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Rodrigo Carlos Silva de Lima
rodrigo.uff.math@gmail.com
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1
Sumário
2
Capı́tulo 1
Neste texto o objetivo é dar exemplo de aplicação do conceito de soma e produto sobre
o conjunto vazio . Em geral Se temos (G, ∗ ) um conjunto G munido de uma operação ∗
e uma função f : D → G onde D é uma união de conjuntos , isto é, f é uma função que
associa a cada conjunto um valor em G, vamos denotar a repetição da operação ∗ com o
∏
sı́mbolo de produtório , dados A, B disjuntos em D, A ∪ B = C, queremos que
∏ ∏ ∏
f (k) = f (k) ∗ f (k),
k∈C k∈A k∈B
∏ ∏ ∏
f (k) = f (k) ∗ f (k),
k∈B k∈∅ k∈B
∏
para que a expressão não fique alterada para qualquer f , devemos tomar f (k) = e
k∈∅
o elemento neutro .
O mesmo pode ser visto em
∏
n
f (k)
k=1
3
CAPÍTULO 1. SOMAS E PRODUTOS SOBRE CONJUNTO VAZIO-APLICAÇÕES4
∏
0
f (k) = e
k=1
ou em geral
∏
a−1
f (k) = e.
k=a
∑
f (k) = 0.
k∈∅
∏
f (k) = 1.
k∈∅
Em geral, com n > 0, temos n operações de multiplicão, de b com f (1), f (2), · · · , f (n).
CAPÍTULO 1. SOMAS E PRODUTOS SOBRE CONJUNTO VAZIO-APLICAÇÕES5
Essa é a interpretação que damos ao produto vazio, a ideia de não multiplicar, ou mul-
tiplicar ”0 vezes”é equivalente a multiplicar o número por 1 o que não altera o resultado,
pois é o elemento neutro da multiplicação .
1.1.1 Fatorial e 0! = 1 .
∏
n
k = n! ∀ n ∈ N.
k=1
1.1.2 Potência e x0 = 1 ∀ x .
∏
n
x = xn ∀ n ∈ N ∀ x.
k=1
CAPÍTULO 1. SOMAS E PRODUTOS SOBRE CONJUNTO VAZIO-APLICAÇÕES6
por produto vazio . Inclusive temos daı́ que 00 = 1, pois vale em geral x0 = 1 ∀ x.
∏
n
n
A = A
k=1
e daı́
∏
0
A0 = A=I
k=1
resulta na matriz identidade.
∏ ∏
(xσ(j) − xσ(i) ) = sgn(σ) (xj − xi )
i<j,i,j∈In i<j,i,j∈In
∑ ∏
n
det(A) = sgn(σ) ak,σ(k)
σ∈Sn k=1
∏
0
temos ak,σ(k) = 1 por produto vazio, logo
k=1
∑
det(A) = sgn(σ).
σ∈S0
∏
0
pαk k = 1.
k=1
onde a > 0.
Tal identidade também vale para n = 0 com o produto vazio, pois
∏
0
P (x) = a (x − xk ) = a,
k=1
Onde a notação inf e sup é usada para indicar o infı́mo e o supremo tomado a todas
P P
partições P do intervalo [a, b].
as somas superiores serão sempre iguais as somas inferiores e a integral superior igual à
integral inferior, assim qualquer que seja a função, será integrável com integral 0
∫ a
f (x)dx = 0.
a
CAPÍTULO 1. SOMAS E PRODUTOS SOBRE CONJUNTO VAZIO-APLICAÇÕES10
Em especial se A = ∅
∑
0v = ck .k,
k∈∅
∑
v= cx .x
x∈B
∑
v= cx .x
x∈B
$ Corolário 4. O conjunto vazio é LI e S(∅) = {0v } então o vazio é uma base para o
espaço nulo.
∏
n ∑
n
ln( f (k)) = ln(f (k)),
k=1 k=1
∏
0
ln( f (k)) = 0
k=1
∏
0
portanto como logaritmo é injetivo, devemos ter f (k) = 1 , pois ln(1) = 0.
k=1
∏
0
Caso seja considerado f (k) = 1 então
k=1
∏
0 ∑
0
ln( f (k)) = ln(1) = 0 = ln(f (k)),
k=1 k=1
a soma vazia é nula. Tal argumento funcionado pelo menos quando f (k) > 0 ∀ k.
CAPÍTULO 1. SOMAS E PRODUTOS SOBRE CONJUNTO VAZIO-APLICAÇÕES12
1. ∅ ∈ S.
∪
m
S1 \ S0 = Sk .
k=2
A diferença de dois conjuntos no semi-anel pode ser escrita como união de conjuntos
disjuntos no semi-anel.
Então S é um semi-anel .
∪
m
m Definição 15 (Medida finitamente aditiva). Seja S = Sk união disjunta. Uma
k=1
função µ definida num semi-anel que satisfaz
1. µ(∅) = 0,
CAPÍTULO 1. SOMAS E PRODUTOS SOBRE CONJUNTO VAZIO-APLICAÇÕES13
∑
m
2. µ(S) = µ(Sk ), é dita finitamente aditiva.
k=1
Geralmente iremos considerar que a função µ leva elementos do semi-anel no con-
junto (−∞, ∞] ou [0, ∞] , porém podemos considerar também levando elementos
em C ou em um espaço vetorial V . Uma medida finitamente aditiva satisfaz a
propriedade
∪
m ∑
m
µ( Sk ) = µ(Sk )
k=1 k=1
Com tais definições temos agora o exemplo que gostarı́amos de dar, que o somatório
é uma medida finitamente aditiva .
∪
m
se S = St , união disjunta então
t=1
∑ ∑
m ∑ ∑
m
µf (S) = f (k) = f (k) = µ(St ).
∪
k∈ mt=1 St
t=1 k∈St t=1
0 ≤ p(ak ) ≤ 1
CAPÍTULO 1. SOMAS E PRODUTOS SOBRE CONJUNTO VAZIO-APLICAÇÕES14
e
∑
n
p(ak ) = 1.
k=1
p(ak ) é chamado probabilidade do evento {ak }, que pode ser escrito p(k). Dizemos
que os números p(k) definem uma distribuição de probabilidade sobre Ω.
Seja um evento qualquer A de Ω. Definimos probabilidade do evento A , e indicamos
por P (A) pelo somatório sobre conjunto finito
∑
P (A) = P (k)
k∈A
∑
P (∅) = P (k) = 0.
k∈∅
pois para cada elemento do conjunto se soma 1. Caso A = ∅, o vazio não possui elementos,
logo dizemos que o vazio possui 0 elementos, que saı́ também da soma sobre conjunto vazio
∑
1 = 0 = |∅|.
k∈∅
A ∪ ∅ = A.
∪ ∪
0
Ak = ∅ = Ak .
k∈∅ k=1
∪
n ∑
n
µ( Ak ) = µ(Ak ),
k=1 k=1
se n = 0, temos
∪
0
µ( Ak ) = µ(∅) = 0,
k=1
∑
0
µ(Ak ) = 0,
k=1
∪
n ∑
n
µ( Ak ) = µ(Ak ),
k=1 k=1
A ∩ Ω = A.
∩ ∪
0
Ak = Ω = Ak .
k∈∅ k=1
∩
1
Ak = A1
k=1
∩
n+1 ∩
n
Ak = ( Ak ) ∩ An+1 ,
k=1 k=1
se n = 0 temos
∩
1 ∩
0
Ak = A1 = ( Ak ) ∩A1 = A1 .
k=1
|k=1{z }
Ω
Porém com n = 0 tal identidade não vale, pois do lado esquerdo resulta em A e do lado
direito resulta em Ω.
em qualquer grafo com número finito de arestas e vértices, tal identidade vale inclusive
em grafos com laços e arestas paralelas. Onde V é o conjunto de vértices, m o número de
arestas, d(v) o grau de cada vértice . Se V é vazio não existem vértices, logo não existem
∑
arestas portanto m = 0 e a soma d(v) = 0 pois a soma é vazia.
v∈V
1.8 Agradecimentos
Vinicius Dantas pela motivação na questão do determinante de matriz 0 × 0,
Alexandre Cezar por um exemplo de identidade que não funciona com a notação da
interseção vazia.
Muito obrigado a todos que ajudaram com ideias para desenvolvimento deste texto.