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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 250ª VARA DE

TRABALHO DE SÃO PAULO/SP

(ESPAÇO DE 10 LINHAS)

BRUNO SILVA, brasileiro, solteiro, desempregado, portador de cédula de


identidade nº 0011, inscrito no CPF sob o nº 0012, número da CTPS 0010,
número do PIS 0013, com endereço eletrônico, domiciliado à Rua das
Oliveiras, 150, Cuiabá, CEP 20.000-000, vem, por meio de se advogado,
abaixo assinado, com instrumento procuratório em anexo (documento nº),
com escritório profissional na rua, nº, bairro, Cuiabá-MT, onde recebe
informações ajuizar a presente com fulcro no artigo 840, § 1º, da Consolidação
das Leis do Trabalho (CLT), combinado com o art. 319 do Código de Processo
Civil (CPC), propor a :

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
Pelo rito ordinário, em face de Central de Legumes Ltda, inscrita no
CNPJ nº , cuja sede se localiza à rua das Acácias, 58, Cuiabá-MT, CEP
20.000-010, pelas razões de fato e de direito a seguir apresentadas.

DOS FATOS
O empregado Bruno Silva foi admitido pela Reclamada para exercer a
função de empacotador no dia 05.07.2011, cuja tarefa consistia em empacotar
legumes congelados numa máquina adquirida para tal fim. Foi dispensado sem
justa causa em 27.10.2013, tendo como último salário percebido o valor de R$
1.300,00 (hum mil e trezentos reais). O Reclamante recebeu corretamente
todas as verbas resilitórias.
Contudo em 20/11/11, o reclamante sofreu um acidente de trabalho na
referida, sofrendo amputação traumática do dedo da mão esquerda se
submetendo a tratamento médico e psicológico, neste período ficou afastado
de INSS, recebendo auxilio doença, tendo custos a mais com esses
profissionais no valor de R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais) fls nº. O
laudo do INSS constatou perda de 20% da capacidade laborativa por perda do
membro, sendo readaptado a outra função. A CIPA da empresa verificou e
constatou que a referida máquina havia sido alterada pela empresa que retirou
um dos componentes de segurança para que ela trabalhasse com maior
rapidez aumentando a sua produtividade, fla nº, constatando total
responsabilidade da reclamada pelo acidente. O reclamado costumava fazer
digitação de trabalhos escolares ganhando em média R$ 200,00 ao mês, e no
período que ficou afastado pelo INSS, deixou de fazê-lo, caracterizando lucro
cessante.

DO MÉRITO
I. DO DANO MATERIAL (EMERGENTE)
O Reclamante sofreu, em 30.11.2011, um acidente de trabalho na
mencionada máquina em que sua mão esquerda ficou presa e teve amputação
de um dedo, sendo afastado pelo INSS, ao retornar ao serviço. Convocada,
quando da ocorrência do acidente, o CIPA da empresa verificou que a máquina
havia sido alterada, em que um dos equipamentos de segurança foi retirado
para que esta trabalhasse mais rapidamente e, assim, aumentasse a
produtividade. O empregado se submeteu a tratamento médico e psicológico,
gastando ao todo o valor de R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais),
conforme notas fiscais em anexo fls nº.
Ocorre que o art. 5º, V da CF, assegura indenização por danos
materiais, o que é corroborado pelo art. 950 do Código Civil. Tal indenização é
resultante da responsabilidade civil, que – decorrente da obrigação originária
do empregador de não violar direitos como a imagem, a honra, a intimidade e a
propriedade do trabalhador, tutelados no art. 5º, X e XXII, da CF – tem como
requisitos os preconizados nos arts. 186 e 927, caput, do CC, quais sejam:
culpa, dano e nexo causal.
Requer a reparação pelo dano material (emergente) experimentado no
valor de R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais).

II. DO DANO MATERIAL (LUCRO CESSANTE)


O empregado costumava fazer digitação de trabalhos, o que lhe rendia
em média R$ 200,00 (duzentos reais) por mês, segundo recibos anexados (fls
nº). deixando de fazê-los no período afastados pelo INSS.
Consoante os arts. 402 e seguintes do CC/2002 como o reclamante
realizava trabalhos de digitação, totalizando R$200,00 (duzentos reais por
mês) e ficou impossibilitado de realizar a digitação no período de 30/11/2011
a 20/05/2012 durante o período do afastamento por acidente de trabalho,
requer a indenização material, pois utilizava o dinheiro para complementação
da sua renda família. A indenização autorizada está a partir do inciso V
combinado com o X e o XXII do art. 5º, da CF e art. 950 do CC, conforme já
explicitado, pois comprova-se pela atitude imprudente do agente empregador
em alterar o maquinário para que aumentasse a produtividade. O nexo causal
depreende-se pelo fato de que o dano decorreu da conduta comissiva patronal.
Destarte, requer a reparação pelo dano material (lucro cessante)
experimentado pelo Reclamante no valor de R$ 200,00 (duzentos reais)
mensais, pelo período de 01.12.2011 a 19.05.2012.

III. DO DANO ESTÉTICO


O acidente sofrido pelo empregado em que sua mão esquerda ficou
presa no interior da já referida máquina, resultou na amputação de um dos
dedos.
As responsabilidades civis também estão presentes, quais sejam a
culpa, o dano e o nexo de causalidade, enfocados nos arts. 186 e 927, caput,
do CC. A culpa verifica-se pela atitude imprudente do empregador, ao alterar o
maquinário para fazê-lo produzir mais. O dano estético evidencia-se pela
amputação de um dos dedos da mão esquerda do empregado, em que se
enquadram as prescrições dos incisos V e X do art. 5º, da CF, notadamente
quando se refere à indenização pelo dano à imagem. O nexo causal é
inquestionável, dado que a lesão decorreu da conduta comissiva do
empregador.
Portanto, requer a reparação pelo dano estético gerado
ao empregado em valor a ser arbitrado pelo Douto Juízo.

IV. DO DANO MORAL


O Reclamante sofreu amputação traumática de um dos dedos da mão
esquerda, trazendo-lhe consequências emocionais, em virtude das quais houve
de se submeter a tratamento especializado, incluindo o psicológico.
Mais uma vez, os requisitos inerentes à responsabilidade civil se
apresentam de acordo com os preceitos dos arts. 186 e 927, caput, do CC:
culpa, dano e nexo causal. A culpa verifica-se pela conduta do empregador em
alterar o maquinário de forma imprudente. O dano moral depreende-se do
sofrimento emocional injusto experimentado pelo Reclamante, tendo, inclusive,
de se submeter a tratamento psicológico. O nexo de causalidade mostra-se
pelo fato de o dano ter sido ocasionado a partir do acidente com amputação do
dedo, o que decorreu da conduta comissiva do Reclamado. Devido à referida
responsabilidade, o empregado faz jus à indenização por dano moral,
assegurada a partir do disposto no inciso V c/c X do art. 5º, da CF, conforme já
explicitado.
Requer o Reclamante o pagamento de indenização por dano moral em
valor a ser arbitrado por este Douto Juízo.

V. DA PENSÃO VITALÍCIA
O empregado, em razão de os peritos do INSS constatarem a perda de
20% (vinte por cento) de sua capacidade laborativa, em virtude do acidente de
trabalho sofrido, foi readaptado em outra função.
O art. 950 do CC, ao prescrever que a indenização incluirá pensão
proporcional à importância do trabalho para o qual se inabilitou ou à
depreciação da capacidade de trabalho que sofreu. Assim, observando o
percentual da redução da capacidade do empregado de 20% (vinte por cento),
este deve ser o quantum percentual do seu salário anterior a ser restabelecido
por meio de pensão mensal vitalícia.
Neste sentido, requer o Reclamante o pagamento de pensão vitalícia de
20% (vinte por cento) do salário anterior, por conta da redução de sua
capacidade laboral.

VI. DOS HONORÁRIOS SUCUMBÊNCIAIS


Predomina na jurisprudência nacional o entendimento que a concessão
dos honorários advocatícios na justiça do trabalho é devida em face da parte.
Conforme o art. 791 da CLT.
Assim como os art. 389, 395 e 404 do CC/02, determina de forma
expressa, que os honorários advocatícios, integram os valores devidos a titulo
de reparação por perdas e danos.
Requer que a reclamada condene ao pagamento dos honorários
contratuais, na forma de ressarcimento por perdas e danos, no percentual de
30% sobrou a condenação

VII. DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA


Cumpre salientar que a Requerente não possui condições financeiras de
arcar com custas processuais e honorárias advocatícias, sem prejuízo ao seu
próprio sustento e de sua família.
Requer a justiça gratuita, conforme declaração de hipossuficiência em
anexo.

VII. DO PEDIDO
Diante dos fatos e fundamentos apresentados pelo Reclamante na
causa de pedir, é a presente para requerer a procedência da ação, para o fim
de condenar a Reclamada nos seguintes pedidos, que deverão ser acrescidos
de correção monetária e juros:
a) pagamento de indenização para reparar o dano material (emergente)
no valor de R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais);
b) pagamento de indenização para reparar o dano material (lucro
cessante), pelo período de 01.12.2011 a 19.05.2012, no valor de R$
200,00 (duzentos reais) mensais;
c) pagamento de indenização para reparar o dano estético gerado ao
empregado em valor a ser arbitrado pelo Douto Juízo;
d) o pagamento de indenização a título de dano moral em valor a ser
arbitrado por este Douto Juízo;
e) pagamento mensal de pensão vitalícia de 20% (vinte por cento) do
salário anterior do empregado, devido à redução de sua capacidade laborativa.
Requer, também, a notificação da Reclamada, na pessoa do seu
representante legal, e sua intimação para comparecer em audiência a ser
designada por este digno Juízo, e, nesta ocasião, apresente defesa nos termos
conforme Súmula 74, I, do Tribunal Superior do Trabalho (TST).
Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em direito
admitidos, especialmente o depoimento pessoal da Reclamada, que fica, desde
já, requerido, bem como os de caráter documental, testemunhal, pericial e o
que mais for necessário para elucidar os fatos.

Dá-se à causa o valor de R$ 45.000,00 (quarenta e cinco mil reais).


Nesses termos,
pede deferimento.

Local e data.
OAB

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