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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E

TECNOLOGIA DE GOIÁS (IFG)

CAMPUS JATAÍ

CONTROLADORES LÓGICOS
PROGRAMÁVEIS (CLP´s)
Diagrama de Blocos de Funções (FBD – Function Block Diagram)

Prof. Dr. André Luiz


6º Período de Engenharia Elétricaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa Diagrama de Blocos de Funções (FBD)

1 - Diagrama de Blocos de Funções – Function Block Diagram (FBD)

É uma das linguagens gráficas de programação, muito popular na Europa, cujos elementos
são expressos por blocos interligados, semelhantes aos utilizados em eletrônica digital. Essa
linguagem permite um desenvolvimento hierárquico e modular do software, uma vez que podem
ser construídos blocos de funções mais complexos a partir de outros menores e mais simples.

Por ser poderosa e versátil, tem recebido uma atenção especial por parte dos fabricantes.
Devido à sua importância, foi criada uma norma para atender especificamente a esses
elementos (IEC 61499), visando incluir instruções mais poderosas e tornar mais clara a
programação.

Os blocos lógicos correspondem a uma linguagem de nível intermediário e muito prática,


pois traz consigo várias funções de temporização pré-definidas, facilitando assim a confecção
de programas. Desse modo neste curso será abordada essa linguagem de programação.

Vamos supor que seja necessário determinar a função lógica interna de um sistema
desconhecido, conforme mostra a figura 1.

Figura 1 - Sistema binário com duas entradas (A e B) e uma saída (L)

A idéia é injetar sinais lógicos nas entradas A e B de todos as combinações possíveis e, para
cada uma dessas combinações, registrar o resultado obtido na saída L. A Tabela 1 apresenta
um exemplo de tabela que poderia ser obtida.

Tabela 1 - Exemplo de uma tabela de um sistema com duas entradas


A B L
0 0 0
0 1 1
1 0 0

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1 1 1

Observe que a listagem das combinações de entrada obedece à seqüência da contagem


binária, o que torna fácil sua construção.

1.1 - Fluxograma para o desenvolvimento de projetos combinacionais

A primeira etapa do desenvolvimento do projeto de um sistema combinacional consiste na


análise do problema, buscando identificar as variáveis de entrada e de saída, bem como um
modelo que vai solucionar o problema. Na seqüência, obtêm-se as expressões lógicas
simplificadas por um dos métodos a serem estudados nesta apostila e por último, desenha-se o
diagrama esquemático equivalente à função lógica obtida. Esta seqüência é ilustrada pela
figura 2.

Figura 2 – Seqüência de desenvolvimento de um projeto combinacional

1.2 - Álgebra Booleana

No caso das chaves, apresentadas anteriormente, podemos ver que só existem duas
possibilidades para o circuito: ou a chave esta fechada ou está aberta. Quando somente duas
situações são possíveis, trata-se de um sistema chamado binário, ou seja, de duas
possibilidades.

Quem primeiramente estudou este assunto foi o matemático George Boole que desenvolveu
uma teoria para tratar os sistemas binários. O conjunto de seu trabalho é citado nos textos
como “álgebra de booleana”. Mais tarde, em 1938, Claude E. Shannon desenvolveu a aplicação
da álgebra booleana no projeto de circuitos de comutação telefônica.

Uma revisão da formulação apresentada pela Álgebra de Boole é importante para os


usuários de circuitos à relés e controladores programáveis. O objetivo deste capítulo é revisar
os conceitos básicos da lógica booleana visando a sua utilização em projetos de circuitos
baseados em relés ou de programação do controlador programável.

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1.2.1- Variável e Expressão Booleana

Variável booleana é um literal que representa o estado de alguma coisa que possui somente
dois estados: falso ou verdadeiro, aberto ou fechado, está presente ou não está presente, etc.
Por exemplo, (se um relé está energizado então podemos representar o estado do relé
energizado ou desenergizado) por uma variável X cujos valores podem ser somente 1 ou 0. Por
exemplo, uma chave que pode estar aberta ou fechada, como ilustra a figura 3.

Figura 3 – Variável lógica associada a uma chave

Uma proposição lógica, relativa a essa chave, é “a chave esta fechada”. Essa proposição é
representada pelo símbolo A. Então, quando a chave está fechada, a variável A é verdadeira, e
quando a chave esta aberta, a variável A é falsa.

Como visto, a variável booleana (também chamada binária) possui dois valores que no caso
da representação do estado de uma chave são fechado e aberto.
Simbolicamente, costuma-se representar a variável booleana por 1 e 0. Portanto, em relação
à figura anterior, tem-se A = 1 ou A = 0.

Cabe lembrar que os símbolos 1 e 0 não têm aqui um significado numérico apenas lógico.
No campo dos sistemas digitais, esses dois valores são dois níveis de tensão prefixados aos
quais associamos os símbolos 1 e 0. Por exemplo, + 5 V = 1 e 0 V = 0.

Uma denominação muito comum de 0 e 1 são os termos baixo / alto ou nível lógico baixo /
nível lógico alto.

Os dois estados lógicos de um sistema binário são correlacionados de várias maneiras,


como, por exemplo:

Um dos estados Complemento


1 → 0
Ligado → Desligado
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Alto → Baixo
Verdadeiro → Falso
Ativado → Desativado
Sim → Não
Fechado → Aberto
Energizado → Sem Energia

A álgebra booleana usa três operações básicas: Não, E e Ou. A operação não é a negação
ou o complemento, indicada por uma barra sobre a variável, e as operações E e OU são
representadas pelo símbolo de multiplicação (“•”) e adição (“+”) respectivamente. Note que, na
verdade, não se trata de uma multiplicação nem de uma adição, mas apenas um símbolo para
indicar a operações lógicas E e OU.

2 - Funções Lógicas

Porta lógica é um circuito que contém um ou mais terminais de entrada de sinais (onde são
colocadas as variáveis booleanas) que executa uma operação booleana entre as variáveis
presentes nas suas entradas e transfere o resultado para a saída. Tais dispositivos obedecem
às leis da álgebra de Boole.

Vamos fazer a equivalência das portas lógicas com símbolos utilizados normalmente em
esquemas eletrônicos (blocos de funções), com o circuito de chaves e com diagrama a relés.

2.1 - Função Inversora (NOT)

A operação inversora, ou de negação, atua sobre uma única variável de entrada. O nível
lógico de saída é sempre oposto ao nível lógico de entrada; ele inverte (complementa o sinal de
entrada).

A figura 4 representa o circuito equivalente de uma porta inversora e seu diagrama de


contatos. A lâmpada acende se a chave A estiver aberta e apaga se ela estiver fechada

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Figura 4 – Circuito equivalente de uma função inversora.

A figura 5 apresenta os símbolos lógicos para uma porta inversora em diagrama de blocos
de funções, também conhecidos pela sua abreviação do idioma inglês FBD (Function Block
Diagram).

Figura 5 – Símbolos da função lógica inversora em FBD

A tabela 2 apresenta a tabela – verdade para a operação de inversão.

A L
0 1
1 0
Tabela 3 – Tabela - verdade da operação lógica inversora

Exemplo 1: Uma lâmpada vermelha deve ser acesa sempre que um motor estiver desligado
Solução:

Figura 6 – Se o estiver desligado, vai ligar a lâmpada.

2.2 - Função E (AND)

2.2.1 - Representação da porta E no diagrama elétrico

A figura 7 mostra um circuito com duas chaves (A e B). A lâmpada (L) só acende se as
chaves A e B estiverem fechadas.

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Assumindo que a “chave fechada” corresponda a nível 1 e “lâmpada acesa” corresponda


também a nível 1, em uma operação E o resultado será 1somente se todas as entradas foram
iguais a 1: nos outros casos o resultado é 0. Baseado nessas observações pode-se construir
sua tabela-verdade, conforme a tabela 3.

2.2.2 - Representação da porta E (AND) no diagrama de blocos de funções.

Outra forma de representar o sistema é utilizando blocos de função os símbolos


correspondentes estão representados na figura 8.

Figura 8 – Símbolos para a porta lógica E (AND) convencional, Clic02 e Ladder respectivamente

2.3 - Função OU (OR)

2.3.1 - Representação da porta OU no diagrama elétrico.

A Figura 9 mostra o circuito elétrico equivalente de uma porta utilizando chaves

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Figura 9 – Função OU utilizando chaves

Analisando o diagrama da Figura 9, podemos concluir que basta que qualquer uma das
chaves (A ou B) seja pressionada para que a lâmpada L seja acesa ou também se ambas
estiverem fechadas simultaneamente.

Então, em uma operação OU o resultado será 1 se qualquer uma das entradas for igual a 1.
O resultado somente é 0 se nenhuma chave estiver fechada.

Baseado nas observações anteriores pode-se construir a tabela – verdade da função OU,
conforme a Tabela 4.
Tabela 4 – Tabela – verdade da função lógica OU
A B L
0 0 0
1 0 1
0 1 1
1 1 1

Podemos observar que, exceto para o caso A = B = 1, a operação OU é semelhante a uma


adição aritmética comum. No caso A = B = 1, a soma lógica é 1, já que os valores possíveis na
álgebra booleana são 0 ou 1.

Em que L = A + B deve ser lida no seguinte modo: L é igual a A OU B; o sinal “+” simboliza a
operação lógica OU.

2.3.2 - Representação da porta OU (OR) no diagrama de blocos de funções.

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Figura 10 – Símbolos da porta lógica OU convencional, Clic02 e Ladder respectivamente.

2.4 - Função Não – E (NAND)

2.4.1 - Representação da função NÃO-E no diagrama elétrico

É a junção das portas Não e E. A Figura 11 mostra o circuito elétrico equivalente de uma
porta NÃO – E utilizando chaves. A lâmpada só vai apagar se as chaves A e B estiverem
fechadas. Em todas as outras condições, fica acesa.

Baseado nas observações anteriores pode-se construir a tabela-verdade da função NÃO-E,


conforme a tabela 5.

Nota-se que a Tabela 5 é exatamente inversa a tabela 3 e portanto a associação em paralelo


de contatos NF é denominada “função não E”.

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Em que L  A  B deve ser lido do seguinte modo: L é igual ao complemento do resultado da


operação A E B

Antes de continuar, vamos apresentar alguns teoremas da álgebra de Boole, muito útil na
transformação de funções lógicas, principalmente quando se utilizam as funções inversoras. E
também quando convenientemente utilizados facilitam a simplificação de uma expressão
complicada.

2.4.2 - Representação da função NÃO – E em diagrama de blocos de funções

Figura 12 – Símbolos gráficos para porta NÃO - E

2.5 - Função NÃO – OU (NOR)

2.5.1 - Representação da função NÃO-OU no diagrama elétrico

É a junção das portas NÃO e OU. A figura 13 mostra o circuito elétrico equivalente de uma
porta NÃO-OU utilizando chaves.

A lâmpada apaga se a chave A ou B estiver fechada. Também se apaga se ambas estiverem


fechadas. A única condição em que permanece acesa é se nenhuma das chaves estiver
fechada.

A B L
0 0 1
1 0 0
0 1 0
1 1 0
Função NÃO – OU utilizando chaves Tabela 6: Tabela verdade da função Lógica NÃO - OU

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2.5.2 - Representação da função NÃO – OU em diagrama de blocos de funções

Figura 13 – Símbolos gráficos para porta NÃO - OU

3 - Postulado de Boole

1) X = 0 e X = 1 Qualquer variável e qualquer função, pode assumir somente dois valores


representados por 0 e 1. Estes dois valores podem corresponder a duas situações ou
grandezas físicas que se excluem mutuamente mas, necessariamente uma delas deve estar
presente em qualquer instante.



 Onde o ponto () representa o operador lógico E ou "AND" do inglês. Pode-se
em termos de contatos de relés associar o E a conexão em série de contatos;

5) 1 + 0 = 0 + 1 = 1
6) 0 + 0 = 0
7) 1 + 1 = 1 Onde ( + ) representa o operador lógico OU ou "OR" do inglês. Pode-se em
termos de contatos de relés associar o operador a conexão em paralelo de contatos;

8) 1 0
9) 0 1 Onde o sinal () sobre a variável significa negação.

3.1 - Teoremas da álgebra de Boole

Num Teorema

1- 0 X 0
2- 1 X X
3 - X X X
4 - X  X 0
5 - X Y Y X
6 - X Y Z XYZ XY Z
7 - X  Y  Z  X  Y  Z Teorema de De Morgan
8 - X  X 1
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9 - f X,Y,..., Z,,f  X , Y ,...., Z ,,


10 - XY XZ XY ZObs: XY = XY
11 - XY X Y X
12 - X XY X
13 - X  X Y X Y
14 - ZX Z X Y ZX ZY
15 - XY  X Z XY  X ZYZ
16 - XY  X Z X Z X Y

4 – Circuitos a Contatos

Examinaremos agora o relacionamento das expressões booleanas com circuitos a contatos.


A partir das expressões booleanas podemos, através dos teoremas, simplificar os circuitos
através da eliminação de redundâncias. Isto representa em termos de implementação menor
custo, menos componentes, etc.

4.1 – Controlador Lógico Programável

O contato aqui referenciado representa o estado de qualquer dispositivo do tipo liga/desliga


utilizado em circuitos a relés. Um painel de relé, utilizado para controlar uma máquina ou um
processo, pode ser visto como um conjunto de relés e um conjunto de dispositivos de entrada e
saída, tais como, chaves, interruptores, válvulas, lâmpadas, contatores, etc. Por exemplo, para
verificar se uma chave está ligada ou não, é preciso obter a informação de um contato do relé,
ou para verificar se o motor está ligado é preciso, verificar se um contato auxiliar do contator do
fechado (caso se use um contato NA - Normal Aberto).

Nos circuitos eletrônicos digitais, as entradas e saídas só podem estar em dois níveis de
tensão, por exemplo, 0 V e 5 V. Nos circuitos a contatos, utilizamos dois estados - aberto e
fechado, para representar o estado do contato. O estado da bobina do relé ou do circuito a
contato é denominado energizado ou desenergizado. Assim sendo, podemos relacionar uma
expressão booleana (valor 0 e 1) ao circuito a contatos (lógica por fios) e a variável booleana ao
contato ou estado de chaves, botoeiras, etc. Portanto teremos:

Expressão Booleana Circuito a contatos

1  energizado
0  desenergizado
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Variável Booleana Contato do relé

1  acionado
0  repouso

4.2 - Associação de contatos normalmente abertos

Basicamente existem dois tipos, a associação em série (figura 14. a) e a associação em


paralelo (14.b).
Quando se fala em associação de contatos é comum montar uma tabela contendo todas as
combinações possíveis entre os contatos, esta é denominada de “Tabela Verdade”. As tabelas 7
e 8 referem-se as associações em série e paralelo.

Nota-se que na combinação em série a carga estará acionada somente quando os dois
contatos estiverem acionados e por isso é denominada de “função E”. Já na combinação em
paralelo qualquer um dos contatos ligados aciona a carga e por isso é denominada de “função
OU”.

Figura 14 – Associação de contatos NA

Tabela Verdade 7
Associação em série de contatos NA
CONTATO E1 CONTATO E2 Carga
repouso repouso desenergizada
repouso acionado desenergizada
acionado repouso desenergizada
acionado acionado energizada

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C1 = E1 Função E (AND)

Tabela Verdade 8
Associação em paralelo de contatos NA
CONTATO E1 CONTATO E2 Carga
repouso repouso desenergizada
repouso acionado energizada
acionado repouso energizada
acionado acionado energizada

C1= E1 + E2 – Função OU (OR)

4.3 - Associação de contatos normalmente fechados

Os contatos NF da mesma forma podem ser associados em série (figura 15.a) e paralelo
(figura 15. b), as respectivas tabelas verdade são 9 e 10.

Nota-se que a tabela 9 é exatamente inversa a tabela 8 e portanto a associação em série de


contatos NF é denominada “função não OU”. Da mesma forma a associação em paralelo é
chamada de “função não E”.

Figura 1.5 – Associação de contatos NF

Tabela Verdade 9
Associação em série de contatos NF
CONTATO E1 CONTATO E2 Carga
repouso repouso energizada
repouso acionado desenergizada
acionado repouso desenergizada

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acionado acionado desenergizada

C1  E1  E 2  E1  E 2 - Função não OU (NOR)

Tabela Verdade 10
Associação em paralelo de contatos NF
CONTATO E1 CONTATO E2 Carga
repouso repouso energizada
repouso acionado energizada
acionado repouso energizada
acionado acionado desenergizada

C1  E1  E 2  E1  E 2 - Função não E (NAND)

De acordo com a nossa convenção podemos escrever a seguinte tabela:

Contator C1 Contato NA Contato NF


Desenergizado -0 Aberto -0 Fechado -1
Energizado -1 Fechado -1 Aberto -0

Onde observamos que: NA = X


NF = X

Exemplos de Circuitos a contatos

1) A saída de um circuito deve ser energizada se o relé X está operado e deve-se usar
contato NA.

Solução:
A expressão booleana que expressa a solução deste exemplo é simplesmente : L = X, e o
circuito a contatos pode ser desenhado como a seguinte figura.

2) A saída de um circuito deve ser energizada se o relé X está inoperado e deve-se usar
contato NF.
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Solução:
O circuito abaixo atende esta exigência.

3) A saída de um circuito deve ser energizada se o relé X está operado e o relé Y está
inoperado.

Solução:

Observe que agora temos uma função E devido ao conectivo "e" na sentença de proposição
o exemplo. A função E em circuitos a contatos pode ser obtida pela associação em série de
contatos, como ilustrado abaixo.

4) A saída de um circuito deve ser energizada se uma chave A for ligada e se o relé X ou o
relé Y estiverem energizados.

Solução:

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5) Um depósito é alimentado por uma bomba que retira água de um poço é ilustrado na
figura abaixo. Pretende-se que a bomba B1 apenas entre em funcionamento quando as
válvulas V1 e V2 estiverem abertas simultaneamente ou enquanto o nível de água no
tanque estiver abaixo de um valor predeterminado. Essa indicação é fornecida por um
sensor de nível S1.

Considere que os estados de cada uma das variáveis podem ser representados pelos
seguintes níveis lógicos:

Variável Estado Valor Lógico


Ligado 1
Motor B1 Desligado 0
Fechada 1
Válvula V1 Aberta 0
Fechada 1
Válvula V2 Aberta 0
Nível Baixo 0
Sensor S1 Nível Alto 1

Pode-se verificar que o estado do motor (ligado ou desligado) depende da combinação dos
valores de três variáveis: as duas válvulas e o sensor de nível. Cada uma das variáveis de
entrada é representada em Ladder como um contato normalmente aberto ou normalmente
fechado dependendo da função lógica a desempenhar.

6) Se as duas portas de uma sala estiverem abertas será acesa uma lâmpada de aviso. A
lâmpada também poderá ser acesa de maneira manual.

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Exercícios propostos

1 - Desenhar os circuitos a contatos para realizar a lógica das seguintes expressões


booleanas:

a) L = A.B+C e) Y  ( A  B ).(C  D)
b) L = A. (B+C) f) Q  A.B  C.D
c) Q 2  A  B  C g) X  (A  B).C
d) L  (A  B).C h) L  ( A.B).C

2 - Dado o diagrama Ladder a seguir, determine a equação lógica correspondente.

a)

b)

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c)

Para os exercícios de 3 a 6, determine a equação lógica e desenhe o diagrama em


linguagem Ladder e FBD que resolva o problema.

3 - Um processo contém três motores M1, M2 e M3. Caso os motores M1 e M3 estejam


ligados, deve acender uma lâmpada L
L  M 1.M 3
4 - As três chaves A, B e C devem estar ligadas ou simultaneamente desligadas para que
uma lâmpada seja energizada
L  ( A.B.C )  ( A.B.C )

5 - Uma lâmpada L deve ser ligada caso o sensor A ou B não detectem a presença de um
objeto à frente.
L  A B

6- Uma lâmpada sinalizadora (L) deve ser ligada se uma bomba (A) estiver ligada e a
pressão for satisfatória (representada por pressostato B que abre um contato quando a pressão
está abaixo do máximo permitido) ou se um botão de contato momentâneo (C) para teste da
lâmpada for pressionado.
L  ( A.B )  C

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