e 5 meses de reclusão em regime inicialmente semiaberto. Apelou da sentença
penal condenatória, para ver sua pena diminuída. Pendente o recurso, entrou em vigor lei
que reduziu a pena do crime praticado por Célio para reclusão de 1 a 4 anos. Nessa situação,
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Célio não será beneficiado com a redução da pena, em face do princípio da irretroatividade
da lei penal previsto constitucionalmente.
Gabarito comentado:
Errado, pois, tratando-se de lei que beneficia, deverá retroagir para alcançar delitos
praticados anteriormente à sua vigência.
83 Marcelo, com intenção de matar, efetuou três tiros em direção a Rogério. No entanto,
acertou apenas um deles. Logo em seguida, um policial que passava pelo local levou Rogério
ao hospital, salvando-o da morte. Nessa situação, o crime praticado por Marcelo foi tentado,
sendo correto afirmar que houve adequação típica mediata.
Gabarito comentado:
Correta, pois, sendo necessária a utilização da norma do art. 14, II, do Código Penal para
adequar-se a conduta de Marcelo ao tipo penal incriminador do art. 121, temos adequação
típica mediata, que se contrapõe ao conceito de adequação típica imediata pois, nesse, a
conduta do Agente se amolda perfeitamente e imediatamente ao tipo penal incriminador.
84) PAULO, no dia 17 de outubro de 1988, procurou SÉRGIO, seu irmão, solicitando a sua
opinião a respeito de um plano que pretendia levar a efeito, na tarde daquele dia,
objetivando matar BRÁULIO, em razão de desavença acerca do tráfico de entorpecentes.
Imediatamente, SÉRGIO, aprovando a idéia, ofereceu sugestões a PAULO quanto à execução
da empreitada, afirmando, inclusive, que contaria com o seu apoio, eis que, após o fato,
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poderia homiziar-se, por alguns dias, em imóvel de sua propriedade, localizada na zona rural
desta cidade. Tal como idealizado, o plano delituoso foi perpetrado, sendo, em
consequência, instaurado inquérito policial, restando PAULO indiciado no art. 121, § 2°, II e
SÉRGIO no art. 348, caput, ambos do Código Penal. Pergunta-se: Está correta a capitulação
atribuída pela autoridade policial? Resposta objetivamente justificada.
Gabarito comentado:
O irmão não pode responder pelo art. 348. O irmão, ao dar sugestões acerca do plano
criminoso, incitando o outro ao plano criminoso é, no mínimo, partícipe daquele homicídio
e, assim, teria que responder pelo mesmo crime daquele que matou. O homicídio
perpetrado, a seu turno, não é qualificado pelo motivo fútil, porque matar em virtude de
desavença por tráfico de entorpecente caracteriza motivação torpe. Então o inciso não é o
II, o inciso é o I. Paulo, o executor e que tem o domínio do fato, responderá pelo art. 121,
§ 2o, inciso I do CP. Sérgio responderá pelo art. 121, § 2o, inciso I, combinado com o art. 29,
todos do CP.
85) CAIO e TÍCIO, animus necandi, ignorando cada um deles a conduta do outro,
mediante emboscada, desfecham disparos contra MÁRIO, que veio a ser atingido pelo
projétil de uma das armas, não se apurando, contudo, de qual. Momentos antes, CAIO
confidenciara o seu propósito criminoso ao policial civil MÉVIO, que se achava em serviço
nas proximidades, sendo a conversa, sem que ambos percebessem, escutada pelo bancário
SÍLVIO da janela de sua residência. Do local onde se encontravam, MÉVIO e SÍLVIO assistiram
passivamente ao evento. Acreditando que MÁRIO estivesse morto, CAIO, TÍCIO e MÉVIO
sairam do local, enquanto SÍLVIO, ignorando o pedido de auxílio da vítima, retirou-se para
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o interior de sua casa. Decorridos trinta minutos, MÁRIO foi socorrido por terceiros, vindo a
falecer ao dar entrada no hospital do Andaraí, em consequência dos ferimentos sofridos e
da ausência de pronta assistência. Recebendo os autos do inquérito policial, como Promotor
de Justiça, firme sua opinio delicti a respeito das condutas perpetradas por CAIO e TÍCIO,
indicando os dispositivos legais pertinentes. Justifique sucintamente a resposta.
Gabarito comentado:
Eles não estão unidos em ações e desígnios para a prática de conduta delituosa. Temos aqui
hipótese de autoria colateral incerta, porque não se sabe qual o disparo causou o evento
morte. Ambos, assim, respondem por tentativa. Qual é a razão de ambos responderem por
tentativa? Porque nós podemos assegurar que isso foi no mínimo o que cada um fez. Nós
não podemos concluir que os dois respondam por homicídio consumado, porque um deles
não praticou esse homicídio. Se os dois respondessem por homicídio consumado, um deles
estaria sendo injustiçado, respondendo por um resultado que não causou.
Assim, Caio e Tício responderiam pelo art. 121, § 2o, inciso IV do CP combinado com art. 14,
inciso II, do Código Penal.
Mévio, por ser policial e, portanto, garantidor, por ter se omitido quando devia agir para
impedir o resultado, responde por homicídio, art. 121, § 2o, inciso IV do CP combinado com
art. 13, § 2o, a, do CP.
Sílvio, que é bancário, não é garantidor e, portanto, responde pelo art. 135, parágrafo único,
Código Penal, porque, mesmo perdendo, deixou de prestar socorro à vitíma.
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86) Jonas pai de Caio assiste quando Lúcia, com dolo de matar, dispara diversas vezes
contra seu filho sem nada fazer, porque Lúcia era sua amante e não desejava contrariá-la.
Tipifique a conduta de Jonas e de Lúcia.
Gabarito comentado:
Lúcia responde por homicídio. Quanto à Jonas, garantidor do filho, divide-se a doutrina:
1a corrente: é partícipe do crime da Lúcia, por ser garantidor e ter se omitido diante do
crime comissiva de alguém.
2a corrente: ele seria autor do seu próprio crime de homicídio. O garantidor quando se
omite diante de algo que deve impedir é autor do crime que tinha que impedir.
87) Gisela toma banho de sol com seu amante Pedro, que se fazia acompanhar do menino
Felipe, filho de Pedro com Kelly. Pedro, absolutamente absorto em conversação que trava
com Gisela, não vê quando o menino, que não sabia nadar, se afoga. Gisela, embora a tudo
assista, nada faz para salvar a criança, nem alerta Pedro sobre o fato. Tipifique as condutas
de Gisela e Pedro. Se, na hipótese acima, Pedro assistisse seu filho se afogando e nada
fizesse, porque instigado por Gisela, a resposta seria a mesma?
Gabarito comentado:
Gisela não é garantidora da criança, ele é só amante de Pedro, que não viu que a criança
estava se afogando. Se Pedro tivesse visto e nada fizesse, responderia por homicídio doloso.
Como não assistiu ao afogamento, a conduta típica do pai seria de homicídio culposo (art.
121, § 3o)crime pelo qual certamente receberia o perdão judicial (art 121, § 5o). Gisela
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responde por mera omissão de socorro (art. 135, parágrafo único), porque não tinha dever
de agir para impedir o resultado.
Na segunda, se Pedro assistisse seu filho se afogando e nada fizesse, porque foi instigado
por Gisela, responderia por homicídio doloso, art. 121, § 2o, III, c/c 13, § 2o, a CP. Gisela,
mesmo não sendo garantidora, responderia como participe da conduta de Pedro, art. 121,
§ 2o, III, c/c 13, § 2o, a, e art. 29 do Código Penal, isso porque a condição de garantidor de
Pedro se comunicaria a Gisela.
Homicídio qualificado
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Relevância da omissão
88) Lucília, fingindo querer suicidar-se, comenta com Ana, amante de seu marido, a sua
intenção. Ana, que deseja a morte da rival e se faz passar por amiga e confidente,
aproveitando-se daquilo que supõe ser uma forte crise emocional de Lucília, diz que fará
qualquer coisa para ajudá-la. Lucília, então, pede que Ana derrame em um copo o Ana
acredite tratar-se de veneno. Ana faz como solicitado por Lucília e esta, ao ingerir o líquido
que lhe é entregue, morre em minutos, já que, sabedor da farsa da mulher, Jorge, marido
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de Lucília, havia trocado o inofensivo líquido que a mesma colocara no frasco por veneno,
fato este que jamais levou ao conhecimento de Ana. Analise as condutas penalmente
relevantes acima descritas.
Gabarito comentado:
Ana não praticou nenhum crime, sendo atípica sua conduta porque somente existe
induzimento, instigação ou auxílio a suicídio quando há vontade da vítima em dar fim à
própria vida. Como era uma farsa, Lucília não queria realmente se suicidar e não se suicidou,
pois que suicídio é a deliberada destruição da própria vida, o que não houve in casu. Ana
não cometeu crime algum, portanto. Trata-se de homicídio praticado pelo Jorge, como autor
mediato, pois que se utilizou de terceiro para a execução do crime que desejava praticar.
Verifique que Ana não pode ser considerada co-autora da conduta de Jorge porque
desconhecia por completo os propósitos deste último, não tendo aderido à conduta do
mesmo.
89) SOLON, na sala do seu apartamento, ouve, mais uma vez de ANA, sua mulher, que se
encontrava grávida, um propósito suicida. Descrente ao que ouvira, SOLON ausenta-se do
apartamento, do que se aproveita ANA, uma vez só, para atirar-se pela janela. Na queda,
vem a atingir com o próprio corpo um transeunte, MATIAS, que morre em consequência do
choque, enquanto ANA sobrevive, mas sofre lesões que dão origem a um aborto.
Gabarito comentado:
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Ana responde por homicídio culposo e auto-aborto. Ao se atirar pela janela, acaba
provocando a destruição do feto, sabendo estar grávida. Outrossim, o evento morte, mesmo
que não tenha sido previsto por Ana, lhe era perfeitamente previsível. Sólon, qualquer que
seja a posição adotada quanto ao auxílio por omissão, não pode responder pelo crime do
art. 122 pois que este exige dolo, direto ou eventual, o que não ocorreu na hipótese, que
destaca ter o mesmo saído de casa “descrente ao que ouvira”, ou seja, não acreditava que a
mulher fosse dar fim à própria vida, não havendo a modalidade culposa do delito em tela.
90) Vilma era filha da empregada doméstica que trabalhava para os pais de Andre, que
por ela se apaixonou, casou-se e teve 3 filhos. Andre, entretanto, a humilhava muito, tinha
várias amantes, não permitia que saísse de casa e ainda a infligia constantes maus tratos,
fazendo da vida daquela mulher um verdadeiro inferno. Alguns anos depois, não suportando
as atitudes do marido, que nunca deixou de vê-la como a “filha da empregada”, Vilma
suicidou-se. É típico o comportamento de Andre?
Gabarito comentado:
Para que tenhamos o crime do art. 122, se faz indispensável a existência do dolo, admitindo-
se até mesmo a modalidade do dolo eventual, razão pela qual, pelo menos em tese, se
admite a sua caracterização quando a vítima for submetida a maus tratos sucessivos. Para
que se caracterize o crime nessa hipótese, contudo, será necessário que o Agente tenha feito
a previsão do evento e, ainda assim, tenha continuado a submetê-la aos maus-tratos,
aceitando que a mesma viesse a praticar o suicídio. Se o Agente não faz essa previsão, ainda
que lhe seja previsível, ou não aceita que o resultado venha mesmo a ocorrer, estaremos
diante de conduta atípica, pois que inexistente a modalidade culposa do crime em estudo.
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91) Uma mulher que vive em extrema pobreza no coração da floresta amazônica, foi
estuprada por um forasteiro que por ali se instalara temporariamente. No local, muito
distante de um centro urbano, não havia hospitais, casas de saúde ou mesmo médicos. Não
dispunham os moradores daquele longínquo povoado sequer de barco apropriado para sua
locomoção até a cidade mais próxima. Diante do estado de desespero enfrentado pela
vítima do crime sexual, uma velha índia, iniciada nos rituais da pajelança e que costumava
fazer os partos do local, realiza, com prévio consentimento da gestante, o aborto. A conduta,
nessas circunstancias, seria criminosa?
Gabarito comentado:
Não se tratando de médico aquele que realiza o aborto, não teríamos a incidência do art.
128, II, do Código Penal, consoante entendimento majoritário. De qualquer sorte, estamos
diante de situação excepcional em não se poderia exigir uma conduta diversa, já que não há
médicos por lá, devendo ser igualmente consideradas todas as dificuldades de locomoção
para local onde houvesse a possibilidade de ser atendida por um medido, o que não
ocorreria em situações normais. Destarte, considerando-se que somente pode recair juízo
de censura sobre o comportamento típico e ilícito de alguém quando desse alguém se pode
exigir conduta diversa, o que não ocorre in casu, pode-se concluir pela inexigibilidade de
conduta diversa e, portanto, pela existência de uma causa supralegal de exclusão de
culpabilidade. Para aqueles que entendem possível a aplicação do
art. 128, II, do Código Penal ao não medico, por analogia in bonam partem, não haveria
crime para a parteira em virtude da aplicação do referido artigo de lei, sendo desnecessária
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a alegação de causa supralegal. Veja que as soluções são idênticas, apenas sendo distintas
as fundamentações.
92) Cristina, grávida de dois meses e desejando abortar, estabelece contato telefônico
com seu médico, pedindo que este lhe indique medicamento para tanto, sendo
prontamente atendida pelo último. Após ingerir o medicamento indicado, Cristina passa a
sangrar abundantemente, vindo a interromper a gravidez com a morte do feto. Dois dias
depois, em virtude das complicações provocadas pela perda excessiva de sangue, Cristina
morre. Analise a conduta do médico.
Gabarito comentado:
O médico é participe do crime de autoaborto, art. 124 c/c 29 CP. Ele não pode responder
pelo art. 126 na hipótese, porque pelo art. 126 só responde quem realiza o aborto em
outrem, o que não se deu no caso em tela. De qualquer forma, a mulher realizou as
manobras abortivas com o auxílio do médico, que prescreveu o medicamento. Tendo a
mulher morrido em virtude da ingestão daquele medicamento, sendo previsível ao médico
aquele resultado, não se pode aplicar o art. 127 do Código Penal, que se cuida de causa de
aumento de pan quando o crime praticado tiver sido o do art. 125 ou 126. Destarte, o médico
responderia pelos crimes dos arts. 124 c/c 129 e art. 121, § 3o, na forma do art. 70, todos do
Código Penal.
Forma qualificada
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93) Agenor, namorado de Bianca, que está grávida e deseja praticar um aborto, arranha
violentamente o corpo desta em diversas partes, causando-lhe lesões de natureza leve, tal
qual previamente ajustado por ambos. Após, dirigem-se a uma Delegacia de Polícia onde
falsamente noticiam um estupro de que a última teria sido vítima. A autoridade policial
instaura imediatamente inquérito para apuração da autoria do suposto crime contra Bianca
perpetrado, dando início às investigações, com inquirição de possíveis testemunhas, além
da própria vítima, que é submetida a exame de corpo de delito, constatando-se a presença
de vestígios fartos de violência. Com cópias dos autos do procedimento investigatório
preliminar, dirigem-se a uma clínica, onde, a pedido de Bianca, um médico realiza o aborto,
convencido de que a paciente teria sido vítima do crime noticiado, após ler a farta
documentação por Agenor e Bianca apresentada. Analise a conduta de Bianca, Agenor e do
médico.
Gabarito comentado:
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Descriminantes putativas
Agenor – induziu o médico a erro, portanto ele responde pelo crime que induziu o outro a
cometer (art. 20, § 2o CP). Por isso, ele responde pelo art. 126, além do crime de falsa
comunicação de crime, delito contra a Administração da Justiça, descrito no art. 340 do
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Bianca – deu consentimento para que o médico fizesse o aborto, por isso ela responde pelo
art. 124 Código Penal, além do crime de falsa comunicação de crime, consoante acima
explicitado.
Note que, a rigor, o crime do art. 340 não estaria absorvido pelo aborto, pois que suas
objetividades jurídicas são distintas. Independente de haver um aborto praticado, existe um
procedimento que foi instaurado para apuração de crime não existente, comprometendo a
administração da justiça.
94) Lucas pai de Mateus, este último portador de grave doença e deficiente físico e
mental, bate violentamente em seu filho, causando-lhe, entretanto, lesões de natureza leve.
Capitule a sua conduta indicando se a resposta se alteraria caso as lesões fossem de natureza
grave.
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Gabarito comentado:
São fatos relevantes nessa questão o fato de ser lesão leve, de ser filho e de ser a vítima
portadora de deficiência física. O fato de ser filho cuida-se de crime praticado no âmbito
doméstico, incidindo o art. 129, § 9o. Não podem ser os §§ 2o e 3o porque as lesões não
foram graves. Incide, ainda, uma causa de aumento de pena, nos termos do § 11. Então a
capitulação será art. 129, §§ 9o e 11. Se fossem lesões de natureza grave, teríamos o crime
do art. 129, § 1o ou 2o e § 10, em que as relações domésticas vão funcionar como causa de
aumento de pena.
Lucas, sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação de seu
desafeto, efetuou, de surpresa, disparos de revólver pelas costas da vítima, matando-a.
Nessa situação, Lucas responderá pela prática do crime de homicídio privilegiado-
qualificado, que é hediondo.
Gabarito comentado:
96) CELSO, em companhia de seus amigos EDUARDO e JANSEN, está com sua lancha
fundeada na enseada de uma ilha em Angra dos Reis. Em certo momento, CELSO avista uma
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criança se afogando e manifesta a intenção de nadar até o local para salvá-la. EDUARDO,
exímio nadador, e JANSEN, que se encontra com a perna engessada em razão de lesão no
joelho, dissuadem CELSO, alegando que o salvamento da criança acarretará a interrupção
do lazer que desfrutavam. CELSO, então, concorda com a proposta e não socorre a criança
que, apesar disso, após vários momentos de agonia e grande ingestão de água, consegue
sobreviver, ajudada por terceira pessoa que, posteriormente, chegara ao local.
Gabarito comentado:
Celso e Eduardo devem responder pelo crime de omissão de socorro, nos termos do art.
135, caput, do Código Penal, eis que, podendo, não atuaram como determina a norma,
prestando socorro à criança em situação de perigo. Mesmo tendo a decisão de não atuar
sido tomada por Eduardo e Celso, em conjunto, majoritariamente se entende não ter havido
co-delinquencia na hipótese vertente, eis que não cabe coautoria em crime omissivo. Deve-
se destacar que tal orientação, embora majoritária, não é pacífica, havendo autores que
entendam que estaríamos diante de coautoria quando a decisão de não atuar fosse
deliberada por aqueles que podiam fazê-lo. Quanto a Jansen, verifica-se que,
impossibilitado de agir, não poderia figurar como autor do crime do art. 135, mas tendo
dissuadido Celso, convencendo-o a não atuar, é partícipe do mesmo. Observa-se que a
questão não menciona o fato de Jansen dispor de um aparelho de telefonia celular ou
mesmo da lancha dispor de instrumentos de comunicação. Caso se fizesse essa menção,
Jansen seria autor de omissão de socorro, por não ter chamado a ajuda da autoridade e não
mero partícipe do crime de Celso.
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Por fim, há de se destacar que o fato da criança ter sido salva por um terceiro não
descaracteriza o crime de omissão de socorro cometido pelos Agentes, embora tal
entendimento não seja incontroverso, existindo aqueles que dirão que, em sendo obrigação
solidária, o socorro poderia ser prestado por qualquer um, eximindo o Agente de
responsabilização pelo crime. Como estamos analisando uma questão de prova para o
Ministério Público, dever-se-ia defender a primeira corrente, destacando que o crime já
estava consumado para os três personagens quando o socorro foi prestado por terceiro.
Gabarito comentado:
Cuida-se de crime de homicídio privilegiado, praticado por motivo de relevante valor moral,
nos termos do art. 121, § 1o, do Código Penal. Na hipótese, não incidirá a qualificadora do
venefício, que apenas tem lugar quando o veneno é ministrado de forma subreptícia, sem
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98) De acordo com o código penal, no crime de homicídio e lesão corporal, a pena é
aumentada de um terço se o crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de
prestação de serviço de segurança, ou grupo de extermínio.
Gabarito comentado:
Errado. Está errada a questão porque o aumento estabelecido no art. 121, parágrafo 6˚, CP,
relativo ao homicídio cometido por milícia privada, sob o pretexto de prestação de
segurança, ou grupo de extermínio, que se aplica também à lesão corporal (art. 129,
parágrafo 7˚), não é fixo, mas variável de um terço à metade.
Gabarito comentado:
Errado. Está errada a questão. Asfixia é o impedimento, por qualquer meio da passagem do
ar pelas vias respiratórias ou pulmões da pessoa, acarretando a falta de oxigênio no sangue,
podendo, dependendo do tempo de suspensão da respiração, causar a morte. Ela pode ser
mecânica (enforcamento, afogamento, estrangulamento, esganadura ou sufocação) ou
tóxico (produzido por gases deletérios)
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c) a tortura não pode ser considerada qualificadora, uma vez que possui tratamento próprio
em legislação específica.
d) o motivo fútil não se comunica em caso de concurso de agentes, em razão de sua natureza
objetiva.
Gabarito comentado:
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