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ORGÂNICA II
2. SEGURANÇA NO LABORATÓRIO
2.1. Normas Básicas de Segurança no Laboratório
2.2. Descarte de Rejeitos (Resíduos)
2.3. Acidentes Comuns em Laboratório e Primeiros Socorros
3. EXPERIMENTOS
3.1.EXPERIÊNCIA NO 01 – Marcha de Solubilidade
3.5.1.
4.FONTES BIBLIOGRÁFICAS
9 Nunca começar uma experiência sem antes compreendê-la totalmente; isto significa estudar
o experimento antes de entrar no laboratório.
9 Esmero é muito importante para uma boa técnica. Descuidar ao manusear compostos
químicos e aparelhos, pode não somente levar a maus resultados, como também é perigoso.
Há geralmente uma razão de como e porque cada operação é desenvolvida como descrita na
literatura, embora a razão, a princípio, possa não ser óbvia para o estudante iniciante.
Desde o início da disciplina o aluno recebe o cronograma das aulas experimentais. A fase
pré-laboratório tem como objetivo familiarizar o aluno com o experimento a ser realizado. Leia com
antecedência o roteiro da aula a ser realizada, procurando compreender os objetivos e os
procedimentos a serem adotados, e dê especial atenção às advertências em relação à segurança.
1.2. Instruções para as Aulas de Laboratório
• Iniciar sempre o registro com o número do experimento (ou da aula) e a data. Em seguida
anote o título e faça um breve resumo do que será feito durante a aula, contendo os
objetivos e os procedimentos. Eventualmente, dependendo do que for ser realizado, o
procedimento poderá ser melhor descrito através de um fluxograma, principalmente quando
envolver várias etapas. Nesta fase está incluída também a construção de tabelas para
anotações dos dados experimentais. As anotações dos dados e das observações devem ser
individuais. Habitue-se a fazer os registros à tinta, e as eventuais retificações não deverão
ocultar as anotações incorretas. Freqüentemente os dados considerados aparentemente
errados, podem se revelar valiosos posteriormente.
• A análise dos dados, suas discussões e as conclusões tiradas são partes importantes do
trabalho experimental. Nesta fase estão incluídos os cálculos, a construção de gráficos e as
avaliações comparativas de dados obtidos pelas equipes. Desta análise são obtidas
conclusões que respondem ao questionamento(s) inicial(ais). Lembre-se que um experimento
é planejado para obter dados que permitam responder a alguma questão, originada pela
simples curiosidade, por dúvidas ou polêmicas. O registro das conclusões deve ficar no
caderno, sendo que alguns autores consideram esta parte como a mais importante do
trabalho.
O valor de uma grandeza física pode ser expresso como o produto de um valor numérico e
uma unidade: grandeza física = valor numérico x unidade. A utilização de símbolos torna a
representação bastante compacta e, uma vez que se torna um hábito, facilita muito a leitura.
Alguns símbolos usuais para as grandezas comumentes encontradas na Química são: V –
volume, m – massa, P – pressão, n – quantidade de matéria, T – temperatura, entre outras que
você terá oportunidade de encontrar nas aulas práticas.
TABELA 1: massa de precipitado obtido pela reação entre soluções de NaI 0,50 mol L-1 e de
Pb(NO3)2 0,50 mol L-1
Béquer V(NaI)/mL V[Pb(NO3)2]/mL n(NaI)/(10-3 mol) n[Pb(NO3)2]/(10-3 mol) m(ppt)/g
A 0,0 5,0 0,0 2,5 0,00
B 5,0 5,0 2,5 2,5 0,58
C 10,0 5,0 5,0 2,5 1,15
D 15,0 5,0 7,5 2,5 1,15
E 20,0 5,0 10,0 2,5 1,15
Neste caso, pode-se organizar os dados de cada béquer em uma linha; assim, em cada
coluna deverá constar cada um dos dados requeridos. Na primeira linha deve-se especificar o tipo
de informação contida em cada uma das colunas. A tabela deve ser antecedida por um título que
fornece informação necessária para permitir a sua
interpretação, de forma independente e
autosuficiente.
Se for tomada como exemplo a tabela acima, pode-se ver que a massa do precipitado é
função da quantidade adicionada de iodeto de sódio. Deve-se então traçar os eixos coordenados
x e y, subdividindo-os segundo uma escala espaçada em intervalos uniformes e que representem
valores numéricos simples, conforme o Gráfico 1. Note que a escala y, por exemplo, está
espaçada em intervalos uniformes e com números simples, e não como: 0, 0,58 e 1,15, apesar de
serem estes os valores da tabela. Uma vez definidas as escalas dos eixos, assinale cada ponto
nas posições (x,y)correspondentes. Em cada eixo, além das subdivisões e dos valores numéricos,
deverão constar também o quociente entre a grandeza e a unidade.
Para se traçar o gráfico, deve-se ter uma expectativa do tipo de curva ou de reta que
deveráser utilizada. No exemplo dado, devem ser traçadas duas retas, sendo que uma delas deve
passar pela origem (0,0). Tem-se então uma figura do tipo apresentada no Gráfico 2.
Para se saber que tipo de curva deve ser
traçada, deve-se ter uma idéia de qual relação
existe entre as variáveis independente e
dependente. Para tanto, é necessário saber quais
princípios químicos e físicos estão afetando as
variáveis em questão. No exemplo dado, pode-se
esperar que amassa do precipitado produzido deve
ser proporcional à quantidade do reagente NaI
adicionado, que resulta em uma reta ascendente.
Entretanto, quando o outro reagente - Pb(NO3)2 - é
totalmente consumido, não há uma produção maior
de precipitado, por mais que se adicione NaI; por
isso observa-se a segunda reta, de massa
constante.
⇒ Trabalho em Equipe
Todos os trabalhos serão realizados por equipes de dois ou mais alunos. Compreenda,
pois, o seu papel e colabore para que os trabalhos realizados sejam o resultado de um esforço
conjunto. Na solução de problemas surgidos esforce-se ao máximo para resolve-los, consultando
o professor sempre que for preciso. Procure estar presente na hora marcada para o início das
aulas e evite saídas desnecessárias durante os trabalhos de laboratório.
É muito importante que o estudante tenha o seu caderno de laboratório para anotar todos
os dados, observações e resultados obtidos em determinada experiência.
Todo profissional, no exercício de sua atividade, necessita se comunicar, seja sob a forma
escrita ou oral. A elaboração de relatórios de aulas práticas consiste num treinamento de
comunicação. O enfoque a ser dado a um relatório não é apenas o de responder a um
questionário ou escrever aleatoriamente sobre o trabalho realizado; deve, porém, ser encarado
como uma comunicação sobre uma atividade prática realizada, dirigida não apenas ao professor,
mas a qualquer leitor que se interesse pelo assunto.
Antes de iniciar a elaboração de um relatório, é necessário pensar no assunto a ser
relatado, analisar os aspectos importantes que devam ser abordados e planejar uma seqüência
lógica de exposição. Com esta análise preliminar estarão sendo definidos os aspectos essenciais
do trabalho a serem mencionados.
Observações Gerais:
9 O tempo verbal deve ser padronizado num texto. Uma vez passado, sempre passado...
9 Tente usar a terceira pessoa e evitar “no nosso experimento”, “meus resultados” “pipetamos”
etc.... preferir “no experimento realizado.....” , “os resultados obtidos....”
9 Defina os itens do seu relatório com clareza. Agrupe assuntos semelhantes e separe assuntos
não relacionados. Use subitens para organizar melhor os assuntos;
9 Sempre procure numerar os itens para facilitar o acompanhamento da hierarquia dos itens (se
a hierarquia for importante, evite marcadores);
9 Use termos técnicos;
9 Respeite a grafia corretas de nomes científicos;
9 Padronize a formatação: tamanhos e tipos de letras, tanto no texto quanto nos títulos; procure
usar parágrafos alinhados pelas duas margens (esquerda e direita); mantenha sempre a
mesma quantidade de espaços entre parágrafos e títulos, etc;
9 Não enfeite demais seu relatório. Ele é um texto técnico e deve ter aspecto profissional. È bom
ter uma capa com: Nome da Instituição, nome da disciplina, título da prática (ou práticas),
integrantes do grupo e turma.
Um texto científico deve conter no mínimo as seguintes partes: INTRODUÇÃO,
DESENVOLVIMENTO e CONCLUSÃO. O relato por escrito, de forma ordenada e minuciosa daquilo que
se observou no laboratório durante o experimento é denominado RELATÓRIO. Tratando-se de um
relatório de uma disciplina experimental aconselhamos compô-lo de forma a conter os seguintes
tópicos:
⇒ Um Exemplo de Relatório
Observação: O modelo de relatório que se segue, deve servir apenas como um indicativo
sobre tópicos a serem relatados em suas descrições dos experimentos efetuados. A maneira de
como escrever, deve seguir o estilo e a liberdade de expressão de cada grupo, para que
possamos manter a personalidade de cada um.
RESUMO
INTRODUÇÃO
OBJETIVO
Materiais e Reagentes
Foram pesados três corpos de chumbo, de tamanhos variados, em uma balança semi-
analítica, anotando-se suas massas com precisão de ±0,001 g. Cada corpo de chumbo foi imerso
em uma proveta de vidro, de capacidade igual a 50,0 cm3, contendo previamente 25,0 cm3 de
água destilada. A seguir, anotou-se o volume de água deslocado após a imersão do corpo de
chumbo. Todo o procedimento foi feito na temperatura ambiente do laboratório, igual a 303,15 K.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os valores das massas dos corpos de chumbo e dos volumes de água deslocados após a
imersão de cada corpo estão apresentados na Tabela 1. Assumiu-se que o volume deslocado de
água corresponde ao volume do corpo imerso. A densidade de cada corpo de chumbo foi
calculada, a partir dos valores medidos de massa e de volume, utilizando a Equação 1. Por fim,
determinou-se o valor médio da densidade do chumbo e o respectivo desvio-padrão, que mede a
precisão do resultado. O valor obtido para a densidade do chumbo é igual a 11,4 ± 0,001 g / cm3 e
apresenta uma boa concordância com o valor da literatura 11,35 g / cm3. (KOTZ, 2002)
Tabela 1. Valores das massas dos corpos de chumbo, dos volumes de água deslocados e das
densidades calculadas.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
KOTZ, J. C.; TREICHEL, Jr. P. Química e Reações Químicas. 4.ed., v.1, LTC Editora S.A.: Rio
de Janeiro, 2002.
2. SEGURANÇA NO LABORATÓRIO
As substâncias vencidas e/ou contaminadas que forem dispostas para descarte deverão
ser conservadas em sua embalagem original, conservando todas as informações contidas nos
rótulos.
A metodologia a seguir deverá ser executada em todos os locais geradores de Resíduos
de laboratório.
http://unigranrio.com.br/residuos/informacoes_residuos.html
I. QUEIMADURAS
a) Causadas pelo calor - quando leves, aplicar pomada de Picrato de Butesina e, quando
graves, devem ser cobertas com gaze esterilizada, previamente umedecida com solução
aquosa de bicarbonato de sódio 5%.
b) Causadas por ácidos - deve-se lavar imediatamente a região com bastante água durante
pelo menos 5 minutos. Em seguida, tratar com solução de bicarbonato de sódio a 5% e
lavar novamente com água. Secar o local e aplicar Merthiolate.
c) Causadas por bases - proceder como em b, aplicando solução de ácido acético 1%.
II. ÁCIDOS NOS OLHOS – Deve-ser lavar com bastante água durante aproximadamente 15
minutos e aplicar solução de bicarbonato de sódio 1%.
III. BASES NOS OLHOS – Proceder como em II e aplicar solução de ácido bórico 1%.
IV. INTOXICAÇÃO POR GASES – Remover a vítima para um ambiente arejado e deixar
descansar. Em caso de asfixia fazer respiração artificial.
Experimento N0 : ____________________________________________________________
1) Objetivo
2) Fundamento Teórico
3) Materiais e Reagentes
Reagentes Materiais
4) Procedimento Experimental
5) Resultados e Discussão
6) Questionário
7) Conclusões
8) Bibliografia Consultada
EXPERIÊNCIA N0 1 – Marcha de Solubilidade
Insol.
S2
Éter
Vermelho ao tornassol SA
Sol. Azul ao tornassol
Sol. SB
Não altera o tornassol S1
Sol.
Água A1
NaHCO3 5%
Sol. Insol.
A2
Insol.
NaOH 5%
Insol.
Sol.
B
HCl 5%
Insol.
MN
Sol.
N1
H3PO4 85%
Sol. Insol.
N2
H2SO4 96%
Insol.
I
Tabela 1: Grupos de solubilidade e as respectivas classes de compostos neles contidos.1
S1 – Álcoois, aldeídos, cetonas, ésteres, nitrilas e amidas com cinco átomos de carbono
ou menos.
A1 – Ácidos orgânicos fortes: ácidos carboxílicos com mais de seis átomos de carbono;
fenóis com grupos eletrofílicos em posição orto e para, β-dicetonas.
A2 – Ácidos orgânicos fracos: fenóis, enóis, oximas, imidas, sulfonamidas, tiofenóis, todos
com mais de cinco átomos de carbono. As β-dicetonas, os nitrocompostos com
hidrogênio em α e as sulfonamidas.
1
Os halogenetos e os anidridos de ácidos carboxílicos não foram incluídos por suas elevadas reatividades em soluções
aquosas.
I. Objetivos
Tubos de ensaios
Diversos solventes, conforme a marcha
Diversas soluções, conforme a marcha
Colocar uma gota ou um volume de um grão de alpiste (no caso de sólido) do composto num tubo
de ensaio e adicionar 1 mL de solvente, conforme a marcha. Agitar o sistema a temperatura
ambiente. Anotar como solúvel se o composto se dissolver completamente e insolúvel em caso
contrário (mesmo no caso de dissolução parcial). Para aumentar a velocidade de solubilização, as
amostras sólidas, cujos cristais sejam relativamente grandes, devem ser pulverizadas. Após o
resultado, seguir a marcha de solubilidade até chegar a um grupo de solubilidade.
V. Questionário
I. Objetivos
Determinar o ponto de ebulição de uma substância pura e, depois, identificá-la a partir da lista
fornecida pelo professor.
As maiores parte dos métodos automáticos ou visuais para determinação do ponto de fusão
determinam as avaliações das mudanças que se tornam visíveis nas mudanças do estado de
agregação. Se um líquido for aquecido a uma temperatura suficientemente elevada, a tendência
ao escape de suas moléculas torna-se tão grande que ocorre a ebulição. A ebulição consiste na
formação de bolhas de vapor (gás) no corpo do líquido (as pequenas bolhas de gás que
geralmente se formam quando um líquido é aquecido são meras bolhas de ar provenientes da
solução, as bolhas de gás formadas durante a ebulição crescem muito mais rapidamente à
medida que as bolhas sobem para a superfície). Estas bolhas são formadas quando a pressão de
vapor do líquido torna-se igual à pressão externa exercida sobre o líquido pela atmosfera.
O ponto de ebulição de um líquido é a temperatura na qual a pressão de vapor do líquido é igual á
pressão externa ou pressão atmosférica. Devido aos pontos de ebulição dependerem da pressão
externa, aquele geralmente especificado para uma substância é o ponto de ebulição normal,
definido como a temperatura na qual a pressão de vapor do líquido é igual à pressão atmosférica
(pressão padrão).
Termômetro
Tubos capilares
Suporte universal
Garras e mufas
Bico de bunsen
Microtubos
Tubo de Thiele
Óleo nujol ou glicerina
Amostras fornecidas pelo professor
IV. Procedimento Experimental
V. Questionário
1. O que é ponto de ebulição?
2. O que é pressão de vapor de um líquido?
3. Explique o aumento da velocidade de borbulhamento na extremidade aberta do tubo capilar
quando atinge o ponto de ebulição do líquido?
4. Por que se determina o ponto de ebulição no momento que o líquido entra no tubo capilar?
EXPERIMENTO NO 03 – Ponto de fusão
I. Objetivos
Determinar o ponto de fusão de uma substância pura e, depois, identificá-la a partir da lista
fornecida pelo professor.
É a temperatura na qual uma substância passa do estado sólido para o estado líquido. Se a
substância é pura, a temperatura permanece constante durante a fusão. Apenas quando todo 0
sólido estiver fundido é que o aquecimento produz um aumento de temperatura. O comportamento
de um sólido impuro em termos de fusão é bem diferente. O sólido geralmente inicia sua fusão a
uma temperatura abaixo do seu ponto de fusão da substância pura. Além disso, temperatura
cresce continuamente durante o processo de fusão da substância pura. Portanto, qualquer
evidência de aumento na temperatura durante a fusão sugere a presença de impurezas.
De máxima importância nesse gráfico é o trecho central e horizontal da curva. Para melhor
entendimento, usaremos o exemplo do gelo; esse trecho indica que, enquanto o gelo está
derretendo, o tempo vai passando, mas a temperatura permanece constante, esta é a chamada
temperatura de fusão ou ponto de fusão do gelo.
Generalizando, devemos dizer que sempre que uma substância pura muda de estado físico ou
estado de agregação a temperatura permanece constante enquanto a mudança estiver se
processando. Isto equivale a dizer que o gráfico, da variação da temperatura em função do tempo,
correspondente a uma substância pura, sempre apresentará um trecho horizontal, nos instantes
em que a substância estiver mudando de estado; se, pelo contrário, a substância não for pura, o
trecho citado deixará de ser horizontal.
Há vários métodos de determinar o ponto de fusão, entre eles alguns são via experimentos de
aquecimentos da solução em banho de aquecimento com substância de ponto de ebulição maior,
ou aparelhos de resistência elétrica equipados com termômetros. Um método comum é o de
aquecer uma pequena quantidade de substância que está num tubo capilar, próximo a um
termômetro dentro de um banho num líquido que tenha um ponto de ebulição maior que o ponto
de fusão da substância.
Termômetro
Tubos capilares
Suporte universal
Garras e mufas
Bico de bunsen
Microtubos
Tubo de Thiele
Óleo nujol ou glicerina
Amostras fornecidas pelo professor
IV. Procedimento Experimental
1. Preparar 2 capilares para cada amostra a ser analisada , fechando-os numa das extremidades .
2. Pulverizar cerca de 0,1 g d e amostra e transferi-la para o tubo capilar.
3. Pender o capilar junto ao termômetro, usando um anel de borracha ou fita Teflon.
4. Colocar no tubo de Thiele, glicerina ou nujol, até que o volume atinja 1,5 cm acima da alça
lateral.
5. O sistema termômetro- capilar deve ser colocada no Thiele, de forma que o bulbo do
termômetro fique na altura média da alça lateral.
6. Iniciar o aquecimento de maneira branda. O aquecimento deve ser lento (cerca de 2º /min),
sempre observando o aspecto da amostra no capilar.
7. Considerar a temperatura de fusão, a temperatura verificada quando a amostra estiver
totalmente fundida.
8. Repetir o procedimento mais uma vez.
V. Questionário
I. Objetivos
Este reagente é muito sensível a substâncias oxidantes; isto acarreta em uma desvantagem com
relação a sua especificidade para os halogênios. O próprio oxigênio do ar pode oxidá-lo, embora
lentamente.
-
halg2 + iodeto-amido iodo-amido + halg
- -
Cl2 + 2Br Br2 + 2Cl
O
O
O
O Br Br
+ 2 Br2 + 4 HBr
OH OH
OH OH
Br Br
(fluoresceína: amarela) (eosina: carmim)
O
O I I
+ 2 I2 + 4 HI
OH OH
OH OH
I I
(eritrosina: carmim)
Cloro pode ser identificado especificamente pelo Reagente de Villier (anilina + o-toluídina); os
outros halogênios não reagem.
NH2
NH2 Cl2
+ op
+
NH2
NH2.Cl
azul arroxeado
1- Reagente fluoresceína, que como já foi mencionado anteriormente, conduz à eosina pela ação
do bromo molecular. O cloro não reage e o iodo muito lentamente (não reage nas condições
especificadas no procedimento experimental).
NH2
- +
X .H2N C
NH2 C NHSO2H
SO3H
Iodo reage especificamente com amido com formação de um produto azul, cuja estrutura atribui a
um aduto entre o iodo e a cadeia espiralada de unidades de glicose, constituintes do amido.
Tubos de ensaios
Pipetas
Béquer
Tripé
Tela de amianto
Pregadores
Ácido sulfúrico
Dicromato de sódio
Iodeto-amido Azul
Note-se que a verificação do branco neste ensaio é de particular importância porque muitas vezes
o dicromato, mesmo no grau “puro para análise”, tem impurezas de cloreto em quantidade
suficiente para dar resposta positiva. Se este for o caso, ele deve ser recristalizado.
V. Questionário
2
A reação com iodo é mais difícil de ocorrer nas condições do ensaio. Entretanto os vapores de iodo podem condensar
no papel-reagente conferindo-lhe uma cor castanho-escura. Se isto correr pode-se tratar a mancha com uma gota de uma
solução de tiossulfato de sódio 0,01 M. A cor castanha desaparece e deixa aparecer no papel uma mancha fraca,
carmim, da eritrosina.
3.4.2. Análise de Nitrogênio
I. Objetivos
IDENTIFICAÇÃO DE NITROGÊNIO.
A pirólise de muitas substâncias orgânicas que contém nitrogênio conduz à formação de ácido
cianídrico. Se esta mesma pirólise for conduzida em presença de cal (ou cal-sodada), forma-se
amoníaco. Isto faz supor, em princípio, que a base conduza à formação do cianeto e que
hidrólises sucessivas (piro-hidrólises) levem finalmente ao amoníaco.
π π
N Org + CaO Ca(CN)2 + H2O NH3 + op
+ op
Algumas classes de composto, no entanto, podem não formar amoníaco como produto da pirólise
descrita acima. Os nitro-compostos, por exemplo, podem levar a formação preferencial do dióxido
de nitrogênio. Este inconveniente pode ser contornado se a pirólise for realizada em meio redutor,
com o acréscimo de zinco em pó à cal-sodada.
Tubos de ensaios
Pipetas
Pregadores
Calsodada e zinco em pó
V. Questionário
I. Objetivos
A pirólise de grande parte das substâncias orgânicas sulfuradas produz gás sulfídrico. Sulfonas,
entretanto, produzem dióxido de enxofre enquanto que sais de ácidos sulfônicos produzem sulfito,
sulfato, dentre outros.
Se, no entanto, a pirólise for feita em meio redutor, todas as modalidades de enxofre orgânico
respondem positivamente à formação de gás sulfídrico (por hidrogenólise) ou sulfeto de carbonila
(por carbonilólise), quais sejam sulfetos, tióis, sulfonas, ácidos e sais de ácidos sulfônicos,
sulfonamidas, dentre outras.
Formiato de sódio pode ser usado como agente de hidrogenação. A 300oC ele se decompõe com
liberação de hidrogênio nascente capaz de promover a hidrogenólise dos compostos sulfuraddos
a H2S.
100oC
2 HCOONa 2H + Na2CO3
π
S-Org + 2 H H2S + op
A identificação do H2S formado é feita por meio de precipitação do sulfeto de chumbo, castanho-
escuro.
Fazer uma mistura intima, num tubo de ensaio, entre a amostra e o formiato de sódio. Recobrir a
mistura com mais uma camada de formiato de sódio e aquecer com microchama; o aquecimento
deve ser levado até a carbonização dos reagentes e da amostra; os gases são recebidos em
papel úmido do reagente acetato de chumbo. O aparecimento de mancha castanha indica a
presença de H2S nos gases de pirólise e de enxofre na amostra original.
V. Questionário
I. Objetivos
Determinar se as amostras sólidas, com baixo ponto de fusão, e líquidas possuem o átomo de
oxigênio.
Conquanto o oxigênio seja um dos elementos presentes em maior freqüência nas moléculas
orgânicas, não se dispões de nenhum ensaio específico direto para a sua identificação, que
atenda as características essenciais a que um ensaio de análise elementar qualitativa
formalmente deve obedecer. A identificação de oxigênio em moléculas orgânicas é normalmente
feita através da identificação de grupos funcionais em que esteja presente (-OH, -NO2, -CO2H etc).
Baseado, entretanto, na capacidade de coordenação dos pares de elétrons não ligantes presentes
nestes grupos, é possível estabelecer um método que permite verificar a presença de oxigênio em
líquidos orgânicos.
cor castanha
V. Questionário
HIDROCARBONETOS
ALCENOS E ALCINOS
A caracterização do grupo funcional alqueno (ligação dupla) e alquino (ligação tripla) pode ser
feita através de dois ensaios principais:
1. Absorção de Bromo:
- solução aquosa (Água de Bromo), para compostos solúveis em água.
- solução em Tetracloreto de Carbono, para compostos insolúveis em água.
A reação de Bromo com a dupla ligação é uma reação de adição e o que se observa é o
descoramento do reagente, inicialmente avermelhado.
Br2 +
Br Br
(vermelho) (incolor)
A indicação do desaparecimento do bromo não deve, entretanto, ser tomada como indício
exclusivo de insaturação, uma vez que muitos outros grupos funcionais orgânicos podem absorver
Bromo. Assim, absorção de Bromo por substituição é característica de enóis, fenóis e aminas
aromáticas.
OH OH
Br Br
+ 3 Br2 + 3 HBr
Br
Metilcetonas e outros compostos carbonilados também podem absorver bromo por substituição:
O O
CH3 C + Br2 CH2Br C + HBr
Apesar de existir uma gama de grupos funcionais que descoram uma solução de Bromo, seu uso
para caracterização de dupla (ou tripla) ligação é ainda muito difundido.
A literatura sugere uma distinção prática e simples entre as reações de adição e de substituição
com o Bromo: ela se baseia no fato de que as reações de substituição liberam HBr, que é
insolúvel em solventes não aquosos, como o CCl4. Se a reação for conduzida, portanto, com o
Reagente Bromo-Tetracloreto, as reações de adição conduzem a um simples descoramento,
enquanto que nas de substituição, observa-se também a formação de bolhas (HBr), capazes de
mudar o papel de tornassol umedecido de azul para vermelho.
Uma solução de Permanganato de Potássio neutra (Reagente de Bayer, violeta) reage com
alquenos com descoramento (e formação eventual de um precipitado marrom), conforme a
equação abaixo: a reação do Permanganato com a dupla ligação conduz a formação de glicóis
através da formação de um éster mangânico cíclico, intemediário.
+ KMnO4
O O
+ - Mn
K O O
H2O
O O + MnO2 (marrom)
OH OH
+ - Mn
K O O
Conquanto o ensaio seja bastante útil na caracterização de duplas ligações, também não é
específico, uma vez que sendo o Permanganato um oxidante forte, ele pode reagir com grupos
redutores e, conseqüentemente ser descorado por estes. Uma medida usada para garantir a
seletividade da reação é se certificar de que o meio esteja neutro. Isto pode ser feito misturando-
se à solução de Permanganato, um pouco de sulfato de magnésio; na medida em que a reação se
passa e se fomam íons hidroxila, estes são retirados do meio por precipitação de hidróxido de
magnésio.
ENSAIO DE LE ROSEN
Muitos compostos que contém o núcleo benzênico, reagem com o Aldeído Fórmico e Ácido
Sulfúrico concentrado com formação de produtos de cor intensa (Reação de Le Rosen). A cor dos
produtos é muito dependente da natureza química do composto (ver quadro abaixo).
É importante lembrar que muitos compostos se dissolvem em Ácido Sulfúrico com produção de
cor; o ensaio de Le Rosen deve ser precedido, portanto, de uma dissolução em Ácido Sulfúrico
Concentrado apenas e anotada a cor desenvolvida.
2 + CH2 O + H2 O
CH O + 3 H 2 O + SO2
+ 2 H2 SO4 + 3(O)
Apesar destas limitações, a importância do Ensaio de Le Rosen reside no fato de que compostos
alifáticos não dão ensaio positivo. Ou seja, se o ensaio de Le Rosen der positivo, o composto,
com certeza, é aromático; se, entretanto, der negativo, ele poderá ser alifático ou aromático.
FUNÇÕES OXIGENADAS
ÁLCOOIS
PROCEDIMENTO 4: Dissolver a amostra em 0,5 mL de água ou dioxana e tratada com uma gota
do Reagente Nitrocerato. A mudança de cor de amarelo para vermelho indica a presença do
grupo álcool na amostra.
ENSAIO DO XANTATO
Xantatos formam complexos com o íon molibidato com coloração violeta intensa e solúveis em
solventes apolares. A formação de xantatos é uma reação rápida e completa entre um alcóxido e
Dissulfeto de Carbono.; a etapa crítica deste ensaio está na formação e estabilidade dos
alcóxidos. Álcoois terciários, para fins práticos, não formam xantatos.
No procedimento experimental, prepara-se o alcóxido pela reação do álcool com Hidróxido de
Sódio sólido. Neste caso, forma-se no equilíbrio em quantidade suficiente de alcóxido para
promover a reação abaixo:
OR
ROH + CS2 + NaOH S C + H2O
- +
S Na
OR
+
S C + (NH4)2MoO4 H
-
S Na
+ [MoO3.2 SC(OR)SH]
Este ensaio se baseia mudança de cor promovida pela mudança do estado de oxidação do Cr+6
(laranja avermelhado) para Cr+3 (azul esverdeado). Desta forma, pode-se distinguir os álcoois 1os e
2os, facilmente oxidados pelo anidrido crômico (CrO3), dos 3os. Este ensaio pode ser empregado
para a distinção entre aldeídos, que também são oxidados nas condições de ensaio, e cetonas
(ensaio negativo).
+3 H2SO4 +6
ROH + Cr RCHO + Cr
(-H2O)
azul esverdeado
+3 H2SO4 +6
R2CHOH + Cr R2CO + Cr
(-H2O)
azul esverdeado
ENSAIO DE LUCAS
ZnCl2
R3OH + HCl R3CCl + H2O
álcool terc.
“Reagente de Lucas”: Dissolver 13,6 g (0,1 mol) de cloreto de zinco anidrido em 10,5 g (0,1 mol)
de ácido clorídrico, com resfriamento.
GLICÓIS VICINAIS
ENSAIO DE MALAPADRE
Grupos hidroxila vicinais apresentam propriedades diferentes de dois grupos hidroxila isolados.
Por exemplo: a ligação entre os átomos de carbono ligados às hidroxilas de 1,2-diol é facilmente
quebrada pela ação de um agente oxidante como o ácido periódico, com a formação do ácido
iódico e de aldeídos.
R CHOH
+ HIO4 2 RCHO + H2O + HIO3
R CHOH
A verificação da ocorrência desta reação pode ser feita, pelo tratamento com nitrato de prata e a
formação de um precipitado branco de iodato de prata.
ÉTERES
Éteres podem ser detectados pelo ensaio do iodo. Os éteres, assim como alguns outros
compostos com elétrons não compartilhados podem formar complexos de transferência de carga
com iodo. Este complexo, no caso dos éteres, leva a formação de uma coloração castanha.
Muitas vezes estes complexos são instáveis. Desta forma, as conclusões sobre este ensaio
devem se basear nas observações feitas nos primeiros instantes do mesmo. Alguns álcoois e
cetonas podem dar resultado positivo. Assim, este teste deve ser feito complementarmente a
outros ensaios para funções oxigenadas.
- -
I I I I
+
O + I2 O O
+
cor castanha
PROCEDIMENTO 9: Adicionar 0,25 mL ou 0,25 g de amostra a 0,5 mL de uma solução de iodo
em diclorometano. A presença de éter leva a mudança da coloração púrpura do reagente para
castanho. Hidrocarbonetos aromáticos e saturados e fluoretos e cloretos de alquila e arila não
reagem. Hidrocarbonetos insaturados produzem um sólido castanho claro e não modificam a cor
púrpura da solução.
FENÓIS
Cloreto Férrico reage com fenóis para dar uma coloração vermelha-vinho ou verde. Forma-se um
complexo através da hidroxíli fenólica. Nitro-fenóis não reagem, mas o ácido salicílico, bem como
os aldeídos hidroxi-benzóicos, reagem bem.
Este ensáio é especialmente útil para a caracterização de fenóis que tenham as posições orto e
para substituídas, onde os ensaios de Libermann e com Cobaltinitrito, descritos anteriormente,
seriam negativos.
3+ 3- +
6 ArOH + Fe [Fe(OAr)6 ] + 6H
Nota-se que oximas e ácidos hidroxâmicos também dão coloração vermelha com cloreto férrico.
PROCEDIMENTO 10: Trata a amostra com o Reagente Cloreto Férrico aquoso 1%. O
aparecimento de uma cor vermelha-vinho ou verde é indicativo da presença de fenóis. O Regente
Cloreto Férrico em Clorofórmio pode ser utilizado para fenóis insolúveis em água; neste caso, uma
gota de piridina é adicionada ao meio reagente. A mudança de cor para o vermelho é uma
indicação da presença de fenóis.
FENOIS (POSIÇÃO PARA LIVRE)
ENSAIO DE LIBERMANN
Ácido Nitroso, em presença de Ácido Sulfúrico concentrado, produz com fenóis um produto de cor
vermelha intensa. Este ensaio, proposto por LIBERMANN em 1874, é geral para fenóis que
tenham a posição para livre. Isto sugere que a reação se passe através de uma nitrosação na
posição para seguida de uma condensação com outra molécula de fenol, formando indofenóis
coloridos (BECKER & SOLOMINA, 1902). Éteres fenólicos e tiofenas também dão uma cor
intensa com o reagente; nitrofenóis não reagem.
OH
H2 SO4
+ HNO2 HO NO O NOH
OH
H2 SO4
O NOH + O N OH
Se a nitrosação de fenóis for feita diretamente com Ácido Nitroso, são produzidos, quase que
exclusivamente, p-Nitroso Fenóis (ver Ensaio de Liebermann). Por outro lado, o-Nitroso Fenóis
são conhecidos como reagentes específicos para identificação de ion Co3+, com os quais forma
um quelato de cor castanha.
Assim sendo, se a nitrosação for feita com o ânion cobaltinitrito observa-se a formação, num
rendimento apreciável, do quelato de cobalto do o-nitroso fenol. Em outras palavras, a
coordenação do nitrito com cobalto no complexo cobaltinitrito ajuda a nitrosação em orto. Este
ensaio se aplica, portanto, a fenóis que tenham a posição orto livre; a presença de grupos
desativantes como carboxíla (ácido salicílico p.ex.) ou carbonila não impedem a reação.
3- + 3+
[Co(NO2 )6 ] + 6H Co + 6 HNO2
OH OH 3+ O
1/3 Co +
+ HNO2 + H2 O Co/3 + H
NO NO
(cor castanha)
PROCEDIMENTO 12: Tratar a amostra (3-4 gotas ou um pequeno cristal) com 3-4 gotas do
Reagente Cobaltinitrito 5%. O reagente deve ser preparado no momento do ensaio: uma pontinha
de espátula (de dentista) de Cobaltinitrito de Sódio com 1 mL de Água e igual quantidade de
Ácido Acético Glacial. O tubo é aquecido em banho-maria por 3-5 minutos. A mudança de cor do
amarelo escuro para o castanho é uma indicação de ensaio positivo; a visualização do quelato
pode ficar mais fácil se se adicionar 2-3 gotas de Clorofórmio ao meio, o qual, ao extrair o
complexo, toa a cor castanha. Este ensaio deve ser feito acompanhado simultaneamente do
ensaio em branco que, pelo aquecimento, passa da cor amarela para a cor de rosa clara.
COMPOSTOS CARBONÍLICOS
ALDEÍDOS E CETONAS
NO2 NO2
Cetonas que possuam o grupo metileno-carbonila reagem com m-dinitro-benzeno para produzir
compostos de cor violeta, de estruturas ainda especulativas.
Este ensaio é específico para este tipo de cetonas: aldeídos (alifáticos e aromáticos) não reagem.
METIL-CETONAS
ENSAIO DO ÍNDIGO
Um ensaio específico e muito sensível para metil-cetonas pode ser realizada com o-
nitrobenzaldeído, em solução alcalina e aquecimento com formação de Índigo.
O
CHO
OH
- NH
+ CH3CO + op
NO2 NH
O
(cor anil)
ENSAIO DO IODOFÓRMIO
O O
R C CH3 + 3 I2 + 3 NaOH R C CCl3 + 3 NaI + 3 H2O
NaOH
RCO2Na + CHI3
amarelo
PROCEDIMENTO 16: Colocar em tubo de ensaio quatro gotas do líquido (ou 0,1 g do sólido). A
amostra é, então, dissolvida em 2 mL de água (ou 5 mL de dioxana para amostras insolúveis em
água), 1 mL do Reagente Hidróxido de Sódio 10% e um ligeiro excesso de uma solução iodo em
iodeto de potássio. Este excesso pode ser evidenciado pela permanência da coloração escura do
iodo. Aquecer o sistema a 60oC sob agitação constante. Se houver descoramento, continuar a
adição da solução de iodo, mantendo a agitação, até que a cor permaneça por pelo menos dois
minutos sob aquecimento. Adicionar algumas gotas do Reagente Hidróxido de Sódio 10%, ainda
com agitação até a remoção completa do excesso de iodo (descoramento). Encher, a seguir, o
tubo de ensaio com água e deixa-se em repouso por 15 minutos. A formação de um precipitado
amarelo com odor desagradável (iodofórmio) indica a presença de metilcetona na amostra
original.
3
Alguns dos compostos que também levam a resultados positivos neste ensaio: etanol, acetaldeído, CH3CH(OH)R,
β-dicetonas, 1,3-dióis etc.
4
Uma alternativa para a distinção entre metilcetonas e meticarbinóis consiste em utilizar 1 g de cianeto de potássio
(cuidado: Reagente extremamente perigoso. Não se deve adicionar ácido de forma alguma. Usar somente com a
permissão do instrutor.)
ENSAIO PARA ACETONA
Quando a acetona é tratada com aldeído salicílico em meio fortemente alcalino, forma-se um
produto de coloração vermelha intensa. Este ensaio é específico para acetona e o esquema desta
reação é o seguinte:
O
CHO
O -
2 OH
+
OH OH OH
(incolor) (cor vermelha)
ALDEÍDOS
ENSAIO DE TOLLENS
ENSAIOS DE FEHLING E BENEDICT
Uma característica geral da função aldeído é o seu poder redutor, que pode ser caracterizado por
um certo número de reagentes bem estabelecidos. Os mais utilizados são o Reagente de Tollens
e os Reagentes de Fehling e Benedict.
Estes reagentes contém um íon metálico que é reduzido durante o processo. O reagente de
Tollens envolve a redução do íon Ag+ a Ago, e os de Fehling e Benedict envolvem a redução do
Cu2+ a Cuo.
O poder redutor de aldeídos se manifesta principalmente em meio alcalino. Por esta razão os
oxidantes mais freqüentemente utilizados (Ag+ e Cu++) são complexados de modo a
permanecerem solúveis no meio alcalino. A prata é complexada por NH3 formando um complexo
(Ag(NH3)2)+; Reagente de Tollens), e o cobre é complexado pelo íon tartarato (Reagente de
Fehling).
O Reagente de Benedict (cobre complexado pelo íon citrato) é utilizado em meio neutro.
O Reagente de Tollens é geral para aldeídos alifáticos e aromáticos.
O
R + 2 Ag(NH3)2OH 2 Ag + RCOONH4 + H2O + 3 NH3
H
(espelho de prata)
Observação: O Reagente de Tollens não deve ser armazenado, uma vez que ele pode decompor
com o tempo com produção de fulminato de prata, altamente explosivo, quando seco.
ENSAIO DE FEHLING
2+
R-CHO + [Cu . ion tartarato] RCOOH + Cu2O + Cu
(amarelo) (vermelho)
ENSAIO DE BENEDICT
OH OH
2+
R-C-CHO + [Cu . ion citrato] RCCOOH + Cu2O + Cu
(amarelo) (vermelho)
PROCEDIMENTO 19 (Fehling): Dissolver a amostra em 0,5 mL de etanol, tratada com o
Reagente de Fehling (usar quantidades iguais da solução A e B) e em seguida aquecida em
banho-maria por 3-5 minutos. O aparecimento de um precipitado amarelo (Cu2O) ou vermelho
(Cuo) indica a presença de aldeído alifático
ENSAIOS DE SCHIFF
Uma solução de Fucsina descorada com SO2 (Reagente de Schiff) quando tratada com Aldeídos,
toma a cor rosam com uma certa tonalidade azul-violeta, diferente da cor original da Fucsina. As
reações proposta para estas transformações são as seguintes:
H2N NH2
2 SO3H
+
N H2
(cor fucsia) (incolor)
H2N NHSO2CHOR
+
N H2
(cor de rosa)
É importante notar que o reagente de Shiff sofre decomposição pelo calor e por ação de bases,
sendo imprescindível à realização do teste em branco paralelamente ao ensaio com a amostra. A
presença de grupos doadores de elétrons, em anéis de aldeídos aromáticos, impede a reação.
PROCEDIMENTO 21: Dissolver a amostra em 0,5 mL de etanol (isento de aldeídos) e tratada com
o reagente de Schiff. O aparecimento de uma coloração rósea, em um período de 2-5 minutos,
indica a presença de aldeídos.
COMPOSTOS CARBOXÍLICOS
ÁCIDO CARBOXÍLICO
Para ácidos insolúveis em água, o uso de indicadores é pouco eficiente. Neste caso, a reação
com o sistema iodeto-iodato é interessante e apropriada. Nesta reação forma-se iodo, que pode
ser identificado com grande sensibilidade pela reação com amido.
- - + AMIDO
5 I + IO3 + H 3H2O + 3 I2 (COR AZUL)
A reação com o sistema iodeto-iodato deve ser precedida de uma reação só com iodeto, uma vez
que é possível que no sistema-problema existam substâncias oxidantes que liberem iodo do
iodeto (peróxidos, por exemplo).
PROCEDIMENTO 22: Dissolver a amostra em etanol (~ 1:1) é tratá-la com o Reagente Iodeto:
aquecer o sistema por 2-3 minutos em banho-maria, resfriar e tratar com suspensão de Amido
(que deve ser preparada no momento do ensaio, fervendo-se o amido em água, ~10%). O
aparecimento de cor azul é indicativo da presença de grupo oxidante. Na ausência da cor azul,
tratar a mesma mistura com o reagente Iodato e aquecer em banho-maria por 2-3 minutos. O
aparecimento de uma cor azul, depois de adicionadas mais algumas gotas da suspensão de
Amido, é indicativo da presença de um grupo funcional ácido. Todo esse procedimento deve ser
acompanhado, simultaneamente do ensaio em branco.
Ácidos Hidroxâmicos reagem com sais férricos para produzir uma coloração vermelho-arroxeada
intensa. Ácidos Hidroxâmicos podem ser produzidos com facilidade a partir de Ácidos Carboxílicos
pela reação de Cloretos de Ácidos Carboxílicos ou de Ésteres com a Hidroxilamina, mas não
diretamente com Ácidos Carboxílicos. A transformação do Ácido Carboxílico em Éster é uma
operação simples e de alto rendimento em alguns casos, como na reação com Diazometano.
Assim, a transformação de Ácidos Carboxílicos em Ésteres e a posterior caracterização do Ácido
Hidroxâmicos derivado destes, é um bom método para a caracterização de Ácidos Carboxílicos.
PROCEDIMENTO 23: Tratar a amostra com cinco vezes o seu volume de N-Nitroso 4-Tolueno-
Sulfonamida e a seguir com o Reagente Hidróxido de Sódio 10%. Agitar a mistura por 2-3 minutos
e, a seguir, tratar com uma gota do Reagente Hidroxilamina e aquecer em banho-maria por 2-3
minutos. Acidular o meio resultante e tratar com o Reagente Cloreto Férrico. O aparecimento de
cor vermelho-violeta é indicativo da presença de Ácido Carboxílico. Alternativamente, o ácido
pode ser tratado com uma gota de Cloreto de Tionila e aquecido em banho-maria por 3-5 minutos.
A solução é resfriada e tratada com o Reagente Hidroxilamina. O procedimento segue como no
anterior.
ÁCIDOS 1,2-DICARBOXÍLICOS
ENSAIO DO RESORCINOL
O - +
O O Na
COOH O -
H2SO4 OH
COOH HO OH
HO O OH
- +
O O O Na
PROCEDIMENTO 24: Misturar a amostra com um volume igual de Resorcinol. Tratar a mistura
com uma gota de ácido Sulfúrico concentrado e aquecer a 130oC por 5 min. Resfriar o material e
tratar a solução com o reagente Hidróxido de Sódio 20% até o meio se tornar alcalino. Verter o
produto da reação em papel de filtro e observar sob luz ultravioleta. Uma forte fluorescência verde
ou amarela indica a presença de ácidos 1,2-dicarboxílicos simples; uma fluorescência azul-
esverdeada indica a presença de ácidos -hidroxi dicarboxílicos.
ÉSTERES
Ésteres podem ser convertidos em ácidos hidroxâmicos com relativa facilidade por reação com
Hidroxilamina, os quais reagem com sais férricos, que produzem um complexo (quelato) de
Hidroxamato Férrico de cor vermelha à violeta. Como certas funções podem produzir cor vermelha
com cloreto férrico (por exemplo, fenóis), é aconselhável que a amostra original seja tratada
primeiramente por uma gota do Reagente Cloreto Férrico e uma gota do Ácido Clorídrico
concentrado. Se nenhuma coloração for observada, pode-se então prosseguir no ensaio,
conforme descrito.
RCO2R + NH2OH + 2NaOH RCONHONa + NaCl + 2H2O
O O
R + HCl R
NHONa NHOH
O O Fe/3
R +3 +
+ 1/3 Fe R + H
NHOH N O
H
(VERMELHO-VINHO)
PROCEDIMENTO 25: Tratar a amostra em um tubo de ensaio (2-3 gotas de líquido ou alguns
cristais do sólido) com alguns cristais de Cloridrato de Hidroxilamina, uma pastilha de Hidróxido de
Sódio e 2 mL de etanol como solvente. Aquecer ao refluxo (no próprio tubo) em banho-maria por
2-3 minutos, até aparecerem cristais precipitados. Deixar esfriar. Separar a parte sobrenadante
para outro tubo, adicionar 1-2 gotas de Ácido Clorídrico concentrado. (confirmar se o pH da
solução está ácido) e adicionar 2-3 gotas de solução de FeCl3 1% aquoso. O aparecimento de
uma cor vermelho-vinho indica a presença de ésteres.
FUNÇÕES NITROGENADAS
AMINAS
NOH N
O +
2+
+ Ni + H
Ni/2
NOH N
precipitado
rosa
PROCEDIMENTO 26: Tratar a amostra com algumas gotas do Reagente Níquel Dimetilglioxima
(Reagente de Feigl para Bases). A formação de um precipitado cor de rosa é indicativo da
presença de uma substância com caráter básico.
AMINAS PRIMÁRIAS
ENSAIO DE DUKE I
Aminas primárias reagem com o Aldeído 5-Nitro Salicílico (Reagente de Duke I) para formar bases
de Schiff que, com o íon níquel, precipitam um quelato de cor verde clara. A reação geral para
aldeídos salicílicos, mas a precipitação é praticamente instantânea quando o Aldeído 5-Nitro
Salicílico é empregado. Hidroxilaminas e hidrazinas mono-substituídas também dão resposta
positiva a este ensaio. Amidas e aminoácidos não reagem.
NR
CHO CH NR N
CH Ni CH
OH OH
NiCl2 OH HO
2 R NH2 + 2
2 (HOC2 H4 )3 N
O2 N O2 N
O2 N NO2
(precipitado verde-claro)
PROCEDIMENTO 27: Dissolver a amostra em uma 0,5 mL de Etanol e tratar a mistura com o
Reagente Duke I. A formação de um precipitado verde/amarelo, num período de 2-3 minutos,
indica a presença de amina primária na amostra.
As aminas primárias aromáticas reagem com o Ácido Nitroso (HNO2) para formar os sais de
diazônio correspondentes, que em geral são estáveis a T < 0oC. A reação de acoplamento destes
sais de diazônio com o -Naftol em meio básico, fornece produtos fortemente coloridos (corantes
azo). Por exemplo:
o
0C + -
NH2 + NaNO2 + HCl N2 Cl + H2O
NaO
N N
corante vermelho-alaranjado
À solução fria do sal de diazônio (~ 2mL), acrescentar uma solução de 0,1 g de Beta-Naftol em 2
mL de NaOH 10% e 5 mL de água. Observar a formação de um corante vermelho-alaranjado.
AMINAS SECUNDÁRIAS
ENSAIO DE DUKE II
As aminas secundárias reagem com uma solução aquosa de Cloreto de Níquel ou de Cobre,
saturada em Dissulfeto de Carbono (Reagente de Duke II) para produzir ditiocarbamatos: os de
níquel são de cor verde, enquanto que os de cobre são de cor castanha.
S
R2 NH + CS2 + NH4 OH R2 N + H2 O
SNH4
CuCl2 NiCl2
S
R2 N -
Cu S
S 2 R2 N -
Ni
S 2
(cor castanha)
(cor verde)
PROCEDIMENTO 29: Dissolver a amostra em uma gota de Etanol, e tratar com o Reagente de
Duke IIa (Dissulfeto de Carbono-Níquel II). A formação de um precipitado verde é indicação da
presença de aminas secundárias na amostra.
AMINAS TERCIÁRIAS
ENSAIO DE KALNIN-OHKUMA
As aminas terciárias reagem com Ácido Cítrico e Anidrido Acético para produzir uma cor
vermelha. Os produtos desta reação não são conhecidos até o momento. Conquanto a reação
seja bem geral para aminas terciárias e seja bem sensível para Piridina e derivados, alfa,alfa-
Dipiridil e alfa,alfa-Fenantrolina não reagem.
HO CO2H O O
R3N + HO2C CO2H + (cor vermelha)
O
AMIDAS E NITRILAS
Assim como os ésteres, as amidas e as nitrilas podem ser convertidas em ácidos hidroxâmicos
por reação com Hidroxilamina. Os Ácidos Hidroxâmicos produzidos formam um complexo de
coloração vermelho-vinho com Cloreto Férrico.
PROCEDIMENTO 32: Ver “Ensaio do Hidroxamato Férrico” para Ésteres. Como as reações são
mais lentas neste caso, deve-se aumentar o tempo de reação para 10 minutos e o volume de
Etanol para 5 mL (completar o volume do mesmo, caso seja necessário).
NITROCOMPOSTOS
Nitro compostos oxidam o hidróxido ferroso (verde) a hidróxido férrico (cor de ferrugem) em meio
alcalino, que são, por sua vez, reduzidos à amina.
PROCEDIMENTO 33: Tratar o Reagente Sulfato Ferroso Amoniacal com uma gota do Reagente
Hidróxido de Potássio Alcoólico. Agitar a mistura, formando-se um precipitado verde. Adicionar a
amostra à mistura agitada. A mudança de cor do precipitado verde para o castanho’-avermelhado
é uma indicação da presença de grupo oxidante (nitro). A comparação com o branco é importante,
uma vez que o hidróxido ferroso se oxida com o ar com relativa facilidade. Esta oxidação pode ser
retardada se na solução for borbulhada uma corrente de nitrogênio.
NO2 NHOH
+ Zn nitroprussiato cor azul, verde ou
+ H + H2O
CaCl2 purpura
PROCEDIMENTO 34: Dissolver a amostra em 0,5 mL de Etanol, tratar com o reagente Cloreto de
Cálcio e um volume igual de Zinco metálico em pó. Aquecer a mistura em banho-maria por 5-
minutos, resfriar e decantar (ou filtrada), para evitar a interferência da cor escura do zinco que não
reagiu, e tratar com o Reagente Nitroprussiato. O aparecimento de uma cor púrpura, azul ou verde
indica a presença do grupo nitro na amostra.
* Nitro fenóis, nitrofenilaminas e nitroanilinas são reduzidos apenas à etapa de nitroso compostos.
Mononitro compostos produzem cor violeta, enquanto que os dinitro produzem cor verde.
AMINOÁCIDOS
O R
H2O
R CHCO2
-
+ OH NHCHCO2H
+
OH
NH3 O
O
OH
O OH O O
NH2 + RCHO + CO2 O NH (coloração azul-violeta)
O O O
COMPOSTOS HALOGENADOS
R3C X
HALOGENETO ALIFÁTICO
Alguns dos compostos que reagem rapidamente com AgNO3 para formar AgX à
temperatura ambiente:
Cl
R O R'' + - + -
R - X (CH3)2N C Cl
[RNH3]X R'
R O 3
sais de amina
α-haloéteres sais de oxônio halogenetos de carbênio
de hidrácidos
Br
Halogentos de arila, vinila e clorofórmio são usualmente inertes nas condições de ensaio.
4.FONTES BIBLIOGRÁFICAS
LAMPMAN, G. M.; PAVIA, D. L.; KRIZ, G. S.; ENGEL, R. G. Química orgânica experimental –
técnicas de pequena escala. 2ª Edição. São Paulo: Bookman, 2009.
VOGEL, A. Química orgânica – análise orgânica qualitativa. 3a Edição. Rio de Janeiro: Ao Livro
Técnico S.A., 1981.
SKOOG, A.D.; HOLLER, F.J.; NIEMAN, T.A. Princípios de análise instrumental. 5ª edição. Porto
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FEIGL, F. & COSTA NETO, C. (1966) Test (for sulfur) by convertion into hydrogen sulphide throug
pyrolytic reduction. In: FEIGH, F. (1966) Spot tests in organic analysis. 7 ed. Amsterdam,
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LASSAIGNE J. L. (1843) Memoire sur un procédé simple pour constater la presence de lázote
dans des quantités minimes de atière organique. C.R.H. Acad. Sci. 16: 387. Veja também
TUCKER, S. H. (1945) A lost centenary: Lassaigne’s test for nitrogen. J.Chem.Ed. 22: 212.