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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ


CAMPUS SENADOR HELVÍDIO NUNES DE BARROS
Chefia do Curso de História

PLANO DE ENSINO

1 – IDENTIFICAÇÃO
Curso: Licenciatura em História Bloco: VII
Disciplina: História do Brasil República III
Carga Horária: 60 horas Créditos: 4.0.0 Período Letivo: 2018.1
Professor: Dr. Fábio Leonardo Castelo Branco Brito

2. EMENTA
O Brasil pós 1954. O estado nacional desenvolvimentista. O Brasil dos anos 60, sociedade, cultura e
contra cultura. O regime militar e a resistência sócio-cultural. A sociedade brasileira no contexto
político internacional.

3. OBJETIVO GERAL
Compreender a construção de uma historicidade para o Brasil dito contemporâneo, a partir de uma
série de questões de ordem estética, política e ideológica.

4. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Pensar as versões e controvérsias em torno do fim do período democrático e a ditadura civil-
militar;
• Analisar os aspectos sociais do Brasil durante o período estudado;
• Discutir a produção de subjetividades por parte de iniciativas culturais.

5. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Unidade I – O sequestro Partindo do amplo debate que, nos últimos anos, tem se travado em
da história: versões e torno do significado da contemporaneidade brasileira, a primeira
controvérsias sobre 1964 e a unidade da disciplina se destinará a pensar as diferentes concepções
ditadura civil-militar. historiográficas em torno do período que medeia as décadas de 1960
a 1980. As percepções do golpe civil-militar de 1964, as guerras de
memória e a participação da sociedade civil aparecerão como
elementos para tentar responder a problemas tais como: Tratou-se o
golpe de uma atitude prioritariamente militar ou também civil? Quais
os desdobramentos desse acontecimento em diversos setores da
sociedade? Como a produção de regimes de verdade seria afetada por
ele?

Textos básicos:

FICO, Carlos. Ditadura militar brasileira: aproximações teóricas e


historiográficas. Revista Tempo e Argumento, Florianópolis, v. 09, n.
20, p. 05-74, jan./abr. 2017.
DELGADO, Lucília de Almeida Neves. O Governo João Goulart e o
golpe de 1964: memória, história e historiografia. Tempo: Revista do
_________________________________________________________________
Campus Universitáá rio “Senádor Helvíádio Nunes de Bárros”
Ruá Cíácero Duárte, 905 – Báirro Junco – 64.600-000 – Picos – Piáuíá - Brásil
Fone/ Fáx (89) 3422-2058
CNPJ 06.517.387/0001-34
Departamento de História da UFF, Rio de Janeiro, v. 28, 123-144,
2010.
FERREIRA, Jorge; GOMES, Angela de Castro. O longo março de
1964. In: ______. 1964: O golpe que derrubou um presidente, pôs
fim ao regime democrático e instituiu a ditadura no Brasil. Rio de
Janeiro: Civilização Brasileira, 2014.
NAPOLITANO, Marcos. Utopia e agonia do governo Jango. In:
______. 1964: História do Regime Militar Brasileiro. São Paulo:
Contexto, 2014.
BORGES, Nilson. A Doutrina de Segurança Nacional e os governos
militares. In: FERREIRA, Jorge; DELGADO, Lucília de Almeida
Neves (Org.). O Brasil republicano. v. 4. O tempo da ditadura:
regime militar e movimentos sociais em fins do século XX. Rio de
Janeiro: Civilização Brasileira, 2007. p. 12-42.
REIS FILHO, Daniel Aarão. Um passado imprevisível: a construção
da memória da esquerda nos anos 60. In: REIS FILHO, Daniel Aarão
(Org.). Versões e ficções: o sequestro da história. São Paulo:
Fundação Perseu Abramo, 1997. p. 31-45.
MONTENEGRO, Antonio Torres. Cabra Marcado Para Morrer: entre
a memória e a história. In: SOARES, Mariza de Carvalho;
FERREIRA, Jorge (Org.). A História vai ao Cinema. Rio de Janeiro:
Record, 2001. p. 179-192.
ALMEIDA, Maria Hermínia Tavares de; WEIS, Luiz. Carro zero e
pau-de-arara: o cotidiano de oposição da classe média ao regime
militar. In: SCHWARCZ, Lilia Moritz (Org.). História da vida
privada no Brasil. v. 4. Contrastes da intimidade contemporânea. São
Paulo: Companhia das Letras, 1998. p. 319-409.

Filme:

O QUE É ISSO, COMPANHEIRO? Direção: Bruno Barreto. Brasil,


1997. 110 min. son. color.
CABRA MARCADO PARA MORRER. Direção: Eduardo Coutinho.
Brasil, 1984. 119 min. son. color.
Unidade II – Corpos, A segunda unidade será destinada a uma discussão sobre diferentes
espaços e lutas: aspectos dimensões da vida cotidiana brasileira entre os anos 1960 e 1980,
sociais do Brasil entre os especialmente ligadas a dimensões tais como as políticas de
anos 1960 e 1980. integração nacional, as relações entre a Igreja Católica e a ditadura
civil-militar, as universidades, a relação entre futebol e política, a
imprensa e a censura e as questões relativas ao corpo e às relações de
gênero, tanto a partir de experiências de mulheres na luta pela Anistia
quanto a produção de um importante periódico do movimento
homossexual.

ANDRADE, Marciano Vieira de. O “orgulho de ser”: identidade,


política e gênero no Lampião da Esquina (1978-1981). 2015. 183 f.
Dissertação (Mestrado em História do Brasil) – Centro de Ciências
Humanas e Letras, Universidade Federal do Piauí, Teresina.
DUARTE, Ana Rita Fonteles. Memórias em disputa e jogos de
gênero: O Movimento Feminino Pela Anistia no Ceará (1976-1979).
2009. 232 f. Tese (Doutorado em História Cultural) – Centro de
Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Santa
Catarina, Florianópolis.
CARVALHO, Maria do Amparo Alves de. História e repressão:
fragmentos de uma memória oculta em meio às tensões entre a Igreja
Católica e o regime militar em Teresina. 2006. 229 f. Dissertação
(Mestrado em História do Brasil) – Centro de Ciências Humanas e
Letras, Universidade Federal do Piauí, Teresina.
CAVALCANTE JÚNIOR, Idelmar Gomes. 1968 em disputa: o ano
que inventou o movimento estudantil brasileiro. Parnaíba: Sieart,
2014.
GUTERMAN, Marcos. O Futebol Explica o Brasil: o Caso da Copa
de 70. 2006. 140 f. Dissertação (Mestrado em História) –
Departamento de História, Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo, São Paulo.
KUSHNIR, Beatriz. Cães de guarda: jornalistas e censores, do AI-5 à
Constituição de 1988. São Paulo: Boitempo, 2012.
MOTTA, Rodrigo Patto Sá. As universidades e o regime militar:
cultura política brasileira e modernização autoritária. Rio de Janeiro:
Zahar, 2014.
MOURA, José Elierson de Sousa. A pobreza em disputa: ditadura,
políticas de integração nacional e o combate ao perigo da “subversão”
em Picos-PI (1968-1976). 2017. 235 f. Dissertação (Mestrado em
História do Brasil) – Centro de Ciências Humanas e Letras,
Universidade Federal do Piauí, Teresina.
PORFÍRIO, Pablo Francisco de Andrade. Francisco Julião em luta
com seu mito: Golpe de Estado, exílio e redemocratização do Brasil.
Jundiaí: Paco Editorial, 2016.
Tendo em vista as discussões travadas na primeira unidade, o
segundo momento da disciplina será dedicado a um deslocamento do
olhar macropolítico para o micropolítico, na medida em que diversas
questões – fortemente naturalizadas, inclusive pelos movimentos
sociais de esquerda – tais como as práticas e ideologias
revolucionárias, passarão por um processo de discussão
problemática. As micrologias do cotidiano se destacarão na
diversidade de produções artísticas que passeavam da chamada arte
engajada aos posicionamentos de vanguarda, chegado à invenção
discursiva do dito movimento tropicalista. Nesse sentido, dois
Unidade III – Entre o conceitos – o de corpo-militante-partidário e o de corpo-
corpo-militar-partidário e transbunde-libertário – serão operacionalizados como instrumentos
o corpo-transbunde- teóricos para pensar os agenciamentos coletivos que envolviam a
libertário: cultura, sociedade civil, a chamada classe média e mesmo o movimento
vanguardas, juventude e estudantil brasileiro.
oposição no Brasil.
Textos básicos:

HOLLANDA, Heloísa Buarque de. Impressões de viagem: CPC,


vanguarda e desbunde (1960/70). Rio de Janeiro: Aeroplano, 2004.
CASTELO BRANCO, Edwar de Alencar. Todos os dias de
Paupéria: Torquato Neto e a invenção da Tropicália. São Paulo:
Annablume, 2005.
BRITO, Fábio Leonardo Castelo Branco. Torquato Neto e seus
contemporâneos: vivências juvenis, experimentalismos e guerrilha
semântica. Curitiba: Prismas, 2016.
6. PROCEDIMENTOS DE ENSINO E APRENDIZAGEM
 Aulas expositivas e dialogadas;
 Realização de mesas-redondas;
 Exibição de filmes e músicas;
 Produção de texto.

7. SISTEMÁTICA DE AVALIAÇÃO
A avaliação da disciplina se dará em caráter formativo, visando a mais ampla contemplação das
competências e habilidades adquiridas pelos alunos. Em termos formais, está se dará sob a forma de
03 (três) etapas:

 Avaliação escrita, com consulta, realizada em casa, a partir dos textos da Unidade I.
 Seminários relativos aos textos da Unidade II.
 Avaliação escrita, com consulta, realizada em classe, a partir do textos da Unidade III.

Cada avaliação parcial vale de zero (0,0) a dez (10,0). A média aritmética das três notas produz a
nota final. Será aprovado o aluno que obtiver no mínimo sete (7,0) como média final e 75% de
frequência conforme as normas da Universidade Federal do Piauí (Resolução nº 043/95 – CEPEX).
Na avaliação também serão considerados aspectos qualitativos como assiduidade, realização das
atividades e participação nas discussões propostas.

8. BIBLIOGRAFIA
Bibliografia básica:

FERREIRA, Jorge; DELGADO, Lucília de Almeida Neves (Org.). O Brasil republicano. v. 3. O


tempo da experiência democrática. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.
FERREIRA, Jorge; DELGADO, Lucília de Almeida Neves (Org.). O Brasil republicano. v. 4. O
tempo da Ditadura. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.
FIGUEIREDO, Angelina. Democracia ou reformas? Alternativas democráticas à crise política:
1961-1964. São Paulo: Paz e Terra, 1993.
GASPARI, Elio. Coleção Ditadura. São Paulo: Cia das Letras, 2004.
KUCINSKI, Bernardo. O fim da ditadura militar. São Paulo: Contexto, 2001.
REIS, Daniel Aarão. Ditadura militar: esquerdas e sociedades. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2000.
SCHWARCZ, Lilia Mortiz (Org.) História da vida privada no Brasil. v. 4. Contrastes da intimidade
contemporânea. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.
SKIDMORE, Thomas. De Castelo a Tancredo (1964-1985). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1991.
VIZENTINI, Paulo Fagundes. Relações internacionais do Brasil. De Vargas a Lula. Editora
Fundação Perseu Abramo. 2003.

Bibliografia complementar:

ANDRADE, Marciano Vieira de. O “orgulho de ser”: identidade, política e gênero no Lampião da
Esquina (1978-1981). 2015. 183 f. Dissertação (Mestrado em História do Brasil) – Centro de
Ciências Humanas e Letras, Universidade Federal do Piauí, Teresina.
BRITO, Fábio Leonardo Castelo Branco. Torquato Neto e seus contemporâneos: vivências juvenis,
experimentalismos e guerrilha semântica. Curitiba: Prismas, 2016.
CARVALHO, Maria do Amparo Alves de. História e repressão: fragmentos de uma memória oculta
em meio às tensões entre a Igreja Católica e o regime militar em Teresina. 2006. 229 f. Dissertação
(Mestrado em História do Brasil) – Centro de Ciências Humanas e Letras, Universidade Federal do
Piauí, Teresina.
CASTELO BRANCO, Edwar de Alencar. Todos os dias de Paupéria: Torquato Neto e a invenção
da Tropicália. São Paulo: Annablume, 2005.
CAVALCANTE JÚNIOR, Idelmar Gomes. 1968 em disputa: o ano que inventou o movimento
estudantil brasileiro. Parnaíba: Sieart, 2014.
DELGADO, Lucília de Almeida Neves. O Governo João Goulart e o golpe de 1964: memória,
história e historiografia. Tempo: Revista do Departamento de História da UFF, Rio de Janeiro, v. 28,
123-144, 2010.
DUARTE, Ana Rita Fonteles. Memórias em disputa e jogos de gênero: O Movimento Feminino Pela
Anistia no Ceará (1976-1979). 2009. 232 f. Tese (Doutorado em História Cultural) – Centro de
Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.
FERREIRA, Jorge; GOMES, Angela de Castro. 1964: O golpe que derrubou um presidente, pôs fim
ao regime democrático e instituiu a ditadura no Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2014.
FICO, Carlos. Ditadura militar brasileira: aproximações teóricas e historiográficas. Revista Tempo e
Argumento, Florianópolis, v. 09, n. 20, p. 05-74, jan./abr. 2017.
GUTERMAN, Marcos. O Futebol Explica o Brasil: o Caso da Copa de 70. 2006. 140 f. Dissertação
(Mestrado em História) – Departamento de História, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo,
São Paulo.
HOLLANDA, Heloísa Buarque de. Impressões de viagem: CPC, vanguarda e desbunde (1960/70).
Rio de Janeiro: Aeroplano, 2004.
KUSHNIR, Beatriz. Cães de guarda: jornalistas e censores, do AI-5 à Constituição de 1988. São
Paulo: Boitempo, 2012.
MOTTA, Rodrigo Patto Sá. As universidades e o regime militar: cultura política brasileira e
modernização autoritária. Rio de Janeiro: Zahar, 2014.
MOURA, José Elierson de Sousa. A pobreza em disputa: ditadura, políticas de integração nacional e
o combate ao perigo da “subversão” em Picos-PI (1968-1976). 2017. 235 f. Dissertação (Mestrado
em História do Brasil) – Centro de Ciências Humanas e Letras, Universidade Federal do Piauí,
Teresina.
NAPOLITANO, Marcos. 1964: História do Regime Militar Brasileiro. São Paulo: Contexto, 2014.
PORFÍRIO, Pablo Francisco de Andrade. Francisco Julião em luta com seu mito: Golpe de Estado,
exílio e redemocratização do Brasil. Jundiaí: Paco Editorial, 2016.
REIS FILHO, Daniel Aarão (Org.). Versões e ficções: o sequestro da história. São Paulo: Fundação
Perseu Abramo, 1997. p. 31-45.
SOARES, Mariza de Carvalho; FERREIRA, Jorge (Org.). A História vai ao Cinema. Rio de Janeiro:
Record, 2001.

SUBMISSÃO AO COLEGIADO DO CURSO

Data de envio: _____/_____/_____ Data de aprovação: _____/_____/_____

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Assinatura do Professor Assinatura do Coordenador

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