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OAB 140º - 1ª Fase – Extensivo Semanal

Disciplina: Direito Administrativo


Professor Alexandre Mazza
Data: 19/08/2009

TEMAS ABORDADOS EM AULA

1ª Aula: Introdução ao Direito Administrativo, Princípios do Direito Administrativo, Atos


Administrativos.

1. Introdução ao Direito Administrativo


Definição: Conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos agentes e atividades
administrativas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado;
Funções Típica e Atípica
Divisão em três poderes: são atividades distintas

2. Funções típicas e atípicas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário.


Suas competências, funções originárias e típicas são:
Legislativo: poder de legislar, criar leis.
Executivo: administração, execução e fiscalização da aplicação das leis.
Judiciário: julgar, atuando como órgão julgador.
Estes três poderes podem atuar de maneiras atípicas ou secundárias:
Função Legislativa: atua como órgão do Judiciário, por exemplo: quando irá julgar processos de sua
competência;
Função do Poder Judiciário: quando exerce função administrativa;
Função Poder Executivo: quando ele edita seus próprios regulamentos internos, ele esta legislando.

3. Regime Jurídico Administrativo


A definição de Regime jurídico é baseado em Prerrogativas (depende do interesse público) e sujeições
(controlar arbitrariedade)

4. Principais leis do direito administrativo:


Constituição Federal (art. 37 a 41);
Lei 8112/90 – Estatuto do Servidor Civil da União
Lei 8666/93 – Licitações e Contratação
Lei 8987/95 – Conversões e Permissões de serviços públicos
Lei 9784/99 – Processo Administrativo Federal

5. Princípios
Importância e relevância: o direito administrativo não é codificado
a) Supremacia do interesse público sobre o particular: conflito de interesses entre o público e o
particular, prevalecerá o interesse público. Importante: prevalecerá o interesse público primário
(verdadeiro interesse da coletividade) e não secundário (interesse da administração, ou as vezes do
administrador). Exceções: direitos e garantias fundamentais constitucionais e o princípio da legalidade;
b) Indisponibilidade do interesse público primário: ele é indisponível e irrenunciável;
Estes 2 princípios são os basilares do direito administrativo;
Não estão previstos explicitamente na CF, aparecem no art. 2º da Lei nº. 9.784/99;

6. Princípios Constitucionais (art. 37, CF) LIMPE:


a) Legalidade: administração pública só pode fazer o que a lei determina ou permite;
b) Impessoalidade: relacionado com a finalidade:
Administrador: atuando de maneira neutra;
Administrado: da mesma forma, sem privilégio, sem perseguição;
Concurso público: tem que ter discriminação, apenas pode haver discriminação quando houver
pertinência lógica do fator discriminante e o desempenho do cargo;
c) Moralidade = moralidade administrativa = age em busca do interesse público;
d) Publicidade = a administração pública deve dar ampla divulgação de todos os seus atos. Objetivos da
publicidade: para que as pessoas tomem conhecimento e dêem cumprimento e impugnar;

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* Publicidade ≠ publicação. Publicar é uma das formas de dar publicidade, mas não é a única;
e) Eficiência: além da atuação legal/moral tem que ser eficiente, que é fazer o melhor com os recursos
disponíveis;

7. Outros Princípios
a) Razoabilidade/proporcionalidade (art. 5º, LXXVIII, CF). Podem ser apreciadas pelo poder judiciário,
pois estão relacionados com legalidade;
b) Autotutela: a administração pública deve controlar/tomar conta de seus próprios atos. A administração
vai: revogar atos inconvenientes e inoportunos (efeito “ex nunc”); e anular ou invalidar atos ilegais (efeito
“ex tunc”).
Ler Súmula: 473 STF
Lei 9784/99: artigos 53,54 e 55
 Controle externo sobre a administração (art. 71, CF):
O poder judiciário vai anular e invalidar (efeitos “ex tunc”). O judiciário no controle externo não pode
entrar no mérito administrativo (razões de conveniência e oportunidade), ele só pode anular quando
estiver exercendo controle externo. O judiciário pode anular tanto os atos vinculados, quanto os
discricionários, sempre em relação a legalidade;

8. Elementos
São necessários para que o ato exista (plano de existência).

a) competência (ou sujeito): pessoa pratica ato; competência e capaz.

b) motivo: razões de fato e de direito que autorizam a prática do ato -> Teoria dos Motivos
Determinantes.

c) forma: é a exteriorização do ato; prevista em lei.

d) finalidade: bem tutelado (o que eu quero proteger); amplo (interesse público) / restrito.

8.1. Atributos (Características)

a) presunção de legitimidade: presumidamente verdadeiros e legais; relativa (legalidade e veracidade).

b) imperatividade: o ato administrativo é imposto; constitui o particular em obrigação unilateralmente.

c) auto-executoriedade: permite que atos administrativos sejam executados sem necessitar da anuência
do Judiciário.

Obs: o motivo dado a um ato vincula a validade deste ato; se o motivo é falso ou inexistente, o ato é
inválido.

Objeto:
lícito
moral
possível
determinado

Ato jurídico deve ter: competência (ex.: eu), forma (ex.: contrato) e objeto (ex.: carro).

Obs.: competência, forma e finalidade são vinculados.

Auto-executoriedade: previsão expressa por lei; urgência.

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8.2. Atos vinculados e discricionários


O que os diferencia é à margem de liberdade de atuação do agente.
No ato discricionário o agente tem margem de liberdade para atuação, dentro dos limites da lei.
No vinculado o agente não tem margem de liberdade para atuação, fará o que está na lei. Exemplo:
licença para construir (ato vinculado).

LEGISLAÇÃO:

1. CF – artigos 37 a 41
2. Lei 8666/93 – Licitação e Contrato
3. Lei 9704/99 – Processo Administrativo Federal
4. Lei 8987/95 – Concurso e Permissões
5. Lei 8112/90 – Servidor Público
6. Lei 8429/92 – Improbidade Administrativa

QUESTÕES SOBRE OS TEMAS

1. (OAB/RN. 2000) São princípios aplicáveis ao processo administrativo, exceto:


a) princípio da verdade formal.
b) princípio da oficialidade.
c) princípio do informalismo.
d) princípio da ampla defesa e do contraditório.

2. (OAB/CE. 1999) Com relação aos princípios constitucionais da Administração Pública é correto
afirmar que:
a) o princípio da legalidade comporta exceção, no caso de ato discricionário.
b) são aplicáveis aos três níveis de governo da Federação,
c) o desvio de finalidade implica em ofensa ao princípio da publicidade.
d) são aplicáveis apenas ao Poder Executivo da União.

3. (OAB/SP 126º) A expressão não se abatem pardais disparando canhões pode ser aplicada para
sustentar que a atuação do administrador público deve observância ao princípio da:
a) razoabilidade, visto que o mérito dos atos discricionários do Poder Executivo nunca são controlados
pelo Poder Judiciário.
b) proporcionalidade, como uma das medidas de legitimidade do exercício do poder de polícia.
c) proporcionalidade, que, no devido processo legal, enseja relação de inadequação entre a sanção
aplicada e o fim público visado.
d) proporcionalidade ou da razoabilidade, ambos os critérios de ponderação para permitir a competência
discricionária ilimitada do Estado.

4. (OAB/SP 129º) Um secretário municipal, sob o argumento de reestruturar o sistema de ensino


do Município, removeu uma diretora de escola municipal para um bairro distante. Inconformada,
a diretora recorreu ao Prefeito, alegando que a sua remoção ocorrera unicamente porque seu
marido teria brigado com o secretário. O que deve o Prefeito fazer, se confirmado o alegado pela
diretora?
a) Editar ato administrativo avocatório, desconcentrando a eficácia do ato de remoção;
b) Convalidar o ato, com efeito retroativo, corrigindo o desvio de poder;
c) Revogar o ato, com efeito retroativo;
d) Declarar nulo o ato da remoção, com efeito retroativo.

Gabarito: 1. A; 2. B; 3. B; 4. D.

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