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GESSICA DE SOUZA
SARAH POPENGA DE MELO
Palhoça
2017
GESSICA DE SOUZA
SARAH POPENGA DE MELO
Palhoça
2017
Dedicamos este trabalho a Deus por nos
permitir concluir e por estar ao nosso lado em
todo o período do curso. Aos nossos familiares
pelo amor e compreensão. Aos professores e
amigos que compartilharam conhecimentos
fundamentais para o sucesso deste trabalho.
O dedicamos ainda aos profissionais que
atuam na área de Instalações Hidrossanitárias.
AGRADECIMENTOS
Gessica de Souza
Agradeço primeiramente a Deus, pois acredito na força que Ele tem e sem Ele
nada seria possível.
A minha família em especial aos meus pais João Jorge e Maria Marizete pelo
exemplo, amizade e o carinho, pois sem o esforço de vocês jamais teria chegado até aqui.
Aos meus queridos irmãos Geovani e Juliano pelo apoio e incentivo durante esta
etapa.
Ao meu orientador, Professor Roberto de Melo Rodrigues, pela orientação,
atenção e tempo dedicados na avaliação deste trabalho e pelas contribuições dadas.
A todos os professores que não foram mencionados, mas que de alguma forma
contribuíram para a realização deste trabalho.
A minha companheira de TCC Sarah Popenga de Melo por toda amizade e
dedicação.
Aos amigos que fiz durante esses cinco anos da graduação, pelos momentos
compartilhados e pela troca de conhecimentos durante este período.
Meus sinceros agradecimentos a todos aqueles que de alguma forma doaram um
pouco de si para que a conclusão deste trabalho se tornasse possível.
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar agradeço a Deus por ter me dado o privilégio de ter passado
por um momento de bastante aprendizado e por permitir que eu concluísse o curso. Com
certeza se não fosse por Ele eu não teria nem sequer começado.
Agradeço aos meus pais que tanto se dedicaram para me dar esse estudo, que tanto
me apoiaram e pela compreensão de muitas vezes eu não ter passado os finais de semana em
família. Agradeço por me incentivarem tanto a ir em frente e não desistir. Por me darem
conselhos e por me darem liberdade de poder sempre que necessário ter o ombro amigo deles.
Agradeço a minha irmã, que eu amo tanto, que esteve ao meu lado nesse tempo
todo e também me incentivando para que eu estudasse e que nunca me deixou sozinha em
nenhum momento, mesmo quando não nos víamos. Pais e irmã, vocês merecem com toda
certeza a minha maior dedicação nesse trabalho de conclusão de curso.
Agradeço ao meu noivo, por desde o início da faculdade que, nem sendo meu
namorado, sempre foi tão querido. Obrigada pela compreensão de todos os finais de semana
em que não saímos, porque eu precisava estudar. Obrigada por me proporcionar tamanha
felicidade. Obrigada por se preocupar comigo e por me ajudar a estudar. És um guerreiro só
pelo fato de estar comigo sempre na loucura de “eu não tenho mais tempo para nada”. Amo
você imensamente e dedico, com toda a certeza, esse TCC a você.
Um muito obrigado a minha dupla dinâmica, que estudou muitos finais de semana
comigo, que sempre me ajudou tirando todas as dúvidas que eu tinha. Obrigada dupla,
obrigada porque não são apenas estudos, mas sim uma amizade que formamos.
Ao nosso orientador, por nos passar conhecimento e pela compreensão nas muitas
vezes que ficamos nervosas.
Aos nossos professores, que em todo o período do curso se esforçaram de alguma
forma para nos passar conhecimentos.
‘’Passar por problemas, lutas e dores, faz parte da caminhada, mas é você que decide se vai
vencê-los, ou deixar eles vencer você’’ (AUGUSTO CURY).
RESUMO
The pathologies in the hydrosanitary building system may originate both in the design phase
and in the execution of the work or even during occupation and use, and these pathologies can
occur due to the set of several factors and not only those arising from an isolated stage. The
study carried out an investigation into the occurrence of some types of pathologies in the
hydrosanitary facilities of a private multifamily residential building located near the city of
Florianopolis. The information contained in this work was extracted from an exploratory
database of a company from a neighboring city of Florianopolis. The reports studied are from
the periods of March 2016 to May 2017 and are included in the photographic registry and the
on-site evaluation of the main problems in the building. The analysis of the reports led to the
quantification of the main incidences of pathologies in the wet areas of the studied building in
the indicated period, being possible to attribute many problems found to the lack of
maintenance.
Keywords: Pathological events in wet areas. Pathology. Hydraulic and Sanitary Building
Systems.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................. 12
1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS ....................................................................................... 12
1.2 OBJETIVOS .................................................................................................................... 12
1.2.1 Objetivo geral .............................................................................................................. 12
1.2.2 Objetivos específicos ................................................................................................... 13
1.3 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................ 13
1.4 PROBLEMA DE PESQUISA ......................................................................................... 15
1.5 PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS..................................................................... 15
1.6 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA ................................................................................... 15
1.7 ESTRUTURA DO TRABALHO .................................................................................... 16
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................ 17
2.1 HISTÓRIA DA EVOLUÇÃO DAS INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS ............ 17
2.2 SISTEMAS PREDIAIS HIDRÁULICOS E SANITÁRIOS (SPHS) .............................. 17
2.2.1 Sistema predial de água fria ....................................................................................... 18
2.2.1.2 Rede Pública de distribuição de água ......................................................................... 19
2.2.1.2.1 Ramal predial .......................................................................................................... 19
2.2.1.2.2 Hidrômetro/cavalete ................................................................................................ 20
2.2.1.2.3 Alimentador predial ou ramal interno ..................................................................... 20
2.2.1.2.4 Reservatórios ........................................................................................................... 21
2.2.1.2.5 Sistema de recalque ................................................................................................. 22
2.2.1.2.6 Barrilete ................................................................................................................... 22
2.2.1.2.7 Sistema de distribuição e abastecimento ................................................................. 23
2.2.1.2.8 Ramais e sub-ramais................................................................................................ 26
2.2.1.2.9 Peças de utilização e aparelhos sanitários ............................................................. 26
2.2.1.2.10 Elevatórias ............................................................................................................... 26
2.2.1 Sistema predial de esgoto sanitário............................................................................ 27
2.2.1.1 Aparelho sanitário ...................................................................................................... 28
2.2.1.2 Ramal de ventilação ................................................................................................... 28
2.2.1.3 Caixa coletora ............................................................................................................. 28
2.2.1.4 Ramal de descarga (RD) ............................................................................................. 29
2.2.1.5 Ramal de esgoto (RE) ................................................................................................. 29
2.2.1.6 Caixa de gordura......................................................................................................... 30
2.2.1.7 Caixa de inspeção ....................................................................................................... 31
2.2.1.8 Caixa de passagem ..................................................................................................... 32
2.2.1.9 Caixa sifonada ............................................................................................................ 32
2.2.1.10 Coletor predial ............................................................................................................ 32
2.2.1.11 Coletor público ........................................................................................................... 32
2.2.1.12 Coluna de ventilação .................................................................................................. 32
2.2.1.13 Sifão ............................................................................................................................ 32
2.2.1.14 Subcoletor ................................................................................................................... 32
2.2.1.15 Tubo de queda ............................................................................................................ 33
2.2.1.16 Fossa séptica ............................................................................................................... 34
2.2.2 Recomendações gerais para cuidados de execução .................................................. 36
2.2.2.1 Fiscalização de execução ............................................................................................ 36
2.3 DESEMPENHO DOS SPHS NAS EDIFICAÇÕES ....................................................... 37
2.3.1 Normalização ............................................................................................................... 37
2.3.2 Sistemas prediais hidráulicos ..................................................................................... 38
2.3.2.1 Água fria ..................................................................................................................... 38
2.3.2.2 Esgoto sanitário .......................................................................................................... 40
2.3.3 Norma de desempenho ................................................................................................ 42
2.3.3.1 Norma de desempenho aplicada nos sistemas hidráulicos e sanitários ...................... 44
3 PATOLOGIAS NAS INSTALAÇÕES PREDIAIS ....................................................... 46
3.1 CAUSAS E ORIGENS DAS PATOLOGIAS ................................................................. 47
3.1.1 Vazamentos .................................................................................................................. 48
3.1.2 Ruídos ........................................................................................................................... 48
3.1.3 Entupimentos ............................................................................................................... 50
3.1.4 Retornos ....................................................................................................................... 51
3.1.4.1 Retorno de odores ....................................................................................................... 51
3.1.4.2 Retorno de espuma ..................................................................................................... 51
3.1.5 Oscilação de pressões .................................................................................................. 53
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ............................................... 57
4.1 DESCRIÇÕES GERAIS .................................................................................................. 57
4.2 APRESENTAÇÃO DAS INCIDÊNCIAS DAS NÃO CONFORMIDADES ................ 57
4.2.1 Análise dos dados obtidos ........................................................................................... 57
4.2.1.1 Banheiro ..................................................................................................................... 58
4.2.1.1.1 Entupimentos ........................................................................................................... 58
4.2.1.1.2 Vazamentos .............................................................................................................. 58
4.2.1.1.3 Mau cheiro ............................................................................................................... 61
4.2.1.2 Cozinha ....................................................................................................................... 61
4.2.1.2.1 Vazamentos .............................................................................................................. 61
4.2.1.3 Área de serviço ........................................................................................................... 63
4.2.1.3.1 Retorno de espuma .................................................................................................. 63
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 65
5.1 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS .............................................. 66
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 67
12
1 INTRODUÇÃO
1.2 OBJETIVOS
Este trabalho tem como objetivo geral identificar as patologias mais recorrentes
do sistema predial hidrossanitário de uma edificação residencial privativa multifamiliar
localizadas na região da Grande Florianópolis/SC.
13
1.3 JUSTIFICATIVA
Além das leis criadas para amparar o consumidor, como o Código de Defesa do
Consumidor instituído pela lei 8078/90, entrou em vigor em julho de 2013 a nova Norma de
Desempenho ABNT NBR 15575 que diz respeito à durabilidade dos sistemas, manutenções
da edificação e o conforto dos usuários.
Conforme o avanço da globalização as empresas constataram que precisavam
implantar novos sistemas e técnicas que alcançassem a máxima satisfação dos seus clientes
para que assim permanecessem no mercado.
Os Sistemas Prediais Hidráulicos e Sanitários são considerados como um dos
principais causadores de manifestações patológicas decorrentes de execução, materiais
utilizados, desenvolvimento de projetos e execução conforme projetos.
Segundo Padaratz (1991, p.1):
A qualidade da construção civil no Brasil piorou muito nas ultimas décadas, haja
vista a grande incidência de patologias observadas nas obras em geral. Isso provocou
na prática o desenvolvimento de uma cultura na mente do consumidor brasileiro, de
que a existência de defeitos nas edificações era uma ocorrência ‘’normal’’. Exemplo
claro pode ser dado pelos projetos financiados pelo instinto BND, onde o adquirente
do imóvel já recebia com certa naturalidade uma obra que apresentasse defeitos. No
entanto, correto seria firmar que edificações com vícios de construção são comuns e
não normais.
Quanto aos seus objetivos, esta pesquisa caracteriza-se do tipo exploratória, que
segundo Volkweis (2015) trata-se de uma pesquisa que visa proporcionar maior familiaridade
com o fato ou fenômeno, a fim de torná-lo mais claro.
Quanto ao método, enquadra-se como um estudo de caso, que, segundo Silva e
Thiesen (1997 apud Lenol, 2016, p.101), pode ser definido com um estudo exaustivo,
profundo e extenso de uma ou de poucas unidades, empiricamente verificáveis, de maneira
que permita seu conhecimento amplo e detalhado.
As fontes de consulta para a elaboração da pesquisa bibliográfica foi através de livros,
trabalhos de conclusão de curso, dissertações, artigos de periódicos, materiais
disponibilizados na rede mundial de computadores e Norma Brasileira. A proposta de
metodologia do trabalho será desenvolvida considerando as seguintes etapas gerais:
9 Realização de pesquisa bibliográfica;
9 Estudo junto às normas para a realização de análises nas edificações;
9 Realização de visitas técnicas à edificação para obtenção de registros
fotográficos; e
9 Avaliação dos dados coletados para verificar as patologias do sistema predial
hidráulico e sanitário da edificação.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
controle e a distribuição de água aos pontos de utilização tais como torneiras, chuveiros,
bidês, vasos sanitários e pias. Apresenta-se no próximo item a descrição das partes das
instalações de água fria.
Botelho e Ribeiro Jr. (2010, p.12) afirmam que ramal predial é o trecho executado
pela concessionária pública ou privada, ligando a rede até o cavalete, conforme Figura 2,
mediante requerimento do proprietário da edificação. Quando do início da obra, solicita-se a
ligação provisória, a qual, se já estiver definitivamente locada, poderá ser a ligação definitiva.
É o trecho do encanamento localizado entre o distribuidor público de água em
frente ao prédio e o aparelho medidor ou limitador da descarga, o qual é considerado como
fazendo parte integrante do ramal externo. (MACINTYRE, 1990, p.1).
Segundo Mello e Netto (1988, p.2) ramal predial é a tubulação compreendida
entre a rede pública de distribuição e o hidrômetro ou peça limitadora de vazão. Essa parte é
dimensionada e executada pela concessionária, com as despesas por conta do interessado.
2.2.1.2.2 Hidrômetro/cavalete
2.2.1.2.4 Reservatórios
Conforme a NBR 5626 o reservatório deve ser um recipiente estanque que possua
tampa ou porta de acesso opaca, firmemente presa na sua posição, com vedação que impeça a
entrada de líquidos, poeiras, insetos e outros animais no seu interior.
No caso de edifícios altos ou edificações de maior vulto, a reservação inferior é
imprescindível, tendo em vista o volume de água necessário. (BOTELHO E RIBEIRO JR.,
2010).
O reservatório inferior de acordo com Melo e Netto (1988, p.4) são próprios dos
prédios com mais de dois pavimentos. Até esse limite, geralmente a pressão na rede é
suficiente para abastecimento do reservatório situado na parte superior do edifício. Já nas
edificações de três ou mais pavimentos, é recomendado usar dois: um na parte inferior e outra
na superior, e também por aliviar sobrecarga nas estruturas.
Em caso de o reservatório estar locado no subsolo, o mesmo deverá apresentar
uma tampa elevada pelo menos a 50 cm do piso e jamais rente a este.
Os reservatórios superiores, no caso das habitações coletivas, prédios de
escritórios ou comerciais, deverão ser divididos em duas células para efeito de sua limpeza e
não haver interrupção no consumo de água. Para esta divisão, as normas recomendam
somente quando o volume ultrapassa 4.000 litros, embora sendo difíceis prédios desta
natureza possuir reservatórios com volumes menores. (MELO E NETTO, 1988, p.7).
Cada compartimento do reservatório inferior deve conter uma canalização de
sucção para água limpa. O crivo da canalização de sucção deve ficar pelo menos a 10 cm do
fundo, evitando, assim, que a sucção revolva os lodos depositados. (MACINTYRE, 1996).
Os reservatórios superiores deverão possuir obrigatoriamente válvulas de
flutuador (torneiras de boia), na canalização de entrada de água quando alimentados por
gravidade. (MACINTYRE, 1996).
Segundo Macintyre (1996) as canalizações de esgoto devem ficar afastadas dos
reservatórios enterrados e ser de ferro fundido (em vez de manilhas) para evitar fugas das
respectivas águas; as tampas dos reservatórios devem ficar elevadas pelo menos 0,20 m acima
do solo, e de qualquer modo inacessíveis às infiltrações ou mesmo às inundações por águas
pluviais.
O extravasor (ladrão) é uma tubulação destinada a escoar os eventuais excessos de
água do reservatório, evitando o seu transbordamento. Ele evidencia falha na torneira de boia
ou dispositivo de interrupção do abastecimento. O extravasor deve escoar livremente, em
22
local visível, de modo a indicar rapidamente a existência de falha no sistema, afirma Botelho
e Ribeiro Jr. (2010).
De acordo com Botelho e Ribeiro Jr. (2010, p. 16) todo reservatório necessita de
um dispositivo controlador da entrada de água e manutenção do nível operacional desejado,
além de prevenir contra eventuais contaminações do ramal de alimentação do reservatório.
Esses dispositivos são a torneira de boia e automático de boia. A torneira de boia
ou boia de nível é um registro comandado por uma boia que interrompe a entrada de água
quando a mesma atingir o nível máximo do reservatório. Já o automático de boia é utilizado
quando há recalque e o mesmo é instalado em ambos os reservatórios acionando o motor da
bomba para que o nível de água mínimo seja atingido e somente desligado quando alcançar o
nível máximo de água determinado.
2.2.1.2.6 Barrilete
Afirma Botelho e Ribeiro Jr. (2010, p.21) que ramais são tubulações derivadas das
colunas de distribuição e destinadas a alimentar os sub-ramais os quais, por sua vez, ligam os
ramais aos pontos de utilização (pontos de utilização e aparelhos sanitários).
2.2.1.2.10 Elevatórias
abastecimento de água que não possui condições de ter seu abastecimento por um sistema
totalmente à gravidade.
A utilização intensiva gera gastos elevados de energia elétrica.
Alguns tipos de elevatórias são citados a seguir:
coluna de ventilação deverá ser colocada uma tela para evitar entrada de pássaros ou
qualquer elemento que possa causar entupimento.
Caixa que pode ser constituída de grelha ou uma tampa cega que recebe as águas
dos efluentes de tubulações secundárias da mesma unidade autônoma e águas provenientes da
lavagem de pisos.
A caixa sifonada é utilizada para conectar os ramais de águas servidas aos ramais
de esgoto.
2.2.1.20 Sifão
2.2.1.21 Subcoletor
A ABNT NBR 8160/1999 classifica tubo de queda como a tubulação vertical que
recebe efluentes de subcoletores, ramais de esgoto e ramais de descarga.
Esse tipo de tubo deve ser instalado sempre que possível todos num mesmo
alinhamento, mas se caso houver a necessidade de desviar a tubulação, a mesma deverá ser
desviada com peças cujo ângulo central seja igual ou inferior a 90º.
Para as pias de cozinha e máquinas de lavar louças são utilizados tubos de queda
especiais, pois há efluentes gordurosos. Esses efluentes são encaminhados, através do tubo de
queda, até uma caixa de gordura coletiva que são dimensionadas de acordo com o item
1.2.1.2.6.
Os tubos de queda podem ser dimensionados através do somatório das UHC,
conforme Tabela 4.
34
líquido, uma camada de espuma ou crosta constituída de substâncias insolúveis mais leves
que contribui para evitar a circulação do ar, facilitando a ação das bactérias. (CREDER, 2006,
p.250).
O volume útil da fossa séptica deve ser calculado através da seguinte fórmula:
ܸ ൌ ͳͲͲͲ ܰǤ ሺ ܶܥ ܭǤ ݂ܮሻ
sendo:
V = volume útil, em litros;
N = número de pessoas ou unidades de contribuição;
C = contribuição de despejos, em litro/pessoa/dia;
T = período de detenção, em dias (população x consumo);
K = taxa de acumulação de lodo digerido em dias, equivalente ao tempo de
acumulação de lodo fresco; e
Lf = contribuição de lodo fresco, em litro/pessoa/dia.
36
De acordo com Botelho e Ribeiro Jr. (2006, p.285) as recomendações gerais para
o controle e fiscalização de execução são os seguintes:
9 Comparar os desenhos e detalhes do projeto com as especificações,
assinalando e corrigindo em tempo as eventuais divergências;
9 Inspecionar os materiais ao chegarem à obra, considerando as
especificações e projeto;
9 Verificar tipos, dimensões e qualidade dos materiais;
9 Verificar nas instalações se os pontos de abastecimento estão atendidos e
exatamente locados conforme projeto;
9 Atentar para a instalação e correta locação das peças e dispositivos
especiais;
9 Prever nas plantas de fôrmas os furos, rasgos e aberturas necessários na
estrutura de concreto armado e isolá-los com bainhas antes da concretagem;
9 Verificar a pintura das tubulações nas cores convencionais;
9 Solicitar, utilizar e arquivar o manual de instalação de cada aparelho;
9 Executar os serviços de acordo com as normas de segurança do trabalho; e
9 Transformar cada obra em centro de treinamento e valorização profissional
da mão-de-obra de origem simples, o Brasil agradece.
2.3.1 Normalização
Para cada sistema da construção civil existem normas específicas, que abordam
características particulares e suas funções. A seguir serão apresentadas as principais normas
que regem as instalações prediais hidráulicas.
As normas que amparam o sistema de água fria são:
9 ABNT NBR 5626:1998 – Instalação Predial de Água Fria;
9 ABNT NBR 5648:2010 – Tubos e conexões de PVC – U com junta
soldável para sistemas prediais de água fria;
9 ABNT NBR 5649:2006 – Reservatório de fibrocimento para água
potável- Requisitos;
9 ABNT NBR 8220:2015 – Reservatório de poliéster, reforçado com fibra
de vidro para água potável para abastecimento de comunidades de
pequeno porte – Especificação;
9 ABNT NBR 10281:2015 – Torneiras – Requisitos e métodos de ensaio;
9 ABNT NBR 13210:2005 – Reservatório de poliéster reforçado com fibra
de vidro para água potável – Requisitos e métodos de ensaio; e
9 ABNT NBR 14534:2015 – Torneira de boia para reservatórios prediais de
água potável – Requisitos e métodos de ensaio;
A norma ainda prevê quesitos quanto a proteção sanitária de água potável, dentre
eles estão os cuidados quanto ao contato com materiais inadequados, retorno de água usado
para fonte de abastecimento e interligação entre tubulações que escoam água potável e
tubulações que escoam água não potável.
Os reservatórios devem estar em locais de modo que qualquer escoamento seja
perceptível.
Todos os reservatórios devem receber revestimento impermeabilizante especifico,
principalmente em casos onde o abastecimento é proveniente de concessionaria.
A NBR 15575 explora conceitos que muitas vezes não são considerados em
normas prescritivas específicas como, a durabilidade dos sistemas, o período entre as
manutenções da edificação, o conforto tátil e antropodinâmico dos usuários. Como ilustra o
Gráfico 1.
43
Segundo a ABNT NBR 15575-1: 2013, a vida útil (VU) é “uma medida temporal
da durabilidade de um edifício ou de suas partes, é o tempo previsto para a duração de
determinado produto”. Ou seja, vida útil é o tempo em que um sistema consegue exercer suas
funções em bom estado, o período de tempo que o mesmo consegue atender as exigências dos
usuários.
Já para a vida útil de projeto (VUP) a Norma ABNT NBR 15575-1: 2013 definem
como sendo “o período estimado de tempo para o qual um sistema é projetado para atender os
requisitos de desempenho”.
Com base nos critérios estabelecidos pela norma de desempenho, os novos
projetos desenvolvidos deveram ser elaborados para que atendam uma durabilidade potencial
de vida útil de projeto, edificações mais duráveis, sendo assim o mesmo deve especificar os
valores exatos para cada um dos tipos de sistemas que forem incorporados no projeto.
Os valores mínimos de vida útil de projeto dos principais sistemas são
apresentados na Tabela 5, considerando uma correta manutenção (ABNT NBR 15575, 2013).
A norma também apresenta os tempos mínimos de vida útil para vários sistemas utilizados no
projeto e na construção de edificações residenciais.
44
Esta norma busca através de regras, que devem ser cumpridas nos novos projetos
e construções, a mudança do paradigma sobre as construções e resgatar a função da edificação
como um habitat seguro, por meio da qual ele possa se defender das hostilidades climáticas do
meio em que vive (CBIC, 2013).
3.1.1 Vazamentos
3.1.2 Ruídos
Segundo Vieira (2013 apud Guia CBIC, 2016, p.66), os ruídos são produzidos em
prumadas coletivas de água ou esgoto, válvulas de descarga ou outros equipamentos
acionados em apartamentos vizinhos, portanto não são considerados acionamentos produzidos
nas próprias dependências da unidade habitacional. Ainda segundo a mesma publicação, a
49
3.1.3 Entupimentos
obstáculos ao escoamento que favorecem o acúmulo de dejetos que podem chegar a obstruir
totalmente a tubulação.
3.1.4 Retornos
Para Carvalho Jr (2013 apud Vieira 2016), o retorno de espuma através das
grelhas de ralos e caixas sifonados pode ocorrer em função de ligações dos ramais de esgotos
em regiões de sobrepressões, devendo ser verificado se a ligação dos ramais de esgotos da
máquina de lavar roupa com as colunas estão em áreas de sobrepressão.
A NBR 8160 (1999, p.5) no item 4.2.4.3 considera zonas de sobrepressão:
a) o trecho, de comprimento igual a 40 diâmetros, imediatamente a montante do
desvio para horizontal;
b) o trecho de comprimento igual a 10 diâmetros, imediatamente a jusante do
mesmo desvio;
c) o trecho horizontal de comprimento igual a 40 diâmetros, imediatamente a
montante do próximo desvio;
d) o trecho de comprimento igual a 40 diâmetros, imediatamente a montante da
base do tubo de queda, e o trecho do coletor ou subcoletor imediatamente a
jusante da mesma base;
e) os trechos a montante e a jusante do primeiro desvio na horizontal do coletor
com comprimento igual a 40 diâmetros ou subcoletor com comprimento igual a
10 diâmetros; e
f) o trecho da coluna de ventilação, para o caso de sistemas com ventilação
secundária, com comprimento igual a 40 diâmetros, a partir da ligação da base
da coluna com o tubo de queda ou ramal de esgoto.
A pressão que a água exerce sobre uma superfície, não depende do volume de
água, mas sim da altura do nível da água. Ou seja, o principal responsável pelo aumento da
pressão nos encanamentos é a altura da tubulação. Por isso, a pressão da água é medida em
metros de coluna d’água (m.c.a). Com isso, independente da forma e da capacidade de reserva
do recipiente, se a altura do nível da água for a mesma, a pressão também será a mesma.
Como a distribuição de água em edifícios geralmente ocorre a partir de um
reservatório superior, a pressão dos canos nos andares inferiores é muito grande.
Desta forma, a NBR 5626 recomenda que em uma instalação predial, em qualquer
ponto, a pressão estática não pode ser maior do que 40 m.c.a nos pontos de consumo dos
apartamentos. Se o edifício for muito alto, a pressão pode ultrapassar o limite estabelecido
pela norma.
A solução mais simples para esse problema é fazer a instalação de válvulas
redutoras de pressão. Estas válvulas normalmente são instaladas no subsolo dos edifícios, mas
também pode ser instalada no meio do prédio como mostra a Figura 12.
55
Fonte:< http://equipedeobra.pini.com.br/construcao-reforma/35/valvulas-redutoras-de-pressao-213991-1.aspx>
Acesso em: 18 mai. 2017.
57
O estudo de caso apresentado foi realizado através de laudos prestados por uma
empresa em um edifício residencial multifamiliar na região da Grande Florianópolis entre os
anos de 2016 e 2017.
Gráfico 3 – Incidência de patologias nas áreas molhadas nos anos de 2016 e 2017.
20,00%
46,67%
BANHEIROS
COZINHAS
33,33%
ÁREAS DE SERVIÇO
4.2.1.1 Banheiro
4.2.1.1.1 Entupimentos
4.2.1.1.2 Vazamentos
As principais causas de umidade no teto também podem surgir quando uma laje
não recebeu impermeabilização adequada, em qualquer parede, em decorrência de
vazamentos de tubulações ou no piso, por falta de impermeabilização ou assentamento
incorreto de revestimentos.
Para evitar tais problemas é preciso realizar manutenções periódicas nas
instalações. De preferência, a cada seis meses.
4.2.1.2 Cozinha
4.2.1.2.1 Vazamentos
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
CREDER, Hélio. Instalações hidráulicas e sanitárias. 6° Edição. Rio de Janeiro. Ed. LTC,
2014.
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