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Leopold Von Rake

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Sobre o caráter
da ciência
histórica
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 Franz Leopold von Ranke nasceu, em 21 de dezembro de 1795,


em Wiehe (atual Unstrut), na Turíngia, e morreu em 23 de maio
de 1886 em Berlim. Casou-se em 1843 com Helena Clarissa
Graves (1808-1871) quando contava 48 anos e já era renomado
historiador.

 Manteve por toda a vida suas convicções religiosas em meio a


uma família de pastores luteranos e nutrindo desde a infância
grande afeição pelo estudo das letras clássicas.
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 Depois de muitos estudos e várias visitas a arquivos, redigiu sua


primeira obra, publicada em 1825, História dos povos latinos e
germânicos de 1494 a 1514, na qual demonstrou sua capacidade
de investigação histórica, usando uma variedade de fontes que
incluíam memórias, diários, cartas pessoais e formais, documentos
governamentais e diplomáticos, testemunhos oculares.

 Entre 1834 e 1836, Ranke redigiu seu História dos papas, sua
Igreja e Estado no século XVI e XVII. A despeito de o Vaticano ter
proibido Ranke de consultar seus arquivos em Roma, ele se valeu
das correspondências diplomáticas privadas feitas entre Veneza e
o papado para seu trabalho
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 Esses breves apontamentos biográficos talvez não façam


justiça àquele que, para muitos, é considerado o maior
historiador do século XIX. Leopold von Ranke foi consagrado
em vida como um dos fundadores da ciência histórica moderna.

 Lamentável é ver que ainda hoje paira uma incompreensão a


respeito de sua obra — já várias vezes refutada —, onde se
demonstra que Ranke não era nem nunca foi um historiador
positivista.
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 Ranke valorizava, ao mesmo tempo, a dimensão científica da


história e a narrativa do historiador.

 Para Ranke, um historiador precisa de três qualidades cardeais:


bom senso, coragem e honestidade.

 Rejeitava “toda sorte de positivismo que reivindicasse o


estabelecimento dos fatos como a tarefa essencial do trabalho
do historiador”.
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 “A história distingue-se de todas as outras ciências por ser também


uma arte. A história é uma ciência ao coletar, buscar, investigar; ela
é uma arte porque recria e retrata aquilo que encontrou e
reconheceu. Outras ciências satisfazem-se simplesmente
registrando o que foi encontrado; a história requer a habilidade
para recriar.”

 Como ciência, a história é parecida com a filosofia; e como arte,


com a poesia. A diferença é que, de acordo com suas naturezas,
filosofia e poesia lidam com o reino do ideal, enquanto a história
deve ater-se à realidade.”
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 “A história distingue-se da poesia e da filosofia não em


consideração a sua capacidade, mas pelo objeto abordado, que
lhe impõe condições e a sujeita à empiria. A história traz ambas
juntas em um terceiro elemento peculiar somente para si. Ela
não é nem uma nem outra, porém exige uma união das forças
intelectuais ativas em ambas, poesia e filosofia, sob a condição
de que estas últimas sejam dirigidas através de sua relação
com o ideal em direção ao real.”

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