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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUÍZ DE DIREITO DA ...

VARA CÍVEL DA COMARCA DE


OSASCO, ESTADO DE SÃO PAULO.

KELLY COSTA DE OLIVEIRA, brasileira, casada, doula, CPF ..., RG..., endereço eletrônico ...,
residente e domiciliada na rua Joaquim Israel de Macedo, 01-A, bairro..., Osasco, Estado de
São Paulo, CEP número..., por intermédio deste advogado que esta subscreve, conforme
procuração anexa, com endereço profissional na rua..., número ..., bairro..., cidade..., Estado
..., CEP número ..., vem, respeitosamente perante Vossa excelência, propor:

ACÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER c/c DANOS MORAIS E COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA

em face de SUL AMÉRICA SEGUROS S/A, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ ...,
endereço eletrônico ..., com endereço na rua Joaquim Távora, nº 182, bairro ..., São Paulo/SP,
CEP número ..., mediante os fatos e fundamentos a seguir expostos:

I- DOS FATOS

A autora é usuária do plano de saúde do tipo GLOBAL AMBULATORIAL + OBSTETRÍCIA,


ofertado pela empresa ré, estando com suas obrigações junto ao plano adimplidas, bem como
não se encontrando no período de carência.

Há de se ressaltar que a autora encontra-se desempregada, sendo suas obrigações junto ao


plano adimplidas por seu genitor.

Pois bem, no ano de 2016, ao pesar 92 kg, a autora procurou um médico e por este foi
diagnosticada com obesidade mórbida e, em decorrência disso, foi submetida à cirurgia
bariátrica em julho do mesmo ano.

Após a cirurgia a autora teve uma drástica perca de peso e chegou ao seu peso atual de 55 kg.
Contudo, em decorrência do procedimento que ocasionou uma rápida perca de peso,
resultou-lhe flacidez na pele em varias partes do corpo, tais como, coxa, braço, abdômen e
mama, tendo o quadro evoluído para frequentes dermatites e dificuldade em efetuar a higiene
íntima, além de problemas psicológicos como a dismorfia, ansiedade e isolamento social.

Em virtude disso, a autora procurou um médico particular, que atestou ser indispensável à
continuidade ao tratamento pós-bariátrico e, consequentemente, a realização de cirurgia para
a retirada de pele.

Com o parecer proferido por seu médico, a autora procurou a empresa ré com o fito de dar
continuidade ao seu tratamento bariátrico, entretanto, para sua surpresa, houve negativa por
parte do plano, que de forma lacônica alegou que tal tratamento está fora do rol de
atendimento obrigatório da saúde suplementar.

Diante de tal negativa e impossibilitada de dar início ao seu tratamento, a autora sofreu sério
abalo moral, uma vez que tal negativa agravou sua aflição psicológica e sua angústia no
espírito.

Ante o exposto, não vê a autora outra solução a não ser a propositura da presente ação.

II – DO DIREITO
A) PRELIMINARMENTE: DA JUSTIÇA GRATUITA.

A autora encontra-se desempregada, não tendo condições de arcar com as custas e despesas
processuais sem prejudicar o seu sustento e o de sua família.

Posto isto, com base no art. 98 do CPC, pugna pelo deferimento dos benefícios da justiça
gratuita.

B) DA APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

Conforme disposto na Súmula nº 469 do Colendo Superior Tribunal de Justiça deve se aplicar o
CDC aos contratos de plano de saúde.

Desta forma, pugna o autor, desde já, pela aplicação da legislação consumerista, com o fito de
que sejam aplicadas as medidas que assegurem os seus direitos básicos como consumidor,
previstas no art. 6º do referido CODEX, dentre outras medidas espalhadas pelo código.

C) DA OBRIGAÇÃO DA RÉ EM LIBERAR O TRATAMENTO.

É ilegítima a negativa por parte da ré em liberar a cirurgia para retirada de excesso de pele,
acumulada após a realização da cirurgia bariátrica, uma vez que tal cirurgia possui caráter
reparador e não tem finalidade meramente estética, devendo a ré garantir a continuidade e
conclusão do tratamento pós-bariátrica da autora, com a devida liberação da cirurgia.
Há de se ressaltar que o rol de atendimentos obrigatórios da saúde Suplementar é meramente
exemplificativo e não taxativo, portanto, não esgota os procedimentos que devem ser
cobertos pela ré. Desta forma, o fato de o tratamento prescrito não estar no rol de
atendimentos obrigatórios não exime a parte ré da responsabilidade de custeá-lo.
Segue recente precedente do E. TJDFT que corrobora com tal tese: Apelação
20160110948114APC.
Desta maneira, requer o autor que a ré seja compelida em liberar o tratamento.
D) DOS DANOS MORAIS.
A recusa infundada por parte da ré causou a autora abalos que superam o mero
aborrecimento, atingindo âmbito de sua esfera de direitos da personalidade, o que rende
ensejo à configuração de danos morais, por expressiva violação ao princípio constitucional da
dignidade da pessoa humana e por causar a autora aflição psicológica e angústia no espírito.
Assim, requer a condenação da requerida ao pagamento a título de danos morais no montante
de R$ 30.000,00 reais.
E) DA TUTELA DE URGÊNCIA.
Conforme preceitua o art. 300 do CPC, a tutela de urgência será concedida quando houver
elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao
resultado útil do processo.
No caso dos autos fica evidente o periculum in mora, uma vez que a autora encontra-se com
diversos problemas psicológicos, além de problemas físicos que a impedem, inclusive, de
proceder com a sua correta higienização. Do mesmo modo, o fumus boni iuris também está
presente, visto as informações carreadas aos autos e narradas acima.
Diante do exposto, requer a Vossa Excelência a antecipação da Tutela a fim de determinar que
a empresa ré libere imediatamente o tratamento a autora, sob pena de multa diária.

III – DOS PEDIDOS

a) a concessão, em caráter LIMINAR da Tutela Antecipada, inaudita altera partes, para o fim de
determinar que a ré proceda à imediata liberação da cirurgia de retirada de pele, sob pena de
multa no valor de RS 500,00 reais por dia de atraso no cumprimento da liminar.

b) Informa que pretende a audiência de conciliação nos termos do artigo 319, IV do Código de
Processo Civil.

c) a citação do Réu para comparecer em audiência ou oferecer resposta no prazo legal, sob
pena de sujeitar-se aos efeitos da revelia e da confissão.

d) a concessão dos benefícios da JUSTIÇA GRATUITA, nos termos do art. 5º, LXXIV da
Constituição Federal e da Lei 1.060/50, por ser pobre no sentido legal, não podendo arcar com
o pagamento das despesas do processo sem prejuízo do próprio sustento.

e) a PROCEDÊNCIA TOTAL dos pedidos tornando definitiva a antecipação da tutela deferida


declarando o direito do autor e a obrigação de fazer por parte da empresa ré, bem como a
condenação da ré ao pagamento de danos morais no valor de R$ 30.000,00 reais.

f) Condenação da ré ao pagamento das custas, despesas e honorários sucumbenciais.

Provará o alegado pelos meios de prova em Direito admitidos.

Dá-se à causa o valor de R$ 45.000,00 reais.

Termos em que, pede deferimento.

Local..., data...

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