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Contabilidade Social

Prof. Dr. João Felippe Cury M. Mathias

Aulas referentes ao 2º semestre


de 2010
Capítulo 1: Introdução à Contabilidade
Nacional
Objetivos da Contabilidade Social

A Contabilidade Social trata da mensuração


da atividade econômica e social em seu
múltiplos aspectos.
Assim, a Contabilidade Social apresenta os
sistemas contábeis de estatísticas econômicas
oficiais e seus instrumentos de análise. Com
efeito, deve ser entendida como um sistema
contábil que permite a avaliação da atividade
econômica em um determinado período.
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Macroeconomia X Contabilidade Social

O acompanhamento dos movimentos de


medidas agregadas em macroeconomia é o
campo de estudo da teoria macroeconômica.
A preocupação com a mensuração dos
agregados macroeconômicos é o objeto da
Contabilidade Nacional.

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Origens keynesianas da Contabilidade
Nacional
• Contabilidade Nacional se desenvolve a partir
da obra de John Maynard Keynes – foco na
macroeconomia.
• Na macroeconomia keynesiana economias
monetárias não tendem ao pleno emprego.
• Comportamento do todo pode ser diferente do
que é planejado pelos agentes econômicos.
• A teoria de Keynes define a determinação do
nível de renda e produto no curto prazo como o
objeto de estudo da Macroeconomia.
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Demanda efetiva e demanda agregada
• Teoricamente, o produto gerado em uma
economia em um período de tempo é
determinado pela demanda efetiva.
• A demanda efetiva é quanto os agentes
econômicos estão dispostos a gastar em
determinado período, é a renda esperada ou
ex-ante.
• A demanda agregada é a que é medida pelas
Contas Nacionais, é a renda ex-post.
• As transações econômicas mensuráveis em CN
são registradas em valor monetário.
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Dados do PIB do Brasil – 1990-2003
Tabela 5 - Produto Interno Bruto, Produto Interno Bruto per capita,
população residente e deflator - 2000-2007

Produto Interno Bruto Produto Interno Bruto per capita Deflator

1 000 000 R$ Variaçã Preços R$


Ano Variação
o correntes Variaçã
Preços do real
Preços do real
o anual
Preços Preços anual
ano anual ano (%)
correntes correntes (%)
anterior (%) anterior
2000 1 179 482 1 110 861 4,3 171 280 6 886,28 6 485,64 2,8 6,2
2001 1 302 136 1 194 970 1,3 173 808 7 491,81 6 875,23 (-) 0,2 9,0
2002 1 477 822 1 336 748 2,7 176 304 8 382,24 7 582,07 1,2 10,6
2003 1 699 948 1 494 767 1,1 178 741 9 510,66 8 362,73 (-) 0,2 13,7
2004 1 941 498 1 797 054 5,7 181 106 10 720,25 9 922,69 4,3 8,0
2005 2 147 239 2 002 843 3,2 183 383 11 709,03 10 921,63 1,9 7,2
2006 2 369 484 2 232 206 4,0 185 564 12 769,08 12 029,29 2,7 6,1
2007 2 661 344 2 513 819 6,1 187 642 14 183,11 13 396,91 4,9 5,9

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O fluxo circular da renda: setores

Numa abordagem simplificada, trabalha-se


com dois setores institucionais na
economia:
1) O setor famílias: que consome bens e
serviços da economia e oferta mão-de-obra;
2) As empresas (unidades produtoras):
que produzem todos os bens e serviços da
economia e empregam toda a mão-de-obra.
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Fluxo circular da renda: mercados e
fluxos
• Mercado de bens e serviços: local onde
é vendida a produção das firmas;
• Mercado de trabalho: oferta e demanda
de mão-de-obra;
• Fluxo de trocas real: medem
quantidades;
• Fluxo de trocas monetário: medem
valores.
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O fluxo circular da renda

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Inclusão de mais dois mercados

• Mercado de fundos de capital ou


mercado financeiro: as famílias
canalizam recursos ao mercado financeiro
e as empresas demandam recursos
financeiros.
• Mercado de bens de investimento:
mercado no qual as empresas demandam
bens de capital (Y = C + I)
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Fluxo circular da renda ampliado

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Fluxos e estoques
Variáveis em Macroeconomia são de fluxo ou de
estoque.
∆K = Kt+1 - Kt = Ilt
Ilt = Ibt - Irt,
∆K - variação de estoque de um período (Kt ) a
outro (Kt+1 ),
Ilt - fluxo de investimento líquido num período
e
Ibt e Irt - fluxos de investimento bruto e de
reposição (depreciação) num período,
respectivamente.
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Abrangência das Contas Nacionais

• Quanto à forma institucional: empresas,


trabalhadores autônomos,
governo e instituições privadas sem fins
lucrativos.
• Quanto à forma de distribuição da
produção: mercantil e não mercantil.
• Quanto ao cumprimento de
formalidades legais: formal e informal.
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Unidades institucionais
As unidades institucionais residentes na economia
são:
• Empresas não-financeiras
• Empresas financeiras
• Administrações públicas (previdência social)
• ISFL ao serviço das famílias
• Famílias
• Resto do mundo
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Capítulo 2: Agregados Macroeconômicos
e Identidades Contábeis
Agregados macroeconômicos

• Agregados macroeconômicos são


construções estatísticas que sintetizam
aspectos relevantes da atividade
econômica em um período de tempo. O
PIB é o principal desses agregados.

• São derivados de um sistema contábil,


formalizado em um conjunto de
identidades.
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Produto Interno Bruto (PIB)
• PIB de um país ou região: representa a produção de
todas as unidades produtoras da economia, num dado
período a preços de mercado.

• Produção para as Contas Nacionais: toda produção


de bens e serviços, mais a produção por conta própria e
a produção de serviços pessoais e domésticos quando
remunerados.

• Produção são as transações econômicas com valor de


mercado. A valoração em termos monetários permite
que se agregue quantidades heterogêneas.

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O Valor Adicionado (VA)

Consiste em calcular o que cada ramo da


atividade adicionou ao valor do produto
final, em cada etapa do processo produtivo.
Com isso, evita-se a dupla contagem.
Trata-se da diferença entre o Valor da
Produção (VP) e do Consumo
Intermediário (CI). Assim:
VA = VP - CI
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PIB e Valor Adicionado
Suponha a produção de uma firma no ano de 500
unidades, vendidas ao preço unitário de R$ 2,00:

• Valor da Produção (500XR$ 2,00) R$ 1 000,00


• Despesas Operacionais R$ 800,00
Pagamento de salários R$ 500,00
Custo de matérias-primas R$ 300,00
• Receita Líquida de Vendas R$ 200,00

Valor que a firma adiciona ao PIB


– Valor da Produção Menos Produção Intermediária:
• (R$ 1000,00 – R$ 300,00) = R$ 700,00
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PIB per capita
• PIB per capita - referência importante como
medida síntese de padrão de vida e de
desenvolvimento econômico dos países.

• É obtido dividindo-se o PIB do ano pela


população residente no mesmo período.

• Medida fortemente afetada pela distribuição de


renda.

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PIB per capita: Brasil
Brasil: PIB, PIB per capita e População Residente
Taxa de Crescimento %
Ano PIB Pop. Resid. PIB per capita
1991 1,03 1,58 -0,54
1992 -0,54 1,53 -2,04
1993 4,92 1,50 3,37
1994 5,85 1,46 4,33
1995 4,22 1,43 2,75
1996 2,66 1,40 1,24
1997 3,27 1,38 1,87
1998 0,13 1,36 -1,21
1999 0,79 1,34 -0,54
2000 4,36 1,33 2,99
2001 1,42 1,32 0,10
2002 1,52 1,3 0,21
Fonte: IBGE

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Conceitos de Interno (PIB) e Nacional (PNB)

O PIB mede o total do valor adicionado


produzido por firmas operando no Brasil,
independente da origem do seu capital.
O PNB (Produto Nacional Bruto) e o RNB
(Renda Nacional Bruta) são agregados que
consideram o valor adicionado gerado por
fatores de produção de propriedade de
residentes. Há fatores de produção (capital
e trabalho) produzindo no país e fora deste.
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Produto Nacional Bruto (PNB) e Renda
Nacional Bruta (RNB)
Valor da Produção R$ 1 000,00
Despesas Operacionais R$ 800,00
Pagamento de Salários R$ 500,00
a brasileiros R$ 400,00
a argentinos R$ 100,00
Custo das Matérias Primas
(nacional e importada) R$ 300,00
Receita Líquida de Vendas R$ 200,00
paga a brasileiros R$ 100,00
paga a argentinos R$ 100,00

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Pagamentos e recebimentos de fatores

• Juros
• Lucros
• Dividendos
• Royalties
• Aluguéis
• Salários
• Se Recebimentos > Pagamentos, então tem-se
uma Renda Líquida Recebida do exterior (RLR);
• Se Recebimentos < Pagamentos, então tem-se
uma Renda Líquida Enviada ao exterior (RLE)
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PNB e RNB (conclusão do exemplo)
PIB = R$ 700,00
Pela ótica do Produto: PNB = 500 = (1 000 – 300) – 200
Pela ótica da renda: RNB = 500 = 400 + 100

PNB = PIB + RLR,


RLR é a Renda Líquida Recebida do exterior, PNB>PIB.

PNB = PIB – RLE


RLE é a Renda Líquida Enviada ao Exterior, PIB>PNB.

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Exemplo do Brasil
Brasil: Produto Interno e Nacional Bruto 1995 (1000R$)

Produto Interno Bruto 646 191 517


Menos rendimentos líquidos enviados ao resto do mundo

10 153 742
Produto Nacional Bruto 636 037 775

Fonte:IBGE.

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Renda Nacional Bruta (RNB) e Renda
Disponível Bruta (RDB)
• RNB engloba: rendas dos setores público e
privado e as transferências de recursos entre o
país e o resto do mundo.
• Renda Disponível Bruta (RDB): considera o
saldo das transferências correntes recebidas
e enviadas ao exterior.
RDB = RNB + Tr
Tr = Transferências correntes líquidas recebidas.

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RNB e RDB: Brasil, 1995
(1.000R$)
Produto Interno Bruto 646 191 517
Menos rendimentos líquidos enviados ao resto do mundo
10 153 742
Produto Nacional Bruto 636 037 775
Transferências unilaterais, líquidas, ao resto do mundo
(+) 3 324 649
Renda Disponível Bruta 639 362 424

Fonte: IBGE

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Renda Disponível Bruta: subdivisões

Pode-se subdividir a Renda Disponível em


Renda Líquida do Governo (RLG) e Renda
Privada Disponível (RPD). Assim:

RDB = RLG + RPD

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RLG e RPD
Renda Líquida do Governo (RLG):
Soma dos impostos diretos e indiretos arrecadados pelo governo e
outras receitas correntes
menos
As transferências e subsídios pagos pelo governo.

Renda Privada Disponível (RPD):


– salários,
– juros, lucros e aluguéis pagos a indivíduos,
– transferências pagas a indivíduos, menos impostos sobre renda
e patrimônio e
– lucros retidos nas empresas e reserva para depreciação.

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Produto bruto X líquido
O produto líquido desconta a depreciação do
capital utilizado no esforço de produção num
determinado período. A depreciação é o desgaste
ou o consumo dos bens de capital (máquinas,
equipamentos, prédios, etc.). O conceito de líquido
se aplica à ótica de mensuração do produto, pois
a depreciação representa um custo de produção e
não uma renda de fator. Trata-se de um fundo
para as empresas reporem seu capital.

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Bruto e Líquido: exemplo
Valor da Produção R$ 1 000,00
Despesas Operacionais R$ 810,00
– Pagamento de Salários R$ 500,00
– Custo de Matérias-primas R$ 300,00
– Reserva para Depreciação R$ 10,00
Receita Líquida de Vendas R$ 190,00

PIB = R$ 700,00
PIL - Produto Interno Líquido = R$ 690,00.
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PIB a preços correntes e constantes
Para se acompanhar a evolução dos agregados
ao longo do tempo é necessário isolar o quanto o
crescimento ocorreu por força de variação de
preço e quanto se deveu à variação de
quantidade. Para tanto é preciso estudar a
variável em dois períodos de tempo.
PIB corrente (PIB)= Produto medido aos preços
médios do ano corrente (p x q do ano)
PIB a preços constantes (PIBRt) = Produto
medido a preços constantes de um determinado
ano.
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Brasil: PIB e deflator implícito
Produto Interno Bruto Deflator

1 000 000 R$
Ano Variação Variação
Preços Preços do ano real anual anual
correntes anterior (%) (%)

2000 1 179 482 1 11 861 4,3 6,2

2001 1 302 136 1 194 970 1,3 9,0

2002 1 477 822 1 336 748 2,7 10,6

2003 1 699 948 1 494 767 1,1 13,7

2004 1 941 498 1 797 054 5,7 8,0

2005 2 147 239 2 002 843 3,2 7,2

2006 2 369 484 2 232 206 4,0 6,1

2007 2 661 344 2 513 819 6,1 5,9

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Variação em volume

 PIBRt 
∆VOLt = 100 − 1
 PIBt −1 

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Deflator implícito

 PIBt 
∆DI t = 100. − 1
 PIBRt 

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Preços constantes e correntes
A evolução do PIB corrente entre dois anos consecutivos,
exemplo, 2001 e 2002:
PIB (2001) X Variação de Volume entre 2002 e 2001 =
PIB (2002 a preços de 2001)
EX: PIB (2002 a preços de 2001) = 1.200.060 X 1,01524 =
1.218.348
PIB (2002 a preços de 2001) X Variação dos preços entre
2002 e 2001 = PIB (2002)
EX: 1.218.348 X 1,08466 = 1.321.490

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Identidades contábeis

O produto bruto da economia pode ser


obtido de três formas distintas: pela ótica do
produto, da renda e da despesa. Assim:

PRODUTO = RENDA = DESPESA

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Produto Interno Bruto (PIB) – Óticas
Ótica do produto
PIB = Valor da Produção – Consumo Intermediário
Ótica da renda
PIB = soma das remunerações aos fatores de
produção (salários, juros, lucros e aluguéis)
Ótica da despesa
PIB = Soma dos gastos finais na economia em
bens e serviços nacionais e importados (consumo,
investimento (FBCF + ∆E), e saldo comercial)
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PIB nas três óticas: exemplo

Economia Fechada sem Governo


INSUMOS DEMANDA FINAL TOTAL
Atividades Atividades Econômicas TOTAL Consumo Formação de Variação de TOTAL Demanda
Agro Indust Serviços Insumos Pessoal Capital Fixo Estoque DF
Agricultura 5 10 10 25 40 5 10 55 80
Indústria 10 30 30 70 40 30 10 80 150
Serviços 0 40 60 100 60 10 0 70 170
Total Insumos 15 80 100 195 140 45 20 205 400
SALÁRIOS 15 25 35 75
Renda de Autônomos 15 0 0 15
LUCROS 35 45 35 115
Valor Adicionado 65 70 70 205
Valor da Produção 80 150 170 400

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Identidade Contábil

CÁLCULO DO PIB: IDENTIDADE CONTÁBIL


ECONOMIA FECHADA
PIB = ÓTICA DA PRODUÇÃO: VALOR ADICIONADO
PRODUÇÃO (-) INSUMOS
400 - 195 = 205
PIB = ÓTICA DA RENDA
SALÁRIOS (+) Autônomos (+) LUCROS
75 + 15 + 115 = 205
PIB = ÓTICA DA DEMANDA FINAL
CONSUMO (+) FORMAÇÃO DE CAPITAL
140 + 45 + 20 = 205
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PIB: níveis de valoração
• Mensuração a preço básico equivale a considerar
os preços na porta da fábrica.
• Adicionando a este nível de valoração os impostos
líquidos de subsídios sobre produtos, tem-se a
valoração a nível de preços de produtor.
• Acrescentando as margens de comércio e
transporte e os impostos sobre o valor adicionado
chega-se ao preço de consumidor. Este é o nível
de valoração do PIB sob a ótica do produto e da
despesa.
• O produto medido pela ótica da renda é a preços
do consumidor.
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Conclusão do capítulo 2
Exercícios
Economia fechada sem governo
Yp =C+ Ip (1)
• Yp é o Produto ou Renda Privada,
• C são os gastos de Consumo das Famílias,
• Ip são os gastos em Investimento Privado.
Yp = C + S (2)
• S é Poupança Privada
S = Yp – C
C + S = C + Ip
S = Ip (3)
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Economia fechada com governo

Yn = C + I + G (4)

Yn = C + S + RLG (5)
• Yn é Produto ou Renda Nacional
• G são os Gastos Correntes do Governo,
• I são os gastos em Investimento Privado e Público
• RLG é a Receita Líquida do Governo, como definida
anteriormente (Id + Ii + ORC – Tr – sub)

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Poupança do governo
S + RLG = I + G (6)
Poupança do Governo Sg expressa como:
Sg = RLG – G , logo (6a)
S + Sg = I
Uma outra forma de escrever (6) é:
S = I + (G – RLG) (6b)
RLG<G - parte da poupança privada é destinada a cobrir
despesas correntes das Administrações Públicas.
RLG>G - poupança pública se soma à poupança privada
para financiar os investimentos.

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Economia aberta com governo
Y = C + I + G + Xnf - Mnf (7)
Y = C + S + RLG + RLE (8)
– Y é Produto ou Renda Interna
– Xnf- Mnf é o saldo das exportações de bens e serviços
de não fatores
– RLE é a renda líquida enviada ao exterior.

S + RLG + RLE = I + G + Xnf – Mnf (9)


(Mnf – Xnf) + RLE = (I - S) + (G – RLG) (10)

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Poupança externa e absorção doméstica

Sext = (Mnf – Xnf) + RLE =


saldo do Balanço de Pagamentos em Transações
Correntes (com sinal trocado).

• Absorção Doméstica é o somatório dos gastos


com Consumo, Investimento e Gastos do
Governo.

Y = A + (Xnf – Mnf) (7a)


A = C+ I + G.
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Igualdade entre poupança e investimento

Demanda pelo Produto = C + I + G + (Xnf – Mnf)


Alocação da Renda = C + S + RLG + RLE

S + RLG + RLE = I + G + (Xnf –Mnf)


Sr = S + (RLG – G)
Sr = I + (Xnf – Mnf) – RLE
(Mnf – Xnf ) + RLE = Sext,
Sr + Sext, = I

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Comparações internacionais
Forma direta: aplicar uma taxa de câmbio.
Problemas:
– A) taxas de câmbio flutuam influenciando fortemente
a medida do PIB.
– B)a estrutura produtiva e de consumo variam
significativamente entre as nações.
• A prática internacional tem sido a de se ajustar o PIB per
capita a um índice de Paridade do Poder de Compra.
• Este índice é construído para um conjunto comum de
bens e serviços produzidos em cada economia
ajustados a um preço padrão.

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PPC

Paridade do poder de compra - Em


economia, a Paridade do Poder de Compra
(PPC), é um método alternativo à taxa de
câmbio para se calcular o poder de compra
de dois países. A PPC mede quanto é que
uma determinada moeda pode comprar em
termos internacionais (normalmente dólar),
já que bens e serviços têm diferentes
preços de um país para outro.
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Ranking PPC - 2005

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Capítulo 3: O Sistema de Contas
Nacionais do Brasil

As Contas Econômicas Integradas e


as Tabelas de Recursos e Usos
Uma comparação dos resultados das
bases de 1985 e 2000

Fonte: Conac, IBGE, março de


2007
PIB: diferenças de valores e taxas de
crescimento

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PIB corrente e PIB constante

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Comparação das bases do PIB

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Comparação das bases – principais
agregados

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PIB pela ótica do produto

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PIB pela ótica da renda

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PIB pela ótica da despesa

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O Sistema de Contas Nacionais do
Brasil

Feijó et al. (2003) – Capítulo 3


Uma visão geral das Contas Nacionais
• A Contabilidade Nacional oferece uma síntese
da realidade econômica de um país em um
determinado momento no tempo.
• As Contas Nacionais (CN) oferecem as
referências básicas de classificação de
atividades e de setores institucionais, definições
sobre a fronteira econômica e conceitos para
definir e classificar unidades estatísticas e suas
transações.
• IBGE é a fonte de referência das CN do Brasil,
desde 1986. Antes era a FGV/RJ.
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Contas Nacionais e ONU
• O Sistema de Contas Nacionais das Nações
Unidas (System of National Accounts, SNA,
1993) é centrado nas Contas Econômicas
Integradas (CEIs) e nas Tabelas de Recursos e
Usos (TRUs).
• A integração entre as partes (CEIs e TRUs) na
versão de 1993 garante que os saldos obtidos
pela classificação de setores institucionais, nas
CEIs, sejam idênticos aos obtidos pela
classificação de atividades nas TRUs.
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Sobre estrutura e terminologia
• Não se utiliza mais o registro de contas em T, dos
sistemas contábeis convencionais, mas as rubricas
são descritas no corpo central.
• O novo sistema utiliza a terminologia usos e
recursos no lugar de débito e crédito. O termo
recursos (lançados no lado direito) é utilizado para
designar aumentos no valor econômico de um setor
e o termo usos (lançados no lado esquerdo) é
utilizado para as operações que reduzem o valor
econômico de um setor. O saldo é residual sendo
obtido a partir de diferença entre recursos e usos.
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Contas Econômicas Integradas
A Abordagem das Contas Nacionais, a partir das
Atividades Econômicas permite identificar no
circuito econômico o processo de geração da
renda. Entretanto, esta abordagem, ao privilegiar o
estudo da geração da renda pelas atividades
econômicas não possibilita a análise de vários
outros fluxos que ocorrem ao longo do circuito
econômico, tais como: redistribuição da renda,
formação da renda nacional, utilização da renda
em consumo e poupança, acumulação de capital e
outros fluxos. Tais fluxos, para serem entendidos,
requerem a análise dos setores institucionais.
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Contas Econômicas Integradas

Bens e Serv. Resto do Operações, Resto do Bens e Ser.


Mundo Saldos, Mundo
(Rec) (Rec.) Total da Setores Ativos e Setores Total da (Usos) (Usos)
Economia Institucionai Passivos Institucionai Economia

Contas Usos Recursos


Correntes
Contas de Variação de ativos Variação de passivos e
Acumulação patrimônio líquido

Contas de Ativos Passivos e Patrimônio


Patrimônio Líquido

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Contas Econômicas Integradas
1. Contas correntes
• Conta de produção
• Conta de geração da renda
• Conta de distribuição primária da renda
• Conta de distribuição secundária da renda
• Conta de uso da renda
2. Contas de acumulação
• Conta de capital
• Conta financeira
• Conta de variação dos ativos
• Conta de reavaliação
3. Contas de patrimônio
• Conta de patrimônio inicial
• Conta de variação patrimonial
• Conta de patrimônio final
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Seqüência das contas (1)
1. Contas correntes
• Registram a atividade de produção de bens e serviços, a
criação de rendimentos através da produção, a subseqüente
distribuição e redistribuição dos rendimentos pelas unidades
institucionais e a utilização dos rendimentos em consumo ou
poupança.
1.1 Conta de produção
• Registra a atividade de produção de bens e serviços. O saldo da
Conta de produção é o valor adicionado bruto (valor da
produção menos o valor do consumo intermediário). O VAB
constitui uma medida da contribuição para o PIB de um produtor
individual, de uma atividade ou de um setor institucional.
• O VAB é a fonte dos rendimentos primários, sendo, por isso,
transportado para a conta de distribuição primária da renda. O
VA pode também ser determinado em termos líquidos, através
da dedução do consumo de capital fixo (depreciação).
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Seqüência das contas (2)
1.2 Conta de distribuição e utilização da renda
Conjunto articulado de contas que mostram como os rendimentos são:
• Gerados pela produção
• Distribuídos pelas unidades institucionais que participaram do processo de
geração do VA criado durante a produção
• Redistribuídos entre as unidades institucionais, principalmente pelas
unidades da administração pública, através das contribuições para a
seguridade social, subsídios e impostos
• Utilizados pelas famílias, administração pública e IPSFL para o consumo
final ou a poupança.
• O saldo proveniente do conjunto completo das contas de renda é a
poupança.
• As contas de renda ajudam a explicar o comportamento das unidades
institucionais enquanto consumidores finais - isto é, enquanto utilizadores
dos bens e serviços emanados da produção para a satisfação das
necessidades individuais e coletivas e desejos das famílias e da
comunidade.
• O saldo, a poupança, é transportado para a conta de capital, a primeira das
contas de acumulação, na seqüência do Sistema de Contas Nacionais.
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Contas correntes
Resumo das Contas Correntes
Contas Correntes Saldo da Conta
1.Conta de Produção PIB*
2. Conta de Renda
2.1. Conta de Distribuição Primária da Renda
2.1.1Conta de Geração Excedente Operacional Bruto
da Renda
2.1.2.Conta de Alocação Renda Nacional
da Renda
2.2.C.Distr.Secundária da Renda Nacional Disponível
Renda
2.3.Conta de uso da Renda Poupança

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Contas de acumulação
Resumo das Contas de Acumulação

3. Conta de Saldo da Conta


Acumulação
3.1 Conta de Capacidade ou Necessidade de
Capital Financiamento
3.2 Conta Igual ao da Conta de Capital com
Financeira sinal trocado
3.3. Conta de Outras Variações no Volume de Ativos e
Contas de Reavaliação
3.3.1. Conta de Mudanças no patrimônio líquido
Outras Variações resultantes de outras variações no
nos Ativos volume dos ativos
Financeiros
3.3.2. Conta de Mudanças no patrimônio líquido
Reavaliação resultantes de ganhos/perdas de
detenção nominais

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Contas de patrimônio
Resumo das Contas de Patrimônio

4. Conta de Saldo da Conta


Patrimônio
4.1 Conta de Patrimônio Líquido
Patrimônio
Inicial
4.2. Conta de Variação do Patrimônio Líquido total. Registra
variação do saldos das contas de Capital (Variações do
Patrimônio Patrimônio líquido resultante de poupança e
transferência líquida de capital) e Conta de
Outras Variações no Volume dos Ativos e Conta
de Reavaliação (3.31 e 3.3.2).

4.3. Conta de Patrimônio Líquido


Patrimônio Final

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Tabela de recursos e usos
• Tabela de Recursos de Bens e Serviços
apresenta a oferta total de Bens e Serviços da
economia (produção e importação);
• Tabela de Usos de Bens e Serviços apresenta o
Consumo Intermediário e a Demanda Final
totalizando o demanda da economia;
• Componentes do Valor Adicionado por setor de
atividade.

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Tabela de Recursos e Usos, Brasil: 1999

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Conta de operações de bens e serviços
• É uma conta que é apresentada separada das
CEIs (conta 0), sendo considerada a base de todo
o sistema, pois retrata a atividade de produção
(oferta de bens e serviços) e o destino da
produção pelas categorias de demanda final;
• Essa conta deve ser interpretada como uma
representação agregada das operações que se
encontram nas contas dos setores institucionais e
nos setores de atividade;
• Por convenção, os recursos são lançados do lado
esquerdo e os usos do lado direito.
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Conta de Operação de Bens e Serviços: Brasil,
1995 - em R$ 1.000
Recursos Operações Usos
1.113.351.626 Produção

61.314.054 Importação de bens e serviços


74.373.434 Impostos sobre produtos
4.875.955 Imposto de importação
69.497.479 Demais impostos sobre produtos

Consumo intermediário 541.533.543


Consumo final 513.561.741
Formação bruta de capital fixo 132.753.432
Variação de estoque 11.273.743
Exportação de bens e serviços 49.916.655
1.249.039.114 Total 1.249.039.114

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Oferta e demanda de bens e serviços
VP pb + Mcif + Ip = CIpc + Cpc + FBCFpc + VE + Xfob

VP pb = Valor da Produção a preços básicos,


Mcif = Importações de bens e de serviços de não-fatores (CIF –
cost + insurance + freight)
Ip = Impostos sobre Produtos (impostos indiretos),
CIpc= Consumo Intermediário a preço de consumidor,
Cpc = Consumo Final a preço de consumidor,
FBCFpc= Formação Bruta de Capital Fixo a preço de
consumidor
VE = Variação de Estoque
Xfob= Exportação de bens e de serviços de não fatores,
valoradas a preço FOB (exclui seguros e fretes).
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Contas Econômicas Integradas

Contas correntes
Conta de Produção: Brasil, 1995
Fonte IBGE, Em R$ 1000

Usos Operações e Saldos Recursos


Produção 1.113.351.626

541.533.543 Consumo Intermediário

Impostos sobre Produtos 74.373.434

Imposto de importação 4.875.955


Demais impostos sobre 69.497.479
produtos
646.191.517 Produto Interno Bruto –
PIB
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Equação da conta de produção
• Objetivo da Conta de Produção (conta 1) é
deduzir o Valor Adicionado Interno Bruto, ou
seja, o PIB.
• O Valor da Produção a preço básico é lançado
como recurso e acrescido dos impostos sobre
produtos (imposto de importação e demais
impostos) para ser comparado com o consumo
intermediário a preço de consumidor, lançado
como um uso.

(VP pb + Ip) – CIpc = PIB


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Conta da renda

Conta da Renda:
– Conta de Distribuição Primária da Renda,
– Conta de Distribuição Secundária da Renda
– Conta de Uso da Renda.

Conta de Distribuição Primária da Renda:


– Conta de Geração da Renda
– Conta de Alocação da Renda.

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Conta de Geração da Renda: Brasil, 1995
Fonte: IBGE, em R$ 1000

Usos Operações e Saldos Recursos


PIB 646.191.517
247.277.244 Remuneração dos
empregados
247.075.857 Residentes
201,387 Não-residentes
104.115.611 Impostos sobre a
produção e de importação
(–) 3.575.363 Subsídios à produção (–)
298.374.025 Excedente operacional
bruto inclusive rendimento
de autônomos (EOB)
38.128.990 Rendimento de autônomos
(rendimento misto)
260.245.035 Excedente operacional bruto

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Equação da conta de geração da renda
PIB - [(W + Wnr) + (Im – Sb)] = EOB
W = Remunerações, inclusive encargos sociais e
contribuições parafiscais pagos a residentes,
Wnr = Remunerações, inclusive encargos sociais e
contribuições parafiscais pagos a não-residentes por
produtores residentes,
(W + Wnr) = Total da remuneração dos empregados, inclusive
encargos sociais e contribuições parafiscais pagos no país,
Im = Impostos sobre Produção e a Importação, que incluem
os impostos sobre produtos (Ip) e outros impostos ligados
`a produção
Sb = Subsídios à produção,
EOB = Excedente Operacional Bruto.

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Conta de Alocação da Renda: Brasil, 1995
Fonte: IBGE, Em R$ 1000

Usos Operações e Saldos Recursos


Excedente operacional 298.374.025
bruto inclusive
rendimento de autônomos
Rendimento de 38.128.990
autônomos (rendimento
misto)
Excedente operacional 260.245.035
bruto
Remuneração dos 247.133.039
empregados
Residentes 247.075.857
Não-residentes 57.182
Impostos sobre a 104.115.611
produção e de importação

Subsídios à produção (–) (–) 3.575.363


13.135.440 Rendas de propriedade 3.125.903
enviadas e recebidas do
resto do mundo
636.037.775 Renda Nacional Bruta
RNB

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Conceito de residência

O IBGE define como unidade residente a


“unidade que mantém o centro de interesse
econômico no território econômico,
realizando, sem caráter temporário,
atividades econômicas nesse território”.

Curso de Contabilidade Social 87


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Equação da Conta de Alocação da Renda

EOB + (W + Wr ) + (Im – Sb) + RLP = RNB


• Wr = Remunerações, inclusive encargos sociais e
contribuição parafiscais, recebida por residentes, paga por
não-residente,
• (W + Wr) = Total da remuneração dos empregados, inclusive
encargos sociais e contribuições parafiscais, pagos a
residentes no país e no exterior (classificados como não-
residentes).
• RLP = remuneração líquida dos fatores de produção,
constituída por: rendas de capitais, composta por juros, lucros
e dividendos e outros serviços de fatores constituído por
royalties, patentes e direitos autorais (enviadas e recebidas)
• RNB = Renda Nacional Bruta.

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Conta de Distribuição Secundária da
Renda: Brasil, 1995 - Fonte: IBGE, em R$ 1000

Usos Operações e Saldos Recursos


Renda Nacional Bruta 636.037.775
669.595 Transferências correntes 3.994.244
enviadas e recebidas do
resto do mundo(1)
639.362.424 Renda Disponível
Bruta(1) RDB
(1) Inclui as transferências de capital.

Curso de Contabilidade Social 89


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Equação da Conta de Distribuição
Secundária da Renda
RNB + Tr = RDB
• Tr = Transferências líquidas correntes, ou seja,
transferências de recursos sem contrapartida no
processo produtivo, como o pagamento e
recebimento de imposto sobre a renda e o
patrimônio, de operações de seguro, de
contribuições e benefícios previdenciários e
transferências entre governos e entre
residentes,
• RDB = Renda Disponível Bruta.
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Prof. Dr. João Felippe Cury M. Mathias
Conta de Uso da Renda: Brasil, 1995
Fonte: IBGE, em R$ 1000

Usos Operações e Saldos Recursos


Renda Disponível 639.362.424
Bruta(1)
513.561.741 Consumo final
125.800.683 Poupança Bruta(1) Sr
(1) Inclui as transferências de capital.

Curso de Contabilidade Social 91


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Equação da Conta de Uso da Renda

RDB – Cpc = Sr

• Cpc = Consumo Final (Famílias e


Administrações Públicas),
• Sr = Poupança Bruta.

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Conta de Capital: Brasil, 1995
Fonte: IBGE, em R$ 1000

Usos Operações e Saldos Recursos


Poupança bruta(1) 125.800.683
132.753.432 Formação bruta de
capital fixo
11.273.743 Variação de estoque
(–)18.226.492 Capacidade (+) ou
necessidade (–)

de financiamento.(1)
(1) Inclui as transferências de capital.

Curso de Contabilidade Social 93


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Equação da Conta de Capital

Sr – ( FBCFpc + VE) = +- Sext

Sext = Capacidade ou Necessidade de


Financiamento, que equivale à Poupança
Externa.

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Conta de operações com o resto do mundo

• Traduz as operações que compõem as


Transações Correntes do BP;
• É apresentada sob a ótica do resto do
mundo. Por exemplo, uma importação do
Brasil, significa um recurso do Resto do
Mundo (o Brasil gera um crédito ao RM).

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Prof. Dr. João Felippe Cury M. Mathias
Operações Correntes com o Resto do
Mundo: Brasil, 1995 – Fonte: IBGE, em R$ 1000
Conta de bens e serviços do resto do mundo
49.916.655 Exportação de bens e
serviços
Importação de bens e 61.314.054
serviços
11.397.399 Saldo externo de bens e
serviços
Conta 2 – Conta de distribuição primária da renda e
transferências correntes do resto do mundo com a economia
Saldo externo de bens e 11.397.399
serviços
57,182 Remuneração dos 201,387
empregados não-
residentes
3.125.903 Rendas de propriedade 13.135.440
enviadas e recebidas
do resto do mundo
3.994.244 Transferências correntes 669,595
enviadas e recebidas

(1)
do resto do mundo
18.226.492 Saldo externo corrente
(1)
(1) Inclui as transferências de capital.

Curso de Contabilidade Social 96


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Equação da Conta de Operações com o
Resto do Mundo
Xfob – Mcif + (Wr - Wnr) + RLP + Tr = + - Sext

• (Wr - Wnr) = Saldo das remunerações a não-


residentes (pagas por não-residentes – Wr- - e
pagas por residentes – Wnr)
• RLP = rendimentos de propriedade, juros,
dividendos
• (Wr - Wnr) + RLP + Tr = RLE ou BSF + TU = RLE

Curso de Contabilidade Social 97


Prof. Dr. João Felippe Cury M. Mathias
Tabelas de Recursos e Usos
Tabela de Recursos e Usos
I. Tabela de recursos de bens e serviços
Oferta Produção Importação
Total
Quadrante Quadrante A1+ Quadrante A2
A=

II. Tabela de usos de bens e serviços


Oferta Consumo Intermediário Demanda Final
Total
Quadrante Quadrante B1 + Quadrante B2
A=
Componentes do Valor Adicionado
Quadrante C
Curso de Contabilidade Social 99
Prof. Dr. João Felippe Cury M. Mathias
Estimativa do valor de produção
• Estimativa do Valor da Produção dos setores:
baseado no valor das receitas de venda dos
bens e serviços, acrescido da variação dos
estoques, quando aplicável.

Tratamentos especiais:
– margens de Comércio e Transportes,
– imputação de valores de serviços financeiros
e
– setor de Aluguéis.

Curso de Contabilidade Social 100


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Tratamentos especiais (1)
• O setor de atividade Comércio equivale ao
valor da produção do produto Margem de
Comércio, que é estimado pela diferença entre
o valor de compra e valor de venda das
mercadorias adquiridas para revenda;
• A produção de Transporte equivale ao serviço
de transporte realizado por terceiros.
• Os produtos gerados pelas atividades de
Comércio e Transportes não são consumidos de
maneira convencional, mas são incorporados
ao preço final de cada produto.
Curso de Contabilidade Social 101
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Tratamentos especiais (2)
• A produção das empresas financeiras consiste em
captar recursos e emprestar a terceiros. Trata-se da
soma de receitas por prestação de serviços
bancários, receitas de aluguéis de imóveis,
diferencial entre juros recebidos e pagos e a
diferença entre prêmios de seguros e indenizações
pagas.
• Já o setor de Aluguéis é considerado pois, por
convenção, todo bem de capital gera uma renda.
Inclui os imóveis ocupados pelos proprietários
(aluguel imputado), para conciliar esta atividade
com a FBCF.
Curso de Contabilidade Social 102
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Oferta de Bens e Serviços – Fonte: IBGE

Brasil: Oferta de Bens e Serviços – 1995 – R$1.000


Tabela de recursos de bens e serviços
A1 + A2
Oferta Total a Margem Margem Impostos Oferta Total a
Preço de de de sobre Preço Básico
Consumidor Comércio Transporte Produto (A1 + A2)
(A)

Total 1.249.039.114 0 0 74.373.434 1.174.665.680

Curso de Contabilidade Social 103


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Oferta de Bens e Serviços

• Quadrante A – apresenta a oferta total a


preços de consumidor por produto.

• Oferta total (produção mais importação) é


transformada para preço de consumidor,
acrescentando-se as margens de
comércio e transporte e os impostos sobre
produtos.
Curso de Contabilidade Social 104
Prof. Dr. João Felippe Cury M. Mathias
Recursos de Bens e Serviços: Brasil, 1995 –
Fonte: IBGE, em R$ 1000

Descrição do produto Total da Produção Total das Oferta Total a


Importações Preços Básicos
A1 (total das linhas) A2 A1+ A2

Agropecuária 78.433.497 2.289.139 80.722.636


Extrativa Mineral 10.936.436 3.661.864 14.598.300
Indústria de Transformação 414.350.374 45.806.357 460.156.731
Serviços Industriais de Utilidade 28.627.561 922,439 29.550.000
Pública
Construção Civil 91.330.688 0 91.330.688
Comércio 67.588.224 355,475 67.943.699
Transporte 39.003.860 2.505.314 41.509.174
Comunicações 10.155.185 49,784 10.204.969
Instituições Financeiras 61.999.911 322,195 62.322.106

Aluguéis 65.509.806 966 65.510.772


Administração Pública 126.658.919 0 126.658.919
Outros Serviços 118.757.165 5.400.521 124.157.686
Total 1.113.351.626 61.314.054 1.174.665.680

Curso de Contabilidade Social 105


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Recursos de Bens e Serviços
• A Tabela de Recursos de Bens e Serviços
apresenta os totais da oferta de produtos dos
setores de atividade (quadrantes A1 e A2).
• Mostra por setor de atividade a primeira parte
da conta de Operação de Bens e Serviços.
• Quadrante A1 apresenta como a produção dos
produtos se distribui entre os setores.
• Nas colunas está a distribuição dos valores de
produção dos setores de atividade.
• Nas linhas está a distribuição dos produtos
pelas atividades que o produzem.
Curso de Contabilidade Social 106
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Usos de Bens e Serviços: Brasil, 1995
Fonte: IBGE, em R $ 1000

Descrição do Oferta Total a Total do Demanda Final


Produto Preço de Consumo B2
Consumidor A Intermediário B1

Agropecuária 92.509.232 58.565.931 33.943.301


Extrativa Mineral 16.831.150 13.594.484 3.236.666
Indústria de 578.349.832 295.597.010 282.752.822
Transformação
Serviços Industriais 32.727.170 22.191.627 10.535.543
de Utilidade Pública

Construção Civil 91.644.544 8.992.036 82.652.508


Comércio 8.145.799 7.806.773 339,026
Transporte 31.632.172 15.658.495 15.973.677
Comunicações 12.114.967 6.491.769 5.623.198
Instituições 64.961.742 51.494.674 13.467.068
Financeiras
Aluguéis 65.513.443 8.690.821 56.822.622
Administração 126.658.919 0 126.658.919
Outros Serviços 127.950.144 52.449.923 75.500.221
Total 1.249.039.114 541.533.543 707.505.571

Curso de Contabilidade Social 107


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Usos de Bens e Serviços
• Tabela de Usos de Bens e Serviços - apresenta
o destino da produção de cada setor de
atividade.
• Quadrantes B1 e B2 mostram:
Oferta total (por produto) a preços de consumidor =
(CIpc)+(Cpc) +(FBCFpc) + (VE) + (Xfob).
• Quadrante B1 - linhas informam como os bens
produzidos num setor são consumidos pelos
demais setores. Colunas totalizam o consumo
intermediário de cada setor de atividade.

Curso de Contabilidade Social 108


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Valor Adicionado por Setor: Brasil, 1995 –
Fonte: IBGE, em R$ 1000

Descrição do Valor Total do Valor Total do


Produto Adicionado C da Produção Consumo
do Setor A1 Intermediário por
Setor B1
Agropecuária 51.492.824 83.299.692 31.806.868
Extrativa Mineral 4.944.839 10.181.425 5.236.586

Indústria de 136.739.102 395.685.039 258.945.937


Transformação
Siup 15.295.495 27.771.930 12.476.435
Construção Civil 52.708.207 91.348.289 38.640.082

Comércio 51.077.975 82.121.621 31.043.646


Transporte 19.628.211 40.071.847 20.443.636
Comunicações 8.684.995 10.631.222 1.946.227
Instituições 45.855.743 62.255.777 16.400.034
Financeiras
Aluguéis 59.558.985 63.093.075 3.534.090
Administração 93.367.860 140.339.186 46.971.326
Pública
Outros Serviços 69.034.137 106.552.523 37.518.386
Dummy – 36.570.290 0 36.570.290
Financeiro
Total (1) 571.818.083 1.113.351.626 541.533.543
Imp.Líq.Subs. S/ 74.373.434
Produto (Ip) (2)
PIB (1) + (2) 646.191.517

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Componentes do VA por Setor: Brasil, 1995
Fonte: IBGE, em R$ 1000

Valor adicionado Remuneraçõe EOB + Imp. Liq.


C s rend.autônomo Subs.s/
(W + Wnr) + (W + Wnr) (EOB) (Im – Sb) –
(EOB) + (Im – Ip
Sb)
Agropecuária 51.492.824 7.094.380 46.326.789 – 1.928.345
Ext. Min. 4.944.839 1.296.249 3.315.001 333,589
Ind.de Transf. 136.739.102 39.316.418 84.768.202 12.654.482
SIUP 15.295.495 7.784.153 6.570.962 940,38
Const.Civil 52.708.207 6.819.152 43.009.131 2.879.924
Comércio 51.077.975 19.445.830 29.097.621 2.534.524
Transporte 19.628.211 9.098.233 9.954.834 575,144
Comunicações 8.684.995 2.903.083 5.451.085 330,827
Instituições 45.855.743 24.935.923 18.465.217 2.454.603
Financeiras
Aluguéis 59.558.985 1.121.795 57.986.087 451,103
Administração 93.367.860 92.182.527 0 1.185.333
Pública
Out.Serviços 69.034.137 35.279.501 29.999.386 3.755.250
Dummy – 36.570.290 0 – 36.570.290 0
Financeiro
Total (1) 571.818.083 247.277.244 298.374.025 26.166.814
Imp. Líq. 74.373.434
Subs.s/Produto
(Ip) (2)
Valor adicionado 646.191.517
da economia

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TRU - Planilhas de trabalho

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Contas Econômicas Integradas por
Setor Institucional

Feijó et. al. (2003)


Capítulo 4
CEI e setores institucionais
• A análise da CEI por setores institucionais é
mais rica e detalhada e permite visualizar o
mecanismo pelo qual empresas, administração
pública, famílias e resto do mundo contribuem
no processo de geração, apropriação,
distribuição e uso da Renda Nacional.
• A abordagem das Contas Nacionais pela ótica
dos setores institucionais foi originalmente
criada por Keynes nos anos 40, a qual deu
origem à primeira versão do Manual de Contas
Nacionais das Nações Unidas em 1953.

Curso de Contabilidade Social 113


Prof. Dr. João Felippe Cury M. Mathias
Setores institucionais: definição

• Setores Institucionais são unidades


institucionais capazes de possuir bens e
ativos; contrair responsabilidades e de se
envolver em atividades econômicas e
operações com outras unidades
econômicas, sejam estas residentes ou
não residentes no território nacional.

Curso de Contabilidade Social 114


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Classificação dos Setores Institucionais (1)

• Empresas Não-financeiras: produzem bens e


serviços através da transformação de insumos
e da contratação de mão-de-obra.
• Empresas Financeiras: criam meios de
pagamentos e/ou fazem intermediação de
recursos de setores superavitários para os
setores demandantes de recursos financeiros.

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Classificação dos Setores Institucionais (2)

• Administrações Públicas: prestam serviços de


natureza pública e obtêm recursos via taxação
de seus serviços ou cobrança de impostos;
• Famílias: têm por objetivo adquirir bens de
consumo. São as unidades de produção não
incluídas no setor empresas não-financeiras,
como unidades rurais, algumas microempresas,
IPSFL;
• Resto do Mundo: corresponde às transações
econômicas de um país com as demais nações.
Curso de Contabilidade Social 116
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Unidades institucionais
As unidades institucionais podem ser:
• Pessoas físicas ou grupos de pessoas
agrupadas em famílias.
As famílias podem compreender unidades de
consumo, ou unidades produtivas sem a
necessária constituição legal de uma empresa.
• Pessoas jurídicas ou sociedades legalmente
constituídas.
As pessoas jurídicas compõem as empresas,
administrações públicas, ou instituições sem fins
lucrativos.
Curso de Contabilidade Social 117
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Famílias: informações adicionais
• Se uma unidade produtiva pertencente à família não é
legalmente (formalmente) constituída em empresa
(sociedade, ou pessoa jurídica), é considerada como
parte integrante do setor institucional família.
• Embora sejam primordialmente unidades consumidoras,
as famílias também realizar qualquer tipo de atividade
econômica: podem oferecer mão-de-obra e capital às
empresas, e podem gerir as suas próprias unidades de
produção na forma de empresas não constituídas
legalmente.
• Nas Contas Nacionais do Brasil, a produção familiar
compreende o setor informal.
Curso de Contabilidade Social 118
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Empresas não-financeiras privadas

• Âmbito - Cadastro de empresas do IBGE


x SRF, exceto empresas públicas, APU’s,
empresas financeiras e de seguros;

• Fonte de dados - IRPJ, pesquisas do


IBGE (indústria, comércio e serviços) e
balanços.

Curso de Contabilidade Social 119


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Empresas não-financeiras públicas
• Âmbito - empresas não-financeiras em nível
federal, estadual e municipal, cujo controle
acionário pertence ao governo

• Fonte de dados: Pesquisa Estatísticas


Econômicas das Empresas Públicas Não-
Financeiras - EPU

• Empresas reclassificadas como APU

Curso de Contabilidade Social 120


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CEI com SI empresa não-financeira

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Conta Operações de Bens e Serviços e
Operações Correntes com o Resto do Mundo
• São apresentadas como duas colunas no lado direito e
esquerdo.
Conta de Bens e Serviços:
– lado esquerdo: recursos ou a oferta de bens e serviços -
importação e produção, juntamente com os impostos líquidos de
subsídios sobre produtos.
– lado direito: usos do total da economia e do resto do mundo -
exportações, consumo intermediário.
• Conta Resto do Mundo, do lado esquerdo (recurso)
estão registradas as importações e do lado direito (uso)
as exportações.
• Ver Planilha em Excel.

Curso de Contabilidade Social 122


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CEI com setores institucionais
Bens e Serv. Resto do Operações, Resto do Bens e
Mundo Saldos, Mundo Ser.
(Rec) (Rec.) Total da Setores Ativos e Setores Total da (Usos) (Usos)
Economia Institucion Passivos Institucionais Economia
ais

Contas Usos Recursos


Correntes
Contas de Variação de ativos Variação de passivos e
Acumulação patrimônio líquido
Contas de Ativos Passivos e Patrimônio
Patrimônio Líquido

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CEI com SI: Conta de Produção
Setores Recurso Uso Saldo da
Institucionais Conta
Valor da Impostos Consumo
Produção sobre Intermediário
Produtos
Total da VPpb Ip Cipc PIB
Economia
Emp. Não VPpb 1 CIpc 1 PIB1
Financeiras1
Empresas VPpb 2 CIpc 2 PIB2
Financeiras2
Administrações VPpb 3 CIpc 3 PIB3
Públicas3
Famílias4 VPpb 4 CIpc 4 PIB4

Curso de Contabilidade Social 124


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Conta de Geração da Renda com SI
Recurso Uso Saldo da
Conta
Setores
Institucionais
PIB Remunerações Outros Excedente
Impostos Operacional
Líquidos sobre a Bruto
Produção

Total da PIB (W + W nr ) (Im – Sb) EOB


Economia
Imposto Ip Ip
sobreProduto e
Importação
Empresas Não PIB 1 (W + W nr )1 (Im – Sb ) 1 EOB1
Financeiras1
Empresas PIB 2 (W + W nr )2 (Im – Sb ) 2 EOB2
Financeiras 2

Administrações PIB 3 (W + W nr )3 (Im – Sb ) 3


Públicas 3
Famílias 4 PIB 4 (W + W nr )4 (Im – Sb ) 4 EOB4

Curso de Contabilidade Social 125


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Conta de Geração da Renda
PIB – ( W + Wnr) + (Im – Sb) = EOB

• Remunerações e Impostos sobre a Atividade


são lançados como uso.
• Excedente Operacional Bruto obtido por
diferença.
• Administrações Públicas têm Excedente
Operacional Bruto nulo.
• Impostos sobre Produtos não são identificados
por setor institucional.

Curso de Contabilidade Social 126


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Conta de Alocação da Renda
Recurso Saldo das Saldo da
Setores Rendas Conta
Institucionais Líquidas de
Propriedade
Excedent Remuneraç Outros (recebimentos Renda
e ões Impostos – pagamentos). Nacional
Operacio Líquidos Bruta
nal Bruto sobre a
Produção
Total da EOB (W + Wr ) (Im – Sb) RLP RNB
Economia
Emp. Não EOB1 RLP1 RPrB1
Financeiras1
Empresas EOB2 RLP2 RPrB2
Financeiras 2

Adm. (Im – Sb ) 3 RLP3 RPrB3


Públicas 3
Famílias4 EOB4 (W + W r )4 RLP4 RPrB4

Curso de Contabilidade Social 127


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Rendimentos de propriedade (RLP)

• Juros efetivos (contratos);


• Juros imputados (famílias): FGTS,
PIS/Pasep;
• Rendas recebidas pelo aluguel da terra;
• Dividendos;
• Participação nos lucros;
• Prêmios de seguro e indenizações.
Curso de Contabilidade Social 128
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Conta de Alocação da Renda
EOB + ( W + Wr) + (Im – Sb) + RLP = RNB
• Conta de ajustes entre os setores institucionais
referentes ao pagamento e recebimento de
rendas de propriedade.
• O saldo desta conta é a Renda Nacional Bruta
ou Renda Primária dos setores institucionais
(RPrB).
• Considera-se o somatório das rendas primárias
(como recurso) mais o saldo dos rendimentos
referentes à remuneração do capital.
Curso de Contabilidade Social 129
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Conta de Distribuição Secundária da Renda

Set. Instituc. Recurso SaldoIR Saldo Saldo Saldo Saldo


e Pat. Cont.S. Ben. S. de da
Renda (IReP) (CS) (BS) Outras Conta
Nac. Br. Transf.
Tot. Econ. RNB 0 0 0 Tr RDB
Emp. Não RPrB1 IReP1 Tr1 RDB1
Fin.1
Emp.Fin2 RPrB2 IReP2 CS2 BS2 Tr2 RDB2
Adm. Púb.3 RPrB3 IReP3 CS3 BS3 Tr3 RDB3
Famílias4 RPrB4 IReP4 CS4 BS4 Tr4 RDB4

Curso de Contabilidade Social 130


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Conta de Distribuição Secundária da Renda

RNB + Tr = RDB
• Conta mostra como a renda é redistribuída para se
chegar ao agregado Renda Nacional Disponível.
Agregados de interesse:

– RDB1 + RDB2 = Renda Bruta Disponível das


Empresas.
– RDB1+ RDB2 + RDB4 = Renda Disponível Privada
– RDB3 = Renda Líquida do Governo
– Renda Disponível Bruta Privada - impostos diretos
= Renda Pessoal Disponível Bruta.
Curso de Contabilidade Social 131
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Conta de Uso da Renda
Setores Recurso Uso Saldo da
Instituc. Conta:
RDB Consumo Poupança
Final Bruta
Total da RDB C Sr
Economia
Emp.Não Fin1 RDB1 S1
Empresas RDB2 S2
Financeiras2
Administrações RDB3 C3 S3
Públicas3
Famílias4 RDB4 C4 S4
Curso de Contabilidade Social 132
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Conta de Uso da Renda
RDB – C = Sr
• OBSERVAÇÃO: Ajuste à Renda Disponível dos
setores institucionais = a parcela equivalente ao
Ajustamento pela Variação das Participações
Líquidas das Famílias em Fundos de Pensões,
FGTS e PIS/PASEP (não são transferências).
Ver item D8 da planilha.
• Contribuições aos fundos privados de pensões
e Receitas de pensões são aquisição e cessão
de ativos. São adicionadas à renda antes de
subtrair os gastos com consumo.
Curso de Contabilidade Social 133
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Conta de Acumulação: Conta de Capital

Setores Institucionais Recurso Uso Saldo da Conta Capacidade/necessidade


Poupança Formação de Variação de Transferências líquidas de financiamento[(1)+(4)]-
Bruta Capital (2) Estoques (3) de capital (4): [(2)+(3)]

Total da Economia Sr FBCFpc VE -+ Sext

Empresas não S 1 FBCFpc 1 VE 1 -+ S ext 1


Financeiras 1
Empresas S 2 FBCFpc 2 0 -+ S ext 2
Financeiras 2

Administrações S 3 FBCFpc 3 0 -+ S ext 3


Públicas 3
Famílias 4 S 4 FBCFpc 4 VE 4 -+ S ext 4

Curso de Contabilidade Social 134


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Conta de Acumulação: Conta de Capital

Sr - (FBCFpc + VE ) = -+ Sext
• OBSERVAÇÃO: Na Conta de Capital são
identificadas as transferências de capital que
apresentam a variação do patrimônio líquido
resultante das operações financeiras como
contrapartida dos empréstimos e das dívidas
contraídas. Por convenção, os lançamentos das
transferências de capital a receber e a pagar
aparecem ambas no lado dos recursos
• Recursos da Poupança são recursos à disposição
da aquisição de bens de capital, através de
operações no mercado financeiro.
Curso de Contabilidade Social 135
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Conta de Capital: Administrações Públicas

• A necessidade de financiamento das


Administrações Públicas corresponde ao
déficit do governo, segundo as Contas
Nacionais.
• Método “acima da linha”* (diferença entre
recursos e usos):
-Sext 3 = Déficit do Governo = (FBCF3) – (RDB3 - C3) +
Saldo das Transferências Líquidas de Capital
* Só em CN. No BC é abaixo da linha, com o
endividamento líquido do governo.
Curso de Contabilidade Social 136
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O Balanço de Pagamentos

Paulani & Braga, 2000, cap. 5


Introdução

• Economias abertas têm uma série de


relações econômicas com outros países,
envolvendo trocas de mercadorias, fatores
de produção e ativos financeiros,
• Com a globalização, tais relações
econômicas se aprofundam;
• O Brasil e o Balanço de Pagamentos (BP).

Curso de Contabilidade Social 138


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BP: conceitos
• No BP são registradas todas as transações
econômicas que o país realiza com o resto do
mundo;
• O BP registra todas as transações entre
residentes e não residentes de um país num
determinado período de tempo;
• Os registros do BP são efetuados em dólar
norte-americano.
• No BP também vale o princípio das partidas
dobradas.
Curso de Contabilidade Social 139
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Definição de residência
• Define-se como residentes de um país todas as
pessoas, físicas ou jurídicas, que tenham esse país
como seu principal centro de interesse.
• Todas as pessoas que moram permanentemente
no país (residência fixa);
• Pessoas que moram no país, mas estão
temporariamente fora por turismo ou negócio;
• Empresas sediadas no país, inclusive filiais de
multinacionais.
• Embaixadas e consulados que se encontram em
outros países.
Curso de Contabilidade Social 140
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Estrutura do BP (parte I)
1. Balança comercial
1.1 Exportações
1.2 Importações
2. Balança de serviços
2.1 Transportes: fretes, seguros, etc.
2.2 Turismo e viagens internacionais
2.3 Rendas de capital (remessa de lucros, lucros reinvestidos
e juros)
2.4 Serviços governamentais
2.5 Diversos
3. Transferências unilaterais
4. Saldo do BP em transações correntes (1 + 2 + 3)
Curso de Contabilidade Social 141
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Estrutura do BP (parte II)
5. Movimento de capitais
5.1 Investimentos diretos
5.2 Reinvestimentos
5.3 Empréstimos e financiamentos
5.4 Amortizações de empréstimos
5.5 Capitais de curto prazo
5.6 Outros capitais
6. Erros e omissões
7. Saldo total do BP (4 + 5 + 6)
8. Transações compensatórias
8.1 Variação de reservas
8.2 Operações de regularização
8.3 Atrasados
Curso de Contabilidade Social 142
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Algumas relações importantes
T = Transações correntes
STBP = Saldo total do BP
Kc = capitais (transações) compensatórios
Ka = capitais autônomos (movimento de capitais)
K = Ka + Kc
Assim:
T = - K, ou T = T = - (Ka + Kc)
e
STBP = - Kc
Curso de Contabilidade Social 143
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Lançamentos contábeis no BP (I)
1. Balança comercial
• Exportações (+)
• Importações (-)
2. Balança de serviços
• Entrada de recursos (+)
• Saída de recursos (-)
• Lucros reinvestidos (-)
3. Transferências unilaterais
• Entradas de recursos ($) e mercadorias (+)
• Saídas de recursos ($) e mercadorias (-)
• Mercadorias: alimentos, medicamentos, roupas
Curso de Contabilidade Social 144
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Lançamentos contábeis no BP (II)

5. Movimento de capitais
• Entrada de recursos (+)
• Saída de recursos (-)
• Reinvestimentos (+) (contrapartida de
lucros reinvestidos)
8. Transações compensatórias
• Variação positiva de reservas (-)
• Variação negativa de reservas (+)
Curso de Contabilidade Social 145
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Dicas sobre lançamentos
• Os registros de um BP são realizados com base no
princípio contábil das partidas dobradas e portanto, do
ponto de vista contábil, o BP está sempre equilibrado
• Operações que indicam entradas e saídas de recursos
monetários têm como contrapartida a variação de
reservas;
• Operações que indicam entradas e saídas de
mercadorias, máquinas e equipamentos, etc., têm como
contrapartida a Balança Comercial.
• A contrapartida de lucros reinvestidos (-) são os
reinvestimentos (+).

Curso de Contabilidade Social 146


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Exemplo, p. 136-137
• O país exporta, recebendo à vista • O país paga juros num total de US$
US$ 350 milhões; 50 milhões;
• O país exporta mercadorias no valor • Ingressam no país US$ 20 milhões
de US$ 50 milhões, financiadas a longo sob a forma de IDE;
prazo;
• O país importa máquinas e
• O país importa mercadorias, pagando equipamentos no valor de US$ 65
à vista US$ 250 milhões; milhões, financiados a longo prazo;
• O país paga, à vista, fretes no valor • O país recebe US$ 5 milhões
de US$ 20 milhões;
provenientes de envio de recursos de
• O país gasta US$ 20 milhões com não residentes a familiares no país;
viagens ao exterior;
• O país recebe US$ 5 milhões
• O país recebe donativos, em
provenientes de turismo; mercadorias, no valor de US$ 5 mi;
• O país remete ao exterior US$ 50 • O país obtém US$ 35 milhões de
milhões de lucro; empréstimos;
• Lucros de US$ 20 milhões são • O país recebe capitais de curto
reinvestidos no país. prazo no valor de US$ 30 milhões;
• O país paga amortizações no valor de • O país paga atrasados no valor de
US$ 35 milhões US$ 10 milhões.

Curso de Contabilidade Social 147


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RLEE e TLRE (Simonsen, 1995)
RLEE = BSF + TU
RLEE = Renda liquida enviada ao exterior
BSF = Balança de serviços fatores
TU = Transferências unilaterais
TLRE = BC + BSNF
TLRE = Transferência liquida de recursos ao
exterior
BC = Balança comercial
BSNF = Balança de serviços não-fatores
STC = RLEE + TLRE
Curso de Contabilidade Social 148
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Números-índice

Feijó et alii (2003), capítulo 11


Números-índice: definição
• É uma medida que sintetiza, em uma
expressão quantitativa, a variação média,
entre duas situações, de todos os elementos de
um conjunto. As situações comparadas por um
número-índice podem ser períodos de tempo,
regiões geográficas ou conjuntos de pessoas.

Curso de Contabilidade Social 150


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A importância da referência temporal
PIB cresce 1,51% em 2002
• A afirmação indica que a variação do PIB entre a média
de 2001 e a média de 2002 é de 1,5%.
• Qualquer variação deve ter sua referência temporal
explicitada.
• Podemos ter, por exemplo, variações entre médias,
entre pontos, acumuladas no ano, acumuladas em 12
meses.
• Os números índices são uma ferramenta auxiliar no
cálculo dessas diversas variações.

Curso de Contabilidade Social 151


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Números-índice: aplicações na Economia

• Objetiva-se medir variações no tempo de


determinadas operações econômicas.
• Estas operações podem ser mensuradas
de três maneiras:
- Unidades monetárias - VALOR,
- Unidades físicas - QUANTIDADE
- Valor unitário - PREÇO.

VALOR = QUANTIDADE X PREÇO


Curso de Contabilidade Social 152
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Números-índice: produtos e atividades
• Em economia, a unidade de informação são os bens e
serviços transacionados.
• São chamados genericamente de produtos e
caracterizados pelo tipo de operação econômica ao qual
estão associados.
Exemplo:
– O valor da produção de uma empresa é calculado pela soma do
valor dos produtos que produz.
– O gasto mensal de uma família é medido pelo valor dos bens e
serviços consumidos.
• NÚMEROS-ÍNDICE são calculados a partir dos produtos
transacionados.
• CNAE: 4 níveis (Seção, divisão, grupo e classe)
Curso de Contabilidade Social 153
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O Período de Coleta
• Um número-índice apresenta a variação de um conjunto
de produtos entre dois períodos de tempo. Qual o
momento da coleta?
• Dois tipos de coleta:
NO MESMO DIA - chamado de ponto a ponto:
Os dados são coletados em um mesmo dia: a variação é obtida
pela relação de um vetor de dados (por produto) referenciado a
um dia com um outro vetor referenciado a um dia anterior.
AO LONGO – chamado de ao longo
Dados são coletados durante um período. Para obter-se um
vetor de dados calcula-se a média dos dados para cada período
e a comparação é feita entre esses vetores.
EX: Diversos IGP.

Curso de Contabilidade Social 154


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Percentual/ Multiplicador/ Número-índice

Período 0 - preço de 400,00 $/ton e


Período 1 - preço de 600,00 $/ton.
Variação de preços: 600 / 400 = 1,50
=> variação percentual de (1,50-1) x 100 = 50%;
=> um número-índice de 1,50 x 100 = 150;
=> um multiplicador de 1,50.
Relações entre representações:
número-índice = variação percentual + 100
número-índice = multiplicador x 100
multiplicador = (variação percentual / 100 ) + 1

Curso de Contabilidade Social 155


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Exemplo: p. 346 (Feijó et alii, 2003)
No Brasil, o preço de um produto passou de R$
5.000,00 para R$ 97.000,00 entre dois períodos.
Calcule a variação percentual, o número-índice e
o multiplicador que representam essa variação:
Variação do preço = 97.000/5.000 = 19,4
• Percentual = (19,4 – 1) X 100 = 1.840%
• Número-índice = 19,4 X 100 = 1.940
• Multiplicador = 19,4

Curso de Contabilidade Social 156


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Outro exemplo (p. 346)

Sabendo-se que um produto teve um aumento


de 367% entre dois períodos e que seu preço
no período inicial era de 720 $/unidade, calcule
seu preço no período final.

Variação de preços = 367%


Multiplicador de (367/100) + 1 = 4,67
Preço do período final = 720 X 4,67 = 3.362,70
Curso de Contabilidade Social 157
Prof. Dr. João Felippe Cury M. Mathias
O conceito de relativo

• É associado à variação do valor, preço ou


quantidade de um único produto para uma
dada operação econômica (consumo,
exportação, produção, etc.). Seu cálculo é
feito diretamente pela razão dos valores
entre o período final e inicial.

Curso de Contabilidade Social 158


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O conceito de relativo: variação de preços

i
p
i t
p 0, t = x 100
i
p
0

Curso de Contabilidade Social 159


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O conceito de relativo: variação de
quantidades

i
q
i t
q 0, t = x 100
i
q
0

Curso de Contabilidade Social 160


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Período-base

• É o período ao qual todos os relativos de


uma série estão associados (escolhe-se
um ano ou mês de referência).
• p01 – número-índice entre o período 0 e 1
• p02 – número-índice entre o período 0 e 2
• p03 – número-índice entre o período 0 e 3
• p0n – número-índice entre o período 0 e n
Curso de Contabilidade Social 161
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Um exemplo: p. 348 (planilha Excel)
Informações de preço e quantidade (1985-1988)
Ano Preço (U$)/UF Quantidade UF Valor $
1985 2 2 4
1986 3 5 15
1987 9 7 63
1988 29 15 435

Número-indice: base 1985


Ano Preço (U$)/UF Quantidade UF Valor $
1985 100 100 100
1986 150 250 375
1987 450 350 1.575
1988 1.450 750 10.875

Número-indice: base 1987


Ano Preço (U$)/UF Quantidade UF Valor $
1985 22,22 28,57 6,35
1986 33,33 71,43 23,81
1987 100,00 100,00 100,00
1988 322,22 214,29 690,48

Curso de Contabilidade Social 162


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Elos relativos e relativos em cadeia
• A seqüência seguir representa os relativos de
preços (variação de preços do período 2 em
relação a 1, 3 em relação a 2, etc.):
p12, p23, p34, p45, p56
• O encadeamento dos elos permite o cálculo da
variação total do período. Por exemplo, a
variação entre o período 4 e o período 1 pode
ser calculada da seguinte forma:
Ip14 = (Ip12 x Ip23 x Ip34)

Curso de Contabilidade Social 163


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Bases de uma série de números-índice

• BASE FIXA - a série de números - índice é toda


referenciada ao mesmo período (fixo).

Exemplo: v01, v02, v03, v04,..........,v0n


• BASE MÓVEL - o período de referência (base)
muda para cada elo relativo calculado.
Exemplo: base no período anterior
p01, p12, p23, p34,..., pn-1n
Curso de Contabilidade Social 164
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Critérios de avaliação de um número-índice
• IDENTIDADE Ia , a = 1,0 ou 100
• PROPORCIONALIDADE Ia , b = λ quando todos os
produtos tiverem variação constante e igual a λ
• MUDANÇA DE UNIDADE Ia , b é invariante à mudanças
na unidade de medida adotada
• REVERSIBILIDADE Ia , b x Ib , a = 1,0 ou 100
• CIRCULAR Ia , b x Ib , c x Ic , a = 1,0 ou 100
• CIRCULAR MODIFICADA Ia , b x Ib , c x Ic , d = Ia , d
Ver exemplo na planilha de Excel.
Curso de Contabilidade Social 165
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Decomposição das causas
• Trata-se de uma propriedade desejável para um
número-índice, em que a variação em valor de
determinada variável pode ser obtida
diretamente a partir de sua variação de preço
multiplicada pela variação de quantidade.

Variação de preço x Variação de quantidade =


Variação de valor
Ip x Iq = Iv
Curso de Contabilidade Social 166
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Decomposição de causas: exemplo

Ver planilha de Excel.

Curso de Contabilidade Social 167


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Emprego de médias para o cálculo de
números-índice
• Diferentemente da análise de um produto
isolado, para um conjunto de produtos
utilizam-se médias, de forma a sintetizar a
variação de todos os produtos em uma única
variação. São os índices agregativos:
1. Razão da média aritmética dos preços e das
quantidades para cada período (Bradstreet);
2. Média aritmética dos relativos de cada produto
(Sauerbeck). Resolve o problema de adicionar
unidades diferentes.
Curso de Contabilidade Social 168
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Definições para as fórmulas

• Período de tempo: 0 ... t


• n = número de produtos
• i = produto
• Σ = somatório
• p = preços
• q = quantidades

Curso de Contabilidade Social 169


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Índice de Bradstreet - Preços

i
pt
∑ ∑ p i
p n t
I 0,t = i
x100=
i
x100
p0 ∑p 0
∑ n

Curso de Contabilidade Social 170


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Índice de Bradstreet - Quantidade

i
qt
q ∑ ∑ q i
I0,t = n x100 = t x100
i
q0 ∑q 0i
∑ n

Curso de Contabilidade Social 171


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Índice de Sauerbeck – Preços

i
pt
∑ i i
p0 ∑p 0,t
p
I 0,t = x100= x100
n n

Curso de Contabilidade Social 172


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Índice de Sauerbeck – Quantidades

i
qt
∑ i i
q q0 ∑q 0,t
I 0,t = x100= x100
n n

Curso de Contabilidade Social 173


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Números-índice em CN
Q UADRO 4 - SÉRIE ENCADEADA D O ÍNDICE TRIM ESTRAL
Índice de volume - média de 1 990 = 100
Agropecuária Indústria S erviços VApb PIB pm

1991.I 89,49 85,12 93,47 91,21 91,01


1991.II 111,09 103,67 101,06 103,44 103,21
1991.III 106,57 112,82 105,06 108,65 108,41
1991.IV 98,34 99,44 101,74 101,73 101,50
....... 132,28 122,30 115,35 126,28 127,26
1999.IV 121,96 119,81 115,47 124,73 125,69

2000.I 127,72 115,64 114,80 123,31 123,96


2000.II 150,81 121,51 117,62 128,88 130,08
F onte: IB GE, Diretoria de P esquisas, Departamento de Contas Nacionais

Curso de Contabilidade Social 174


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Um exemplo: taxa de crescimento do
volume (trimestre contra trimestre)
• Taxa calculada a partir da série observada
(Quadro 4)
• No 2º trimestre de 1996 esta comparação seria:
NI 1996.II / NI 1995.II
Para o PIB pm
Multiplicador = (119,08 / 116,56) =1,02162
1,02162 x 100 = 102,16
Percentual = 102,16-100 = 2,16%

Curso de Contabilidade Social 175


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Taxa acumulada em 4 trimestres
=> Calculada a partir da série observada (Quadro 4)
No 2º tri mestre de 1996 esta comparação seria:
(NI 1996.II + NI 1996.I + NI 1995.IV + NI 1995.III) /
(NI 1995.II + NI 1995.I + NI 1994.IV + NI 1994.III)
Para o PIB pm
(119,08 + 113,44 + 115,85 + 117,84) /
(116,56 + 115,01 + 116,69 + 116,25) =1,09743
1,09743 x 100 = 109,74
109,74 - 100 = 9,74%

Curso de Contabilidade Social 176


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Trimestre contra o
trimestre (imediatamente) anterior

=> Calculada a partir da série ajustada


sazonalmente (Quadro 5)

No 2º trimestre de 1996 esta comparação


seria: NI 1996.II / NI 1996.I

Para o PIB pm
(118,05 / 117,32) =1,0062
1,0062 x 100 = 100,62
100,62-100 = 0,62%
Curso de Contabilidade Social 177
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Números-índice ponderados
• A importância relativa dos produtos (pesos)
deve ser captada pelos números-índice.
Portanto, deve ser considerada uma base de
ponderação (ver planilha de Excel).
Sejam:
• ωit o peso do produto i no total das transações,
no período t.
• vit o valor transacionado do produto i, no
período t.
Curso de Contabilidade Social 178
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Estrutura de pesos

i i i
p t xq t
i vt
ω t
=
∑v ti
=
i
∑p t xq t i

Curso de Contabilidade Social 179


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Índice de Laspeyres

• Média aritmética ponderada das variações


de cada produto.
• Período inicial do índice é escolhido
como referência para o cálculo dos pesos.

Curso de Contabilidade Social 180


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Índice de Laspeyres - Preços

i
∑ p t xq i
0
i
∑ p 0xq i
0
Curso de Contabilidade Social 181
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Índice de Laspeyres - Quantidades

i i
∑q t xp 0
i i
∑q 0 xp 0
Curso de Contabilidade Social 182
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Índice de Paasche

• Média harmônica ponderada das


variações de cada produto;
• Período final do índice é escolhido
como referência para o cálculo dos
pesos.

Curso de Contabilidade Social 183


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Índice de Paasche - preços

i i
∑p t xq t
i
∑p 0xq ti

Curso de Contabilidade Social 184


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Índice de Paasche - quantidades

i i
∑q t xp t
i i
∑q 0 xp t
Curso de Contabilidade Social 185
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Índice de Fischer

p p p
F = L xP
0, t 0, t 0, t

q q q
F = L xP
0, t 0, t 0, t

Curso de Contabilidade Social 186


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Índice de Laspeyres Modificado (LM)

• Por se referenciar ao período inicial, o


índice de Laspeyres obriga que se calcule
uma nova estrutura de ponderação.
• A idéia é garantir a circularidade da série
encadeada. Assim:

LM0,2 = LM0,1 x LM1,2

Curso de Contabilidade Social 187


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Índice de Laspeyres Modificado (LM) -
preço

p i
p i t
LM t−1,t = ∑ω 0 x ( i )
p t −1

Curso de Contabilidade Social 188


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Índice de Laspeyres Modificado (LM) -
quantidades

q i
q i t
LM t −1, t = ∑ ω 0 x ( )
i
q t −1

Curso de Contabilidade Social 189


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Uma comparação entre os índices de
Laspeyres e de Paasche
• Índice de Paasche é maior que o de Laspeyres se
os preços e quantidades tenderem a se mover na
mesma direção entre os períodos 0 e t;
• Índice de Laspeyres é maior se os preços e
quantidades tenderem a se mover em direções
contrárias.
• Definindo a correlação entre preço e quantidade
como ρ temos que:
P > L quando ρ > 0
L > P quando ρ < 0
Curso de Contabilidade Social 190
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Interpretação econômica dos números-
índice
• Os índices de Laspeyres e de Paasche podem ser
interpretados como indicadores que fazem a passagem
de valores nominais para reais (constantes).
• VALOR NOMINAL - é o valor das transações
econômicas calculado com a quantidade transacionada
e seu preço no mesmo período - qt x pt .
• VALOR REAL (CONSTANTE) - é o valor das
transações econômicas calculado com as quantidades
transacionadas no período considerado porém, os
preços, adotados no cálculo do valor, fixados em um
outro período.

Curso de Contabilidade Social 191


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Fórmulas: valores nominal e real

val or no mi nal e m 0 ∑ p i0 x q i0

X índice de IQ 0,1
quantidade
= valor real em 1 ∑ p i0 x q 1i

X índice de preço IP 0,1


= valor nominal em 1 ∑ p 1i x q 1i

Curso de Contabilidade Social 192


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Relação entre índice de Laspeyres e
Paasche
• Pela relação entre valores nominais e
reais entre o período 0 e 1, deduz-se que:
O índice de quantidade obtido é um
Laspeyres e o índice de preços é um
Paasche (período 0). Assim: Iv = Lq X Pp;
Levando em conta a referência no período
1, obtém-se um Paasche de quantidades
e um Laspeyres preço: Iv = Lp X Pq
Curso de Contabilidade Social 193
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Índice de volume

Um índice de volume é uma média de


variações relativos nas quantidades de um
determinado conjunto de bens e serviços
entre dois períodos temporais.

(System of National Accounts 93, §16.11)

Curso de Contabilidade Social 194


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Exemplo: problemas na agregação

ANO 0 ANO 1
PREÇO QUANTIDADE PREÇO QUANTIDADE
POPULAR 1 50 2 0
LUXO 4 50 8 100
AUTOMÓVEL 2,5 100 8 100
OBS: preço do automóvel é a média dos preços de cada tipo ponderada pela
quantidade

Curso de Contabilidade Social 195


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Exemplo: continuação
Para o agregado automóvel:
• Índice de Preço => (8 / 2,5) x 100 = 320 220% de aum.
• Índice de Quantidade => (100 / 100) x 100 = 100 sem
variação.
• Índice de Valor => ((8x100) / (2,5x100) ) x 100 = 320 220%
de aum.
Para Popular e Luxo
Índice de Preço – Paasche
Pp = ( (2x0 + 8x100) / (1x0 + 4x100) ) x 100 = 200
Índice de Quantidade - Laspeyres
Lp = ( (1x0 + 4x100) / (1x50 + 4x50) ) x 100 = 160
Índice de Valor =>Pp x Lp = (2,0 x 1,6) x 100 = 320
Curso de Contabilidade Social 196
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Efeito quantidade/qualidade

• Apesar das quantidades terem


permanecido inalteradas em seu total, há
um aumento do valor adicionado por cada
veículo ao parar de produzir um bem
popular para se concentrar em um de
luxo. Assim, há uma variação de
quantidade e e qualidade.

Curso de Contabilidade Social 197


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Mudança de base
• Mudança de base consiste em recalcular
a série com um novo período como
referência.

Consideram-se três mudanças:

1. Base móvel para base fixa


2. Base fixa para base fixa
3. Base fixa para base móvel
Curso de Contabilidade Social 198
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Base Móvel para Base Fixa
Considere a série:
I0,1 – I1,2 – I2,3 –.......... – It–1,t
• Pelo critério da circularidade, uma base
fixa no período 0 é calculada como:
I0, 1 = I0, 1
I0, 2 = I0, 1 × I1, 2
I0, 3 = I0, 1 × I1, 2 × I2, 3= I0, 2 × I2, 3
...
I0, t = I0, 1 × I1, 2 .... × It–1, t = I0, t–1 × It–1, t
Curso de Contabilidade Social 199
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Base Fixa para Base fixa
• Através de uma regra de três. Série com base no
período 0:
I0, 0 – I0, 1 – I0, 2 – I0, 3,..., – I 0, t
Série base fixa no período 3:
I3, 1 – I3, 2 – I3, 3 –...– I 3, t
• Supondo conhecida a série no período 0, mudar a base
para período 3:
I3, 1 = I0, 1/I0, 3
I3, 2 = I0, 2,/I0, 3
I3, 3 = I0, 3/I0, 3, igual a 1,00 por ser a nova base
I3, 4 = I0, 4/I0, 3

Curso de Contabilidade Social 200


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Base Fixa para Base Móvel
• Seja uma série de multiplicadores para uma
série base fixa no período 0.
I0, 0 – I0, 1 – I0, 2 – I0, 3 –...– I0, t
Uma base móvel período contra período anterior é
calculado por:
I0, 1 = I0, 1
I1, 2 = I0, 2/I0, 1
I2, 3 = I0, 3/I0, 2
...
It–1, t = I0, t/I0, t–1
Curso de Contabilidade Social 201
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Índices de preços no Brasil: IBGE

• IBGE: INPC, IPCA e IPCA-E


Abrangência: 11 regiões metropolitanas
• RJ, Porto Alegre, BH, Recife, SP, Belém,
Fortaleza, Salvador, Curitiba, Brasília e
Goiânia;
• INPC: medida de correção do poder de
compra dos salários. Famílias entre 1 e 8
s.m. Coleta: de 1 a 30 do mês de referência.
Curso de Contabilidade Social 202
Prof. Dr. João Felippe Cury M. Mathias
IPCA e IPCA-E

• IPCA: medido desde 1979. É a medida


oficial de inflação do Brasil.
• Famílias com rendimento mensal entre 1 e
40 s.m. Coleta de 1 a 30 do mês de
referência.
• IPCA-E: medido desde 1992 com o
objetivo de reajustar a UFIR. A coleta é do
dia 16 do mês anterior ao dia 15 do mês
de referência.
Curso de Contabilidade Social 203
Prof. Dr. João Felippe Cury M. Mathias
Fundação Getúlio Vargas (FGV)
• A FGV divulga o Índice Geral de Preços
(IGP) em três versões, devido às diferentes
datas de coletas dos preços:
• IGP-10: coleta de preços entre os dias 11 do
mês anterior e 10 ao mês de referência;
• IGP-M: coleta de preços entre os dias 21 do
mês anterior e 20 ao mês de referência;
• IGP-DI: coleta de preços entre os dias 1 e 30
do mês de referência.
Curso de Contabilidade Social 204
Prof. Dr. João Felippe Cury M. Mathias
Composição do IGP/FGV
• IPA (60%): tem abrangência em 15 UF’s,
captando as variações de preços nos
estabelecimentos atacadistas;
• IPC (30%): abrangência restrita aos estados de
SP (62,5%) e do RJ (37,5%), captando
variações de preços ao consumidor para
famílias de 1 a 33 s.m.;
• INCC (10%): tem abrangência de 20 regiões
metropolitanas, captando a variação dos custos
dos insumos de construção habitacional.
Curso de Contabilidade Social 205
Prof. Dr. João Felippe Cury M. Mathias
FIPE

• Calcula o índice de preços ao consumidor


para o município de São Paulo para as
famílias com assalariados com renda
mensal entre 2 e 20 s.m.;
• É uma média móvel (média dos últimos 30
dias em relação à media dos 30 dias
imediatamente anteriores.

Curso de Contabilidade Social 206


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Matrizes Insumo-Produto

Feijó et alii (2003)


Capítulo 8
O modelo de Leontief (1941)
• Leontief foi pioneiro nos estudos das relações
interindustriais. Foi influenciado por Quesnay e Walras.
Prêmio Nobel de 1973.
• Matriz de Leontief: matriz de coeficientes técnicos
diretos e indiretos.
• Modelo clássico: permite obter o valor da produção das
atividades econômicas a partir da demanda final. É o
que estudaremos.
• Modelo de preços: mede o impacto de variações nos
componentes do valor adicionado ou nas importações
sobre o nível de preços das atividades.

Curso de Contabilidade Social 208


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Representação básica dos dados do
modelo
• Leontief toma como referência os fluxos
entre as diferentes atividades econômicas.
• A base de dados deve descrever as
relações dessas atividades entre si e com
a demanda final.
• A visualização destes fluxos é feita
através da Tabela de Transações.

Curso de Contabilidade Social 209


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Algumas identidades

1. Produção = Consumo Intermediário


+ Valor Adicionado. (ótica dos custos)
2. Produção = Consumo Intermediário
+ Consumo Final – Importações.
(ótica dos destinos)
3. Valor Adicionado = Soma das
Rendas Primárias.
Curso de Contabilidade Social 210
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Tabela de Transações (ver Excel)
Atividades A1 A2 .Aj. An I X VE CG CF f Produ
ção
Total
Atividades g
A1
A2 I II
Ai gij fi gi
An
Importações mj
–M
Valor
Adicionado –
y’
Salários III IV
Impostos e
Subsídios
Excedente
Produção gj
Total g’

Curso de Contabilidade Social 211


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Notação da tabela de transações
OBS: letra maiúscula, matriz, minúscula, vetor.
Quadrante I:
– gij = ao valor da produção da atividade i consumido
na atividade j.
– gj = ao valor total da produção da atividade j.
– i, j Є {atividades}
Quadrante II
– fi = ao valor da produção da atividade i destinado à
demanda final.
Quadrante III
– m’, y’
Curso de Contabilidade Social 212
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O Modelo de Insumo-Produto

• Leontief desenvolveu seu modelo


admitindo que a relação entre os insumos
consumidos em cada atividade e a
produção total dessa atividade é
constante;
• A essa relação Leontief chamou de
coeficiente técnico.

Curso de Contabilidade Social 213


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Coeficiente técnico de produção

g ij
a ij =
g j
aij representa o valor produzido na atividade i e
consumido pela atividade j

Curso de Contabilidade Social 214


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Coeficiente técnico: exemplo

g13 38
a13 = = = 0,0956
g3 396
Cálculo dos coeficientes técnicos diretos entre atividades 1 e 3: o
quanto a atividade 3 (transformação), consome da atividade 1
(agropecuária), para gerar sua produção. Esse resultado mostra
que para a atividade 3 produzir uma unidade monetária deverá
consumir 0,0956 unidade monetária da atividade 1.

Curso de Contabilidade Social 215


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Uma breve descrição da matriz de Leontief

Das linhas do quadrante I da Tabela de Transações,


obtém-se o valor da produção de cada atividade

g i = ∑ j
g ij + fi

Equação básica, em valor, do modelo de insumo produto:

gi =∑aij.gj + fi
j
Curso de Contabilidade Social 216
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Equação do modelo Insumo-Produto

g = A .g + f

g − A.g = f

g = (I − A) . f
−1

Curso de Contabilidade Social 217


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Síntese do modelo

Fazendo:

Z = (I − A )− 1
= Modelo de insumo produto
g = Z . f
A = Matriz dos coeficientes técnicos diretos
(I − A )− 1 = Matriz de coeficientes técnicos
diretos e indiretos ou Matriz de
Leontief

Curso de Contabilidade Social 218


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Aplicações do modelo de insumo-produto

• Os trabalhos empíricos de matrizes adotaram os


mesmos conceitos básicos da economia
keynesiana, analisando economias de mercado
e o impacto da demanda final sobre a
economia de mercado.
• Os trabalhos buscam indicar as repercussões
sobre as atividades econômicas em
determinadas variáveis, ou seja, quantificar o
efeito multiplicador de variações na
demanda final sobre a produção e o nível de
emprego em nível setorial.

Curso de Contabilidade Social 219


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Aplicações do modelo Insumo-Produto
• Modelo de insumo-produto: permite calcular a
produção g necessária para atender à demanda f.

No exemplo numérico:
G=Z.f

– onde G representa a matriz de fluxo monetário


entre as atividades econômicas e
– g representa o valor da produção de cada
atividade.
Curso de Contabilidade Social 220
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Matriz G e vetor g (passo 1)

12 0 38 0 0 3 83
0 1 7 0 0 0 10
G = 11 2 138 1 20 44 g = 396
0 0 6 7 0 5 28
0 0 1 0 3 5 91
5 2 40 2 6 78 469

Curso de Contabilidade Social 221


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Exemplo: Coeficientes Diretos para Todas
as Atividades - Matriz A (passo 2)

0,15 0,00 0,10 0,00 0,00 0,01


0,00 0,05 0,02 0,00 0,00 0,00
A = 0,13 0,20 0,35 0,05 0,21 0,09
0,00 0,03 0,01 0,25 0,00 0,01
0,00 0,01 0,00 0,00 0,04 0,01
0,06 0,19 0,10 0,06 0,07 0,17

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Exemplo: Coeficientes Diretos e Indiretos Para
Todas as Atividades – Matriz Z (passo 3)

1,20 0,05 0,19 0,02 0,04 0,03


0,01 1,06 0,03 0,00 0,01 0,00
-1
(I–A) = 0,26 0,38 1,62 0,13 0,38 0,19
0,01 0,06 0,04 1,34 0,01 0,02
0,00 0,01 0,01 0,01 1,04 0,01
0,13 0,30 0,22 0,11 0,14 1,23

Curso de Contabilidade Social 223


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Exemplo: Qual a Produção Necessária para
Atender à Demanda F1 (dada)?

1,20 0,05 0,19 0,02 0,04 0,03 32 89


0,01 1,06 0,03 0,00 0,01 0,00 3 11
g1 = 0,26 0,38 1,62 0,13 0,38 0,19 × 190 = 419

0,01 0,06 0,04 1,34 0,01 0,02 10 30


0,00 0,01 0,01 0,01 1,04 0,01 91 101
0,13 0,30 0,22 0,11 0,14 1,23 352 493

Curso de Contabilidade Social 224


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Diferenças entre a matriz A e (I – A)-1
• A matriz A (coeficientes diretos) nada informa
sobre os efeitos indiretos dos aumentos de
produção de uma atividade. Por exemplo, o
setor A3, transformação, inclui a produção de
automóveis. Aço e pneus são insumos da
indústria automotiva. Ocorre que mais aço e
pneu, significa mais consumo de minério,
carvão e borracha. Esses efeitos indiretos são
captados pela matriz (I –A)-1, de coeficientes
diretos e indiretos.

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Exemplo: Qual o Impacto de um Aumento de
50% nas Exportações? (MIP – tab básicas)

X X 1995
1995 50%
1 1,5
2 3
15 22,5
7 10,5
14 21
0 0

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Exemplo: Impacto do Aumento das
Exportações por Atividade

A1 7,24 4,83 2,41


A2 4,11 2,74 1,37
A3 47,19 31,45 15,73
A4 15,32 10,21 5,11
A4 22,1 14,74 7,37
A6 10,15 6,76 3,38
Total 106,1 70,74 35,37

Curso de Contabilidade Social 227


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Hipóteses do modelo
• Homogeneidade: cada produto ou grupo de
produtos é fornecido por uma única atividade.
Corolários:
• a) somente uma tecnologia é utilizada para
produzir um produto.
b) cada atividade produz apenas um único
produto.
• Proporcionalidade:os insumos consumidos por
cada atividade são uma função somente do
nível de produção dessa atividade.
Curso de Contabilidade Social 228
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