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CAPÍTULO 1 – PROPRIEDADES FÍSICAS E MECÂNICAS DA MADEIRA

1. Propriedades Físicas

1.1. Anisotropia da Madeira


 Direções tangencial e radial → a diferença não tem importância
 Na prática → diferenciação entre as propriedades na direção das fibras principais
(direção longitudinal) e direção perpendicular às fibras

1.2. Umidade
Pi − Ps
 Teor de umidade (U): U (%) = × 100
Ps
Sendo: Pi → massa inicial
Ps → massa seca em estufa

 A umidade está presente de duas formas:


o Água no interior da cavidade das células ocas (água livre)
o Água absorvida nas paredes das fibras

 Ponto de saturação das fibras: aproximadamente 30% (madeira meio seca)


 Ponto de equilíbrio higroscópico com o meio-ambiente: varia para cada região (entre
10% e 20%)
 Umidade-padrão de referência: 12%

1.3. Retração e Inchamento


 Variação da umidade entre 0 e 30% (ponto de saturação das fibras) → a madeira sofre
retração ou inchamento de modo linear
 Índice de retração:
o Direção tangencial: entre 5% e 10%
o Direção radial: metade da direção tangencial
o Direção longitudinal: insignificante (entre 0,1% e 0,3%)

1.4. Dilatação Linear (calor)


 O coeficiente de dilatação linear da madeira é igual a 1/3 do aço.
 Não é uma propriedade relevante.

2. Propriedades Mecânicas

São obtidas a partir de corpos-de-prova padronizados, isentos de defeitos, de acordo com o anexo B
da NBR 7190 (1997) – Projeto de Estruturas de Madeira.

2.1. Propriedades a serem determinadas

 Densidade Básica (ρbas) → razão entre a massa seca e o volume saturado


 Densidade Aparente (ρaparente) → razão entre a massa e volume a 12% de umidade
N
 Resistência à compressão paralela às fibras (fc): f c = u
A

 Módulo de Elasticidade na compressão paralela às fibras (Ec) → é dado pela


inclinação do trecho linear do diagrama com base nos valores de tensão e deformação
correspondentes a 10% e 50%.
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 Resistência à compressão normal às fibras (fcn) e Módulo de Elasticidade na
compressão normal às fibras (Ecn)
 Resistência à tração paralela às fibras (ft) e normal às fibras (ftn)
F
 Resistência ao cisalhamento paralelo às fibras (fv): f v = u , sendo A a área cisalhada
A
 Resistência ao embutimento (fe) → pressão de apoio em ligações com conectores
M 6M U
 Resistência à flexão (fM): f M = U = (ensaio a três pontos)
W b.h 2
(M 50% − M 10% ) l 2
 Módulo de Elasticidade à flexão: EM = . 3
∆δ b.h

→ Fator de correção das propriedades:


 3 
 Para resistência: f12 = fU .1 + .(U − 12 )
 100 

 2 
 Para Módulo de Elasticidade: E12 = EU .1 + .(U − 12 )
 100 

→ Variação estatística: f k = f m − 1,645σ = f m (1 − 1,645δ )


σ
o Sendo: δ → coeficiente de variação: δ =
fm
o σ → desvio-padrão

o Em suma, considera-se que: f k / f m = 0,70


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Obs.: f k ≅ f m .(1 − 1,645 × 0,18) ≅ f m .(1 − 0,296 ) ≅ 0,70. f m (considerando CV = 18%)

2.2. Correlação entre as Propriedades

 Módulo de Elasticidade: EM = 0,85.EC p/ coníferas

EM = 0,90.EC p/ dicotiledôneas

2.3. Variação das Propriedades

 Posição da peça na árvore → a resistência é maior na base da árvore


 Tipo e quantidade de defeitos → ex. nós, fibras reversas, etc (ver tabela 3.3)
 Umidade → varia as propriedades até o ponto de saturação das fibras (30%); acima
deste ponto, mantêm-se constante. (ver figura 3.10)
 Tempo de duração da carga (ver fig. 3.11)

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