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“Medicina legal é, segundo Flamínio Fávero, a aplicação dos conhecimentos médico-biológicos na elaboração e execução das leis
que deles carecem; ou, segundo Nerio Rojas, é a aplicação de conhecimentos médicos aos problemas judiciais.”
patológicos que existiam ou possam existir, agravando o processo.
Lesão Corporal
Não seria a sequência natural do ferimento, mas uma situação
- Direito Penal: evitável sem nenhuma dependência ao fato inicial e sua evolução.
- Art. 129: “Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem”. - Deste modo, há concausas preexistentes e concausas
Pena: detenção, de 3 meses a 1 ano. supervenientes. Naquelas, teríamos, para exemplificar, o portador
de um baço gigante que se rompesse com um murro no abdome,
- Lesão: mesmo levemente, o que não aconteceria com o indivíduo normal.
Na concausa superveniente, um ferimento de pequenas
- Medicina: “alteração anatômica ou funcional de um órgão ou proporções, levando à infecção pelo tétano.
tecido”.
- Classificação das concausas preexistentes:
- Medicina Legal: “qualquer alteração ou desordem da
normalidade”. - Anatômicas: anomalias orgânicas, como tais a inversão
visceral ou a malformação congênita de um órgão.
- Assim, por exemplo, um Delegado de Polícia que raspa
arbitrariamente os cabelos de um jovem, sob o aspecto patológico, - Fisiológicas: aquelas provenientes de alterações funcionais
não cometeria nenhuma lesão, porém, sob o ponto de vista da capazes de contribuir negativamente para o agravamento das
Medicina Legal, incorreria em tal, embora, para alguns, isso lesões, como, por exemplo, a fadiga, a convalescença, o
represente tão só constrangimento ilegal, vias de fato ou lesão real. puerpério, a repleção da bexiga ou o estado da gestação.
- A causa seria o que leva a resultados imediatos e responsáveis I – incapacidade para as ocupações habituais, por mais
por determinadas lesões, suscitando sempre, por sua vez, uma de 30 (trinta) dias;
relação de causa e efeito. Ex. hemorragia decorrente de lesão de
um vaso calibroso após agressão. II – perigo de vida: conjunto de sinais e sintomas
clinicamente demonstrável de uma condição concreta
- Por concausa, entende-se o conjunto de fatores, preexistentes ou de morte iminente, ou seja, uma ameaça imediata de
supervenientes, suscetíveis de modificar o curso natural do êxito letal.
resultado, fatores esses que o agente desconhecia ou não podia
evitar. É o congresso de fatores anatômicos, fisiológicos ou
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III – debilidade permanente de membro, sentido ou - Considerar o dano;
função;
- Estabelecer a relação de causalidade (nexo causal);
IV – aceleração de parto: No entendimento do
legislador, haveria aceleração do parto quando o feto - Caracterizar a previsibilidade do dano
fosse expulso, com vida, antes do termo normal,
motivada por sua agressão física, ou psíquica à - Materialidade – Art. 77:
parturiente, continuando a viver fora do álveo materno.
- Para oferecimento da denúncia que será elaborada com base no
Pena – reclusão, de 1 a 5 anos. termo de ocorrência (...) com dispensa do exame de corpo de delito,
quando a materialidade do crime estiver aferida por boletim médico
- Gravíssima: ou prova equivalente.
- incapacidade permanente para o trabalho: situação - Quando realizado por peritos sobre indícios existentes na infração,
definitiva em que o indivíduo fica privado de exercer o processamento técnico é chamado corpo de delito direto. Quando
qualquer atividade lucrativa. não há esses vestígios, chama-se corpo de delito indireto. Nesses
casos, é a informação prestada pela testemunha que preenche a
- enfermidade incurável; lacuna verificada.
- deformidade permanente: qualquer cicatriz que esteja - “O paciente JRN foi agredido com o bastão” – não escrever
em local visível (França). assim, escrever paciente relata ter sido agredida com bastão!!!
- Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente 2º - Qual o instrumento ou meio que produziu a ofensa?
não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo.
3º - A ofensa foi produzida com emprego de veneno, fogo,
- Pena: reclusão, de 4 a 12 anos. explosivo, asfixia, tortura, ou outro meio insidioso ou cruel, ou
que podia resultar perigo comum?
- Diminuição a pena:
4º - Da ofensa resultou perigo de vida?
- Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante
valor social ou moral ou sob o domínio de violenta emoção, logo 5º - Da ofensa resultou incapacidade para as atividades
em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir habituais por mais de 30 dias?
a pena de um sexto a um terço.
6º - Da ofensa resultou debilidade permanente de membro,
- Lesão corporal culposa (médicos respondem por lesão corporal sentido ou função; incapacidade permanente para o trabalho;
culposa no exercício da profissão): enfermidade incurável; perda ou inutilização de membro,
sentido ou função; ou deformidade permanente?
- Diz-se que uma lesão corporal é de natureza culposa quando
o agente lhe deu causa por imprudência, negligência ou Traumatologia
imperícia.
- Estuda as lesões e estados patológicos, imediatos ou tardios,
- Detenção de 2 meses a 1 ano. produzidos por violência sobre o corpo humano, nos seus aspectos
do diagnóstico, do prognóstico e das suas implicações legais e
- Não tem classificação em leve, grave ou gravíssima. socioeconômicas. Trata também do estudo das diversas
modalidades de energias causadoras desses danos.
- Objetivos periciais na elaboração do laudo de uma lesão
corporal culposa:
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- A convivência no meio ambiental pode causar ao homem as mais vezes ficam impressos os dedos do agressor, configura
variadas formas de lesões produzidas por diversos tipos de exemplo dessa tipificação lesional.
energias, que dividem-se em energias de ordem: mecânica, física,
química, físico-química, bioquímica, biodinâmica ou mista. - Escoriação: tem quase sempre como origem a ação
tangencial dos meios contundentes. Define-se, de forma
- Energias de ordem mecânica: mais simples, como o arrancamento da epiderme e o
desnudamento da derme, de onde fluem serosidade e
- Os meios mecânicos causadores do dano vão desde as armas sangue. Quando a derme é atingida, não é mais
propriamente ditas (punhais, revólveres, soqueiras), armas escoriação, e sim uma ferida. A
eventuais (faca, navalha, foice, facão, machado), armas naturais escoriação não cicatriza, não
(punhos, pés, dentes), até os mais diversos meios imagináveis deixa marcas. A regeneração da
(máquinas, animais, veículos, quedas, explosões, precipitações). área lesada é por reepitelização.
- Esses meios atuam por pressão, percussão, tração, torção, Nas escoriações produzidas post mortem, não há formação
compressão, descompressão, explosão, deslizamento e de crosta; a derme é branca e não sugila serosidade nem
contrachoque. sangue de suas papilas. O leito da escoriação produzida
depois da morte é seco, descorado e apergaminhado.
- De conformidade com as características que imprimem às lesões,
os meios mecânicos classificam-se em: perfurantes, cortantes, - Equimose: Trata-se de lesões que se traduzem por
contundentes, perfurocortantes, perfurocontundentes, infiltração hemorrágica nas malhas dos tecidos. Em geral,
cortocontundentes. são superficiais, mas podem surgir nas massas musculares,
nas vísceras e no periósteo.
- Ferimentos por armas brancas: perfurantes, cortantes e
perfurocortantes. - Quando se apresenta em forma de pequenos grãos,
recebe o nome de sugilação e, quando em forma de
- Ferimentos por arma de fogo: perfurocontundente. estrias, toma a denominação de víbice. E petéquias,
pequenas equimoses, quase sempre agrupadas e
- Lesões produzidas por ação contundente: caracterizadas por um pontilhado hemorrágico.
- Feridas contusas: lesões abertas cuja ação contundente foi capaz - Quanto ao porte:
de vencer a resistência e elasticidade
dos planos moles. - Fixas
Ex. Cair e bater a cabeça na quina de uma mesa. A quina não é - Balística interna: abrange o conhecimento dos propelentes e do
cortante, mas quando associada a ação contundente, se tornam mecanismo das armas.
cortantes.
- Balística externa: estuda a trajetória dos projéteis.
Lesões perfurocontundentes – armas de fogo
- Balística dos efeitos: abrange os efeitos produzidos no alvo pelo
- As feridas perfurocontusas são produzidas por um mecanismo de projétil. Estudada pelo médico legista.
ação que perfura e contunde ao mesmo tempo. Atuam por meio de
uma ponta romba, por pressão, e produzem lesões em forma de - Lesões produzidas por projétil de arma de fogo:
túnel.
- Lesões de entrada:
- Esses ferimentos são produzidos quase sempre por projéteis de
arma de fogo. Incluem também qualquer instrumento formado por - Orla de escoriação ao redor do
qualquer haste que não termine com uma ponta afiada, como orifício de entrada – resultado do
acontece com os perfurantes – vergalhões de construção civil, arrancamento da epiderme pela ação
certas grades e flechas, pedaços de madeira alongados. contundente do projétil.
- Trajeto:
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- Início: orifício de entrada. Ao longo do trajeto, os tecidos são Instrumentos perfurantes
rompidos de modo semelhante ao que acontece com a pele,
diferindo o resultado lesional de acordo com a sua textura. Forma- - São aqueles que transferem sua energia cinética por meio de uma
se um espaço real de forma aproximadamente tubular preenchido ponta, pressionando e afastando os elementos dos tecidos. São
por sangue e restos de tecido lacerado. formados por uma ponta continuada por uma haste cilíndrica.
- À medida que o projétil entra em contato com os tecidos, confere- - Calibre pequeno: alfinetes, agulhas, espinhos.
lhes um impulso lateral centrífugo que tende a jogá-los para longe
do trajeto. Esse impulso constitui o que se denomina de ONDA DE - Calibre médio: furador de gelo, sovela.
PRESSÃO.
- Os pregos são considerados de calibre pequeno ou médio.
- Lesão de saída:
- Instrumento perfurante de médio calibre:
- Quando o projétil atinge a pele no
local de saída, já vem com menor - As feridas têm forma biconvexa alongada (em botoeira), com
quantidade de energia, por vezes, bordas regulares e simétricas, providas de ângulos muito agudos e
deformado, ou em posição com a mesma direção na mesma região anatômica do corpo.
diferente da com que entrou.
- Aspecto das feridas:
- Por isso, o orifício de saída costuma ser maior e tem forma variada,
podendo ser uma ferida estrelada, uma fenda ou outro padrão - Obedece a 3 princípios:
qualquer. Pode, inclusive, ser circular e escoriada se o projétil
imprensar a pele contra algum anteparo. - Tem aspecto semelhante às produzidas por instrumentos
pérfurocortantes de 2 gumes (lei de semelhança de filhos).
- É comum dizer-se que as bordas do orifício de saída são evertidas,
enquanto as dos de entrada são voltadas para dentro. Mas isso é - Têm sempre a mesma direção numa mesma região do corpo
mais teórico do que real. (lei do paralelismo de filhos).
- Rosa de tiro
- Tipos de lesões:
Instrumentos pérfuro-cortantes
- 2ª fase: também chamada de fase de excitação cortical e medular, Equimose das conjuntivas (asfixia)
notam-se convulsões generalizadas e contrações dos músculos
respiratórios e da face, além de relaxamento dos esfíncteres com
emissão de matéria fecal e urina devido aos movimentos
peristálticos dos intestinos e da bexiga. Há também a presença de
bradicardia e aumento da pressão arterial (duração de 1 a 2 min).
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- Cogumelo de espuma: é formado de uma bola de finas bolhas - Transformação de meio gasoso em meio sólido ou
de espuma que cobre a boca e as narinas e se continua pelas pulverulento (soterramento).
vias respiratórias inferiores. É mais comum nos afogados, mas
pode surgir em outras formas - Asfixias complexas:
de asfixias mecânicas, no
edema agudo do pulmão e - Constrição das vias respiratórias com anoxemia e excesso de
nos casos de morte precedida gás carbônico, interrupção da circulação cerebral e inibição por
de grandes convulsões. compressão dos elementos nervosos do pescoço:
- Esses fenômenos são bem diferentes na intoxicação por - Permanência de um ou mais indivíduos em um ambiente restrito
monóxido de carbono. ou fechado, sem condições de renovação do ar respirável, sendo
consumido o oxigênio pouco a pouco e o gás carbônico acumulado
- Sinais internos: gradativamente.
- Sangue mais líquido e mais escuro; - Além dos sinais encontrados nas asfixias em geral, podem ser
vistas algumas lesões produzidas em ações desesperadas da
- Equimoses viscerais (Manchas de Tardieu): equimoses vítima, como escoriações do pescoço, ferimentos da face, lesões
diminutas, do tamanho da cabeça de um alfinete, localizando- de defesa, desgastes das unhas e erosão das extremidades dos
se, não raro, sob a pleura visceral, mais notadamente nos dedos.
sulcos interlobares e bordas dos pulmões, no pericárdio e no
pericrânio, e, nas crianças, no timo. São mais comuns na - Asfixia por monóxido de carbono:
infância e na adolescência e, mais raras, no adulto e no velho.
- O monóxido de carbono (CO) fixa-se à hemoglobina e impede o
transporte do oxigênio. Leva a um tipo especial de asfixia por
carboxiemoglobinemia (O2Hb + CO = COHb + O2).
- Ambientes com gases irrespiráveis (confinamento, - Oclusão da boca e fossas nasais (desproporção de forças
monóxido de carbono). entre a vítima e o agente).
- Obstáculo a penetração do ar nas vias aéreas (sufocação - Oclusão das VAS (por corpos estranhos).
direta – obstrução da boca e das narinas; ou sufocação
indireta – compressão do tórax). - Sinais cadavéricos:
- Transformação de meio gasoso em líquido (afogamento). - Sinais locais: escoriações (quando é homicida); presença
do corpo estranho na arvore respiratória.
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- Sinais de asfixia; - Há, no entanto, casos em que o indivíduo, ao tocar na água,
morre por inibição, constituindo os afogados brancos de Parrot,
- Sinais específicos: encontro do corpo estranho, por ou afogados secos, necessitando, para isso, de uma
exemplo . predisposição constitucional, lesões cardiovasculares
agravadas pela ação térmica ou nos estados tímico-linfáticos.
- Sufocação indireta: Nessa modalidade de afogamento, não se encontra nenhum
sinal de asfixia. A inibição pode ser causada pela queda, por
- A compressão, em grau suficiente, do tórax e abdome impede depressão do SNC, pela água fria ou pela síndrome da imersão
os movimentos respiratórios, levando, em consequência, à (T corporal -5ºC).
asfixia. É sempre acidental ou criminosa.
OBS. Reflexo de inibição – tem uma parada cardíaca antes de
-Sinais cadavéricos: máscara equimótica, pulmões distendidos, ser afogado.
congestos, com sufusões hemorrágicas subpleurais.
- Antes, imaginava-se que a morte por afogamento fosse
- Sufocação posicional: produzida por anoxia. Após as pesquisas de Swann e cols.,
deu-se muito valor às alterações eletrolíticas que a água
- Forma de asfixia mecânica produzida pela posição em que provoca ao penetrar na corrente circulatória, dependendo,
o indivíduo se encontra no momento da morte, capaz de entretanto, da quantidade, do tipo e da osmolaridade do líquido
impedir ou dificultar seriamente a ventilação pulmonar, após aspirado.
a instauração da fadiga e da falência muscular respiratória.
Um dos exemplos desse quadro seria a “crucificação” ou o - Em crianças, principalmente, pode ocorrer uma situação em
posicionamento demorado do indivíduo de “cabeça para que o ritmo cardíaco diminui muito, a pressão arterial baixa
baixo”. sensivelmente, o consumo de oxigênio é diminuído, o
metabolismo é lento, há presença de bradicardia, assistolia e
- Soterramento: fibrilação ventricular e, de forma paradoxal, mantêm-se em
sobrevivência por alguns minutos, podendo, inclusive
- O diagnóstico se faz pelo estudo dos comemorativos e do local, recuperar-se integralmente ou com sequelas. Isso se deve ao
pela presença de substâncias estranhas, sólidas ou semissólidas, chamado “reflexo mamário” que consiste no espasmo da glote,
principalmente pulverulentas, no interior das vias respiratórias, na desenvolvido mais intensamente na vida intrauterina e entre os
boca, no esôfago e estômago e, ainda, pelos sinais gerais de recém nascidos e lactentes, desaparecendo gradualmente na
asfixia. idade infantil.
- Não se deve esquecer que, no soterrado, sempre se encontram - Sinais cadavéricos do afogado:
lesões traumáticas de várias espécies, pelo desabamento ou
desmoronamento; muitas delas capazes de, por si sós, produzir a - Sinais externos:
morte ou contribuir para tanto.
- Temperatura baixa da pele.
- Afogamento:
- Pele anserina – vulgarmente chamada de pele de galinha,
- Tipo de asfixia mecânica, produzido pela penetração de um meio é ocasionada pela contração dos músculos eretores dos
líquido ou semilíquido nas vias respiratórias, impedindo a passagem pêlos.
do ar até os pulmões.
- Retração do mamilo, do saco escrotal e do pênis.
- O afogamento pode ser acidental, suicida ou homicida.
- Maceração da epiderme.
- Fisiopatologia e mecanismo de morte:
- Tonalidade mais clara dos livores cadavéricos.
- A morte por afogamento geralmente passa por três fases ou
períodos: fase de defesa, fase de resistência e fase de - Cogumelo de espuma.
exaustão.
- Erosão dos dedos e presença de corpos estranhos sobre
- A primeira fase tem dois períodos: o de surpresa e o de as unhas.
dispneia.
- Equimoses da face das conjuntivas.
- A segunda fase está representada pela parada dos
movimentos respiratórios como mecanismo de defesa. - Mancha verde da putrefação (no esterno e na parte inferior
do pescoço).
- A terceira fase é na qual termina a resistência pela exaustão e
começa uma inspiração profunda, iniciando-se o processo de - Lesões post mortem produzidas por animais aquáticos.
asfixia com perda de consciência, insensibilidade (às vezes,
convulsões) e morte. - Embebição cadavérica.
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- Dentes e unhas róseos. - Tempo necessário para a morte
no enforcamento: a morte poderá
- Sinais internos: ser rápida, por inibição, ou
demorar cerca de 5 a 10 min,
- Líquido nas vias respiratórias. conforme observações em
enforcamentos judiciais.
- Presença de corpos estranhos no líquido das vias
respiratórias. - Aspecto do cadáver:
- Alterações e lesões dos pulmões. - A posição da cabeça sempre se mostra voltada para o lado
contrário do nó, fletida para diante, com o mento tocando no
- Diluição do sangue. tórax.
- Presença de líquido no sistema digestivo, ouvido médio e - A face pode apresentar-se branca ou arroxeada (variando com
cavidades pleurais. o grau de compressão vascular).
- O laço que aperta o pescoço pode ser de várias naturezas: cordas, - Sinais externos:
cintos, fios de arame, lençóis, punhos de rede, gravatas, correntes,
arames, cortinas e até ramos de árvores. Sua consistência varia - A sua maior importância está no sulco do pescoço, de capital
entre os chamados duros, moles e semirrígidos. Lençóis, cortinas e valor no diagnóstico do enforcamento.
gravatas formam os laços moles; cordões, cordas, fios de arame,
os duros; e cintos de couro, os semirrígidos. - O sulco situa-se na posição superior do pescoço deslizando-
se até o ponto de apoio com a mandíbula, dirigindo-se no
- Chama-se de suspensão típica ou completa aquela em que o sentido do nó, obliquamente, de baixo para cima e de frente
corpo fica totalmente sem tocar em qualquer ponto de apoio: e para trás.
suspensão atípica ou incompleta, se é apoiado pelos pés, joelhos
ou outra parte qualquer do corpo. - Sinais internos:
- Evolução – desenvolve-se o enforcamento em três períodos: - lesões da parte profunda da pele e da tela subcutânea do
pescoço;
- primeiro período: começa quando o corpo, abandonado e sob
a ação do seu próprio peso, leva, pela constrição do pescoço, à - lesões de vasos;
sensação de calor, zumbidos, sensações luminosas na vista e
perda da consciência produzidos pela interrupção da circulação - lesões da coluna vertebral;
cerebral.
- lesões do aparelho laríngeo.
- segundo período: caracteriza-se pelas convulsões e excitação
do corpo provenientes dos fenômenos respiratórios, pela - Mecanismo de morte por enforcamento:
impossibilidade de entrada e saída de ar, diminuindo o oxigênio
(hipoxemia) e aumentando o gás carbônico (hipercapnia). - morte por asfixia mecânica: naturalmente, é-se levado a
Associa-se a esses fenômenos a pressão do feixe pensar que a ação do laço no pescoço interrompe a passagem
vasculonervoso do pescoço, comprimindo o nervo vago. do ar respirável até os pulmões.
- terceiro período: surgem os sinais de morte aparente, até o - morte por obstrução da circulação: a obstrução da passagem
aparecimento da morte real, com cessação da respiração e da do sangue arterial pelas carótidas acarreta perturbações
circulação. cerebrais pela anoxia. Experimentalmente, sabe-se que a
pressão capaz de obter a obliteração dos vasos é em torno de
2 kg para as veias jugulares, de 5 kg para as artérias carótidas
comuns e de 25 kg para as artérias vertebrais.
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- morte por inibição devido à compressão dos elementos - É sempre homicida, sendo impossível a forma suicida ou
nervosos do pescoço: o laço exerce pressão sobre o feixe acidental.
vasculonervoso do pescoço, principalmente no nervo vago.
- Sinais externos: congestão
- Casos atípicos: da face, congestão das
conjuntivas, equimoses
- Asfixia autoerótica: finalidade é se alcançar a excitação sexual punctiformes da face e do
pela privação da oxigenação, sendo na maioria das vezes pescoço, escoriações
promovida pelo enforcamento, e, mais raramente, pelo ungueais, lesões de defesa.
estrangulamento ou pelo uso de bolsas de plástico sobre a
cabeça. Alguns desses casos o indivíduo pode perder o controle - Fisiopatologia: na
e ocorrer a morte. esganadura interferem, principalmente no mecanismo de morte, a
asfixia e os fenômenos decorrentes da compressão nervosa do
- Estrangulamento: pescoço. Tudo indica que na asfixia mecânica do tipo esganadura
o mecanismo de morte é sempre por anoxia anóxica (falta de
- Constrição do pescoço por um laço acionado por uma força oxigênio no sangue que nutre o tecido cerebral), por inibição reflexa
estranha, obstruindo a passagem de ar aos pulmões, (parada do coração por inibição devido à pressão dos seios
interrompendo a circulação do carotidianos) e, em menor escala, por isquemia encefálica (necrose
sangue ao encéfalo e do tecido cerebral, por falta de sangue arterial).
comprimindo os nervos do
pescoço. Nesse tipo de morte, ao Declaração de óbito
contrário do enforcamento, o
corpo da vítima atua - A Declaração de Óbito é o documento-base do Sistema de
passivamente e a força Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde (SIM/MS). É
constrictiva do laço age de forma composta de três vias auto-copiativas, pré-numeradas
ativa. sequencialmente, fornecida pelo Ministério da Saúde.
- Sulco: a direção é diferente do enforcamento, pois se apresenta - Via Amarela: cartório – certidão de óbito
em sentido horizontal, podendo, no entanto, ser ascendente, como
nos casos de homicídio, em que o agente puxa o laço para trás e - Via Rosa: retida no local de preenchimento
para cima. Sua profundidade é uniforme e não há descontinuidade,
podendo verificar-se a superposição do sulco onde a parte do laço - Além da sua função legal, os dados de óbitos são utilizados para
se cruza. Geralmente o sulco está situado por baixo da cartilagem conhecer a situação de saúde da população e gerar ações visando
tireóidea. Não é raro se encontrarem nas proximidades do sulco do à sua melhoria.
estrangulamento rastros ou estrias ungueais.
- O médico tem responsabilidade ética e jurídica pelo
preenchimento e pela assinatura da DO, assim como pelas
informações registradas em todos os campos deste documento.
VI. Condições e causas do óbito: destacam-se os diagnósticos que - Preenchimento incorreto da DO em mortes de causa natural:
levaram à morte, ou contribuíram para mesma, ou estiveram
presentes no momento do óbito. - Parada Cardio-respiratória:
VII. Dados do médico que assinou a DO. - Deve-se evitar anotar diagnósticos imprecisos que não
esclarecem sobre a causa básica da morte, como parada
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cardíaca, parada respiratória ou parada cárdio-respiratória. De - O dano
acordo com o Volume II da CID 10, estes são sintomas e modos
de morrer, e não causas básicas de óbito. - O nexo causal
- Falência múltipla de órgãos. OBS. Somente no âmbito criminal, o processo chega ao legista.
- Nem todo mau resultado significa erro médico. IV. Recursar-se a exercer a sua profissão em instituições públicas
ou privadas onde as condições de trabalho não sejam dignas ou
- Todavia, se esse erro médico, causador de dano, for de ordem possam prejudicar a própria saúde ou a do paciente, bem como a
pessoal, a responsabilidade pode ser arguida de duas formas: a dos demais profissionais.
moral e a legal. A avaliação da responsabilidade moral é da
competência dos Conselhos Regionais de Medicina. Já a V. Suspender suas atividades, individualmente ou coletivamente,
apreciação da responsabilidade legal é atribuição dos tribunais, quando a instituição pública ou privada para a qual trabalhe não
podendo comportar, entre outras, as ações penais, cíveis e oferecer condições adequadas para o exercício profissional ou não
administrativas. o remunerar digna e justamente, ressalvadas as situações de
urgência e emergência.
- Imprudência:
Deveres de conduta médica:
- Imprudente é o médico que age sem a cautela necessária. É
aquele cujo ato ou conduta são caracterizados pela audácia, - Deveres de informação;
intempestividade, precipitação ou inconsideração. A imprudência
tem sempre caráter comissivo. - Deveres de atualização profissional;
Ex. receita por telefone; utilização de uma técnica cirúrgica sem que - Deveres de abstenção de abuso;
haja subsídios suficientes que comprovem sua segurança e
eficácia. - Deveres de vigilância, cuidados e assistência.
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8. Ilícitos penais relacionados à remoção de órgãos ou tecidos. § 1º Ocorrendo fatos que, a seu critério, prejudiquem o bom
relacionamento com o paciente ou o pleno desempenho
9. Esterilização humana (só pode ser feita se): profissional, o médico tem o direito de renunciar ao atendimento,
desde que comunique previamente ao paciente ou a seu
- Maior de 25 anos representante legal, assegurando-se da continuidade dos cuidados
- Mais de 2 filhos vivos e fornecendo todas as informações necessárias ao médico que lhe
- Mínimo de 60 dias após manifestação suceder.
- Saúde da mãe e feto estiverem em risco
- Proibida a realização durante o parto - Perícia do erro médico:
- Autorização do cônjuge
- Dano
- Consentimento informado:
- Nexo da causalidade e concausalidade.
- Informação sobre os riscos
- As circunstâncias do ato médico
- Não minimiza a culpa
- Documentos médicos legais:
- Nexo causal entre o dano e a falta de informação
1. Atestados
OBS. Prometam meios, não prometam resultados!!
- cabeçalho, referência à solicitação do paciente, finalidade, fato
- Responsabilidade do estudante: médico, tempo de afastamento, local e data, assinatura e CRM.
- O abuso de poder
- O abandono do paciente
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