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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA – UEPB

CENTRO DE INTERAÇÃO ACADÊMICA – CIAC


CENTRO DE EDUCAÇÃO – CEDUC
DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
CURSO DE LICENCIATURA EM PLENA EM HISTÓRIA
COMPONENTE CURRICULAR: HISTÓRIA ANTIGA OCIDENTAL
Docente: Itacyara Viana Miranda

Discente: Flávia Teles


Fernandes Costa

Fichamento

Campina Grande

Março – 2017
- HERNANDEZ, Leila Leite. A África na sala de aula: visita à história
contemporânea. – 2. Ed. rev. – São Paulo: Selo Negro. 2008. Pág. 71-90.

1. O “novo imperialismo” e a perspectiva africana da partilha

 Os significados do imperialismo

O autor começa falando sobre a partilha do continente africano, ficando de


fora apenas os países da Libéria, Etiópia, parte do Egito e do Condomínio
Anglo-Egípcio. Nesse contexto, para obter e preservar mercadorias, o
método da partilha foi impulsionado pela forte concorrência entre várias
economias industriais, que, com a grande pressão econômica ocorrida em
1880, desencadeou o expansionismo europeu. Com isso, o imperialismo
conquistou muitas áreas de influências, tanto colônias como protetorados,
especialmente em particular no continente africano.

Nessa perspectiva, pode-se entender o imperialismo como uma política para


criar uma federação imperial com base no forte crescimento da unidade dos
Estados autônomos do império, e, vinte anos depois, passou a ser parte
integrado dentro do vocabulário político e jornalístico. Há alguns fenômenos
ligados ao termo imperialismo, cujo se refere a expansão territorial dos
Estados, de forma violenta e assimétrica, devido as condições econômicas,
políticas e ideológicas.

Diante disso, as teorias formuladas sobre este fenômeno lançam


problemáticas de uma série de questões, a respeito da natureza, causas e
extensão, como as teorias de inspiração marxista que são
predominantemente econômicas e a teoria de Lênin. Para o autor, os Estados
capitalistas voltam-se para assegurar o controle de matérias-primas na
tentativa de obter lucro, e então, partem em busca de conquistar novos
mercados, dividindo entre si áreas de influência que inclui a existência de
colônias.

Com uma leve alteração, a teoria de Lênin foi aplicada pelo poder intelectual
e político africano, no intuito de explicar o colonialismo como o
neocolonialismo. Por um lado, Rosa Luxemburgo explica que o imperialismo
se insere na teoria do subconsumo, que diz a produção corrente do mundo
capitalista não pode ser absorvida devido ao baixo poder aquisitivo que a
classe trabalhadora possui. Por outro lado, Baran e Sweezy, buscam superar
as teorias de Lênin e Rosa Luxemburgo, construindo assim um próprio
modelo teórico que identifica elementos da economia no geral como
monopólica. Tal teoria, reforça de que os países atrasados são explorados
pois é resultado do expansionismo visando fins lucrativos.

O imperialismo estabelece relações de dominação entre países que implicam


que a exploração das zonas rurais que são consideradas atrasadas em
benefício dos países capitalistas considerados “desenvolvidos”. Diante disso,
podemos considerar o imperialismo não como uma fase do capitalismo, mas
como uma fase que pode ser substituída por outra que coloque de uma forma
pacifica as potencias capitalistas, no sentido administrativo e de mercado.
Deste modo, atitudes psicológicas e culturais “agressivo-irracionais” são o
que leva a expansão imperialista que se mostra na pratica política pré-
capitalista nas mais variadas formas de violência.

O quarto grupo é composto pela “Teoria da Razão e do Estado” no qual sua


tese consiste em uma análise de uma estrutura anárquica das relações
internacionais, que estabelece uma divisão de poder desigual entre os
Governos, promovendo o domínio dos mais fortes sobre os mais fracos,
acontecendo assim, a exploração econômica de um sobre os outros. Nessa
perspectiva, a ideia marxista recai sobre a economia, enquanto a ideia
socialdemocrata recai sobre uma visão de ordem política, no qual deve-se
levar em consideração a necessidade de reformas, no qual a intervenção do
Estado surge como algo imprescindível para tal.

 O “novo” imperialismo

Um ‘novo’ imperialismo pode estar se desenvolvendo no capitalismo global.


O fim do Império Britânico e a passagem para o Império norte-americano
aconteceram ao passo da descolonização da Ásia e da África. Trata-se de
formas heterogêneas de Império, visíveis sob a variação e a instabilidade das
concepções imperiais norte-americanas. O imperialismo capitalista é uma
fusão contraditória entre ‘a política do Estado e do Império’ e os ‘processos
moleculares de acumulação do capital no espaço e no tempo’. Deste modo,
o imperialismo capitalista se define pela lógica territorial e pela lógica
capitalista de poder. Os poderes (territoriais e capitalistas) se distinguem,
mas se entrelaçam pelo império.

Para ocorrer um desenvolvimento tecnológico, é preciso de matérias-primas


como petróleo e borracha, que irá então caracterizar a economia
internacional de acordo com as várias economias industriais. Nessa
perspectiva, o petróleo passa a ser buscado no Oriente Médio, coisa que
antes vinha predominantemente dos Estados Unidos e Rússia. Enquanto
isso, a borracha antes vinha das florestas do Congo e da Amazônia, e agora
passa a ser cultivada na Malásia.

Segundo o autor, o protagonismo europeu no imperialismo refere-se


colocando em relevo os temas da conquista e da partilha, fazendo com que
haja uma ignorância em relação ao protagonismo africano dentro de um dos
períodos mais violentos.

 A partilha e a conquista na perspectiva africana

O pensamento africano a respeito da partilha e conquista africana nega a


dominação da civilização branca sobre a negra. Diante disso, em relação ao
“darwinismo social” o africano ressalta que a luta por resistência consiste na
dominação da “raça não evoluída” para com a raça considerada “natural”.
Com isso, ganha-se uma falsa legitimidade em relação a essa questão de
classificação das raças “superiores” e “inferiores”. Já na perspectiva do
“cristianismo evangélico”, a partilha da África vinha como consequência de
regenerar, formular novos africanos, pelo impulso “missionário” e
“humanitário”.

Diante disso, existem algumas teorias diplomáticas na qual são sustentadas


pelo primado da política, que são elas: a “teoria do prestígio nacional”, a
“teoria do equilíbrio e da força”, e a “teoria da estratégia global”. A primeira
teoria considera vários expansionismos como forma de compensar perdas
dentro do território continental europeu. Já a segunda teoria, é caracterizada
pela forma de que a relação entre os países é dada pelo domínio dos mais
fortes sobre os mais fracos, como forma de predominância total da força. Por
último, a terceira teoria consiste de que o fato da partilha e da conquista são
respostas aos protonacionalismos africanos, que são apresentados como
“lutas românticas e reacionárias”, que por si só colocavam em risco os planos
e interesses estratégicos globais dos países europeus.

Segundo o autor, todos os exemplos, embora que de pequeno em números,


são bastante importantes para compreender a violência como forma de
resistência em relação ao poder da soberania, independência e liberdade,
que desvendam o protagonismo africano muitas vezes velado de acordo com
a história perante a partilha e a conquista. Esse fato também exemplifica a
impotência da África sobre a supremacia europeia, pois o poder europeu em
consideração a estrutura militar e econômica foi avantajado em relação ao
continente africano.

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