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NOVA VERSÃO INTERNACIONAL

ATRAVÉS DA V I D A E DOS

TEMPOS BÍBLICOS
AUTOR, LUGAR E DATA DA R E D A Ç Ã O
Miqueias, autor deste livro, informa-nos que era de Moresete (1.1), aldeia da Sefelá também conhecida como Moresete-Gate (1.14). Não
sabemos praticamente nada mais sobre ele, embora seja um dos poucos profetas do AT a ser citado pelo nome em outros escritos (Jr
26.18, citando Mq 3.12). Isso significa que o livro de Miqueias era reconhecido como canônico no tempo do ministério de Jeremias (a na­
tureza da citação sugere que havia consenso de que Miqueias fora um profeta autêntico). Além disso, Habacuque 2.12 é uma modificação
de Miqueias 3.10, e 4.2,3 é quase idêntico a Isaías 2.2-4, embora nesse caso não seja possível determinar se o oráculo se originou com
Miqueias ou com Isaias.
Alguns estudiosos hoje acreditam que apenas parte do livro de Miqueias veio do próprio profeta e que o restante é secundário
(escrito por outra pessoa). Pensa-se que as profecias de julgamento, em particular, são autênticas, mas que as predições mais otimistas
— as que prometem salvação para Judá — vieram de outro profeta. Essa maneira de entender o texto, baseada na premissa de que
um dado profeta era portador de uma mensagem única e simples, é equivocada e simplista.
Miqueias 1.1 informa o leitor de que o profeta pregou nos reinados de Jotão, Acaz e Ezequias, o que situa seu ministério na
segunda metade do século VIII a.C., tornando-o contemporâneo de Isaías, Amós e Oseias.

DESTINATÁRIO
Miqueias ministrou principalmente ao Reino do Sul (Judá), mas também pregou ao Reino do Norte (Israel), profetizando a queda de Samaria
(1.6), que aconteceu em 722 a.C. Sua mensagem era dirigida em particular aos proprietários de terras gananciosos e opressores (2.1 -5),
que apoiavam os líderes políticos e religiosos corruptos de Israel, responsáveis por conduzir a nação à decadência moral.

FATOS CULTURAIS E DESTAQUES


0 cenário do livro é idêntico ao encontrado nas porções mais antigas de Isaías. As passagens bíblicas que cobrem esse período são 2Reis
15.32— 20.21; 2Crônicas 27— 32; Isaías 7; 20; 36— 39. Vários fatos históricos significativos ocorreram durante esse período:
• 734-732 a.C.: Tiglate-Pileser III, da Assíria, conduziu uma campanha militar contra Arã (Síria), Filístia e parte de Israel e Judá. 0 Reino
do Norte perdeu a maior parte de seu território, inclusive todo o território de Gileade e uma grande porção da Galileia.
• 722-721 a.C.: Samaria caiu, e o Reino do Norte foi conquistado pela Assíria.
• 701 a.C.: Judá organizou uma revolta contra a Assíria, mas foi vencida pelo rei Senaqueribe e seu exército. Todavia, Jerusalém foi poupada.
Miqueias condenou o pecado de Judá e antecipou o julgamento divino contra a nação (3.1-4; 4.1 0a), mesmo assim, ele previu seu
triunfo definitivo sobre todas as outras nações (4.10b -13). Contudo, Miqueias não era um simples judeu patriota que torcia pela vitória
sobre os gentios: ele esperava que Israel se tornasse, no longo prazo, uma bênção para todos os povos (4.2,3). Em resumo, Miqueias
estava propondo uma teologia para lidar com o dilema contemporâneo do povo escolhido de Deus e da casa de Davi, que estava sob
julgamento. Longe de significar o fracasso das promessas da aliança, esse julgamento seria o meio pelo qual Deus a cumpriria.

LINHA DO T E M P O

1400 A.c. 1300 1200 1100 1000 900 800 700 600 500 400

D ivisão do rein o (9 3 0 a.C.)


1
M inisté rio s de Elias e Eliseu em Israel (ca. 8 7 5 -7 9 7 a.C.)

M inisté rio s de A m ó s e Oseias em Israel (ca. 7 6 0 -7 1 5 a.C.) n


'
M in isté rio de M iqu eias em Ju d á (ca. 7 4 2 -6 8 7 a.C.)

Redação do livro de M iqu eias (ca. 7 4 0 -7 1 0 a.C.)

M in isté rio de Isaías em Ju d á (ca. 7 4 0 -6 81 a.C.)



Exílio de Israel (7 2 2 a.C.)
i
Queda de Je ru salé m (586 a.C.)
1
1 47 8 INTRODUÇÃO A MIQUEIAS

ENQUANTO VOCÊ LÊ
Observe os oráculos alternados de destruição e esperança neste livro profético. Você consegue enxergar tais mudanças, na perspectr. e
desta ou de outras obras proféticas, como “mudança de humor” por parte do autor ou a representação exata das mensagens transmitida;
ao profeta pelo Deus que é caracterizado por “bondade” e “severidade” (cf. Rm 11.22)?

VOCÊ S A B I A ?
• Andar descalço era sinal de lamentação, como também vestir pano de saco. É possível que Miqueias, na verdade, tenha caminhao:
descalço por Jerusalém, usando apenas uma tanga de pano de saco (1.8).
• O hebraico para “presentes de despedida” é traduzido por “presente de casamento” em 1Reis 9.16. Jerusalém entregaria Moreseír-
-Gate à Assíria, como um pai dá um “presente de casamento” à filha quando ela se casa (1.14).
• “Videntes” é um termo antigo para “profetas” (3.7).
• 0 arado (4.3) era uma ponta de ferro colocada numa viga de madeira (os arados antigos eram diferentes dos que conhecemos hoje
• Sentar-se debaixo da própria videira e da própria figueira era um quadro proverbial de paz, segurança e satisfação (4.4).
• “Sete [...] até oito” indica um número indefinido (5.5).
• Era muito comum haver nos lamentos uma nota de esperança (7.7).

TEMAS
O livro de Miqueias inclui os seguintes temas:
1. Julgamento dos opressores. Miqueias predisse que Deus julgaria com justiça os “pecados da nação de Israel” (1.5). Os proprietários re
terras, os líderes religiosos e os políticos abusavam do poder e conspiravam para fazer o mal(2.1; 7.3), cobiçavam edefraudavam a prt-
priedade alheia (2.2; 6.10), roubavam e saqueavam (2.8), odiavam o bem e amavam o mal(3.2),oprimiam o pobre (3.3),menosprezava-
a justiça e torciam a verdade (3.9), aceitavam subornos (3.11; 7.3), usavam o cargo religioso para obter lucro (3.11), adotavam prática:
comerciais desonestas (6.11), agiam com violência e engano (6.12) e assassinavam os próprios compatriotas (7.2). Deus enviaria a des­
graça sobre Samaria (1.6,7), Jerusalém (1.12; 3.12; 4.10), os gananciosos proprietários de terras (2.3-5), os líderes corruptos (3.4) e cs
falsos profetas (3.5-7).
2. Restauração. Miqueias declarou que depois do julgamento, Deus perdoaria misericordiosamente e restauraria seu povo (7.9), trazeno:-
-os de volta do exílio na Babilônia (4.10) e restabelecendo o domínio de Jerusalém (4.8,13).
3. Justiça. Miqueias fez uma pergunta simples e enganosa: “O que o Senhor exige de você?”. A resposta: “Pratique a justiça, ame a fide -
dade e ande humildemente com o seu Deus” (6.8). Israel havia falhado em cumprir essa expectativa divina, e a nação sofreria as horrives
conseqüências desse ato.

SUMÁRIO
I. Julgamento de Israel e Judá (1— 3)
II. Israel e Judá têm esperança (4 e 5)
III. O Senhor julga Israel (6)
IV. A desgraça transforma-se em triunfo (7)
MIQUEIAS 1.2 1479

1.1 aJr 26 .18; A palavra do Sen h o r que veio a Miqueias de Moresete3 durante os reinados de Jotão,bAcazc e
°icr 3 13 -Ss i'i' 1 Ezequias, reis de Judá;dvisãoe que ele teve acerca de Samaria e de Jerusalém:
'• I s i . í
1 .2 'Si 50.7; 2 Ouçam, todos os povos;’
»Gn3 i!50; prestem atenção, ó terras e todos os que nela habitam;
Dt4 26sm 4 que o Sen h o r , o Soberano, do seu santo temploh
testemunhe' contra vocês.

1.1 No original, Mica, forma abreviada do nome Miqueias (ou Micael),


que significa “quem é como Deus?”.

SÍTIOS ARQJJEO LÓGICOS

ADULÃO

Uma caverna antiga


Foto: © Todd Bolen/Bible Places.com

MIQUEIAS 1 Situada 26 quilômetros a 12.15),2 porém se destaca como o lugar em Hoje, numerosas cavernas marcam a
sudoeste de Jerusalém, Adulão era uma das que Davi procurou abrigo — uma "terra de conhecida colina de Adulão, porém o local
várias cidades estratégicas da Sefelá (mapa ninguém" entre o território dos israelitas e ainda não foi escavado. 0 neto de Davi,
2), objeto de severas profecias de Miqueias. dos filisteus (ISm 22). Enquanto se escondia Roboão, fortificou Adulão como parte de sua
Adulão, que havia sido um lugar de refúgio ali, Davi estava com os membros de sua fa­ estratégia para proteger o lado ocidental de
durante o tempo da aflição de Davi, agora mília e outros refugiados, até que se tornou Judá (2Cr 11.7), mas o local pode ter sido
seria anfitriã dos ricos e poderosos que fu­ o líder de uma força de 400 homens. Os títu­ destruído durante a invasão de Senaqueri-
giam diante do exército assírio1. los dos salmos 34,57 e 142 talvez sejam in­ be, prevista por Miqueias.4 Depois do exílio
Adulão é mencionada anteriormente dicações de que Davi escreveu esses salmos babilônio, porém, Adulão foi habitada
nas Escrituras em conexão com Judá e Ta- enquanto morou na caverna de Adulão.3 outra vez (Ne 11.30).
mar (Gn 38) e com a conquista de Josué (Js

'Ver o Glossário na p. 2080 para as definições das palavras em negrito. JVer "A conquista de Canaã", em Js 5. JVer "Salmos sobrescritos", em SI 3. 4Ver "0 prisma
de Senaqueribe", em 2Cr32.
1480 MIQUEIAS 1.3

O Julgamento de Samaria e de Jerusalém


3 Vejam! O S e n h o r já está saindo da sua habitação^ 1.3ÜS 18.4;
*Am 4.13
ele desce e pisa os lugares altos da terra.k
4 Debaixo dele os montes se derretem1como cera diante do fogo, 1.4 SI 46.2,6;
mNm 16.31;
e os vales racham ao meio,m Na 1.5
como que rasgados pelas águas
que descem velozes encosta abaixo.
5 Tudo por causa da transgressão de Jacó,
dos pecados da nação de Israel.
Qual é a transgressão de Jacó?
Acaso não é Samaria?"
Qual é o altar idólatra de Judá?
Acaso não é Jerusalém?

6 “Por isso farei de Samaria um monte de entulho 1.6°Am5.11;


pEz 13.14
em campo aberto, um lugar para plantação de vinhas;
atirarei as suas pedras0 no vale
e porei a descoberto os seus alicerces.P
7 Todas as suas imagens esculpidas1! 1 .7 € z 6 .6 ;
rDt 9.21;
serão despedaçadas ■Dt 23.17,18
e todos os seus ganhos imorais
serão consumidos pelo fogo;
destruirei todas as suas imagens.r
Visto que o que ela ajuntou foi como ganho da prostituição,s
como salário de prostituição tornará a ser usado.”

O Lamento do Profeta
8 Por causa disso chorarei* e lamentarei; 1.8 I s 15.3
andarei descalço e nu.
Uivarei como um chacal e gemerei
como um filhote de coruja.
9 Pois a feridaude Samaria é incurável 1 .9 uJr 46.11;
*2Rs18.13;
e chegou a Judá.v «Is 3.26
O flagelo alcançou até m esm o
a portawdo meu povo, até a própria Jerusalém!
10Não contem isso em Gate
e não chorem .
Habitantes de Bete-Ofra“,
revolvam-se no pó.
11 Saiam nusx e cobertos de vergonha,
vocês que moram em SafiA
Os habitantes de Zaanãc
não sairão de sua cidade.
Bete-Ezel está em prantos;
foi-lhe tirada a proteção.

0 1 .1 0 Bete-O fra significa casa de poeira.


b 1 .1 1 Safir significa a g rad áv el
c 1 .1 1 Z aanã assemelha-se à palavra que se traduz por sairão.

1.3,4 Ver “Deuses da tempestade, imagem e teofania da tempestade”, 1.9 A porta da cidade era o lugar em que os líderes se encontravam para
em SI 18. tomar decisões, em que funcionava o mercado e em que ocorriam
1.6.7 Essa profecia foi cumprida durante a vida de Miqueias, quando a transações de negócios oficiais (ver “A porta da cidade”, em Rt 4).
Assíria destruiu Samaria, em 722/721 a. C. 1.10-15 As cidades mencionadas nesses versículos localizam-se na Sefeli.
1.7 A prostituição muitas vezes simboliza a idolatria ou a infidelidade contraforte entre a planície costeira do Mediterrâneo e as montanhas
espiritual no AT. As riquezas que Samaria conquistara com sua idolatria de Judá.
seriam levadas pelos assírios e colocadas nos templos pagãos para serem 1.10 Sentar-se no pó era sinal de lamentação.
usadas de novo na adoração aos ídolos. 1.11 Zaanã, localizada na região da Sefelá de Judá, como Moresete, nun­
1.8 Andar descalço era sinal de lamentação (ver “Pano de saco e cinzas: ca foi identificada com certeza, mas pode ser Zenã.
rituais de lamentação”, em SI 30). É possível que Miqueias, na verdade, Já se pensou que Bete-Ezel, cidade do sul da Judeia, na planície dos
tenha caminhado descalço por Jerusalém, usando apenas uma tanga de filisteus, era a mesma cidade que Azei (Zc 14.5)-, mas agora é identificada
pano de saco (“nu”). como Deir el-Asal.
MIQUEIAS 2.4 i 4si

12 Os que vivem em iMarote*1 se contorcem de dor


aguardando alívio,v
po rque a desgraça veio da parte do S e n h o r
até as portas de Jerusalém .
13 H abitantes de Láquis6,2
atrelem aos carros as parelhas de cavalos.
Vocês foram o início do pecado
da cidadec de Sião,
pois as transgressões de Israel
foram aprendidas com vocês.
1 . 1 4 a2Rs16.8; 14 Por isso vocês darão presentes3
ojs 15.44;
'J r 15.18 de despedida a M oresete-Gate.
A cidade de A czibe*
se revelará enganosa0 aos reis de Israel.
1.15‘ Js 15.44; 15 T rarei u m conquistador contra vocês que vivem em M aressa£.d
'Js 12.15
A glória de Israel irá a A dulão.e
16 Rapem* a cabeça em pranto
po r causa dos filhos nos quais vocês tan to se alegram;
fiquem calvos com o a águia,
pois eles serão tirados de vocês
e levados p ara o exílio.

0 Castigo dos Opressores


Ai daqueles que planejam m aldade,
2 dos que tram am o m al em suas camas!8
Q uando alvorece, eles o executam ,
porque isso eles podem fazer.
2 .2 "Is5.8; 2 C obiçam terrenos11 e se apoderam deles;
'Jr 22.17
cobiçam casas e as tom am .
Fazem violência' ao hom em e à sua família;
a ele e aos seus herdeiros.

2.3Ur18.11; 3 P ortanto, assim diz o S e n h o r:


Am 3.1,2; *ls 2.12
“Estou planejando contra essa gente
u m a desgraça,) da qual vocês não poderão livrar-se.
Vocês não vão m ais an d ar com arrogância,k
pois será tem po de desgraça.
2.4'Jr 4.13 4 Naquele dia, vocês serão ridicularizados;
zom barão de vocês
com esta triste canção:
‘Estam os totalm ente arruinados;1
dividida foi a propriedade do m eu povo.
Ele tirou-a de mim!
E ntregou a invasores as nossas terras’
« 1 .1 2 Marote assemelha-se à palavra Mara, que significa amarga.
* 1 .1 3 Láquis assemelha-se à palavra lareques, que se traduz por junte ou parelha.
‘ 1 .1 3 Hebraico: filha.
d 1 .1 4 Aczibe significa engano.
1 1 .1 5 Maressa assemelha-se à palavra que se traduz por conquistador.
-------------------------------------------------------
1.13 Láquis era uma das maiores cidades em Judá. Mais tarde, Senaque- identifique o profeta como natural de Moresete. O nome Gate pode ter
ribe decorou seu palácio em Nínive com um quadro em relevo retratan­ sido acrescentado para indicar que essa era a Moresete que ficava perto
do suas façanhas ali (ver "O s relevos de Láquis”, em 2Rs 18). de Gate. É identificada hoje como Tell ej-Judeideh, localizada cerca de 8
Miqueias condenou os carros de Láquis por serem “o início do pecado da quilômetros a oeste de Gate, na região da Sefelá.
cidade de Sião”, talvez porque a cidade era um ponto estratégico para a Aczibe, cidade de Judá (Js 15.44), pode ser Tell el-beida, a sudoeste
escandalosa importação de cavalos egípcios (cf. D t 17.16; lR s 10.28,29). de Adulão. O mesmo local é chamado também Quezibe (Gn 38.5) e
1.1 4 O hebraico para “presentes de despedida” é traduzido por “presente Cozeba ( lC r4 .2 2 ).
de casamento” em 1Rs 9.16. Jerusalém entregaria Moresete-Gate à Assíria, 2 .2 A terra deveria ser posse permanente da família (ver notas em Nm
como um pai dá um “presente de casamento” à filha quando ela se casa. 27.1-11; lR s 2 1.1-7; ver também “Herança no antigo Oriente Médio”,
A única referência bíblica a Moresete-Gate, cidade situada na frontei­ em Nm 35).
ra entre Judá e a Filístia, aparece nesse versículo, embora o versículo 1
14 8 2 MIQUEIAS 2.5

5 P ortanto, vocês não estarão na assem bleia do S e n h o r


p ara a divisão da terram por sorteio.

Advertência contra os Falsos Profetas


6 “N ão p reg u em ”, 2.6 nMq 6.16;
«Am 2.12
dizem os seus profetas.
“N ão preguem acerca dessas coisas;
a desgraça" não nos alcançará.0”
Ó descendência de Jacó,
7 é isto que está sendo falado: 2 .7PSI119.6E
flS116.2; 84.11
“O Espírito do S e n h o r perdeu a paciência?
É assim que ele age?”

“As m inhas palavras fazem bemP


àquele cujos cam inhos são retos.1!
8 M as ultim am ente com o inim igos,
vocês atacam o m eu povo.
Além da túnica, arrancam a capa
daqueles que passam confiantes,
com o quem volta da guerra.
9 Vocês tira m as m ulheres do m eu povo 2 .9 'Jr 10.20
de seus lares agradáveis/
De seus filhos vocês rem ovem
a m in h a dignidade para sem pre.
10 Levantem -se, vão embora! 2.10 9Dt 12.9;
1*18.25-29;
Pois este não é o lugar de descanso,s S1106.38,39
p orque ele está contam inado*
e arru inado, sem que haja rem édio.
11 Se u m m entiroso e enganador11vier e disser: 2.11 °Jr 5.31;
>ls 30.10
‘Eu pregarei p a ra vocês fartu ra de vinho
e de b ebida fe rm e n ta d a , ele será o profeta deste povo!v

Promessa de Livramento
12“V ou de fato ajuntar todos vocês, ó Jacó; 2.12wMq 4.7
5.7; 7.18
sim , vou reunir o rem anescente" de Israel.
Eu os ajuntarei com o ovelhas n u m aprisco,
com o um rebanho n u m a pastagem ;
haverá ruído de grande m ultidão.
13 Aquele que abre o cam inho irá adiante* deles;
passarão pela p o rta e sairão.
O rei deles, o S e n h o r, os guiará.”

Repreensão aos Líderes e aos Profetas


O E ntão eu disse:

Ouçam , vocês que são chefes^ de Jacó,


governantes da nação de Israel.
Vocês deveriam conhecer a justiça!
2 Mas odeiam o bem e am am o mal; 3.2 «I53.4;
Ez 22.27
arran cam a pele do m eu povo
e a carne dos seus ossos.2
3 Aqueles que com em a carne do m eu povo,® 3.3 *SI14.4;
*Sf 3,3; € 2 1 1 7
arran cam a sua pele,
despedaçam os seus ossosb
e os cortam com o se fossem
carne p ara a panela0

2.6 Ver “Profetas na Bíblia e nas nações pagãs”, em Am 7.


MIQUEIAS 3.7 1483

CRONOLOGIA DOS PROFETAS


Período A Israel AM i Awrtr u t m m

Amós: ca. 7 6 3-7 50 a.C. Isaías: ca. 7 4 0-7 00 a.C.


Período assírio Jonas: ca. 7 7 0-7 50 a.C.
Oseias: ca. 7 5 5-7 15 a.C. Miqueias: ca. 7 3 7-6 90 a.C.

Habacuque: ca. 6 3 0 -6 0 5 a.C.

Sofonias: ca. 6 4 0-6 09 a.C.

Período babilônio Jeremias: ca. 6 2 7-5 80 a.C. Naum: ca. 66 3-6 15 a.C.

Daniel: ca. 6 0 5-5 30 a.C.

Ezequiel: ca. 5 9 3-5 70 a.C.

Ageu: 520 a.C.


Zacarias: ca. 5 2 0-5 18 a.C.
Período persa Obadias: ca. 5 8 6-5 53 a.C.
Joel: ca. 8 0 0-5 00 a.C.
Malaquias: ca. 433 a.C.

Chronological and Background Charts ofthe Old Testament, p. 52

3.4 dSI18.41; 4 u m dia clam arão ao S e n h o r,


Is 1.15; eDt 31.17
m as ele não lhes responderá.d
N aquele tem po, ele esconderá deles o rostoe
p o r causa do m al que eles têm feito.

5 A ssim diz o S e n h o r:

“Aos profetas
que fazem o m eu povo desviar-se,f
e que, quando lhes dão o que m astigar,
proclam am paz, m as proclam am guerra santa
contra quem não lhes enche a boca:
3.6 sis 8.19-22; 6 Por tu d o isso a noite virá sobre vocês, noite sem visões;
Ms 29.10
haverá trevas, sem adivinhações.0
O sol se porá
e o dia se escurecerá
p ara os profetas.h
3.7'Mq 7.16; 7 Os videntes envergonhados'
ils 44.25
e os adivinhos constrangidos,)
todos cobrirão o rosto
porque não haverá resposta
da p arte de Deus”.

3 .5 Os falsos profetas profetizavam paz para Judá, enquanto Miqueias 3 .7 “Videntes” é um termo antigo para “profetas” (ver “Profetas na
previa destruição e cativeiro (cf. v. 12; 4.10). Bíblia e nas nações pagãs”, em Am 7).
1 484 MIQUEIAS 3.8

8 M as, qu an to a m im , graças ao poder 3.8 «Is 58.1


do E spírito do S e n h o r,
estou cheio de força e de justiça,
p ara declarar a Jacó a sua transgressão,
e a Israel o seu pecado.k
9 O uçam isto, vocês que são chefes 3.9 'SI 58.1 2,
Is 1.23
da descendência de Jacó,
governantes da nação de Israel,
que d etestam a justiça e pervertem tudo o que é justo;1
10 que constroem m Sião com derram am ento de sangue" 3.10 mJr 22.13;
»Hc2.12;"Ez22r
e Jerusalém com im piedade.0
11 Seus líderes julgam sob suborno, 3.11 Pis 1.23;
Jr 6.13; 0S4.E - i
seus sacerdotes ensinam visando lucro, ‘Ur 7.4
e seus profetas adivinham
em troca de prata.P
E ainda se apoiam no S e n h o r,
dizendo: “O S e n h o r está no m eio de nós.
N en h u m a desgraça nos aco n tece ra’.1!
12 P or isso, p o r causa de vocês,
Sião será arada com o um cam po,
Jerusalém se to rn ará um m o n te de en tu lh o /
e a colina do tem plo, u m m atagal.

A Montanha do Senhor
N os últim o s dias, aco n tecerá que

4
41 sZc 8.3;
o m o n te3 do tem plo do S e n h o r será estabelecido € z 17.22;
“SI 22.27; 86.9:
com o o principal entre os m ontes Jr 3.17
e se elevará acim a das colinas.'
E os povos a ele acorrerão.u

2 M uitas nações virão, dizendo: 4.2>Jr31.6;


“V enham , subam os ao m onte do S e n h o r / “ Zc 2.11; 14.16:
-SI 25.8,9; te 5 Í - :
ao tem plo do Deus de Jacó.w
Ele nos en sinará os seus cam inhos,*
para que andem os nas suas veredas”.
Pois a lei virá de Sião,
a palavra do S e n h o r, de Jerusalém .
3 Ele julgará entre m uitos povos e resolverá contendas 4.3»ls 11.4;
zJI3.10;als2.4
en tre nações poderosas e d istan tes/
Das suas espadas farão arados,
e das suas lanças, foices.2
N en h u m a nação erguerá
a espada contra outra,
e não aprenderão m ais a guerra.3
4 T odo h o m em poderá sentar-se debaixo da sua videira 4 .4 »1Rs 4.25;
cLv 26.6; dls 1-2E1
e debaixo da sua figueira,b Zc 3.10
e ninguém o incom odará,0
pois assim falou
o S e n h o r dos Exércitos.d
5 Pois todas as nações andam , 4.5 «2Rs 17.29:
'Js 24.14,15;
cada u m a em nom e dos seus deuses,e Is 26.8; Zc 10.12

3.12 A pregação de Miqueias pode ter ajudado na reforma promovida 4.3 O arado era uma ponta de ferro colocada numa viga de madein.
pelo rei Ezequias (ver 2Rs 18.1-6; 2C r 29— 31; Jr 26.18,19). A destrui­ (os arados antigos eram diferentes dos que conhecemos hoje).
ção de Jerusalém aconteceu em 586 a.C. A foice para poda, ferramenta agrícola usada no cultivo da videira, rinha
4.1-3 Essa passagem é praticamente idêntica a Is 2.2-4. Os estudiosos uma extremidade afiada e pontiaguda para esse fim (ver também Is 2,-i
discutem se Miqueias citou Isaías ou vice-versa, ou se ambos citaram J1 3.10).
um oráculo comum. 4.4 Sentar-se debaixo da própria videira e da própria figueira era uir
quadro proverbial de paz, segurança e satisfação.
MIQUEIAS 4.13 1485

mas nós andaremos em nome do S e n h o r , o nosso Deus,


para todo o sempre.'

O Plano do Senhor
4 .6 OS1147.2; 6 “Naquele dia”, declara o S e n h o r ,
hEz 34.13,16;
37.21; Sf 3.19
“ajuntarei os que tropeçam
e reunirei os dispersos,9
aqueles a quem afügi.h
4.7 ‘Mq 2.12; 7 Farei dos que tropeçam um remanescente'
JDn 7.14; Lc 1.33;
Ap 11.15
e dos dispersos, uma nação forte.
O S e n h o r reinará sobre eles no monte Sião
daquele dia em diante e para sempre j
8 Quanto a você, ó torre do rebanho,
ó fortaleza11da cidade6 de Sião,
o antigo domínio será restauradoka você;
a realeza voltará
para a cidade de Jerusalém.”

4 .9 'Jr 8.19; 9 Agora, por que gritar tão alto?


”J r 3 0 .6
Você não tem rei?1
Seu conselheiro morreu,
para que a dor seja tão forte para você
como a de uma mulher em trabalho de parto?m
4 .1 0 n2R s20.18; 10 Contorça-se em agonia, ó povo da cidade de Sião,
IS 43.14; «Is 48.20
como a mulher em trabalho de parto,
porque agora terá que deixar os seus muros
para habitar em campo aberto.
Você irá para a Babilônia,11
e lá será libertada.
Lá o S e n h o r a resgatará0
da mão dos seus inimigos.
4.11 PLm 2.16; 11 Mas agora muitas nações
0b 12 estão reunidas contra você.
Elas dizem: “Que Sião seja profanada,
e que isso aconteça
diante dos nossos olhosIP”
4.12 «Is 55.8; 12 Mas elas não conhecem
Rm 11.33,34
os pensamentos do S e n h o r ;
não compreendem o planol
daquele que as ajunta
como feixes para a eira.

13 “Levante-se e debulhe,
ó cidade de Sião,
pois eu darei a você chifres de ferro
e cascos de bronze
para despedaçar muitas nações.”r

Você consagrará ao S e n h o r ,
ao Soberano de toda a terra,
os ganhos ilícitos e a riqueza delas.
a 4 . 8 Ou colina.
b 4 . 8 Hebraico: filh a ; também nos versículos 10 e 13.

4 .6 Sobre a expressão “naquele dia”, ver nota em J1 1.15. 4 .1 2 ,1 3 A debulha podia ser feita de duas formas: 1) batendo-se os feixes
4 .9 — 5 .1 5 Essa seção tem como cenário as guerras dos tempos de Eze- com uma vara ou mangual; 2) usando bois, que puxavam um trilho de
quias (ver “Ezequias contra os assírios”, em Is 36). Os assírios, liderados madeira em volta da eira, para pisotear os feixes (Is 28.27). A debulha
por Senaqueribe, capturaram 4 0 cidades de Judá e passaram a cobrar era realizada ao ar livre, numa superfície dura no chão. A palavra “eira”
tributo de Ezequias (cf. 2Rs 18.13-16). também era usada como símbolo do julgamento de Deus (ver Is 21.10;
41.15; IC o 9.10; Rt 2 .7 e nota; ver também “A eira”, em lC r 21).
1486 MIQUEIAS 5.1

Reúna suas tropas, ó cidade das tropas,"


pois há um cerco contra nós.
O líder de Israel será ferido na face,s
com uma vara.

O Governante que Virá de Belém


2 “Mas tu, Belém*-Efrata,u 5 .2 ^ 0 7.42;
"Gn48.7;
embora pequena entre os clãs* de Judá, •S1102.25;
de ti virá para mim aquele que será wMt 2.6*

o governante sobre Israel.


Suas origensc estão no passado distante,*
em tempos antigos/’w

3 Por isso os israelitas serão abandonados


até que aquela que está em trabalho de parto dê à luz.
Então o restante dos irmãos
do governante voltará para unir-se aos israelitas.

4 Ele se estabelecerá e os pastoreará* 5,4 xls 40.11; 4 9 5


Ez 34.11-15,23:
na força do S e n h o r , Mq 7 .1 4 ;» ls 5 2 -:
Lc 1.32
na majestade do nome do S e n h o r , o seu Deus.
E eles viverão em segurança, pois a grandeza^ dele
alcançará os confins da terra.
5 Ele será a sua paz.z 5 .5 zls 9.6; Lc 2 -'—
Cl 1.19,20; ais 8-7
»ls 10.24-27
Livramento e Destruição
Quando os assírios invadirem3 a nossa terra
e marcharem sobre as nossas fortalezas,
levantaremos contra eles sete pastores,
até oito líderes escolhidos.b
6 Eles pastorearãoe a Assíria com a espada, 5 .6 'Gn 10.8;
0Sf 2.13;
e a terra de Ninrode0 com a espada empunhada/^ ■Na 2.11-13
Eles nos livrarão quando os assírios
invadirem a nossa terra,
e entrarem por nossas fronteiras.e
7 O remanescentef de Jacó estará 5 .7'M q 2.12;
«Is 44.4
no meio de muitos povos
como orvalho da parte do S e n h o r ,
como aguaceiro sobre a relva;S
não porá sua esperança no homem
nem dependerá dos seres humanos.
8 O remanescente de Jacó estará entre as nações, 5.8 "Gn 49.9;
'Mq 4.13; 2 c 1 0 5
no meio de muitos povos, como um leão S I 50.22; Os 5." i

entre os animais da floresta,hcomo um leão forte


entre os rebanhos de ovelhas, leão que, quando ataca,
destroça e mutila' a presa, sem que ninguém a possa livrarj

“ 5 .1 Ou Fortifique seus m uros, ó cid ad e m urada.


6 5 .2 Oü governantes.
c 5 .2 Hebraico: saídas.
d 5 .2 Ou desde os d ias d a eternidade.
’ 5 .6 Ou esmagarão-, ou ainda governarão.
‘ 5 .6 Ou N inrode em suas portas.

5.1 Essa profecia se cumpriu quando Jerusalém foi sitiada e seus reis apri­ M t 2.6, modificação feita pelo uso de vogais diferentes (e provavelmer^
sionados e levados para a Babilônia — o último rei de Judá, Zedequias, de forma correta) com as consoantes hebraicas. “Tu , Belém”, é masc
foi cegado (ver “Os últimos dias de Jerusalém”, em Jr 6). lino e assim provavelmente uma referência direta ao Messias de Beàez
5.2 Diante da ameaça babilônica a Judá, Deus ofereceu a esperança (o gênero seria feminino se a intenção fosse destacar apenas a cidade
messiânica. A menção de Belém- Efrata (ver “Belém”, em M q 5) iden­ 5 ,5 A Assíria representa aqui todos os inimigos do povo de Deus. rrr
tifica o Messias como alguém da linhagem de Davi (cf. Is 11.1; Jr 23.5; todas as épocas.
Ez 37.24). Os “clãs de Judá” deve ser lido como “líderes de Judá” em “Sete [...] até oito” indica um número indefinido.
MIQUEIAS 5.10 1487

9 Sua mão se levantarákcontra os seus adversários,


e todos os seus inimigos serão destruídos.

5.i0'0s 14.3; io “Naquele dia”, declara o S e n h o r ,


2c 9.10 n
“matarei os seus cavalos
e destruirei os seus carros de guerra.1

5.6 Ninrode é uma referência à Assíria (ver G n 10.8-12). 5.10 Sobre a expressão “naquele dia”, ver nota em J1 1.15.

SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

BELEM
MIQUEIAS 5 Situada oito quilômetros ao sul deserção das tribos do norte (2Cr 11.5-12). história local através dos períodos bizan ti­
de Jerusalém à margem da rota da principal Miqueias profetizou que o Messias viria des­ no e islâmico e da época dos cruzados.
cadeia montanhosa (mapa 6), Belém ("casa sa comunidade insignificante (5.2-5), mas 0 nascimento de Jesus em Belém é
de pão") era uma cidade insignificante na era apropriado que o "filho messiânico de registrado nos Evangelhos, nas duas narra­
época do AT, exceto por ser o local de nas­ Davi" nascesse na cidade natal de Davi. tivas da infância (Mt 2.1; Lc 2.4),3 e o teste­
cimento de Davi, que também foi ungido ali Arqueologicamente, pouco é conhecido munho de que os líderes judeus conheciam
por Samuel (1Sm 16).1 A história de Rute, da antiga Belém. 0 local era habitado desde a profecia de Miqueias, segundo a qual o
cujo livro conta a vida dos antepassados tempos pré-históricos (algumas pedras Messias nasceria ali, é muito claro (M t 2.4-
paternos de Davi, passa-se quase toda nes­ de sílica pré-históricas e fragmentos de ossos 6; Jo 7.42). Embora a matança dos meninos
sa aldeia. Entretanto, o AT registra outros de animais foram descobertos ali). Parece recém-nascidos da cidade, decretada por
detalhes históricos sobre Belém.2 Durante haver uma referência a Belém numa das Herodes, o Grande, não seja atestada em
certo tempo, uma guarnição militar filisteia Cartas de A m arna, mas essa conclusão é outras fontes antigas, o relato combina com
o caráter desse "rei" paranoico.4 A pequena
aldeia ao pé da colina existente na época
em que a Igreja da Natividade foi construí­
da indica que apenas algumas dezenas de
meninos foram mortos como resultado
da fúria irracional de Herodes. Apesar de
odioso, um infanticídio dessas proporções
provavelmente não teria atraído a atenção
dos historiadores antigos.
Tradições muito antigas da Igreja situam
o nascimento de Jesus numa caverna de Be­
lém, sobre a qual o imperador Adriano cons­
truiu um santuário a uma deidade romana.
Mais tarde, o imperador cristão Constantino
construiu uma igreja sobre a mesma caver­
na.5 Destruída parcialmente pelos samarita-
nos no século VI d.C., a Igreja da Natividade
foi reconstruída pelo imperador Justiniano e
Belém moderna permanece como uma das igrejas mais anti­
Foto: © Todd Bolen/ Bible Places.com gas ainda existentes.

controlou a cidade (2Sm 23.14-16), e Belém contestada. A maioria das pesquisas arqueo-
foi uma das aldeias que Roboão fortificou lógicas realizadas em Belém, na realidade,
para reforçar a segurança de Judá após a concentra-se na Igreja da Natividade e na

'Ver "Davi", em 2Sm 1. !Ver "0 túmulo de Raquel", em 1Sm 10. 3Ver "0 lugar do nascimento de Jesus", em Lc 2. 4Ver "Herodes, o Grande", em Mc 3. 5Ver
"Constantino e o papel da rainha Helena na preservação dos locais sagrados", em Jo 19.
1488 MIQUEIAS 5.11

11 Destruirei também as cidades"1 da sua terra 5.11 » ls 6.11:


"Os 10.14; * r l i
e arrasarei todas as suas fortalezas.11
12 Acabarei com a sua feitiçaria, 5 .1 2 °D t1 8 .1 C -'l
Is 2.6; 8.19
e vocês não farão mais adivinhações.0
13 Destruirei as suas imagens esculpidas 5 .1 3 pEz 6.9;
ZC13.2
e as suas colunas sagradas;
vocês não se curvarão mais
diante da obra de suas mãos.P
14 Desarraigarei do meio de vocês 5 .1 4 « Ê x 3 4 -;
os seus postes sagrados^
e derrubarei os seus ídolos".
15 Com ira e indignação me vingareir 5.151S 65.12
das nações que não me obedeceram.”

A Acusação do Senhor contra Israel


^ Ouçam o que diz o S e n h o r :
“Fique em pé, defenda a sua causa;s
que as colinas ouçam o que você tem para dizer.
2 Ouçam,* ó montes, a acusação do S e n h o r ; 11 6.2 iDt 32.1:
“ Os 12.2; > 3 5 : ■
escutem, alicerces eternos da terra.
Pois o S e n h o r tem uma acusação contra o seu povo;
ele está entrando emjuízo1' contra Israel.
3 “Meu povo, o que fiz contra você? 6.3 «Jr 2.5
Fui muito exigente?* Responda-me.
4Eu o tirei do Egito, 6.4>Dt7.8;
iÊ x 4 .1 6 ;« r jl
e o redimi da terra da escravidão;* ■Êx 15.20
enviei Moisés,'' Arão2 e Miriã3
para conduzi-lo.
5 Meu povo, lembre-se do que Balaque,b 6.5 “ Nm 22.5.Í
=Nm25.1;
rei de Moabe, pediu e do que Balaão, «Js 5.9,10;
filho de Beor, respondeu. BJz 5.11; 1Srr ~I_“

Recorde a viagem que você fez desde Sitim0até Gilgal,d


e reconheça que os atos do S e n h o r são justos.”e
6Com que eu poderia comparecer diante do S e n h o r 6.6ISI 4 0.6-a
51.16,17
e curvar-me perante o Deus exaltado?
Deveria oferecer holocaustos*’
de bezerros de um ano?f
7 Ficaria o S e n h o r satisfeito com milhares de carneiros,9 6 .7 ils 40.16:
“ SI 50.8-10;
com dez mil ribeiros de azeite?h l * 18.21;
Devo oferecer o meu filho mais velho' i2Rs 16.3

por causa da minha transgressão,


o fruto do meu corpo
por causa do pecado que eu cometi?)
8Ele mostrou a você, ó homem, 6 .8 kls 1.17;
J r 22.3; 'Is 57 - r
o que é bom mDt 10.12,13:
1Sm 15.22; Os
e o que o S e n h o r exige:
pratique a justiça,kame a fidelidade
e ande humildemente1com o seu Deus.m

0 5 .1 4 Ou as suas cidades.
b 6 . 6 Isto é, sacrifícios totalmente queimados.

5 .1 4 Para mais informações sobre os “postes sagrados”, ver nota em lR s ela ensina a salvação à pane do sacrifício, mas na verdade é uma
14.15. a D r 10.12 e envolve a responsabilidade de Israel em obedecer a ttxU: :-
6.1— 7 .6 As condenações registradas nessa seção incluem inúmeras re­ mandamentos mosaicos. Jesus provavelmente se referia a esse vereícul: a:
ferências ao Pentateuco e a outros livros históricos (6.5-16; cp. 5.6 com condenar os fariseus formalístas (M t 23.23; ver “Os fariseus”, em M t 5
G n 10.8,9). A resposta de M q 6.8 é famosa. Alguns argumentam que 6 .5 Ver “Sitim”, em N m 25; e “O acampamento em Gilgal”, em Js 4-
MIQUEIAS 7.2 i4S9

A Culpa e o Castigo de Israel


9 A voz do Sen h o r está clamando à cidade;
é sensato temer o seu nome!
“Ouçam, tribo de Judá e assembleia da cidade!a
6.10"Ez 45.9,10; 10Não há,* na casa do ímpio,
Am 3.10; 8.4-6
o tesouro da impiedade
e a medida falsificada, que é maldita?11
6.11 »Lv 19.36; 11 Poderia alguém ser puro com balanças desonestas0
Os 12.7
e pesos falsos?
6.12PIS 1.23; 12 Os ricos que vivem entre vocês são violentos;P
I ls 3 .8 ; f jr 9.3
o seu povo é mentiroso1!
e as suas línguas falam enganosamente/
13 Por isso, eu mesmo os farei sofrer,s
e os arrumarei por causa dos seus pecados.
6 .1 4 ’ls 9.20; 14 Vocês comerão, mas não ficarão satisfeitos;'
“Is 30.6
continuarão de estômago vazio.
Vocês ajuntarão, mas nada preservarão,u
porquanto o que guardarem, à espada entregarei.
6 . 1 5 « 28.38; 15 Vocês plantarão, mas não colherão;v
J r 12.13;
wAm 5.11; Sf 1.13 espremerão azeitonas,
mas não se ungirão com o azeite;
espremerão uvas,
mas não beberão o vinho.w
6.16-1 Rs 16.25; 16Vocês têm obedecido aos decretos de Onrix
»1 Rs 16.29-33;
zJr 7.24; «Jr 25.9; e a todas as práticas da família de Acabe,y
»Jr 51.51
e têm seguido as tradições deles.2
Por isso os entregarei à ruína,3
e o seu povo ao desprezo;
vocês sofrerão a zombariabdas naçõesc.”

A Desgraça de Israel
Que desgraça a minha!
7 Sou como quem colhe frutos de verão
na respiga da vinha; não há nenhum cacho de uvas
para provar, nenhum figo novo que eu tanto desejo.
7.2 "S112.1; 2 Os piedosos desapareceram do país;0
«Mq 3.10; 'J r 5.26
não há um justo sequer.
Todos estão à espreita
para derramar sangue;d
cada um caça seu irmão com uma armadilha.e
0 6 .9 Ou e suas assembleias!
b 6 .1 0 Ou Não há, ainda,
c 6 .1 6 Conforme a Septuaginta. O Texto Massorético diz zombaria devida ao meu povo.

6.9-16 Esses versículos seguem o esboço de um processo judicial da (Lv 24.2) ou então espremidas (Mq 6.15), porém na maioria das vezes
aliança divina: 1) declaração de abertura (v. 9); 2) lista de pecados co­ eram esmagadas num moinho construído para esse propósito.
merciais e sociais (v. 10-12); 3) anúncio de castigo divino (v. 13-15); 6.16 Onri reinou de 886 a 874 a.C., aproximadamente. Depois que
4) declaração sumária (v. 16). derrotou Tibni, transferiu a capital do Reino do Norte para Samaria,
6.10 A “medida falsificada” no hebraico é “efa reduzido” (um eía com­ local cuja defesa era mais fácil. Essa foi talvez sua realização mais signifi­
portava cerca de 2 2 litros). cativa (v. 24). Embora Onri seja desprezado e considerado má influência
6.11 Sobre “balanças desonestas” e “pesos falsos”, ver notas em Pv 11.1; pelo historiador hebreu (lR s 16.25,26), foi o primeiro monarca hebreu
16.11; ver também “Pesos e medidas”, em Am 8. A balança hebraica a ser mencionado em registros extrabíblicos, indicando que era um líder
consistia de uma barra horizontal suspensa por uma corda segurada na respeitado. Mesa incluiu o nome de Onri na esteia de Mesa (conhecida
mão ou colocada sobre um eixo numa vara perpendicular. Os pratos como pedra Moabita, ca. 84 7 a.C.), destacando o fato de que Onri sub­
ficavam pendurados nas extremidades da barra, um para o objeto a ser jugou Moabe. Sargão II (ca. 721 a.C.; ver “Os anais de Sargão II”, em
pesado e outro para o peso. N o princípio, os pesos eram de pedra. Is 10) refere-se a Israel como “a terra de O nri”, e Tiglate-Pileser III men­
A pesagem com tais balanças podia ter precisão, mas o sistema era pro­ ciona em seus anais a “casa de Onri” (ver “Onri e Samaria”, em lR s 16).
penso a fraudes. Onri e Acabe, juntos, cometeram mais perversidades que todos os reis
6.14.15 Temos aqui uma maldição para a desobediência (ver ue os precederam (ver lR s 16.25,30; ver também “Acabe e a batalha
D t 28.38,39). e Qarqar”, em lR s 22).
6.15 Na Bíblia, o óleo é quase sempre de oliva — talvez a única exceção
seja Et 2.12, em que o óleo é de mirra. As azeitonas eram às vezes batidas
1490 MIQUEIAS 7.3

3 Com as mãos prontas para fazer o malf 7.3 (Pv 4.16

o governante exige presentes,


o juiz aceita suborno,
os poderosos impõem o que querem;
todos tramam em conjunto.
4 O melhor deles é como espinheiro.s 7.40EZ 2.6;
"Is 22,5; Os 9.7
e o mais correto é pior que uma cerca de espinhos.
Chegou o dia anunciado pelas suas sentinelas,
o dia do castigo de Deus.
Agora reinará a confusão entre eles.h
5 Não confie nos vizinhos; 7.5 ‘J r 9.4
nem acredite nos amigos.'
Até com aquela que o abraça
tenha cada um cuidado com o que diz.
6Pois o filho despreza o pai, 7.6 ÍEz 22.7;
kM t 10,35,36*
a filha se rebela contra a mãej
a nora, contra a sogra;
os inimigos do homem
são os seus próprios familiares.k
7 Mas, quanto a mim, ficarei atento1ao S e n h o r, 7.7 B1130.5;
IS 25.9; "S I 4.3
esperando em Deus, o meu Salvador,
pois o meu Deus me ouvirá.m

Israel se Levantará
8Não se alegre a minha inimiga 7.8 "Pv 24.17
»SI 37.24;
com a minha desgraça.” A m 9 .1 1 ;P te 9 i
Embora eu tenha caído, eu me levantarei.0
Embora eu esteja morando nas trevas,
o S e n h o r será a minha luz.P
9Por eu ter pecado contra o S e n h o r, 7.9«Lm 3.39.J-:
I s 46.13
suportarei a sua ira1!
até que ele apresente a minha defesa
e estabeleça o meu direito.
Ele me fará sair para a luz;
contemplarei a sua justiça.r
10Então a minha inimiga o verá 7 .1 0 ESI 3526
<ls 51.23; “Zc - :
e ficará coberta de vergonha,s
ela, que me disse:
“Onde está o S e n h o r, o seu Deus?”
Meus olhos verão a sua queda;*
ela será pisadaucomo o barro das ruas.
110 dia da reconstrução dos seus murosv
chegará, o dia em que se ampliarão
as suas fronteiras virá.
12 Naquele dia, virá a você gente 7 .12»ls 1 9 X - 2

desde a Assíria até o Egito,


e desde o Egito até o Eufrates,
de mar a mar
e de montanha a montanha."
13 Mas a terra será desolada 7 .13»ls3.10.--

por causa dos seus habitantes,


em conseqüência de suas ações.x

7 .4 Os profetas foram comparados a guardas designados para alertar o 7 .7 Era muito comum haver nos lamentos uma nota de esperança »=:
povo do perigo que se aproximava — nesse caso, o juízo divino iminente “Lamentos no antigo Oriente Médio”, em Lm 3).
(ver notas em Ez 3.17; Os 9.8). 7 .1 2 Sobre a expressão “naquele dia”, ver nota em JI 1.15.
A C R E D I B I L I D A D E DA

TEXTOS DO
ANTIGO TESTAMENTO
MIQUEIAS 7 Para qualquer um que considera o AT a Palavra de A tradição da pronúncia correta das palavras hebraicas antigas era
Deus, uma pergunta fundamental é: "Como vou saber se o texto que transmitida oralmente. Entretanto, entre 500 e 1000 d.C., um grupo
tenho em mãos reflete com precisão o que os autores antigos escre­ de estudiosos judeus, conhecido como massoretas (de maser, "pas­
veram e que os erros dos escribas não adulteraram o texto seriamen­ sar"; "transmitir") desenvolveu um sistema de acréscimo de vogais,
te?" Na verdade, os textos antigos e as versões do AT são as próprias acentos e notas que garantia maior precisão na leitura e na cópia dos
ferramentas que os estudiosos textos antigos.
usam para confirmar que o AT, Sua qualidade. Nenhum
como nos foi dado, reflete com outro texto do mundo antigo
fidelidade o original. foi protegido com tanto cuida­
0 AT foi escrito origina- do quanto o Texto Massorético.
riamente em hebraico (com Sua tradição é considerada
uns poucos capítulos em uma autoridade em si mesma,
aramaico). Quando os judeus ’ tiC ílS . ò e extremamente confiável.
se espalharam, na Diáspora, cvj K u e - n c- Manuscritos antigos. 0
adotaram outros idiomas, e ■ÍÜI íM JS ê ç manuscrito massorético com­
depois que o cristianismo se pleto mais antigo, o Códice
espalhou entre os gentios, dssSflfç de Leningrado (1009 d.C.), é
quem não conhecia o hebraico usado para a edição padrão
também queria ler as Escritu­ da Bíblia hebraica. Outra cópia
ras. Assim, foram produzidas antiga, embora incompleta, é
algumas traduções do AT em o Códice de Alepo (925 d.C.).
grego, aramaico, egípcio, ♦
latim e outros idiomas. Ao Com a descoberta, em 1947,
mesmo tempo, os escribas de 800 rolos no deserto da
judeus continuaram copiando Judeia, datando de 250 a.C. a
e preservando o AT hebraico. 135 d.C., aproximadamente,
Hoje há milhares de textos que continham todos os livros
do AT disponíveis em rolos de do AT, exceto Ester,1 a idade
couro e papiro e em fragmen­ dos manuscritos existentes
tos — alguns com mais de mais antigos do AT aumentou
Fragmento de Ezequiel na versão latina antiga;
dois mil anos. norte da Itália, século V d.C.
cerca de mil anos! Os Rolos do
© The Scheyen Collection; cortesia do sr. Martin Schayen mar Morto contêm manuscri­
Os manuscritos hebraicos tos e fragmentos hebraicos,
Não existe mais nenhum manuscrito bíblico original, porém os tes­ gregos e aramaicos, muitos dos quais são textos das Escrituras. É signi­
temunhos mais significativos do texto hebraico original são o Texto ficativo que um grande número dos manuscritos da Bíblia hebraica
Massorético e os Rolos do mar Morto: encontrados ali reflete essencialmente o mesmo texto herdado pelos
massoretas, confirmando a antiguidade e a autoridade do Texto Mas­
♦ 0 Texto Massorético. É a Bíblia hebraica como a conhecemos hoje. sorético.
Sua origem. Até o século VI d.C., escreviam-se apenas as conso­
antes do AT hebraico: o idioma não continha nenhuma vogal.

Wer "A canonicidade de Ester", em Et 10.


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>> ’0 ' » 5 T r <5 r»‘ 5 V íc ítp ^ m ife
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.ti. A C R E D I B I L I D A D E DA

TRADUÇÕES V
ANTIGAS
MIQUEIAS 7 Desde a descoberta dos rolos do mar Morto, as versões judeus da Palestina e da M esopotâm ia. A tradição judaica data os
ou traduções antigas da Bíblia tornaram-se menos importantes para Targuns do tempo de Esdras (cf. Ne 8.8), porém os mais antigos frag­
estabelecer o texto original do AT.1 No entanto, as leituras que dife­ mentos, descobertos entre os Rolos do mar Morto, datam da época
rem do Texto Massorético ainda são avaliadas em pelo menos quatro de Cristo, aproximadamente. A tradição dos Targuns culminou entre
versões antigas: a S eptuaginta (grega), os Targuns (aramaicos), o séculos III e V d.C., com a produção dos Targuns rabínicos oficiais
a Peshita (siríaca) e a Vulgata (latina). sobre a Torá ( Targum de Ônquelos) e sobre os Profetas ( Targum
♦ Septuaginta (grega). A versão mais importante é a Septuaginta, deJônatas).
que contém a tradução grega da Bíblia hebraica, além algumas obras Sua qualidade e seu valor. Os Targuns constituem uma tradução
gregas não canônicas conhecidas pelos cristãos protestantes como parafraseada, em geral acompanhada de comentários e explica­
Apócrifos .2 ções. São, portanto, traduzidos de forma livre e interpretativa e
Sua origem. 0 título "Septuaginta" (lat. "setenta") deriva da tradi­ repletos de comentários, o que torna difícil seu uso para confirmar
ção de que 72 tradutores disponibilizaram o Pentateuco no idioma o texto original.
grego por volta de 285 a.C. Originariamente destinada aos judeus de ♦ Peshita (siríaca). A Bíblia autorizada pela igreja síria é a Peshita
fala grega no Egito, a Septuaginta foi concluída por vários tradutores (que significa "simples" ou "direto"). Não há como determinar se a
em Alexandria ou nas proximidades, entre os séculos III e II a.C. Por origem da Peshita (AT) é cristã ou judaica. Em sua forma mais antiga,
ser a Bíblia da Igreja primitiva, é citada muitas vezes no NT e também datando no máximo do século IV d.C., a Peshita era uma tradução
pelos pais da Igreja. relativamente literal de um texto hebraico semelhante ao Texto Mas­
Sua estrutura. A Septuaginta é organizada desta forma: o Pen­ sorético. Contudo, no tempo apropriado, a tradução siríaca foi atuali­
tateuco, seguido pelos Livros Históricos, Poéticos, de Sabedoria e zada, e o texto foi polido. No entanto, ainda há vestígios do original.
Proféticos. A ordem da Septuaginta é seguida livremente por outras ♦ Vulgata (latina). Em meados do século IV d.C., a Bíblia cristã da
traduções. igreja ocidental era a tradução latina da Septuaginta, mas entre 390
Seu texto original. Não temos nenhuma cópia perfeita da Septua­ e 405 d.C. o estudioso cristão Jerônimo reivindicou "a veracidade do
ginta original, que foi revisada muitas vezes. Até agora, os es­ texto hebraico". Ajudado por versões posteriores da Septuaginta,
tudiosos conseguiram reconstruir boa parte do texto, e o trabalho traduziu o AT hebraico para o latim. Seu trabalho agora compõe a
está avançando. porção veterotestamentária da Bíblia latina, a Vulgata ("comum" ou
Sua qualidade. A qualidade do texto da Septuaginta é variada, "popular"). Pelo fato de Jerônimo se apoiar amplamente na Septua­
em razão do trabalho de numerosos tradutores em épocas diferentes ginta e de sua tradução variar quanto à literalidade, o AT da Vulgata
e com capacidades e estilos diversos (variando desde o rigorosamen­ precisa ser usado com cautela no que diz respeito ao testemunho
te literal até a paráfrase). sobre o original hebraico.
Comparação com o Texto Massorético. A Septuaginta é seme­
lhante ao Texto Massorético (hebraico). Nas traduções em outros Quando o hebraico do Texto Massorético é comparado com o
idiomas, muitas partes são quase idênticas. Apesar disso, às vezes material encontrado entre os Rolos do mar Morto e com várias outras
os dois textos diferem bastante.3 versões, ele se mostra, na vasta maioria dos casos, digno de respeito,
Seu valor. A Septuaginta é a versão mais apropriada para estabe­ pois reflete com precisão as palavras originais dos autores sagrados.
lecer o texto original do AT, por estes motivos: 1) é a tradução mais
antiga do AT completo; 2) é bem atestada em numerosos manuscri­
tos; 3) difere em várias passagens importantes do Texto Massorético,
proporcionando uma tradução alternativa nesses pontos.4
♦ Targuns (aramaicos). Não se trata de um único trabalho, mas de
uma série de interpretações dos livros do AT.
Sua origem. Assim como o grego se tornou o idioma comum
entre os judeus no Egito, o aramaico substituiu o hebraico entre os

'Ver "Crítica textual", em Is 51. Aíer "Os apócrifos", em Tt 1. 3Ver, e.g., "0 problema da versão de Jeremias na Septuaginta", em Jr 29. 4Ver "A Septuaginta e o
Texto M assorético em Jr 35.

■‘r* ' '


MIQUEIAS 7.20 1493

Súplica por Misericórdia


7.14*M q 5.4; 14 Pastoreia* o teu povo com o teu cajado,2
« 1 23.4; M r 50.19
o rebanho da tua herançav que vive à p arte n u m a floresta,
em férteis pastagens0.
Deixa-o pastar em Basã e em Gileade,3
com o antigam ente.

7.15»Êx3.20; 13 “Com o nos dias em que você saiu do Egito,


SI 78.12
ali m ostrarei as m inhas m aravilhas.b”

7 .1 6 “IS 26.11 16 As nações verão isso e se envergonharão,0


despojadas de todo o seu poder.
Porão a m ão sobre a boca
e taparão os ouvidos.
7.17dls 25.3; 17 Lam berão o pó com o a serpente,
49.23; 59.19
com o anim ais que se arrastam no chão.
Sairão trem endo das suas fortalezas;
com temor*1 se voltarão
p a ra o S e n h o r , o nosso Deus,
e terão m edo de ti.
7.18«ls 43.25; 18 Quem é com parável a ti, ó Deus,
Jr 50.20; ^l 103.8-
13;aMq 2.12; que perdoas o pecadoe
“Êx 34.9; B1103.9; e esqueces* a transgressão
Ur 32.41
do rem anescentes da sua herança?h
Tu, que não perm aneces irado'
p a ra sem pre, m as tens prazer em m o strar am o rj
7.19MS 43.25; 19 De novo terás com paixão de nós;
'Jr31.34
pisarás as nossas m aldades
e atirarás todos os nossos pecadosk
nas profundezas do m ar.1
7.20 mDt 7.8; 20 M ostrarás fidelidade a Jacó,
Lc 1.72
e bondade a A braão,
conform e prom eteste sob juram ento
aos nossos antepassados,m n a antiguidade.

0 7 .1 4 O u no m eio d o Carm elo.

7 .1 4 Em todo o antigo Oriente Médio, o termo “pastor” era muitas Basá e Gileade eram áreas férteis com exuberantes pastagens (sobre
vezes aplicado aos líderes (ver 2Sm 5.2; J r 2 3.2; ver também “Pastoreio Basá, ver nota em Ez 39.18).
de oveíhas no mundo antigo”, em Ez 34).

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