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Como Ler Partituras Musicais

8 Métodos:Passos básicosMétrica e tempoRitmoMelodiaSustenidos, bemóis, naturais e tonsDinâmicas e expressãoAvançandoTabela de armaduras de

tom
A música escrita é uma linguagem que tem se desenvolvido ao longo de milhares de anos, e até mesmo a
que possuímos nos dias atuais já está presente há mais de 300 anos. A notação musical é a representação
de sons com símbolos, desde a notação básica para tom, duração e tempo, às mais avançadas descrições
de expressão, timbre e inclusive efeitos especiais. Este artigo apresentará as bases da leitura musical,
demonstrará alguns dos métodos mais avançados e sugerirá algumas formas de ganhar mais
conhecimento acerca do tema.

Método 1
Passos básicos

1
Entenda o conceito do pentagrama. Antes de se preparar para o aprendizado, você deve captar o sentido
das informações básicas entendidas praticamente por todos aqueles capazes de ler música. As linhas
horizontais em uma peça musical compõem o pentagrama. Esse é o mais básico dentre todos os símbolos
musicais e a base de tudo o que virá a seguir.
 O pentagrama consiste em um arranjo de cinco linhas paralelas e dos espaços existentes entre elas. Tanto
as linhas como os espaços são numerados para fins de referência, sendo sempre contados do mais baixo
(base do pentagrama) até o mais alto (topo do pentagrama).
2
Comece com a clave de sol. Uma das primeiras coisas que você encontrará ao ler partituras será a clave.
Esse sinal, que se parece com um grande e rebuscado símbolo cursivo no canto esquerdo do pentagrama,
representa aproximadamente a amplitude dentro da qual o seu instrumento tocará. Todos os
instrumentos e vozes mais agudas fazem uso da clave de sol e, nessa introdução à leitura musical,
focaremos primariamente nessa clave para os nossos exemplos.
 A clave de sol é derivada da letra latina G ornamental. Uma boa forma de lembrar-se disso é observar que
as “voltas” no centro da clave se assemelham a um G, que simboliza a nota sol. Quando as notas são
agregadas ao pentagrama na clave de sol, elas apresentarão os seguintes valores:
 As cinco linhas, de baixo para cima, representam as notas: E (mi), G (sol), B (si), D (ré), F (fá).
 Os quatro espaços, de baixo para cima, representam as notas: F (fá), A (lá), C (dó), E (mi).
 Isso pode parecer muito conteúdo para ser lembrado. Praticar com uma ferramenta de reconhecimento de
notas on-line é outro modo excelente de reforçar essas associações.

3
Entenda a clave de fá. A clave de fá é usada por instrumentos mais graves, incluindo a mão esquerda do
piano, o contrabaixo, o trombone e assim por diante.
 O nome “clave de fá” deriva de suas origens, como a letra F gótica. Os dois pontos à frente da clave estão
acima e abaixo da linha equivalente à nota fá no pentagrama. O pentagrama da clave de fá representa
notas diferentes das presentes na clave de sol.
 As cinco linhas, de baixo para cima, representam as notas: G (sol), B (si), D (ré), F (fá), A (lá).
 Os quatro espaços, de baixo para cima, representam as notas: A (lá), C (dó), E (mi), G (sol).
2.
4
Aprenda as partes de uma nota. Os símbolos das notas individuais são uma combinação de até três
elementos básicos: a cabeça, a haste e os colchetes.
 A cabeça da nota: essa é uma forma oval aberta (branca) ou fechada (preta). Em sua forma mais básica, ela
indica ao músico qual nota tocar no instrumento.
 A haste: essa é a fina linha vertical que está presa à cabeça da nota. Quando a haste está apontada para
baixo, ela se une à cabeça da nota em seu lado esquerdo. A direção da haste não tem nenhum efeito sobre
a nota, mas torna a notação mais fácil de ler e menos desordenada.
 A regra com relação à direção da haste é que, à altura ou acima da linha central do pentagrama, ela fica
direcionada para baixo e, quando a nota estiver abaixo da linha central, ficará direcionada para cima.
 O colchete: essa é a linha curva anexada à extremidade da haste. Independente do fato de a haste estar
presa ao lado direito ou ao esquerdo da cabeça da nota, o colchete estará sempre colocado à direita da
haste, e jamais à sua esquerda.
 Observadas juntamente, a nota, a haste e o(s) colchete(s) indicam ao músico o valor de tempo para
qualquer nota, medido em batidas ou frações de batida. Ao ouvir música e bater o ritmo com os pés, você
está reconhecendo essa batida.

2
Método

Métrica e tempo

1
Aprenda a respeito das linhas de compasso. Em uma peça musical, você observará linhas verticais
cruzando o pentagrama em intervalos bastante regulares. Elas representam os compassos — o espaço
anterior à primeira linha equivale ao primeiro compasso, aquele entre a primeira e a segunda equivale ao
segundo e assim por diante. As linhas de compasso não afetam a sonoridade da música, mas ajudam o
músico a executá-la da forma correta.
 Como veremos abaixo, outra característica prática com respeito aos compassos é que cada um possui o
mesmo número de batidas. Por exemplo, se você se encontrar batendo “1-2-3-4” junto a uma peça musical
no rádio, é provável que tenha compreendido as linhas de compasso, subconscientemente.

2
Aprenda a respeito do tempo. O tempo, ou a métrica, pode ser imaginado como o “pulso” ou a batida da
música. Você pode senti-lo instintivamente ao escutar músicas dance ou pop — o “tum, tss, tum, tss” de
uma típica música dance é um exemplo simples de métrica.
 Em uma partitura musical, a batida é geralmente expressa por algo similar a uma fração escrita ao lado do
símbolo da clave. Como em qualquer fração, há um numerador e um denominador. O numerador, escrito
nos dois espaços superiores do pentagrama, indica quantas batidas existem em um compasso. O
denominador revela qual é o valor de nota que recebe uma única batida (o “pulso” no ritmo do qual você
bate os pés).
 Talvez o tempo mais simples de entender seja o 4/4, ou o andamento “comum”. No tempo 4/4, há quatro
batidas em cada compasso, e cada quarto de nota é igual a uma batida. Essa é a assinatura de tempo que
você observará na maioria das músicas populares. É possível contar junto ao tempo comum da música com
“1-2-3-4 | 1-2-3-4 | ...”.
 Alterando o numerador, mudamos o número de batidas existentes em um compasso. Outra assinatura de
tempo bastante comum é a 3/4. Por exemplo, a maioria das valsas apresentará uma batida “1-2-3 | 1-2-3 |
...” constante, apresentando-as no tempo 3/4.

Método3
Ritmo
1
Entre na batida. Similar à métrica e ao tempo, o “ritmo” representa uma parte crucial na sensação passada
pela música. No entanto, enquanto a métrica simplesmente indica quantas batidas estão presentes, o
demonstra a forma como elas são usadas.
 Pense no nosso ritmo de caminhada e imagine-o (bater o pé no chão pode ajudar). Agora, imagine que um
ônibus que você está esperando estaciona a uma rua de distância. O que você faz? Você corre! E, enquanto
corre, você tenta acenar para o motorista.
 Faça o seguinte teste: bata um dedo na mesa e conte 1-2-3-4 | 1-2-3-4| 1-2-3-4 de forma constante. Não
parece muito interessante, não é mesmo? Agora, experimente isso: nas batidas 1 e 3, bata com mais
intensidade e, nas batidas 2 e 4, mais suavemente. Essa mudança alterou completamente a sensação do
ritmo! Agora, faça o teste inverso: batidas fortes em 2 e 4 e suaves, em 1 e 3.

2
Ouça a música Don't Leave Me, de Regina Spektor. Você poderá distinguir o ritmo claramente: a nota
grave, mais sutil, é tocada nas batidas 1 e 3, e uma forte palma com tambor surge nas batidas 2 e 4. Você
começará a entender a ideia de como a música se organiza. É isso o que chamamos de ritmo!
 Imagine-se em uma caminhada. Cada passo equivale a uma batida. Essas batidas são representadas
musicalmente pelas semínimas, pois na música ocidental há quatro dessas batidas em cada compasso.
Musicalmente, o ritmo de sua caminhada ficará da seguinte maneira:
 Cada passo equivalerá a uma semínima. Em uma partitura, essas notas são pontos pretos unidos a hastes
sem colchetes. Você pode contá-las à medida que caminha: 1-2-3-4 | 1-2-3-4.
 Se você quiser andar reduzindo a velocidade pela metade, você dará um passo a cada duas batidas, em 1 e
3, e eles serão escritos como mínimas (metade de um compasso). Em uma partitura, as mínimas são quase
idênticas às semínimas, mas não possuem uma cabeça preenchida — são contornadas por preto com um
núcleo branco.

3
Se você diminuir o passo ainda mais, de modo a pisar uma vez a cada quatro batidas, em 1, você pode
escrever apenas uma semibreve — uma nota por compasso. Em uma partitura, semibreves se
assemelham a um “O” — são parecidas à mínima, mas sem qualquer haste.
 Pegue o ritmo! Chega de diminuir o passo. Como você percebeu, à medida que reduzimos a velocidade das
notas, começamos a retirar pedaços de sua forma. Primeiramente, tínhamos a nota preenchida e
retiramos sua haste. Agora, vamos acelerar as coisas. Para isso, precisaremos adicionar itens à nota.
 Na música, para deixar as notas mais rápidas, colocamos um colchete. Cada colchete corta o valor da nota
em questão pela metade. Por exemplo, uma colcheia (com um colchete) tem 1/2 do valor de uma
semínima e uma semicolcheia (com dois colchetes) tem 1/2 do valor de uma colcheia. Em termos de
caminhada, partiremos do ritmo lento (semínima) para um trote (colcheia) — o dobro da velocidade — e,
por fim, para a corrida (semicolcheia) — duas vezes mais rápido. Pensando em termos de considerar cada
semínima como um passo, brinque com o exemplo acima.

4
Una os colchetes. Como você pode perceber no exemplo acima, as coisas podem ficar um pouco confusas
quando há um monte de notas desenhadas na página. Os seus olhos começam a se confundir e você perde
o foco do ponto onde está. Para agrupar as notas em pacotes menores que fazem sentido visual, nós
as ligamos.
 Essa ligação simplesmente substitui os colchetes individuais por linhas espessas entre as hastes das notas.
Elas são agrupadas logicamente e, embora músicas mais complexas requeiram regras mais complicadas,
para os fins deste artigo agruparemos as notas em grupos de colcheias. Compare o exemplo abaixo com os
exemplos anteriores. Experimente bater o ritmo novamente e observe como a ligação dos colchetes deixa
a partitura mais esclarecedora.

5
Aprenda os valores de ligaturas e pontos. Enquanto um colchete serve para cortar o valor de uma nota
pela metade, o ponto possui uma função similar — mas oposta. Com exceções limitadas que não se
aplicam ao caso, o ponto sempre é posicionado à direita da cabeça da nota. Quando você observar que
uma nota possui um ponto, isso significa que ela teve sua duração aumentada em metade de seu valor
original.
 Por exemplo, um ponto colocado à frente de uma semínima a aumentará em metade de sua duração, ou
seja, em uma colcheia. Uma colcheia pontuada, por sua vez, terá sua duração aumentada em metade de
sua duração — uma semicolcheia.
 Ligaturas funcionam de modo similar aos pontos — elas estendem o valor da nota original. A ligatura
simplesmente conecta duas notas com uma linha curva entre suas cabeças. Diferentemente aos pontos,
que são abstratos e baseados unicamente no valor da nota original, ligaturas são explícitas: a primeira nota
é acrescida exatamente pela duração da segunda nota.
 Uma razão pela qual você usaria uma ligatura no lugar de um ponto, por exemplo, é o momento em que a
duração de uma nota não se adequaria musicalmente ao espaço de um compasso. Nesse caso, você
simplesmente acrescerá a duração excedente dentro do próximo compasso como uma nota, ligando
ambas em um conjunto único.
 Observe que a ligatura é desenhada de uma cabeça de nota até a outra, geralmente em direção oposta à
haste.
6
Faça uma pausa. Algumas pessoas afirmam que a partitura é apenas uma série de notas, o que não deixa
de ser um pouco certo. A partitura é composta por uma série de notas e pelos espaços entre elas, que são
chamados de pausas — mesmo no silêncio, eles podem acrescentar movimento e vida à música. Vamos
dar uma olhada no modo como elas são produzidas:
 Como as notas, há símbolos específicos para durações diferentes. Uma pausa semibreve é representada
por um retângulo caindo da quarta linha, e uma pausa mínima é representada por um retângulo sobre a
terceira linha. A pausa semínima é uma linha rebuscada, e o restante das pausas é composto por uma
barra angulada com o mesmo número de colchetes que suas notas equivalentes. Esses
colchetes sempre são direcionados para a esquerda.

Método4
Melodia

1
Agora já delineamos os pontos básicos: a clave, as partes de uma nota e as características principais das
durações de notas e pausas. Entenda esses conceitos e, por fim, entraremos onde a diversão começa: ler
música!
2
Aprenda a escala de C (dó) maior. A escala de dó maior é a base de nossa música ocidental. A maioria das
outras que você aprenderá é derivada a partir dela. Uma vez que ela esteja gravada em sua memória, o
restante virá naturalmente.
 Primeiramente, mostraremos a você como ela é feita, a seguir explanando como entendê-la e, por fim,
começaremos a ler a partitura! Observe acima como se escreve a escala de dó maior em um pentagrama.
 Se você observar atentamente a primeira nota, o C (dó) grave, observará que ela está posicionada abaixo
das linhas do pentagrama. Quando isso acontece, simplesmente agregamos uma linha adicional apenas
para aquela nota — por isso, a pequena linha atravessando a cabeça da nota. Quanto mais grave ela
estiver, mais linhas de pentagrama serão adicionadas — mas não é preciso preocupar-se com isso agora.
 A escala de dó maior é composta por oito notas — equivalentes às teclas brancas em um piano.
 Você pode ou não ter um piano à mão (se não, experimente um piano virtual). De qualquer modo, a essa
altura, é importante que você comece a desenvolver uma ideia não somente da aparência de uma
partitura, mas também de sua sonoridade.

3
Aprenda a cantar à primeira vista — ou, ainda, a solfejar. Isso pode parecer assustador de início, mas é
possível que você já saiba como fazê-lo: esse é o nome sofisticado de dizer “dó ré mi”.
 Ao aprender a cantar as notas lidas, você começará a desenvolver a habilidade de ler à primeira vista —
algo que pode demorar toda a vida para ser aperfeiçoado, mas que será útil desde o princípio. Observemos
novamente aquela escala de dó maior, agregando a escala solfejada. Leia a escala de dó maior II acima.
 É bastante provável que você conheça a canção “Dó-Ré-Mi”, de Rogers e Hammerstein, existente no
filme A Noviça Rebelde. Se você consegue cantar a escala “dó ré mi”, faça-o agora enquanto você olha para
as notas. Se precisa de uma revisão, basta ouvir a música no YouTube.
 Aqui está uma versão ligeiramente mais avançada, subindo e descendo a escala de dó maior com as notas
solfejadas. Leia a escala de dó maior I acima.
 Pratique o solfejo — a parte II algumas vezes, até que você se familiarize com a sequência. Nas primeiras
vezes, leia bem lentamente, de modo que você consiga olhar para cada nota enquanto a canta.
 Lembre-se dos valores das notas: o C (dó) agudo na extremidade da primeira linha e o C (dó) grave na
extremidade da segunda linha são mínimas, e o restante delas é composto por semínimas. Se você se
imaginar caminhando, mais uma vez, há uma nota por passo — as mínimas requerem dois passos.

4
Parabéns! Você já está lendo partituras!

Método 5
Sustenidos, bemóis, naturais e tons

1
Dê um passo além. Até o momento, cobrimos os conceitos básicos de ritmo e melodia, e você já deve ter
as habilidades iniciais necessárias para compreender o que todos os pontos e símbolos rebuscados
representam. Embora esse conhecimento já lhe ajude a passar pela aula de flauta-doce, ainda há algumas
coisas que devem ser comentadas. Dentre elas, as principais são as armaduras de tom.
 Você pode já ter visto sustenidos e bemóis em partituras: o sustenido se parece ao jogo da velha (#) e o
bemol, a uma letra B minúscula (♭). Eles são posicionados à esquerda da cabeça de uma nota e indicam
que essa nota será tocada meio tom acima (sustenido) ou meio tom abaixo (bemol). A escala de C (dó),
como a aprendemos, é composta pelas teclas brancas do piano, e os sustenidos e bemóis são
representados pelas teclas pretas. Uma vez que a escala de C (dó) maior não possui quaisquer acidentes,
ela é escrita do seguinte modo:

2
Tons e semitons. Na música ocidental, as notas estão separadas por um tom ou um semitom. Se você
observar a nota C (dó) nas teclas de um piano, verá que há uma tecla preta entre ela e a seguinte, D (ré). A
distância musical entre o C (dó) e o D (ré) é chamada de tom. A distância entre o C (dó) e a tecla preta à
sua frente, por sua vez, é chamada de semitom. Agora, você pode estar se perguntando qual é o nome
dessa tecla preta em questão. A resposta é: “depende”.
 Uma boa regra é pensar que, se você vai subir na escala, a nota é a versão sustenida da nota inicial. Ao
descer na escala, no entanto, ela será a versão bemol da nota inicial. Logo, se você estiver passando de C
(dó) para D (ré) com a tecla preta, a tecla preta poderá ser escrita com um sustenido (#).
 Nesse caso, a tecla preta será escrita como C# (dó sustenido). Ao descer na escala, de D (ré) para C (dó), e
usando-se a tecla preta como nota de passagem entre ambas, ela será escrita com um bemol (♭).
 Regras como essa tornam a música um pouco mais fácil de ler. Se você pretende escrever essas três notas
em sequência e usar um D♭ (ré bemol) no lugar de C# (dó sustenido), a notação será usada com um sinal
de natural, ou bequadro (♮).
 Observe que temos agora um novo sinal — o bequadro. Sempre que você o vir (♮), isso significa que a nota
cancelará quaisquer sustenidos ou bemóis escritos anteriormente. Nesse exemplo, a segunda e terceira
notas são D (ré): O primeiro é um D♭ (ré bemol), de modo que o segundo D (ré), por conta de estar um
semitom acima da nota original, deverá ser a versão “corrigida” para que a nota correta seja executada.
Quanto mais sustenidos e bemóis estiverem espalhados ao longo de uma partitura, mais um músico deve
assimilar antes de executá-la.
 Com frequência, compositores que antes usavam acidentes em compassos anteriores podem agregar
bequadros adicionais “desnecessários” para ofertar uma maior clareza ao músico. Por exemplo, se um
compasso anterior contendo um arranjo em D (ré) maior conteve um A# (lá sustenido), o próximo
compasso com um A (lá) poderá representar um valor natural da nota.
3
Entenda as armaduras de tom. Até o momento, observamos a escala de C (dó) maior: oito notas, dentre as
teclas brancas do piano, começando em um C (dó). No entanto, você pode começar uma escala
em qualquer nota. No entanto, se você apenas tocar as teclas brancas, não estará tocando uma escala
maior, mas algo chamado de “escala modal”, que está além dos objetivos desse artigo.
 A nota inicial, ou tônica, é também o nome do tom. Você pode já ter ouvido alguém dizer “está no tom de
dó” ou algo semelhante. Esse exemplo significa que a escala básica começa em C (dó), incluindo as notas C
(dó) D (ré) E (mi) F (fá) G (sol) A (lá) B (si) C (dó). As notas em uma escala maior têm uma relação bastante
específica entre si. Observe as teclas do piano acima.
 Note que, entre a maioria das notas, existe um tom. No entanto, há apenas um semitom entre E (mi) e F
(fá) e entre B (si) e C (dó). Toda escala maior possui essa mesma relação: tom-tom-semitom-tom-tom-tom-
semitom. Se você começa a sua escala em G (sol), por exemplo, ela será escrita da seguinte maneira:
 Observe o F# (fá sustenido) próximo ao topo. Para manter a mesma relação, o F (fá) precisa ser elevado um
semitom, de modo a estar um semitom abaixo da nota G (sol), e não um tom completo. Isso será bastante
simples de ler por conta própria — mas e se você começasse a partir de uma escala de C# (dó sustenido)?
 Agora, as coisas começam a ficar complicadas! Para eliminar a confusão e simplificar a leitura da partitura,
as armaduras de tom foram criadas. Cada escala maior tem um conjunto específico de sustenidos ou
bemóis exibido no início da partitura. Observando novamente o tom de G (sol), observamos que há um
sustenido — F# (fá sustenido). Em vez de colocar esse sustenido ao lado do F (fá) no pentagrama,
passamos todos os símbolos para a esquerda e passamos a assumir que, a partir daquele ponto em diante,
todas as notas F (fá) serão tocadas como F# (fá sustenido).
 Essa sequência apresenta a mesma sonoridade e é tocada exatamente igual à escala de G (sol) maior
acima, sem qualquer armadura de tom. Veja a seção de Armaduras de tom abaixo, para uma lista
completa.

Método6
Dinâmicas e expressão
1
Intensifique — ou suavize! Ao ouvir uma música, você provavelmente já deve ter percebido que ela não
está sempre no mesmo volume. Algumas partes ficam realmente altas, enquanto outras se mantêm
bastante sutis. Essas variações compõem o que é chamado de “dinâmica”.
 Se o ritmo e a métrica são o coração da música, e as notas e as teclas são o cérebro, as dinâmicas são
verdadeiramente a voz da música. Considere a primeira versão acima.
 Em sua mesa, bata 1 e 2 e 3 e 4 e 5 e 6 e 7 e 8 etc. (é o e que os músicos usam para “falar” as oito notas).
Certifique-se de que cada batida seja produzida com a mesma intensidade, de modo a soar como um
helicóptero. Agora, observe a segunda versão.
 Note a marca acentuada (>) acima de toda quarta nota C (dó). Bata as notas, dessa vez acentuando toda
aquela que possuir a marca de reforço. Agora, em vez de soar como um helicóptero, a sequência parecerá
algo mais como um trem. Com uma sutil mudança na marcação, alteramos completamente o caráter da
música!

2
Toque em piano ou fortíssimo, ou algo entre ambos. Assim como você nem sempre conversará no mesmo
nível — sempre modulando a voz do mais alto ao mais suave, de acordo com a situação —, a música
também modula sua sonoridade. O modo como o compositor indica ao músico sua intenção é através das
marcações de dinâmica.
 Há dezenas de marcações indicativas da dinâmica que podem ser observadas em uma partitura, mas
algumas das mais comuns que você verá são as letras f, m e p.
 p significa “piano”, ou “suavemente”.
 f significa “forte”, ou “alto”.
 m significa “mezzo”, ou “médio”. Isso modifica a dinâmica após a letra, assim como em mf ou em mp, que
significam “alto médio” ou “suave médio”.
 Quanto mais ps ou fs você tiver, mais suave ou fortemente deverá executar a música. Tente cantar o
exemplo acima (usando o solfejo — a primeira nota da sequência é a tônica, ou seja, um “dó”) e use a
dinâmica para pontuar as diferenças.

3
Toque com ainda maior intensidade — ou, ainda, suavidade. Outra notação dinâmica bastante comum é
o crescendo e seu oposto, o decrescendo. Trata-se de representações visuais de uma mudança gradual no
volume, similares aos símbolos “<” e “>” alongados.
 Um crescendo geralmente intensifica o volume de execução, e o decrescendo, por sua vez, o suaviza. Você
observará que, nesses dois símbolos, a extremidade “aberta” representa a dinâmica de maior volume e a
“fechada”, a de menor volume. Por exemplo, se a música lhe direciona gradualmente do forte ao piano,
você notará um f, um > alongado e, por fim, um p.

7
Método

Avançando

1
Siga aprendendo! Aprender a ler partituras é como aprender o alfabeto. É preciso algum tempo para
aprender a base, mas, em geral, trata-se de algo relativamente fácil. No entanto, há uma quantidade tão
imensa de nuances, conceitos e habilidades que podem ser aprendidos que você pode passar uma vida
inteira para aprendê-los. Alguns compositores chegam até mesmo ao ponto de escrever músicas em
pentagramas que formam espirais ou padrões ou, ainda, a sequer usar pentagramas! Esse artigo lhe
passará uma boa base para que você siga crescendo!

Método 8
Tabela de armaduras de tom

1
Aprenda essas armaduras de tom. Há pelo menos uma para cada nota da escala — e o estudante mais
esforçado observará que, em alguns casos, há duas teclas para a mesma nota. Por exemplo, o tom de G#
(sol sustenido) soa exatamente igual ao tom de A♭ (lá bemol)! Ao tocar o piano — e, para o propósito
desse artigo —, a diferença é meramente acadêmica. No entanto, há alguns compositores — em especial,
aqueles que escrevem para instrumentos de cordas — que afirmarão que o A♭ (lá bemol) é tocado um
pouco mais “sustenido” do que o G# (sol sustenido). Aqui seguem as principais armaduras de tom relativas
às escalas maiores:
 O tom de C (dó) — ou atonal.
 Tons com sustenidos: G (sol), D (ré), A (lá), E (mi), B (si), F# (fá sustenido), C# (dó sustenido).
 Tons com bemóis: F (fá), B♭ (si bemol), E♭ (mi bemol), A♭ (lá bemol), D♭ (ré bemol), G♭ (sol bemol), C♭ (dó
bemol).
 Como se pode notar acima, à medida que você passa pelas armaduras de tons sustenidos, mais sustenidos
são acrescidos até que todas as notas tocadas sejam sustenidas, no tom de C# (dó sustenido). À medida
que você passa pelas armaduras de tons bemóis, mais bemóis são acrescidos até que todas as notas
tocadas sejam bemóis, no tom de C♭ (dó bemol).
 Pode ser reconfortante saber que alguns compositores geralmente escrevem em armaduras de tons
confortáveis à leitura do músico. O tom de D (ré) maior é bastante comum para instrumentos de corda,
uma vez que as cordas soltas mantêm relação próxima à nota tônica, ou seja, D (ré). Há poucas obras que
farão instrumentos de corda tocar em E♭ (mi bemol) menor, ou ainda, metais tocarem em E (mi) maior —
elas serão tão dolorosas para compor quanto será, para você, lê-las.
Dicas
 Pratique com o seu instrumento principal. Se você toca piano, é provável que já tenha sido exposto à
leitura de partituras. Muitos guitarristas, no entanto, aprendem de ouvido, e não pela leitura. Ao aprender
a ler partituras, esqueça-se do que você já sabe — aprenda primeiro a ler, e toque depois!
 Tente se divertir com a música, pois, se isso não lhe agradar, será difícil aprender a tocar.
 Pegue partituras de músicas que você conhece. Uma visita à biblioteca municipal ou a uma loja de música
revelará centenas — se não milhares — de partituras simplificadas com a notação básica e acordes de suas
músicas favoritas para você acompanhar. Leia a música enquanto você a ouve, e você terá uma noção mais
intuitiva daquilo que está estudando.
 Repetição e prática consistente são as chaves para o sucesso. Crie cartões de memória ou use um caderno
de anotações para certificar-se de construir uma base sólida de aprendizado.
 É muito bom conhecer tanto as notas ocidentais como a leitura de partituras. Esse conhecimento
eventualmente lhe ajudará em longo prazo e será muito mais fácil de lembrar.
 Trabalhe com a leitura à primeira vista. Você não precisa ter uma boa voz, mas isso lhe ajudará a treinar os
ouvidos para “ouvir” o que está no papel.
 Pratique em algum lugar silencioso, ou quando o ambiente estiver mais tranquilo. É melhor experimentar
primeiro o piano, pois ele é fácil se você o praticar. Se você não tem um piano, tente usar os pianos virtuais
disponíveis na internet. Quando você entender o processo, pode começar a aprender como tocar outros
instrumentos!
 Seja paciente. Assim como ao aprender uma nova língua, aprender a ler partituras requer tempo. Como ao
aprender qualquer coisa nova, quanto mais você praticar, mais fácil será e melhor você ficará.
 A página IMSLP guarda um imenso arquivo de partituras e execuções musicais de domínio público. Para
melhorar na leitura de partituras, é sugerível que você pesquise pelas obras de compositores e leia as
partituras enquanto ouve suas músicas.
 Se você tem uma partitura, mas não se lembra de todas as notas, comece devagar, escrevendo abaixo a
letra ou o nome relativo a cada nota. Não o faça com muita frequência, pois você deve se esforçar para
lembrar de todas as notas à medida que o tempo passa.

Avisos
 Aprender a ler partituras pode levar uma vida inteira. Siga em seu próprio ritmo!
Como Ler Partituras de Guitarra
2 Métodos:Compreendendo o pentagramaCompreendendo notações complexas
Este artigo ensinará o básico de como ler partituras de guitarra. Não mostraremos como ler tablaturas —
aqui, as notas e acordes serão apresentados na notação padrão. A partitura de guitarra é feita na clave de
Sol, na porção superior do pentagrama. Ela é transposta uma oitava acima, o que quer dizer o que você
está tocando, na verdade, está uma oitava abaixo do que está escrito. A transposição serve geralmente
para facilitar a leitura.

Nota: Este artigo ensina a ler partituras. Clique aqui para aprender a ler tablaturas.
Método 1
Compreendendo o pentagrama
1.

1
Entenda o pentagrama. A música escrita é colocada dentro de cinco linhas cortadas em ambas as extremidades. No
canto esquerdo, haverá uma “clave” (um “G” ou “C” em itálico), um conjunto de números, como , e sustenidos ou
bemóis para definir o tom. Juntos, estes elementos formam o pentagrama.

 A música para guitarra também pode ser escrita em uma "tablatura", um sistema exclusivo do instrumento. As
tablaturas parecem com as partituras, mas têm seis linhas em vez de cinco, não tem clave e geralmente está escrito
“Tab" no canto superior esquerdo.
 A música para guitarra é sempre escrita na "clave de Sol". O que quer dizer que o símbolo no canto esquerdo será
um G cursivo, com a parte de baixo dando uma volta na segunda linha de baixo para cima.[1]

2
Memorize as notas de cada linha do pentagrama usando o acrônimo “Every Good Boy Does Fine” (“Todo garoto
bom está bem”, em tradução livre). Cada linha do pentagrama é uma nota, como A (Lá), E (Mi), etc. Quando houver
um símbolo em uma determinada linha, você deve tocar a nota correspondente. Começando por baixo, as notas são
E - G - B - D - F (Mi - Sol - Si - Ré - Fá, respectivamente), como apresentado no acrônimo acima.

3
Memorize os espaços entre as linhas usando o acrônimo “FACE”. Os espaços entre as linhas também são notas, o
que significa que, no total, o pentagrama tem nove notas diferentes (sem contar sustenidos e bemóis, que falaremos
mais tarde). De baixo para cima, os espaços indicam F - A - C - E (Fá, Lá, Dó, Mi, respectivamente) ou "FACE."
Incluindo os espaços, finalmente temos:
 F
 E
 D
 C
 B
 A
 G
 F
 E

4
Use as linhas acima e abaixo do pentagrama básico, conhecidas como linhas complementares, para tocar notas
mais agudas ou mais graves. Essas pequenas linhas acima ou abaixo do pentagrama servem simplesmente para
estender a abrangência da partitura para além das cinco linhas existentes.
 Cada linha tem uma nota acima e abaixo, e é preciso memorizá-las conforme você avança. Por ora, no entanto,
trabalhe apenas com o básico.

5
Leia as armaduras, compostas de sustenido, bemol e tônica, para saber a tonalidade da música. A armadura está
entre o pentagrama e o compasso. Ela é composta da combinação de três sinais — ♯, ♭, ♮ — alinhados no
pentagrama. Você deve memorizar as armaduras para entendê-las — a do vídeo acima está em D (Ré). No entanto,
mesmo sem saber o tom, elas ainda têm informações importantes:
 Dependendo da linha onde o símbolo está, a nota é ajustada. No exemplo acima, há um sustenido na linha F e um no
espaço C. Isso quer dizer que deve haver um sustenido em qualquer nota dessas linhas. Dessa forma, você ficará
automaticamente no tom.

6
Use o compasso para determinar o ritmo da música. O compasso diz quantas batidas por tempo a música tem. O
mais comum é , que significa que cada compasso é composto de quatro batidas, ou seja, a contagem é feita em 1, 2,
3, 4, 1, 2, 3, 4 (e assim por diante) repetidamente para acompanhar o tempo da música. Outros compassos, como ,
mudam o número de batidas por compasso, como 1, 2, 3, 1, 2, 3, 1…. e assim por diante.
7
Use as barras verticais do pentagrama para encontrar o fim de cada compasso.É comum encontrar um número em
cima de cada linha para saber em qual compasso você está e, assim, ficar no mesmo ritmo que o resto da banda.

8
Reconheça os diferentes tipos de notas. A colocação de cada nota na linha ou espaço mostra o que deve ser tocado
— o tipo de nota mostra por quanto tempo ela deve ser tocada. Uma nota semibreve é tocada por todo o compasso,
uma mínima é tocada por meio compasso, e assim por diante, com notas de até 30 segundos. Neste momento,
acostume-se apenas com os diferentes tipos de nota que você pode encontrar:
 Semibreves: O
 Mínimas: uma semibreve com barra vertical, uma semínima com centro vazio.
 Semínimas: ♩
 Pausas: momentos onde não se deve tocar. Eles podem ser demonstrados por um travessão grosso (—) para
semibreves e meias pausas e riscos para pausas de semínimas.

Compreendendo notações complexas

1
Segure as notas onde houver linhas curvas segurando duas ou mais notas. Se houver uma linha côncava entre duas
notas (curvando-se para baixo), então, segure as notas.

2
As linhas sobre as notas indicarão quando fazer um "hammer on" ou "pull off".Essa técnica é chamada de “legato”
e indica que as notas são levemente unidas. Use "hammer-ons" e "pull-offs" para deslizar entre as notas da forma
mais uniforme possível.

3
Repita quaisquer seções que estiverem indicadas com um sinal vertical e em negrito ao final do compasso. A barra
normalmente está em negrito com um sinal de dois pontos (:) logo antes dela. Isso significa que você deve voltar ao
ponto onde viu esse símbolo pela última vez e repetir tudo a partir dali.

4
Use os indicadores das cordas para saber qual nota específica deve-se tocar.Você toca o A na quinta ou na segunda
corda? As tablaturas sempre têm um número indicativo circulado acima da nota que deve ser tocada, mostrando a
corda correspondente.

5
Use os indicadores de dedos próximos às notas para entender melhor o posicionamento. Se houver um pequeno
número perto da nota, significa que você deve usar aquele dedo específico. O primeiro dedo é o indicador e o quarto
é o mindinho.

6
Conforme for melhorando sua técnica, pesquise notas e notações mais complexas. Há muito mais notas para
estudar que, mesmo que não sejam comuns para a guitarra, valem o aprendizado. A primeira coisa que você deve
explorar são as notas diferentes — como semicolcheias e pausas de colcheia.

 Confira o artigo "Como Ler Partituras Musicais" para ter noções mais profundas sobre teoria musical e expandir seu
conhecimento para além das partituras de guitarra.

Dicas
 Embora aprender a ler partituras seja importante, compreenda que muitas músicas são escritas de uma forma mais
intuitiva, conhecida como “tablatura”.

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