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NOVA VERSÃO I N T E R N A C I O N A L

FAÇA UMA J O R N A D A VISUAL


ATRAVÉS DA V I D A E D O S
TEMPOS BÍBLICOS
AUTOR, LUGAR E DATA DA REDAÇÃO

A tradição antiga acredita que esta carta foi escrita pelo apóstolo João. Ela identifica seu autor como “o presbítero”, mas a carta tem claras
afinidades tanto com o evangelho de João quanto com 1João (e.g., Jo 14.23 e 1Jo 5.3). De modo geral, não há razões para se duvidar de
que João seja seu autor.
A data da composição é desconhecida, mas esta breve carta foi escrita provavelmente no final do século I d.C. Éfeso tem sido
sugerido como o lugar da redação.

DESTINATÁRIO

A carta está endereçada à “senhora eleita” (v. 1), também chamada “querida senhora” (v. 5). Deve tratar-se de uma senhora cristã e sua
família ou da líder de alguma igreja doméstica (ver Cl 4.15). No texto grego do versículo 8, entretanto, o autor faz referência ao destinatário
com um pronome masculino plural, indicação de que a “senhora eleita” do versículo 1 pode ser uma igreja irmã de uma cidade próxima.
Nesse caso, os “filhos da sua irmã eleita” (v. 13) são os membros de outra igreja local.

FATOS CULTURAIS E DESTAQUES

Durante os dois primeiros séculos, o evangelho foi difundido por evangelistas e mestres itinerantes. Uma vez que não havia hospedarias,
os cristãos recebiam os missionários em casa e supriam-nos de provisões para a viagem quando estavam prontos para prosseguir. João
pede que seus leitores recusem hospitalidade aos falsos mestres que percorrem as igrejas e “não confessam que Jesus Cristo veio em
corpo” (v. 7). Isso pode ser indício de uma forma antiga de ensinamento gnóstico (ver “Os gnósticos e seus escritos sagrados”, em 1Jo 4).

LINHA DO TEMPO

10 A.C. D.C,1 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Nascimento de Jesus (ca. 6/5 a.C.)


k
João torna-se discípulo (ca. 26 d.C.)
1
Morte, ressurreição e ascensão de Jesus (ca. 30 d.C.)
I
Reinado de Nero (ca. 54-68 d.C.)
■ m
Destruição do templo de Jerusalém (ca. 70 d.C.)
1
Reinado de Domiciano (ca. 81 -96 d.C.)

Redação de 2João (ca. 85-95 d.C.)


É S
Exílio de João em Patmos (ca. 90-95 d.C.)
2032 I N T R O D U Ç Ã O A 2JOÃO

ENQUANTO VOCÊ LÊ

Atente para a ênfase de João na verdade e no amor e observe sua advertência contra o falso ensinamento e contra os impostores.

VOCÊ SABIA?

• No final da vida, o apóstolo João exercia a função de presbítero, talvez da igreja de Éfeso (v. 1).
• 0 “papel”, na época de João, era feito de caniços de papiro, fáceis de se obter e de baixo custo (v. 12).
• A “tinta” — termo grego derivado de uma palavra que significa “negro” — era feita da mistura de carbono, água e goma ou óleo (v. 12)

TEMAS

A segunda carta de João contém os seguintes temas:


1. Advertências contra as falsas doutrinas. A carta adverte os cristãos contra os mesmos ensinos falsos que João refuta em sua primeira
carta (ver “Introdução a 1 João”).
2. Verdade. A verdade é um tema importante nos escritos de João — mencionado 52 vezes em seu evangelho e 22 em suas três cartas.
3. Amor. À semelhança de 1João, esta carta enfatiza a ordenança de amar um ao outro — a prova do verdadeiro cristão. A ordenança
joanina de amar não contradiz a ordem de recusar hospitalidade aos falsos mestres. As questões sobre a verdade são importantes demais
para que sejam comprometidas.

SUMÁRIO

I. Saudação (1 -3)
II. Recomendação (4)
III. Conselho e Advertência (5-11)
IV. Conclusão (12,13)
2 J O Ã O 13

1 a3Jo 1; 10 presbítero3
°Rm 16.13;
cJo 8.32
à senhora eleitab e aos seus filhos, a quem amo na verdade — e não apenas eu os amo, mas também
2 02Pe 1.12; todos os que conhecem a verdadec —, 2 por causa da verdaded que permanece em nóse e estará conosco
«IJo 1.8
para sempre.
3 A graça, a misericórdia e a paz da parte de Deus Pai e de Jesus Cristo/seu Filho, estarão conosco
em verdade e em amor.
4 s3Jo 3,4 4 Ao encontrar alguns dos seus filhos, muito me alegrei, pois eles estão andando na verdade,8 con­
5 h1Jo 2.7; forme o mandamento que recebemos do Pai.5 E agora eu lhe peço, senhora — não como se estivesse
1Jo3.11
escrevendo um mandamento novo, mas o que já tínhamos desde o princípio11 — que amemos uns
>'1Jo 2.5 aos outros.6 E este é o amor:> que andemos em obediência aos seus mandamentos. Como vocês já têm
ouvido desde o princípio, o mandamento é este: Que vocês andem em amor.
7 J1Jo2.22; 7 De fato, muitos enganadores têm saído pelo mundo/ os quais não confessam que Jesus Cristok
4.2,3; K1Jo 4.1;
IJo 2.18 veio em corpo0. Tal é o enganador e o anticristo.18 Tenham cuidado, para que vocês não destruam o
8 "1 Co 3.8
9"1Jo2.23 fruto do nosso trabalho, antes sejam recompensados plenamente."19 Todo aquele que não permanece
no ensino de Cristo, mas vai além dele, não tem Deus; quem permanece no ensino tem o Pai e tam­
10 »Rm 16.17 bém o Filho." 10 Se alguém chegar a vocês e não trouxer esse ensino, não o recebam em casa* nem o
11 P1Tm 5.22 saúdem.0 11 Pois quem o saúda torna-se participanteP das suas obras malignas.
12 «3Jo 13,14 12 Tenho muito que escrever a vocês, mas não é meu propósito fazê-lo com papel e tinta. Em vez
disso, espero visitá-los e falar com vocês face a face,9 para que a nossa alegria seja completa.
13 Os filhos da sua irmã eleita1 enviam saudações.
0 7 Grego: carne.
b 10 Isto é, nas reuniões da igreja realizadas em casa.

1 Sobre o termo “presbítero”, ver nota em lT m 3.1-7. No final da vida, bre o homem Jesus, entre seu batismo e a crucificação (ver notas em
o apóstolo Joáo exercia a função de presbítero, talvez da igreja de Éfeso. IJo 4.2; 5.6).
O apóstolo Pedro exercia um cargo semelhante (lPe 5.1). 7 Para mais informações sobre as falsas doutrinas, ver nota sobre Cl 2.8-23.
A carta é endereçada à “senhora eleita e seus filhos Muitos acreditam 9 O “ensino de Cristo” provavelmente não se refere ao ensino ministrado
que se trata de uma igreja e seus filhos espirituais, enquanto outros defen­ por Cristo, e sim à verdadeira doutrina a respeito de Cristo.
dem que seja uma pessoa chamada Kyria (gr. “senhora”). 10 Ver “Igrejas domésticas e edifícios eclesiásticos primitivos”, em 2Jo.
7-11 Essa seção trata da heresia gnóstica refutada em ljoão (ver “Os 12 O “papel”, na época de Joáo, era feito de caniços de papiro, fáceis
gnósticos e seus escritos sagrados”, em IJo 4), segundo a qual o Filho de se obter e de baixo custo. A “tinta” — termo grego derivado de uma
de Deus não se fez carne (Jo 1.14), mas que veio temporariamente so­ palavra que significa “negro” — era feita da mistura de carbono, água
e goma ou óleo (ver “Materiais de escrita no mundo antigo”, em 3Jo).

*l*V '
*

NOTAS HISTÓRICAS E CULTURAIS

Igrejas domésticas e edifícios eclesiásticos primitivos


2J0Ã0 Os cristãos mais antigos reuniam-se •!• Romanos 16.5 menciona várias igrejas • f Em 2João 10,11, o apóstolo adverte os
para adorar e ter comunhão em casas par­ domésticas em Roma, e as famílias men­ leitores sobre o acolhimento dos falsos mes­
ticulares. Os cristãos mais influentes, com cionadas em Romanos 16.10,11 e 16.14,5 tres em casa. Essa advertência pode significar
casas mais espaçosas, abriam as portas para podem indicar as identidades de seus donos. uma admoestação mais abrangente, de não
seus irmãos e irmãs em Cristo. Num contexto Em 1Coríntios 16.19, é mencionada uma aceitar os falsos mestres na igreja.3
em que os cristãos quase sempre estavam igreja que se reunia na casa de Áquila e
sob perseguição, as vantagens de se encon­ Priscila.
trar num ambiente particular eram óbvias.1 • f Colossenses 4.15 revela que uma igreja se
Essa prática também é compatível com a reunia na casa de Ninfa.
linguagem coloquial encontrada na Bíblia.2 + Filemom 2 registra as saudações de Paulo
As cartas do NT mencionam diversas igrejas à igreja que se reunia na casa de Filemom,
domésticas, nas quais os cristãos se reuniam: Áfia e Arquipo.

'Ver "A expansão geográfica da Igreja sob perseguição", em At 8; e "Primeiras perseguições à Igreja", em Ap 17. 2Ver "Adoção no mundo romano", em Rm 8; e “ A festa
do amor", em ICo 11. !Ver "Heresias no cristianismo prim itivo", em 2Co 10.

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