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ATRAVÉS DA V I D A E DOS
TEMPOS BÍBLICOS
AUTOR, LUGAR E DATA DA R E D A Ç Ã O
Miqueias, autor deste livro, informa-nos que era de Moresete (1.1), aldeia da Sefelá também conhecida como Moresete-Gate (1.14). Não
sabemos praticamente nada mais sobre ele, embora seja um dos poucos profetas do AT a ser citado pelo nome em outros escritos (Jr
26.18, citando Mq 3.12). Isso significa que o livro de Miqueias era reconhecido como canônico no tempo do ministério de Jeremias (a na
tureza da citação sugere que havia consenso de que Miqueias fora um profeta autêntico). Além disso, Habacuque 2.12 é uma modificação
de Miqueias 3.10, e 4.2,3 é quase idêntico a Isaías 2.2-4, embora nesse caso não seja possível determinar se o oráculo se originou com
Miqueias ou com Isaias.
Alguns estudiosos hoje acreditam que apenas parte do livro de Miqueias veio do próprio profeta e que o restante é secundário
(escrito por outra pessoa). Pensa-se que as profecias de julgamento, em particular, são autênticas, mas que as predições mais otimistas
— as que prometem salvação para Judá — vieram de outro profeta. Essa maneira de entender o texto, baseada na premissa de que
um dado profeta era portador de uma mensagem única e simples, é equivocada e simplista.
Miqueias 1.1 informa o leitor de que o profeta pregou nos reinados de Jotão, Acaz e Ezequias, o que situa seu ministério na
segunda metade do século VIII a.C., tornando-o contemporâneo de Isaías, Amós e Oseias.
DESTINATÁRIO
Miqueias ministrou principalmente ao Reino do Sul (Judá), mas também pregou ao Reino do Norte (Israel), profetizando a queda de Samaria
(1.6), que aconteceu em 722 a.C. Sua mensagem era dirigida em particular aos proprietários de terras gananciosos e opressores (2.1 -5),
que apoiavam os líderes políticos e religiosos corruptos de Israel, responsáveis por conduzir a nação à decadência moral.
LINHA DO T E M P O
1400 A.c. 1300 1200 1100 1000 900 800 700 600 500 400
ENQUANTO VOCÊ LÊ
Observe os oráculos alternados de destruição e esperança neste livro profético. Você consegue enxergar tais mudanças, na perspectr. e
desta ou de outras obras proféticas, como “mudança de humor” por parte do autor ou a representação exata das mensagens transmitida;
ao profeta pelo Deus que é caracterizado por “bondade” e “severidade” (cf. Rm 11.22)?
VOCÊ S A B I A ?
• Andar descalço era sinal de lamentação, como também vestir pano de saco. É possível que Miqueias, na verdade, tenha caminhao:
descalço por Jerusalém, usando apenas uma tanga de pano de saco (1.8).
• O hebraico para “presentes de despedida” é traduzido por “presente de casamento” em 1Reis 9.16. Jerusalém entregaria Moreseír-
-Gate à Assíria, como um pai dá um “presente de casamento” à filha quando ela se casa (1.14).
• “Videntes” é um termo antigo para “profetas” (3.7).
• 0 arado (4.3) era uma ponta de ferro colocada numa viga de madeira (os arados antigos eram diferentes dos que conhecemos hoje
• Sentar-se debaixo da própria videira e da própria figueira era um quadro proverbial de paz, segurança e satisfação (4.4).
• “Sete [...] até oito” indica um número indefinido (5.5).
• Era muito comum haver nos lamentos uma nota de esperança (7.7).
TEMAS
O livro de Miqueias inclui os seguintes temas:
1. Julgamento dos opressores. Miqueias predisse que Deus julgaria com justiça os “pecados da nação de Israel” (1.5). Os proprietários re
terras, os líderes religiosos e os políticos abusavam do poder e conspiravam para fazer o mal(2.1; 7.3), cobiçavam edefraudavam a prt-
priedade alheia (2.2; 6.10), roubavam e saqueavam (2.8), odiavam o bem e amavam o mal(3.2),oprimiam o pobre (3.3),menosprezava-
a justiça e torciam a verdade (3.9), aceitavam subornos (3.11; 7.3), usavam o cargo religioso para obter lucro (3.11), adotavam prática:
comerciais desonestas (6.11), agiam com violência e engano (6.12) e assassinavam os próprios compatriotas (7.2). Deus enviaria a des
graça sobre Samaria (1.6,7), Jerusalém (1.12; 3.12; 4.10), os gananciosos proprietários de terras (2.3-5), os líderes corruptos (3.4) e cs
falsos profetas (3.5-7).
2. Restauração. Miqueias declarou que depois do julgamento, Deus perdoaria misericordiosamente e restauraria seu povo (7.9), trazeno:-
-os de volta do exílio na Babilônia (4.10) e restabelecendo o domínio de Jerusalém (4.8,13).
3. Justiça. Miqueias fez uma pergunta simples e enganosa: “O que o Senhor exige de você?”. A resposta: “Pratique a justiça, ame a fide -
dade e ande humildemente com o seu Deus” (6.8). Israel havia falhado em cumprir essa expectativa divina, e a nação sofreria as horrives
conseqüências desse ato.
SUMÁRIO
I. Julgamento de Israel e Judá (1— 3)
II. Israel e Judá têm esperança (4 e 5)
III. O Senhor julga Israel (6)
IV. A desgraça transforma-se em triunfo (7)
MIQUEIAS 1.2 1479
1.1 aJr 26 .18; A palavra do Sen h o r que veio a Miqueias de Moresete3 durante os reinados de Jotão,bAcazc e
°icr 3 13 -Ss i'i' 1 Ezequias, reis de Judá;dvisãoe que ele teve acerca de Samaria e de Jerusalém:
'• I s i . í
1 .2 'Si 50.7; 2 Ouçam, todos os povos;’
»Gn3 i!50; prestem atenção, ó terras e todos os que nela habitam;
Dt4 26sm 4 que o Sen h o r , o Soberano, do seu santo temploh
testemunhe' contra vocês.
ADULÃO
MIQUEIAS 1 Situada 26 quilômetros a 12.15),2 porém se destaca como o lugar em Hoje, numerosas cavernas marcam a
sudoeste de Jerusalém, Adulão era uma das que Davi procurou abrigo — uma "terra de conhecida colina de Adulão, porém o local
várias cidades estratégicas da Sefelá (mapa ninguém" entre o território dos israelitas e ainda não foi escavado. 0 neto de Davi,
2), objeto de severas profecias de Miqueias. dos filisteus (ISm 22). Enquanto se escondia Roboão, fortificou Adulão como parte de sua
Adulão, que havia sido um lugar de refúgio ali, Davi estava com os membros de sua fa estratégia para proteger o lado ocidental de
durante o tempo da aflição de Davi, agora mília e outros refugiados, até que se tornou Judá (2Cr 11.7), mas o local pode ter sido
seria anfitriã dos ricos e poderosos que fu o líder de uma força de 400 homens. Os títu destruído durante a invasão de Senaqueri-
giam diante do exército assírio1. los dos salmos 34,57 e 142 talvez sejam in be, prevista por Miqueias.4 Depois do exílio
Adulão é mencionada anteriormente dicações de que Davi escreveu esses salmos babilônio, porém, Adulão foi habitada
nas Escrituras em conexão com Judá e Ta- enquanto morou na caverna de Adulão.3 outra vez (Ne 11.30).
mar (Gn 38) e com a conquista de Josué (Js
'Ver o Glossário na p. 2080 para as definições das palavras em negrito. JVer "A conquista de Canaã", em Js 5. JVer "Salmos sobrescritos", em SI 3. 4Ver "0 prisma
de Senaqueribe", em 2Cr32.
1480 MIQUEIAS 1.3
O Lamento do Profeta
8 Por causa disso chorarei* e lamentarei; 1.8 I s 15.3
andarei descalço e nu.
Uivarei como um chacal e gemerei
como um filhote de coruja.
9 Pois a feridaude Samaria é incurável 1 .9 uJr 46.11;
*2Rs18.13;
e chegou a Judá.v «Is 3.26
O flagelo alcançou até m esm o
a portawdo meu povo, até a própria Jerusalém!
10Não contem isso em Gate
e não chorem .
Habitantes de Bete-Ofra“,
revolvam-se no pó.
11 Saiam nusx e cobertos de vergonha,
vocês que moram em SafiA
Os habitantes de Zaanãc
não sairão de sua cidade.
Bete-Ezel está em prantos;
foi-lhe tirada a proteção.
1.3,4 Ver “Deuses da tempestade, imagem e teofania da tempestade”, 1.9 A porta da cidade era o lugar em que os líderes se encontravam para
em SI 18. tomar decisões, em que funcionava o mercado e em que ocorriam
1.6.7 Essa profecia foi cumprida durante a vida de Miqueias, quando a transações de negócios oficiais (ver “A porta da cidade”, em Rt 4).
Assíria destruiu Samaria, em 722/721 a. C. 1.10-15 As cidades mencionadas nesses versículos localizam-se na Sefeli.
1.7 A prostituição muitas vezes simboliza a idolatria ou a infidelidade contraforte entre a planície costeira do Mediterrâneo e as montanhas
espiritual no AT. As riquezas que Samaria conquistara com sua idolatria de Judá.
seriam levadas pelos assírios e colocadas nos templos pagãos para serem 1.10 Sentar-se no pó era sinal de lamentação.
usadas de novo na adoração aos ídolos. 1.11 Zaanã, localizada na região da Sefelá de Judá, como Moresete, nun
1.8 Andar descalço era sinal de lamentação (ver “Pano de saco e cinzas: ca foi identificada com certeza, mas pode ser Zenã.
rituais de lamentação”, em SI 30). É possível que Miqueias, na verdade, Já se pensou que Bete-Ezel, cidade do sul da Judeia, na planície dos
tenha caminhado descalço por Jerusalém, usando apenas uma tanga de filisteus, era a mesma cidade que Azei (Zc 14.5)-, mas agora é identificada
pano de saco (“nu”). como Deir el-Asal.
MIQUEIAS 2.4 i 4si
Promessa de Livramento
12“V ou de fato ajuntar todos vocês, ó Jacó; 2.12wMq 4.7
5.7; 7.18
sim , vou reunir o rem anescente" de Israel.
Eu os ajuntarei com o ovelhas n u m aprisco,
com o um rebanho n u m a pastagem ;
haverá ruído de grande m ultidão.
13 Aquele que abre o cam inho irá adiante* deles;
passarão pela p o rta e sairão.
O rei deles, o S e n h o r, os guiará.”
Período babilônio Jeremias: ca. 6 2 7-5 80 a.C. Naum: ca. 66 3-6 15 a.C.
5 A ssim diz o S e n h o r:
“Aos profetas
que fazem o m eu povo desviar-se,f
e que, quando lhes dão o que m astigar,
proclam am paz, m as proclam am guerra santa
contra quem não lhes enche a boca:
3.6 sis 8.19-22; 6 Por tu d o isso a noite virá sobre vocês, noite sem visões;
Ms 29.10
haverá trevas, sem adivinhações.0
O sol se porá
e o dia se escurecerá
p ara os profetas.h
3.7'Mq 7.16; 7 Os videntes envergonhados'
ils 44.25
e os adivinhos constrangidos,)
todos cobrirão o rosto
porque não haverá resposta
da p arte de Deus”.
3 .5 Os falsos profetas profetizavam paz para Judá, enquanto Miqueias 3 .7 “Videntes” é um termo antigo para “profetas” (ver “Profetas na
previa destruição e cativeiro (cf. v. 12; 4.10). Bíblia e nas nações pagãs”, em Am 7).
1 484 MIQUEIAS 3.8
A Montanha do Senhor
N os últim o s dias, aco n tecerá que
4
41 sZc 8.3;
o m o n te3 do tem plo do S e n h o r será estabelecido € z 17.22;
“SI 22.27; 86.9:
com o o principal entre os m ontes Jr 3.17
e se elevará acim a das colinas.'
E os povos a ele acorrerão.u
3.12 A pregação de Miqueias pode ter ajudado na reforma promovida 4.3 O arado era uma ponta de ferro colocada numa viga de madein.
pelo rei Ezequias (ver 2Rs 18.1-6; 2C r 29— 31; Jr 26.18,19). A destrui (os arados antigos eram diferentes dos que conhecemos hoje).
ção de Jerusalém aconteceu em 586 a.C. A foice para poda, ferramenta agrícola usada no cultivo da videira, rinha
4.1-3 Essa passagem é praticamente idêntica a Is 2.2-4. Os estudiosos uma extremidade afiada e pontiaguda para esse fim (ver também Is 2,-i
discutem se Miqueias citou Isaías ou vice-versa, ou se ambos citaram J1 3.10).
um oráculo comum. 4.4 Sentar-se debaixo da própria videira e da própria figueira era uir
quadro proverbial de paz, segurança e satisfação.
MIQUEIAS 4.13 1485
O Plano do Senhor
4 .6 OS1147.2; 6 “Naquele dia”, declara o S e n h o r ,
hEz 34.13,16;
37.21; Sf 3.19
“ajuntarei os que tropeçam
e reunirei os dispersos,9
aqueles a quem afügi.h
4.7 ‘Mq 2.12; 7 Farei dos que tropeçam um remanescente'
JDn 7.14; Lc 1.33;
Ap 11.15
e dos dispersos, uma nação forte.
O S e n h o r reinará sobre eles no monte Sião
daquele dia em diante e para sempre j
8 Quanto a você, ó torre do rebanho,
ó fortaleza11da cidade6 de Sião,
o antigo domínio será restauradoka você;
a realeza voltará
para a cidade de Jerusalém.”
13 “Levante-se e debulhe,
ó cidade de Sião,
pois eu darei a você chifres de ferro
e cascos de bronze
para despedaçar muitas nações.”r
Você consagrará ao S e n h o r ,
ao Soberano de toda a terra,
os ganhos ilícitos e a riqueza delas.
a 4 . 8 Ou colina.
b 4 . 8 Hebraico: filh a ; também nos versículos 10 e 13.
4 .6 Sobre a expressão “naquele dia”, ver nota em J1 1.15. 4 .1 2 ,1 3 A debulha podia ser feita de duas formas: 1) batendo-se os feixes
4 .9 — 5 .1 5 Essa seção tem como cenário as guerras dos tempos de Eze- com uma vara ou mangual; 2) usando bois, que puxavam um trilho de
quias (ver “Ezequias contra os assírios”, em Is 36). Os assírios, liderados madeira em volta da eira, para pisotear os feixes (Is 28.27). A debulha
por Senaqueribe, capturaram 4 0 cidades de Judá e passaram a cobrar era realizada ao ar livre, numa superfície dura no chão. A palavra “eira”
tributo de Ezequias (cf. 2Rs 18.13-16). também era usada como símbolo do julgamento de Deus (ver Is 21.10;
41.15; IC o 9.10; Rt 2 .7 e nota; ver também “A eira”, em lC r 21).
1486 MIQUEIAS 5.1
5.1 Essa profecia se cumpriu quando Jerusalém foi sitiada e seus reis apri M t 2.6, modificação feita pelo uso de vogais diferentes (e provavelmer^
sionados e levados para a Babilônia — o último rei de Judá, Zedequias, de forma correta) com as consoantes hebraicas. “Tu , Belém”, é masc
foi cegado (ver “Os últimos dias de Jerusalém”, em Jr 6). lino e assim provavelmente uma referência direta ao Messias de Beàez
5.2 Diante da ameaça babilônica a Judá, Deus ofereceu a esperança (o gênero seria feminino se a intenção fosse destacar apenas a cidade
messiânica. A menção de Belém- Efrata (ver “Belém”, em M q 5) iden 5 ,5 A Assíria representa aqui todos os inimigos do povo de Deus. rrr
tifica o Messias como alguém da linhagem de Davi (cf. Is 11.1; Jr 23.5; todas as épocas.
Ez 37.24). Os “clãs de Judá” deve ser lido como “líderes de Judá” em “Sete [...] até oito” indica um número indefinido.
MIQUEIAS 5.10 1487
5.6 Ninrode é uma referência à Assíria (ver G n 10.8-12). 5.10 Sobre a expressão “naquele dia”, ver nota em J1 1.15.
SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS
BELEM
MIQUEIAS 5 Situada oito quilômetros ao sul deserção das tribos do norte (2Cr 11.5-12). história local através dos períodos bizan ti
de Jerusalém à margem da rota da principal Miqueias profetizou que o Messias viria des no e islâmico e da época dos cruzados.
cadeia montanhosa (mapa 6), Belém ("casa sa comunidade insignificante (5.2-5), mas 0 nascimento de Jesus em Belém é
de pão") era uma cidade insignificante na era apropriado que o "filho messiânico de registrado nos Evangelhos, nas duas narra
época do AT, exceto por ser o local de nas Davi" nascesse na cidade natal de Davi. tivas da infância (Mt 2.1; Lc 2.4),3 e o teste
cimento de Davi, que também foi ungido ali Arqueologicamente, pouco é conhecido munho de que os líderes judeus conheciam
por Samuel (1Sm 16).1 A história de Rute, da antiga Belém. 0 local era habitado desde a profecia de Miqueias, segundo a qual o
cujo livro conta a vida dos antepassados tempos pré-históricos (algumas pedras Messias nasceria ali, é muito claro (M t 2.4-
paternos de Davi, passa-se quase toda nes de sílica pré-históricas e fragmentos de ossos 6; Jo 7.42). Embora a matança dos meninos
sa aldeia. Entretanto, o AT registra outros de animais foram descobertos ali). Parece recém-nascidos da cidade, decretada por
detalhes históricos sobre Belém.2 Durante haver uma referência a Belém numa das Herodes, o Grande, não seja atestada em
certo tempo, uma guarnição militar filisteia Cartas de A m arna, mas essa conclusão é outras fontes antigas, o relato combina com
o caráter desse "rei" paranoico.4 A pequena
aldeia ao pé da colina existente na época
em que a Igreja da Natividade foi construí
da indica que apenas algumas dezenas de
meninos foram mortos como resultado
da fúria irracional de Herodes. Apesar de
odioso, um infanticídio dessas proporções
provavelmente não teria atraído a atenção
dos historiadores antigos.
Tradições muito antigas da Igreja situam
o nascimento de Jesus numa caverna de Be
lém, sobre a qual o imperador Adriano cons
truiu um santuário a uma deidade romana.
Mais tarde, o imperador cristão Constantino
construiu uma igreja sobre a mesma caver
na.5 Destruída parcialmente pelos samarita-
nos no século VI d.C., a Igreja da Natividade
foi reconstruída pelo imperador Justiniano e
Belém moderna permanece como uma das igrejas mais anti
Foto: © Todd Bolen/ Bible Places.com gas ainda existentes.
controlou a cidade (2Sm 23.14-16), e Belém contestada. A maioria das pesquisas arqueo-
foi uma das aldeias que Roboão fortificou lógicas realizadas em Belém, na realidade,
para reforçar a segurança de Judá após a concentra-se na Igreja da Natividade e na
'Ver "Davi", em 2Sm 1. !Ver "0 túmulo de Raquel", em 1Sm 10. 3Ver "0 lugar do nascimento de Jesus", em Lc 2. 4Ver "Herodes, o Grande", em Mc 3. 5Ver
"Constantino e o papel da rainha Helena na preservação dos locais sagrados", em Jo 19.
1488 MIQUEIAS 5.11
0 5 .1 4 Ou as suas cidades.
b 6 . 6 Isto é, sacrifícios totalmente queimados.
5 .1 4 Para mais informações sobre os “postes sagrados”, ver nota em lR s ela ensina a salvação à pane do sacrifício, mas na verdade é uma
14.15. a D r 10.12 e envolve a responsabilidade de Israel em obedecer a ttxU: :-
6.1— 7 .6 As condenações registradas nessa seção incluem inúmeras re mandamentos mosaicos. Jesus provavelmente se referia a esse vereícul: a:
ferências ao Pentateuco e a outros livros históricos (6.5-16; cp. 5.6 com condenar os fariseus formalístas (M t 23.23; ver “Os fariseus”, em M t 5
G n 10.8,9). A resposta de M q 6.8 é famosa. Alguns argumentam que 6 .5 Ver “Sitim”, em N m 25; e “O acampamento em Gilgal”, em Js 4-
MIQUEIAS 7.2 i4S9
A Desgraça de Israel
Que desgraça a minha!
7 Sou como quem colhe frutos de verão
na respiga da vinha; não há nenhum cacho de uvas
para provar, nenhum figo novo que eu tanto desejo.
7.2 "S112.1; 2 Os piedosos desapareceram do país;0
«Mq 3.10; 'J r 5.26
não há um justo sequer.
Todos estão à espreita
para derramar sangue;d
cada um caça seu irmão com uma armadilha.e
0 6 .9 Ou e suas assembleias!
b 6 .1 0 Ou Não há, ainda,
c 6 .1 6 Conforme a Septuaginta. O Texto Massorético diz zombaria devida ao meu povo.
6.9-16 Esses versículos seguem o esboço de um processo judicial da (Lv 24.2) ou então espremidas (Mq 6.15), porém na maioria das vezes
aliança divina: 1) declaração de abertura (v. 9); 2) lista de pecados co eram esmagadas num moinho construído para esse propósito.
merciais e sociais (v. 10-12); 3) anúncio de castigo divino (v. 13-15); 6.16 Onri reinou de 886 a 874 a.C., aproximadamente. Depois que
4) declaração sumária (v. 16). derrotou Tibni, transferiu a capital do Reino do Norte para Samaria,
6.10 A “medida falsificada” no hebraico é “efa reduzido” (um eía com local cuja defesa era mais fácil. Essa foi talvez sua realização mais signifi
portava cerca de 2 2 litros). cativa (v. 24). Embora Onri seja desprezado e considerado má influência
6.11 Sobre “balanças desonestas” e “pesos falsos”, ver notas em Pv 11.1; pelo historiador hebreu (lR s 16.25,26), foi o primeiro monarca hebreu
16.11; ver também “Pesos e medidas”, em Am 8. A balança hebraica a ser mencionado em registros extrabíblicos, indicando que era um líder
consistia de uma barra horizontal suspensa por uma corda segurada na respeitado. Mesa incluiu o nome de Onri na esteia de Mesa (conhecida
mão ou colocada sobre um eixo numa vara perpendicular. Os pratos como pedra Moabita, ca. 84 7 a.C.), destacando o fato de que Onri sub
ficavam pendurados nas extremidades da barra, um para o objeto a ser jugou Moabe. Sargão II (ca. 721 a.C.; ver “Os anais de Sargão II”, em
pesado e outro para o peso. N o princípio, os pesos eram de pedra. Is 10) refere-se a Israel como “a terra de O nri”, e Tiglate-Pileser III men
A pesagem com tais balanças podia ter precisão, mas o sistema era pro ciona em seus anais a “casa de Onri” (ver “Onri e Samaria”, em lR s 16).
penso a fraudes. Onri e Acabe, juntos, cometeram mais perversidades que todos os reis
6.14.15 Temos aqui uma maldição para a desobediência (ver ue os precederam (ver lR s 16.25,30; ver também “Acabe e a batalha
D t 28.38,39). e Qarqar”, em lR s 22).
6.15 Na Bíblia, o óleo é quase sempre de oliva — talvez a única exceção
seja Et 2.12, em que o óleo é de mirra. As azeitonas eram às vezes batidas
1490 MIQUEIAS 7.3
Israel se Levantará
8Não se alegre a minha inimiga 7.8 "Pv 24.17
»SI 37.24;
com a minha desgraça.” A m 9 .1 1 ;P te 9 i
Embora eu tenha caído, eu me levantarei.0
Embora eu esteja morando nas trevas,
o S e n h o r será a minha luz.P
9Por eu ter pecado contra o S e n h o r, 7.9«Lm 3.39.J-:
I s 46.13
suportarei a sua ira1!
até que ele apresente a minha defesa
e estabeleça o meu direito.
Ele me fará sair para a luz;
contemplarei a sua justiça.r
10Então a minha inimiga o verá 7 .1 0 ESI 3526
<ls 51.23; “Zc - :
e ficará coberta de vergonha,s
ela, que me disse:
“Onde está o S e n h o r, o seu Deus?”
Meus olhos verão a sua queda;*
ela será pisadaucomo o barro das ruas.
110 dia da reconstrução dos seus murosv
chegará, o dia em que se ampliarão
as suas fronteiras virá.
12 Naquele dia, virá a você gente 7 .12»ls 1 9 X - 2
7 .4 Os profetas foram comparados a guardas designados para alertar o 7 .7 Era muito comum haver nos lamentos uma nota de esperança »=:
povo do perigo que se aproximava — nesse caso, o juízo divino iminente “Lamentos no antigo Oriente Médio”, em Lm 3).
(ver notas em Ez 3.17; Os 9.8). 7 .1 2 Sobre a expressão “naquele dia”, ver nota em JI 1.15.
A C R E D I B I L I D A D E DA
TEXTOS DO
ANTIGO TESTAMENTO
MIQUEIAS 7 Para qualquer um que considera o AT a Palavra de A tradição da pronúncia correta das palavras hebraicas antigas era
Deus, uma pergunta fundamental é: "Como vou saber se o texto que transmitida oralmente. Entretanto, entre 500 e 1000 d.C., um grupo
tenho em mãos reflete com precisão o que os autores antigos escre de estudiosos judeus, conhecido como massoretas (de maser, "pas
veram e que os erros dos escribas não adulteraram o texto seriamen sar"; "transmitir") desenvolveu um sistema de acréscimo de vogais,
te?" Na verdade, os textos antigos e as versões do AT são as próprias acentos e notas que garantia maior precisão na leitura e na cópia dos
ferramentas que os estudiosos textos antigos.
usam para confirmar que o AT, Sua qualidade. Nenhum
como nos foi dado, reflete com outro texto do mundo antigo
fidelidade o original. foi protegido com tanto cuida
0 AT foi escrito origina- do quanto o Texto Massorético.
riamente em hebraico (com Sua tradição é considerada
uns poucos capítulos em uma autoridade em si mesma,
aramaico). Quando os judeus ’ tiC ílS . ò e extremamente confiável.
se espalharam, na Diáspora, cvj K u e - n c- Manuscritos antigos. 0
adotaram outros idiomas, e ■ÍÜI íM JS ê ç manuscrito massorético com
depois que o cristianismo se pleto mais antigo, o Códice
espalhou entre os gentios, dssSflfç de Leningrado (1009 d.C.), é
quem não conhecia o hebraico usado para a edição padrão
também queria ler as Escritu da Bíblia hebraica. Outra cópia
ras. Assim, foram produzidas antiga, embora incompleta, é
algumas traduções do AT em o Códice de Alepo (925 d.C.).
grego, aramaico, egípcio, ♦
latim e outros idiomas. Ao Com a descoberta, em 1947,
mesmo tempo, os escribas de 800 rolos no deserto da
judeus continuaram copiando Judeia, datando de 250 a.C. a
e preservando o AT hebraico. 135 d.C., aproximadamente,
Hoje há milhares de textos que continham todos os livros
do AT disponíveis em rolos de do AT, exceto Ester,1 a idade
couro e papiro e em fragmen dos manuscritos existentes
tos — alguns com mais de mais antigos do AT aumentou
Fragmento de Ezequiel na versão latina antiga;
dois mil anos. norte da Itália, século V d.C.
cerca de mil anos! Os Rolos do
© The Scheyen Collection; cortesia do sr. Martin Schayen mar Morto contêm manuscri
Os manuscritos hebraicos tos e fragmentos hebraicos,
Não existe mais nenhum manuscrito bíblico original, porém os tes gregos e aramaicos, muitos dos quais são textos das Escrituras. É signi
temunhos mais significativos do texto hebraico original são o Texto ficativo que um grande número dos manuscritos da Bíblia hebraica
Massorético e os Rolos do mar Morto: encontrados ali reflete essencialmente o mesmo texto herdado pelos
massoretas, confirmando a antiguidade e a autoridade do Texto Mas
♦ 0 Texto Massorético. É a Bíblia hebraica como a conhecemos hoje. sorético.
Sua origem. Até o século VI d.C., escreviam-se apenas as conso
antes do AT hebraico: o idioma não continha nenhuma vogal.
TRADUÇÕES V
ANTIGAS
MIQUEIAS 7 Desde a descoberta dos rolos do mar Morto, as versões judeus da Palestina e da M esopotâm ia. A tradição judaica data os
ou traduções antigas da Bíblia tornaram-se menos importantes para Targuns do tempo de Esdras (cf. Ne 8.8), porém os mais antigos frag
estabelecer o texto original do AT.1 No entanto, as leituras que dife mentos, descobertos entre os Rolos do mar Morto, datam da época
rem do Texto Massorético ainda são avaliadas em pelo menos quatro de Cristo, aproximadamente. A tradição dos Targuns culminou entre
versões antigas: a S eptuaginta (grega), os Targuns (aramaicos), o séculos III e V d.C., com a produção dos Targuns rabínicos oficiais
a Peshita (siríaca) e a Vulgata (latina). sobre a Torá ( Targum de Ônquelos) e sobre os Profetas ( Targum
♦ Septuaginta (grega). A versão mais importante é a Septuaginta, deJônatas).
que contém a tradução grega da Bíblia hebraica, além algumas obras Sua qualidade e seu valor. Os Targuns constituem uma tradução
gregas não canônicas conhecidas pelos cristãos protestantes como parafraseada, em geral acompanhada de comentários e explica
Apócrifos .2 ções. São, portanto, traduzidos de forma livre e interpretativa e
Sua origem. 0 título "Septuaginta" (lat. "setenta") deriva da tradi repletos de comentários, o que torna difícil seu uso para confirmar
ção de que 72 tradutores disponibilizaram o Pentateuco no idioma o texto original.
grego por volta de 285 a.C. Originariamente destinada aos judeus de ♦ Peshita (siríaca). A Bíblia autorizada pela igreja síria é a Peshita
fala grega no Egito, a Septuaginta foi concluída por vários tradutores (que significa "simples" ou "direto"). Não há como determinar se a
em Alexandria ou nas proximidades, entre os séculos III e II a.C. Por origem da Peshita (AT) é cristã ou judaica. Em sua forma mais antiga,
ser a Bíblia da Igreja primitiva, é citada muitas vezes no NT e também datando no máximo do século IV d.C., a Peshita era uma tradução
pelos pais da Igreja. relativamente literal de um texto hebraico semelhante ao Texto Mas
Sua estrutura. A Septuaginta é organizada desta forma: o Pen sorético. Contudo, no tempo apropriado, a tradução siríaca foi atuali
tateuco, seguido pelos Livros Históricos, Poéticos, de Sabedoria e zada, e o texto foi polido. No entanto, ainda há vestígios do original.
Proféticos. A ordem da Septuaginta é seguida livremente por outras ♦ Vulgata (latina). Em meados do século IV d.C., a Bíblia cristã da
traduções. igreja ocidental era a tradução latina da Septuaginta, mas entre 390
Seu texto original. Não temos nenhuma cópia perfeita da Septua e 405 d.C. o estudioso cristão Jerônimo reivindicou "a veracidade do
ginta original, que foi revisada muitas vezes. Até agora, os es texto hebraico". Ajudado por versões posteriores da Septuaginta,
tudiosos conseguiram reconstruir boa parte do texto, e o trabalho traduziu o AT hebraico para o latim. Seu trabalho agora compõe a
está avançando. porção veterotestamentária da Bíblia latina, a Vulgata ("comum" ou
Sua qualidade. A qualidade do texto da Septuaginta é variada, "popular"). Pelo fato de Jerônimo se apoiar amplamente na Septua
em razão do trabalho de numerosos tradutores em épocas diferentes ginta e de sua tradução variar quanto à literalidade, o AT da Vulgata
e com capacidades e estilos diversos (variando desde o rigorosamen precisa ser usado com cautela no que diz respeito ao testemunho
te literal até a paráfrase). sobre o original hebraico.
Comparação com o Texto Massorético. A Septuaginta é seme
lhante ao Texto Massorético (hebraico). Nas traduções em outros Quando o hebraico do Texto Massorético é comparado com o
idiomas, muitas partes são quase idênticas. Apesar disso, às vezes material encontrado entre os Rolos do mar Morto e com várias outras
os dois textos diferem bastante.3 versões, ele se mostra, na vasta maioria dos casos, digno de respeito,
Seu valor. A Septuaginta é a versão mais apropriada para estabe pois reflete com precisão as palavras originais dos autores sagrados.
lecer o texto original do AT, por estes motivos: 1) é a tradução mais
antiga do AT completo; 2) é bem atestada em numerosos manuscri
tos; 3) difere em várias passagens importantes do Texto Massorético,
proporcionando uma tradução alternativa nesses pontos.4
♦ Targuns (aramaicos). Não se trata de um único trabalho, mas de
uma série de interpretações dos livros do AT.
Sua origem. Assim como o grego se tornou o idioma comum
entre os judeus no Egito, o aramaico substituiu o hebraico entre os
'Ver "Crítica textual", em Is 51. Aíer "Os apócrifos", em Tt 1. 3Ver, e.g., "0 problema da versão de Jeremias na Septuaginta", em Jr 29. 4Ver "A Septuaginta e o
Texto M assorético em Jr 35.
7 .1 4 Em todo o antigo Oriente Médio, o termo “pastor” era muitas Basá e Gileade eram áreas férteis com exuberantes pastagens (sobre
vezes aplicado aos líderes (ver 2Sm 5.2; J r 2 3.2; ver também “Pastoreio Basá, ver nota em Ez 39.18).
de oveíhas no mundo antigo”, em Ez 34).