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Volume 6 (2023) Revista Metodologias e Aprendizado

Uma análise do analfabetismo de jovens e


adultos no Brasil: A importância do EJA

Resumo: Diante da nossa realidade brasileira e da discrepância social que vivemos na educação, o Ensino de Jovens
e Adultos se torna uma solução para tentar solucionar essa desigualdade, entretanto, na prática professores dentro
da sala de aula acabam fortalecendo uma segregação escolar para além da segregação espacial. Ainda há muito a se
avançar em relação ao ensino do Ensino de Jovens e Adultos - EJA, já que cada vez mais ela é desvalorizada e não é uma
política com muitos investimentos. Nesse sentido, o presente artigo busca contextualizar com dados o analfabetismo
no brasil e a importância da modalidade EJA em uma tentativa de solucionar e amenizar a desigualdade educacional
que vivemos no Brasil atual, utilizando dados coletados do IBGE e relatos de experiência na modalidade de ensino em
questão.

João Victor Bergamo de Siqueira

1 - Universidade Federal de Santa Maria


A - contato principal : joaovictorbergamosiqueira@hotmail.com

Introdução

Diante da nossa realidade brasileira e da discrepância social que vivemos na
educação, que é direito de todo cidadão e deve ser garantido o acesso público e gratuito
para todos os níveis de ensino para todos, inclusive para os que não concluíram na idade
própria, o Ensino de Jovens e Adultos - EJA se torna uma solução para tentar solucionar essa
desigualdade, entretanto, na prática professores dentro da sala de aula acabam fortalecendo
uma segregação escolar para além da segregação espacial. O tratamento desigual ou injusto
dado a uma pessoa ou grupo, com base em preconceitos de alguma ordem, seja sexualidade,
étnico, religioso, entre outros, também está associada a dimensões territoriais, de local de
residência.
Então para pensarmos o ensino de jovens e adultos, de diferentes classes, culturas e
territorialidades, para além das políticas públicas e das teorias de inclusão no ensino escolar,
devemos considerar as vivências e experiências individuais dos alunos dentro da sala de
aula para possibilitá-los a produzir o seu conhecimento a partir de suas vivências mediado
por um educador ou educadora. Pois segundo Freire (2003, p. 47) “...ensinar não é transferir
conhecimento, mas criar as possibilidades para sua própria produção ou a sua construção”.
Nesse contexto, o objetivo do texto é evidenciar alguns dados sobre a Educação de Jovens
e Adultos (EJA) e relatar as minhas experiências como aluno e futuro professor dentro do
Ensino para Jovens e Adultos.

O Ensino de Jovens e Adultos no Brasil

O EJA, que foi instituída legalmente no Brasil como modalidade de ensino, Fundamental
e Médio, em 1996, com a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº
9394/96 (BRASIL, 1996b), comprovadamente veio para tentar reparar um problema social e
educacional da sociedade brasileira, que é a taxa de analfabetismo de pessoas com 15 anos
ou mais que não estudaram ou precisaram abandonar os estudos.
Já pude vivenciar como é terminar os estudos em uma escola que ofertava o EJA
presencial e noturno, e talvez graças a essa oportunidade de finalizar meus estudos que
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eu estou hoje cursando uma graduação e construindo conhecimento a partir das minhas
vivências. Entretanto por mais que a EJA foi institucionalizada na tentativa de solucionar as
altas taxas de analfabetismos no Brasil, ainda temos milhões de brasileiros que sofrem com
essa realidade.
Para além do diploma, a escola e os professores devem se preocupar com a produção
de conhecimento desses jovens e adultos, e que se preocupem também com a continuação
de estudos dessas pessoas. Não deveria existir idade, cor, gênero, classe, para poder estudar,
para entrar em uma universidade ou para adquirir conhecimentos. Entretanto na prática
parece que existe uma limitação sim, por parte da sociedade, que fortalece essa cultura
de que pobres, pretas, favelados não pertencem a uma realidade acadêmica e erudita. E
para além dessa segregação escolar, existe a questão das condições dos professores que dão
aula no EJA, que na maioria das vezes trabalham no turno da manhã até o turno da noite,
fazendo uma jornada tripla de trabalho, com muitas provas, trabalhos e aulas pra corrigir,
planejar e ministrar, fazendo com que a qualidade da aula dada pelo professor, no ensino
noturno do EJA, por exemplo, perca muito a qualidade, se tornando mais prático passar
atividades para ocupar a mente dos alunos até o fim da aula, ao invés de instigar os alunos
a buscarem o conhecimento a partir de um debate sobre o conteúdo programático levando
em consideração diferentes necessidades de aprendizagem de cada um. Somado também a
realidade dos alunos, que muitas das vezes saem direto do trabalho para a escola, chegam
atrasados, estão sempre cansados dentro da sala de aula, o que se torna muito difícil de
fazê-los se interessar pela matéria e para trabalhar os questionamentos e as dúvidas sobre
o assunto, sendo mais fácil apenas memorizar o conteúdo que vai cair na prova.
Antes de continuar o meu relato, devo também evidenciar alguns dados sobre o EJA
para além das críticas que eu irei fazer a partir da minha realidade vivenciada, pois o mesmo
tem seus problemas na prática, mas também tem suas qualidades.
Segundo o Parecer CEB nº: 11/2000 do Conselho Nacional de Educação, o EJA possui
três funções. A primeira é a função reparadora, que significa garantir o direito ao acesso
a uma escola de qualidade. A segunda função é equalizadora que visa dar cobertura
aos trabalhadores e a tantos outros segmentos sociais como donas de casa, migrantes,
aposentados e encarcerados, ou seja, vai garantir a reentrada no sistema educacional dos
que tiveram uma interrupção forçada possibilitando aos indivíduos novas inserções no
mundo do trabalho e na vida social. Já a terceira, a função qualificadora, abrange jovens
ainda não empregados, desempregados, que podem encontrar no EJA um lugar de melhor
capacitação para o mundo do trabalho e para a atribuição de significados às experiências
sócio-culturais trazidas por ele. (BRASIL, 2000).
A função qualificadora é também um apelo para as instituições de ensino e pesquisa no sentido
da produção adequada de material didático que seja permanente enquanto processo, mutável
na variabilidade de conteúdos e contemporânea no uso de e no acesso a meios eletrônicos da
comunicação. (BRASIL, 2000. p. 12).

Ou seja, que a EJA necessita de ter um modelo pedagógico próprio para que seja possível
atender as diferentes necessidades de aprendizagem de jovens e adultos em respeito às suas
realidades. Para a sociedade que teve o direito do ensino negado, o EJA tem seu valor, com a
garantia de oferta da educação básica obrigatória e gratuita também para jovens e adultos,
conforme consta no Art. 208: “[...] educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos
17 (dezessete) anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a
ela não tiveram acesso na idade própria” (BRASIL, 1988), muitas pessoas puderam voltar a
estudar.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam, no ano de 1996,
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15.560.260 de pessoas analfabetas na população de 15 anos de idade ou mais que corresponde


a 14,7% das pessoas dessa população. (BRASIL, 2000, p. 5). Segundo o IBGE, na Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), no ano de 2016 há população com mais de 15
anos de idade analfabeta atingia 7,6% dessa população, aproximadamente 11.671.000. Em
2018 o analfabetismo no Brasil atinge 6,8 % da população com mais de 15 anos de idade,
somando 11,3 milhões de analfabetos. Segundo o mesmo houve uma queda de 0,2% em
2019 na população com mais de 15 anos e analfabeta, aproximadamente 11.041.000.

Figura 1 – Mapa de pessoas de 15 anos ou mais de idade, analfabetas (mil pessoas) 2016.

Fonte: IBGE – Pesquisa nacional por Amostra de Domicílios Contínua Anual

Podemos analisar que no Nordeste brasileiro, principalmente a Bahia, estão concentradas


a maior parte da população de 15 anos ou mais analfabeta. O Sul e o Norte possuem a menor
taxa de analfabetismo dessa população.

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Figura 2 – Mapa de pessoas de 15 anos ou mais de idade, analfabetas (mil pessoas) 2019

Fonte: IBGE – Pesquisa nacional por Amostra de Domicílios Contínua Anual

Podemos analisar que houve uma queda da população de 15 anos ou mais analfabeta
em alguns estados do Brasil, como Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Rio de janeiro.
Entretanto se prestarmos atenção no estado da Bahia e nos dados do ano de 2016 e 2019 á
um aumento da taxa de analfabetismo entre pessoas de 15 anos ou mais. Um aumento de
aproximadamente 50 mil pessoas.

Metodologia

Para a realização da pesquisa foram coletados dados qualitativos e quantitativos sobre


a modalidade de ensino EJA para melhor contextualiza-la em sua função reparadora das
desigualdades educacionais existentes no Brasil
Os processamentos digitais, bem como o banco de dados, foram organizados e gerenciados
no SIG QGIS 3.16.16 utilizando a ferramenta de união disponibilizada no software.
Obteve-se as informações cartográficas do site do IBGE na aba ‘’portal de mapas’’. Sendo
utilizados para a pesquisa os planos de informação sobre as Unidades da Federação do Brasil
e também os dados sobre as pessoas de 15 anos ou mais de idade, analfabetas (mil pessoas)
dos anos de 2016 e 2019 coletados da Pesquisa nacional por Amostra de Domicílios Continua
Anual - PNAD do IBGE.
A tabela com os dados sobre o analfabetismo foi unida com a camada das Unidades da
Federação, utilizando como referência o código de cada UF. Posteriormente foi realizada a
renderização da camada shapefile, com os planos de informação já unidos, em graduado,
utilizando a coluna da tabela de atributos que contém informações coletadas no PNAD. Foi
utilizado como modo “quebras naturais ( jenks) para os nossos intervalos de classes.
Com isso obtive um mapa coroplético, que utiliza do visual cor, para representar os
nossos dados sobre as pessoas de 15 anos ou mais de idade, analfabetas nos anos de 2016 e
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2019 por Unidades da Federação. Tendo esse resultado foi utilizada a ferramenta compositor
de impressão, para confecção e finalização do mapa.
A partir da espacialização desses dados, trago as minhas vivências e experiencias para
discutir a importância da modalidade EJA em uma tentativa de solucionar e amenizar a
desigualdade educacional que vivemos no Brasil atual, utilizando dados coletados da PNAD
do IBGE e relatos de experiência na modalidade de ensino em questão a partir da narrativa
(auto)biográfica, que resgata as memórias

Resultados e Discussão

A partir da espacialização desses dados, faço o meu relato e as minhas contribuições,


com base em uma narrativa (auto)biográfica, resgatando as memórias do meu processo de
formação no EJA. Segundo Menezes e Costella (2019, p. 94) “as narrativas (auto)biográficas
constituem um dispositivo que pode colaborar com este processo de ressignificação da
licenciatura ao permitir um resgate da história de vida pessoal, acadêmica e profissional
dos/das professores/as em formação a fim de refletir sobre seus itinerários formativos.
Sendo assim, as minhas experiencias não apenas reflete a minha identidade como futuro
professor, mas também contribui para a formação de outros profissionais da saúde a partir
das vivências únicas e individuais.
Fui aluno da modalidade EJA de ensino em um colégio municipal em Florianópolis –
SC. O colégio se localizava em um bairro de classe média perto da Universidade Federal de
Santa Catarina, Bairro Trindade.
Morava no morro da serrinha que ficava a uns 30 minutos andando de distância da escola,
e muitas pessoas matriculadas no EJA noturno eram do mesmo morro que eu, outras de
morros vizinhos ou de bairros mais vulneráveis na proximidade do bairro da Trindade.
Antes de me matricular nessa escola para finalizar meu ensino médio, fiquei dois anos
afastados dos estudos, entretanto antes de ter que interromper-los, estudava no Instituto
Federal Fluminense (IFF) de Macaé no Rio de Janeiro, que tem uma qualidade de ensino
muito boa e difícil para pessoas com a realidade parecida com a minha, pois pra mim, por
exemplo, que estudei em escola pública a vida toda, não tive facilidade em me adaptar com
a metodologia de ensino de um Instituo Federal, que para dificultar mais ainda, localizava-
se em outra cidade, sendo assim eu tinha que pegar duas conduções pra ir e duas pra voltar
em um percurso que durava mais de uma hora de viagem, apenas para ter a oportunidade
de me formar em um ensino de qualidade e público. Porém, embora as dificuldades de
me adaptar estudei dois anos do Ensino Médio no IFF, mas por necessidades financeira
precisei abandonar os estudos antes mesmo de terminar o segundo ano por completo, para
trabalhar e me sustentar, pois com 16 anos de idade já morava sozinho e não tinha apoio de
nenhum familiar.
Dois anos após ter abandonado os estudos, já morava em outro estado, decidi finalizar
meu ensino médio. Optei então por esse colégio que era o mais próximo da minha casa
no Morro da Serrinha e fui à busca de me matricular. Uma das coisas interessantes que
ocorreram foi justamente a minha matrícula, pois já estava fora do prazo dos inícios das
aulas, mas quando fui ver se eu conseguiria me matricular mesmo assim, a diretora após
ver meu histórico escolar, minhas notas, e onde eu tinha estudado, ficou muito animada
e fez de tudo para que eu ingressasse no EJA presencial noturno, pois segundo a mesma o
colégio estava precisando de pessoas iguais a mim.
Nessa situação podemos identificar uma segregação escolar, pois segundo Costa e
Bartholo (2014, p. 1184):
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Na ideia de segregação escolar, está implícita a percepção de que há algo de injusto na agregação
de estudantes em agrupamentos escolares e que a desigualdade de oportunidades se manifesta no
âmbito escolar. Não há, contudo, no tratamento acadêmico dado ao conceito, inevitabilidade de que
segregação seja decorrente de algum processo deliberado, intencionalmente dedicado a promover
restrições a algum grupo social específico.

Na minha visão eu era igual os demais colegas, que saiam do trabalho e se deslocavam
direto pro o colégio estudar, com a intenção de se formar e conseguir um emprego melhor,
mais bem remunerado. Mas na visão da diretora, por eu ter vindo de um Instituto Federal,
eu era diferente dos demais, e merecia um tratamento diferente. Como o bom malandro
que eu era na época, esse tratamento especial era muito evidente para mim, então me
aproveitava um pouco desse privilégio. O ensino noturno daquele colégio era muito básico
e superficial em questão de conteúdo, sendo assim optei, em um acordo com a diretora,
em fazer dois anos do Ensino Médio em apenas um, já que em um ano no Instituto Federal
eu tinha aprendido todo o conteúdo que ensinavam no EJA. A diretora então, para eu não
perder meu tempo, dividiu meu ano em dois semestres, e em cada semestre eu fiz uma
prova de cada disciplina para avançar de nível e de turma, ou seja, no primeiro semestre
estudei no segundo ano e no segundo semestre estudei no terceiro ano.
Ter conseguido me matricular no EJA foi realizador pra mim, me deu esperanças de
retomar meus estudos. Lembro-me de conseguir sair do trabalho mais cedo para ir ao
colégio no turno da tarde para me matricular, e assim que consegui me tornar aluno, senti
uma realização muito grande. Mas na realidade, não querendo desvalorizar todas as relações
que eu fiz naquele colégio e nem aos professores, só me serviu o diploma, pois dentro da
sala de aula, notavelmente eu tinha um conhecimento mais avançado do que era passado
pelos professores para os alunos, e esse conteúdo em sua maioria não era suficiente para eu
passar em um vestibular ou o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio). O que me faz pensar
que em quase dois anos de IFF eu consegui aprender quase tudo do que era ensinado no EJA
e muito mais coisas. Por conta disso eu precisava estudar para o ENEM (Exame Nacional
do Ensino Médio), em casa, chegando do colégio, e nos intervalos e horários de almoço
do meu trabalho, até mesmo as vezes na sala de aula depois de terminar os exercícios que
os professores pediam, e aproveitava para tirar alguma dúvida com os professores sobre
alguns assuntos que eu estudava para o ENEM.
Sendo então essas as minhas condições para conseguir um ensino de qualidade, vejo hoje
que para além do meu privilégio de ter tido a possibilidade de estudar em uma Instituição
Federal no ensino médio, a minha realidade de pobre e favelado não condiziam com a
realidade dos estudos, e que só consegui dar continuação aos meus estudos pela vontade de
não ser mais ignorante, pois nas festas que eu frequentava na UFSC (Universidade Federal
de Santa Catarina), sentia inveja daquela realidade, daqueles jovens que eram estudados e
tinham um conhecimento mais avançado.
A partir do meu relato podemos pensar no ensino do EJA e se ele é realmente efetivo
para conseguir incluir todos os alunos a construírem seus conhecimentos a partir de
suas realidades, para ajudar a pessoa a criar uma rotina de estudos; para passar para uma
Universidade ou se o EJA é apenas um imaginário da garantia ao acesso a um ensino de
qualidade para todos, pois não se preocupa de verdade com a qualidade de vida dos jovens e
adultos e acaba apenas se preocupando em diminuir uma taxa de analfabetismo nos estados
em que o capitalismo tem mais interesse.
Devemos ressaltar também que o EJA vem sofrendo cortes orçamentários e uma
desvalorização muito grande por parte dos governos, principalmente no governo atual.
Nos cabe também refletir sobre a diferença no EJA em Santa Catarina e em outros
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estados, como a Bahia por exemplo, que segundo os dados expostos acima teve um aumento
na sua população de pessoas de 15 anos ou mais, analfabetas, entre o ano de 2016 e 2019,
enquanto Santa Catarina diminui o número de analfabetos dessa população.

Conclusões

Ainda há muito a se avançar em relação ao ensino do EJA, já que cada vez mais ela é
desvalorizada e não é uma política com muitos investimentos. Além de ser vista as margens
das políticas educacionais que vai atender as margens da sociedade, não é prioridade que o
ensino seja de qualidade e que tenha uma efetiva continuidade dos estudos de quem estuda
nesta modalidade de ensino. A criação de uma política pública educacional que atenda aos
anseios dos sujeitos da EJA necessita de investimentos reais que favoreçam a continuidade
da oferta de estudos e a permanência dos alunos na escola.
O EJA não pode ser vista apenas como uma política pública para compensar a desigualdade
social no Brasil, mas sim como uma necessidade diante da nossa realidade educacional,
para aqueles que tiveram o seu direito de estudos negados

Agradecimentos

Agradeço a todos os educadores que passaram na minha trajetória escolar até os


dias atuais. Também deixo meus agradecimentos a modalidade de ensino EJA, que me
possibilitou ingressar em uma Universidade Publica.

Referências Bibliográficas

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