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UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E DAS MISSÕES CAMPUS

FREDERICO WESTPHALEN
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO MESTRADO EM EDUCAÇÃO
DISCIPLINA OPTATIVA: DIREITO EDUCATIVO - RONDONÓPOLIS
PROFESSORES: DANIEL PULCHERIO FENSTERSEIFER
MESTRANDA: Sônia Maria de Andrade

EJA (Educação de Jovens e Adultos) e o Novo Ensino Médio no Estado de Mato


Grosso.

Objetivo
O objetivo do texto é apresentar o resultado de informações, obtidas através de leituras bibliográficas
realizadas por meio de artigos, vídeos e trabalhos publicados em eventos científicos, que contribuíram
para a sistematização das fontes legais que determinam o direito educacional, na educação brasileira. Para
isso, é importante buscar entender e analisar a implantação do Novo Ensino Médio na Educação de
Jovens e Adultos no Estado de Mato grosso.
Dessa maneira, a Constituição Federal de 1988 do Brasil, garante o direito à educação para todo cidadão e
o Estado que tem o dever em oferecer esse direito gratuito, na tentativa de diminuir as desigualdades entre
as classes sociais. Pois, a educação é um meio pelo qual o indivíduo busca melhores condições de vida e
nem sempre o direito à educação está resguardado. E observa-se que, o Brasil ainda apresenta um grande
número de cidadãos que são ou que foram destituídos do direito à educação.
Assim, a modalidade EJA (Educação Jovens e Adultos), é destinada para garantir o direito educativo de
pessoas com 15 anos ou mais que não concluíram os ensinos médio e fundamental quando crianças ou
adolescentes. Além disso, a educação para jovens e adultos, não se limita apenas a tratar de conteúdos
intelectuais, mas em lidar com valores, na maneira de respeitar e reconhecer as diferenças e semelhanças,
dentro da sociedade que compõem e nas políticas públicas, como um direito básico.
E o Novo Ensino Médio pode ser uma reforma brilhante para conter a evasão escolar. No entanto, tem um
volume substancial de conteúdo para desenvolver habilidades, algo que dificilmente acontecerá, em
detrimento da redução da carga horária das áreas de conhecimento e a maioria das escolas continuam sem
infraestruturas para desenvolver suas atividades.

METODOLOGIA
O método utilizado neste estudo é o método bibliográfico, que refere-se à pesquisa sistemática com base
nos materiais publicados em livros, revistas, jornais e redes eletrônicas, ou seja, os materiais acessíveis ao
público. Após a seleção de um tema, definição de um levantamento bibliográfico preliminar e
questionamentos são elaborados sobre o tema. O objetivo principal da fase exploratória é a análise do
problema, principalmente na forma de pesquisa bibliográfica.

Resultado
O direito à educação está previsto na Constituição Federal de 1988, no Artigo 205, para toda população,
incluindo as pessoas que foram privadas de frequentar a escola em idade propícia, na infância ou na
adolescência. É dever do Estado, garantir a oferta pública e gratuita de educação escolar aos jovens e
adultos. Apesar da previsão dos direitos e deveres, o país tem muito que avançar para assegurar a
educação de todos os cidadãos em especial aos que tiveram seus direitos suspensos por algum motivo.
A Educação de Jovens e Adultos teve início no Brasil na década de 1930, durante a ampliação do ensino
público, em razão da expansão populacional e crescimento industrial, nos anos de 1934, a justiça
brasileira reconheceu o ensino fundamental como um direito protegido. Em 1947, a redução do
analfabetismo da população, foi de um saldo positivo. Entretanto, o melhor resultado foi obtido através do
Movimento de educação de Base e de Alfabetização, realizado pela Conferência Nacional de Bispos do
Brasil -CNBB e do programa de Alfabetização em 1964, onde foi utilizado o método Paulo Freire de
alfabetização de adultos.
Em 1988, o Direito à Educação passou a ser reconhecido como um direito público subjetivo e atualmente
é obrigatório e gratuito para as pessoas de 4 a 17 anos, contemplado na Constituição Federal de 1988, no
Artigo 205.
Todo cidadão tem direito à educação, considerada como um direito humano fundamental, mas apresenta
diferenças entre outros serviços que são oferecidos pelo Estado oferecer, como por exemplo a saúde, caso
o cidadão não buscar ou não usufruir, ele não é cobrado, podendo escolher se irá fazer uso ou não desse
serviço público, deixando prevalecer suas particularidades, a educação já é obrigatória. Crianças e
adolescentes não vão negociar se querem estudar, não existe a possibilidade de os menores de idade
serem dispensados da educação, é um direito obrigatório.
O ensino infantil e o fundamental no Brasil, com duração de nove anos, é um direito público e
obrigatório, os pais ou responsáveis são obrigados a realizarem as matriculas dos menores em instituições
de ensino, quando não realizadas a matricula e não cumprem essa obrigação serão classificados como
abandono intelectual no código penal, artigo 246 de dezembro 1940, onde os responsáveis poderão ser
detidos ou pagar multas. Por ser direito de todos e dever do Estado, este tem como finalidade de intervir
nas desigualdades sociais, para que nenhum cidadão fique prejudicado em busca de melhorias e que não
ocorra nenhum prejuízo ao indivíduo que busca melhorias nas condições de vida através do
conhecimento. A educação sempre assume o papel social para diminuir as desigualdades, onde exista
cidadãos que desejam igualdade de classes sociais.
Na organização e a oferta da EJA, temos a disposição vários documentos legais que norteiam a
modalidade, exemplo: Constituição Federal de 1988, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDBEN) - de acordo com a lei nº 9.394/96, as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) para EJA, a
Base Nacional Comum Curricular (BNCC), Resoluções Normativas e eventos que auxiliaram na
formulação dos princípios da modalidade.
Atualmente a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), no Artigo37 e 38, contempla a Educação de
Jovens e Adultos, com uma organização expressiva, podemos destacar: idade mínima de 15 anos para
realizar a matrícula no ensino fundamental e 18 anos para o ensino médio, abordando também o uso de
didática adequada às características dos estudantes, as condições de vida e de trabalho.
A EJA é uma modalidade de ensino vinculada ao propósito de oferecer uma formação integral aos
envolvidos em seu processo educacional, onde deverá formar cidadãos críticos e atuantes na sociedade,
exercendo seus deveres e obrigações, conhecendo e interpretando de forma coerente seus direitos, para
cobrar do Estado se a caso for negado.
O capitalismo neoliberal, faz com que a Educação de Jovens e Adultos ocupe um lugar secundário na
elaboração de políticas públicas, pela falta de uma menção exclusiva, a BNCC deixa de evidenciar as
especificidades fundamentais para o processo de ensino-aprendizagem dos estudantes.
Um exemplo, são instituições que oferecem a EJA à distância, levando ao fechamento de escolas públicas
disponibilizam a modalidade presencial.
O Encceja (Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos) é um programa
gratuito e opcional, que foi criado em 14 de agosto de 2002, pela portaria n° 2.270 do Ministério da
Educação, onde o aluno realiza a inscrição pela internet, escolhendo onde e quando quer realizar a
avaliação, após a avaliação o inscrito elimina as disciplinas por área de conhecimento conforme o número
de acertos. A portaria afirma que o Encceja é um “instrumento de avaliação para aferição de
competências e habilidades de jovens e adultos em nível do Ensino Fundamental e do Ensino Médio (Art.
2º)” (BRASIL, 2002). Pessoas com, no mínimo 15 anos, sem ensino fundamental completo e pessoas
com, no mínimo 18 anos, sem o ensino médio completo estão aptos a realização do exame, incluindo as
residentes no exterior12, as privadas de liberdade e as que cumprem medidas socioeducativas.
O programa Encceja deixa a modalidade exposta, como um mercado de diplomas e uma certificação
rápida, sem a aprendizagem, onde a classe trabalhadora tem pressa, ficando sem o conhecimento social
que deve ser valorizado. O conhecimento educacional que deveria obter na escola, passa a ser substituído
por programas de televisão ou internet, por apostilas ou cursinhos preparatórios, fragiliza-se as escolas
públicas, podemos dizer que o direito a educação foi violado devido o aluno não ter recebido uma
educação de qualidade. Os fechamentos de escolas e turmas da EJA se da pela redução de matriculas, no
abandono das aulas presenciais pelos estudantes, onde as obrigações constitucionais são afrouxadas pelos
próprios órgãos que deveriam assegurar o direito à escolarização, temos a impressão que o Estado está
expulsando os jovens e adultos da escola e incentivando a certificação.
As realidades sociais no Brasil, as desigualdades econômicas, raciais e de gêneros é muito marcante nos
estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA), onde a maioria é formada por indivíduos negros e
trabalhadores. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentam que em 2020
20,2% dos jovens de 14 a 29 anos que não concluíram a Educação Básica, dentre os quais 71,7% são
negros (pretos e pardos). Portando, a EJA, apresenta particularidades e problemáticas exclusivas, sendo
necessário atividades pedagógicas e estratégias de trabalho em todo sistema de aprendizagem.
Na percepção dos governantes a EJA não é uma modalidade com prioridades, todas as políticas públicas
educacionais são direcionadas para o ensino regular (ensino fundamental e médio), com expectativa de ter
eficiência na educação primária e não haver necessidade de preocupação com a educação de jovens e
adultos, sempre acontecem arranjos dentro da educação para atender esses estudantes. Essas situações
levam as pessoas a pensarem que a oferta da educação é um favor e não um direito que está na legislação.
Os estudantes que integram a modalidade originam-se de exclusões e de negação do direito de acesso à
educação na idade considerada regular (dos 4 aos 17 anos), portanto indivíduos muitas vezes não são a
responsáveis por não ter frequentado um espaço escolar na idade certa.
A maioria do público que busca concluir os estudos na EJA são pessoas de classes sociais mais baixas,
com problemas econômicos, por falta de emprego ou que estão trabalhando com baixos salários e
pretende melhorar sua renda familiar.
As escolas que oferecem a modalidade atendem também alunos que foram rejeitados ou reprovados em
outras unidades regular, sendo eles portadores de alguma deficiência ou por faltas não atingiram a
quantidade de presença necessária. É expressiva a quantidade de alunos com deficiência na EJA, mesmo
com os avanços em materiais didáticos e salas de recursos e tendo o direito à educação, os estudantes com
deficiência estão deixando as escolas regulares sem uma educação adequada, um fator pode ser a falta de
formação dos docentes, sendo a EJA a única alternativa para dar continuidade aos estudos.
Na EJA o aluno com deficiência permanece por sentir-se mais acolhidos, enturmados e percebem que os
professores têm preocupação com o ritmo de aprendizagem, com ajustamento das metodologias, métodos
avaliativos e nesta modalidade de ensino o espaço é mais harmonioso.
Muitas vezes se têm a ideia, reproduzida até mesmos pelos alunos, que o tempo que o estudante ficou
fora da escola foi um tempo perdido, o que não é verdade, pois quando os jovens ou adultos retornam
para sala de aula, eles trazem consigo experiencias e escolhas decisivas que enriquecem as aulas com
reflexões filosóficas e sociológicas, desafiando o repensar de sua identidade e dos colegas no espaço
escolar, potencializando o seu papel dentro da sociedade que está inserido. Assim a escola exercerá a
função além de qualificadora, também de construtora de vínculos entre os estudantes e profissionais da
instituição.
O Novo Ensino foi instituído pela Lei N°13415/2017, no Governo de Michel Temer, que alterou a LDB e
promoveu mudanças significativas na Estrutura do Ensino Médio brasileiro, com a intencionalidade de
reduzir a taxa de evasão escolar.
As mudanças que mais implicaram nas instituições de ensino foram: a ampliação da carga horaria,
destinada ao estudante, uma nova organização curricular, que comtemple a Base Comum Curricular
(BNCC) e a oferta de itinerários formativos aos estudantes.
Os itinerários formativos representam as grandes mudanças propostas pela reforma do Ensino Médio, que
se arrasta desde 2016, quando foi apresentas por Michel Temer e Mendonça Filho, ministro da Educação
à época e redução de aulas das áreas de conhecimento. Durante a elaboração do novo ensino médio não
houve menção em relação a EJA, havendo um silenciamento de que forma essas mudanças ocorreriam na
etapa ensino médio da modalidade.
O silencio só foi quebrado após três anos da institucionalização da lei N°13.415/17, com a Resolução N°
01, de 28 de maio de 2021, do Conselho Nacional de Educação, tentado preencher o vazio sobre a
reforma do ensino médio na EJA. Destacando no Artigo 12, o 3° segmento da EJA, correspondendo ao
ensino médio, que essa etapa poderá ser ofertada presencial e/ou a distância e seus currículos serão
compostos por formação geral básica e itinerários formativos, indissociavelmente. Deixando por opção
dos sistemas de ensino a organização dos formativos integrados, sendo até 960 (novecentas e sessenta)
horas destinadas à BNCC e 240(duzentas e quarenta) horas aos itinerários formativos escolhidos.

A organização curricular da EJA e os itinerários formativos no Estado de Mato


Grosso

O Estado de Mato Grosso implantou o Novo Ensino Médio na Modalidade EJA no ano de 2023, apoiando
-se na Resolução Normativa N°01/2021, do Conselho Nacional de Educação e pelo Conselho Estadual de
Educação, sob a Resolução Normativa 03/2019, afirmando que não foi necessário ampliar a carga horária
da EJA, mantendo próxima a quantidade mínima de horas obrigatória que a LDBEN estabeleceu.
No entanto os dois anos letivos do 3º segmento da EJA terá um total de 1.280 (mil, duzentos e oitenta)
horas obrigatórias, divididas em 640 (seiscentos e quarenta) horas para cada ano da etapa. A formação
geral básica ficará com 1040 (mil e quarenta) horas, com 520 (quinhentas e vinte) horas anuais, composta
por todas as disciplinas das quatro áreas de conhecimento (Ciências Humanas e suas Tecnologias 2.
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 3. Linguagens, Códigos e suas Tecnologias 4. Matemática e suas
Tecnologias) e 240(duzentas e quarenta) horas serão destinadas para os itinerários formativos, sendo 120
(cento e vinte) horas anuais, dividida entre a disciplina de projeto de vida e eletivas.
Na organização curricular da EJA, para o ano de 2023, o Estado implantou somente dois itinerários
formativos do Novo Ensino Médio, projeto de vida e eletivas, sendo obrigatório para os estudantes. O
projeto de vida é ofertado para os dois anos, já as eletivas foram distribuídas por área de conhecimento,
sendo oferecidas no primeiro ano de linguagens e ciências humanas e no segundo ano de matemática e
ciências da natureza. Tal organização possibilitou que todas as áreas de conhecimento fossem
contempladas nos dois anos do ensino médio, viabilizando ao estudante o ensino e aprendizagem de
diferentes saberes escolares.
As eletivas de matemática e linguagem vem com o objetivo de trabalhar as habilidades, no foco da
recomposição de novas aprendizagens, aperfeiçoando a leitura, escrita e as defasagens causadas pela
pandemia e pelo afastamento da escola.
Para a área de conhecimento de ciências humanas o Estado optou em apontar que os professores
atribuídos, trabalhem as eletivas com temas disponibilizados em plataforma digital pelo Instituto Politize,
indicando as seguintes temáticas: o direito e justiça, debate e negociação, informação e (des)informação,
ou jornalismo, imprensa e democracia.
Os professores atribuídos com eletivas, na área de ciências da natureza, deverão utilizar somente os temas
de inovação e sustentabilidade, ofertado através da plataforma digital do Instituto Politize.
O Estado afirma que a oferta dos itinerários formativos oferecidos pela modalidade foi assim organizada,
considerando as especificidades e a forma como é ofertado o ensino, optou-se pelas unidades curriculares
por área de conhecimento, visando as eletivas como um fortalecimento das relações entre os saberes e sua
contextualização, para a compreensão e intervenção na realidade.
Para os estudantes privados de liberdade, o segundo ano do terceiro segmento foi a referência para
trabalhar os conteúdos, o professor de matemática deverá elaborar aulas para a recomposição de
aprendizagem da disciplina retornando à conteúdo dos anos anteriores. O projeto de vida deverá ser
trabalhado com vistas à liberdade, a partir da permissa humanista, classificando que “todo ser humanos é
maior que seu erro”, mesmo não estando livre, o professor, deverá trabalhar para que o estudante pense na
sua vida estando em liberdade e traçando objetivos para o futuro.
O projeto de vida é considerado importantíssimo para o Estado, apresentado como uma importante
estratégia pedagógica, com o objetivo de promover o autoconhecimento do estudante e sua dimensão
cidadã evidenciando a relação entre a biografia e história, pois oportunizará o tempo e o espaço adequado
para que se desenvolva iniciativas pedagógicas que proporcionem momentos de reflexões e
autorreflexões sobre si, sobre a relação com outro, com a sociedade, os afetos, o trabalho e os caminhos
que percorremos, que escolhemos e os que nos escolheram.
O estado considera que alterou a estrutura e a matriz do ensino médio da EJA, mas não aconteceu
mudanças na forma de ofertar a carga horaria proficiência, que por força de lei, vai garantir todos os
benefícios dos estudantes de carga horária.

Conclusão

O déficit histórico na Educação de Jovens e Adultos enquanto modalidade da Educação Básica refere se
ao acesso, permanência, qualidade, investimentos e os programas de certificação rápida tem dificultado a
vida dos professores da modalidade.
O ensino da EJA ainda permanece marginalizado diante das políticas públicas eficiente, a Base Nacional
Comum Curricular, ao propor itinerários para o Ensino Médio que reduzam a carga horária das
disciplinas das áreas de conhecimento, flexibilizou os conteúdos instabilizando o ensino, atendendo o
mundo capitalista que vivemos, retirando o direito da formação integral do indivíduo como cidadão,
direitos esses inseridos na própria Constituição Federal de 1988.
Considerando que os estudantes da EJA provêm de um sistema excludente, o professor tem um papel
importante, trabalhando para que haja espaço para as histórias e culturas no ambiente escolar,
promovendo debates e trocas de experiencias.
O ensino de jovens e adultos não dever visto como uma recuperação do tempo perdido e tão poco ter uma
concepção de uma educação assistencialista. Os alunos precisam ser qualificando para o exercício de sua
plena cidadania, através de planejamentos de estratégias com conteúdos adequados para esse público.
O Estado de Mato Grosso proporciona um total retrocesso na concepção de educação, com a implantação
de um material pedagógico obrigatório, quando a gestão funciona como fiscais para garantirem que os
docentes cumpram a cartilha página por página. O material estruturado da EJA veio organizado por área,
sendo que a modalidade está organizada por disciplina, aí os professores tem que ficar procurando onde a
disciplina dele está inserido, todos os professores da área tem que trabalhar as mesmas páginas do livro e
terminar cada unidade no mesmo momento, porque a preocupação não é a aprendizagem do estudante,
mas em cumprir a cartilha com tempo determinado para fazer as avaliações externas, avaliações essas que
ano passado nem foram elaboradas de acordo com o livro da EJA.
No ano de 2023, ao invés de agregar valores aos salários dos professores, o Estado vai conceder bônus de
acordo com uma avaliação meritocrática. A EJA que tem toda uma filosofia diferenciada para atender os
alunos que já foram excluídos sistematicamente, sofre com o descaso e a cobrança para que se enquadre
dentro dos moldes do ensino regular, com avaliações externas para medir índices de aprendizagem e, com
a seguinte observação, as provas aplicadas são elaboradas de acordo com os livros didáticos do ensino
regular.

Referências

Cury, Carlos Roberto Jamil: O DIREITO À EDUCAÇÃO: Um campo de atuação do gestor


educacional na escola.

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2018. Disponível em:
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_vers aofinal_site.pdf.
Acesso em: 06fev. 2023.

CONSEQUÊNCIAS práticas da BNCC e da reforma do ensino médio. Revista Retratos da


Escola, Brasília, v. 12, n. 23, p. 413-425, jul/out. 2018. Disponível em:
http://retratosdaescola.emnuvens.com.br/rde/article/view/901/pdf. Acesso em: 08 fev. 2023.

https://www.youtube.com/@SeducMToficial Acesso em: 09 fev. 2023.

Guia do estudante, https://guiadoestudante.abril.com.br/atualidades/o-que-sao-os-itinerarios-normativos-


do-novo-ensino-medio

MEC Brasília, http://portal.mec.gov.br/publicacoes-para-professores/30000-uncategorised/40361-novo-


ensino-medio-duvidas

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