Você está na página 1de 22

Fundamentos de Máquinas CA

Conversão Eletromecânica de Energia II

Prof. Marcelo Aroca Tomim

Universidade Federal de Juiz de Fora


Departamento de Energia Elétrica

marcelo.tomim@ufjf.edu.br

M. A. Tomim (UFJF) Conversão II 1 / 21


Fundamentos de Máquinas CA Campo Girante

Campo girante

Se o campo magnético externo B ~ variar sua direção no espaço


surgirá um conjugado eletromecânico CONSTANTE forçando o
campo magnético B~ esp a se alinhar com o campo externo.

ω B esp
ω
~ ~
θ τind = k Besp B sen θ

B
ω

M. A. Tomim (UFJF) Conversão II 2 / 21


Fundamentos de Máquinas CA Campo Girante

Considere três espiras, defasadas espacialmente de 120◦ .

c b
240 o

120 o

b´ c´

M. A. Tomim (UFJF) Conversão II 3 / 21


Fundamentos de Máquinas CA Campo Girante

Correntes senoidais defasadas no tempo de 120◦ .


iaa0 (t) = Imáx sen (ωt)
ibb0 (t) = Imáx sen (ωt − 120◦ )
icc0 (t) = Imáx sen (ωt + 120◦ )

~ 0 (t) = H sen (ωt) ∠0◦


H aa máx
~ 0 (t) = H sen (ωt − 120◦ ) ∠120◦
H bb máx
~ 0 (t) = H sen (ωt + 120◦ ) ∠−120◦
H cc máx

~ 0 (t) = B sen (ωt) ∠0◦


B aa máx
~
Bbb0 (t) = Bmáx sen (ωt − 120◦ ) ∠120◦
~ 0 (t) = B sen (ωt + 120) ∠−120◦
B cc máx

M. A. Tomim (UFJF) Conversão II 3 / 21


Fundamentos de Máquinas CA Campo Girante

Para a fase a tem-se:

M. A. Tomim (UFJF) Conversão II 4 / 21


Fundamentos de Máquinas CA Campo Girante

Para a fase b tem-se:

M. A. Tomim (UFJF) Conversão II 5 / 21


Fundamentos de Máquinas CA Campo Girante

Para a fase c tem-se:

M. A. Tomim (UFJF) Conversão II 6 / 21


Fundamentos de Máquinas CA Campo Girante

Combinando os campos produzidos pelas 3 fases tem-se:

M. A. Tomim (UFJF) Conversão II 7 / 21


Fundamentos de Máquinas CA Campo Girante

Campo Girante

Pode-se demonstrar que


1 A intensidade de campo
a´ ~
magnético resultante H Res tem
amplitude constante e igual a
c b 1,5Hmáx (Hmáx é a amplitude
Hcc´ (t) máxima do campo magnético
Hres(t) ω de cada fase).

Haa´ (t) 2 A fase da intensidade de


Hbb´ (t) campo magnético resultante
~
H Res muda com o tempo
b´ c´
forçando o campo resultante a
girar com a mesma frequência
a angular das correntes que
percorrem as espiras aa’, bb’
e cc’.

M. A. Tomim (UFJF) Conversão II 8 / 21


Fundamentos de Máquinas CA Campo Girante

Comprovação

Matematicamente pode-se escrever para os campos magnéticos


criados pelas correntes trifásicas:

 H
 ~ 0 (t) = H sen (ωt) · ej(0)
aa máx
~ 0 (t) = H sen (ωt − 120◦ ) · e+j(120◦ )
H bb máx

 H~ 0 (t) = H sen (ωt + 120◦ ) · e−j(120◦ )
cc máx

ou, 
~ 0 (t) = B sen (ωt) · e+j(0)
 B
 aa máx
~ 0 (t) = B sen (ωt − 120◦ ) · e+j(120◦ )
Bbb máx
 ~ 0 (t) = B sen (ωt + 120◦ ) · e−j(120◦ )
 B
cc máx


onde, e = 1∠θ.

M. A. Tomim (UFJF) Conversão II 9 / 21


Fundamentos de Máquinas CA Campo Girante

A densidade de campo magnético resultante no interior do estator é


dada por:
~ (t) = B
B ~ 0 (t) + B ~ 0 (t)
~ 0 (t) + B
Res aa bb cc

~ (t)
BRes
= Bmáx sen (ωt) ∠0◦ + Bmáx sen (ωt − 120◦ ) ∠120◦ +
+Bmáx sen (ωt + 120◦ ) ∠−120◦

1∠0◦ = cos 0◦ + j sen 0◦ = 1









1 3


◦ ◦ ◦
1∠120 = cos 120 + j sen 120 = − + j
2 2




 1∠−120◦ = cos 120◦ − j sen 120◦ = − 1 − j 3



2 2

M. A. Tomim (UFJF) Conversão II 10 / 21


Fundamentos de Máquinas CA Campo Girante

Substituindo a expressões de Euler anteriores na equação do campo


magnético resultante e separando as parcelas reais e imaginárias
resultantes tem-se:

~ Res (t) = B
B ~ Res ~ Res
(t) + j B (t)
REAL IMAG.

M. A. Tomim (UFJF) Conversão II 11 / 21


Fundamentos de Máquinas CA Campo Girante

 
1 ◦ 1 ◦
BResREAL = Bmáx sen (ωt) − sen (ωt − 120 ) − sen (ωt + 120 )
2 2
 
3
= Bmáx sen (ωt)
2

"√ √ #
3 ◦ 3 ◦
BResIMAG = Bmáx sen (ωt − 120 ) − sen (ωt + 120 )
2 2
 
3
=− Bmáx cos (ωt)
2

M. A. Tomim (UFJF) Conversão II 12 / 21


Fundamentos de Máquinas CA Campo Girante

Logo o campo magnético resultante é dado por:

   
~ = 3 3
BRes
Bmáx sen (ωt) − j Bmáx cos (ωt)
2 2
 
3
= Bmáx [sen (ωt) − j cos (ωt)]
2
   
3 1
= Bmáx [cos (ωt) + j sen (ωt)]
2 j

Que na forma compacta pode ser escrito como:


c b

o
0
 
~ = 3  π
BRes
Bmáx ∠ ωt − −π/2
2 2 Bres
ω
b´ c´

M. A. Tomim (UFJF) Conversão II 13 / 21


Fundamentos de Máquinas CA Campo Girante

Para trocar o sentido de rotação do campo girante e


conseqüentemente o sentido de rotação da espira elementar basta
trocar a fase de duas correntes. Por exemplo, trocar a fase b pela fase
c. Assim a expressão do campo magnético resultante é dada por:
 
~ 3
BRes = Bmáx [sen (ωt) + j cos (ωt)]
2

b c
Bres

o
0
  +π/2
~ = 3  π
BRes
Bmáx ∠ −ωt +
2 2 ω
c´ b´

M. A. Tomim (UFJF) Conversão II 14 / 21


Fundamentos de Máquinas CA Campo Girante

Frequência elétrica X Velocidade angular

A relação entre a frequência elétrica das correntes alternadas que


circulam pelas bobinas da máquina e a velocidade angular de rotação
do campo magnético girante depende do número de polos da
máquina.
Assim para uma máquina de dois polos tem-se:

c b Neste caso tem-se que 1 ciclo


elétrico (N-S-N) é igual a 1 ciclo
ω
ω mecânico (360◦ ) e pode-se
N escrever:
S

 θe = θm
BS
ωe = ωm
fe = fm

b´ c´

a
M. A. Tomim (UFJF) Conversão II 15 / 21
Fundamentos de Máquinas CA Campo Girante

Frequência elétrica × Velocidade angular

H H
N S N
a0 a

FMM

0 90 180 270 360 θ[o ]

M. A. Tomim (UFJF) Conversão II 16 / 21


Fundamentos de Máquinas CA Campo Girante

Para uma máquina de quatro polos tem-se:


a2
b01 c02
ωm Neste caso tem-se que 1 ciclo
c1 S N b1 elétrico (N-S-N) é igual a 21 ciclo


mecânico (180◦ ). Logo pode-se


ωm ωm a01 escrever:
a02
~s

B  θe = 2θm
N S ωe = 2ωm
ωm c2
b2 fe = 2fm

c01 b02
a1

M. A. Tomim (UFJF) Conversão II 17 / 21


Fundamentos de Máquinas CA Campo Girante

Frequência elétrica × Velocidade angular

S N S N

H H H H
a01 a2 a02 a1 a01

FMM

0 90 180 270 360 θ[o ]

M. A. Tomim (UFJF) Conversão II 18 / 21


Fundamentos de Máquinas CA Campo Girante

Aplicando o raciocínio anterior para um número maior de polos


pode-se construir a seguinte tabela:

No. de Graus Graus


polos elétricos mecânicos
2 360◦ 360◦
4 360◦ 180◦
6 360◦ 120◦
8 360◦ 90◦
.. .. ..
. . .

M. A. Tomim (UFJF) Conversão II 19 / 21


Fundamentos de Máquinas CA Campo Girante

Generalizando, para uma máquina de P polos tem-se que 1 ciclo


elétrico (N-S-N) é igual a P2 ciclos mecânico. Logo pode-se escrever:
 P

 θe = 2 θm


ωe = P2 ωm


fe = P2 fm

 

onde o subíndice “m” denota as grandezas mecânicas e o subíndice


“e” representa as grandezas elétricas.
A equação da frequência elétrica comumente é escrita como se
segue:  
P
fe = nm
120
onde a frequência elétrica fe é expressa em (Hz) e nm representa a
velocidade angular mecânica expressa em (rpm). Lembre que
fm = n60m

M. A. Tomim (UFJF) Conversão II 20 / 21


Fundamentos de Máquinas CA Campo Girante

Utilizando a relação anterior pode-se construir a seguinte tabela:

No. de Frequência Velocidade


polos elétrica (Hz) mecânica (rpm)
2 60 3600
4 60 1800
6 60 1200
8 60 900
.. .. ..
. . .

M. A. Tomim (UFJF) Conversão II 21 / 21

Você também pode gostar