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Livro Proprietário-Didática PDF
Livro Proprietário-Didática PDF
2015
Editorial
Comitê Editorial
Magda Maria Ventura Gomes da Silva
Lucia Ferreira Sasse
Marília Gomes Godinho
Autora do Original
Leticia Fonseca R. F. de Castro
Você se lembra?
Você se lembra de como seus professores lhe ensinavam as lições? Que
pensamentos permeavam o trabalho docente de seus professores? É
importante pensar nisso para que possamos compreender o desenvolvi-
mento histórico da Didática, seu campo de estudo e até mesmo analisar
sua influência no pensamento e na realização do trabalho docente ao
longo do processo de escolarização, inclusive nos dias atuais.
Didática
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Didática: evolução histórica e pensamentos pedagógicos – Capítulo 1
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Didática: evolução histórica e pensamentos pedagógicos – Capítulo 1
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Didática
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Didática: evolução histórica e pensamentos pedagógicos – Capítulo 1
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Didática
Atividades
01. Em qual contexto a Didática surgiu? Quais são os pressupostos evi-
denciados pelos grandes teóricos da Didática em relação ao processo de
ensino e aprendizagem?
03. Leia a citação a seguir e a partir dela reflita sobre o tema: “um pro-
fessor que tem didática”. Em seguida, escreva um texto (no máximo 20
linhas) caracterizando esse professor.
Reflexão
O desenvolvimento histórico da Didática foi marcado por ideias
pedagógicas de grandes teóricos, os quais deixaram sua influência no
pensamento didático até os dias atuais. Observamos a evolução dos pen-
samentos sobre a Didática, os quais se fundamentaram em pressupostos
teóricos, bem como em ideias pedagógicas que caminharam em direção à
EAD-15 – Didática – Proibida a reprodução – © UniSEB
Leituras recomendadas
MASSETO, Marcos. Didática: a aula como centro. 4ª. edição. São
Paulo: FTD, 1997.
Leitura complementar
Título: “As influências das raízes culturais no processo de ensino-
aprendizagem” Elisangela dos Santos Rodrigues
Resumo: A presente pesquisa aborda como tema principal as influ-
ências das raízes culturais no processo de ensino-aprendizagem. Visto
que cultura é um componente ativo na vida do ser humano, e que não há
indivíduo que não possua cultura, pelo contrário cada um é criador e pro-
pagador da mesma, esta pesquisa busca em sua abordagem focalizar as
diversas raízes culturais que estão presentes em uma sala de aula, de en-
sino fundamental do município de Espigão do Oeste. Ressalta também as
dificuldades enfrentadas pelos professores ao lidar com as manifestações
culturais no ato de aprender, bem como os métodos que o educador utiliza
para contornar essas situações. Este estudo em um primeiro momento ca-
racteriza-se por uma pesquisa de cunho bibliográfico, onde a autora busca
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Didática: evolução histórica e pensamentos pedagógicos – Capítulo 1
Referências
CANDAU, Vera Maria. A revisão da Didática. In: CANDAU, Vera
Maria (org.). Rumo a uma nova Didática. 13ª. Edição. Petrópolis:
Editora Vozes, 2002.
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Didática
Na próximo capítulo
Os estudos sobre o desenvolvimento da Didática trouxeram contri-
buições em relação aos pensamentos pedagógicos, os quais influenciaram
o surgimento de tendências pedagógicas sobre o processo de ensino e
aprendizagem, assunto que será discorrido no capítulo a seguir.
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As Tendências
Pedagógicas e as Ações
Educativas
2 Neste segundo capítulo, vamos estudar a
evolução das principais tendências pedagógicas
lo
no Brasil, focalizando seus aspectos educacionais e
de aprendizagem, bem como algumas considerações
ít u
Você se lembra?
Você se lembra das atividades que fazia nos seus cadernos, nos anos ini-
ciais de sua educação básica? Você guardou algum dos materiais utilizados
nesta época? Eles contêm muitas informações sobre as práticas e con-
cepções presentes na educação, no período em que você estudava. As
concepções das práticas pedagógicas desenvolvidas pelos professores
estão intimamente relacionadas com o conhecimento e a reflexão das
tendências pedagógicas, norteando as ações educativas desenvolvi-
das pelos professores. Vamos conversar sobre isso?
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As tendências pedagógicas e as ações educativas – Capítulo 2
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As tendências pedagógicas e as ações educativas – Capítulo 2
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As tendências pedagógicas e as ações educativas – Capítulo 2
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As tendências pedagógicas e as ações educativas – Capítulo 2
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Didática
Atividades
01. Qual é o papel da educação formal ao longo de sua trajetória histórica?
Reflexão
Cada uma das tendências pedagógicas aqui apresentadas expressa
uma representação de homem e de sociedade, a partir de um contexto
histórico. Conforme vimos, os pensamentos pedagógicos que permearam
(e permeiam) as tendências pedagógicas permitem a compreensão de que
seu processo histórico produziu conhecimentos sobre os elementos que
integram a educação formal, mais especificamente o ato de ensinar. Nes-
se processo, é nítido que a escola se organizou e se legitimou como uma
instituição social que desenvolve seu trabalho de forma articulada com
uma prática social mais ampla. Tais considerações revelam a importância
de o professor constituir, na contemporaneidade, uma prática pedagógica
articulada com as determinações das políticas educacionais, assim como
com as necessidades de seu público-alvo (seus alunos) e não apenas a
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Didática
Leituras recomendadas
VEIGA, Ilma Passos Alencastro (coord.). Repensando a didática. 25ª.
Edição. Campinas: Papirus, 2007.
A proposta da autora, nessa obra, é repensar o papel da didática na
formação de professores de 1º e 2º graus. Essa discussão visa estimular a
busca de uma proposta didática voltada para a efetivação da prática peda-
gógica crítica.
Referências
CANDAU, Vera Maria. A didática em questão. Petrópolis: Vozes,
1997.
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No próximo capítulo
A escola se organizou e se legitimou como uma instituição social
que desenvolve seu trabalho de forma articulada com uma prática social
mais ampla. Nesse contexto, a ação integradora entre o ensino e a aprendi-
zagem deve ser concebida na educação como um processo que se consti-
tui a partir das relações didáticas de ensinar e aprender, no sentido de pro-
piciar a elaboração e a reelaboração de novos saberes, uma das finalidades
básicas da educação escolar. Tal afirmativa nos conduz a refletir acerca da
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Didática
Minhas anotações:
Desigualdades na
Escola - A Didática e
Algumas Possibilidades para
3 a Democratização do Ensino
lo
Neste terceiro capítulo, abordaremos sobre as desi-
gualdades na escola e suas implicações no processo de
ít u
Você se lembra?
Você já passou por uma situação em que foi excluído? Na escola, você
já recebeu algum apelido que o desqualificasse? Sociedade e escola não
existem de forma isolada, por isso, o que acontece na sociedade reflete-
se nas escolas, que realizam em seu contexto um trabalho a partir dos
valores, das crenças e das prioridades que circulam na sociedade.
Tendo em vista que, na atualidade, a escola deverá atender à di-
versidade humana, dentro da lógica de igualdade e de direitos
sociais, esse é o assunto que estudaremos nesse capítulo.
Didática
Conforme destaca Mitler (2003 apud CHINALIA, 2006, p. 46) “os profissio-
nais que trabalham na escola são cidadãos de uma determinada sociedade e da
comunidade local em que vivem, possuindo um conjunto de crenças ou atitudes
como qualquer outro grupo de pessoas” (MITLER, 2003 apud CHINALIA, 2006,
p. 46). Nesse sentido, é preciso, antes de tudo, alterar visões reducionistas
visões reducionistas sobre o desenvolvimento humano e a aprendizagem. Isso
significa, dentre outras providências, é preciso um olhar no plano da coletividade,
atendendo-se a especificidade da diferença, questionando modelos predetermi-
nados, ideias preconcebi-das, constituindo caminhos verdadeiramente democrá-
ticos.
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Didática
Isso significa que a escola não pode mais ser organizar como espaço
de exclusão. É preciso construir uma teoria e uma prática docente
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Didática
CLARSEN55/DREAMSTIME.COM
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Desigualdades na Escola- A Didática e Algumas Possibilidades para a Democratização do Ensino – Capítulo 3
Ainda de acordo com a autora, mesmo que não seja possível à Didá-
tica traçar uma estratégia didático-metodológica que garanta total eficácia
para provocar e gerar em cada aluno a desejada motivação interior para
a aprendizagem, há uma busca incessante por
metodologias e recursos didático-meto-
dológicos para gerar e estimular a
Conexão:
motivação do aluno. Aprofunde seus conhecimentos
Um aspecto que merece sobre algumas das complexidades que
emergem no contexto da escola para todos.
ser observado e discutido Leia: FERREIRA, M. E. C.; GUIMARÃES, M.
em relação às ações pe- Educação inclusiva. Rio de Janeiro: DP&A, 2003. Em
dagógicas desenvolvidas dos capítulos dessa obra, as autoras revelam pontuações
importantes em relação à eliminação de pensamentos
pelo professor é o fato de simplistas e reducionistas sobre a educação, destacando a
que é preciso respeitar e necessidade de para compreendê-la sob uma ótica em que
o acesso e a permanência na instituição escolar façam-se
levar em consideração a em condições viáveis e satisfatórias para a educação e
história pessoal dos alu- formação de todo e qualquer aluno, constituindo um
direito espontâneo e natural, uma responsabili-
nos, pois, conforme destaca dade social e política do Estado e de cada
Haydt (2006, p. 71), o pro- cidadão.
fessor pode evitar frustrações e
desajustamentos “se considerar as
experiências anteriores dos alunos e sua
história pessoal de vida e se tratá-los com compreensão e respeito”.
Para ilustrar as considerações acima, trazemos um trecho de uma das
análises de um estudo realizado por Chinalia (2006), em que a pesquisadora
analisou as ações pedagógicas realizadas por uma professora que atua em
uma escola que atende à diversidade humana (uma escola inclusiva). No
caso específico desse estudo, o foco foi a inclusão de uma aluna com defici-
ência intelectual.
Ao analisar o caderno da aluna, a pesquisadora encontrou infor-
mações acerca de algumas ações que a professora em questão considera
importantes, especialmente no caso dessa aluna. Vejamos alguns pontos
observados pela pesquisadora:
EAD-15 – Didática – Proibida a reprodução – © UniSEB
Uma grande parte das correções que a professora [...] realizou nos
cadernos da aluna é marcada pela presença do sinal de certo (C),
bem como de palavras de elogio. Em trechos de sua fala, acaba re-
velando que acredita que para Fran esse tipo de ação é de extrema
importância para seu desempenho escolar. Acaba revelando, tam-
bém, que vê necessidades de que Fran seja estimulada para que pos-
sa ter um bom desempenho nos conteúdos a serem desenvolvidos.
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Didática
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Didática
Assimilação
consciente
Mediador
Disciplinas
entre Matéria
(conteúdos) Desenvolver
e aluno
capacidades e
habilidades
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Desigualdades na Escola- A Didática e Algumas Possibilidades para a Democratização do Ensino – Capítulo 3
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Didática
Atividades
01. A escola está produzindo um processo pedagógico que visa à supera-
ção das desigualdades?
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Desigualdades na Escola- A Didática e Algumas Possibilidades para a Democratização do Ensino – Capítulo 3
Vivinha, a baleiazinha
Vivinha, a baleiazinha vivia muito tristinha.
Escondidinha, coitadinha...
Não queria brincar, não queria folia.
Passava o dia na melancolia.
Mas, também, as outras baleias mexiam muito com ela. E por quê?
Veja você, porque Vivinha tinha nascido diferente. Vivinha tinha nascido
estampadinha, cheia de bolinhas, listrinhas, florzinhas.
A mãe de Vivinha dizia:
- Vai brincar, minha filha!
Mas, Vivinha ficava em casa curtindo sua mágoa.
Quando Vivinha aparecia na janela, as outras baleias buliam com ela:
- Olha a baleiazinha estampadinha...
- Olha a baleiazinha estampadinha...
Fragmento - Ruth Rocha
Reflexão
O tema apresentado no leva a pensar sobre a emergência de a escola
se constituir em um local que propicie aprendizagem a todos os alunos,
bem como que não haja mais mecanismos que reforcem as diferenças.
Essa emergência é corroborada por Rays (2004, p. 95), ao dizer que: “[...]
A educação é hoje patrimônio do conjunto dos seres humanos, sem dis-
tinção de classe. No entanto, não basta simplesmente que a educação seja
patrimônio do conjunto dos seres humanos. É preciso que, além de abran-
ger as diferentes classes sociais, a educação ocorra de forma processual e
crítica e que seja contextualizada”.
Então, na escola para todos há que se pensar em concepções e ações
de ensino que respeitem as diferenças e, ao mesmo tempo, que assegurem
a todos os seus alunos a construção e a reconstrução dos conhecimentos,
beneficiando a todos, independentemente de suas diferenças e/ou necessi-
dades.
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Leituras recomendadas
AQUINO, Julio Groppa. Diferenças e preconceitos na escola: alter-
nativas teóricas e prática. Coordenação de Júlio Groppa Aquino. 2ª.
edição. São Paulo: Summus, 1998.
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Didática
sociais e seus reflexos que negativos no contexto escolar. Esse texto foi
extraído na íntegra do site: http://www.unimeo.com.br/artigos/artigos_
pdf/2007/09_11_07/1.pdf. Acesso em: 20 de fevereiro de 2009.
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Desigualdades na Escola- A Didática e Algumas Possibilidades para a Democratização do Ensino – Capítulo 3
Referências
BIANCHETTI, L., FREIRE I. M., Um olhar sobre a diferença: Inte-
ração, trabalho e cidadania. Campinas, SP: Papirus, 1998.
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Didática
No próximo capítulo
A escolarização para a cidadania, ao contrário da escolarização
para a exclusão e para a submissão, requer (dentre outras) uma formação
profissional eficiente e comprometida. Logo, a formação de professores
também é assunto de estudo e reflexões da Didática, pois a educação es-
colar, ao acompanhar o processo de mudanças que a sociedade exige para
uma formação atualizada e significativa, exige algumas reflexões sobre
o processo de formação de professores. Esse será o assunto do próximo
capítulo: discussões atuais sobre a didática e a formação de professores.
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A Didática na Forma-
ção de Professores –
Repensando o Processo de
4 Ensino e Aprendizagem
lo
Nesse capítulo, vamos estudar a Didática e o
processo ensino-aprendizagem, enfatizando conheci-
ít u
Você se lembra?
Quantas vezes você se lembra de sua opinião ter sido levada em
conta na escola? Como seus professores conduziam o processo
de ensino-aprendizagem? A formação de professores é uma
questão que merece reflexão, já que a postura de um docen-
te está relacionada com sua formação profissional, bem
como com sua busca pela formação continuada.
Didática
TRABALHO E
FORMAÇÃO PROFISSIONAL
AL ON
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ORM F
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Didática
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A Didática na Formação de Professores – Repensando o Processo de Ensino e Aprendizagem – Capítulo 4
cente não deve ocorrer apenas por acumulação de cursos e técnicas, mas
também por meio da interligação de um trabalho permanente de reflexão
crítica e de construção de uma identidade profissional docente. Para ele, a
reflexão é vista como elemento capaz de promover a interligação necessá-
ria entre a formação inicial, a continuada e as experiências vividas pelos
professores.
Assim, a concepção do desenvolvimento de uma prática reflexiva é
explicada por Schön (1995) a partir de três diferentes aspectos que inte-
gram o pensamento prático. São eles:
––Reflexão na ação: evidencia-se no saber fazer. Permeia os
conhecimentos que um professor possui e/ou alcança ao lon-
go de sua experiência ou reflexões profissionais vivenciadas
ao longo da realização de seu trabalho.
–– Reflexão sobre a ação: é pensar sobre o que faz ao mesmo
tempo em que atua.
––A reflexão sobre a ação e sobre a reflexão na ação: é uma
análise realizada pelo professor, a posteriori, sobre sua ação.
A partir dessa análise, o professor pode analisar sua prática e
reconstruí-la a partir da compreensão de tal análise.
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Didática
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A Didática na Formação de Professores – Repensando o Processo de Ensino e Aprendizagem – Capítulo 4
lação à importância do ato de planejar, fato esse que acaba dando margem
para que os professores percebam o planejamento apenas como algo buro-
crático ou como certos modismos pedagógicos e, por outro lado, pelo fato
de as escolas solicitarem aos professores planejamentos muito complexos
e com pouca flexibilidade na sala de aula.
Para evitar esses problemas, o autor alerta para a questão de que “o
ato de planejar deve estar destituído de sofisticações , para isso, ele deve
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Didática
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A Didática na Formação de Professores – Repensando o Processo de Ensino e Aprendizagem – Capítulo 4
educacional não pode ser compreendido como algo desvinculado das rela-
ções entre escola, educação e sociedade.
Abordada sob a perspectiva de um processo, a educação não pode
ser desenvolvida isoladamente, ou seja, fora do contexto nacional, re-
gional e comunitário da escola na qual o aluno está inserido. Por isso,
“todo processo educacional requer um planejamento em termos nacio-
nais, estaduais, regionais, comunitários e requer um outro específico de
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Didática
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A Didática na Formação de Professores – Repensando o Processo de Ensino e Aprendizagem – Capítulo 4
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Didática
Planejamento curricular
O planejamento curricular consiste na previsão dos diversos compo-
nentes curriculares (as disciplinas), com a definição dos objetivos gerais
e a previsão dos conteúdos programáticos de cada componente (HAYDT,
2006).
Na elaboração do planejamento curricular, o primeiro passo é a
definição clara e precisa da concepção filosófica que irá nortear os fins e
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A Didática na Formação de Professores – Repensando o Processo de Ensino e Aprendizagem – Capítulo 4
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Didática
suas funções:
––Prever as dificuldades que podem surgir durante a ação do-
cente, visando a superá-las em um curto espaço de tempo.
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A Didática na Formação de Professores – Repensando o Processo de Ensino e Aprendizagem – Capítulo 4
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Didática
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A Didática na Formação de Professores – Repensando o Processo de Ensino e Aprendizagem – Capítulo 4
Objetivos:
– Geral (amplos e abrangentes; observáveis a longo prazo).
– Específicos (são concretos e delimitados; observáveis a médio e a curto prazo).
Metodologia(s)
Estudo, seleção e organização de procedimentos e recursos para desenvolver o pro-
cesso ensino-aprendizagem.
Recursos
Utilizados para despertar o interesse, estimular discussões e debates que auxiliam o
professor e o aluno na interação do processo ensino-aprendizagem.
Avaliação
Seleção de instrumento e meios para avaliar adequadamente os objetivos educacio-
nais, considerando as condições intelectuais e emocionais e as habilidades intelec-
tuais dos alunos.
Bibliografia
Com isso, o principal desafio da escola hoje está voltado para o objetivo
de preparar as crianças para enfrentarem o mundo do trabalho em um es-
paço interativo e em constante transformação.
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A Didática na Formação de Professores – Repensando o Processo de Ensino e Aprendizagem – Capítulo 4
Atividades
01. Os professores, em seu processo de formação profissional, estão dis-
cutindo as relações que integram o processo ensino-aprendizagem?
Reflexão
A formação inicial é o primeiro momento da formação profissional
docente, pois, conforme revela Pimenta (2000, p. 17), é importante “res-
significar os processos formativos a partir da reconsideração dos saberes
necessários à docência, colocando a prática pedagógica e docente escolar
como objeto de análise”.
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Didática
Leituras recomendadas
TARDIF, Maurice. Saberes docentes e formação profissional. Petró-
polis: Vozes, 2002.
O livro discute os saberes que servem de base aos professores para
realizarem seu trabalho em sala de aula. Nele, o autor critica o enfoque
anglo-americano que reduz o saber dos professores a processos psicológi-
cos, assim como certa visão europeia tecnicista que alimenta atualmente a
abordagem por competência e também se posiciona de forma coerente em
relação às concepções sociológicas tradicionais que associam os professo-
res a agentes de reprodução das estruturas sociais dominantes.
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A Didática na Formação de Professores – Repensando o Processo de Ensino e Aprendizagem – Capítulo 4
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Didática
Leitura complementar
A formação continuada de professores no cotidiano da Escola
Fundamental
José Cerchi Fusari
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Didática
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A Didática na Formação de Professores – Repensando o Processo de Ensino e Aprendizagem – Capítulo 4
Referências
CALDEIRA, Anna Maria Salgueiro e AZZI, Sandra.. Didática e construção da
práxis docente: dimensões explicativa e projetiva. In: ANDRÉ, Marli Eliza D.
A. e OLIVIERIA, Maria Rita N. S. (orgs). Alternativas no ensino de didáti-
ca. 5ª. edição. Campinas, SP: Papirus, 2003, p. 97-128.
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Didática
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A Didática na Formação de Professores – Repensando o Processo de Ensino e Aprendizagem – Capítulo 4
No próximo capítulo
Vimos que as evoluções que permearam (e permeiam) o contexto
escolar influenciaram (e influenciam) diretamente as propostas que subsi-
diam a formação dos professores, a qual deve oferecer-lhes um conjunto
integrado de conhecimentos teórico-práticos condizentes com as reformas
políticas sociais e culturais, bem como as evoluções das áreas de conheci-
mento que integram a profissão docente. Diante disso, apresentaremos no
próximo capítulo a temática da formação de professores, focalizando sua
importância para o desenvolvimento de seu trabalho pedagógico, sob a
ótica de Phillipe Perrenoud.
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Didática
Minhas anotações:
Planejamento do
Trabalho Pedagógico
Nesse quinto capítulo, vamos estudar
Você se lembra?
Durante os períodos de estágio é importante que vocês observem a orga-
nização dos planejamentos feitos pelos professores, bem como se atentem
para os conteúdos que o PPP (Projeto Político Pedagógico) da instituição
escolar aponta. Você se lembra de analisar algum? Se lembra de que tipo
era? Eram coerentes com a proposta da escola?
Didática
te)
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Planejamento do Trabalho Pedagógico – Capítulo 5
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Didática
• Planejamento escolar
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• Planejamento curricular
O planejamento curricular consiste na previsão dos diversos compo-
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Planejamento do Trabalho Pedagógico – Capítulo 5
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Planejamento do Trabalho Pedagógico – Capítulo 5
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Didática
Professor (a):
Duração da atividade:
Ano:
Conteúdo (s):
Disciplinas envolvidas
Objetivos:
- Geral (amplos e abrangentes; observáveis a longo prazo).
Atividades
01. Quais as finalidades do planejamento educacional? Tais finalidades
são importantes para a realização do trabalho docente? Por quê?
Leitura recomendada
MENENGOLA, M.; SANT’ANNA, I. M. Por quê planejar? Como
planejar?: currículo, área, aula. 12ª. edição. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002.
Leitura complementar
O texto a seguir, é um recorte do artigo: O Planejamento do Tra-
balho Pedagógico: Algumas Indagações e Tentativas de Respostas (José
Cerchi Fusari). A partir da leitura do texto abaixo, você poderá agregar
novas informações sobre a temática apresentada nesse capítulo.
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Planejamento do Trabalho Pedagógico – Capítulo 5
109
Didática
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Planejamento do Trabalho Pedagógico – Capítulo 5
Referências
HAYDT, Regina Célia Cazaux. Curso de Didática Geral. 8ª. edição.
São Paulo: Ática, 2006.
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Didática
Gabarito
Capítulo 1
03. Leia a citação a seguir e a partir dela reflita sobre o tema: “um professor que
tem didática”. Em seguida, escreva um texto (no máximo 20 linhas) caracterizando
esse professor.
- Através do ensino criam-se as condições para a assimilação consciente e sólida de
conhecimentos, habilidades e atitudes e, nesse processo, os alunos formam suas capaci-
dades e habilidades intelectuais para se tornarem, sempre mais, sujeitos da própria apren-
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Planejamento do Trabalho Pedagógico – Capítulo 5
04. Quais são as dimensões que integram a Didática fundamental? Comente cada
uma delas.
• As dimensões que integram a Didática Fundamental são as dimensões humana,
técnica e político-social. Entretanto, a Didática Fundamental deve assumir a multidimen-
sionalidade do processo ensino-aprendizagem e promover uma articulação entre estas
dimensões no centro de sua discussão. Preocupando-se com os seguintes elementos:
“como realizar a prática pedagógica”; “para que realizar a prática pedagógica”; “por que
realizar a prática pedagógica”. Portanto, esses três elementos só têm sentido quando de-
senvolvidos de forma articulada, pois sua proposta não almeja apenas a mecanização e a
manipulação de métodos e técnicas.
Capítulo 2
Concepção de ensino-
Tendência pedagógica Metodologia
aprendizagem
Função da escola é a trans-
Pedagogia Tradicional missão dos conhecimentos, O professor utiliza a exposição
(Corrente Liberal) visando à preparação intelec- oral dos conteúdos.
tual e moral dos alunos.
Seus pressupostos propi-
ciaram, na década de 1930,
o surgimento do Movimen-
to dos Pioneiros da Escola
nova, se opondo às práticas
O professor leva em conta os in-
pedagógicas tidas como tra-
teresses dos alunos e é represen-
Pedagogia Renovadora dicionais.
tada por um conjunto de métodos
EAD-15 – Didática – Proibida a reprodução – © UniSEB
(Corrente Liberal)
ativos, tais como: pesquisa, proje-
O mais importante não é o
tos, atividades cooperativas
ensino, mas, sim, o processo
de aprendizagem. A pers-
pectiva de aprendizagem se
baseia na motivação e na es-
timulação de problemas.
113
Didática
Fundamenta-se na teoria
behaviorista da aprendiza-
gem.
A escola deveria formar in-
divíduos para ingressar no
Utiliza-se procedimentos e téc-
mercado de trabalho.
Tecnicismo Educacional nicas específicas para garantir o
(Corrente Liberal) O ensino é voltado para a controle do ambiente da aprendi-
aquisição de técnicas. Nesse zagem.
contexto, a educação se fun-
damenta no modelo empre-
sarial, adequando o ensino
às exigências da sociedade
industrial e tecnológica.
A pedagogia libertadora flo-
resceu a partir das experiên-
cias de Paulo Freire.
Se caracteriza como uma
educação “não formal”; a
construção do conhecimento
Prioriza discussões, assembleias,
Pedagogia Libertadora é realizada a partir do diálogo
pesquisas parti-cipantes, traba-
(Corrente Progressista) entre professor e alunos, me-
lhos em grupo etc.
diada pela realidade concreta
em que vivem. Se opunha à
educação tradicional.
O cerne da proposta da pe-
dagogia libertadora é a trans-
formação social do homem.
Fundamenta-se nos es-
tudos desenvolvidos pela As metodologias utilizadas de-
psicologia acerca da cog- vem partir de métodos ativos
nição do ser humano, (pesquisa em grupo, experi-
Pedagogia Cognitivis- procurando explicar como mentação), propondo discus-
ta / Construtivista (Cor- o indivíduo absorve e sões como condição de desen-
rente Progressista) processa as informações, volvimento da aprendizagem.
dando-lhes significado. Estimula interações estabe-
A função da escola ofe- lecidas entre alunos/alunos e
recer possibilidades de alunos/ professor.
aprendizagem ao aluno.
Surgiu após o final do re-
gime militar, no final dos
anos 70 e início dos anos
80, trazendo reivindicações Ênfase à livre-expressão, ao
para a efetivação de mu- contexto cultural, partindo de
Pedagogia crítico- danças na escola pública, uma relação direta da experi-
social dos conteúdos almejando uma educação ência do aluno, confrontando-
(Corrente Progressis- crítica e capaz de superar se com o seu saber sistema-
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01. A escola está produzindo um processo pedagógico que visa à superação das
desigualdades?
Não. Entretanto, apesar da escola ainda continuar reproduzindo desigualdades, mediante
isso, ainda busca-se uma proposta de ensino de qualidade, que possa verdadeiramente
ampliar a participação efetiva do povo nos vários segmentos de decisão da sociedade,
desde a década de 60-70 do século XX. Neste sentido, a escola não pode mais se orga-
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Didática
das prioridades que circulam na sociedade. As desigualdades têm origem nos modos de
organização das sociedades, levando-se em conta seus processos históricos, políticos
e econômicos, nos quais o homem está inserido. Os indivíduos formam a sociedade e,
possuindo suas particularidades, tentam na medida do possível se adequar aos modelos
que ela determina. A sociedade é construída pela diversidade humana e, por isso mesmo,
acaba privilegiando apenas alguns de seus segmentos.
Vivinha, a baleiazinha
Vivinha, a baleiazinha vivia muito tristinha.
Escondidinha, coitadinha...
Não queria brincar, não queria folia.
Passava o dia na melancolia.
Mas, também, as outras baleias mexiam muito com ela. E por quê?
Veja você, porque Vivinha tinha nascido diferente. Vivinha tinha nascido estampadinha,
cheia de bolinhas, listrinhas, florzinhas.
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Planejamento do Trabalho Pedagógico – Capítulo 5
Capítulo 4
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Didática
02. Por que a formação de professores deve integrar a teoria e a prática? Os pro-
fessores estão buscando a formação continuada?
Neste sentido, alguns estudos sobre a formação de professores pesquisadores e reflexi-
vos, focalizando a teoria e a prática como indissociáveis, ou seja, como elementos que
se complementam. E assim surgiu o conceito de professor reflexivo que remete à ideia
dos professores buscarem investigar e pesquisar a prática docente, visando à realização
de uma prática pedagógica que atenda às problemáticas da sala de aula, integrando sua
criatividade e seu conhecimento técnico.
Torna-se, portanto, indispensável que os professores busquem a formação contínua, acre-
ditando que nela os professores podem refletir e pensar criticamente sobre sua prática.
Na formação contínua, as atividades desenvolvidas devem solicitar do profissional em
ação a observação e o registro de suas ações pedagógicas, para que seja possível propor a
reestruturação de estratégias de ações diante dos problemas detectados.
De modo geral, verifica-se que, desde as últimas décadas do século XX, a literatura vem
apontando que a formação inicial é apenas um momento da formação docente e não o
único, como antes. Logo, adentramos o século XXI, fortalecendo esse pensamento e
ampliando a ideia de que a formação continuada deve ser desenvolvida de modo a con-
tribuir com o entendimento de que a formação profissional do professor não termina com
a sua diplomação na graduação, mas completa-se na realização de seu trabalho docente.
Portanto, a formação continuada, deve ser pensada como uma formação necessária e
importante para complementar, ampliar e ressignificar a primeira formação com saberes
e práticas necessários ao professor no desenvolvimento da docência. Nessa perspectiva,
o cotidiano escolar é considerado como um espaço de produção, criação e recreação de
saberes, isto é, um local em que o professor mobiliza e emprega saberes provenientes de
sua prática cotidiana.
03. Leia a citação abaixo e reflita sobre a realização do trabalho docente. Nele, ela-
bore um comentário, respondendo à seguinte questão: quais são as contribuições da
prática reflexiva para a formação de professores?
O professor, ao ensinar, encontra-se constantemente monitorando o que
ocorre durante a aula e agindo com base em percepções e interpretações do
que está acontecendo. As crenças, metas, objetivos e conhecimentos dos
professores se inter-relacionam, afetando-os uns aos outros. Suas escolhas
e decisões, além do contexto imediato, estão submetidas às influências
da história pessoal do professor e da história deste com seus alunos (MI-
ZUKAMI, 2002, p. 44).
reflexão sobre as ações pedagógicas que desenvolvem em sala de aula para melhorar
a eficácia delas, pois isso poderá possibilitar-lhes compreender, interpretar e explicar a
realidade da sala de aula, da escola e do ensino e, ao mesmo tempo, intervir nela. Uma
formação profissional que caminha nessa direção pode contribuir para que seja possível
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Planejamento do Trabalho Pedagógico – Capítulo 5
reduzir distâncias entre a teoria e a prática, que é um dos objetivos centrais da formação
de professores.
Capítulo 5
01. Reflita sobre o conceito de competências descrito por Perrenoud (1999, p. 7-8),
“competências são uma capacidade de agir eficazmente em um determinado tipo de
situação, apoiada em conhecimentos, mas sem limitar-se a eles”.
Além da formação do profissional reflexivo, outra questão que tem ganhado cada vez
mais destaque é a formação de professores com competências profissionais. Perrenoud
(2000), introduziu uma “nova” dimensão para abordar o trabalho pedagógico desenvol-
vido pela escola: a formação de competências. O autor ressalta ainda que ser professor
na escola contemporânea demanda desse profissional a criação de situações para resolver
problemáticas que emergem no contexto da sala de aula. Para ele, a noção de compe-
tência indica “a capacidade de mobilizar um conjunto de recursos cognitivos (saberes,
atitudes, informações, etc) para enfrentar um tipo de situação.”
enfrentar um tipo de situação”. O autor revela quatro aspectos que contemplam essa
definição:
1. As competências não são elas mesmas saberes, savoir-faire ou atitudes, mas mobili-
zam, integram e orquestram tais recursos.
2. Essa mobilização só é pertinente em situação, sendo cada situação singular, mesmo
que se possa tratá-la em analogia com outras, já encontradas.
3. O exercício da competência passa por operações mentais complexas, subentendidas
por esquemas de pensamento [...] que permitem determinar (mais ou menos consciente e
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Didática
rapidamente) e realizar (de modo mais ou menos eficaz) uma ação relativamente adapta-
da à situação.
4. As competências profissionais constroem-se, em formação, mas também ao sabor
da navegação diária de um professor, de uma situação de trabalho a outra.
Bom estudo!
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