Você está na página 1de 4

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

CENTRO DE ENSINO E PESQUISA APLICADA À EDUCAÇÃO

Disciplina: História
Professor: Luiz Felipe Cezar Mundim
Turma: 9º ano do Ensino Fundamental

PROPOSTA DE ATIVIDADE COLETIVA

Como se faz Cinema: Funções e equipe


Adaptado da publicação de Filipe Salles de 2008: http://www.mnemocine.com.br/index.php/cinema-categoria/28-tecnica/154-
fazercinema1 e de trechos do livro do festival “O primeiro filme”: http://www.primeirofilme.com.br/site/o-livro/introducao/

O Cinema é, antes de tudo, uma arte coletiva. Não se faz cinema sozinho. Para todos aqueles que
gostam de lidar com imagens, mas preferem o trabalho solitário, podem escolher à vontade outras artes, que
sem dúvida não deixarão de suprir necessidades similares.
Temos a fotografia, a pintura, a escultura, o design e até a literatura, se considerarmos que as
palavras geram imagens em nossa mente (e a imensa maioria dos filmes é adaptada de originais literários).
Mas, uma vez escolhida atividade cinematográfica, é fundamental ter em mente que iremos trabalhar com
muitas pessoas e que não podemos nos prender a rotinas ordinárias do dia-a-dia.
Para tanto, embora possa parecer óbvio, é sempre bom lembrar que, para se fazer cinema, é preciso
estar imbuído da vontade de fazer cinema. Isso deve ser dito porque, como o fascínio e o poder que as
imagens do cinema geram nos espectadores é muito grande, não pensamos que assistir cinema é muito
diferente de fazer cinema. Muitas vezes somos impelidos a querer mostrar nossa própria concepção da vida
ou de um aspecto dela através do cinema, sem nos darmos conta, conscientemente, que este é um processo
complexo, que exige não apenas um domínio técnico, mas também – e principalmente – paciência,
perseverança, responsabilidade, respeito e, acima de tudo, humildade.
Cada um deve, dentro da função que escolheu, exercê-la da melhor maneira possível, independente
do que os outros, de mesma ou de outra função, possam estar desempenhando numa determinada produção.
Pois é um erro pensar que a culpa é sempre de algum contexto externo, da produção, do roteiro, do diretor,
do bispo, da morte da bezerra. Imprevistos sempre haverá, e faz parte deste pacote considerar alternativas em
caso de impossibilidades de realização. Cada um é responsável pelo filme tanto quanto o outro, e é
justamente por isso que é bom lembrar a razão pela qual escolhemos fazer cinema. É desta razão que
devemos estar cientes e nos auto-referir a cada produção, para que, nas mais complicadas, não percamos de
vista nosso objetivo principal e nem a qualidade de nosso trabalho. Quando essa razão é esquecida, corre-se
o sério risco de ter a qualidade do trabalho igualmente esquecida na primeira frustração profissional.
Em outras palavras, o bom andamento de um filme depende menos do preparo técnico de sua equipe
do que da boa vontade de todos em fazer o melhor. E é preciso dizer: o cinema exerce sobre as pessoas um
fascínio tão grande que por vezes acreditamos que se trata de um mundo mágico. Nada mais falso, do ponto
de vista de quem está do lado de trás das câmeras. E por isso, não custa lembrar que essa boa vontade não
parte de uma entidade abstrata e indiscernível que paira no ar, parte da responsabilidade individual de cada
um. Isso fará do coletivo uma boa equipe.
2

A Divisão da Equipe

Uma produção cinematográfica, como já mencionamos, é necessariamente coletiva, e, portanto, as


tarefas devem estar muito claras e os objetivos muito bem definidos. Mas que tarefas são estas? Existem,
claro, inúmeras funções no cinema, cada uma delas responsável por uma determinada faixa de atuação, uma
necessidade frente a um contexto específico – o filme – e que variam em certa medida de acordo com o
caráter da produção. Entretanto, há certas funções que são básicas, e que sem a qual não se faz cinema, pois
são de necessidade primordial. São elas:

1) Roteiro
2) Direção (ou concepção fílmica)
3) Produção
4) Fotografia
5) Som
6) Montagem e Finalização

1. ROTEIRO – é a turma que desenvolve a história em sua forma cinematográfica. No cinema as


colaborações são muito mais comuns que na literatura. Alguém tem uma ideia para um filme e conversa com
outra pessoa sobre essa ideia. Eles podem escrever juntos a primeira versão do roteiro. Ou combinar
qualquer outra forma de trabalho coletivo, envolvendo mais pessoas. O roteiro, quando concluído, é o
documento que permite a toda a equipe saber que filme será realizado. A história, escrita por uma, duas, três,
ou até mais pessoas, agora está disponível para todos na forma de um guia preciso, que conta o que acontece,
o que os personagens falam e em que ordem o filme será montado.

2. PRODUÇÃO – é a turma encarregada de tocar todos os processos que transformarão o roteiro em filme.
De certa forma, a direção também faz parte da produção, mas vamos mantê-la separada, por razões que logo
ficarão claras. Produzir um filme envolve:
- analisar o roteiro, pensando nos recursos necessários para filmar cada cena;
- reunir esses recursos. No cinema profissional, é juntar dinheiro suficiente para cobrir um orçamento
elaborado depois da análise do roteiro. No seu primeiro filme, talvez o dinheiro possa ser substituído por
outras coisas;
- formar a equipe e o elenco (atores e atrizes). No caso do documentário, viabilizar que as entrevistas possam
ocorrer, contatando os entrevistados e agendando filmagem;
- usar os recursos sabiamente, de modo que o filme seja concluído num prazo razoável;
- supervisionar todas as etapas de realização, o que inclui verificar se cada membro da equipe está
desempenhando sua função corretamente (cobrar da equipe de roteiro e de montagem o cumprimento do
prazo);
- quando o filme estiver pronto, trabalhar para que ele seja visto pelo maior número possível de pessoas.

3. DIREÇÃO – é a turma encarregada de tornar o filme bom. Ou ótimo. Ou excepcional. Uma obra de arte!
A produção cria a possibilidade de o filme existir; a direção tem a tarefa de fazer aquela mágica, aquele
encantamento, de modo que o filme provoque risos, ou lágrimas, ou que pelo menos seja acompanhado com
interesse até o fim. Sem direção, um filme não tem alma, é só um corpo que anda sem razão. A grande
esperança da produção é que a direção saiba aproveitar com talento todo o imenso esforço realizado para
reunir todos os recursos materiais, e manter a equipe funcionando. A direção coordena o set e responde a
3

todas as perguntas sobre o filme. Ela decide onde deve ficar a câmera em cada enquadramento e quanto
tempo o plano deve durar.
Na ficção, a direção ensaia os atores e é corresponsável pela qualidade de suas interpretações. Conversa com
toda a equipe e supervisiona todos os detalhes da fotografia, dos cenários, dos figurinos, da maquiagem e,
mais tarde, da montagem do filme.
No documentário, a direção é a equipe responsável por: selecionar os entrevistados; as perguntas a serem
feitas (pauta); estabelecer lugares e objetos para filmagem das imagens que servirão de apoio; na ausência de
uma equipe de arte, pensar com o pessoal da montagem a concepção gráfica do filme (letreiros inicias, e
finais, cartelas com os nomes dos entrevistados, e animações se houverem); além de direcionar o set de
filmagem (posição de câmera, movimentos, fazer as perguntas aos entrevistados, etc).

4. FOTOGRAFIA – A equipe de fotografia é a responsável pela imagem do filme. O resultado estético do


filme no que diz respeito à imagem captada e projetada é de concepção, criação e realização dela. Ela deve
participar das reuniões de pré-produção com a direção e produção, afim de que as diretrizes estéticas sejam
estabelecidas e ela então possa designar os melhores equipamentos para que o resultado seja condizente com
a proposta do filme. O fotógrafo é o responsável por todo o design da luz do filme, ou seja, ele concebe as
características estéticas dos tipos de iluminação para cada plano, bem como eventuais efeitos de filtragem na
luz (gelatinas nos refletores ou filtros na câmera), para obter colorações específicas na luz ou mesmo
balanceá-las; considera as relações de contraste da luz e do filme e escolhe qual a exposição correta para
cada plano filmado.
A equipe de fotografia, por seu papel de máxima importância, deve estar sempre atenta e interessada, ter
afinidades entre si e com os demais membros da equipe de filmagem, pois todos os problemas da produção
passam, em maior ou menor grau, para a tela se não forem bem administrados.

5. SOM – O som no produto final, no filme terminado, é uma das últimas etapas a ser finalizada. Inclui a
produção e/ou gravação de trilha sonora (seleção de músicas pré-existentes ou gravação de uma ou mais
músicas feitas para o filme), inclusão de ruídos específicos (batidas, vozes, sons da natureza, etc), e
mixagem.
Considerando uma produção com som direto, a equipe de som deverá escolher os melhores tipos de
microfones para o filme, a melhor maneira de gravar, sabe que ambientes precisam de tratamento acústico,
ouve reverberações incômodas e procura saná-las, conhece os melhores equipamentos e sabe designar qual é
o mais apropriado para cada produção.

6. MONTAGEM E FINALIZAÇÃO – Entende-se por montagem ou edição a ordenação dos planos


filmados de tal maneira que formem um contínuo de ações que geram sentido de acordo com o roteiro. É
como se um escritor pensasse previamente em todas as palavras que fosse escrever, e só depois de selecioná-
las é que as colocaria em ordem para fazer sentido. É uma comparação exagerada, pois um escritor lida com
milhares de palavras, e os cineastas lidam com algumas dúzias (ou centenas, no caso de um longa) de planos,
um número muito menor de elementos. Mas a importância da montagem fica bastante clara através deste
exemplo, pois o filme não está pronto sem este arremate importantíssimo, a ordenação dos elementos
selecionados.
Neste quesito, seu trabalho não é apenas colocar em ordem, mas também imprimir ritmo e harmonia nos
cortes de cada plano, de tal maneira que as mudanças de um plano para outro fiquem tão naturais que passem
despercebidas.
PROPOSTA
4

- Produzir dois filmes em conjunto com o outro nono ano, e exibi-los até no máximo o último dia letivo de
2016.

- Os filmes não precisam ter distinção prévia de gênero, porém, devem ter a duração de no máximo 10
minutos;

- Em cada filme, deverão ser organizados seis grupos que correspondam às funções da produção
cinematográfica conforme descrito acima;

- A atividade deverá ser feita em conjunto com o outro nono ano, o que significa que cada equipe deverá ter,
no máximo, 5 pessoas de cada turma. Por exemplo, a equipe de direção do nono A deverá ter até 5
integrantes, para que mais 5 colegas do nono B possam participar na mesma equipe.

CRONOGRAMA

- Roteiro (no caso de documentário a proposta detalhada): entregar e apresentar à equipe de produção até no
máximo dia 9 de dezembro;

- Produção e filmagem: finalizar até no máximo dia 16 de dezembro;

- Montagem: finalizar até no máximo dia 21;

- Exibição: dias 22 e 23 impreterivelmente.

TEMAS PROPOSTOS

1. As relações sociais de trabalho no mundo atual.


O filme deve se propor a elaborar uma história ou uma narrativa em documentário abordando questões como
o trabalho terceirizado, o trabalho doméstico, o trabalho informal, as relações entre patrões e empregados nas
empresas (pequenas ou grandes), e a realidade de vida desses sujeitos, sejam eles trabalhadores ou patrões.
Poderão ser abordados os diversos assuntos que atravessam esse tema, tais como todas as políticas e direitos
relacionados ao trabalho, a luta por sua melhoria ou pela manutenção deles.

2. A educação no Brasil e em Goiás


O filme deve buscar construir ou apontar para um panorama breve da educação no Brasil atual, seja pela
ficção como pano de fundo ou pelo documentário com as diversas estratégias que lhe cabem (entrevistas,
narrativa em off, gráficos, etc). Poderão ser abordados os diversos assuntos que cruzam esse tema, como as
propostas de Reforma do Ensino Médio, da Escola Sem Partido, da PEC 55, e da implantação das OSs em
Goiás, etc.

Você também pode gostar