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Sem água não há vida.

Aproximadamente 80% dos organismos são


constituídos por água.

Desde os primórdios a água teve um papel importante na radicação e


desenvolvimento das civilizações. Foram nas margens de rios e lagos que
edificaram-se grande número de cidades e comunidades. Com o aumento da
concentração de pessoas aumenta consideravelmente o consumo de água e a
produção de resíduos . Surge a necessidade de “Sanear”, palavra que vem do
latim e significa tornar saudável, higienizar e limpar.

Em 312 A.C., o Império Romano foi a primeira grande civilização a dar


atenção ao saneamento. Designado como Superintendente de Águas de
Roma, Sextus Julius Frontinus era o responsável pelo sistema de
abastecimento de água, o aqueduto Aqua Apia, seus reservatórios, banheiros
públicos, chafarizes e grandes termas.

Com a queda do Império Romano, no início da Idade Média, todo o


conhecimento sobre hidráulica, saneamento e sua gestão, ficou arquivado em
mosteiros religiosos. Somente em 1425 estes ensinamentos voltam a ser
utilizados. Durante a Idade média foram surgindo novas regiões. Germânia,
Bretanha, Espanha e Portugal eram organizadas no sistema feudal, e ao
contrário dos romanos que faziam a captação de longas distâncias, a captação
era feita diretamente dos rios. Houve uma inversão na responsabilidade de
gerenciar a água, o que antes era papel do governo, passou a ser dos
cidadãos. A maioria das famílias escavavam seus próprios poços dentro de
suas propriedades, muitas vezes a pouca distância de fossas e estábulos, o
que aumentava os índices de contaminação e proliferação de doenças.

Na Idade Moderna (1453 a 1789), novas mudanças no gerenciamento


das águas, em Paris, por volta de 1500, a distribuição de água passa a ser
responsabilidade do município, e feita por meio de canalizações. Em 1620, no
Rio de Janeiro, Aires Saldanha inicia as obras do aqueduto do Rio Carioca,
sendo concluída somente em 1723. O primeiro sistema de abastecimento de
água do Brasil tinha 270 metros de comprimento e 18 metros de altura.

Na Idade Contemporânea (1790 até os dias de hoje), por volta de 1829,


surgem na França e na Inglaterra as primeiras leis de controle da poluição das
águas. No Brasil durante o período colonial, toda e qualquer ação de
saneamento eram feitas exclusivamente de forma individual. Em 1840 foi
fundada uma empresa para explorar os serviços de transporte de água que
eram feitos através de carroças puxadas por burros. Assim era o de
abastecimento de água no Rio de Janeiro. Com o crescimento da cidade, a
melhoria do sistema de abastecimento de água se fez necessária. A água
passou a ser comercializada, o que era um bem natural passou a ser
mercadoria. Por volta de 1850 as províncias entregam as concessões para
empresas estrangeiras. Em São Paulo (1857 – 1877), é construido o primeiro
sistema Cantareira de abastecimento de água encanada pela empresa Achilles
Martin D'Éstudens.
Em Porto Alegre no ano de 1861 é instalado o sistema de abastecimento
pela Companhia Hidráulica Porto-Alegrense.
Em 1876, o Rio de Janeiro inaugura uma Estação de Tratamento de
Água (ETA), com seis Filtros Rápidos de Pressão Ar/Água. Com a insatisfação
dos serviços prestados pelas empresas estrangeiras no inicio do século XX
ocorre a estatização dos serviços.
Em 1930 todas as capitais possuíam sistemas de distribuição de água e
coleta de esgotos. Um dos principais responsáveis por isso foi o Engenheiro
Saturnino de Brito, considerado o patrono da engenharia sanitária no Brasil.
Com o aumento do êxodo rural, aumenta também a demanda por
serviços de saneamento nos grandes centros. Em 1940 se inicia a
comercialização do serviços. Surgem autarquias e mecanismos de
financiamento para abastecimento de água com influência do Serviço Especial
de Saúde Pública (SESP), hoje denominada Fundação Nacional de Saúde
(FUNASA). Em 1950 criação dos Serviços Autônomos de Água e Esgotos –
SAAE. Em 1964 criação do Banco Nacional da Habitação (BNH), voltado ao
financiamento e à produção de empreendimentos imobiliários e responsável
pela formulação e implementação do Sistema Financeiro da Habitação (SFH) e
do Sistema Financeiro do Saneamento (SFS).
Durante o Regime Militar, em 1971 é instituído o PLANASA – Plano
Nacional de Saneamento, que destinava recursos para os Estados. Através do
Sistema Financeiro de Saneamento (SFS), sendo gerido pelo Banco Nacional
da Habitação (BNH). Os Estados federação recebiam empréstimos desde que
fossem criados um Fundo de Financiamento para aguas e esgotos (FAE) e
uma companhia estadual de saneamento. Com a aprovação da Lei de
Saneamento básico em 2007 (lei 11.445/2007), são estabelecidas as regras
para exploração de serviços e a possibilidade de formação de parcerias púbico-
privadas (PPPs), bem como a definição do papel dos municípios na gestao dos
recursos. De acordo com estudo da Associação Brasileira da Infraestrutura e
Indústria de Base (Abdib), desconsiderando o crescimento das cidades e a
recuperação das redes deterioradas por falta de manutenção, seria necessário
um investimento de 13,5 bilhoes por ano, em 20 anos consecutivos. Com a
participação de empresas privadas, possibilitada pela lei 11.445/2007, a falta
de corpo técnico eficiente pode ser sanada buscando estes profissionais no
setor privado.

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