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O processo é longo e pode envolver entrevista, dinâmica de grupo, cursos, estágio

supervisionado, prova de conhecimentos gerais e formatura no final. Em muitos casos,


quem falta é eliminado. A maratona, quem diria, não é para conseguir um emprego ou uma
bolsa de estudos: é para fazer trabalho voluntário. Se antes bastava querer para doar seu
tempo em prol de crianças pobres, pessoas doentes, deficientes ou das florestas do
planeta, hoje não é bem assim. As ONGs estão profissionalizando o recrutamento de
voluntários, promovendo seleções e cursos de capacitação que podem durar quase um ano.
Os motivos para a mudança são muitos. A necessidade de preparar o voluntário para lidar
com a metodologia da ONG, com o público atendido e com o ambiente de atuação é um
deles. Outras razões são a tentativa de torná-lo mais comprometido – “um voluntário
descompromissado e despreparado mais atrapalha do que ajuda”, dizem alguns – e a
inevitabilidade de ter que selecionar diante de uma procura maior do que a demanda. Para
Sílvia Naccache, coordenadora do CVSP (Centro de Voluntariado de São Paulo), trata-se
de uma tendência, principalmente nas ONGs de São Paulo. “As pessoas vinham cheias de
boa vontade, mas queriam fazer do jeito delas, a qualquer hora.” Cerca de um quinto dos
500 inscritos ficam até o final. “Na primeira palestra, o número já diminui pela metade. As
pessoas têm o desejo genuíno de ajudar, mas, quando se exige dedicação, muitas
desistem”, afirma Valdir Cimino, presidente da associação. Nos treinamentos, há respostas
a questões como: E se uma criança no hospital pedir água? Você deve dar? Pois um
voluntário que fez isso atrapalhou o jejum para um exame. Se ela quiser saber sobre a
doença? Não, o papel é dos médicos. Enfim, não basta um exército de pessoas com boa
vontade que não saibam lidar com situações tão delicadas.

Uma em cada 4 pessoas que usam a internet no mundo tem uma conta no Facebook. Esse
meio bilhão de pessoas publicam 14 milhões de fotos diariamente. Os 100 milhões de
usuários do Twitter postam 2 bilhões de mensagens por mês. Dê um google no nome de
alguém e os tweets dele vão estar lá. Pesquisadores cunham termos bonitos como a "era
da hipertransparência". E a maior rede social do planeta deu um passo grande rumo a tal
hipertransparência: em maio, o Facebook mudou as regras sobre a privacidade em suas
páginas. "Estamos construindo uma internet cujo padrão é ser sociável", decretou Mark
Zuckerberg, criador e presidente do site, ao anunciar as mudanças. Utopia sociológica à
parte, interessa para ele que usuários de seu serviço possam ser encontrados com mais
facilidade. E, quanto mais gente lá, mais Zuckerberg pode faturar com publicidade. As
mudanças, de cara, parecem bem sutis. Antes, não dava para ver a foto de perfil ou a idade
de uma pessoa pesquisada, por exemplo. Agora, a não ser que o usuário mude as
configurações no braço, um resumo de sua ficha ficará exposto na internet. Não é pouca
coisa. E para piorar a internet não "esquece" nada. Qualquer vacilo do passado pode
causar um problema no presente. Em suma, nunca existiram tantas possibilidades de
exposição pública. Um estudo da Universidade da Califórnia mostra mudanças no
comportamento: os entrevistados disseram tomar mais cuidado com o que postam online
hoje do que há 5 anos. A mudança de comportamento se nota na manifestação contra a
mudança na configuração de privacidade do Facebook; enquanto que em 2006, quando o
Orkut passou a identificar quem visitava o seu perfil. Não faltaram reações: "Qual é a graça
se não dá mais para espionar a vida dos outros escondido?", perguntavam os usuários. É
difícil imaginar algo assim hoje. Aprendemos a nos comportar na rede como nos
comportamos em público.
Nas ilhas Mascarenhas -Maurício, Reunião e Rodriguez -, localizadas a leste de
Madagáscar, no oceano Índico, muitas espécies de pássaros desapareceram como
resultado direto ou indireto da atividade humana. Mas aquela que é o protótipo e a tataravó
de todas as extinções também ocorreu nessa localidade, com a morte de todas as espécies
de uma família singular de pombos que não voavam - o solitário da ilha Rodriguez, visto
pela última vez na década de 1790; o solitário da ilha Reunião, desaparecido por volta de
1746; e o célebre dodô da ilha Maurício, encontrado pela última vez no início da década de
1680 e quase certamente extinto antes de 1690. Os volumosos dodôs pesavam mais de
vinte quilos. Uma plumagem cinza-azulada cobria seu corpo quadrado e de pernas curtas,
em cujo topo se alojava uma cabeça avantajada, sem penas, com um bico grande de ponta
bem recurvada. As asas eram pequenas e, ao que tudo indica, inúteis (pelo menos no que
diz respeito a qualquer forma de voo). Os dodôs punham apenas um ovo de cada vez, em
ninhos construídos no chão. Que presa poderia revelar-se mais fácil do que um pesado
pombo gigante incapaz de voar? Ainda assim, provavelmente não foi a captura para o
consumo pelo homem o que selou o destino do dodô, pois sua extinção ocorreu sobretudo
pelos efeitos indiretos da perturbação humana. Os primeiros navegadores trouxeram porcos
e macacos para as ilhas Mascarenhas, e ambos se multiplicaram de maneira prodigiosa. Ao
que tudo indica, as duas espécies se regalaram com os ovos do dodô, alcançados com
facilidade nos ninhos desprotegidos no chão  e muitos naturalistas atribuem um número
maior de mortes à chegada desses animais do que à ação humana direta. De todo modo,
passados os primeiros anos da década de 1680, ninguém jamais voltou a ver um dodô vivo
na ilha Maurício. Em 1693, o explorador francês Leguat, que passou vários meses no local,
empenhou-se na procura dos dodôs e não encontrou nenhum.

Os portugueses tentaram iniciar a colonização em 1535, mas os índios potiguares resistiram


e os franceses invadiram. A ocupação portuguesa só se efetivou no final do século, com a
fundação do Forte dos Reis Magos e da Vila de Natal. O clima pouco favorável ao cultivo da
cana levou a atividade econômica para a pecuária. O Estado tornou-se centro de criação de
gado para abastecer os Estados vizinhos e começou a ganhar importância a extração do sal
– hoje, o Rio Grande do Norte responde por 95% de todo o sal extraído no país. O petróleo
é outra fonte de recursos: é o maior produtor nacional de petróleo em terra e o segundo no
mar. Os 410 quilômetros de praias garantem um lugar especial para o turismo na economia
estadual. O litoral oriental compõe o Polo Costa das Dunas − com belas praias, falésias,
dunas e o maior cajueiro do mundo –, do qual faz parte a capital, Natal. O Polo Costa
Branca, no oeste do Estado, é caracterizado pelo contraste: de um lado, a caatinga; do
outro, o mar, com dunas, falésias e quilômetros de praias praticamente desertas. A região é
grande produtora de sal, petróleo e frutas; abriga sítios arqueológicos e até um vulcão
extinto, o Pico do Cabugi, em Angicos. Mossoró é a segunda cidade mais importante. Além
da rica história, é conhecida por suas águas termais, pelo artesanato reunido no mercado
São João e pelas salinas. Caicó, Currais Novos e Açari compõem o chamado Polo do
Seridó, dominado pela caatinga e com sítios arqueológicos importantes, serras majestosas
e cavernas misteriosas. O turismo de aventura encontra seu espaço no Polo Serrano, cujo
clima ameno e geografia formada por montanhas e grutas atraem os adeptos do
ecoturismo. Em Santa Cruz, a subida ao Monte Carmelo desvenda toda a beleza do sertão
potiguar – em breve, o local vai abrigar um complexo voltado principalmente para o turismo
religioso.
Quando algumas pessoas que só acompanham meu trabalho como jornalista cultural
sabem que admiro, pratico e comento futebol, isso sem falar de quando declaro o time para
o qual torço, soltam frases como “Isso não é importante”, “Que perda de tempo” ou “Todo
mundo tem seu lado irracional”. São frases engraçadamente preconceituosas. Sugerem que
os livros e as artes são sempre importantes, nunca desperdiçam nosso tempo e agem como
veículos da nossa razão. E está claro que não é assim... E sugerem, por outro lado, que do
futebol nada se aprende. Bem, muitos intelectuais aprenderam dele, como de outros
esportes, e eu digo sempre que o futebol me ensinou mais sobre o Brasil do que muitos
livros de história. Também me ensinou sobre a natureza humana. Concordo que o futebol
não é “importante”; mais ainda, que as pessoas lhe dão muita importância. Mas o futebol
tem importância por mexer com outras dimensões da nossa natureza, como o instinto de
competição física e a inclinação para o ritual simbólico. Como ao ler as lendas da mitologia
ou os romances de aventura, projetamos no futebol um gosto pela façanha, uma
curiosidade sobre o limite. Sobre o lado irracional, uma das coisas que o futebol mostra é
que racionalidade e irracionalidade não são duas instâncias lado a lado, mas que se
mesclam e muitas vezes com resultados positivos. O que Pelé fazia em campo podia partir
de uma memória corporal vinda desde as brincadeiras de infância – e quantos prazeres da
vida não têm a mesma relação com o jogo? – e, no entanto, era produto de um trabalho
mental, consciente, forjado em tentativa e erro, repetidas vezes. O craque não é o que
pensa mais rápido e, assim, aplica o que faz com a bola dentro da narrativa da partida.
Como nas artes, na política ou na paquera, o grande segredo mora no “timing”. É preciso
ensaiar para não fazer em campo apenas as jogadas ensaiadas.

Lojas e supermercados da Inglaterra serão proibidos de expor cigarros e outros produtos


derivados do tabaco em prateleiras e vitrines a partir do ano que vem. A medida tem como
objetivo reduzir o tabagismo entre adolescentes e jovens. O banimento começa a valer em
abril de 2012 para lojas de grande porte e supermercados. A restrição será estendida a
todos os estabelecimentos comerciais em 2015. De acordo com a lei, as lojas poderão
mostrar apenas algumas informações específicas sobre os produtos, como preços. Uma
consulta pública deverá ser realizada para decidir sobre a possível adoção de embalagens
sem rótulos, texto ou ilustrações para os cigarros. A nova legislação, que foi elaborada pelo
governo trabalhista, que deixou o poder em maio de 2010, será adotada depois de vários
anos de debates. Países como Canadá, Irlanda, Islândia e Finlândia já adotaram restrições
semelhantes. Estima-se que um em cada cinco ingleses seja fumante. Esta proporção tem
se mantido estável nos últimos anos, depois de uma queda drástica no número de fumantes
nas décadas anteriores. O ministro da Saúde britânico, Andrew Lansley, diz que as
restrições fazem parte de uma nova estratégia para tentar impor um ritmo de queda no
número de fumantes nos próximos anos. As novas medidas foram saudadas por entidades
ligadas à saúde. Para o grupo antitabagista Ash, há fortes evidências de que tirar os
cigarros das prateleiras evitam a formação de novos fumantes - além de proteger ex-
dependentes. "Toda manhã, quando um ex-fumante vai a uma loja comprar um jornal, as
empresas de tabaco estão esperando por ele, colocando a sua marca em frente a ele",
disse Martin Dockrell, porta-voz do grupo. Já os fabricantes de cigarros afirmam que a
medida é meramente simbólica. Para eles, a legislação somente vai causar estorvos aos
lojistas, sem trazer muitos efeitos práticos.
Adentrar no gabinete para trabalhar e ser tomada pela visão de prateleiras lotadas de
processos, com tarjas e capas das mais variadas cores, que lembram um arco-íris, permite
que nesse simples perpassar de olhos sejam identificados os tipos de dor subjacente a
cada lide, acionando o sentimento de solidariedade. Outra sensação é a de entrar no
gabinete “clean”, de mesas limpas, brancas, apenas com duas telas de computador, sem a
presença física de pilhas de processos, o que pode criar a falsa ideia de que está tudo em
ordem, tudo arrumado, tudo julgado dentro do tempo razoável constitucionalmente
estabelecido. Saem de cena toneladas de papel e entra uma tela de computador. A
presença quase imperceptível dos processos virtuais, ocultos nos escaninhos eletrônicos do
sistema informatizado do tribunal, não palpáveis e invisíveis aos olhos humanos, constitui
uma realidade consolidada e que é estranhamente tocada pela evanescência do imaterial,
como se de seres etéreos se tratasse e não de vidas reais, inseridas em conflitos,
submersas em autos digitalizados. Ao contrário, o que se pretende é ativar intensa
vigilância, para que não se retroceda na imprescindível jornada de humanização do
Judiciário. É o fim do papel, mas não da cruel espera. No ponto de partida há a virtualização
dos processos, que, por força da máquina, são rapidamente enviados para os tribunais
superiores. Contudo, no ponto de chegada nada mudou e são os mesmos seres humanos
os incumbido de fazer a análise de cada lide. Esse fato inatacável leva a crer que a
celeridade é parcialmente falsa, na medida em que o ministro continua sendo o único
incumbido de julgar os processos que aportam em seu gabinete. Aplaude-se, com efeito, a
adoção necessária e imperiosa de um instrumento moderno, como é a do processo
eletrônico virtual. Julgar na velocidade do computador é um alvo que está além da
capacidade humana.

Nas últimas décadas, a China poupando 40% do PIB, cresce a taxas espantosas. Nos
Estados Unidos, políticas financeiras levianas tornam o país dependente dos chineses.
Ainda pior, no teste Pisa os americanos amargam as posições entre 15ª a 31ª, enquanto a
campeã absoluta é a cidade de Xangai. Ainda, um livro que uma professora americana
conta como educou suas filhas ao estilo chinês vira best-seller. Proibindo as filhas de
participar de teatro, de atividades extracurriculares, de ver TV ou jogar no computador, de
tirar qualquer nota que não fosse A, de obter qualquer colocação que não fosse o primeiro
lugar e de tocar qualquer coisa que não fosse piano ou violino (e por duas ou três horas de
prática diária). Filhos estressados? Enquanto 70% das mães ocidentais temem as pressões
sobre os filhos, 0% das chinesas se preocupa com isso. Se os filhos não se saem bem, é
vergonha para os pais. Para evitarem a desonra, gastam dez vezes mais tempo ajudando
os filhos nos deveres - em comparação com as mães ocidentais. Para os orientais, nada é
divertido ou agradável, até que seja totalmente dominado. Portanto, não se pergunta à
criança se quer estudar, praticar ou se gosta do que está fazendo. É crença deles, gosto se
adquire na prática obsessiva e do sucesso que vem dela. Se malandrava ou tirava notas
ruins, Chua era chamada pela mãe de “lixo”. A vergonha foi um santo remédio e não deixou
cicatrizes na personalidade. Se a nota foi menos que A, só pode ser por vadiagem, pois é
certo que o filho pode obter os resultados esperados. Daí as explosões de fúria paternal,
sem as preocupações em traumatizar as crianças. Portanto, ter peninha da pobre criança
que não tem vontade de estudar é trocar o conforto emocional de hoje pelo futuro do filho. A
educação nem sempre é leve e divertida. Fica assim, depois que se toma o gostinho de
lidar com assuntos entendido. Antes, é suor.
Há não muito tempo, falava-se em imprensa escrita, falada e televisada quando se desejava
abarcar todas as possibilidades da comunicação jornalística. Os jornais e as revistas, o
rádio e a televisão constituíam o pleno espaço público das informações. Tinham em comum
o que se pode chamar de “autoria institucional”: dizia-se, por exemplo, que tal notícia “deu
no Diário Popular”, ou “foi ouvida na rádio Cacique”, ou “passou no telejornal da TV
Excelsior”. Funcionava como prova de veracidade do fato. Hoje a autoria institucional
enfrenta séria concorrência dos autores anônimos, ou semi-anônimos, que se valem dos
recursos da internet, entre eles os incontáveis blogs. Considerados uma espécie de
cadernos pessoais abertos, os blogs possibilitam intervenção imediata do público e
exploram em seu espaço virtual as mais distintas formas de linguagem: textos, desenhos,
gravuras, fotos, músicas, vídeos, ilustrações, reportagens, entrevistas, arquivos importados
etc. etc. A novidade maior dos blogs está nessa imediata conexão que podem realizar entre
o que seria essencialmente privado e o que seria essencialmente público. Até mesmo
alguns velhos jornalistas mantêm com regularidade esses espaços abertos da internet. A
diferença é que, em seus blogs, eles se permitem depoimentos subjetivos e apreciações
pessoais que não teriam lugar numa Folha de S. Paulo ou num O Globo, por exemplo.
Qualquer cidadão pode resolver sair da casca e dizer ao mundo o que pensa. Artistas
plásticos trocam figurinhas em seus blogs diante de um largo público de espectadores,
escritores adiantam um capítulo do próximo romance, um músico resolve divulgar sua nova
canção. É só abrir um espaço na internet. Não importa a extensão das descobertas
tecnológicas, sempre será imprescindível a atuação do nosso espírito crítico diante de cada
fato novo que se imponha à nossa atenção.

Voto do ministro Marco Aurélio, que admitiu repercussão geral em recurso sobre a proibição
de expulsão de estrangeiro com filhos no Brasil, foi seguido por unanimidade em votação no
sistema Plenário Virtual do Supremo Tribunal Federal. O tema será analisado no Recurso
Extraordinário (RE) 608898. A União, autora do RE, questiona decisão do Superior Tribunal
de Justiça que, ao analisar um recurso, proibiu a expulsão de estrangeiro “que tenha
concebido prole brasileira posteriormente ao fato motivador do ato expulsório”. De acordo
com aquela corte, a concepção de filho brasileiro após o fato que originou a expulsão
impede a medida tendo em vista os princípios da proteção do interesse da criança e da
garantia do direito à identidade, à convivência familiar e à assistência pelos pais, presentes
na Constituição Federal e no Estatuto da Criança e do Adolescente. Assim, a União alega
violação aos artigos 227 e 229, da CF. Assevera que, na coexistência da proteção dos
direitos da família e da criança com a proteção da soberania e do território nacional, a Lei
6.815/80 previu a impossibilidade de expulsão de estrangeiro somente quando a prole
brasileira seja anterior ao fato motivador da expulsão. Sob o ângulo da repercussão geral, a
autora sustenta a relevância dos pontos de vista econômico, político, social e jurídico do
tema. A União salienta que o caso refere-se a conflito de interesse do Estado brasileiro
quanto à “proteção de direitos e garantias fundamentais aparentemente conflitantes, com
reflexos interna e internacionalmente”. “Cumpre ao Supremo definir a espécie presentes os
valores envolvidos, a saber: a soberania nacional, com manutenção de estrangeiro no país,
e a proteção à família, ante a existência de filho brasileiro”, disse o relator, ministro Marco
Aurélio. Ele foi seguido por unanimidade dos votos.
Pesquisadores do Rio e de Belém alertam para o risco de que a febre chikungunya,
causada pelo mesmo mosquito que transmite a dengue, se espalhe pelo país. Os médicos
diagnosticaram um caso dessa febre a partir de testes sorológicos para a detecção de
anticorpos do vírus da doença. O paciente é um surfista carioca de 41 anos, contaminado
em uma viagem à Indonésia, em agosto de 2010. O trabalho será apresentado durante o
Congresso Brasileiro de Medicina Tropical, que acontece entre os dias 23 e 26 de março,
em Natal (RN). O vírus da doença é transmitido pelo mesmo mosquito da dengue, o Aedes
aegypti. Como os sintomas são muito parecidos com os da dengue, a chikungunya pode
chegar ao Brasil e não ser detectadas. A Organização Mundial de Saúde registra casos da
febre na África e na Ásia. Apesar de o problema ainda não existir no país -há três casos
diagnosticados, todos de pessoas contaminadas no exterior, pesquisadores estão alertas.
Como a infestação de mosquito no país é alta, o temor é que o vetor espalhe o vírus. "Trinta
por cento dos casos da chikungunya são assintomáticos, o que pode contribuir para a
dificuldade de bloqueio dos casos vindos de outros países, introduzindo a doença no
Brasil", explica a infectologista Isabella Albuquerque, do Hospital São Vicente de Paulo
(RJ), uma das responsáveis pelo diagnóstico do surfista. A chikungunya tem quase os
mesmos sintomas da dengue. Uma das características que a diferencia da dengue é a dor
forte nas articulações - algumas vezes, chega a ser confundida com artrite. Ela não
apresenta versão hemorrágica e seu índice de letalidade é baixo. Mas as dores nas
articulações, nos casos mais graves, podem perdurar por até cinco anos. Como na dengue,
ainda não há medicamentos para combater a chikungunya. São usados antiinflamatórios,
analgésicos e antitérmicos para controlar sintomas.

Nas ilhas Mascarenhas − Maurício, Reunião e Rodriguez −, localizadas a leste de


Madagáscar, no oceano Índico, muitas espécies de pássaros desapareceram como
resultado direto ou indireto da atividade humana. Mas aquela que é o protótipo e a tataravó
de todas as extinções também ocorreu nessa localidade, com a morte de todas as espécies
de uma família singular de pombos que não voavam − o solitário da ilha Rodriguez, visto
pela última vez na década de 1790; o solitário da ilha Reunião, desaparecido por volta de
1746; e o célebre dodô da ilha Maurício, encontrado pela última vez no início da década de
1680 e quase certamente extinto antes de 1690. Os volumosos dodôs pesavam mais de
vinte quilos. Uma plumagem cinza-azulada cobria seu corpo quadrado e de pernas curtas,
em cujo topo se alojava uma cabeça avantajada, sem penas, com um bico grande de ponta
bem recurvada. As asas eram pequenas e, ao que tudo indica, inúteis (pelo menos no que
diz respeito a qualquer forma de voo). Os dodôs punham apenas um ovo de cada vez, em
ninhos construídos no chão. Que presa poderia revelar-se mais fácil do que um pesado
pombo gigante incapaz de voar? Ainda assim, provavelmente não foi a captura para o
consumo pelo homem o que selou o destino do dodô, pois sua extinção ocorreu sobretudo
pelos efeitos indiretos da perturbação humana. Os primeiros navegadores trouxeram porcos
e macacos para as ilhas Mascarenhas, e ambos se multiplicaram de maneira prodigiosa. Ao
que tudo indica, as duas espécies se regalaram com os ovos do dodô, alcançados com
facilidade nos ninhos desprotegidos no chão − e muitos naturalistas atribuem um número
maior de mortes à chegada desses animais do que à ação humana direta. De todo modo,
passados os primeiros anos da década de 1680, ninguém jamais voltou a ver um dodô vivo
na ilha Maurício.
Além dos aspectos legais, as empresas que decidirem participar do processo eleitoral
devem buscar procedimentos éticos na tomada de decisões relacionadas ao financiamento
de candidatos e partidos políticos. Tradicionalmente, os controladores das empresas são os
responsáveis pela decisão de como os recursos devem ser distribuídos entre candidatos e
partidos. Os sócios e colaboradores dificilmente são consultados, e muitas vezes o apoio
reflete mais as posições pessoais dos controladores do que os valores e princípios das
empresas. A consulta aos sócios e colaboradores sobre candidatos e partidos que a
empresa deve apoiar não implica, necessariamente, transformar a decisão desse apoio em
algo coletivo. O simples fato de consultá-los ajuda a criar um ambiente socialmente
responsável nas empresas. É certo que a separação dos valores e princípios pessoais dos
controladores dos valores e princípios das empresas e, mais ainda, a transformação dessa
dissociação em um novo critério para a tomada de decisões sobre aspectos tão sensíveis
como o apoio a determinado partido ou candidato ainda é uma atitude difícil para grande
parte dos empresários. Também é certo, por outro lado, que, ao aumentarem a
transparência do processo de tomada de decisões, as empresas adquirem o respeito das
pessoas e comunidades que são impactadas por suas atividades e são gratificadas com o
reconhecimento e engajamento dos seus colaboradores e a preferência dos consumidores,
em consonância com o conceito de responsabilidade social, o qual, é sempre bom lembrar,
está se tornando cada vez mais fator de sucesso empresarial e abrindo novas perspectivas
para a construção de um mundo economicamente mais próspero e socialmente mais justo.
É importante desmistificar a ideia de que política é uma sujeira só e sem utilidade.

O Brasil avança na economia, mas tem um longo caminho a percorrer na educação. O país
é o único dos BRICs a não ter nenhuma instituição de ensino superior entre as cem mais
bem avaliadas por acadêmicos no mundo todo. É o que mostra o novo ranking divulgado
nesta quinta-feira pela THE (Times Higher Education), principal referência no campo das
avaliações de universidades no mundo, que é baseada em Londres. A Rússia aparece com
a Universidade Lomonosov, de Moscou, na 33ª posição. A China tem cinco universidades
no ranking (duas em Hong Kong e uma em Taiwan). A melhor é a Tsinghua, de Pequim, no
35º lugar. O Instituto Indiano de Ciência está na 91ª colocação. Foram ouvidos 13.388
acadêmicos de 131 países para chegar à lista das universidades com melhor reputação.
São estudiosos com, em média, mais de 16 anos de trabalho em instituições de ensino
superior e 50 trabalhos científicos publicados. Na liderança, mais uma vez, aparece a
americana Harvard, que também lidera o ranking geral da THE divulgado em setembro de
2010. A diferença entre os rankings é que o geral leva em conta 13 critérios: relação
estudante/professor, quantidades de alunos e professores estrangeiros, número de
trabalhos científicos publicados, ênfase em pesquisa etc. O índice de reputação, divulgado
pela primeira vez pela THE, considera apenas a imagem que as instituições têm entre os
acadêmicos. Foi pedido que apontassem, entre mais de 6.000, até dez universidades como
as melhores do mundo em seus campos específicos. Os Estados Unidos são o grande
destaque, com sete universidades entre as dez primeiras e 45 entre as cem. Em seguida
vem o Reino Unido, com duas entre as dez primeiras (Oxford e Cambridge) e 12 no total. A
surpresa é a Universidade de Tóquio, que aparece na oitava posição. No ranking geral, ela
está no 26º lugar. Itália, Espanha e Portugal não figuram no ranking.
Se existe uma certeza quanto ao futuro, é a de que ele será mais velho. Aos poucos, o
mundo ao nosso redor terá mais idosos, resultado de uma taxa de fecundidade que
continuará caindo e de uma expectativa de vida que continuará subindo. Em 2050, o
planeta contabilizará dois bilhões de indivíduos com mais de 65 anos. Só no Brasil eles
serão mais de 55 milhões. Por seu impacto, esse é um fenômeno que mudará a história do
ser humano para sempre. Nossas moradias serão diferentes, planejadas para abrigar com
segurança e conforto a população. A medicina se empenhará para criar terapias que
proporcionem boa saúde. As indústrias do turismo, do lazer e do conhecimento também
criarão produtos para que a vida aos 70, 80, 100 anos permaneça divertida. A
transformação rumo a esse mundo já começou. Muitas moradias começam a ser
construídas levando em consideração o fato de que dentro delas haverá alguém com mais
de 65 anos. Banheiros com barras de apoio, rampas no lugar de escadas e portas com
maçanetas fáceis de manusear são alguns dos detalhes presentes nas edificações mais
modernas. Elas são a primeira mostra da chamada “arquitetura da velhice”, área emergente
dedicada a pensar moradia para idosos. A busca de autonomia é o ponto mais importante
dessa nova realidade, pois é preciso garantir liberdade de ação, de movimentos e de
escolha para essa população. Afinal, quando se fala de idosos é preciso tirar da mente
aquela imagem arcaica do velhinho, pois nos próximos anos, a velhice perderá de vez este
estigma. Esse anseio dos mais velhos pelo que a vida ainda pode apresentar de novo tem
alimentado as áreas de intercâmbio cultural, caracterizado por cursos de línguas oferecidos
em outros países, e de turismo. Há ainda consenso de que merecem atenção especial os
cuidadores, as pessoas que tomarão conta daqueles mais debilitados pela idade.

No começo de cada ano, é impossível escapar da tentação de fazer previsões. Afinal,


desde a pré-história, o homem não deixa de querer conhecer o futuro e de dominá-lo. Das
técnicas de adivinhação inventadas pelos povos da Antiguidade aos métodos “científicos”
elaborados por técnicos, os meios de predição variam: astrologia, leitura da borra de café
ou cartas, até por internet. Pouco importa. Cada época tem necessidade de sonhar com um
amanhã: melhor ou pior. Oráculos, profecias, predições, utopias, todas as antecipações que
os homens construíram, no decorrer da história, não se realizaram. Mas elas são reflexos
de suas esperanças e crenças. Um poeta disse que, para ser profeta, bastava ser
pessimista. Já na metade do século 19, havia quem escrevesse sobre um mundo futuro
mecanizado, sem ideias espirituais, vivendo-se ao ritmo das crises econômicas e ameaças
de guerra. Marcados pela Primeira Guerra Mundial, muitos pensadores fizeram coro ao
pessimismo. Boa parte desse pessimismo se enraizava na tomada de consciência de uma
distância crescente entre progresso técnico e progresso moral. Para solucionar essa
pendência, em 1971, o Clube de Roma reuniu uma elite de pensadores. Conclusão? O
grupo anteviu que o crescimento demográfico e econômico provocaria uma catástrofe e
uma crise ecológica sem precedentes, em meados do século 21. E nós ainda acreditamos
em previsões? Acho que, se os brasileiros mudaram, foi no sentido de não acreditarem
mais nelas. Deixamos para trás a atitude infantil de insistir em sonhos que acabam em
decepções. Ou de crer em falsas promessas. A resposta, talvez, esteja em fugir das
previsões de futuro e jogar no presente. Vivê-lo com delicadeza e investir nos pequenos
prazeres. Fórmula excelente para enfrentarmos o apocalipse, como querem muitos. Ou o
paraíso, como esperam outros.
Provei a cerveja Devassa num dia no aeroporto. Mas, quando vi na TV sua propaganda
com uma norte-americana rica que deve a fama a um vídeo pornô que circulou na internet,
achei de mau gosto e perdi a simpatia pela bebida. Ponto. Agora, quando o Conar retirou a
propaganda do ar, vale a pena discutir um pouco o assunto. O Conar (Conselho Nacional
de Autorregulamentação Publicitária) é um órgão privado, que nada tem a ver com o
governo. Numa pesquisa de 2000, analisei alguns de seus julgamentos e notei uma certa
contradição. Quando o Conselho de Enfermagem reclamou de quatro propagandas
mostrando enfermeiras como mulheres fáceis, o Conar concordou e as publicidades
sumiram. Já quando psicólogos reclamaram duas vezes porque sua profissão era
ridicularizada, o Conar disse que as propagandas eram, só, engraçadas. Em suma, onde
para uns há humor, para outros há preconceito; mas a linha de corte depende, muito, do
grau de mobilização dos que se sentem ofendidos. A questão do humor ou do preconceito é
ponto em que a publicidade converge com uma preferência dos jornalistas que tratam de
entretenimento e variedades: segundo eles, o politicamente correto se distinguiria pela falta
de humor. “Politicamente correto” é um termo pejorativo, usado para criticar a preocupação,
nascida nos EUA, de movimentos sociais com expressões que depreciam grupos
historicamente perseguidos. Por exemplo, os verbos denegrir e judiar vêm do preconceito
contra negros e judeus – embora ninguém pense nisso hoje, quando os usa. É difícil, mas
necessário, separar o que é justo, para combater preconceitos de largas raízes históricas.
Denegrir, judiar, humor negro não me parecem exprimir, hoje, preconceito. Tampouco vejo
problema em piadas de loira, de português, de papagaio e do Juquinha. Nas relações
macrossociais, justiça não se dá, não se recebe passivamente, mas se constrói.

O artista suíço George Steinmann deixou seu país em 1992 e aportou no Centro de Artes
de Tallinn, capital da Estônia, para apresentar quadros que produziu com minerais extraídos
da água. Acabou propondo a revitalização do espaço, àquela época bastante deteriorado.
Queria transformá-lo em um símbolo de cultura de sustentabilidade. Terminou a reforma
três anos depois, usando materiais não nocivos ao ambiente. “Vemos uma nova imagem do
mundo, na qual a arte procura o seu lugar”, disse, na reinauguração do local. Ações como a
de Steinmann, que aproximam arte e sustentabilidade, multiplicam-se à medida que
aumenta o debate sobre as mudanças climáticas. Com filmes, fotografias, desenhos e
outras formas de expressão artística, as discussões acerca da sustentabilidade têm cada
vez mais aparecido com destaque nas agendas culturais. “O conceito de desenvolvimento
sustentável se tornou popular após a Eco-92, no Rio. Mas o debate cultural nessa área foi
negligenciado”, diz Sacha Kogan, coordenadora do Cultura 21, grupo de entidades que
defendem um processo de mudança cultural no mundo com base em ideias sustentáveis.
De acordo com o pesquisador cultural Hans Dieleman, as primeiras “obras ambientais”
surgiram nos anos 1960, mas hoje é mais fácil artistas tratarem desse tema. “O método
artístico pode ajudar a despertar emoções que a ciência não consegue”, diz ele. Por meio
do humor, a ONG Doutores da Alegria leva o conceito sustentável para hospitais há 18
anos. “Nosso pressuposto é que a arte gera transformações, melhorando as relações
humanas”, diz Luís Vieira da Rocha, diretor executivo do grupo. Há seis anos a ONG
mantém um programa de formação de palhaços com jovens de famílias de baixa renda. E
criou, em 2007, uma rede virtual para agregar grupos semelhantes. “É uma maneira de
expandir o resultado social de nossa atividade”, diz Rocha.
Você já teve a impressão de que o céu está menos azul? Não é impressão. Segundo um
novo estudo, que analisou 3 250 medições atmosféricas feitas em diversas partes da Terra,
isso realmente está acontecendo: nas regiões mais críticas, o céu está 20% menos azul do
que na década de 1970. O efeito é provocado pelo excesso de aerossóis na atmosfera –
uma camada de sujeira flutuante que junta moléculas de poeira, fuligem e dióxido de
enxofre produzido por carros, indústrias e queimadas. Ou seja: além de provocar efeito
estufa, a poluição já está modificando a luz que chega à Terra. A luz do Sol é branca. Mas,
quando entra na atmosfera terrestre, ela esbarra nas partículas que estão suspensas no ar
(moléculas de oxigênio, nitrogênio e água) e se decompõe em várias cores. É por isso que,
quando você olha para cima, vê um Sol amarelo e um céu azul. O amarelo e o azul são
subprodutos da luz branca - eles foram separados e espalhados pelas moléculas da
atmosfera. Só que os aerossóis alteram essa divisão. “Eles são muito pequenos, e
conseguem rebater os raios do Sol como nenhum outro poluente”, explica o físico
atmosférico Kaicun Wang, da Universidade de Maryland. Os aerossóis “seguram” os raios
de luz azul lá em cima, impedindo que eles desçam e cheguem com plena força aos seus
olhos. E aí o céu adquire um aspecto leitoso, menos azul. A região mais afetada é o sul da
Ásia, seguida por África, Oceania e América do Sul. A grande exceção é a Europa – onde
desde a década de 1990 o céu está ficando mais azul (possivelmente porque os níveis de
alguns poluentes tenham diminuído). Mas alguns cientistas especulam que os aerossóis
possam ter também um efeito positivo. Como eles reduzem a quantidade de luz que chega
à superfície terrestre, ajudariam a diminuir a temperatura global em até 1 grau. Um céu
menos azul por uma Terra menos quente.

Do futuro da Amazônia depende o futuro de todos nós. Está claro nos resultados das
pesquisas científicas que a floresta é fundamental para a regulação do clima da Amazônia e
do restante da América do Sul, com fortes relações com o clima global.Entretanto nem tudo
está perdido e existem razões para manter acesa a chama da esperança. A história da
humanidade não é linear, felizmente. A queda do muro de Berlim, que marcou história no
final do século passado, não era previsível dois anos antes. Modelos científicos de previsão
de mudanças climáticas globais são ferramentas úteis para lidar, de forma científica, com
análise dos cenários para o nosso futuro comum. O que varia entre os modelos são os
pressupostos teóricos e a magnitude das variáveis. O que importa é que todos apontam
para o fim das florestas amazônicas, uns um pouco mais cedo, outros um pouco mais tarde.
Como podemos, pois, alimentar a chama da esperança? A ciência nos diz que, se
mudarmos radicalmente o padrão de desenvolvimento em todo o mundo, o processo de
mudanças climáticas se estabilizará num patamar razoável para a sobrevivência humana.
Para isso, precisamos de uma nova consciência ambientalista, de caráter global. Os
modelos científicos não incorporam mudanças abruptas que acontecem no comportamento
humano, como ocorreu em Berlim. Podemos também alimentar a chama da esperança
focando nos casos positivos que acontecem na Amazônia. O caso do Estado do Amazonas
é exemplar. Há cerca de cinco anos, o governo do Estado distribuía motosseras
gratuitamente. Ainda que hoje nos pareça chocante, o que estava por trás disso era uma
visão de mundo muito comum em toda a história do Brasil. As florestas nativas sempre
foram vistas como um estorvo para o desenvolvimento. Na mata Atlântica, conseguimos
acabar com tudo, ou quase tudo, que tínhamos: sobraram algo como 7% escondidos em
fundo de vale e encostas íngremes.
O princípio da insignificância ou bagatela só deve ser aplicado, em casos de falsificação de
moeda, quando a reprodução da cédula for tão grosseira que possa ser percebida a olho
nu, de forma que seja incapaz de iludir o homem médio. Essa é a interpretação dos
ministros da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça. A tese foi discutida no
julgamento de dois habeas corpus em que os autores falsificaram cédulas de R$ 50. Um
falsificou quatro notas e o outro, apenas uma. Nos dois casos, os réus foram condenados a
três anos de reclusão, sendo que a pena foi substituída por duas restritivas de direito mais
multa pelo crime de moeda falsa. A Defensoria Pública pediu a absolvição dos réus com
base no princípio da insignificância. O Ministério Público Federal emitiu parecer para que os
pedidos fossem negados. O relator, ministro Napoleão Maia Filho, destacou que cabe ao
intérprete da lei penal a delimitação da abrangência dos tipos penais para excluir os fatos
causadores de ínfima lesão, o que ocorre com a aplicação do princípio da insignificância.
Para isso, é necessária a presença de certos elementos, como mínima ofensividade da
conduta do agente, total ausência de periculosidade social da ação, ínfimo grau de
reprovabilidade do comportamento e inexpressiva lesão jurídica ocasionada. O ministro
considerou que a falsificação de quatro cédulas de R$ 50 representa valor que não pode
ser classificado como de “pequena monta”. Além disso, nos crimes de falsificação de
moeda, o fato determinante para a aplicação da bagatela não é o valor irrisório. “A norma
não busca resguardar apenas o aspecto patrimonial, mas também, e principalmente, a
moral administrativa, que se vê bastante abalada com a circulação de moeda falsa”, afirmou
no voto. Segundo o ministro Napoleão Maia Filho, a insignificância só estará configurada
quando a falsificação for grosseira.

O século XX escolheu a democracia como forma predominante de governo e, para legitimá-


la, as eleições pelo voto da maioria. O momento eleitoral passou a mobilizar as energias da
política e trazer ao debate as questões públicas relevantes. No entanto, demagogias de
campanha e mandatos mal cumpridos foram aos poucos empanando a festa de cidadania
do sufrágio universal. Pierre Rosanvallon propõe como um dos critérios para avaliar o grau
de legitimidade de uma instituição a sua capacidade de encarnar valores e princípios que
sejam percebidos pela sociedade como tais. Assim como a confiança entre pessoas,
legitimidade é uma entidade invisível. Mas ela contribui para a formação da própria essência
da democracia, levando à adesão dos cidadãos. Afinal, a democracia repousa sobre a
ficção de transformar a maioria em unanimidade, gerando uma legitimidade sempre
imperfeita. O consentimento de todos seria a única garantia indiscutível do respeito a cada
um. Mas a unanimidade dos votos é irrealizável. Por isso a regra majoritária foi introduzida
como uma prática necessária. Na democracia os conflitos são inevitáveis, porque governar
é cada vez mais administrar os desejos das várias minorias em busca de consensos que
formem maiorias sempre provisórias.Há, assim, uma contradição inevitável entre a
legitimidade dos conflitos e a necessidade de buscar consensos. Fazer política na
democracia implica escolher um campo, tomar partido. Quanto mais marcadas por divisões
sociais e por incertezas, mais as sociedades produzem conflitos e necessitam de lideranças
que busquem consensos. Como o papel do Poder Executivo é agir com prontidão, não lhe é
possível gerir a democracia sem praticar arbitragens e fazer escolhas. Mas também não há
democracia sem o Poder Judiciário, encarregado de nos lembrar e impor um sistema legal
que deve expressar o interesse geral momentâneo, e ser realizadas com certa eficiência e
autonomia.
E se uma droga derivada do alcaçuz fosse capaz de salvar as nossas recordações?
Segundo um estudo da Universidade de Edimburgo (Escócia), a carbenoxolona melhora as
capacidades mentais dos idosos, incluindo a memória, que vai se deteriorando com o
passar dos anos. Essa substância − na realidade, um agente derivado da raiz do alcaçuz −
poderá ser útil para combater o mal de Alzheimer e talvez também para melhorar nossa
performance nos exames. “As memórias são um „fato‟ químico”, confirma Nancy Ip, diretora
de Instituto de Pesquisa em Hong Kong: “Recentemente, nós identificamos a proteína que
contribui para a sobrevivência e para o desenvolvimento das células nervosas e que poderia
oferecer recursos para criar medicamentos contra doenças que afetam a memória”.
Enquanto se espera que os estudos possam conduzir a resultados mais concretos, o que
podemos fazer para melhorar a nossa capacidade mental? A memória é a capacidade de
adquirir, armazenar e recuperar informações disponíveis. Ela não é monolítica, mas
constituída de diversas atividades e funções. Uma importante distinção a ser feita é entre a
memória de curto e a de longo prazo. A primeira, que é encarregada de reter as
informações por pouco tempo, localiza-se no lobo parietal inferior e no lobo frontal do
cérebro, enquanto a memória de longo prazo é ligada ao hipocampo e às áreas vizinhas. De
acordo com Alan Baddelay, da universidade inglesa de York, a memória de curto prazo tem
espaço limitado, podendo reter de cinco a nove unidades de informação: palavras, datas,
números. Já a memória de longo prazo é ilimitada. O problema é arquivar a informação na
memória de longo prazo, para recordar quando necessário. Como? “Quanto mais a pessoa
souber, mais fácil será recordar”, diz Baddelay. Em suma, a memória não é um recipiente
que é totalmente preenchido: ao contrário, ela sempre possibilita o ingresso de novas
informações.

Um teste realizado com 244.836 crianças da primeira série do ensino fundamental dá uma
valiosa pista sobre os meios de produzir melhores alunos. A imensa maioria dos que
passaram pela pré-escola teve melhores notas em língua portuguesa. Dos que obtiveram
ótimo, a nota máxima, como conceito somente 10,2% não tinham passado pela chamada
educação infantil. Esse é apenas um detalhe observado num exame (Saresp) em que se
avaliaram 4,5 milhões de alunos paulistas - grande parte dos quais da rede estadual- do
ensino fundamental e médio. Diagnóstico: os cidadãos que tiveram a oportunidade de
serem estimulados desde o berço demonstraram mais chance de progresso intelectual e
profissional. Prognóstico: se o poder público investir em educação infantil, os futuros
trabalhadores serão mais qualificados, e os cidadãos, mais educados. Apesar da extensão
do teste realizado pela Cesgranrio, com inúmeras lições sobre avanços e deficiências -é
inédita no Brasil uma avaliação de 4,5 milhões de alunos desse nível de ensino-, houve
baixa repercussão. Primeira explicação: ainda não nos convencemos, de fato, da
importância do capital humano para o desenvolvimento de uma nação. Segunda: o país
ainda não sabe que a gestão sofrível, além de retardar a qualificação dos cidadãos, é o
maior ralo de dinheiro público que existe no país. Terceira: a onda de suspeitas de
corrupção, em ritmo de espetáculo, concentra quase toda a atenção. Na semana passada,
num debate na Folha, o ministro Patrus Ananias, o secretário do Desenvolvimento Social do
município de São Paulo, Floriano Pesaro, Lena Lavinas, da UFRJ, e Marcelo Nery, da FGV-
RJ, demonstraram uma série de divergências. Concordaram, entretanto, em que as
centenas de bilhões de reais drenados em programas de educação, saúde e assistência
social poderiam ser mais bem usadas se tivéssemos mais indicadores e melhor gerência.
Qualidade de vida é fundamental, mas quase ninguém pára para pensar que a vida pode
ser muito melhor e mais simples se incorporarmos pequenos gestos e atitudes que podem
fazer a maior diferença no nosso cotidiano e - claro - também na vida. Ser cortês no
trabalho, em casa ou em qualquer outro lugar fará com que você receba de volta, pelo
menos, um sorriso. E isso, também pode melhorar seu dia, seu humor, sua vida. · Abrir a
porta do carro para a sua namorada ou amiga não é apenas um ato elegante em desuso. É
uma forma de cortesia que demonstra o seu respeito e carinho pela pessoa. No trabalho
sempre que for buscar um café ou água, não custa perguntar se alguém quer e trazer com
prazer - pelo menos para quem senta ao lado ou os colegas mais próximos. Mesmo que
você não fume, esvazie os cinzeiros de quem senta perto ou mesmo em casa. E, claro,
faça-o sem reclamar ou cara feia. Ainda sobre reclamar - há pequenos inconvenientes no
dia-a-dia que realmente incomodam: ter que manobrar o carro na garagem para dar
passagem a outro, ou tirar o lixo de casa. Estes são exemplos prosaicos, no entanto, como
são inevitáveis, é melhor que encaremos com um certo humor, sem fazer pesar a quem
está perto o "sacrifício" que estamos fazendo. Ser cortês também está ligado a não ser
folgado. Por isso, no carro de alguém ou mesmo em casa, não mude o canal da TV ou a
estação de rádio sem consultar o dono do carro ou as pessoas que estão junto. E lembre-
se: por favor e obrigado são palavras essenciais. Em supermercados não faltam ocasiões
para ser gentil. Procure incorporar a cortesia em sua vida. No elevador, em filas, e
principalmente em lugares difíceis ou situações de crise. Essa é a diferença entre o sujeito
insignificante, igual a todos e aquele de quem todo mundo lembra quando quer companhia.

Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo
mundo quer aprender a falar, ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer um curso
de escutatória, mas acho que ninguém vai se matricular. Escutar é complicado e sutil.
Parafraseio o Alberto Caeiro: "Não é bastante ter ouvidos para ouvir o que é dito; é preciso
também que haja silêncio dentro da alma". Daí a dificuldade: a gente não agüenta ouvir o
que o outro diz sem logo dar um palpite melhor, sem misturar o que ele diz com aquilo que
a gente tem a dizer. Como se aquilo que ele diz não fosse digno de descansada
consideração e precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer, que é
muito melhor. Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante e sutil de
nossa arrogância e vaidade: no fundo, somos os mais bonitos. Tenho um velho amigo,
Jovelino, que se mudou para os Estados Unidos estimulado pela revolução de 64. Contou-
me de sua experiência com os índios: reunidos os participantes, ninguém fala. Há um longo,
longo silêncio. Todos em silêncio, à espera do pensamento essencial. Aí, de repente,
alguém fala. Curto. Todos ouvem. Terminada a fala, novo silêncio. Falar logo em seguida
seria um grande desrespeito, pois o outro falou os seus pensamentos, pensamentos que ele
julgava essenciais. É preciso tempo para entender o que o outro falou estou chamando o
outro de tolo. O longo silêncio quer dizer: "Estou ponderando cuidadosamente tudo aquilo
que você falou”. Não basta o silêncio de fora. É preciso silêncio dentro. Ausência de
pensamentos. A música acontece no silêncio. A alma é uma catedral submersa. Para mim,
Deus é isto: a beleza que se ouve no silêncio. Daí a importância de saber ouvir os outros: a
beleza mora lá também. Comunhão é quando a beleza do outro e a beleza da gente se
juntam num contraponto.
Para lavar o banheiro, vire uma lata de COCA-COLA no vaso, deixe que a bebida repouse
por 1 hora e depois dê descarga. O ácido eliminará as Manchas na porcelana; para eliminar
manchas de oxidação de decalques nos automóveis, esfregue o decalque com um pedaço
de alumínio (Bombril) molhado na COCA-COLA; para limpar a corrosão nos terminais de
baterias do automóvel vire uma Lata de COCA-COLA sobre os terminais para desfazer a
corrosão; para afrouxar um parafuso oxidado - aplique ao parafuso um tecido que ficou
molhado em COCA-COLA por vários minutos; pra assar um presunto defumado - esvazie
uma lata de COCA-COLA na forma, envolva o presunto em papel alumínio e asse-o, trinta
minutos antes que esteja pronto, retire o alumínio para que as gotas de COCA-COLA
dourem com o presunto; para tirar a graxa das roupas, esvazie uma lata de COCA-COLA na
roupa gordurosa, adicione detergente e programe um tempo médio, ajudará a remover as
manchas de gordura; COCA-COLA também ajuda a limpar pára-brisas. É isso que
bebemos! Para sua informação, o PH de bebidas gasosas, por exemplo, é 3,4. Esta acidez
é tão forte que dissolve dentes e ossos. Nosso corpo detém o crescimento dos ossos na
idade de 30 anos e depois disso, aproximadamente 8% a 18% dos ossos se dissolvem a
cada ano através da urina, dependendo da acidez dos alimentos ingeridos. Os refrigerantes
não tem nenhum valor nutritivo (vitaminas e minerais). Tem um conteúdo alto de açúcar,
acidez e mais aditivos como conservantes e corantes. Se você fizer uma experiência,
colocando um dente quebrado em uma garrafa de Coca, por exemplo, em 10 dias o dente
se dissolverá. Imagine o que faz um refrigerante no intestino! Os que gostam, podem
continuar, porém, com mais conhecimento sobre seus efeitos. Mas, que tal trocar o
refrigerante por água com gás misturado com um suco, com uma fruta? Fica delicioso e é
nutritivo. Experimente!

Silêncio. Silêncio, por favor. Psiu. Gritamos e colocamos janelas à prova de som, paredes
almofadadas, tapetes, forros etc. O barulho de construção, de serra elétrica, de motores de
carro, de buzinas - é o preço da modernidade, mas não é sobre isso que eu quero falar, e
sim sobre o barulho humano de crianças e jovens. Quero falar dos sons das gentes. Há
anos, fala-se sobre a dificuldade de conciliar modernidade com ausência de silêncio e falta
de espaço. Amplo espaço silencioso virou artigo de luxo. Contudo, tenho que confessar que
somos nós, adultos, que liberamos e orquestramos esse inferno em que o barulho humano
transformou o nosso mundo. Assentimos que ruídos ensurdecedores feitos por crianças,
jovens e jovens adultos dominem. Existem certos recintos que não conseguimos evitar, e,
assim, ninguém consegue um encontro consigo mesmo, que sem silêncio é impossível.
Nada contra a alegria e tudo contra o som pelo som, só para fazer companhia e evitar esse
encontro. Musiquinha de fundo invade o planeta. Ficamos sem refúgio. Solidão e silêncio
viraram palavrão? Como é que as crianças, as mesmas que gritam e galopam pelos
corredores, conseguem manter-se em silêncio na missa, no culto, em enterros e em
velórios? Nós, os adultos, por temer o silêncio, que instigamos ou deixamos o barulho
vingar em volta de nós. Vivemos um momento e em um universo em que a aversão ao
silêncio não se manifesta só com música de fundo, com escapamento desregulado, com os
motoqueiros, mas ainda nos damos ao luxo de liberar qualquer barulhento em qualquer
lugar. O que aconteceria se, de repente, o silêncio caísse sobre nós? Respondo: discursos
interiores, voz da "consciência", emergiriam. Talvez sejamos todos culpados por maus
pensamentos e/ou intenções, o que nos leva a viver em permanente esquiva de nós
mesmos.
Durante séculos, a Inglaterra dominou os mares e, dessa forma, muito mais do que os
mares. Para isso tinha os melhores navios. E, para tê-los, precisava de excelentes
carpinteiros navais. Com a tecnologia do ferro, os navios passaram a ter couraça metálica.
Impossível manter a superioridade sem caldeireiros e mecânicos competentes. Uma
potência mundial não se viabiliza sem a potência dos seus operários. A Revolução Industrial
tardia da Alemanha foi alavancada pela criação do mais respeitado sistema de formação
técnica e vocacional do mundo. Daí enchermos a boca para falar da "engenharia alemã".
Mas, no fim das contas, todos os países industrializados montaram sistemas sólidos e
amplos de formação profissional. Para construir locomotivas, aviões, naves espaciais.
Assim como temos a Olimpíada para comparar os atletas de diferentes países, existe a
Olimpíada do Conhecimento (World Skills International). É iniciativa das nações altamente
industrializadas, compete-se nos ofícios centenários, como tornearia e marcenaria, mas
também em desenho de websites ou robótica. Em 1982, um país novato nesses misteres se
atreveu a participar dessa Olimpíada: o Brasil, por meio do Senai. E lá viu o seu lugar, pois
não ganhou uma só medalha. Mas em 1985 conseguiu chegar ao 13º lugar. Em 2001 saltou
para o sexto. Aliás, é o único país do Terceiro Mundo a participar, entra ano e sai ano. Em
2007 tirou o segundo lugar. Em 2009 tirou o terceiro, competindo com 539 alunos, de sete
estados, em 44 ocupações. Não é pouca porcaria para quem, faz meio século, importava
banha de porco, pentes, palitos, sapatos e manteiga! E que, praticamente, não tinha centros
de formação profissional. É preciso muito esforço para passar na frente de Alemanha e
Suíça. O segredo: qualidade valorizada, seleção dos melhores, prática obsessiva e
persistência. Quem aplicar essa receita terá os mesmos resultados.

Consciência é uma qualidade psíquica, um atributo do espírito. Grosso modo, poderíamos


dizer que a consciência é a capacidade que cada um tem de perceber a relação entre si
próprio e o ambiente em que vive. Ser consciente, portanto, não é propriamente perceber-
se no mundo e, sim, 'ser no mundo'. O Dia Nacional da Consciência Negra foi sugerido pelo
Movimento Negro em contraposição ao 13 de maio e foi instituído pelo Projeto-Lei de
número 10.639, no dia 9 de janeiro de 2003, que também incluiu no currículo oficial da Rede
de Ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”. O 20 de
novembro foi indicado porque foi neste dia, no ano de 1695, que morreu Zumbi.
Descendente de guerreiros angolanos, Zumbi foi o grande líder do Quilombo dos Palmares.
Seu nome significa o guerreiro, a força do espírito presente. A troca da data da festividade
foi significativa, pois Zumbi e Palmares são os verdadeiros símbolos da luta dos negros pela
sua liberdade. Sabemos que os negros contribuíram muito para a nossa história em todos
os aspectos: políticos, sociais, econômicos, religiosos, literários, musicais, gastronômicos e
tantos outros. É, portanto, não só necessária como imperiosa a valorização da cultura afro-
brasileira em nossas escolas, para que o olhar sobre a nossa história não seja mirado
através de lentes desfocadas. É certo que a memória deste herói nacional envolve todos
nós no sentido de se continuar lutando pela edificação de uma sociedade na qual todos
tenham igualdade real de direitos e de oportunidades. E igualdade, com certeza, só
conseguiremos, em sua plenitude, através da Educação, vertente única em que se podem
buscar novos horizontes de socialização de bens e de cidadania. Sei que não estou dizendo
nenhuma novidade, mas parece que o óbvio, exatamente por ser óbvio, fica à mercê de se
situar num plano secundário.
Já existe, felizmente, em nosso país, uma consciência nacional — em formação, é certo —,
que vai introduzindo o elemento da dignidade humana em nossa legislação e para a qual a
escravidão, apesar de hereditária, é uma verdadeira mancha de Caim que o Brasil traz na
fronte. Essa consciência, que está temperando a nossa alma e, por fim, há de humanizá-la,
resulta da mistura de duas correntes diversas: o arrependimento dos descendentes de
senhores e a afinidade de sofrimento dos herdeiros de escravos. Não tenho, portanto, medo
de não encontrar o acolhimento por parte de um número bastante considerável de
compatriotas meus, a saber: os que sentem a dor do escravo como se fora própria, e ainda
mais, como parte de uma dor maior — a do Brasil, ultrajado e humilhado; os que têm a
altivez de pensar — e a coragem de aceitar as conseqüências desse pensamento — que a
pátria, como a mãe, quando não existe para os filhos mais infelizes, não existe para os mais
dignos; aqueles para quem a escravidão, degradação sistemática da natureza humana por
interesses mercenários e egoístas, se não é infamante para o homem educado e feliz que a
inflige, não pode sê-lo para o ente desfigurado e oprimido que a sofre; por fim, os que
conhecem as influências sobre o nosso país daquela instituição no passado e, no presente,
o seu custo ruinoso, e prevêem os efeitos da sua continuação indefinida. Possa ser bem
aceita por eles esta lembrança de um correligionário ausente, mandada do exterior, donde
se ama ainda mais a pátria do que no próprio país. Quanto a mim, julgar-me-ei mais do que
recompensado, se as sementes de liberdade, direito e justiça derem uma boa colheita no
solo ainda virgem da nova geração e vejamos a independência completada pela abolição, e
o Brasil elevado à dignidade de país livre, como o foi em 1822 à de nação soberana,
perante a América e o mundo.

Algumas universidades brasileiras estão se aventurando em um novo programa: o de cotas


para negros. Trata-se de uma iniciativa de garantir alguma porcentagem de vagas dessas
universidades para estudantes negros, com o objetivo de pagar uma dívida histórica com
esta minoria étnica. A decisão de se adotar o sistema de cotas para negros em
universidades no Brasil é muito séria, e a questão se torna ainda mais grave quando
paramos para analisar como ele está sendo realizado em nosso país. Em primeiro lugar, há
falta de organização e de critérios claros de diferenciação das raças. Daí surge mais um
problema do nobre projeto: o estabelecimento de diferenças entre raças. Trata-se da mais
escancarada discriminação de que tenho ouvido falar nos últimos tempos, pois o programa
acaba, mesmo não sendo este um fim, mas uma conseqüência, colocando o negro como
inferior em sua capacidade. É evidente que sabemos que isto não é verdade. Com o
programa de reserva de cotas para negros demos um grande passo e isto não pode ser
negado. A sociedade brasileira finalmente assumiu a inegável existência da exclusão racial
em nosso país. Temos uma dívida histórica com a comunidade negra, afinal foram séculos
de escravidão, fato que acabou colocando os negros numa posição muito aquém. Daí
percebe-se que o preconceito realmente existe. E que temos que enfrentar o problema. O
sistema de cotas, tanto pela sua proposta inicial quanto pela forma como tem sido realizado
no país, não apresenta resultados satisfatórios no que diz respeito à quitação de uma dívida
histórica pela oportunidade de ingresso ao ensino superior pelo negro que não tenha
condições de financiar estudos básico e médio de qualidade. Os programas devem estar
voltados para o ingresso dos mais pobres ao ensino de qualidade e de um verdadeiro
compromisso com a melhoria da qualidade do ensino público.
Estados e municípios devem, a partir desta quarta-feira, notificar os casos graves e as
mortes suspeitas por dengue em até 24 horas ao Ministério da Saúde. É o que estabelece a
portaria publicada no Diário Oficial da União, oficializando decisão anunciada pelo Ministro
da Saúde na semana passada. Os casos de dengue seguem o fluxo rotineiro de notificação
semanal, porém óbito, casos graves, casos produzidos pelo sorotipo DENV 4 necessitam de
melhor acompanhamento, o que justifica a sua inclusão entre as doenças de notificação
imediata. Essa medida possibilitará a identificação precoce de introdução de novo sorotipo e
de alterações no comportamento epidemiológico da dengue, com a adoção imediata das
medidas necessárias por parte do Ministério da Saúde e das Secretarias Estaduais e
Municipais de Saúde. Com a inclusão na portaria, será possível identificar, de maneira
precoce, alterações na letalidade da dengue, o que permitirá uma melhor investigação
epidemiológica e a adoção de mudanças na rede assistencial para evitar novas mortes.
Todas as unidades de saúde da rede pública ou privada devem informar casos graves e
mortes suspeitas por dengue às Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, que
repassam os dados ao Ministério da Saúde. A notificação imediata pode ser feita por
telefone, e-mail ou diretamente ao “site‟ da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério,
de acordo com instrumentos e fluxos já amplamente utilizados no Sistema Único de Saúde.
A regra vale, ainda, para casos ocorridos em fins de semana e feriados. “A mudança na
portaria permitirá um conhecimento melhor e mais rápido de como está se comportando a
dengue, propiciando uma ação de prevenção e de controle mais oportuna”, explica o
Secretário de Vigilância em Saúde do Ministério, Jarbas Barbosa. Esperamos que isso seja
realmente feito, a situação da dengue em algumas regiões do país é alarmante.

Cantar é divertido, quem não sabe. E é bem mais que isso: mexe com várias partes do
corpo, faz bem à saúde. Para começar, quem canta melhora a capacidade pulmonar e o
sistema imunológico, fortalece a barriga e alivia o estresse. Cantoria ajuda a reorganizar
cérebro, diz estudo. Jane Tapxure, 62, canta em karaokê na Liberdade, em São Paulo O
professor Graham Welch, especialista em Educação Musical da Universidade de Londres e
pesquisador, diz que o canto ativa o corpo e a mente. Cantar é uma atividade física,
psicológica, social e musical. Diferentes sistemas modulares no cérebro são usados para
lidar com as características musicais do canto, como o tom, o ritmo e as letras, e integrá-las.
"Há um entrelaçamento dos sistemas nervoso, endócrino e imunológico", diz ele. Há
também um envolvimento emocional com o som humano, desenvolvido na fase fetal, e um
diálogo da pessoa com seu corpo, seu sistema respiratório e os espaços que oferecerá para
essa voz soar. Mesmo quem canta sozinho, acompanhando um CD ou iPod, sente esses
benefícios. O sentido de se envolver em uma atividade compartilhada permanece. "Cansei
de chegar triste ao karaokê e sair de lá muito bem", diz Jane Tapxure, 62 anos, dona de um
pet shop. Com o fim do casamento de 30 anos, ela passou dois anos deprimida, chorando
no sofá. Até que uma amiga a chamou para cantar. Jane, que é fã de música italiana e
Frank Sinatra, conta que voltou a sair de casa e a se arrumar. No karaokê, ela formou um
grupo de amigos de idades variadas, que se encontra toda semana, comemora aniversários
e faz festas temáticas, como Halloween e até do pijama. "É uma farra. Lá você não é
julgado por ninguém." Mesmo quem não quer ou não está em condições de soltar o gogó
pode se beneficiar da cantoria alheia. Estudos apontam que escutar músicas prazerosas
está relacionado à liberação de serotonina, que é o neuropeptídio da alegria, do prazer.
"A Arezzo entende e respeita as opiniões e manifestações contrárias ao uso de peles
exóticas na confecção de produtos de vestuário e acessórios. E, por respeito aos
consumidores contrários ao uso desses materiais, estamos recolhendo em todas as nossas
lojas do Brasil as peças com pele exótica em sua composição, mantendo somente as peças
com peles sintéticas." Foi com esse texto, publicado em seu site, que a grife de bolsas e
sapatos Arezzo anunciou o fim da Pelemania, coleção baseada em peles de animais.
Ecologicamente incorreta, a coleção se tornou alvo de críticas ferrenhas nas redes sociais,
especialmente no Twitter, onde chegou a emplacar dois tópicos entre os mais comentados
pelos usuários de microblogs. No comunicado oficial, a grife procura tirar o corpo fora da
polêmica, alegando que suas peças seguem todas as formalidades legais e que não
entende como sua responsabilidade “o debate de uma causa tão ampla e controversa”. No
site da marca, já não é possível encontrar nenhuma referência à coleção, apenas a
produtos de pele sintética. As hashtags #arezzo e #pelemania estiveram entre as mais
comentadas durante todo o dia. A grande maioria dos comentários era de tipo negativo e
questionava a postura ecologicamente incorreta da empresa. “Casacos de pele em pleno
século XXI, no auge da sustentabilidade. Muito estratégico”, ironizou um usuário. Mesmo
após a Arezzo ter anunciado que retiraria das lojas os produtos, os internautas continuam
questionando a postura da empresa. “A #arezzo tirou a #pelemania de circulação, mas os
animais continuam mortos”, afirmou um deles. Outro chegou a questionar a estratégia de
divulgação da marca: “Só eu que acho que a campanha #pelemania da @arezzo_ foi de
propósito? Baita sacada de marketing”, disse. Pelo menos a marca ficou um pouco mais
conhecida.

Para disciplinar a aplicação do dinheiro público e regulamentar os limites de endividamento,


foi promulgada em 2000 a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). A aprovação da LRF é,
nos últimos anos, a maior modificação na gestão das finanças públicas no Brasil. Ela é um
manual de regras sobre como administrar as contas públicas, inspirado no Código de Boas
Práticas para a Transparência Fiscal, do Fundo Monetário Internacional (FMI). Suas
principais inovações são: fixar limites para as despesas com pessoal; estabelecer regras
que obrigam os poderes a indicar de onde virão as receitas para fazer frente às despesas
que suas iniciativas implicam; definir regras para a criação e a administração de dívidas
públicas. Além disso, estabelece normas e prazos para a divulgação das contas públicas
aos cidadãos, facilitando, assim, a fiscalização dos poderes pelo povo. Quem desobedecer
à LRF se arrisca a perder o mandato, os direitos políticos, a pagar pesadas multas e até a
ser preso. Ela viabiliza a fiscalização pela oposição e pela sociedade, que passaram a ter
acesso aos números e às contas públicas. A lei autoriza, ainda, qualquer cidadão a entrar
com uma ação judicial pedindo seu cumprimento. Outro objetivo da lei é que ela se torne
um obstáculo à corrupção, por meio do controle público do orçamento. Mas muitos
municípios alegam dificuldade para se adaptar à legislação, em especial por causa da alta
soma que tem de ser comprometida com o pagamento de dívidas passadas. Os prefeitos
queixam-se de que suas despesas aumentaram muito desde que assumiram os gastos com
o ensino fundamental e o atendimento básico de saúde, como determina a Constituição de
1988. Agora o que resta é a aplicação do dinheiro público ser melhor aproveitado, para
áreas de saúde e educação e não apenas para a mão dos nossos políticos.
Entre uma prosa e outra, Samuca, morador das cercanias do Parque Nacional Grande
Sertão Veredas, no norte de Minas Gerais, me presenteia com um achado da sabedoria
cabocla: "Pois é, não sei pra onde a Terra está andando, mas certamente pra bom lugar
não é. Só sei que donde só se tira e não se põe, um dia tudo o mais tem que se acabar."
Samuel dos Santos Pereira viveu seus 75 anos campeando livre entre cerradões, matas de
galeria, matas secas, campos limpos ou sujos e campos cerrados, ecossistemas que
constituem a magnífica savana brasileira. "Ainda bem que existe o Parque", exclama o
vaqueiro, "porque hoje tudo em volta de mim é plantação de soja e pastagem pra gado."
Viajar pelo Cerrado do Centro-Oeste é viver a surpresa permanente.Da Chapada dos
Veadeiros, Serra da Canastra até o Jalapão, sem falar no Cerrado. Entretanto, os
agrotóxicos despejados por avião são levados pelo vento e contaminam nascentes e rios
que atravessam essa unidade de conservação. Outra tristeza provocada pela ganância
humana são as voçorocas das nascentes do Rio Araguaia, quase cem, com quilômetros de
extensão e dezenas de metros de profundidade. Elas jogam milhões de toneladas de
sedimentos no rio, inviabilizando sua navegabilidade. Apesar de tanta beleza e
biodiversidade (mais de 300 espécies de plantas locais são utilizadas pela medicina
popular), o Cerrado do Samuca está minguando e tende a desaparecer. O que percebo,
como testemunha ocular, é que entra governo e sai governo e o processo de desertificação
do país continua em crescimento assombroso. Como disse Euclides da Cunha, somos
especialistas em fazer desertos. Só haverá esperança para os vastos espaços das Gerais,
esse sertão do tamanho do mundo, celebrado pela genialidade de João Guimarães Rosa,
se abandonarmos nosso conformismo e nossa proverbial omissão.

Por 10 votos a 1, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quartafeira (27) que a
vaga decorrente do licenciamento de titulares de mandato parlamentar deve ser ocupada
pelos suplentes das coligações, e não dos partidos. A partir de agora, o entendimento
poderá ser aplicado pelos ministros individualmente, sem necessidade de os processos
sobre a matéria serem levados ao Plenário. Durante mais de cinco horas, os ministros
analisaram Mandados de Segurança (MS 30260 e 30272) em que suplentes de deputados
federais dos estados do Rio de Janeiro e de Minas Gerais reivindicavam a precedência na
ocupação de vagas deixadas por titulares de seus partidos, que assumiram cargos de
secretarias de Estado. A ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha, relatora dos processos, foi
a primeira a afirmar que se o quociente eleitoral para o preenchimento de vagas é definido
em função da coligação, a mesma regra deve ser seguida para a sucessão dos suplentes.
“Isso porque estes formam a única lista de votação que em ordem decrescente representa a
vontade do eleitorado”, disse. Além da ministra Cármen Lúcia, votaram dessa forma os
outros 9 ministros. Somente o ministro Marco Aurélio manteve a posição externada em
dezembro do ano passado, no julgamento de liminar no MS 29988, e reafirmou que
eventuais vagas abertas pelo licenciamento de parlamentares titulares devem ser
destinadas ao partido. “Deverá ser empossado no cargo eletivo, como suplente, o candidato
mais votado na lista da coligação e não do partido que pertence o parlamentar afastado”,
afirmou o ministro Luiz Fux, que se pronunciou logo após a relatora dos processos. O
ministro Marco Aurélio abriu a divergência. Segundo ele, o eleitor não vota em coligação. A
Constituição, disse, versa realmente sobre coligação, mas com gradação maior versa sobre
a instituição que é o partido político.
Cientistas norte-americanos dizem ter encontrado uma maneira de transformar gordura
corporal em um tipo de gordura que queima calorias e diminui o peso. A informação foi
publicada nesta terça-feira no site da "BBC News". A equipe de Johns Hopkins realizou o
experimento em ratos, mas acredita que o mesmo poderia ser feito em seres humanos, o
que acende a esperança de uma nova ferramenta para combater a obesidade. A
modificação da expressão de uma proteína ligada ao apetite não só reduziu o consumo de
calorias e o peso dos animais, como também transformou a composição de gordura
corporal dos ratos. A gordura "má" branca transformou-se em gordura "boa" marrom,
segundo relatório publicado na revista "Cell Metabolism". A gordura marrom é abundante
em bebês, que a usam como fonte de energia para gerar calor corporal, gastando calorias
ao mesmo tempo. Mas à medida que as pessoas envelhecem, grande parte da gordura
marrom desaparece e é substituída pela gordura branca, "ruim", que se manifesta como um
pneu sobressalente em torno da cintura. Especialistas acreditam que estimular o organismo
a produzir mais gordura marrom em vez de gordura branca pode ser uma maneira útil para
controlar o peso e prevenir a obesidade, além de outros problemas relacionados à saúde,
como diabetes tipo 2. Quando silenciaram a proteína no cérebro dos roedores, descobriram
a diminuição do seu apetite e ingestão alimentar.Nos ratos com a NPY silenciada, um pouco
da gordura ruim branca tinha sido substituída pela gordura boa marrom. Os pesquisadores
estão esperançosos com a possibilidade do experimento ser realizado em pessoas,
injetando células-tronco de gordura marrom sob a pele para queimar a gordura branca e
estimular a perda de peso. De acordo com Bi, "se o corpo humano conseguisse transformar
gordura ruim em boa, que queima calorias em vez de armazená-las, poderíamos
acrescentar uma ferramenta séria para enfrentar a epidemia de obesidade. "Somente mais
pesquisas nos dirão se isso é possível."

A descoberta de uma nova espécie revela um elo evolucionário entre dois grupos de
dinossauros. A existência do Daemonosaurus chauliodus se deu depois que cientistas do
Instituto Smithsoniano encontraram fósseis de seu crânio e das vértebras de seu pescoço
no estado norte-americano do Novo México, no Sudoeste do país. A pesquisa foi publicada
pelo “Proceedings of the Royal Society B”. O Daemonosaurus viveu há aproximadamente
205 milhões de anos, bem no fim do período triássico, antes do jurássico. Como foram
encontrados apenas ossos da cabeça e do pescoço, não é possível calcular o tamanho do
animal. Contudo, sabe-se que à subordem dos terópodes, dinossauros bípedes que podem
ser carnívoros ou onívoros. Os mais antigos dinossauros bípedes conhecidos incluem
espécies de predadores como o Herrerasaurus, que habitou um espaço que hoje
corresponde à Argentina ao Brasil há cerca de 230 milhões de anos. Até a presente
descoberta, os cientistas não conheciam nenhum elo entre esses animais e os terópodes
mais desenvolvidos. A análise da estrutura óssea foi suficiente para mostrar que o
Daemonosaurus é esse elo. A descoberta motiva os paleontólogos na busca por novas
evidências sobre a evolução dos dinossauros. Milhões de anos mais tarde, surgiriam as
aves, e elas herdariam dos dinossauros um olfato apurado. Esse estudo foi um esforço
conjunto da Universidade de Ohio, nos EUA, da Universidade de Calgary e do Museu Real
Tyrrell, ambos no Canadá. Há muito se acreditava que, durante a evolução dos dinossauros
para as aves, o olfato teria piorado, uma vez que foi preciso desenvolver a visão, a audição
e o equilíbrio, essenciais ao voo. No entanto, uma comparação entre os bulbos olfatórios de
dinossauros e pássaros – antigos e modernos – não confirmou está hipótese.
Mahatma Gandhi, político e líder independentista indiano. Procedente de uma família de
comerciantes ricos, estuda Direito na Inglaterra. Após obter o título acadêmico instala-se na
África do Sul, dedicando-se aos negócios familiares. A discriminação de que são objeto os
indianos desperta nele a consciência social e organiza um movimento para lutar contra as
desigualdades. Em 1915 regressa ao seu país e funda o Congresso Nacional Indiano para
lutar pela independência. Durante a Primeira Guerra Mundial interrompe as suas atividades
políticas, mas em 1920, ao verificar que a Grã-Bretanha se nega a qualquer tipo de reforma,
elabora um programa que preconiza a luta não violenta, a desobediência civil e o boicote
aos produtos britânicos. Graças a este programa, o independentismo recupera enorme
força. Encarcerado em 1922, é libertado dois anos depois mercê da enorme pressão
popular e internacional. Até 1940 Gandhi está confrontado com a política colonialista da
Grã-Bretanha, é encarcerado várias vezes e protagoniza diversas greves de fome. Ao
rebentar a Segunda Guerra Mundial os indianos voltam a apoiar a Grã-Bretanha; Gandhi,
em desacordo e ao ver contrariados os seus princípios pacifistas, abandona a presidência
do Conselho Nacional Indiano. Após a contenda, e em grande parte por causa da infatigável
atividade pública e política de Gandhi, a Índia ascende à independência (1947). Gandhi
morre em 30 de janeiro de 1948, assassinado por um hindu, fanático opositor à divisão da
Índia em dois países: Índia e Paquistão. Gandhi estava com 78 anos. Cerca de um milhão
de indianos, comparecem ao funeral. Parte de suas cinzas são lançadas às águas sagradas
do Rio Jumna. Em janeiro de 1996, parte das cinzas de Mahatma Gandhi é lançada no Rio
Ganges, na cidade de Allahabad, local sagrado para os hinduístas. Gandhi foi um pacifista
convicto e sempre pregou uma doutrina de não-violência. Desejava que a paz reinasse
entre hindus e muçulmanos; entre indianos e ingleses e entre toda a humanidade, Gandhi
símbolo da resistência pela NÃO-VIOLÊNCIA.

O procurador regional da República Ronaldo Albo denunciou o psiquiatra Luis Altenfelder Silva Filho
pelos crimes de formação de quadrilha, fraude processual e falsidade ideológica por ter treinado a
promotora Deborah Guerner (na foto, escondendo o rosto após a prisão) a simular desequilíbrio
mental em um teste de sanidade mental. Altefender foi filmado pelas câmeras de vídeo instaladas na
casa da promotora às vésperas do exame médico no Instituto Médico Legal de Brasília. O doutor
Altenfelder é especialista em psicodrama. De acordo com os investigadores, nas quase duas horas
de gravação, o psiquiatra orienta como Deborah deve responder a um questionário médico. Na
simulação do exame, o marido de Deborah, empresário Jorge Guerner, representou o médico
enquanto Altenfelder respondia como se fosse a promotora. Ao final da consulta, o psiquiatra disse a
Deborah que se ela respondesse à junta médica da maneira como ele a ensinou, sairia do IML com
um diagnóstico de transtorno bipolar múltiplo. Na gravação também aparece Altenfelder dando
conselhos a Deborah de como ela deveria se vestir, que tipo de batom usar e como se comportar na
frente da junta médica. Isso seria suficiente para livrá-la dos problemas com a Justiça. Segundo
investigadores, enquanto saboreava um vinho, Jorge Guerner indagou quanto o psiquiatra cobraria
pelo treinamento. O médico pediu R$ 15 mil. O marido da promotora achou caro e barganhou.
Propôs pagar R$ 10 mil em duas parcelas. Altenfelder topou. O médico e uma colega psiquiatra, que
também assinou atestados e relatórios médicos apresentados por Deborah Guerner à Justiça, foram
denunciados ainda por fraude processual. Para os investigadores, a doença foi forjada. ÉPOCA
ouviu por telefone o psiquiatra Altenfelder. Ele disse que a promotora é sua paciente, confirmou a ida
a Brasília para uma consulta de Deborah na véspera do exame no Instituto Médico Legal, mas negou
que a tivesse treinado para fraudar o teste de sanidade mental.
Substância usada em estudo de Alzheimer prolonga vida de verme. Cientistas encontraram
a fonte da juventude pelo menos para o minúsculo verme chamado Caenorhabditis elegans.
Prolongar a vida de vermes não é nenhuma grande descoberta, porém, o intrigante é que
um dos compostos químicos usados pelos cientistas para obter esse resultado, o corante
tioflavina T, já foi testado em humanos. O tioflavina T é usado para detectar massas de
proteínas amiloides danificadas, encontradas no cérebro de pessoas que sofrem do mal de
Alzheimer. Além dele, outro composto bemsucedido nos testes foi a curcumina,
componente amarelo-vivo encontrado no tempero açafrão-da-índia. Como o tioflavina T se
liga às proteínas amiloides, como a curcumina, os pesquisadores acreditam que ele surtiu
um efeito benéfico nos vermes - desacelerando o acúmulo de proteínas avariadas.
Geralmente, o verme C. elegans vive de 18 a 20 dias. Tratados com os compostos, esse
tempo aumentou entre 30% e 70%. E, ao entrar na meia-idade, com cerca de dez dias, os
vermes tratados se mantinham mais ativos --e pareciam mais saudáveis - do que aqueles
sem tratamento. Os compostos, porém, provocaram um efeito colateral e reduziram a
fertilidade dos vermes e, como muitos outros químicos, se tornaram tóxicos em dosagens
mais altas. "É difícil afirmar que esses compostos seriam eficazes em mamíferos", diz o
principal autor do artigo publicado na revista "Nature", Gordon J. Lithgow, professor do
Instituto Buck de Pesquisa em Envelhecimento, na Califórnia, Estados Unidos. Mas o
pesquisador conclui que esses compostos poderiam levar à descoberta de outros que
poderiam agir sobre o envelhecimento dos organismos e também resultar em novos
tratamentos de doenças relacionadas à idade, que estão associadas ao acúmulo de
proteínas danificadas.

Se você já mergulhou de cilindro no oceano alguma vez, ou mesmo se já mergulhou mais


do que 1 ou 2 metros numa piscina, deve ter aprendido/percebido que seu ouvido começa a
doer à medida que você desce. Quanto mais fundo, maior a dor. Mas já parou para pensar
porque isso acontece? É algo bastante curioso. Você pode não perceber, e eu também não
percebo, pois estamos acostumados a isso, mas o ar da atmosfera sobre as nossas
cabeças pesa. E é esse peso do ar sobre a superfície do planeta que produz o efeito que
conhecemos como pressão atmosférica. Quando você está no alto de uma montanha, a
pressão atmosférica é menor, porque há menos ar sobre a sua cabeça. Quando você está
no nível do mar, a pressão é maior, pois há mais ar sobre a sua cabeça. Dez metros de
água marinha pesam o mesmo que uma atmosfera de ar. E o peso do ar continua a surtir
efeito mesmo quando você está submerso … afinal, o ar faz pressão sobre a água, que
repassa essa pressão para você. Sendo assim, a 10 metros de profundidade a pressão
sobre a garrafa é de 2 atmosferas (1 atmosfera de ar, mais 1 atmosfera de água). A 20
metros de profundidade, são 3 atmosferas, e assim por diante. Nosso corpo só não é
esmagado pela pressão porque ele também é feito, essencialmente, de água (70%), o que
impede que ele seja comprimido. Nossos corpos são, essencialmente, mais líquidos do que
sólidos (“sacos ambulantes de citoplasma”, como diria um professor meu). Quando você
mergulha, o ar dentro do ouvido é comprimido. E, assim o tímpano é “sugado” para dentro
pelo aumento da pressão. Se você não fizer nada, ele pode estourar e causar problemas
potencialmente sérios, desde uma infecção do ouvido até perda permanente de audição.
Felizmente há uma maneira simples de resolver isso: apertar o nariz com os dedos e
assoprar mais ar do pulmão para dentro do ouvido, compensando o aperto interno causado
pela pressão. Portanto, ao mergulhar tome cuidado.

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