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segunda-feira, 19 de março de 2018

"Antropologia"

Disciplina: ANTRO1

Professora: Nathalia Gaspar

Texto: "Antropologia", in Dicionário de Ciências Sociais, pp. 58-60.

Parte A
A Antropologia era uma disciplina global (geral) que diferenciava-se pela junção dos traços biológicos
e características históricas e sócio-culturais. Ou, poderia também, voltar-se somente para o passado,
assim revela as técnicas arqueológicas. Além disso, era dominada pelo biologismo que caracterizava o
cientificismo vigente da época.
As análises especulativas sobre a vida social e cultural do homem se submetiam ao plano biológico.
Desta forma, a antropologia geral era uma ciência que reduzia as suas teorias e especulações sobre os
fenômenos entre os homens e as sociedades a um problema de meio geográfico e de traços genéticos
dados em grandes unidades biológicas, as raças.
Foram realizadas muitas interpretações de cunho racista sobre as diferenças vistas como mais marcantes
entre países ou para interpretar todo tipo de comportamento criminoso. Este tem como o criminoso todo
aquele considerado fora do normal ou desviante, sendo assim, para o europeu o "selvagem" pode ser o
criminoso, o anormal, etc. De acordo com as variedades, algumas poderiam indicar o atraso ou o
progresso de dada sociedade na linha evolutiva.
Até hoje essas antropologias gerais estabeleceram um paradigma explanatório de difícil superação,
basta observar nas avaliações do Brasil pelo brasileiro quando se diz que o país foi constituído de "três
raças tristes" e vários outros comentários insuperáveis. Logo, os resquícios sobreviventes das teorias de
fundo biologista e racista tornaram a questão racial como tema obrigatório para reflexão sobre
problemas da natureza, da sociedade e da cultura, e terminavam por ter suas razões nas diferenças de
raças (mais "puras" e mais propensas a atividades e ao progressos que outras).
Portanto, tem-se ainda discursos sobre a questão racial de forma negativa, resultado de todo o aparto
"científico" que construíam interpretações e especulações que serviram de justificativas para o
autoritarismo, para o colonialismo e para o controle da elite sobre essas questões.

Parte A.1
Esse modelo explanatório teve sucesso devido a colocação dos países, das culturas e das sociedades,
em uma escala evolucionária. Sendo assim, reduziu a problemática em pontos simples e claros. Os
países europeus dominados pela fragmentação interna utilizaram-se de tais doutrinas antropológicas
para instalação de um partido totalitário, como foi o caso da Alemanha nas primeiras décadas do
século XX quando fundou-se na crença da superioridade racial e biológica do povo alemão.

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segunda-feira, 19 de março de 2018
A antropologia de caráter racista também foi utilizada no Brasil no episódio de Canudos, que ocorreu
no final do século XIX, no interior da Bahia, que foi explicado uma espécie de síndrome patológica
determinadas pela mestiçagem incontrolada de raças inferiores.

Porém, o avanço nos estudos sociais fez surgir dentro dessa antropologia geral, uma vertente muito
mais interessadas na natureza dos fenômenos sociais enquanto fatos específicos. A antropologia
dividiu-se em duas grandes disciplinas: antropologia física ou biológica e antropologia social ou
cultural.
ANTROPOLOGIA FÍSICA OU BIOLÓGICA ANTROPOLOGIA SOCIAL OU CULTURAL

Estudo da biologia animal, da sociologia animal, da Culturas e sociedades.


evolução biológica do homem e do estudo genético
das populações.

Qual foi a importância da separação, segundo o texto?

A separação foi importante para a descoberta da cultura (e sociedade) como fenômenos humanos e
singulares, dotados de lógica e autonomia próprias, que poderiam variar independente do plano
geográfico e biológico.

E. B. Tylor conceituou cultura e deu uma forma a esses fenômenos que seriam alvo da antropologia
social.

Outros evolucionistas como J. G. Frazer, J. Lubbock e McLennan, contribuíram para a disciplina


antropologia social e abordaram/estudaram questões referentes aos casamentos, famílias e sistemas de
parentesco.

O alvo teórico foi a religião como uma atividade que permitiu descobrir essas variações e essas
identidades das sociedades.

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