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Todos nós, pobres mortais, quando nos deparamos com um bloco de mármore,
imediatamente intuímos seu peso, resistência e durabilidade. Mas Michelangelo
foi capaz de extrair dele “La Pietá”, uma das mais belas obras da humanidade.
Os mesmos pobres mortais, ao tocarem uma pedra, logo identificam a
consistência da matéria bruta. Antônio Francisco de Lisboa, o Aleijadinho, a
transforma nas imortais esculturas dos profetas.
A multidão que transita pelas ruas da cidade escuta ruídos, pisa o asfalto e
atravessa a selva de concreto. Charles Baudelaire, Vinicius de Morais e
Fernando Pessoa forjam a partir dela a rima, a poesia e a música.
O sertanejo desbrava os campos e os cultiva para sobreviver. Guimarães Rosa
descobre no Grande Sertão da existência humana as mil veredas por onde a
alma descortina os mistérios da vida.
Juscelino Kubitschek empreendeu o sonho de uma nova capital, mas foram Lúcio
Costa e Oscar Niema-yer que lhe conferiram o desenho e as curvas de uma nova
estética urbana.
Essa é a diferença entre o artista e o comum dos mortais. Embora todos sejamos dotados de um dom
estético, são poucos os que conseguem expressá-lo de forma tão viva, belo e profundo.
A tradição os chama de gênios da arte: pintura, música, literatura, escultura, arquitetura, etc. Sua visão
transcende o olhar do senso comum, elevando-se ou aprofundando-se no mistério da própria humanidade.