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DOENÇAS OCUPACIONAIS

AGENTES FÍSICOS –
RUÍDOS, VIBRAÇÃO, RADIAÇÃO E
PRESSÃO
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS),
o limite de poluição sonora suportado pelo
organismo humano à poluição sonora é de 65
decibéis. A partir de 85 decibéis, o sistema auditivo
passa a ser realmente comprometido.

(NR15 ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES)


Até 55 decibéis:
Nível de conforto. Equivale a uma rua sem tráfego, e é o
limite máximo nas zonas residenciais durante o dia.

55 a 65 decibéis:
O organismo começa a reagir. Diminui a concentração, a
produtividade e dá dor de cabeça, cansaço e eleva a pressão
arterial. Uma conversa a um metro de distância equivale a
60 decibéis.

65 a 70 decibéis:
O organismo começa a agir para se adaptar ao ambiente. É
quando as defesas do corpo são abaladas. Esse é o limite
durante a noite, nas zonas industriais e aeroportuárias.
Acima de 70 decibéis.
Nível inicial de desgaste do organismo. Surge
estresse, que abre a porta para problemas como
infecções e hipertensão. Equivalente a uma rua de
tráfego pesado.

80 a 85 decibéis.
Faixa de tolerância no ambiente de trabalho. A
partir disso é preciso ter equipamentos de
segurança e podem surgir problemas auditivos.

Acima de 85 decibéis.
Riscos sérios. Numa boate, com 110 decibéis, o
máximo de exposição deve ser 30 minutos.
A QUE NOS EXPOMOS
Secador de cabelo.
Um pequeno pode chegar a 91,1 decibéis. Os maiores podem
atingir 100 decibéis

Avião.
Na pista, com o motor ligado, são 116 decibéis

Avião no ar.
Perto de aterrisar, são 78 decibéis, com picos que podem
chegar a 85

Sinaleira.
É aquele sinal sonoro que identifica a saída dos carros da
garagem. Pode alcançar até 69,1 decibéis
A QUE NOS EXPOMOS
Preso no trânsito.
O barulho dentro do carro, com vidros fechados,
pode chegar a 66,6 decibéis
Moto.
Uma arrancada chega a 97 decibéis
Restaurante.
Entre conversas e televisão ligada podem ser 84
decibéis
Mar.
Você quase não percebe, mas as ondas podem gerar
som de até 48 decibéis
Alarme de carro.
Pode chegar a 81,6 decibéis
NÍVEL DE RUÍDO MÁXIMA EXPOSIÇÃO DIÁRIA
DB (A) PERMISSÍVEL

85 8 horas
86 7 horas
87 6 horas
88 5 horas
89 4 horas e 30 minutos
90 4 horas
91 3 horas e 30 minutos
92 3 horas
93 2 horas e 40 minutos
94 2 horas e 15 minutos
95 2 horas
96 1 hora e 45 minutos
98 1 hora e 15 minutos
100 1 hora
102 45 minutos
104 35 minutos
105 30 minutos
106 25 minutos
108 20 minutos
110 15 minutos
112 10 minutos
114 8 minutos
115 7 minutos
EXPOSIÇÃO A RUÍDOS
• Maior risco potencial ao trabalhadores de
indústrias.

• Comprometimento do canal condutivo


(mecânico) = ouvido externo e ouvido médio
(tímpano, labirinto);

• Comprometimento do canal neurológico


= ouvido interno (cóclea, nervo acústico).
• Lesão permanente ou de difícil correção.
EXPOSIÇÃO A RUÍDOS
ALTERAÇÃO DO LIMIAR AUDITIVO
• Efeito auditivo da exposição a ruídos excessivos
por um curto período de tempo;
• Alteração das células ciliadas e edemas de
terminações nervosas;
• Perda auditiva temporária;
• Zumbido e abafamento do som;
EXPOSIÇÃO A RUÍDOS
TRAUMA ACÚSTICO
• Perda auditiva súbita provocada por um ruído
repentino e de grande intensidade;
• Pode causar: ruptura timpânica, hemorragias,
laceração dos tecidos internos e surdez;
• Intensidade sonora: 130dB
• Fogos de artifício, ruído de motores, explosão e
máquinas de grande impacto;
EXPOSIÇÃO A RUÍDOS
PERDA AUDITIVA INDUZIDA POR RUÍDO
(PAIR)
• Perda auditiva neurosensorial com
comprometimento das células ciliadas do ouvido
interno, cóclea e nervo acústico.
• Irreversível e induzida por ruído;
• Diminuição gradual por exposição continuada a
níveis elevados de ruídos;
• Exposição: 85dB, 8h/dia, 5d/sem,
50sem/ano = lesão auditiva após 10 anos;
EXPOSIÇÃO A RUÍDOS
PERDA AUDITIVA INDUZIDA POR RUÍDO
(PAIR)
• Principal sintoma = zumbido;
• Outros sintomas da perda auditiva: abafamento
auditivo e dificuldade na localização da fonte
sonora e da compreensão das palavras,
esporadicamente apresenta cefaleia, e
irritabilidade, alteração do sono.
EXPOSIÇÃO A RUÍDOS
Fatores de risco para desenvolver PAIR:

• Agentes químicos - Solventes orgânicos (à base


de carbono), como o tolueno.
• Agentes físicos: vibrações, radiação, calor
• Agentes biológicos (infecções bacterianas no
ouvido)
• Coexistência de vários fatores no trabalho
• Fatores genéticos
EXPOSIÇÃO A RUÍDOS
Diagnóstico:

= AUDIOMETRIA
EXPOSIÇÃO A RUÍDOS
TRATAMENTO:

✓ Não existe
✓Acompanhamento da progressão da perda
Quais as Medidas de Controle
possíveis contra os danos causados
por ruídos?
Vibração
Locais e tipos de trabalho com vibração:
Ocorrem normalmente em operações que demandam
uso de ferramentas manuais vibratórias ou giratórias,
alguns exemplos são marteletes, britadores,
compactadores, máquinas de polir,
motosserras, lixadeiras, peneiras vibratórias e
furadeira.
VIBRAÇÃO
=Movimento oscilatório e periódico.
Movimentos repetitivos a partir de uma
posição do corpo.
• Vibração de corpo inteiro = sentar
ou deitar em local que vibra; piso que
vibra.
• Vibração localizada = manipulação
de equipamentos vibratórios pelos dedos
ou mãos dos trabalhadores.
EFEITO DAS VIBRAÇÕES

• Os efeitos da vibração nos trabalhadores


dependem, entre outros aspectos, das
frequências que compõem a vibração.

• Acima de 100 hz, as partes do corpo


absorvem a vibração, não ocorrendo
ressonância.
Efeitos em geral:
• Perda do equilíbrio e lentidão de reflexos;
• Aumento da frequência cardíaca;
• Falta de concentração;
• Mau humor - estresse;
• Visão turva;
• Enjoos e gastrite;
• Comprometimento permanente em
determinados órgãos;
• Degeneração gradativa do tecido muscular
e nervoso.
Efeitos da exposição localizada:
FENÔMENO DE RAYNAUD (síndrome do
dedo branco ou síndrome da vibração de
mãos e braços)

Alteração que ocorre na circulação na mãos com lesão


dos vasos sanguíneos e nervos.
- Cianose seguido de isquemia e parestesia;
- Esbranquiçamento dos dedos das mãos (15min à
2h);
- Perda da coordenação e destreza;
- Intensificado em trabalhadores fumantes expostos à
vibração pois a nicotina reduz o suprimento
sanguíneo das extremidades das mãos;
- Tato e a sensibilidade ficam comprometidos;
- Identificado a longo prazo >5anos.
EXPOSIÇÃO À VIBRAÇÃO

• FENÔMENO DE RAYNAUD
EXPOSIÇÃO À VIBRAÇÃO

• Síndrome cervobraquial = lesão da cervical à


extensão do braço.

• Fibromatose = enrijecimento da fibra da mão


(fáscia) seguido da contratura dos tendões.
EXPOSIÇÃO À VIBRAÇÃO
Lesões do ombro:
• Inflamações: ligamentos, tendões, músculo
supra-espinhoso e articulação.
• Bursite= bolsa sinovial (deslizamento dos
ossos úmero e escápula)
• Lesão do epicôndrio = cotovelo / tendões e
músculos)
EXPOSIÇÃO À VIBRAÇÃO

• Osteonecrose (doença de Kienbock) = morte


óssea atinge a circulação interna do osso
EXPOSIÇÃO À VIBRAÇÃO

Lesão da coluna vertebral = vibração corporal;


Hérnia de disco lesão e extravasamento do disco=
compressão do nervo/ degeneração precoce.
EXPOSIÇÃO À VIBRAÇÃO
DEMAIS EFEITOS PROVOCADOS

• Perda do equilíbrio e do sentido;


• Lentidão dos reflexos;
• Perda da capacidade motora e da habilidade manual
(principalmente nas atividades finas);
• Agitação;
• Algias (dores) difusas;
• Falta de concentração;
• Distúrbios do sono;
• Distúrbios visuais;
• Redução temporária do limiar auditivo;
• Alteração gastrointestinal;
• Degeneração gradativa dos tecidos nervosos, vasculares,
articulares e músculo-esqueléticos.
Quais as Medidas de Controle?
Exposição à Radiação
RADIAÇÃO IONIZANTE E NÃO-
IONIZANTE
Capacidade de alterar as estruturas celulares
podendo causar rupturas e mutação
genética.
Radiação Ionizante X não-ionizante
• Radiações Ionizantes: • Radiações Não
as que possuem energia Ionizantes: as que não
suficiente para ionizar os possuem energia
átomos e moléculas com suficiente para ionizar os
as quais interagem, sendo átomos e as moléculas
as mais conhecidas: ➱ com as quais interagem,
raios X e raios gama sendo as mais
(radiações conhecidas: ➱ luz visível;
eletromagnéticas); ➱ ➱ infravermelhos; ➱
raios alfa, raios beta, ultravioletas; ➱
neutrões, protões microondas de
(radiações aquecimento; ➱
corpusculares). microondas de
radiotelecomunicações;
➱ corrente elétrica.
Locais de trabalho com
contato com a Radiação

Trabalhadores que
podem se contamina
com radiação ionizante:

-Profissionais da saúde
que lidam direto com
equipamentos de
radiologia e Raio X.

-Técnicos de Raio X

-- Trabalhadores de
Usina Nuclear.
Exposição à Radiação
PELE: Relacionado a desidratação e desvitalização
da pele causado pelo aquecimento excessivo em
exposições prolongadas e sem proteção a radiação.
• Eritemas / Urticárias/ Dermatites
por fotocontato ou Radiodermite;
• Queimaduras de pele;
• Envelhecimento precoce;
• Ceratose Actínica;
• Câncer cutâneo.
Exposição à Radiação
SANGUE: ocorre a quebra de células sanguíneas
• Alteração da medula óssea;
• Leucemias;
• Púrpura.
Exposição à Radiação
OLHOS: Redução da constituição aquosa
causada pelo aquecimento excessivo e queima;
• Catarata;
• Ceratite;
• Conjuntivite;
• Ocasionalmente prejudicial a retina
(laser).
Exposição à radiação
ORGÃO REPRODUTIVO: órgão sensível ao
efeito térmico da radiação.

• Infertilidade masculina.

INTESTINO: Comprometimento das células


intestinais.

• Gastroenterite.
EXPOSIÇÃO A PRESSÕES
ANORMAIS

Insalubridade: O trabalho sob condições hiperbáricas dá


direito ao trabalhador de receber adicional de insalubridade
conforme NR 15 anexo 6.
Aposentadoria especial: O trabalho em condições
hiperbáricas confere ao trabalhador o direito á aposentadoria
especial após 25 anos de trabalho dedicados á atividade.
O que é o trabalho sob pressão
anormal?
• A pressão atmosférica está ligada á força da gravidade
terrestre. Quanto mais perto do centro da terra
estivermos maior será a força da gravidade exercida
sobre nós.
• A pressão hiperbárica é considerada uma pressão
anormal e por isso também é classificada como “risco
físico”.
• Ocorre quando o trabalhador está sujeito a pressões
maiores do que a pressão atmosférica.
• Estas situações ocorrem quando a pessoa está abaixo do
nível da terra, como em mergulhos, por exemplo.
• Nesse caso, quanto maior a profundidade maior será a
pressão exercida sobre a pessoa.
EXPOSIÇÃO A PRESSÕES ANORMAIS
OSTEONECROSE “mal dos Barotrauma
caixões” • Ouvido= ruptura timpânica
(extremidades ósseas/ (tuba faringo-timpânica,
articulações) manobra de valsava), otite,
vertigem, hemorragias e
• Obstrução do vaso por bolhas surdez;
de nitrogênio. • Dental = quebra de
• Comprometimento restaurações;
circulatório; • Sinusal = congestão nasal,
• Dor nas articulações (ombro, cefaléia e hemorragias;
quadril e joelho). • Pulmonar = deficiência na
descompressão do volume
gasoso nos pulmões.
Doença por descompressão
• Mal dos mergulhadores, mal de descompressão -
pessoas que são expostas a uma significativa redução
de pressão do ar que a circunda.
• Quando um indivíduo se desloca de um ambiente de
alta pressão para um de baixa pressão, os gases que se
encontram dissolvidos na corrente sanguínea podem
dar origem a bolhas, que levam à obstrução dos vasos
sanguíneos, ocasionando dor e outros sintomas. Isso
ocorre ao subir de uma imersão rapidamente.
• Mergulhadores são os mais afetados quando respiram
inalam grande quantidade de oxigênio, nitrogênio e
outros gases.
• Já que o oxigênio é continuamente utilizado pelo
organismo, não há acúmulo desse gás.
• Todavia, o nitrogênio e outros gases dissolvem-se na
corrente sanguínea, acumulando-se nos tecidos do
corpo, uma vez que não são utilizados pelo organismo.
Formando bolhas.
Doença por descompressão
• Para diminuir a formação de bolhas precisa –se
gradativamente ir diminuindo a profundidade e o tempo de
imersão, até o ponto em que não seja preciso realizar
paradas de descompressão durante a subida, ou então
fazendo essas paradas de acordo com determinadas
especificações pré-estabelecidas.
• Sintomas:
- Dor, comumente em uma articulação dos membros (pés,
mãos, braços, pernas, joelhos e cotovelos) ou próxima a
eles, conhecida como paralisia dos mergulhadores.
- Confusão mental e funcionamento cerebral anormal.
- Fraqueza ou formigamento de um ou mais membros.
- Dor no ouvido interno também pode ser acometido,
fazendo com que o indivíduo experiente uma intensa
vertigem (tontura).
Importante a descompressão!
• O anexo 6 da NR 15 estabelece critérios para o
planejamento das compressões e
descompressões, o limite superior de pressão,
que é de 3,4 kg/cm², o período máximo de
trabalho para cada faixa de pressão conforme
iremos mostrar no quadro abaixo:
Medicina Hiperbárica
• Pressão Hiperbárica para tratamento da saúde nomeada
Oxigenoterapia Hiperbárica (OHB).
• Paciente é submetido a uma pressão ambiental superior à
atmosférica, dentro de uma câmara fechada, respirando oxigênio
puro. Estas câmaras são, em essência, cilindros metálicos
resistentes à pressão, dotados de vigias ou janelas.

Esta modalidade de tratamento apresenta inúmeras indicações


clínicas, dentro das quais salientam-se:
• Lesões induzidas por radiação ionizante;
• Embolia gasosa;
• Síndromes de descompressão (ex: mergulhadores);
• Intoxicação por monóxido de carbono;
• Atraso da cicatrização de feridas das extremidades (ex: lesões de pé
diabético);
• Tratamento de situações infecciosas (principalmente provocadas
por agentes anaeróbios);
• Surdez de instalação súbita;
• Viabilização de enxertos realizados por cirurgia plástica e
reconstrutiva.etc.
Medicina hiperbárica

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