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Gestão Pública

Profª. Elisabete Moreira


Parte 3

TESTES

30. 186. (FCC / PREF. DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO - PMSP / 2008) Em uma organização, a
área coordenadora responsável pelo planejamento e controle do fluxo dos insumos utilizados em
seus processos produtivos é denominada de Administração de
(A) Pessoal.
(B) Marketing.
(C) Finanças.
(D) Materiais.
(E) Transportes.

31. 23. (FCC / MPE-RS / 2008) Considera-se uma gestão de materiais bem sucedida aquela que
consegue estabelecer um equilíbrio entre
(A) acesso a crédito e qualidade de serviço.
(B) taxa de lucro esperada e nível de estoque.
(C) capacidade de endividamento e demanda efetiva.
(D) necessidade de financiamento e nível de oferta.
(E) disponibilidade de capital de giro e nível de serviço.

108. (FCC / INFRAERO / 2011) Para uma eficiente gestão de estoques, é importante calcular a
previsão de consumo para os períodos seguintes. Entre os métodos de previsão de consumo,
o método da média móvel tem a DESVANTAGEM de
(A) reduzir a influência dos valores extremos no resultado final.
(B) apresentar uma reação muito rápida da previsão diante dos valores atuais, se o número de
períodos for grande.
(C) reduzir a previsão dos valores ocorridos, se a tendência de consumo for crescente.
(D) elevar a previsão dos valores ocorridos, se a tendência de consumo for crescente.
(E) elevar a influência dos valores extremos no resultado final.

43. 202. (FCC / MP-SE /2009) O consumo médio anual de um determinado item é de 6.000
unidades. O seu estoque médio mensal é de 600 unidades. O índice de rotatividade desse item é
igual a
(A) 5.
(B) 10.
(C) 15.
(D) 20.
(E) 30.

A organização Alfa tem os seguintes dados de administração de materiais:

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Material Cartucho de tinta para


impressora.

Estoque reserva 10 unidades


Consumo médio do material 10 unidades por dia
Tempo de espera médio, em dias, para
reposição do material 7 dias

Lote de compra 200 unidades

44. 206. (FCC / MP-SE /2009) O estoque mínimo a ser mantido, em unidades, para o material
especificado é
(A) 70.
(B) 80.
(C) 140.
(D) 270.
(E) 280.

45. 207. (FCC / MP-SE /2009) O estoque máximo ideal a ser mantido, em unidades, para o
material especificado é
(A) 170.
(B) 270.
(C) 280.
(D) 700.
(E) 900.

265. (FCC /MPPE/ 2012) É fundamental, para as organizações, o funcionamento operacional dos
estoques e o seu controle, assim como os critérios que podem ser utilizados na renovação
desses estoques. Dois sistemas se apresentam como respostas básicas para operacionalizar o
controle de estoques. Aquele que se baseia na determinação do momento ideal para a renovação
do estoque, definido pelo instante em que o estoque de um material atinge um certo nível que
sinalizará a necessidade de uma reposição, é denominado sistema:
(A) Primeiro a entrar, último a sair.
(B) “60-40”.
(C) “X-Y”.
(D) “Q”.
(E) “P”.

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67. 10. (FCC / METRÔ-SP / 2010). O sistema de produção que tem como princípio a recolocação
dos estoques no tempo certo, eliminando os gastos com estoques à espera para serem
processados, é o
(A) Kaizen.
(B) Kanban.
(C) FIFO − first in, first out.
(D) LIFO − last in, first out.
(E) Just-in-time.

Gabarito: D, E, C, B, B, C, D, E

3.8. Políticas de Gestão de Estoque (continuação)

a) Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos - (Supply Chain Management)

O SCM ou gerenciamento da cadeia de suprimento é um conceito amplo que envolve a integração


dos processos de negócios (ligando o mercado, a rede de distribuição, o processo de produção e a
atividade de compra) desde o usuário final até o fornecedor, de forma a agregar valor ao cliente.

Está relacionado ao conceito de logística integrada, como o processo de planejamento, operação


e controle de fluxos de informação e matéria-prima, materiais em processo e produtos acabados, desde
a fonte até a entrega ao usuário final, assegurando o mínimo custo e a satisfação do cliente.

A logística (arte de calcular) refere-se a todas as atividades de manutenção de estoques e


armazenagem, processamento dos pedidos e transporte desde o ponto de aquisição até o consumo
final.

A logística tem preocupação com toda a cadeia produtiva desde a fonte até consumidor final.

b) ECP - (Efficient Consumer Response)

O ECP – Resposta Eficiente ao Consumidor é uma evolução da Logística em direção ao SCM,


iniciado na década de 90 nos EUA. Trata-se de um conjunto de metodologias, através de parcerias e

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alianças, visando otimizar a cadeia logística, de forma mais flexível, para melhorar o atendimento prestado
ao cliente final, reduzindo os custos nas diversas etapas da cadeia de suprimento.

ECP visa promover e desenvolver a colaboração entre a indústria e o comércio, fornecedores e


varejistas, através de um fluxo consiste de produtos e informações que caminham bidirecionalmente na
cadeia logística de abastecimento para melhor satisfazer as necessidades do consumidor da forma mais
rápida e eficiente.

Constitui uma evolução do:


 JIT (introduzido na indústria automobilística) e do Quick Response: Introduzido nas industrias têxteis e
de vestuário.

c) Efeito Chicote na cadeia de Suprimentos

 O efeito chicote observado por Forrester (“efeito bullwhip” ou “efeito whiplash”) acontece quando uma
pequena oscilação de consumo em uma ponta da cadeia causa grandes variações nos atores mais
distantes.

 As empresas de um modo geral, como forma de se defenderem de eventuais faltas de produtos,


aumentam seus estoques de segurança, de produtos acabados ou de matérias-primas e
peças/componentes, aumentando as distorções na propagação da previsão de demanda na cadeia.

3.9. Avaliação de Estoques

Visa dimensionar quanto de capital está imobilizado no estoque.

a) Avaliação pelo Custo Médio: aceito pelo fisco, para períodos inflacionários. A cada nova
aquisição é calculada uma nova média.

b) Avaliação pelo Método PEPS (FIFO): aceito pelo fisco. Para períodos inflacionários, os valores
dos estoques finais são maiores e o custo das mercadorias vendidas é menor e o lucro, o maior.
Caso haja deflação, sairão primeiro as mais caras, maior CVM, ficando no estoque as mais
baratas, menor estoque final, lucro menor.

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c) Avaliação pelo Método UEPS (LIFO): em períodos inflacionários obtém o menor valor possível
para o estoque final, o CMV é o maior possível, acarretando um lucro menor, logo é o melhor
método para períodos inflacionários, não obstante não ser permitido pelo fisco.

d) Avaliação pelo Custo de Reposição: Custo de Reposição (CR) = Preço Unitário (PU) +
Acréscimo do Custo de Reposição – valores atualizados em razão dos preços de mercado

e) Custo das Mercadorias Vendidas e Lucro

Onde:

CVM = custo das mercadorias vendidas (saídas)

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Ei = estoque inicial

C = compras (entradas)

Ef = estoque final (saldo)

Lucro = Vendas líquidas - CMV

**** Em períodos inflacionários o método PEPS apesar de proporcionar maior lucro, não é o mais
utilizado em termos gerenciais. Utiliza-se o método UEPS, pois os lucros ficam menores, reduzindo a
carga tributável. O RIR não permite que as empresas que declararem o imposto com base no lucro fiscal
utilizem o método UEPS.

4. Compras

Uma compra será considerada eficiente quando a aquisição de materiais for realizada a um preço
econômico, com qualidade e celeridade.

A função Compras vai desde a análise das ordens de compras, localização dos fornecedores, fontes
de suprimento, cotação, negociação, aquisição de materiais, acompanhamento dos pedidos junto aos
fornecedores e o recebimento do material comprado, assegurando a quantidade, qualidade, tempo
oportuno, a custo econômico.

Ciclo de Compras

O recebimento das compras é feito no almoxarifado, mas o controle do recebimento conta com a
participação da área de compras.

Compras pode estar estruturada funcionalmente por áreas que envolvam cadastro de
fornecedores, acompanhamento de compras (seguimento de compras), processamento dos
pedidos e ainda possuir áreas divididas em compras locais, por importação, etc...

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• Centralização de compras: oportunidade de negociar maiores quantidades, homogeneidade da


qualidade dos materiais, controle maior por parte da direção, melhoria na relação com
fornecedores.

• Descentralização de compras: maior atendimento das necessidades locais; maior conhecimento


dos fornecedores locais, agilidade e flexibilidade nas compras.

Classificação de Compras

• Compras formais: exigem documentos que comprovem a tramitação de um processo;

• Compras informais: de pequeno valor, sem muitos trâmites burocráticos (na AP não existe essa
informalidade);

• Compras antecipadas: antes de acontecer o consumo, carecem de planejamento prévio;

• Compras parceladas: por meio de contratos;

• Compras emergenciais: urgentes, não previstas e normalmente prejudiciais à empresa, pois


reduzem o poder de negociação.

• Compras diretas: compras rotineiras;

• Compra nova: inédita, demora mais tempo.

• Recompra modificada: compras rotineiras que sofrem alguma variação nos procedimentos.

4.1. Compras na Administração Pública

Na Administração Pública as compras devem ser realizadas através de Licitação que é um


procedimento formal no qual se convoca, mediante condições estabelecidas, empresas interessadas na
apresentação de proposta.

 Métodos do Pedido de Compra

 Descritivo: identifica com clareza o item através da enumeração de suas características físicas,
mecânicas, de acabamento e de desempenho, possibilitando sua perfeita caracterização para a boa
orientação do processo licitatório e deverá ser utilizada com absoluta prioridade, sempre que possível;

 Referencial: que identifica indiretamente o item, através do nome do material, aliado ao seu símbolo ou
número de referência estabelecido pelo fabricante, não representando necessariamente preferência de
marca.

***** Uma especificação funcional, utilizada por compras, para garantir a qualidade dos produtos, pode
ser descrita por marca, caracterização de aspectos físicos e químicos, por método de produção, por
desenho ou outros. A marca somente será admitida quando tecnicamente justificável.

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 Escolha dos Fornecedores

É importante que a área de compras mantenha um bom relacionamento com os fornecedores numa
relação de ganha-ganha, para que ambos possam ter vantagens e estabilidade.

Os fornecedores podem ser classificados:

• Fonte simples: um fornecedor selecionado entre vários, para um relacionamento de longo


prazo;
• Fonte única: fornecedor exclusivo;
• Fonte múltipla: vários fornecedores, com competitividade, favorecendo o poder de barganha.

Na Administração Pública há o SICAF – Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores no


âmbito do SISG – Sistema Integrado de Serviços Gerais, que fornece apoio aos processos de compras, no
qual os fornecedores são habilitados previamente e parcialmente (depois é necessária a validação da
documentação exigida em uma unidade cadastradora), sendo condição necessária para que a empresa
participe do pregão eletrônico e da cotação eletrônica. Além disso, é condição para a participação das
compras públicas que o objeto licitado seja pertinente ao ramo de atividade, através da análise do contrato
social.

É importante acessar o site do Comprasnet, para obter maiores informações.

• A postura do comprador da área de compras e de todos envolvidos deve se pautar por atitudes
éticas.

5. Gestão Patrimonial

A gestão patrimonial envolve o controle tanto dos bens patrimoniais móveis como imóveis.

A Gestão Patrimonial é realizada através das atividades de entrada do bem no almoxarifado,


com o recebimento, aceite e registro; a guarda, conservação interna e armazenagem; classificação;
movimentação; distribuição e controle.

5.1. Recebimento e Aceite de Materiais

O recebimento envolve a entrada dos materiais, conferência quantitativa, conferência qualitativa e


regularização.

• Recebimento: ato no qual o material é entregue do fornecedor que transfere a responsabilidade


pela guarda e conservação. Deverá ser entregue no almoxarifado ou no lugar designado, sendo
que o registro de entrada será sempre no almoxarifado. O recebimento decorrerá de compra,
cessão, doação, permuta, transferência, produção interna. São documentos hábeis para
recebimento: Notas Fiscais, Faturas, Termo de Doação, Cessão ou Permuta, Nota de
Transferência, Guia de Produção.

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• Aceitação: operação na qual se declara na documentação fiscal que o material recebido satisfaz
as condições contratadas, segundo a conferência quantitativa e o exame qualitativo.

• A conferência quantitativa pode ser realizada por acusação ou contagem cega, quando o
conferente não verifica a correspondência entre a quantidade declarada pelo fornecedor e a
efetivamente entregue.

• Caso o material apresente algum problema, cabe ao encarregado do recebimento providenciar


junto ao fornecedor a regularização da entrega, com a devolução total ou parcial.

**** A lei 8666, art. 73, estabelece que o recebimento do objeto poderá ser feito provisoriamente, para
posterior verificação da conformidade do material com a especificação; e definitivamente, após a
verificação da qualidade e quantidade do material e consequente aceitação. Mas isso não exclui a
responsabilidade civil pela solidez e segurança e nem ético-profissional pela execução do contrato
(§2º, art 73).

5.2. Tombamento do bem material

 Tombamento é procedimento de incorporação do material permanente ao patrimônio da empresa.

 É quando ocorre à identificação do bem com características físicas, valor de aquisição e


colocação de um número de registro patrimonial sequencial com códigos alfanuméricos ou numéricos
aposto ao material, mediante gravação, fixação de plaquetas ou etiqueta apropriada. O número de
registro patrimonial do material bibliográfico poderá ser aposto mediante carimbo.

 Somente os bens móveis permanentes são passíveis de tombamento.

 Segundo a STN, materiais com baixo valor monetário, cujo custo de controle seja superior ao seu
benefício, devem ser, preferencialmente, considerados materiais de consumo.

 Nesse caso, devem ser controlados de forma simplificada, por meio de relação-carga, que mede
apenas aspectos qualitativos e quantitativos, não havendo necessidade de controle por meio de
número patrimonial. Esses bens devem, no entanto, ser registrados contabilmente no patrimônio da
entidade.

 Se um material de consumo for considerado como de uso duradouro, em razão da durabilidade,


quantidade utilizada ou valor relevante, também deverá ser controlado por meio de relação-carga, e
incorporado ao patrimônio da entidade.

 Termo Patrimonial de Responsabilidade: documento que consolida a carga patrimonial e efetiva a


responsabilidade pela guarda e uso do material pelo consignatário;

 Controle físico: lançamento em sistema próprio (Manual ou Eletrônico) das características própria do
bem – Identificação.

 Carga e Descarga na Administração Pública

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• Carga - a efetiva responsabilidade pela guarda e uso de material pelo seu consignatário. O material
será considerado em carga, no almoxarifado, com o seu registro e apropriação dos custos, após o
cumprimento das formalidades de recebimento e aceitação.

• Descarga - a transferência desta responsabilidade, que deverá, quando viável, ser precedida de exame
do mesmo.

***** Cabe ao gestor patrimonial a elaboração e controle do termo patrimonial (o servidor consignatário
tem responsabilidade pela guarda e uso do bem); o tombamento do bem, os inventários e os registros
de movimentação (deslocamento do bem permanente) e transferência (movimentação do material, com
troca de responsabilidade, de uma unidade organizacional para outra, dentro do mesmo órgão ou
entidade).

5.3. Armazenagem

O armazenamento ocorre no almoxarifado local destinado à guarda de materiais, preservando a


qualidade e a quantidade dos itens.

 Localização dos Materiais

• Sistema de Estocagem Fixa: uma área especifica para cada tipo de material.

• Sistema de Estocagem Livre: os materiais vão ocupando os espaços vazios disponíveis, junto aos
pontos de utilização.

**** O sistema de endereçamento ou codificação é utilizado para os dois sistemas, visando indicar o
posicionamento do material.

 Critérios de Estocagem

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• Armazenagem simples: materiais que não demandam cuidados especiais.

• Armazenagem complexa: materiais que precisam de medidas especiais para guarda em razão da
fragilidade, peso, forma ou volume, como materiais inflamáveis, explosivos, voláteis, radioativos,
perecíveis.

 Tipos de armazenagem

• Por tamanho, peso e forma: de características físicas semelhantes, permite maior aproveitamento do
espaço físico, mas demanda mais controle.

• Por frequência de entrada e saída: não aproveita bem os espaços.

• Por agrupamento ou complentaridade: materiais associados ou compatíveis, cuja frequência de


solicitação é conjunta. Facilita a arrumação, mas dificulta o aproveitamento do espaço.

• Especial: em razão do peso, forma, volume ou fragilidade (perecíveis - método PEPS).

• Área externa: custos menores e aumento e espaço do almoxarifado.

• Coberturas alternativas: como galpão fixo e móvel.

 Cuidados na armazenagem:

• Devem ser resguardados contra o furto ou roubo e protegidos contra a ação dos perigos e ameaças
climáticas, bem como de animais;

• Devem ser estocados de modo a possibilitar uma fácil inspeção e um rápido inventário;

• Na AP os materiais estocados a mais tempo devem ser fornecidos em primeiro lugar, (primeiro a entrar,
primeiro a sair - PEPS), com a finalidade de evitar o envelhecimento do estoque;

 Formas de arranjo de físico - lay-out

Para a definição do lay-out é importante definir o material, volume, tempo de armazenagem, tipos de
embalagens, necessidade de controle, uso de equipamentos e instrumentos.

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 Lay-out celular ou células de produção: formado por ilhas de produção no qual é designado um
conjunto de produtos que sofrem operações específicas e os trabalhadores se movimentam entre as
estações de trabalho, cuja base é nunca passar um defeito.

 Classificação e Codificação de Materiais:

Um sistema de classificação e atender a três atributos:

• Abrangência: contemplando todas as características dos materiais como aspectos físicos,


financeiros, contábeis;

• Flexibilidade: permite ligações com outras classificações e melhoramentos;

• Praticidade: classificação simples e direta.

As etapas de classificação dos materiais são as seguintes:

 1. Catalogação: ordenamento e arrolamento de todos os itens da coleção;

 2. Simplificação: reduzir os itens que servem para uma mesma finalidade, do mesmo tipo;

 3. Especificação: descrição detalhada de cada item, permitindo a individualização;

 4. Normalização: estabelecimento de normas para o uso (de acordo com a ABNT);

 5. Padronização: uniformização do emprego e do tipo de materiais, estabelece padrões de peso,


medida e formato;

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 6. Codificação: atribuição de números ou letras a cada material, representando as características do


item. Pode ser alfabético, numérico e alfanumérico.

 Métodos de codificação

 Número sequencial: distribui sequencialmente números arábicos a cada material, de forma simples;

 Método Alfabético: utiliza letras em vez de números, com bastante limitação, está em desuso;

 Método Alfanumérico ou misto: associação de letras e números, permitindo maior flexibilidade, pois
as letras que antecedem os números poderão indicar o lote. É o mais difundido, mas tem o problema de
não aceitação das letras pelos sistemas mecanizados.

 Sistema de Codificação Definidor (Federal Supply Classification):

 Classificação geral: grupo – identifica as grandes classes ou agrupamento de materiais em estoque.

 Classificação individualizadora: classe – identifica o material

 Classificação definidora: descreve os materiais.

 Ex: material de escritório, caneta esferográfica, marca bic escrita fina.

****Depois de identificado e codificado, o material será cadastrado com o nome, código, unidade, em
sistema computadorizado.

 Técnicas de Estocagem de Materiais

 Carga unitária: acondiciona material visando ao manuseio, transporte e armazenamento como uma
unidade, formada de um conjunto de materiais.

 Caixas ou gavetas: materiais de pequenas dimensões.

 Prateleiras: materiais de tamanhos diferentes.

 Raques: peças longas e estreitas.

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 Empilhamento: em caixas.

 Contêiner flexível: sólidos a granel e líquidos.

 Containers: caixas fechadas para transporte intermodal

 Pallets: estrados para empilhamento de cargas unitárias, para aproveitamento do espaço vertical.

 Engradados: para materiais frágeis ou irregulares

 Embalagens

As principais funções das embalagens são: contenção, proteção e comunicação. Possuem estreita
ligação com todas as atividades de logística, como armazenagem, manuseio, movimentação e
transporte.

 Caixa de papelão: grande economia em relação à caixa de madeira.


 Tambores: para líquidos, sólidos, pastosos, fluídos, granulados; muito resistente e de fácil
recuperação.
 Fardos: para redução de volumes.
 Recipientes plásticos: para líquidos e material a granel.

 Requisições e fornecimento de materiais na Administração Pública

 Por Pressão: de uso facultativo, no qual se entrega o material ao usuário mediante tabelas de
provisão, com épocas fixadas, independente de solicitação do usuário, envolvendo material de limpeza e
conservação, material de expediente e de uso rotineiro e gêneros alimentícios.

 Por Requisição: processo mais comum, pelo qual se entrega o material ao usuário mediante
apresentação de uma requisição (pedido de material) de uso interno no órgão ou entidade.
 As requisições/fornecimentos deverão ser feitos de acordo com catálogo de material, em uso no
órgão ou entidade.

As quantidades de materiais a serem fornecidos deverão ser controladas, levando-se em conta o consumo
médio mensal dessas unidades usuárias, nos 12 (doze) últimos meses.

5.4. Movimentação de Materiais

A movimentação visa a obter um fluxo eficiente, atendendo aos critérios da adaptabilidade aos
vários tipos de carga, utilização de transporte mecânico ou automatizado, aproveitando o espaço
cúbico, minimizando as distâncias e respeitando o fluxo de operações.

 Na AP a movimentação deverá ser realizada através de registro no competente instrumento de


controle (ficha de prateleira, ficha de estoque, listagens processadas em computador) à vista de guia de
transferência, nota de requisição ou de outros documentos de descarga.

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 Equipamentos

 Veículos industriais:
 Carretas;
 Carrinhos (curtas distâncias no interior do almoxarifado),
 Empilhadeiras (para transporte de pallets, para otimizar os espaços verticais),
 Tratores e traillers;

 Transportes Contínuos: como correias, esteiras, roletes transportadores;

 Guindaste, Talhas (polias em série) e Elevadores: para manuseio em áreas restritas, de maneira
constante e ininterrupta, normalmente de cargas pesadas;

 Ponte de pórtico rolantes: vigas que correm sobre trilhos, para transporte pesado, em áreas restritas.

 Contêineres e Estruturas de suporte: sem mobilidade própria, para suporte de outros equipamentos,
como tanques, plataformas, estrados, pallets;

 Transportes

 Modal
 Transporte rodoviário: tempo rápido de entrega, para pequenas e médias distancias;
 Transporte ferroviário: para longas distâncias e para grande volume, com grande custo fixo
operacional.
 Transporte aquaviário: transporte entre continentes, com tempo de entrega maior;
 Transporte aeroviário: altos custos e pequenas quantidades.
 Transporte dutoviário: custo baixo de transporte para óleos, gás e derivados.

 Transporte combinado: É o transporte de carga de um veículo por meio de outro em um único


carregamento ou veículo;

 Transporte intermodal: É o deslocamento de carga através de vários meios de transporte, desde o


ponto de origem, via um ou mais pontos de interligação, até o ponto final, utilizando diferentes
operadores, cada um se responsabilizando pelo seu trecho.

 Transporte multimodal: vários modos de transporte, com vários tipos de veículos, um conceito que
coloca a responsabilidade das atividades de transporte sob um único operador, o qual gerencia e
coordena o processo todo.

 Cross Docking: os produtos com elevados índices de giro e de perecibilidade e que não são
estocados, mas apenas cruzam o armazém indo direto aos pontos de venda, envolvendo ciclos rápidos
de movimentação, sincronizados, nas diversas etapas.

 Incidente sobre produto, em razão do frete e do seguro

 CIF – significa “Cost, insurance and freight” - “custo, seguro e frete”. Na modalidade CIF o gasto do
frete e do seguro é de responsabilidade do vendedor que deverá entregar a mercadoria no local
indicado pelo comprador. O valor pago pelo comprador inclui o valor da mercadoria adquirida mais o
frete e o seguro.

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 FOB significa “free on board” ou seja “posto a bordo”. Na modalidade FOB, o gasto do frete e do
seguro é de responsabilidade do comprador. O valor paga pelo comprador inclui somente o valor da
mercadoria.

A diferença entre uma modalidade e outra está no fato de o preço de venda incluir ou não o valor do frete
e do seguro de transportes.

5.5. Inventário

É um instrumento de controle que visa:

 A confirmação da existência física e verificação dos saldos de estoque nos almoxarifados e


depósitos, e dos equipamentos e materiais permanentes da organização, para verificar:

 Discrepâncias entre o estoque contábil e o estoque físico, inclusive em termos monetários, para
realizar ajuste dos dados escriturais de saldos e movimentações dos estoques com o saldo físico
real.

 A apuração do valor total do estoque (contábil), quando o inventário é realizado próximo ao


encerramento do exercício fiscal.

 Demonstrar a situação dos materiais estocados e dos materiais permanentes no tocante ao


saneamento dos estoques, necessidades de uso, reparos e manutenção. A recuperação dos bens
somente ocorrerá se a despesa for de 50% do valor do bem no mercado. São formas de saneamento e
desfazimento:

 Desfazimento: alienação - venda, permuta ou doação.


 Comodato: empréstimo por tempo determinado.
 Extravio, perda ou sinistro.
 Bens inativos ou ociosos: recuperação, reutilização ou cessão/doação.
 Bens antieconômicos e irrecuperáveis: deverão ser alienados (através de venda, permuta ou
doação).

 A análise do desempenho das atividades do encarregado do almoxarifado é realizada através dos


resultados obtidos no levantamento físico.

 Classificação dos Inventários

 Inventários gerais ou periódicos: efetuados ao final do exercício fiscal, abrange a contagem de todos
os itens de estoque, cujas informações são relacionadas no inventário analítico. No final do exercício
fiscal é chamado de geral.

 Inventários rotativos ou permanentes: realizado através de contagens programadas em determinado


período, de todos os itens de determinada categoria. Não necessita de paralisação das atividades,
abrangendo a contagem de todos os itens no período fiscal, de forma rotativa e contínua.

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**** As contagens dos itens da curva ABC não precisam que sejam realizadas de forma rotativa para
todos os itens, pode adotar esse critério somente para alguns itens.

Planejamento dos Inventários

1. Convocação das equipes de inventariantes (normalmente se prevê duas equipes, uma de


reconhecedores, que fazem a primeira contagem e outra de revisores, para o cômputo dos itens);

2. Arrumação física;

3. Cartão de inventário: para o registro da contagem de cada item;

4. Cut-off para documentação e movimentação de materiais: mapa contendo notas fiscais, notas de
entrada, requisição e devolução de materiais;

5. Atualização dos registros de estoque;

6. Contagem do estoque (cada item é contado duas vezes. Se o coordenador perceber que não está
correto, deverá haver uma terceira contagem por outra equipe diferente);

7. Reconciliações e ajustes.

 Inventário na Administração Pública

 Tipos de Inventário:

 Anual;
 Inicial;
 De transferência de responsabilidade;
 De extinção ou transformação da UG;
 Eventual;
 Inventário Rotativo
 Inventário por Amostragens para o acervo de grande porte.

 No inventário analítico constará:

 Descrição padronizada;
 Número de registro;
 Valor (preço de aquisição, custo de produção, valor arbitrado ou preço de avaliação);
 Estado (bom, ocioso, recuperável,antieconômico ou irrecuperável);
 Outros elementos julgados necessários.

**** O bem móvel, cujo valor de aquisição ou custo de produção seja desconhecido, será avaliado
tomando como referência o valor de outro semelhante ou sucedâneo, no mesmo estado de
conservação e a preço de mercado.

**** Caso na contagem dos itens obtenha-se valores divergentes nas duas primeiras contagens, deverá se
proceder a uma terceira contagem.

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5.6. Depreciação do Bens Patrimoniais

Os bens reduzem de valor em razão do desgaste (deterioração) ou perda de utilidade por uso, ação da
natureza ou obsolescência.

A Receita Federal estabelece as taxas incidentes na depreciação (IN SRF nº 162/98, IN 130/99). Na
administração pública, esse disciplinamento está no Manual de Regularizações Contábeis, que traz o
mecanismo de depreciação no âmbito do SIAFI.

Conceitos importantes:

• Valor bruto contábil: é o valor do bem registrado na contabilidade, em uma determinada data,
sem a dedução da correspondente depreciação, amortização ou exaustão acumulada.

• Valor depreciável, amortizável e exaurível: é o valor original de um ativo deduzido do seu valor
residual, quando possível ou necessária a sua determinação.

• Valor residual: é o montante líquido que a entidade espera, com razoável segurança, obter por um
ativo no fim de sua vida útil econômica, deduzidos os gastos esperados para sua alienação.

• Valor líquido contábil: é o valor do bem registrado na contabilidade, em uma determinada data,
deduzido da correspondente depreciação, amortização ou exaustão acumulada.

• Depreciação: é a redução do valor dos bens pelo desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da
natureza ou obsolescência.

• Amortização: é a redução do valor aplicado na aquisição de direitos de propriedade e quaisquer


outros, inclusive ativos intangíveis, com existência ou exercício de duração limitada, ou cujo objeto
sejam bens de utilização por prazo legal ou contratualmente limitado.

• Exaustão: é a redução do valor, decorrente da exploração, dos recursos minerais, florestais e


outros recursos naturais esgotáveis.

• Vida útil econômica: é o período de tempo definido ou estimado tecnicamente, durante o qual se
espera obter fluxos de benefícios futuros de um ativo.

• Vida útil: é o período de tempo durante o qual a entidade espera utilizar o ativo ou o número de
unidades de produção ou de unidades semelhantes que a entidade espera obter pela utilização do
ativo.

Algumas observações:

• A partir de janeiro de 2010, o administrador deverá iniciar o procedimento de depreciação para os


bens colocados em condições de uso. Será aplicada posteriormente a depreciação aos bens
adquiridos nos demais exercícios, após realizar o ajuste de seus valores.

• A partir do exercício de 2011, o registro mensal da conformidade contábil considerará o fiel


cumprimento da macrofunção, para que a contabilidade demonstre a adequada situação
patrimonial dos órgãos e entidades, em cumprimento ao artigo 14 da lei nº 10.180, de 2001.

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Gestão Pública
Profª. Elisabete Moreira
Parte 3

O Manual de Regularização Contábil da STN apresenta a vida útil de bens e o valor residual a ser
adotado.

Pressupostos:

 A depreciação, a amortização e a exaustão devem ser reconhecidas até que o valor líquido
contábil do ativo seja igual ao valor residual.

 A depreciação, a amortização ou a exaustão de um ativo começa quando o item estiver em


condições de uso.

 A depreciação e a amortização não cessam quando o ativo torna-se obsoleto ou é retirado


temporariamente de operação.

 Os métodos de depreciação, amortização e exaustão devem ser compatíveis com a vida útil
econômica do ativo e aplicados uniformemente.

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Gestão Pública
Profª. Elisabete Moreira
Parte 3

 “Ao final do período de vida útil, os ativos podem ter condições de ser utilizados. Caso o valor
residual não reflita o valor adequado, deverá ser realizado teste de recuperabilidade, atribuindo a
ele um novo valor, baseado em laudo técnico. Não há novo período de depreciação após o final da
vida útil.”

 Baixa de Bem

 É a retirada contábil do acervo patrimonial, que faz com que o bem deixe de fazer parte do
ativo imobilizado da organização.

 O número patrimonial do bem baixado não poderá ser repassado a outro bem, servindo de
controle dos itens patrimoniais desincorporados. Caso o bem seja reincorporado, o número
é restituído ao mesmo bem.

 Segundo a Lei 8666, a alienação de bens está subordinada as exigências do art. 17:

 Subordinada a existência de interesse público devidamente justificado;

 Com avaliação prévia;

 Quando imóveis, dependerá ainda de autorização legislativa e licitação na modalidade de


concorrência ou leilão, ressalvadas as hipóteses de dispensa estão no art. 17.

 Para os equipamentos de informática, o desfazimento dos bens devem seguir as seguintes


orientações:

 Informar à SLTI/MPOG, que indicará a instituição receptora dos bens, em consonância com
o programa de inclusão digital. Se esta não der retorno, o órgão/entidade poderá proceder
ao desfazimento.

 No caso de doação de bens, sempre revestida de interesse público, o Decreto 99.658/90,


estabelece que:

 Os bens ociosos ou recuperáveis devem ser doados em favor de outro órgão ou entidade
da AP direta, autárquica ou fundacional ou para outro órgão dos demais Poderes da União.

 Os bens antieconômicos, para os estados e municípios mais carentes, Distrito federal, EP,
SEM, instituições filantrópicas e OSCIP, exclusivamente para fins de interesse público;

 Bens irrecuperáveis: instituições filantrópicas e OSCIP, exclusivamente para fins de


interesse público.

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Gestão Pública
Profª. Elisabete Moreira
Parte 3

TESTES

76. 208. (FCC / MP-SE /2009) No processo de avaliação de estoque, quando a saída do
estoque é feita pelo preço do último lote a entrar no almoxarifado o método de avaliação
utilizado denomina-se
(A) UEPS ou LIFO.
(B) PEPS ou FIFO.
(C) custo médio.
(D) custo de reposição.
(E) custo ajustado.

83. 201. (FCC / MP-SE /2009) A etapa em que o órgão de compras assegura-se de que a
entrega do material será feita dentro dos prazos estabelecidos e na quantidade e qualidade
negociadas denomina- se
(A) análise de valor.
(B) recebimento de materiais.
(C) pesquisa e seleção de fornecedores.
(D) seguimento de pedidos.
(E) análise das requisições.

90. 22. (FCC / MPE-RS / 2008) Constitui uma das características do inventário rotativo:
(A) periodicidade de contagem de cada tipo de material é flexível e independente do código de
inventário.
(B) a contagem é realizada a cada três meses para todo o estoque, com o almoxarifado aberto.
(C) intervalo de contagem é fixo, sem necessidade de classificação do material.
(D) a contagem é realizada ao final da cada exercício fiscal, com o almoxarifado de portas
fechadas.
(E) a contagem é contínua e diferenciada para cada tipo de material.

91. 200. (FCC / MP-SE /2009) O levantamento físico dos materiais e patrimônio existentes na
organização para efeito de confrontação periódica com os dados indicados nos fichários ou banco
de dados de estoque e controle patrimonial denomina-se
(A) follow-up físico.
(B) curva ABC.
(C) inventário físico.
(D) média móvel patrimonial.
(E) ponto de pedido.

Gabarito: A, D, C
Campeões não são feitos em academias.
Campeões são feitos de algo que eles têm profundamente dentro
de si,
um desejo, um sonho, uma visão.
(Muhamnad Ali)

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