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a) Sérvio Sulpício Galba (Lucius Livius Ocella Servius Sulpicius Galba) (jun. 68
– jan. 69)
• Essa virada dos eventos deu às legiões germânicas não a recompensa, mas
sim acusações de terem obstruído a ascensão de Galba ao trono.
• Ao ser nomeado imperador contava com o apoio de Otão
• A perda de confiança na lealdade germânica levou a dispensa da guarda
pretoriana imperial, composta principalmente de batavos.
• Além disso, recusou pagar à Guarda Pretoriana a recompensa prometida
no seu nome.
• Enquanto o resto do império celebrava a morte de Nero, a Germânia
explodia na rebelião.
• No início do ano civil de 69 as legiões da Germânia Inferior se recusaram
a jurar aliança e obediência ao novo imperador. No dia seguinte, as legiões
aclamaram Vitélio, seu governador, como imperador.
• Galba não continuou popular por muito tempo. Na sua marcha para Roma,
ou ele destruía ou tomava multas enormes das cidades que não aceitavam
sua autoridade imediatamente.
• Teve por política assassinar àqueles que lhe eram contrários, sem
julgamento prévio, acusando-os de traição.
• Em Roma, Galba cancelou todas as reformas de Nero, tornando-se
conhecido como avaro e ambicioso, devido às impopulares medidas que
aprovou com o fim de restaurar os fundos estatais.
• As suas políticas, bem como a impunidade com a que permitia agir aos
seus agentes, valeu-lhe o ódio do povo e do exército.
• Ao adotar Lúcio Calpúrnio Pisão Frugi Liciano como seu herdeiro perdeu
o apoio de Otão que travou contato com os descontentes membros da
Guarda Pretoriana, que decidiram nomeá-lo imperador.
• Galba foi assassinado no Fórum Romano
a) Vespasiano
• Primeira Guerra Judaico-Romana Primum Iudæorum Romani Bellum
(66 – 73 d.C)
Foi a primeira de três grandes rebeliões da população da província da
Judeia contra a dominação romana.
Foi motivada a princípio pelas tensões religiosas, evoluindo para
protestos contra o pagamento de tributos e ataques a cidadãos romanos.
A crescente indignação estourou em franca revolta por volta de 66
d.C., quando, após muitas arbitrariedades, o procurador da Judeia
Géssio Floro requisitou dezessete talentos do tesouro do Templo de
Jerusalém.
Resultado: Floro entregou aos seus soldados uma parte de Jerusalém,
para que fosse saqueada e crucificou alguns homens importantes da
comunidade judaica
Berenice se encontrava em Jerusalém quando estourou a revolta, e
tentou pacificar a situação. Chegou a ir pessoalmente a Floro, descalça,
símbolo de humildade, e suplicar para que cessasse o massacre. Como
seu pedido não foi aceito, implorou a Céstio Galo, governador romano
da Síria.
Os revolucionários chefiados por Eleazar, filho do sumo sacerdote,
ocuparam o templo e a fortaleza Antônia. Os judeus de Jerusalém
sitiaram a única coorte da legião III Gallica.
Ao mesmo tempo, membros da seita zelota tinham-se encaminhado
para a fortaleza de Masada, no mar Morto, e massacrado a coorte da
Legio III Gallica lá baseada. Outro bando de rebeldes tinha feito o
mesmo na fortaleza de Chipre, que tinha visão panorâmica da cidade
de Jericó.
Galo marchou com uma força de 28 mil homens para restabelecer o
controle romano na Judeia. Fazendo um progresso vagaroso pela
Galileia, queimando tudo em seu caminho, chegou às muralhas
externas de Jerusalém em novembro, com o inverno prestes a começar
e com os rebeldes determinados a resistir à poderosa Roma.
Após um cerco superficial de cinco dias, Galo inexplicavelmente
ordenou que suas tropas se retirassem. No vale de Beth-horon,
tentando retraçar seus passos de volta à estrada para Lod e a costa, que
ele tinha percorrido apenas uma semana antes, a coluna do general
Galo foi rendida e quase totalmente dizimada pelos rebeldes.
O general Vespasiano deixou Antioquia no final da primavera do ano
67 d.C. para se reunir à sua força-tarefa em Ptolemais. Ele sabia, por
meio de informantes que se instaurou uma luta pelo poder entre os
líderes judeus: Jerusalém tinha se dividido em três facções rebeldes
que tinham ocupado partes diferentes da cidade e que estavam
travando uma luta pelo poder.
Decidiu deixar que os judeus de Jerusalém se cansassem de matar uns
aos outros, antes que ele perdesse tempo, esforço ou sangue legionário
tentando tomar a cidade. Enquanto isso, concentrar-se-ia em subjugar
os campos ao norte de Jerusalém. Respectivamente o cerco a Jotapata,
e na Galileia em: Tiberíades, Gâmala e Gischala.
Em 68 Vespasiano inicia as operações na Judeia (e nesse período fica
sabendo das conspirações para derrubar Nero). Nesse ínterim que
Vespasiano é eleito imperador e Tito, seu filho, assume o comando das
tropas na Judeia.
• O grande desafio de Vespasiano foi justificar o seu poder ao trono imperial
e, para isso, usou os lucros do saque da Judeia para legitimar seu poder,
construindo grandes obras públicas: como o Coliseu.
• Além disso, A administração do império ficou nas mãos do antigo
governador da Síria e aliado de Vespasiano, Caio Licínio Muciano,
auxiliado pelo filho do imperador, Domiciano. Durante o seu governo,
Muciano iniciou a reforma fiscal que devia restaurar os fundos do império.
• Vespasiano e Muciano ressuscitaram velhos impostos e instituíram outros
novos, aumentaram o tributo das províncias e vigiaram constantemente os
funcionários públicos do tesouro.
• A fim de prevenir o amotinamento, ofereceu presentes aos cidadãos e ao
exército.
• Através dos seus agentes, o imperador encarregou-se de que as histórias a
respeito da sua divindade, nascidas no Egito, circulassem por todo o
império.
• As moedas cunhadas durante o seu reinado proclamavam as suas vitórias
militares e a paz que graças a ele experimentava o império.
• Foi construído no Fórum um templo à paz.
• Foram oferecidas recompensas financeiras aos historiadores antigos. Os
historiadores que viveram durante o seu reinado, tais como Tácito,
Suetônio, Flávio Josefo e Plínio o Velho, falam suspeitosamente bem do
imperador, ao mesmo tempo que criticam os seus predecessores no trono.
• Reestruturou as ordens senatorial e equestre, arrebatando aos seus
inimigos as suas posições de poder e substituindo-os pelos seus aliados.
• Seu principal legado foi a criação de uma nova classe dominante romana:
uma nova elite política que não sairia exclusivamente da antiga classis
aristocrática.
• Vespasiano – tal como Tibério – governou solteiro
Não havia necessidade de se casar novamente já que ele tinha 2 herdeiros
(Tito e Domiciano)
Por causa dos dramas e escândalos da política Júlio-claudiana com relação
às suas amantes e esposas
• No entanto há que se destacar a figura de Antônia Caenis
Quem alertara (por mandato de Antônia) a conspiração de Sejano para
Tibério
Se torna amante de Vespasiano após a morte de Antônia
Depois da morte da esposa de Vespasiano ela se muda para sua casa como
concubina (imperatriz sob todos os aspectos, menos no título)
Conquistou prestígio e fortuna pessoal, e sua proximidade ao imperador
lhe deu oportunidade de ter uma influência política nos bastidores
(recomendando indivíduos para o cargo de governador e general)
• Conforme Annelise, o reinado de Vespasiano foi uma mistura
judiciosamente filtrada de coisas antigas e coisas novas, representando um
rompimento com seus predecessores enquanto, ao mesmo tempo, copiava
suas características mais populares e bem-sucedidas.
• Morre de caganeira
b) Tito
• Assim como Vespasiano, governou sem uma imperatriz ao lado.
Conforme Annelise, tratava-se de uma decisão que em princípio prometia
o fim das acusações que sofreram os imperadores Júlio-claudianos (de
serem governantes com saias.
• Alcançou renome como comandante militar ao servir sob as ordens do seu
pai na Judeia, durante a primeira guerra judaico-romana. E foi neste
contexto de guerras que conheceu Berenice.
• Sob o reinado do seu pai, Tito coletou receios entre os cidadãos de Roma
devido ao seu serviço como prefeito do corpo de guarda-costas do
imperador, conhecido como a guarda pretoriana, bem como devido à sua
intolerável relação com Berenice.
• Tito teve duas esposas, Arrecina Tertulla e Márcia Furnilla (com quem
teve sua única filha, Júlia Flávia)
• Contrariando todos os prognósticos Tito fora um excelente imperador,
conforme Suetônio: Tito, chamado do mesmo jeito que o seu pai, foi
querido por todo o povo romano, coisa muito difícil. Era tão superior que
era um prazer para a raça humana, foram estas características o que lhe
fizeram ganhar o afeto da população.
c) Domiciano
• Segundo Suetónio, cometeu vários abusos enquanto seu pai foi imperador,
entre os quais dois se destacam: arrebatou a legítima esposa de Elius
Lamia, de nome Domícia Longina, para a tornar sua (o que, de facto, veio
a acontecer) e preparou uma expedição militar que a todos pareceu
desnecessária e que lhe valeu uma forte reprimenda de seu pai, que o
castigou, humilhando-o perante o irmão, Tito. Desde então, adopou
habilmente, um ar modesto e demonstrou mesmo uma certa inclinação
para a música e para a declamação, encobrindo, assim, o seu desejo de
poder.
• Quando Vespasiano morre e lhe sucede o filho Tito, começou a conspirar
contra o irmão, ora aberta, ora secretamente, e depois da morte deste não
deixou de ultrajar a sua memória por diversas vezes.
• Segundo Suetônio, o imperador tinha um apetite sexual desmedido e isso
levava-o a considerar todos os atos sexuais como uma forma de fazer
exercício físico. A dissolução, porém, acabou por o tornar responsável pela
morte de Júlia, sua sobrinha.
• Já casado com Domícia Longina, acabou por seduzi-la e amá-la, mas
quando descobriu que se encontrava grávida, mandou-a abortar, fato que
lhe provocou a morte.
• Contudo, estas situações não impediram que a primeira parte do seu
reinado fosse bastante produtiva, já que o Imperador, demonstrando um
sentido de responsabilidade, procurou administrar cuidadosamente o
Império.
• Nesse sentido, deu numerosas provas de generosidade, recusou heranças,
concedeu anistias, fortificou as fronteiras, melhorou a agricultura e
estimulou as artes e as letras, procurando restaurar bibliotecas que tinham
sofrido danos em incêndios (apesar de não ser dado à leitura ou à escrita).
• Dedicou-se também a granjear simpatias junto do exército e do povo,
aumentando consideravelmente os vencimentos dos soldados, por um
lado, e organizando variados jogos de anfiteatro e circo, por outro,
oferecendo presentes em forma de víveres e dinheiro, tanto à plebe, como
às outras classes sociais
• Procurou ainda moralizar os costumes (em contraste com a sua vida
dissoluta), impondo severas penas aos delatores, castigando juízes que se
deixavam subornar e aplicando a pena capital às Vestais que não
cumpriam o dever da castidade.
• Empenhou-se na reconstrução de monumentos (onde fazia gravar o seu
nome sem mencionar o do primitivo fundador), erigiu templos e consagrou
mesmo um santuário à família Flávia. Chegou ainda a proibir que
erigissem estátuas em seu nome no Capitólio que não fossem de ouro ou
prata e que não tivessem um determinado peso.
• Para além disto, tomou a seu cargo a designação de governadores
competentes para as províncias e, “para tal, reduziu a influência do
Senado, e retirou-lhe entre outras coisas a nomeação dos governadores.
Segundo Suetônio, libertos seus e membros da ordem equestre detinham
mesmo alguns dos cargos mais importantes do Estado.
• Este período de governação, equilibrado e diligente, durou até à revolta de
Lúcio António Saturnino, que conseguiu, em finais de 86, que algumas
legiões o proclamassem imperador. Porém, a revolta foi sufocada e
Domiciano continuou no poder.
• A dada altura, porém, o seu comportamento muda e a tradição histórica e
biográfica consolidou uma imagem despótica e tirânica de Domiciano, ao
considerar que, nos últimos anos do seu governo, vieram ao de cima
sentimentos reveladores de um temperamento megalomaníaco, fraco e
orgulhoso que o tornou temido e odiado por muitos.
• Contudo, esta situação deveu-se ao facto de Domiciano, pondo em causa
as bases do poder instituído, ter retirado influência ao Senado e ter
exercido zelosamente a justiça, chegando mesmo a condenar magistrados.
Daí as conspirações urdidas contra a pessoa do imperador, e daí a
repressão domiciana que cai a partir de 92 contra toda a ordem senatorial.
• Independentemente das razões que motivaram tal repressão, o facto é que,
nos anos finais da sua vida e reinado, Domiciano espalhou de tal modo o
terror pelo Império, que a morte e o desterro atingiram a aristocracia e a
própria família imperial, sendo muitos dos visados cidadãos notáveis pelo
seu talento, saber ou riqueza. A repressão não se dirigia apenas a pessoas
de alta estirpe e nem sempre tinha, segundo Suetônio, razões
absolutamente válidas. Dentre os exemplos está o de Dominícia.
• Para além de todas as ordenadas mortes, expulsões e torturas, iniciou
também um período de espoliações e de confisco de bens, sendo
particularmente implacável com as exigências fiscais que fazia aos judeus.
• Todo o clima aterrorizador gerado com estas políticas persecutórias
provocou uma animosidade geral contra o imperador e surgiram
conspirações com o intuito de o retirar do poder. Pressentindo um fim
próximo, Domiciano acautela-se com medidas preventivas contra
qualquer agressão, e resguarda-se, quase obsessivamente, de todos os
perigos. Para isso, recusava audiências, mandou matar alguns suspeitos e
fez revestir as galerias por onde passava de um mármore de tal forma
brilhante que reflectia todo o espaço à sua volta. Contudo, estas medidas
não foram suficientes e foi eliminado, numa conspiração que integrava
alguns dos seus amigos e libertos mais próximos e a própria imperatriz,
Domícia.