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A Evolução histórica da EJA no Brasil

Por
João Carlos Gomes*

A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma modalidade de ensino que visa


garantir o direito à educação básica para aqueles que não tiveram acesso ou
continuidade de estudos na idade adequada. A EJA tem uma longa história no
Brasil, marcada por avanços e retrocessos, desafios e conquistas, lutas e
resistências. Neste texto, vamos abordar alguns aspectos históricos, legais,
curriculares e pedagógicos da EJA, bem como algumas dicas para melhorar a
qualidade e a efetividade dessa modalidade de ensino.

Histórico da EJA no Brasil

A EJA no Brasil tem origem no período colonial, quando os jesuítas se dedicavam


à catequização e à alfabetização dos indígenas e dos escravos. No entanto, a
educação de adultos nessa época era assistemática, elitista e voltada para os
interesses da Igreja e da Coroa Portuguesa. Somente no século XX, com o
processo de industrialização e urbanização do país, a educação de adultos ganhou
maior relevância e visibilidade, especialmente a partir da década de 1940, quando
foram criadas as primeiras iniciativas governamentais de caráter nacional, como a
Campanha de Educação de Adolescentes e Adultos (CEAA) e o Serviço Social da
Indústria (SESI).

A década de 1960 foi um marco na história da EJA no Brasil, pois nesse período
surgiram experiências inovadoras e emancipatórias de educação popular,
inspiradas nas ideias e nas práticas de Paulo Freire, que propunha uma pedagogia
crítica, dialógica e problematizadora, que articulava a alfabetização com a
conscientização política e social dos educandos. Essas experiências, no entanto,
foram interrompidas pelo golpe militar de 1964, que instaurou uma ditadura no
país e reprimiu os movimentos sociais e educacionais. Nesse contexto, a
educação de adultos passou a ser controlada pelo Estado e orientada por uma
perspectiva tecnicista, assistencialista e compensatória, que visava à adaptação
dos indivíduos ao sistema produtivo e à ordem social vigente. Exemplos dessa
perspectiva foram o Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL) e a
Fundação Educar.

Com a redemocratização do país, a partir da década de 1980, a EJA retomou o seu


caráter de educação popular e de direito humano, e passou a ser objeto de debates
e reivindicações dos movimentos sociais, dos educadores e dos próprios
educandos, que buscavam uma educação de qualidade, pública, gratuita e
emancipadora. Nesse sentido, a Constituição Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional (LDBEN) de 1996 foram importantes conquistas
legais, pois reconheceram a EJA como uma modalidade de ensino, integrante da
educação básica, destinada aos jovens e adultos que não tiveram acesso ou
continuidade de estudos no ensino fundamental e médio. Além disso, essas leis
garantiram a gratuidade da EJA nas escolas públicas, a equivalência de
certificação com o ensino regular, a flexibilidade de organização e de metodologia,
a valorização da diversidade e da experiência dos educandos, e a articulação entre
a educação e o trabalho.

Marco legal da EJA

A EJA, como modalidade de ensino, está regulamentada por diversas normas


legais, que estabelecem os princípios, as diretrizes, as bases e as orientações para
a sua oferta, organização, funcionamento e avaliação. Entre essas normas,
destacam-se:

A Constituição Federal de 1988, que em seu artigo 208, inciso I, determina


que o dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia
de “ensino fundamental, obrigatório e gratuito, assegurada, inclusive, sua
oferta gratuita para todos os que a ele não tiveram acesso na idade própria”.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) de 1996, que em
seu artigo 37, define que a EJA será “destinada àqueles que não tiveram
acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade
própria”, e que o poder público “viabilizará e estimulará o acesso e a
permanência do trabalhador na escola, mediante ações integradas e
complementares entre si”.
O Plano Nacional de Educação (PNE) de 2014, que em sua meta 9,
estabelece que até o final da vigência do plano, deverá ser assegurada a
“elevação da escolaridade média da população de 18 (dezoito) a 29 (vinte e
nove) anos, de modo a alcançar mínimo de 12 (doze) anos de estudo no
último ano de vigência deste PNE, para as populações do campo, da região
de menor escolaridade no país e dos 25% (vinte e cinco por cento) mais
pobres, bem como a igualdade de escolaridade entre negros e não negros, e
a eliminação da diferença entre quilombolas e não quilombolas”.
As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos
(DCN-EJA) de 2000, que em seu artigo 3º, estipula que a EJA deverá
“considerar a pluralidade e a diversidade cultural, social, política, religiosa, de
gênero, de faixa geracional, de etnia, de necessidades especiais, de opções e
de valores que caracterizam os sujeitos envolvidos no processo educativo”.
As Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de Nove
Anos de 2010, que em seu artigo 14, parágrafo 1º, dispõe que “a organização
curricular da modalidade de Educação de Jovens e Adultos deverá considerar
as especificidades, os interesses e as condições de vida dos estudantes,
observadas as normas comuns e as Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Educação de Jovens e Adultos”.
As Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio de 2012, que em
seu artigo 15, parágrafo 1º, determina que “a organização curricular da
modalidade de Educação de Jovens e Adultos deverá considerar as
especificidades, os interesses e as condições de vida dos estudantes,
observadas as normas comuns e as Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Educação de Jovens e Adultos”.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) de 2017, que em seu artigo 8º,
parágrafo 1º, afirma que “a Base Nacional Comum Curricular deverá nortear
os currículos dos sistemas e redes de ensino das Unidades Federativas,
como também as propostas pedagógicas de todas as escolas públicas e
privadas de Educação Infantil, de Ensino Fundamental e de Ensino Médio, em
todo o Brasil, respeitado o disposto na legislação específica que trata da
educação escolar indígena, quilombola, do campo, das comunidades
tradicionais, da educação especial, da educação de jovens e adultos e da
educação profissional e tecnológica”.

Parâmetros curriculares da EJA

O currículo da EJA é o conjunto de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores


que são selecionados, organizados, desenvolvidos e avaliados no processo
educativo, tendo em vista os objetivos, as diretrizes e as bases da modalidade de
ensino. O currículo da EJA deve ser construído de forma participativa, democrática
e contextualizada, levando em conta as especificidades, os interesses e as
necessidades dos educandos, bem como as demandas sociais, culturais, políticas
e econômicas da sociedade.

O currículo da EJA deve ser integrado, interdisciplinar e transversal, articulando os


diferentes campos do conhecimento e as diferentes áreas de atuação humana, de
modo a promover uma formação integral, crítica e emancipadora dos educandos.
O currículo da EJA deve ser flexível, diversificado e atualizado, permitindo a
adaptação às diferentes realidades e às constantes transformações do mundo
contemporâneo.
Os pressupostos teóricos da EJA na atualidade

A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma modalidade de ensino que visa


garantir o direito à educação básica de qualidade para aqueles que não tiveram
acesso ou continuidade de estudos na idade própria. A EJA é destinada a pessoas
com 15 anos ou mais para o Ensino Fundamental e 18 anos ou mais para o Ensino
Médio, conforme estabelece a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDBEN) de 1996.

A EJA tem como desafio atender à diversidade de demandas, necessidades,


interesses e expectativas dos estudantes, considerando suas trajetórias de vida,
trabalho e aprendizagem. Para isso, é preciso que os sistemas de ensino, as
instituições e os profissionais da educação se orientem por parâmetros
curriculares que garantam a qualidade e a relevância da oferta educativa.

Nesse sentido, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC/2018) é um documento


de caráter normativo que define o conjunto de aprendizagens essenciais que todos
os estudantes devem desenvolver ao longo da Educação Básica. A BNCC
estabelece as competências gerais e as competências específicas de cada área de
conhecimento e de cada componente curricular, bem como os objetos de
conhecimento, as habilidades e as atitudes que devem ser trabalhados em cada
etapa de ensino.

A BNCC também prevê a elaboração de currículos adaptados à realidade de cada


sistema, rede e escola, respeitando as especificidades da EJA. Esses currículos
devem contemplar os conhecimentos, as habilidades e as atitudes necessários
para o exercício da cidadania, a inserção no mundo do trabalho e a continuidade
dos estudos, bem como valorizar as experiências, os saberes e as culturas dos
estudantes.

Além da BNCC, a EJA também deve se alinhar à Política Nacional de Alfabetização


(PNA), que é um conjunto de iniciativas que visam melhorar a qualidade da
alfabetização no país, com base em evidências científicas e em boas práticas
internacionais. A PNA define os princípios, os objetivos, as diretrizes, as
estratégias e as ações para a alfabetização de crianças, jovens e adultos,
considerando as especificidades de cada público.

A PNA propõe que a alfabetização seja entendida como um processo contínuo e


multidimensional, que envolve o desenvolvimento de habilidades de leitura, escrita
e matemática, bem como de competências socioemocionais, digitais e cidadãs. A
PNA também prevê a formação continuada dos professores, a avaliação periódica
dos estudantes, o uso de materiais didáticos e pedagógicos adequados, a
articulação entre os diferentes níveis e modalidades de ensino e a participação da
família e da comunidade.

Para operacionalizar a EJA, os sistemas de ensino devem seguir as Diretrizes


Operacionais para a Educação de Jovens e Adultos, que são normas que
regulamentam os aspectos relativos à organização, à oferta, à estrutura, à duração,
à idade mínima, à frequência, à certificação, à modalidade a distância e à
articulação com a educação profissional da EJA. Essas diretrizes visam garantir a
flexibilidade, a diversidade, a qualidade e a equidade da EJA, bem como a sua
integração com as políticas públicas de educação e desenvolvimento social.

Portanto, os pressupostos teóricos relacionados aos parâmetros curriculares


legais para a EJA na atualidade são fundamentais para orientar a prática
pedagógica dos professores, a gestão escolar, a elaboração de projetos político
pedagógicos, a avaliação da aprendizagem e a implementação de políticas
educacionais que promovam a educação e a aprendizagem ao longo da vida dos
jovens e adultos.
O perfil do professor com base no pensamento de Paulo Freire, Moacir Gadotti e
Rubem Alves

O professor da EJA, na atualidade, enfrenta diversos desafios para atender às


demandas, necessidades, interesses e expectativas dos estudantes, que são
sujeitos históricos, culturais e sociais, marcados por trajetórias de vida, trabalho e
aprendizagem diversas. Nesse contexto, o professor da EJA precisa assumir um
perfil que vá além da transmissão de conteúdos e da reprodução de práticas
pedagógicas tradicionais, que não levam em conta a diversidade e a
especificidade dos educandos.

Uma perspectiva pós crítica, que dialoga com as contribuições de Paulo Freire,
Moacir Gadotti e Rubem Alves, pode oferecer subsídios para a construção desse
perfil, que implica em uma concepção de educação como um processo de
emancipação, de construção de conhecimento, de valorização da cultura e de
transformação social.

Paulo Freire (1987/1992) o professor da EJA deve ser um educador comprometido


com a educação como prática da liberdade, que reconhece o educando como
sujeito de sua própria educação, que respeita seus saberes prévios, que dialoga
com sua realidade, que problematiza as questões sociais, políticas e econômicas
que afetam sua vida, que estimula sua consciência crítica e sua participação
cidadã. O professor da EJA deve ser um educador que não se limita a alfabetizar,
mas que educa para a leitura do mundo, que propõe uma pedagogia da esperança,
que acredita na capacidade de mudança dos educandos e da sociedade.

Moacir Gadotti (2005), defende que o professor da EJA deve ser um educador que
assume uma postura de educador popular, que entende a educação como um
direito humano, que valoriza a diversidade cultural, étnica, de gênero, de classe, de
idade, de sexualidade, que propõe um currículo que contemple as aprendizagens
essenciais e as especificidades da EJA, que articula a educação formal com a
educação não formal e informal, que integra a educação básica com a educação
profissional, que promove a educação e a aprendizagem ao longo da vida. O
professor da EJA deve ser um educador que se forma continuamente, que se
atualiza, que se apropria das novas tecnologias, que se envolve em redes de
cooperação e de troca de experiências.
Rubem Alves (2005), nos mostra que o professor da EJA deve ser um educador
que desperta a curiosidade, a criatividade, a imaginação, a sensibilidade, a alegria,
o prazer, o encantamento, o sonho, o desejo de aprender dos educandos, que não
se prende aos conteúdos programáticos, mas que explora as possibilidades de
aprendizagem que surgem no cotidiano, que utiliza diferentes linguagens, como a
literatura, a música, a arte, a poesia, que cria um ambiente acolhedor, afetivo,
lúdico, que resgata a autoestima, a confiança, a dignidade dos educandos. O
professor da EJA deve ser um educador que se apaixona pela educação, que se
reinventa, que se permite ser surpreendido, que se emociona, que se diverte, que
se humaniza. .

Portanto, o perfil do professor da EJA na atualidade, sob uma perspectiva pós


crítica, é o de um educador que assume um compromisso ético, político e
pedagógico com a educação de qualidade para os jovens e adultos, que reconhece
e valoriza a diversidade e a especificidade dos educandos, que propõe uma prática
educativa dialógica, problematizadora, emancipadora, transformadora, criativa,
sensível e prazerosa.
Os pressupostos teóricos processos de ensino e aprendizagem da EJA

A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma modalidade de ensino que visa


garantir o direito à educação básica de qualidade para aqueles que não tiveram
acesso ou continuidade de estudos na idade própria. A EJA é destinada a pessoas
com 15 anos ou mais para o Ensino Fundamental e 18 anos ou mais para o Ensino
Médio, conforme estabelece a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDBEN) de 1996.

A EJA tem como desafio atender à diversidade de demandas, necessidades,


interesses e expectativas dos estudantes, considerando suas trajetórias de vida,
trabalho e aprendizagem. Para isso, é preciso que os processos de ensino e
aprendizagem se orientem por pressupostos teóricos que garantam a qualidade e
a relevância da oferta educativa.

Nesse sentido, alguns pressupostos teóricos que podem subsidiar os processos


de ensino e aprendizagem na EJA são:

A concepção de educação como um processo de emancipação, de


construção de conhecimento, de valorização da cultura e de transformação
social, inspirada na pedagogia de Paulo Freire. Essa concepção implica em
reconhecer o educando como sujeito de sua própria educação, que dialoga
com sua realidade, que problematiza as questões sociais, políticas e
econômicas que afetam sua vida, que desenvolve sua consciência crítica e
sua participação cidadã. Implica também em propor uma prática educativa
dialógica, problematizadora, emancipadora, transformadora, que não se
limita a alfabetizar, mas que educa para a leitura do mundo, que respeita os
saberes prévios dos educandos, que estimula a curiosidade, a criatividade, a
imaginação, a sensibilidade, a alegria, o prazer, o encantamento, o sonho, o
desejo de aprender.
A concepção de currículo como um instrumento de mediação entre a
educação e a sociedade, que contempla as aprendizagens essenciais e as
especificidades da EJA, que articula a educação formal com a educação não
formal e informal, que integra a educação básica com a educação
profissional, que promove a educação e a aprendizagem ao longo da vida,
que valoriza a diversidade cultural, étnica, de gênero, de classe, de idade, de
sexualidade, que propõe uma avaliação formativa, que utiliza diferentes
linguagens, como a literatura, a música, a arte, a poesia, que cria um
ambiente acolhedor, afetivo, lúdico, que resgata a autoestima, a confiança, a
dignidade dos educandos. Essa concepção implica em elaborar um projeto
político pedagógico que esteja alinhado à Base Nacional Comum Curricular
(BNCC), à Política Nacional de Alfabetização (PNA), às Diretrizes
Operacionais para a Educação de Jovens e Adultos, bem como às demandas,
necessidades, interesses e expectativas dos educandos e da comunidade
escolar.
A concepção de formação docente como um processo contínuo e
multidimensional, que envolve o desenvolvimento de competências
profissionais, pessoais e sociais, que requer uma postura de educador
popular, que assume um compromisso ético, político e pedagógico com a
educação de qualidade para os jovens e adultos, que se forma
continuamente, que se atualiza, que se apropria das novas tecnologias, que
se envolve em redes de cooperação e de troca de experiências, que se forma
como investigador, que se apaixona pela educação, que se reinventa, que se
permite ser surpreendido, que se emociona, que se diverte, que se humaniza .
Essa concepção implica em buscar uma formação específica para atuar na
EJA, que leve em conta as características, as necessidades, as
potencialidades, as dificuldades, as expectativas dos educandos, que
proporcione uma reflexão crítica sobre a prática pedagógica, que favoreça
uma articulação entre a teoria e a prática, que estimule uma pesquisa-ação,
que promova uma avaliação permanente do processo de ensino e
aprendizagem.

Portanto, esses são alguns pressupostos teóricos que podem orientar os


processos de ensino e aprendizagem na EJA, de forma a garantir uma educação
de qualidade, relevante, significativa, contextualizada, diversa, equitativa, inclusiva,
cidadã e emancipadora para os jovens e adultos.

Consideração final na perspectiva pós crítica da EJA


A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma modalidade de ensino que enfrenta
diversos desafios para garantir o direito à educação básica de qualidade para
aqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos na idade própria. A
EJA é destinada a pessoas com 15 anos ou mais para o Ensino Fundamental e 18
anos ou mais para o Ensino Médio, conforme estabelece a Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional (LDBEN) de 1996 .

Para superar esses desafios, é preciso que a EJA se oriente por uma perspectiva
pós crítica, que dialoga com as contribuições de Paulo Freire, Moacir Gadotti e
Rubem Alves, entre outros autores, que propõem uma concepção de educação
como um processo de emancipação, de construção de conhecimento, de
valorização da cultura e de transformação social.

Essa perspectiva pós crítica implica em reconhecer e valorizar a diversidade e a


especificidade dos educandos, que são sujeitos históricos, culturais e sociais,
marcados por trajetórias de vida, trabalho e aprendizagem diversas. Implica
também em propor uma prática educativa dialógica, problematizadora,
emancipadora, transformadora, criativa, sensível e prazerosa, que não se limita a
alfabetizar, mas que educa para a leitura do mundo, que respeita os saberes
prévios dos educandos, que estimula a curiosidade, a criatividade, a imaginação, a
sensibilidade, a alegria, o prazer, o encantamento, o sonho, o desejo de aprender.

Desta forma a perspectiva pós crítica implica ainda em elaborar um currículo que
contemple as aprendizagens essenciais e as especificidades da EJA, que articule a
educação formal com a educação não formal e informal, que integre a educação
básica com a educação profissional, que promova a educação e a aprendizagem
ao longo da vida, que valorize a diversidade cultural, étnica, de gênero, de classe,
de idade, de sexualidade, que propõe uma avaliação formativa, que utilize
diferentes linguagens, como a literatura, a música, a arte, a poesia, que cria um
ambiente acolhedor, afetivo, lúdico, que resgata a autoestima, a confiança, a
dignidade dos educandos.

Essa perspectiva implica também em buscar uma formação docente específica


para atuar na EJA, que leve em conta as características, as necessidades, as
potencialidades, as dificuldades, as expectativas dos educandos, que proporcione
uma reflexão crítica sobre a prática pedagógica, que favoreça uma articulação
entre a teoria e a prática, que estimule uma pesquisa-ação, que promova uma
avaliação permanente do processo de ensino e aprendizagem, que assuma um
compromisso ético, político e pedagógico com a educação de qualidade para os
jovens e adultos.

Portanto, a perspectiva pós crítica da EJA é uma forma de compreender e de


realizar a educação de jovens e adultos que visa garantir uma educação de
qualidade, relevante, significativa, contextualizada, diversa, equitativa, inclusiva,
cidadã e emancipadora para os educandos, que reconhece e valoriza suas
trajetórias de vida, trabalho e aprendizagem, que propõe uma prática educativa
dialógica, problematizadora, emancipadora, transformadora, criativa, sensível e
prazerosa, que se orienta por uma concepção de educação como um processo de
emancipação, de construção de conhecimento, de valorização da cultura e de
transformação social.

Referencias:

ALVES, R. A alegria de ensinar. 9. ed. Campinas: Papirus,


2005.

BRASIL. Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o


Plano Nacional de Educação (PNE) e dá outras providências. Brasília: Diário
Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, 26 jun. 2014.

BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece


as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial [da] República
Federativa do Brasil, Brasília, DF, 23 dez. 1996. Seção 1, p. 27833-27841.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum


Curricular. Brasília: MEC, 2018.

FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro:


Paz e Terra, 1987.

FREIRE, P. Pedagogia da esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido.


Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.

GADOTTI, M. Educação de jovens e adultos: teoria, prática e


proposta. São Paulo: Cortez, 2005.

ATVIDADE DE ESTUDO E PESQUISA

Procure realizar uma pesquisa voltada para os seguintes temas na EJA:


1) a educação como emancipação;
2) currículo como mediação;
3) formação docente como processo contínuo;
4) Pressupostos de ensino e aprendizagem;

Você terá realizar uma pesquisa usando das redes sociais na internet, utilizando
fontes confiáveis e atualizadas, para organizar uma apresentação para próxima
aula dia 30/11/2023, com tema, introdução, desenvolvimento, considerações finais
e referências bibliográficas, para apresentação em sala de aula.
Vamos explica cada etapa como você deve realizar sua atividade.

Pesquisa usando das redes sociais na internet: você deve buscar


informações nas redes sociais, usando inclusive dos recursos disponíveis de
busca como chatGPT e outros que julgar necessário. Lembrando que as
redes sociais possui os benefícios e os riscos desse uso, mas não podemos
ignorar as tendências e os desafios apresentado pelas redes sociais, entre
outros aspectos relevantes para o tema.
Fontes confiáveis e atualizadas: você deve usar analisar se as fontes das
informações pesquisadas tem credibilidade, autoridade e qualidade, como
sites de instituições reconhecidas, artigos científicos, livros, revistas, jornais,
que for apresentado nos resultados. Você também deve verificar as fontes,
preferindo aquelas que reflitam a situação atual do tema.
Apresentação com tema, introdução, desenvolvimento, considerações finais
e referências bibliográficas: você deve estruturar sua apresentação seguindo
esses elementos, que são:
Tema: é o assunto geral da sua apresentação, que deve ser definido de
forma clara e objetiva. Por exemplo, o tema pode ser “O uso das redes
sociais na internet”.

Introdução: é a parte inicial da sua apresentação, que deve conter o


tema, o problema, a hipótese, os objetivos e a justificativa da sua
pesquisa. A introdução deve despertar o interesse do público e
apresentar a ideia principal da sua apresentação.

Desenvolvimento: é a parte principal da sua apresentação, que deve


conter a fundamentação teórica, a metodologia, a análise e a discussão
dos dados da sua pesquisa. O desenvolvimento deve apresentar os
argumentos encontrados, as evidências e as informações que
sustentam a sua ideia principal.
Considerações finais: é a parte final da sua apresentação, que deve
conter a síntese, a considerações, as limitações e as sugestões da sua
pesquisa. As considerações finais devem retomar a ideia principal,
responder ao problema, confirmar ou refutar a hipótese, avaliar os
objetivos e destacar as contribuições da sua pesquisa.

Referências bibliográficas: é a parte que deve conter a lista das fontes


que você identificou na sua pesquisa, seguindo as normas da ABNT ou
de outra instituição. As referências bibliográficas devem permitir que o
público identifique e localize as fontes que você citou na sua
apresentação.

Apresentação será na aula dia 30/11/2023: você deve preparar sua


apresentação para ser realizada na data indicada, seguindo as
orientações. Você deve usar recursos visuais, como slides, gráficos,
imagens, vídeos, para tornar sua apresentação mais atrativa e didática.
Você também deve cuidar da linguagem, da postura, da voz, do tempo
(20 minutos) para transmitir sua mensagem com clareza e confiança.

* João Carlos Gomes - É docente e pesquisador da Universidade Federal de


Rondônia - Departamento de Ciências Humanas e Socais - Campus de Ji-Paraná.

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